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04_Unidade4_Curso_Manejo_Aleitamento

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Prévia do material em texto

Curso Teórico de Manejo 
do Aleitamento Materno
Conteudistas
Amanda Souza Moura
Ariane Tiago Bernardo de Matos
Elsa Regina Justo Giugliani
Lilian Cordova do Nascimento 
Renara Guedes Araújo 
Unidade 4
PROMOVENDO, PROTEGENDO E 
APOIANDO A AMAMENTAÇÃO NA 
MATERNIDADE 
UNIDADE 4
PROMOVENDO, PROTEGENDO E APOIANDO A 
AMAMENTAÇÃO NA MATERNIDADE 
Esta unidade dispõe de informações e práticas favoráveis e desfavoráveis 
durante a amamentação, desmistificando crenças e atitudes que podem 
prejudicar esse ato e ajudando a diagnosticar situações em que o bebê 
ou a mãe apresente dificuldades durante esse processo. Embasa-se no 
preparo do profissional, instruindo-o adequadamente para tranquilizar as 
nutrizes quanto à importância do aleitamento materno, evitando que a 
mãe decida oferecer alimentos suplementares desnecessários, bem como 
fazê-la compreender a introdução desses, quando isso for indispensável 
(situações em que o bebê, temporariamente ou definitivamente, não pode 
ser amamentado). Além disso, pretende ajudar o profissional a preparar a 
família para a alta da maternidade. Dessa forma, o ambiente familiar deve 
oferecer os cuidados necessários para a mãe e para o bebê.
OBJETIVOS
Oferecer orientações e aconselhamentos para o sucesso da amamentação, 
fortalecendo a segurança da mãe e garantindo bons resultados no 
crescimento e desenvolvimento do bebê, contínuo à alta da maternidade.
42
AULA 1 - CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE A 
AMAMENTAÇÃO
Esta aula contém informações básicas sobre a amamentação. Todo o 
profissional de saúde que assiste mães, bebês e suas famílias devem 
dominar esse conteúdo. Continuamos a acompanhar a história do casal 
Juliane e Fernando, e de sua filha Alice.
Juliana e Alice estão em alojamento conjunto. Fernando foi escolhido 
por Juliana para ser o seu acompanhante. Juliana foi orientada a 
amamentar Alice em livre demanda, ou seja, sempre que ela 
solicitar, e que deveria ficar atenta aos sinais de que ela quer 
mamar, como fazer movimentos com a boca e as mãos, balbuciar 
e sugar a mão. Juliana não precisa esperar Alice chorar para dar 
de mamar, lembrando que o choro nem sempre é sinal de fome. 
Na primeira oportunidade, um membro da equipe foi até o leito 
de Juliana para um diálogo com ela e Fernando sobre aleitamento 
materno e fazer a observação da mamada.
Juliana primeiramente externou a sua preocupação com o fato de 
que as suas mamas estavam “vazias”.
Não se preocupe. O seu leite ainda não desceu. A descida do leite 
costuma ocorrer após 3 a 5 dias do parto. Você vai sentir. As mamas 
costumam ficar mornas, cheias e pesadas. Isso é normal. Mas as suas 
mamas não estão vazias. Você já está produzindo o colostro, um 
leite especial para os primeiros dias de um recém-nascido. Ele tem 
muito anticorpos que vão proteger Alice contra infecções, ajudando 
também no desenvolvimento das bactérias boas do intestino da 
criança. Ele é perfeito como primeiro alimento: tem mais proteínas 
e vitamina A e serve como laxante para eliminar o mecônio (as 
primeiras fezes escuras e pegajosas do bebê), ajudando a prevenir 
a icterícia (amarelão). Ele é produzido em pequenas quantidades, 
por isso você tem a sensação de que a sua mama está vazia. Nos 
primeiros dias de vida do bebê, o seu estômago é bem pequenininho, 
não sendo necessária grande quantidade de leite nesse momento. 
O profissional de saúde, então, explica para Juliana:
43
Atenção!
Não é necessário o profissional apertar o seio da mãe para 
verificar se ela está produzindo colostro.
Atenção
 Juliana ficou bem mais tranquila com o comentário do profissional. 
Mas continuava preocupada porque ela achava que Alice demorava 
muito para mamar. Então, Juliana tirou suas dúvidas com o 
profissional de saúde. 
O que você acha que o profissional respondeu?
QUAL O TEMPO QUE UMA CRIANÇA DEVE MAMAR EM CADA 
PEITO EM UMA MAMADA?
 O tempo que um bebê fica 
no peito varia de criança 
para criança e pode inclusive 
variar na mesma criança, 
dependendo da fome e do 
“humor” na hora de mamar 
e do intervalo entre as 
mamadas. 
O importante é que você 
respeite o ritmo da Alice e dê 
a ela o tempo necessário para 
que ela retire bastante leite 
de uma mama antes de passar 
para a outra. Deixe Alice 
mamar até ficar satisfeita, ou 
seja, até que pare de sugar 
ou adormeça. 
Uma outra dica é começar 
a mamada pela mama 
oferecida por último 
ou que não tenha sido 
oferecida na mamada 
anterior.
Qual a 
melhor 
posição para 
amamentar?
Não existe uma “melhor” 
posição para amamentar. Você 
e Alice é que vão decidir. 
Você pode amamentar sentada, 
recostada, deitada ou em 
qualquer outra posição 
que lhe seja agradável, 
confortável, familiar e 
a mais adequada, na sua 
avaliação, para o momento. 
Lembrando que a amamentação 
não deve provocar dor. Caso 
isso esteja acontecendo, 
é importante observar a 
mamada para identificar qual 
o motivo da dor. Pode ser 
necessário corrigir a posição 
e a pega do bebê no peito.
44
O profissional mostrou à Juliana e Fernando as fotos de algumas posi-
ções contidas em um álbum.
Veja a seguir:
Figura 1 - Posição Tradicional. 
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde.
Figura 2 - Posição Jogador de Futebol Americano. 
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde.
45
Figura 3 - Posição Cavalinho. 
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde.
Figura 4 - Laid-Back Position.
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde.
46
Laid-back breastfeeding é um jeito de amamentar mais des-
contraído. A expressão inglesa laidback significa, na língua 
portuguesa, devagar, relaxado, calmo, sem pressa. Em uma 
tradução literal, laid-back breastfeeding seria amamentação 
descontraída, tranquila.
Ela vem sendo proposta com o objetivo de reduzir dificuldades 
do bebê em pegar a mama, sobretudo no início do aleitamento 
materno, além de ser muito prazerosa para algumas mulheres 
e bebês. Esse jeito de amamentar, na realidade, é um conjunto 
de posições que facilita a liberação de comportamentos ins-
tintivos na mãe e na criança, favorecendo a amamentação.
No laid-back breastfeeding a mãe assume uma posição reclinada, 
relaxada, com ombros, cabeça e pescoço bem apoiados; o bebê 
fica em cima da mãe, em posição longitudinal ou oblíqua, não 
havendo necessidade de apoiá-lo, mantendo-se fixado à mãe 
pela força da gravidade e livre da pressão das costas (essa 
pressão pode ser desconfortável para alguns bebês). As mãos 
da mãe podem ficar livres.
Nessa posição, os bebês são mais autônomos. Por exemplo, 
essa posição promove a locomoção do bebê, ao mantê-lo incli-
nado, com o corpo voltado para a mãe e firmemente aderido ao 
corpo dela e suas curvas, sem a pressão comumente exercida 
nas costas. Ele rasteja, acomoda-se e frequentemente pega 
sozinho a mama utilizando os seus reflexos inatos, inclusive 
os reflexos antigravidade que auxiliam a pega. Ou seja, o bebê 
nasce “equipado” para ter um comportamento mais ativo na 
amamentação, se lhe derem chance. 
Outra vantagem é a maior interação entre mãe e bebê, sobretudo se 
houver contato pele a pele, e maior foco da mãe no bebê. Algumas 
mães relatam que essa posição estabelece uma relação melhor, 
mais rápida com os seus bebês e lhe dão mais autoconfiança.
Você sabia?
Juliana ouviu falar numa posição diferente para amamentar, que 
tem o nome em inglês. A profissional perguntou se seria a laid-
back breastfeeding. Juliana disse que sim e quis saber mais sobre 
esta posição. O que você diria à Juliana?
47
Retomando nosso caso de estudo, Fernando, meio sem graça, 
perguntou se, pelo fato de Juliana ter seios pequenos, ela teria 
leite suficiente para alimentar Alice. O profissional respondeu que 
a quantidade de leite produzida por uma mulher não depende 
do tamanho das mamas; que o leite é produzido pelas glândulas 
mamárias e não pela gordura acumulada nas mamas, que é o 
que determina o seu tamanho. E passou a explicar o que é mais 
importante para a produção do leite.
Juliana comentou que sua mãe, Dona Helena, não conseguiuamamentá-la exclusivamente porque o seu leite era fraco, ralinho. 
Ela pergunta se essa característica pode ser transmitida de mãe 
para filha. Após pedir para Juliana falar mais sobre “leite fraco”, o 
profissional fez alguns comentários.
Você sabe o que é mais importante para a mulher ter bastante leite? 
Vamos testar seus conhecimentos? Acesse a plataforma AVASUS e res-
ponda à questão marcando a resposta que você acha ser a mais correta.
TESTE
A pergunta de Juliana é bastante pertinente. Na verdade, caro alu-
no, todo leite materno é de boa qualidade. A natureza garante que as 
mulheres, sejam elas magras, gordas, negras, pardas, brancas, pobres 
ou ricas, produzam leite com calorias, nutrientes e água em quantidades 
adequadas, ou seja, as proteínas, gorduras, vitaminas e todo o resto de 
que a criança necessita.
VÍDEO 5: Laid-back position
Para uma compreensão ainda maior, assista o vídeo 5 na plataforma. 
Nele será retratado uma mãe praticando a Laid-Back Position. Vamos lá?
48
É comum as mulheres acharem que o seu leite é fraco por causa da cor. 
