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ANÁLISE POEMA RUBENS DE CASTRO

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Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campus do Pantanal
Discente: Thaiane Millena da Silva Couvo
Docente: Lucilene Machado Garcia Arf
Disciplina: Literatura Regional
Entrega: 23/09/2021
Análise do poema “Súplica” de Rubens de Castro
O autor Rubens Mendes de Castro é filho de Faustino Gomes de Castro e de Guiomar Mendes de Castro, autor do livro Flor dos Aguaçais lançado em 1986 prefaciado pelo poeta Ladarense João Lisboa de Macêdo.
O poema possui características do romantismo como o sentimentalismo exarcebado, o uso de versos livres e brancos; sentimentalismo e supervalorização das emoções pessoais, o pessimismo e melancolia. E não possui características do modernismo. É um poema de evasão do sofrimento amoroso do eu-lírico.
Na primeira estrofe temos a personificação de um sentimento de pena, isto é, a pena como uma pessoa que dialoga, sendo a única que sabe das dores que ele carrega, como Deus por exemplo. A pena é Deus porque na religiosidade Deus é o único que sabe dos nossos pecados, da compaixão, da angústia, das dores e dos castigos. E quem agrega castigo a alguém é Deus segundo a Bíblia, e podemos ver explícito no seguinte verso“ Vem minha pena, a sós, falar comigo” . É visível a súplica do eu-lírico, o pedido insistente, desesperador da dor nos versos “ Deste tormento que em meu peito mora.../ Só tu, podes saber do meu castigo/ Nesta cega paixão que me devora”. É o sofrimento do eu lírico pela paixão, pelo amor.
“Somente a ti, debulharei, contrito/ O Rosário do pranto que ocultei.../ Porque, só tu conheces o infinito/ Desta relíquia santa que guardei”, isto é, temos a característica da religiosidade como o ‘Rosário” e “Santa”, pois somente para Deus ele mostrará a sua própria compaixão, mostrará que sente remorso ou arrependimento pelos pecados que abarcam em seu coração e o ocultamento do objeto de devoção por meio do choro e das lágrimas, porque só Deus conhece o infinito, o supremo, isto é, o inatingível e o divino dessa coisa preciosa santa que ele guardou, reforçando mais uma vez essa idéia de religiosidade.
“Vem logo, minha pena, umedecer-te/ No pranto quente que infeliz chorei”, ou seja, que o socorro, a ajuda venha logo aliviar o eu-lírico, pois ele está tomado das lágrimas ardentes de amargura. Como o próprio título do poema é súplica, ou seja, é um pedido desesperador, é uma prece, uma insistência.
“Depois... sobre o papel, tristonha e calma/ Desliza e traça com fidelidade.../ De tudo- um pouco que feriu minha alma /No vasto campo de infelicidade”, o eu-lirico escreve e faz marcações no papel com todo cuidado e mesmo que dentro de si há um sentimento triste e abalado, ao colocar isso no papel é como uma purgação, um esvaziamento das dores, de maneira calma, fazendo marcações com zelo de tudo que há ferido a sua alma nessas situações catastróficas, com isso esvaziando o peito através da escrita.
“Não me deixes sozinho, minha pena! /E obedecendo às letras do teu nome/ Tem de mim compaixão, na rude arena /Em que a vida se bate e se consome!../ Quando alta noite a solidão e abraça/ Trago-te sempre presa à minha mão;/ Pelo teu fino dorso, então, perpassa/ A corrente sutil da inspiração!... /Vem minha pena, dividir comigo, O tormento sem fim desta paixão”. O eu-lírico está escrevendo obedecendo as letras do teu nome, e ele suplica a pena, isto é, suplica a Deus que não o abandone nesse espaço fechado que não é agradável, onde a vida oferece algo e depois a cobra, isto é, a consome depois. E a noite a solidão o abraça, sendo traga para si essa solidão e a angústia presa em suas mãos, nas suas costas finas, pois a noite é o momento em que os sentimentos se emergem com maior impacto, transcorrendo como a leveza da sua inspiração. Contudo, suplicando, insistindo, pedindo a Deus, que divida com ele essa paixão e tormento sem contorno, isto é, sem fim, porque só a pena saberá quão forte é essa paixão dolorosa como um desprovimento de sentimento que o consome.

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