Por isso, é importante saber que todo leite materno é adequado para a 
criança, independente do seu aspecto, e que a sua cor e a sua composi-
ção podem variar dependendo da dieta da mãe e, também, do momento 
de uma mamada. Em uma mamada, o leite que sai primeiro pode pare-
cer “ralo” ou “fraco”, mas esse leite é muito rico em anticorpos para pro-
teger a criança de infecções, além de água e sais minerais. Depois de a 
criança mamar por algum tempo, o leite pode ficar mais esbranquiçado 
e, mais para o final da mamada, mais amarelado. Isso porque esse leite, 
chamado de “leite posterior” contém mais gorduras. Por isso, é impor-
tante que a mãe deixe a criança mamar bastante em uma mama antes 
de oferecer a outra, para que o bebê possa se beneficiar de tudo que o 
leite materno tem para oferecer.
O leite materno pode variar também de sabor de acordo com a alimen-
tação da mulher. Por meio do leite materno o bebê entra em contato 
desde cedo com sabores dos alimentos ingeridos por sua mãe e família, 
o que influencia positivamente as reações da criança quando ela come-
çar a recebê-los de fato, a partir dos 6 meses de idade. 
A COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO 
Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém 
mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite 
secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto. O leite de mães 
de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a 
termo. Veja na Tabela 2 as diferenças entre colostro e leite maduro, 
entre o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o 
leite materno e o leite de vaca. Esse tem muito mais proteínas que 
o leite humano e essas proteínas são diferentes das do leite materno. 
A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de 
vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.
Tabela 1 - Composição do colostro e do leite materno maduro de 
mães de crianças a termo e pré-termo e do leite de vaca 
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_
materno_cab23.pdf (p. 29)
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
49
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de 
uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite 
posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, 
daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. 
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que prote-
gem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, 
atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas. 
Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos 
entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra 
agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, 
dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes 
no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno 
diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente 
constante a partir de então. 
Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, 
tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B 
e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento 
do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as 
fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais 
como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. 
Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou 
parcialmente destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano 
pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5o C por 30 minu-
tos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru.
Texto retirado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_
crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf (p. 29-30).
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
50
Juliana disse que havia entendido, mas tinha outra dúvida: como 
saber se Alice está recebendo todo o leite que precisa? 
Você conseguiria responder a essa pergunta? Vamos ver o que um 
profissional de saúde responderia para Juliana?
51
Continuando nosso caso de estudo, com a ajuda de uma mama cobaia, 
chegou a hora de o profissional mostrar a Juliana e Fernando onde e 
como o leite materno é produzido e fornecido para a criança. Leia a 
explicação a seguir.
As mulheres adultas possuem, em cada mama, entre 15 e 
25 lobos mamários, que são glândulas túbulo-alveolares cons-
tituídas, cada uma, por 20 a 40 lóbulos. Esses, por sua vez, são 
formados por 10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, estão 
as células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, há tecido 
adiposo, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, tecido nervoso e 
tecido linfático. 
O leite produzido é armazenado nos alvéolos e nos ductos. Os 
ductos mamários não se dilatam para formar os seis lactíferos, 
como se acreditava até pouco tempo atrás. O que ocorre é que 
durante as mamadas, enquanto o reflexo de ejeção do leite está 
ativo, os ductos sob a aréola se enchem de leite e se dilatam 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009). 
A mama, na gravidez, é preparada para a amamentação 
(lactogênese fase I) sob a ação de diferentes hormônios. Os mais 
importantes são o estrogênio, responsável pela ramificação dos 
ductos lactíferos, e o progestogênio, pela formação dos lóbulos. 
Outros hormônios também estão envolvidos na aceleração 
do crescimento mamário, tais como lactogênio placentário, 
prolactina e gonadotrofina coriônica. Na primeira metade da 
gestação, há crescimento e proliferação dos ductos e formação 
dos lóbulos. Na segunda metade, a atividade secretora se ace-
lera e os ácinos e alvéolos ficam distendidos com o acúmulo do 
colostro. A secreção láctea inicia após 16 semanas de gravidez. 
Com o nascimento da criança e a expulsão da placenta, 
há uma queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de 
progestogênio, com consequente liberação de prolactina pela 
hipófise anterior, iniciando a lactogênese fase II e a secreção do 
leite. Há também a liberação de ocitocina durante a sucção, hor-
mônio produzido pela hipófise posterior, que tem a capacidade 
de contrair as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos, 
expulsando o leite neles contido. 
A produção do leite logo após o nascimento da criança é 
controlada principalmente por hormônios e a “descida do leite”, 
que costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia pós-parto, ocorre 
mesmo se a criança não sugar o seio. Após a “descida do leite”, 
inicia-se a fase III da lactogênese, também denominada galacto-
poiese. Essa fase, que se mantém por toda a lactação, depende 
principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. 
52
Quando, por qualquer motivo, o esvaziamento das mamas é 
prejudicado,pode haver diminuição na produção do leite, por 
inibição mecânica e química. O leite contém os chamados “peptí-
deos supressores da lactação”, que são substâncias que inibem a 
produção do leite. A sua remoção contínua com o esvaziamento 
da mama garante a reposição total do leite removido. Outro meca-
nismo local que regula a produção do leite, ainda não totalmente 
conhecido, envolve os receptores de prolactina na membrana 
basal do alvéolo. À medida que o leite se acumula nos alvéolos, 
a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não 
consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito 
inibidor da síntese de leite (VAN VELDHUIZEN-STAAS, 2007). 
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto 
a criança mama, sob estímulo da prolactina. A ocitocina, liberada 
principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança, 
também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados, 
tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem 
emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por 
outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, 
a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a libera-
ção da ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama. Nos 
primeiros dias após o parto, a secreção de leite é pequena, e vai 
aumentando gradativamente: cerca de 40-50 mL no primeiro 
dia, 300-400 mL no terceiro dia, 500-800 mL no quinto dia, em 
média (CASEY, 1986). 
Na amamentação, o volume de leite produzido varia, depen-
dendo do quanto a criança mama e da frequência com que mama. 
Quanto mais volume de leite e mais vezes a criança mamar, maior 
será a produção de leite. Uma nutriz que amamenta exclusiva-
mente produz, em média, 800 mL por dia. Em geral, uma nutriz 
é capaz de produzir mais leite do que a quantidade necessária 
para o seu bebê.
53
Figura 5 - Local da pega correta do bebê 
Fonte: Brasil (2015, p. 25).
Você saberia dizer qual é a importância da técnica adequada? Veja a res-
posta no box a seguir.
 Após essa 
explicação, Alice 
acorda e dá sinais 
de que quer 
mamar.
 Juliana, você 
me permite 
observar a 
mamada?
Com o consentimento 
de Juliana, foi feita a 
observação da mamada. 
Antes disso, o profissional 
explicou à Juliana e 
ao Fernando porque é 
importante a criança mamar 
com técnica adequada
 Claro.
54
Importância de uma técnica adequada durante a mamada
• Retira com mais eficiência o leite da mama, ingerindo mais leite e gastando 
menos tempo na mamada. Como consequência, o ganho de peso é melhor.
• Tem menos chance de machucar os mamilos da mãe.
Vamos ver, agora, quais os principais itens que temos que observar em 
uma mamada.
ITENS DE POSICIONAMENTO
Quatro pontos chave de um posicionamento adequado 
1. Corpo do bebê próximo ao da mãe, todo voltado para ela, barriga 
com barriga.
2. Cabeça e tronco do bebê alinhados (pescoço não torcido).
3. Bebê bem apoiado (o que não se aplica para a posição laid-back).
4. Rosto do bebê de frente para a mama, com o nariz na altura do mamilo.
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde.
55
ITENS DA PEGA
Quatro pontos chave de uma pega adequada
5. Boca bem aberta, com o bebê abocanhando, além do mamilo, parte 
da aréola.
6. Lábio inferior voltado para fora.
7. Queixo tocando a mama.
8. Mais aréola visível acima da boca do bebê.
OUTROS ITENS PARA OBSERVAÇÃO
Outros itens importantes de serem checados durante a observação 
da mamada
• As roupas da mãe e do bebê são adequadas, sem restringir movimentos?
• A mãe está confortavelmente posicionada, relaxada, bem apoiada, não 
curvada para frente?
• A mãe segura a mama de maneira que a aréola fique livre?
• Tem algo entre o corpo da mãe e o corpo do bebê atrapalhando a mamada 
(o braço do bebê, por exemplo)?
• A mãe espera o bebê abrir bem a boca e abaixar a língua antes de colocá-lo 
no peito?
• O pescoço do bebê está levemente estendido?
• As narinas do bebê estão livres?
Grande parte da 
aréola na boca do 
bebê, e não 
apenas o mamilo
Queixo
encostado
no seio
Barriga e tronco 
do bebê voltados 
para a mãe
Lábios virados 
para fora
Bochecha
enche quando 
suga o leite
Nariz não
encosta no
seio e respira 
livremente
Boca aberta
como “boquinha 
de peixe”
56
• A língua do bebê encontra-se sobre a gengiva inferior?
• A língua do bebê está curvada para cima nas bordas laterais?
• O bebê mantém-se fixado à mama, sem escorregar ou largar o mamilo?
• As mandíbulas do bebê estão se movimentando?
• A deglutição é visível e/ou audível?
Agora que você já sabe os itens que devem ser observados em uma 
mamada, vamos realizar uma atividade na plataforma AVASUS. Acesse a 
plataforma e responda à questão solicitada. 
ATIVIDADE INTERATIVA
Depois de observar Alice mamar no peito de sua mãe, o profissional de saú-
de elogiou o casal e deu algumas sugestões para Juliana melhorar a técnica 
da mamada e se colocou à disposição para apoiar no que for preciso para 
que o início do aleitamento materno transcorra da melhor maneira possível.
Assista ao vídeo “Amamentar é muito mais que alimentar a criança”, 
do Ministério da Saúde, que aborda a técnica da amamentação.
https://www.youtube.com/watch?v=i31VEa--XpE.
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=i31VEa--XpE
57
AULA 2 - PRÁTICAS QUE DEVEM SER EVITADAS 
DURANTE A AMAMENTAÇÃO
Nesta aula, vamos abordar as práticas que devem ser evitadas durante a 
amamentação, por terem o potencial de prejudicar a amamentação. Vamos 
retomar nosso caso de estudo e pensar um pouco mais sobre essas práticas? 
Alice já está com 36 horas de vida. Está sugando o peito com 
frequência e Juliana sente uma dor discreta ao amamentar, mas não 
está com os mamilos machucados. Informa que já está percebendo 
a mama mais cheia.
Ontem, um profissional da equipe conversou com Juliana e 
Fernando sobre vários aspectos da amamentação e foram tiradas 
algumas dúvidas. O foco da conversa de ontem foi basicamente 
sobre como funciona a amamentação e como amamentar. Hoje, o 
mesmo profissional voltou para conversar com o casal, tendo como 
foco práticas que devem ser evitadas durante a amamentação.
Vamos fazer uma reflexão e pensar sobre nossas práticas? Então, caro 
aluno, liste numa folha de papel as práticas que você acha que deve-
riam ser evitadas durante a amamentação. Compare a sua lista com a 
que você vai encontrar na explicação a seguir. Talvez você não encontre 
nessa lista alguma prática que você tenha citado, pois iremos abordar 
apenas algumas, as mais comuns.
Essas são algumas práticas que devem ser evitadas durante a amamen-
tação e que foram discutidas com Juliana e Fernando. Vamos conhecer? 
USO DE OUTROS LEITES PARA “COMPLEMENTAR” O LEITE MATERNO
É muito comum, por diversas razões, ser ofertado para a criança outro 
leite para “complementar” o leite materno. Essa prática é desaconselhada 
porque faz com que a criança mame menos, reduzindo o efeito protetor 
do leite materno contra doenças e causando diminuição na quantidade 
de leite produzido pela mãe, além dos malefícios que esses leites podem 
provocar à saúde das crianças. É comum, também, a criança receber fór-
mula industrializada ou outro leite à noite para dormir melhor. De fato, 
58
a criança pode fazer um intervalo maior entre as mamadas se receber 
esse leite, pois por ser de mais difícil digestão, deixa a criança saciada 
por mais tempo. Mas os riscos à saúde da criança e à própria amamen-
tação não justificam essa prática. Na Aula 4 trataremos do uso de suple-
mentos na maternidade.
OFERECER LÍQUIDOS À CRIANÇA NA MAMADEIRA
As maneiras de sugar o peito e a mamadeira são bem diferentes. Por isso, 
a criança que é exposta à mamadeira pode se confundir na hora de ir ao 
peito e acabar preferindo a mamadeira e recusar o peito. Além disso, o 
esforço muscular que a criança faz para retirar o leite do peito favorece 
o crescimento harmonioso da face e é importante para a boca e para os 
músculos do rosto, dando mais qualidade à respiração, à mastigação, 
à deglutição, àarticulação da fala e ao alinhamento dos dentes. Se a 
criança recebe mamadeira, os movimentos realizados para a retirado do 
leite desse artefato não só irão substituir os movimentos para a retirado 
do leite do peito, que são os mais adequados para o desenvolvimento 
orofacial, como podem causar problemas para esse desenvolvimento.
OFERECER CHUPETA À CRIANÇA
Já está comprovada a associação entre uso de chupeta e menor duração 
do aleitamento materno. Além disso, o hábito de usar chupeta pode cau-
sar deformações no palato e mau alinhamento dos dentes. 
Veja, no destaque a seguir, os efeitos negativos da chupeta na saúde da criança. 
59
Principais efeitos negativos do uso de chupeta na saúde da 
criança amamentada
Efeito sobre a sucção
A sucção não nutritiva (longos períodos de sucção sem receber 
alimento) leva à “saciedade neural” de sucção, cansaço muscular 
e não saciedade, e pode causar a “confusão de bicos”, influen-
ciando negativamente na técnica de amamentação e no tempo 
de amamentação.
Efeito sobre a mastigação e deglutição
A qualidade da mastigação está diretamente relacionada com o 
padrão de aleitamento e com o uso de chupeta ou mamadeira. 
O uso de chupeta afeta a característica normal da mastigação.
Efeito sobre a respiração
A amamentação e o uso de bicos artificiais têm influência no 
padrão respiratório. A criança que usa chupeta frequentemente 
tem seu padrão respiratório nasal alterado para bucal ou misto.
Efeito sobre a fala e linguagem oral
O uso de chupeta pode interferir na articulação dos sons e da 
fala, pois modifica a configuração natural da cavidade oral e leva 
à vocalização distorcida, com impacto negativo sobre a aquisição 
e produção dos sons da fala.
Efeito sobre dentição
O uso de chupeta tem se mostrado fator de risco para as maloclusões 
dentárias, especialmente quando utilizada para além dos 3 anos.
Maior ocorrência de otite média aguda
O uso de chupeta aumenta em 33% a ocorrência de otite média 
em menores de 18 meses. Além disso, observa-se mais otite média 
recorrente entre as crianças que utilizam chupeta.
Chupeta é um potencial reservatório de infecções 
O uso de chupeta favorece doença diarreica e mortalidade infan-
til, aumento de hospitalizações, asma, dor de ouvido, vômitos, 
febre, cólicas, aftas e candidíase oral. Substâncias tóxicas como a 
N-nitrosamina presentes na borracha da chupeta podem trazer 
riscos à saúde da criança.
Vícios orais na vida adulta
O uso prolongado de chupeta parece favorecer o uso de cigarro 
na adolescência. Assim como o cigarro, a chupeta é utilizada para 
ajudar a acalmar a criança.
60
TABAGISMO
As substâncias nocivas do cigarro, além de serem prejudiciais à mulher, 
passam para o leite materno. Por isso, as mulheres devem evitar o fumo 
durante a amamentação. Se, apesar de todos os esforços, a mulher não 
conseguir parar de fumar durante a amamentação, alguns cuidados 
devem ser tomados para minimizar eventuais danos à criança: fumar o 
menor número de cigarros que conseguir; fumar logo após as mamadas 
para dar um intervalo entre o fumo e a mamada seguinte; e não expor 
a criança à fumaça do cigarro. Apesar da mulher ser fortemente desen-
corajada a fumar durante a amamentação, acredita-se que o risco de 
fumar e amamentar seja menor que o risco de desmamar a criança por 
causa do cigarro. O profissional pode ajudar as mulheres fumantes a 
pararem de fumar encaminhando-as ao Programa Nacional de Combate 
ao Tabagismo do SUS para tratar a dependência ao cigarro.
CONSUMO DE ÁLCOOL
O consumo de álcool pela mãe é desaconselhado durante a amamen-
tação, pois as substâncias passam para o leite materno. Por isso, se a 
mulher que amamenta ingerir álcool, recomenda-se que ela fique um 
tempo sem amamentar até que o álcool seja metabolizado pelo organis-
mo. Esse tempo varia dependendo do peso da mulher e da quantidade 
de álcool ingerida. Porém, de uma maneira geral, recomenda-se que a 
mulher fique 2 horas sem amamentar para cada drink consumido. Um 
drink corresponde a 340 mL de cerveja, 141,7 mL de vinho, 42,5 mL de 
bebidas destiladas. Como nem sempre a criança pode esperar esse tem-
po, o melhor mesmo é não beber ou então a mulher retira leite antes de 
consumir álcool para oferecer à criança durante o período em que não é 
recomendado amamentar por causa do álcool.
CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS
O consumo de drogas ilícitas durante a amamentação, mesmo que 
eventual, é fortemente desaconselhado, sendo inclusive contraindica-
da a amamentação em usuárias regulares de drogas. Se uma lactante 
fez uso eventual de uma dessas drogas, recomenda-se a interrupção 
temporária do aleitamento materno, sob supervisão de um profissional 
de saúde, pois o tempo que a mulher deve ficar sem amamentar varia 
dependendo da situação. Para manter a produção de leite e garantir o 
retorno da criança ao peito após o período de interrupção, a mulher 
deve retirar regularmente o seu leite e descartá-lo enquanto não estiver 
amamentando o filho. O período da gestação e amamentação é uma 
61
janela de oportunidade para apoiar as mulheres a enfrentarem a depen-
dência química. A possibilidade de amamentar costuma ser uma motiva-
ção para o tratamento.
Tabela 2 - Recomendações sobre o tempo de interrupção da amamentação 
após o uso de droga de abuso pela nutriz. 
Fonte: adaptado de Hale et al. (2005, p. 139).
AUTOMEDICAÇÃO
A maioria dos remédios pode ser consumida pela mulher que amamen-
ta. No entanto, alguns não são recomendados, pois podem passar para 
o leite e afetar a criança. Por isso, é importante que a mulher não se 
automedique. Mais detalhes sobre o uso de medicamentos durante a 
amamentação serão vistos na Aula 5.
AMAMENTAÇÃO CRUZADA
Amamentação cruzada é quando uma mulher amamenta o filho de 
outra pessoa ou oferece o seu leite diretamente para outra criança, sem 
passar por um Banco de Leite Humano. Essa prática não é recomendada 
por causa do risco de transmissão de doenças pelo leite materno, como, 
por exemplo, o vírus da AIDS. Mesmo se esta mãe estiver com os exames 
normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma jane-
la imunológica de alguma doença que possa ser transmitida pelo leite 
materno, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença.
62
 Retomando nosso caso de 
estudo, o profissional de 
saúde, após certificar-se que 
Juliana e Fernando não tinham 
dúvidas, despediu-se do casal e 
combinou que voltaria à tarde 
para conversar com eles na 
alta de Juliana e Alice, pois até 
o momento não havia nenhuma 
intercorrência que justificasse 
a permanência delas na 
maternidade.
63
AULA 3 - AVALIAÇÃO DO FRÊNULO LINGUAL 
(“LÍNGUA PRESA”)
Nesta aula, você vai receber informações sobre avaliação do frênulo lin-
gual. Você sabe para que serve essa avaliação? 
Denomina-se “avaliação do frênulo lingual” a avaliação feita com o obje-
tivo de detectar a anquiloglossia, popularmente conhecida como “lín-
gua presa”. Caracteriza-se por um frênulo lingual anormalmente curto 
e espesso ou delgado, que pode restringir em diferentes graus os movi-
mentos da língua, podendo dificultar a amamentação. Pode ser classifi-
cada em leve ou parcial (mais comum) e severa ou completa, condição 
rara em que há fusão da língua no assoalho da boca.
Antes da alta, foi realizada a avaliação do frênulo lingual em Alice.
Figura 6 - Avaliação do frênulo lingual
Vamos agora ver alguns exemplos de anquiloglossia que estão dis-
ponibilizados no Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica da IAPO 
(Interamerican Association of Pediatric Otolaryngology).
Os critérios propostos para o diagnóstico incluem o comprimento do frê-
nulo lingual, a quantidade de movimento da língua, a aparência da ponta 
da língua semelhante ao “formato de coração” e a palpação de um tecido 
fibroso ao exame físico. (Figuras A até J)
64
Figura 7 - Exemplos de frênulos linguais
Fonte: Levi e Kimberly (2016, p. 84).
Existe uma lei (Lei nº 13.002, de 20 de junho de 2014) que define 
a obrigatoriedade de aplicação do Protocolode Avaliação do 
Frênulo da Língua em Bebês em todos os hospitais e maternida-
des do país. Para conhecê-la, acesse: http://www.planalto.gov.br/
CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm.
Você sabia?
K
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13002.htm
65
Vamos conhecer os aspectos avaliados no Protocolo de Bristol e apren-
der a interpretá-los? 
Figura 8 - Protocolo Bristol de avaliação da língua
Fonte: NOTA TÉCNICA Nº 11/2021-COCAM/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS.
ANQUILOGLOSSIA E AMAMENTAÇÃO
A anquiloglossia tem sido apontada como um dos fatores que pode inter-
ferir na amamentação, diminuindo a habilidade do recém-nascido para 
fazer a pega, assim dificultando o esvaziamento da mama e causando 
desconforto nas mães durante a amamentação. Embora as evidências 
sobre a associação entre anquiloglossia e dificuldades na amamentação 
não sejam robustas, alguns testes de triagem da anquiloglossia têm sido 
propostos, a fim de facilitar a identificação de alterações no frênulo lin-
gual que potencialmente podem interferir na amamentação.
Continuando nosso caso de estudo, foi explicado a Juliana e Fernando 
o que é a avaliação do frênulo lingual e para que serve. Antes de 
autorizarem o teste, o casal quis saber como era feita a avaliação. 
O profissional explicou que existe mais de uma maneira de avaliar 
se a criança tem língua presa, mas que naquela maternidade eles 
usavam um teste muito simples chamado “Protocolo de Bristol”, 
que não causaria nenhum desconforto a Alice.
66
Os profissionais que integram a rede de assistência à saúde e de uni-
dades de saúde das universidades precisam estar qualificados na ava-
liação do frênulo lingual utilizando o Protocolo Bristol, assim reduzirá o 
sobrediagnóstico e evitar iatrogenias no âmbito do SUS, promovendo as 
melhores condições para a manutenção da amamentação exclusiva.
AVALIAÇÃO DA MAMADA
A conduta frente a uma suspeita de anquiloglossia deve sempre levar 
em consideração se essa condição está interferindo ou não na amamen-
tação. Dessa forma, reitera-se a importância da avaliação da mamada 
como procedimento rotineiro a ser realizado pelos profissionais de saú-
de que atendem o binômio mãe-bebê. Veja a seguir.
Quadro 1 - Formulário de observação e avaliação da mamada
Fonte: NOTA TÉCNICA Nº 11/2021-COCAM/CGCIVI/DAPES/SAPS/MS.
67
Voltando ao nosso caso de estudo, Fernando quis saber o que 
aconteceria com Alice caso a avaliação detectasse língua presa. O 
profissional respondeu que se a língua presa fosse grave, estaria 
indicado um procedimento para liberar a língua, de preferência já 
na maternidade. Mas se houvesse língua presa leve ou moderada, 
a conduta seria acompanhar Juliana e Alice para ver se a alteração 
está prejudicando a amamentação. 
Foi um alívio para Juliana e Fernando saber que a avaliação do 
frênulo lingual de Alice não detectou nenhum problema.
68
AULA 4 - USO DE SUPLEMENTO NA MATERNIDADE
Nesta aula, vamos abordar em que situações o uso de suplemento na 
maternidade está indicado.
Retomando nosso caso de estudo…
Juliana está acomodada no Alojamento Conjunto em um quarto 
com mais duas puérperas. Durante a noite, o bebê de uma das 
puérperas chorou muito. A puérpera estava muito nervosa e pediu 
para a equipe de enfermagem dar fórmula para o bebê, porque 
ele devia estar com fome. A enfermeira plantonista explicou para 
a puérpera que os bebês choram por diferentes motivos e que 
nem sempre isso significa que o bebê tem fome.
Se um bebê chora frequentemente, deve-se procurar encontrar a causa 
do choro. Os bebês podem chorar porque estão com sono, frio, calor, 
algum desconforto, fraldas sujas ou, o que é o mais comum, por necessi-
dade de carinho e de atenção, aconchego, necessidade de sugar e, tam-
bém, por estar com fome ou sede. 
Com o tempo, os pais/cuidadores aprendem a interpretar o compor-
tamento da criança, identificando as suas necessidades e como ela as 
expressa. E logo perceberão que nem todo choro ou sinal de desconfor-
to do bebê significa fome. 
69
Por isso, é importante conversar com os pais sobre formas de acalmar o 
bebê. Veja algumas sugestões:
• Deixar o bebê confortável, com fralda seca e limpa, mantas secas e não 
quentes demais.
• As roupas do bebê devem estar apropriadas ao clima que elas vivem.
• Colocar o bebê na mama. Ele pode estar com fome ou sede ou apenas que-
rendo sugar para se sentir seguro.
• Colocar o bebê no tórax da mãe, em contato pele a pele. 
• O calor, o cheiro e o batimento cardíaco da mãe ajudam a acalmar o bebê.
• Conversar e cantar, balançar o bebê próximo à mãe.
• Acariciar ou massagear gentilmente os braços, pernas e costas do bebê.
• Reduzir a ingestão de café e outras bebidas com cafeína.
• Pedir para alguém que esteja tranquilo segurar e cuidar do bebê por 
algum tempo.
• Envolver os familiares nas orientações sobre amamentação para que a mãe 
não seja pressionada a oferecer alimentos suplementares desnecessários.
• Segurar o bebê de modo a apoiar a cabeça, o corpo, as pernas e os braços, 
fazendo com que ele se sinta seguro.
A enfermeira orientou a puérpera sobre o comportamento normal 
dos recém-nascidos, o que a deixou mais tranquila.
Vamos descobrir, agora, quais são os aspectos relacionados ao compor-
tamento normal de um bebê.
COMPORTAMENTO NORMAL DO BEBÊ
O entendimento da mãe e das pessoas que vão conviver com o bebê 
sobre as necessidades dele é fundamental para a tranquilidade de todos 
os membros da família. 
70
O comportamento dos recém-nascidos é muito variável e depende de 
vários fatores, como idade gestacional, personalidade e sensibilidade do 
bebê, experiências intrauterinas, vivências do parto e diversos fatores 
ambientais, incluindo estado emocional da mãe. É importante lembrar 43 
Saúde da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar 
à mãe que cada bebê é único, respondendo de maneiras diferentes às 
diversas experiências. Comparações com filhos anteriores ou com outras 
crianças podem atrapalhar a interação entre a mãe e o bebê. 
Algumas crianças demandam (choram) mais que outras e apresentam 
maiores dificuldades na passagem da vida intrauterina para a vida extrau-
terina. Essas crianças, com frequência, frustram as expectativas maternas 
(a de ter um bebê “bonzinho”) e essa frustração muitas vezes é percebida 
pela criança, que responde aumentando ainda mais a demanda. 
Uma importante causa de desmame é o choro do bebê. As mães, com 
frequência, o interpretam como fome ou cólicas. Elas devem ser escla-
recidas que existem muitas razões para o choro, incluindo adaptação à 
vida extrauterina e tensão no ambiente. Na maioria das vezes, os bebês 
se acalmam se aconchegados ou se colocados no peito, o que reforça 
a sua necessidade de se sentirem seguros e protegidos. As mães que 
ficam tensas, frustradas e ansiosas com o choro dos bebês tendem a 
transmitir esses sentimentos a eles, causando mais choro, podendo ins-
talar se um ciclo vicioso. 
É comum algumas mães rotularem os seus bebês de “bravos”. Uma ati-
tude de solidariedade e entendimento das necessidades dos seus bebês 
traria mais tranquilidade a ambos. A mãe provavelmente passaria a olhar 
de um modo diferente o seu bebê, não mais o rotulando de “bravo”, e 
sim como vivenciando uma experiência difícil em alguns momentos. 
Muitas mães queixam-se de que os seus bebês “trocam o dia pela noite”. 
Os recém-nascidos costumam manter, nos primeiros dias, o ritmo ao 
qual estavam acostumados dentro do útero. Assim, as crianças que no 
útero costumavam ser mais ativas à noite vão necessitar de alguns dias 
para se adaptarem ao ciclo dia/noite. Portanto, as mães devem ser tran-
quilizadas quanto a esse eventual comportamento do bebê. 
A interação entre a mãe e o bebê nos primeiros dias é muito importante 
para o sucesso da amamentação e uma futura relação harmônica. A mãe 
deve ser orientada a responder prontamente às necessidades do seu 
bebê, não temendoque isso vá deixá-lo “manhoso” ou “superdependen-
te” mais tarde. Carinho, proteção e pronto atendimento das necessida-
des do bebê só tendem a aumentar a sua confiança, favorecendo a sua 
independência em tempo apropriado. 
71
Hoje se sabe que os bebês têm competências que antes eram ignoradas, 
e as mães (e pais e familiares) devem saber disso para melhor interagi-
rem com eles, além de tornar a interação mais gratificante. 
O melhor momento de interagir com a criança é quando ela se encontra 
no estado quietoalerta. Nesse estado, o bebê encontra-se quieto, mas 
alerta, com os olhos bem abertos, como se estivesse prestando atenção. 
Na primeira hora de vida, esse estado de consciência predomina, favo-
recendo a interação. A separação da mãe e do bebê e a sedação da mãe 
logo após o parto privam a dupla desse momento tão especial. Ao longo 
do dia e da noite a criança encontra-se no estado quieto-alerta várias 
vezes, por períodos curtos. Durante e após intensa interação, os bebês 
necessitam de frequentes períodos de repouso. 
Para uma melhor interação com o bebê, é interessante que a mãe, o pai e 
outros familiares saibam o que alguns bebês recém-nascidos a termo são 
capazes, em situações especiais (principalmente no estado quieto-alerta): 
• Ir ao encontro da mama da mãe por si próprios logo após o nascimento, se 
colocados em seu tórax. Dessa maneira, eles decidem por si o momento da 
primeira mamada, que ocorre em média aos 40 minutos de vida; 
• Reconhecer a face da mãe após algumas horas de vida. O bebê enxerga 
melhor a uma distância de 20 a 25 cm, a mesma que separa os olhos do 
bebê e o rosto da mãe durante as mamadas; 
• Ter contato olho a olho; 
• Reconhecer e mostrar interesse por cores primárias – vermelho, azul e 
amarelo; 
• Seguir um objeto com os olhos e, às vezes, virar a cabeça na sua direção; 
• Distinguir tipos de sons, tendo preferência pela voz humana, em especial a 
da mãe, e pelos sons agudos; 
• Determinar a direção do som; 
• Reconhecer sabores, tendo preferência por doces; 
• Reconhecer e distinguir diferentes cheiros; com um ou dois dias de vida 
reconhece o cheiro da mãe; 
• Imitar expressões faciais logo após o nascimento; 
• Alcançar objetos 
 
(BRASIL, 2015, p. 44).
72
A paciência e a habilidade do profissional de saúde evitaram o uso des-
necessário de fórmula nesse caso. É muito importante que se evite o 
uso de suplementação desnecessária para os recém-nascidos a termo, 
em alojamento conjunto. O uso de fórmulas e outros líquidos à base 
de água, na maternidade, têm associação com a interrupção precoce da 
amamentação, e o efeito desse uso impacta na redução das taxas de 
amamentação exclusiva ao longo de vários meses. A perda de peso nos 
primeiros dias de vida e a hipoglicemia do recém-nascido são dois moti-
vos que levam ao uso de suplementação, muitas vezes sem necessidade, 
durante a internação de recém-nascidos em alojamento conjunto. Veja 
mais detalhes no box a seguir. 
Com o apoio da enfermeira, a puérpera amamentou o bebê de 
maneira satisfatória e ele finalmente dormiu.
• Perda de peso nos primeiros dias de vida – A diurese fisiológica dos 
fluidos extracelulares e a eliminação de mecônio, e o pequeno volume 
de colostro recebido pelo recém-nascido nos primeiros dias resultam 
em uma perda de peso no início da vida de bebês sadios. A perda 
de peso de recém-nascidos saudáveis varia de 5% a 10% do peso ao 
nascer, que é recuperado ao longo dos primeiros 21 dias de vida nos 
bebês em amamentação exclusiva.
• Hipoglicemia – Não há consenso sobre o ponto de corte do valor da 
glicemia que determina o tratamento ou não de um recém-nascido 
com glicemia baixa. Não há evidências de que um bebê hipoglicêmico 
assintomático se beneficiará com o tratamento. A amamentação 
exclusiva dos bebês a termo saudáveis sem fatores de risco para 
hipoglicemia supre as suas necessidades de glicose, assim não sendo 
necessário o monitoramento da glicemia em bebês assintomáticos.
73
A decisão de suplementação com fórmula ou não de um recém-nascido 
sadio a termo sempre deve ser tomada levando-se em consideração razões 
médicas aceitáveis, além dos riscos e os benefícios. Para conhecer possíveis 
indicações criteriosas de prescrição de suplemento lácteo para recém-nas-
cidos sadios a termo na maternidade, depois de esgotadas todas as tentati-
vas de aumentar a ingestão de leite materno, veja o destaque a seguir.
Indicações relacionadas à criança
• Hipoglicemia assintomática detectada por medida de glicemia em 
laboratório que não responde a mamadas frequentes.
• Hipoglicemia sintomática <25mg/dL nas primeiras 4 horas ou <35mg/dL após 
4 horas de vida. Tratar com glicose endovenosa e manter a amamentação.
• Sinais ou sintomas que indiquem ingestão insuficiente de leite: 
desidratação significativa, perda de peso ≥8-10% no 5º dia de vida, ou 
perda de peso acima do percentil 75 para a idade. 
• Menos que quatro evacuações no 4º dia de vida ou fezes com mecônio 
no 5º dia.
• Hiperbilirrubinemia entre os dias 2-5, com perda de peso persistente, 
evacuações limitadas e urina com cristais de ácido úrico.
Indicações relacionadas à mãe
• Demora na secreção do leite para além do 3o-5o dia pós-parto, com 
ingestão insuficiente pelo bebê.
• Insuficiência glandular primária, que acomete menos de 5% das 
mulheres.
• Doença ou cirurgia mamária que resultem em produção de leite 
insuficiente.
• Interrupção temporária da amamentação por uso de medicamentos 
ou separação mãe-bebê sem condições de expressão do leite.
• Dor insuportável nas mamadas, que não responde à intervenção.
74
AULA 5 - QUANDO O BEBÊ NÃO PODE SER 
AMAMENTADO
Nesta aula, vamos aprender como manejar as situações em que o bebê, 
temporariamente ou definitivamente, não pode ser amamentado. A 
indicação de não iniciar a amamentação ou de interrompê-la deve ser 
feita com extrema cautela e apoiada em justificativas muito bem funda-
mentadas. Lembre-se sempre que:
• Alguns bebês não podem ser alimentados diretamente na mama, mas o 
leite materno continua sendo o alimento indicado para eles;
• Alguns bebês não podem receber leite materno;
• Alguns bebês não têm leite materno disponível, por qualquer razão;
• Algumas situações maternas impossibilitam a amamentação temporaria-
mente e outras impossibilita definitivamente;
• Algumas mães não desejam amamentar seus filhos.
Vamos conhecer algumas situações maternas que necessitam de sus-
pensão? Veja no box a seguir algumas situações que exigem suspensão 
temporária da amamentação. 
75
Situações que necessitam suspensão temporária 
da amamentação 
• Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. 
A amamentação deve ser mantida na mama sadia.
• Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele 5 dias antes do parto 
ou até 2 dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até 
que as lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber 
Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), que deve 
ser administrada em até 96 horas do nascimento, aplicada o mais 
precocemente possível. 
• Consumo eventual de drogas de álcool e/ou drogas de abuso (Já 
abordado na AULA 7).
• Drogas radioativas.
• Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver 
sangramento mamilar evidente concomitante. 
• Tuberculose ativa sem tratamento. 
• Hanseníase virchowiana não tratada ou com tratamento inferior a 3 
meses com sulfona ou inferior a 3 semanas com rifampicina ou com 
lesões de pele na mama.
• Brucelose antes do tratamento.
• Leptospirose na fase aguda.
• Listeriose em lactantes gravemente doentes.
• Coqueluche no período neonatal até 5 dias após o início do tratamento.
• Mulher com doença muito debilitante (ex.: doença grave e invasiva por 
estafilococo áureo, estreptococo do grupo B, meningococo).
• Citomegalovirose para recém-nascidos com peso<1.000g e/ou idade 
gestacional < 30 semanas.
São poucas as situações em que há indicação médica para a substituição 
total do leite materno. São elas:• Mães infectadas pelo HIV (no Brasil).
• Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2.
• Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fárma-
cos são considerados contraindicados absolutos ou relativos ao aleitamento 
materno, como por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. Como essas 
informações sofrem frequentes atualizações, recomenda-se que previamen-
te à prescrição de medicações a nutrizes o profissional de saúde consulte o 
manual “Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias”.
• Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não pode inge-
rir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose.
76
Para saber mais, acesse o material produzido pela Organização 
Mundial de Saúde: “Razões médicas aceitáveis para o uso 
de substitutos do leite materno” http://apps.who.int/iris/
bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_CAH_09.01_por.
pdf?sequence=2.
Saiba mais
No segundo dia de alojamento conjunto, um profissional da equipe 
convidou Juliana para participar do grupo de puérperas. No grupo, 
ele explicou que quando, por alguma razão da mãe ou do bebê, 
a amamentação ao peito não for possível, é importante a mulher 
saber o que fazer para manter a lactação e continuar oferecendo 
seu leite ao filho. Uma das maneiras de retirar o leite da mama é 
realizando a expressão manual.
Vamos conhecer mais sobre as razões pelas quais a mulher realiza 
expressão manual do leite? Veja no box a seguir. 
http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_CAH_09.01_por.pdf?sequence=2
http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_CAH_09.01_por.pdf?sequence=2
http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_CAH_09.01_por.pdf?sequence=2
77
Veja, a seguir, o que foi orientado às participantes do grupo de puérperas.
- Utilizar vidro esterilizado para receber o leite materno, preferencial-
mente vidros de boca larga com tampas plásticas que possam ser sub-
metidos à fervura durante mais ou menos 20 minutos. 
- Procurar um local tranquilo para esgotar o leite; 
- Prender os cabelos e usar touca ou um lenço limpo na cabeça; - Usar 
máscara ou lenço na boca, e evitar falar, espirrar ou tossir enquanto esti-
ver retirando o leite; 
- Ter à mão pano úmido limpo e lenços de papel para limpeza das mãos; 
- Lavar cuidadosamente as mãos e antebraços. Não há necessidade de 
lavar os seios frequentemente; - Secar as mãos e antebraços com toalha 
limpa ou de papel; 
- Posicionar o recipiente em que será coletado o leite materno (copo, 
xícara, caneca ou vidro de boca larga) próximo ao seio; 
- Massagear delicadamente a mama como um todo com movimentos 
circulares da base em direção à aréola; 
- Procurar estar relaxada, sentada ou em pé, em posição confortável. 
Pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite; 
Retomando nosso caso de estudo, durante as atividades do grupo 
de puérperas, Juliana aprendeu como fazer a expressão manual 
das mamas, como administrar o leite ao bebê por copinho e como 
armazenar o leite excedente.
• Para o conforto das mamas quando muito cheias, para aliviar 
o ingurgitamento ou bloqueio de ductos;
• Para encorajar o bebê a mamar. Recomenda-se retirar o leite e aplicar 
sobre o mamilo para que o bebê cheire e prove;
• Para suavizar a aréola de uma mama cheia e facilitar a pega do bebê;
• Para manter uma boa produção de leite quando o bebê não está sugando;
• Para obter leite caso o bebê não consiga mamar, ou se o bebê é pequeno 
e cansa com facilidade, quando mãe e bebê estão separados ou para doar 
leite a um Banco de Leite Humano;
• Para pasteurizar o leite para o bebê;
• Para doar o excesso de leite a um Banco de Leite Humano.
78
- Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar a saída do leite e aumen-
tar o fluxo; 
- Com os dedos da mão em forma de “C”, colocar o polegar na aréola ACIMA 
do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo na transição aréola 
mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos;
- Usar preferencialmente a mão esquerda para a mama esquerda e a mão 
direita para a mama direita, ou usar as duas mãos simultaneamente (uma 
em cada mama ou as duas juntas na mesma mama – técnica bimanual);
- Pressionar suavemente o polegar e o dedo indicador, um em direção 
ao outro, e levemente para dentro em direção à parede torácica. Evitar 
pressionar demais, pois pode bloquear os ductos lactíferos; 
- Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A manobra não deve doer se 
a técnica estiver correta. A princípio o leite pode não fluir, mas depois 
de pressionar algumas vezes o leite começará a pingar. Poderá fluir em 
jorros se o reflexo de ocitocina for ativo; 
- Desprezar os primeiros jatos, assim, melhora a qualidade do leite pela 
redução dos contaminantes microbianos; 
- Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar todas as áreas; 
- Alternar a mama quando o fluxo de leite diminuir, repetindo a massa-
gem e o ciclo várias vezes. Lembrar que extrair o leite de peito adequa-
damente leva mais ou menos 20 a 30 minutos, em cada mama, especial-
mente nos primeiros dias, quando apenas uma pequena quantidade de 
leite pode ser produzida; 
- Podem ser retirados leite materno dos dois seios simultaneamente em 
um único vasilhame de boca larga ou em dois vasilhames separados, 
colocados um embaixo de cada mama. O leite materno retirado deve ser 
oferecido à criança de preferência utilizando-se copo, xícara ou colher. 
Para isso, é necessário que o profissional de saúde demonstre como ofe-
recer esse leite à criança. A técnica recomendada é a seguinte: 
- Acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou 
semi-sentada, sendo que a cabeça forme um ângulo de 90º com o pescoço;
- Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite 
materno tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do leite, 
seguidos de deglutição; 
- Não despejar o leite materno na boca do bebê
(BRASIL, 2015, p. 50).
79
Veja, a seguir, orientações sobre a técnica de administração de leite 
materno por copinho. Vamos lá? 
Técnica de administração de leite materno por copinho
• Acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou semi-
-sentada, sendo que a cabeça forme um ângulo de 90º com o pescoço;
• Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite 
materno tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do leite, 
seguidos de deglutição;
• Não despejar o leite na boca do bebê para evitar engasgos.
Vamos, agora, ver isso na prática? Então, acesse o vídeo 6 na plataforma. 
VÍDEO 6: Técnica de administração de leite 
materno por copinho
Juliana pôde praticar a expressão manual das suas mamas com a 
facilitadora do grupo, até se sentir segura para fazer isso sozinha. Sua 
mãe, que a estava visitando, também aprendeu, o que a deixa mais 
tranquila porque sabe que se precisar de ajuda, Dona Helena está 
preparada. Juliana também recebeu as seguintes orientações sobre o 
uso de copinho para oferecer o leite retirado da mama para o bebê.
80
AULA 6 - AMAMENTAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
Nesta aula, vamos discutir como podemos apoiar a amamentação de 
bebês com necessidade de cuidados especiais.
Voltando ao nosso caso de estudo, uma das puérperas com quem 
Juliana está dividindo o quarto no Alojamento Conjunto está sem o 
seu bebê no quarto. Ele nasceu prematuro e está recebendo cuidados 
na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
A seguir, vamos saber como podemos ajudar essa puérpera com a 
amamentação.
BEBÊS PREMATUROS, DE BAIXO PESO OU DOENTES
O aleitamento materno é especialmente importante nessas situações. Esses 
bebês precisam tanto ou mais do que bebês saudáveis. Saiba por quê.
IMPORTÂNCIA DO LEITE MATERNO PARA LACTENTES PREMATUROS, DE 
BAIXO PESO OU DOENTES
• O leite materno contém: fatores imunológicos protetores, que ajudam a 
prevenir infecções; fatores de crescimento que ajudam o intestino do bebê 
e outros sistemas a se desenvolverem ou se curarem após um episódio de 
diarreia; enzimas quefacilitam a digestão e absorção do leite; ácidos graxos 
essenciais especiais que ajudam o desenvolvimento cerebral. 
• Acalma o bebê e reduz a dor da coleta de sangue e outros procedimentos 
ou a dor da própria doença do bebê.
• Proporciona à mãe um papel importante no cuidado com o seu bebê.
• Conforta o bebê e mantém o vínculo com a família.
 
81
APOIANDO A AMAMENTAÇÃO COM BEBÊS PREMATUROS, DE BAIXO PESO 
OU DOENTES
Como o bebê vai se alimentar vai depender de sua maturidade e condição: 
há aqueles que não podem ser alimentados por via oral; outros bebês que 
podem ser alimentados por via oral, mas não conseguem sugar ou sugam 
debilmente; também existem os que conseguem sugar bem; e, finalmen-
te, os que não podem receber leite materno. Saiba como você pode apoiar 
a amamentação nessas situações. Clique em cada ação para saber mais.
ESTIMULE O CONTATO ENTRE MÃE E BEBÊ DE DIA E À NOITE 
Incentive a mãe a visitar, tocar e cuidar de seu bebê sempre que possível.
A mãe produz anticorpos contra bactérias e vírus com os quais entra 
em contato. Quando ela passa tempo com seu bebê numa unidade de 
tratamento intensivo neonatal, por exemplo, seu corpo pode produzir 
anticorpos contra os micro-organismos aos quais seu bebê é exposto 
na unidade. O contato pele a pele ou Método incentiva a mãe a segurar 
seu bebê (apenas de fralda) por baixo da sua roupa, próximo à mama. O 
bebê pode buscar a mama sempre que quiser. O contato pele a pele aju-
da a regular a temperatura do bebê e a sua respiração, além de ajudar 
no seu desenvolvimento e aumentar a produção de leite.
Método canguru
Desde o ano 2000, o Ministério da Saúde vem adotando o 
Método Canguru como política pública. Ele é um dos compo-
nentes da Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio 
ao Aleitamento Materno, pois essa prática estimula o início e 
a manutenção da amamentação.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bases_discussao_
politica_aleitamento_materno.pdf.
Para saber mais sobre o Método Canguru, acesse o:
Capítulo 33 – Atenção humanizada ao recém-nascido de 
baixo peso 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humani-
zada_recem_nascido_canguru.pdf.
Volume 4 - Coleção Atenção à Saúde do Recém-Nascido – 
Guia para os Profissionais de Saúde 
h t t p : / / b v s m s . s a u d e . g o v . b r / b v s / p u b l i c a c o e s /
atencao_saude_recem_nascido_v4.pdf.
Saiba mais
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bases_discussao_politica_aleitamento_materno.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bases_discussao_politica_aleitamento_materno.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_recem_nascido_canguru.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_recem_nascido_canguru.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v4.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v4.pdf
82
Figura 9 - Mãe e bebê vivenciando o Método Canguru com o apoio da família
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde
CUIDE DA MÃE
A mãe é muito importante para o bem-estar e a sobrevida do bebê.
• Ajude a mãe a permanecer no hospital enquanto o seu bebê ficar internado.
• Se a mãe precisar vir de longe para visitar seu bebê, certifique-se de que ela 
tenha um lugar para descansar enquanto está no hospital.
• Certifique-se de que a mãe tem um assento adequado perto do bebê.
• Estimule o hospital a oferecer alimento e bebida para a mãe.
• Responda às perguntas dos pais e explique as coisas com paciência. Os pais 
podem estar tristes, sobrecarregados e amedrontados quando seu bebê 
está doente.
• Informe aos pais que o leite materno e a amamentação são muito importan-
tes nesse momento.
AJUDE A ESTABELECER O ALEITAMENTO MATERNO
• Ajude a mãe a retirar seu leite, começando até 6 horas após o parto e fazen-
do a retirada seis ou mais vezes em cada 24 horas.
83
• Incentive os bebês a passarem tempo na mama o mais cedo possível, 
mesmo que ainda não consiga sugar bem. Se o bebê tem maturidade para 
lamber, procurar, sugar e deglutir na mama, fará isso sem qualquer dano.
• Descreva esses momentos iniciais na mama como ‘uma apresentação à mama’, 
em vez de esperar que o bebê faça mamadas inteiras na mama imediatamente.
• O bebê pode ir para a mama enquanto recebe alimentação por sonda para 
associar a sensação de saciedade com a mama.
• O peso não é uma medida precisa de habilidade de amamentar. A maturida-
de é um fator mais importante.
• Até que o bebê consiga mamar no peito, ele pode receber leite materno por 
sonda ou copo. Não é recomendado o uso de bicos artificiais ou mamadeiras.
AUXILIE A COLOCAR O BEBÊ NA MAMA
• Coloque o bebê na mama quando ele estiver prestes a acordar, ou seja, 
fazendo rápidos movimentos dos olhos sob as pálpebras. Quando estiver 
pronto para se alimentar, o bebê pode fazer movimentos de sucção com 
sua língua e boca. O bebê também pode levar a mão à boca. Ajude a mãe 
a aprender como identificar os sinais de fome do bebê para evitar que ele 
gaste energia chorando.
• Mostre à mãe como segurar e posicionar seu bebê. Uma maneira de segurar 
um bebê pequeno é apoiar sua cabeça sem agarrá-la com a mão. A mãe 
pode apoiar sua mama com a outra mão em forma de “c” para ajudar o 
bebê a mantê-la na boca. Exemplifique para mãe como fazer a forma em 
“c”: colocar quatro dedos embaixo e o polegar em cima da mama.
Figura 10 - Posição correta do bebê na mama
Fonte: Acervo COCAM/Ministério da Saúde
84
• Para ajudar a aumentar o fluxo de leite, massageie e comprima a mama 
cada vez que o bebê fizer uma pausa entre as sucções (a não ser que o fluxo 
já seja superior ao que o bebê consegue engolir).
EXPLIQUE ÀS MÃES O QUE DEVEM ESPERAR NUMA MAMADA
• Que o bebê provavelmente vai mamar durante um longo tempo e fará pau-
sas frequentes para descansar durante uma mamada. Por isso, deve plane-
jar mamadas silenciosas, tranquilas e longas.
• Que haverá um pouco de engasgos porque o tônus muscular do bebê é 
baixo e sua sucção não é coordenada.
• Que deve ficar atenta aos bebês prematuros e de baixo peso quanto à frequ-
ência das mamadas nos primeiros meses. Se o bebê estiver muito sonolento e 
com mamadas muito espaçadas, é importante que seja estimulado a mamar.
• Que o ambiente para a mulher amamentar seja o mais tranquilo possível, 
e acolhedor, com controle de ruído e luminosidade, sempre respeitando o 
ciclo de sono e vigília do recém-nascido.
PREPARE A MÃE E O BEBÊ PARA A ALTA
• O bebê pode estar pronto para sair do hospital se estiver realizando a 
alimentação com eficiência e ganhando peso. Em geral, precisa pesar pelo 
menos 1.800 g a 2.000 g para receber alta, mas isso varia de hospital para 
hospital e conforme as condições de saúde do bebê.
• Estimule o hospital a oferecer um lugar para a mãe ficar com o bebê 24 
horas por dia durante 1 ou 2 dias antes da alta. Isso ajuda a aumentar a sua 
confiança e a produção de leite a atingir o nível necessário para suprir as 
necessidades do bebê.
• Certifique-se de que a mãe sabe reconhecer os sinais de fome, sinais de 
ingestão adequada e de que ela consegue posicionar e ajudar o bebê a 
pegar a mama.
• Certifique-se de que a mãe sabe como buscar assistência para cuidar do seu bebê 
depois de ir para casa. Combine com a mãe como será o acompanhamento.
85
SITUAÇÕES ESPECIAIS DE AMAMENTAÇÃO
Existem outras situações especiais em que o apoio do profissional de 
saúde é muito importante para que as mulheres consigam amamentar. 
Veja o boxe para saber mais sobre cada uma dessas situações.
AMAMENTAÇÃO DE GÊMEOS
Com o advento da inseminação artificial, o nascimento de múltiplas 
crianças se tornou mais frequente. Se por um lado o nascimento de 
gêmeos é uma dádiva, por outro é um grande desafio, que pode ser 
mais bem enfrentado se a família, em especial a mãe, receber ajuda 
inclusive dos profissionais de saúde. Esses devem estar preparados 
para acolher e aconselhar as famílias nas diversas situações envolvendo 
gêmeos, incluindo o aleitamento materno.Além de todos os benefícios 
já amplamente reconhecidos do aleitamento materno, a amamentação 
de crianças gemelares tem vantagens adicionais tais como: maior eco-
nomia, haja vista o gasto com outros leites ser o dobro (ou mais) caso 
as crianças não sejam amamentadas; facilitar os cuidados de gêmeos, já 
que o aleitamento materno previne doenças, as quais exigem cuidados 
intensificados; auxiliar no atendimento das necessidades dos bebês com 
relação à atenção e ao afeto da mãe, pois por mais boa vontade que ela 
tenha, ela não tem condições de atender duas ou mais crianças da mes-
ma maneira que atenderia uma só; e contribuir para o reconhecimento 
das necessidades individuais de cada gêmeo, acelerando o processo de 
enxergar cada criança como um indivíduo. 
Há séculos se sabe que é possível uma mãe amamentar plenamente 
dois ou mais bebês, uma vez que as mamas são capazes de responder às 
demandas nutricionais das crianças. Se há duas ou mais crianças sugan-
do o peito da mãe, espera-se que ela produza leite suficiente para cada 
uma delas. O maior obstáculo à amamentação de bebês múltiplos, na 
realidade, não é a quantidade de leite que pode ser produzida, mas a 
indisponibilidade da mulher. Assim, é fundamental que as mães de par-
to múltiplo tenham suporte adicional. 
Algumas orientações, além das habituais para qualquer gestante, são 
úteis para mulheres que estão esperando gêmeos. A “preparação física” 
das mamas (estimulação de qualquer tipo dos mamilos), não mais reco-
mendada em qualquer gestação, deve ser particularmente desaconse-
lhada em gestações múltiplas, pelo risco de parto prematuro. 
É importante discutir com a gestante a necessidade de ajuda, principalmente 
após o nascimento das crianças. Ter alguém para ajudar nas tarefas de casa 
antes e após o nascimento de gêmeos não é um luxo, mas uma necessidade. 
86
Mães que já vivenciaram a experiência de ter gêmeos sugerem que as 
mulheres, na gestação, estabeleçam como meta inicial para a duração da 
amamentação das suas crianças pelo menos seis semanas, tempo míni-
mo necessário para que a mulher se recupere do parto e que todas as 
pessoas envolvidas aprendam e se adaptem à situação especial que é 
amamentar duas ou mais crianças. O período de “aprendizagem” compre-
ensivelmente é maior na amamentação de gêmeos quando comparado 
ao de recém-nascidos únicos. Após o período estipulado (que pode ser 
maior ou menor) a situação deve ser reavaliada e nova meta estipulada. 
O melhor momento de iniciar o aleitamento materno de gêmeos é logo 
após o nascimento, sempre que possível. Se um ou mais bebês não está 
em condições de ser amamentado, a mulher deve iniciar a extração 
manual ou com bomba de sucção o mais precocemente possível. 
Por mais difícil que possa ser, é muito importante que as crianças sejam 
amamentadas em livre demanda. Somente haverá produção de leite 
suficiente para cada uma das crianças se a mãe amamentar (ou retirar 
leite) com frequência e em livre demanda. No caso de extração do lei-
te, desenvolver uma rotina que mimetize as mamadas dos bebês é útil. 
Para isso, é necessário fazer o esvaziamento das mamas no mínimo 8 a 
9 vezes ao dia, totalizando 100 a 120 minutos. 
Coordenar as mamadas de duas ou mais crianças pode parecer uma 
tarefa quase impossível, mas após um período de aprendizagem (que 
pode durar meses), muitas mulheres surpreendem-se com sua extraor-
dinária capacidade de adaptação. Mães de gêmeos tendem a usar uma 
das seguintes variações para amamentar os seus bebês: 
• Alternância de bebês e mamas em cada mamada. Dessa maneira, se o bebê “A” 
começou a mamar na mama direita em uma mamada, na próxima ele deverá 
iniciá-la na mama esquerda, independentemente se os bebês mamarem em 
uma só mama ou nas duas. Uma variação desse método é oferecer o peito 
mais cheio ao primeiro bebê que mostrar interesse em mamar. A alternância 
de bebês e mamas em cada mamada é muito utilizada nas primeiras semanas 
após o parto, especialmente se um dos bebês tem sucção menos eficiente ou 
quando um ou mais bebês querem mamar nas duas mamas. 
• Alternância de bebês e mamas a cada 24 horas. Nesse caso, o bebê “A” inicia 
todas as mamadas do dia em uma determinada mama e, no dia seguinte, 
inicia as mamadas na outra mama. Muitas mães gostam desse método por 
acharem mais fácil lembrar quem mamou, onde e quando. 
• Escolha de uma mama específica para cada bebê. Nessa circunstância, cada 
mama se adapta às necessidades de cada bebê. Porém, pode haver diferença 
no tamanho das mamas, diminuição da produção leite se uma das crianças não 
sugar eficientemente e recusa dos bebês em mamar na mama do “outro” em 
caso de necessidade. Se a mãe opta por essa modalidade, então recomenda-se 
87
que ela alterne posições de vez em quando para que os olhos da criança ao 
mamar recebam estímulos semelhantes ao se ela mamasse nas duas mamas. 
A amamentação simultânea, ou seja, a amamentação de dois bebês 
ao mesmo tempo economiza tempo e permite satisfazer as demandas 
dos bebês imediatamente. Além disso, há evidências de que a mulher 
produz mais leite quando amamenta simultaneamente dois bebês. No 
entanto, algumas mães (ou bebês) só se sentem prontas para praticar 
amamentação simultânea algumas semanas depois do parto, após con-
seguir manejar algumas dificuldades iniciais, tais como problemas de 
posicionamento e técnica. 
Há basicamente três posições para a amamentação simultânea: tradicio-
nal, jogador de futebol americano e combinação de ambas. 
Na posição tradicional, a mãe apoia a cabeça de cada criança no ante-
braço do mesmo lado da mama a ser oferecida e os corpos dos bebês 
ficam curvados sobre a mãe, com as nádegas firmemente apoiadas. 
Uma variante dessa posição é a do cavaleiro, ou seja, as crianças ficam 
sentadas nas pernas da mãe, de frente para ela. 
Na posição de jogador de futebol americano as crianças ficam apoia-
das no braço do mesmo lado da mama a ser oferecida, com a mão da 
mãe apoiando as cabeças das crianças e os corpos mantidos na lateral, 
abaixo das axilas. 
A mãe pode amamentar uma das crianças na posição tradicional e a outra 
na posição de jogador de futebol americano (posições combinadas).
Principalmente nos primeiros dias ou semanas, a mãe pode precisar de 
uma pessoa para lhe ajudar no posicionamento adequado das crian-
ças. Assim, essa pessoa deve receber orientação prévia e periódica da 
equipe de profissionais. 
Toda criança experimenta períodos de aceleração do crescimento, o que 
se manifesta por um aumento da demanda por leite. Esse período, que 
dura de 2 a 3 dias, pode ser mais prolongado em gêmeos. Muitas vezes, 
as mães de gêmeos, ao vivenciarem essa situação, pensam que não 
estão sendo capazes de produzir leite suficiente para os bebês e tendem 
a suplementar com outros leites. Esses períodos podem ser antecipa-
dos, diminuindo a ansiedade das mães e preparando-as para uma maior 
demanda, o que pode significar ajuda e apoio extras. Em geral, ocorrem 
três episódios de aceleração do crescimento antes dos 4 meses: o pri-
meiro entre 10 e 14 dias de vida, outro entre 4 e 6 semanas e um terceiro 
em torno dos 3 meses. Bebês prematuros podem experimentar vários 
períodos de aceleração do crescimento nos primeiros meses. 
88
Pode-se sugerir que a mãe ou outra pessoa anote as mamadas e o núme-
ro de fraldas molhadas e sujas de cada criança. Isso pode ajudar a mãe 
a verificar se a criança está recebendo leite suficiente. 
Amamentar plenamente um dos bebês e dar exclusivamente leite artifi-
cial ao outro deve ser evitado. Tal atitude pode contribuir para diferen-
ças de sentimentos maternos com relação aos seus filhos. Quando um 
dos filhos não puder ser amamentado, por alguma condição que impos-
sibilite o aleitamento materno, a mãe deve ser orientada a aumentar o 
contato físico com essa criança; pode-se recomendar o Método Canguru, 
independentemente da idade gestacional da criança. 
Em resumo, é possível e desejável a amamentação plena de múltiplas 
crianças.Para isso a mãe deve estar preparada e receber auxílio adicio-
nal. O profissional de saúde pode auxiliar a mãe nessa tarefa, aconselhan-
do-a desde o pré-natal até o desmame. Saber ouvir, entender, ser empá-
tico, oferecer orientações úteis e, sobretudo, respeitar as opções das 
mães são condições indispensáveis para o sucesso do aconselhamento.
Fonte: Brasil (2015, p. 70-73).
AMAMENTAÇÃO DE DUAS CRIANÇAS COM IDADES DIFERENTES
De uma maneira geral, não há necessidade de a mulher interromper a 
amamentação de um filho quando nasce um irmãozinho. Ela é capaz de 
satisfazer as necessidades de ambas as crianças. Se for o desejo da mãe 
e da criança manter a amamentação após o nascimento de um outro 
filho, a mulher poderá fazê-lo, desde que não prejudique o recém-nasci-
do, que deve ter sempre a preferência para mamar.
AMAMENTAÇÃO DE CRIANÇAS COM MALFORMAÇÕES OROFACIAIS
É importante que as crianças com malformações orais sejam amamen-
tadas, porque o aleitamento materno diminui as infecções do ouvido 
médio e reduz a inflamação da mucosa nasal causada por refluxo do leite, 
comum nessas crianças. A amamentação também promove o equilíbrio 
da musculatura orofacial, favorecendo o adequado desenvolvimento das 
estruturas do sistema motor-oral, que estão afetadas nessas crianças. 
Mãe, bebê e família necessitam de auxílio para que a amamentação seja 
bem sucedida, tanto com relação à técnica da amamentação quanto a 
aspectos emocionais, pois a aparência da criança pode resultar em sen-
timentos de culpa, vergonha e frustração, acarretando consequências 
emocionais, comportamentais e cognitivas. As incertezas da mãe quanto 
a sua capacidade de cuidar do filho com dificuldades também podem 
89
afetar o vínculo com o bebê. O aleitamento materno favorece maior con-
tato entre mãe e filho, colaborando para estreitar o vínculo entre ambos. 
É comum as crianças com malformações de mandíbula, nariz e boca 
apresentarem dificuldades para amamentar. Crianças com fissuras que 
não envolvem o palato têm um grau de dificuldade menor para mamar 
que as que possuem fissura palatal. A criança com fissura labial que 
envolve narinas e arcada dentária tem dificuldade de realizar a pega do 
mamilo e aréola, além da possibilidade de ter refluxo de leite para as 
narinas. As fendas labiais bilaterais são responsáveis pela perda de con-
tinuidade do músculo orbicular dos lábios, comprometendo o vedamen-
to anterior durante a amamentação. A fissura somente palatal, também 
chamada de “goela de lobo”, pode envolver o palato duro, o palato mole 
ou ambos. As fissuras posteriores pequenas muitas vezes não causam 
problemas para a amamentação, podendo passar despercebidas por 
vários dias. Já nas fissuras palatais mais extensas, a língua não encontra 
apoio para compressão do mamilo e da aréola, limitando a compressão 
dos seios lactíferos para extração do leite, dificultando a amamentação. 
As principais dificuldades na amamentação relatadas pelas mães de 
bebês com malformações orofaciais são: sucção fraca, dificuldade de 
pega, refluxo de leite pelas narinas, engasgos do bebê, ganho de peso 
insuficiente, pouco leite, ingurgitamento mamário e trauma mamilar. 
Tais dificuldades podem ser minimizadas com a expressão manual do 
leite para amaciar mamilo e aréola; oclusão da fenda com o dedo da 
mãe, durante a mamada; aplicação de compressas mornas nas mamas 
para facilitar a saída do leite; posicionamento do mamilo em direção ao 
lado oposto à fenda; e utilização da posição semi-sentada para o bebê, 
para evitar refluxo de leite pelas narinas. 
Na presença de fissuras labiopalatais, a dupla mãe/bebê necessita de 
orientação constante e de muito apoio por parte de equipe multipro-
fissional especializada. Quando a malformação é identificada durante 
a gestação, a equipe pode iniciar precocemente a orientação aos pais. 
Quando a mãe recebe apoio efetivo nos primeiros dias de vida, a dura-
ção da amamentação da criança com fenda labial é a mesma do que a 
das crianças sem esse tipo de malformação.
Fonte: Brasil (2015, p. 73-74).
AMAMENTAÇÃO DE CRIANÇAS PORTADORAS DE DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS
Crianças que sofreram asfixia perinatal grave, portadoras de síndromes 
genéticas, com diversos tipos de infecções congênitas e com malfor-
mações do sistema nervoso central podem ter distúrbios neurológicos. 
Frequentemente elas não têm coordenação motora-oral, dificuldades 
90
na deglutição e na sucção, na coordenação de ambas com a respiração, 
refluxo gastroesofágico, além de eventualmente não aceitarem a ali-
mentação, com risco de se desnutrirem. 
Quando a criança não tem condições de sugar a mama ou tem sucção 
fraca, a mãe deve ser orientada a realizar a extração manual ou por bom-
ba com frequência e oferecer o leite extraído, além de estimular a região 
perioral da criança e incentivar a sucção introduzindo o dedo mínimo na 
sua cavidade oral. Se a criança estabelecer coordenação entre sucção, 
deglutição e respiração, a mãe pode oferecer cuidadosamente o seio, 
com supervisão profissional. 
A hipotonia característica das crianças portadoras de síndrome de Down 
costuma ser um dos fatores que dificultam o aleitamento materno. 
Assim como nos diferentes distúrbios neurológicos, o acompanhamento 
cuidadoso da dupla mãe/bebê por equipe multiprofissional, somado a 
orientações adequadas e ajuda efetiva favorece o estabelecimento e a 
manutenção do aleitamento materno.
Fonte: Brasil (2015, p. 74).
AMAMENTAÇÃO DE CRIANÇA COM REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Uma das manifestações gastrointestinais mais comuns na infância é o 
refluxo gastroesofágico. Muitas vezes essa condição resolve-se espon-
taneamente com a maturação do mecanismo de funcionamento do 
esfíncter esofágico inferior, nos primeiros meses de vida. Nas crianças 
amamentadas no peito, os efeitos do refluxo gastroesofágico costumam 
ser mais brandos que nas alimentadas com leite não humano, devido à 
posição supina do bebê para mamar e aos vigorosos movimentos peris-
tálticos da língua durante a sucção. Os episódios de regurgitação são 
mais frequentes em lactentes com aleitamento artificial quando compa-
rados a bebês amamentados no peito (GIOVANNI, 2000).
Assim, é recomendado que a criança com refluxo gastroesofágico rece-
ba aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses e comple-
mentado até os dois anos ou mais.
Fonte: Brasil (2015, p. 74-75).
91
Ao receber alta da maternidade, Juliana e Fernando estão preparados 
e seguros para voltar para casa com Alice. A permanência em 
alojamento conjunto deu a oportunidade a Juliana e Fernando 
de aprenderem muitas coisas sobre o comportamento de Alice, 
como satisfazer as suas necessidades, quais os cuidados que ela 
necessita e como amamentá-la.
A maternidade onde Alice nasceu cumpre o determinado pela 
Portaria nº 2.068, de 2016, que institui diretrizes para a organização 
da atenção integral e humanizada à mulher e ao recém-nascido no 
Alojamento Conjunto, atendendo os critérios de alta da puérpera e 
do recém-nascido. 
AULA 7 - PREPARANDO A MÃE E O BEBÊ PARA A 
AMAMENTAÇÃO APÓS A ALTA
Esta aula tem por objetivo ajudar o profissional a preparar a família e seu 
bebê para a alta da maternidade.
Vamos retomar nosso caso de estudo? 
92
COM RELAÇÃO À PUÉRPERA: 
• Sem intercorrências mamárias como fissura, escoriações, ingurgitamento ou 
sinais de mastite, e orientada nas práticas de massagem circular e retirada 
do leite materno;
• Bem orientada para continuidade dos cuidados em ambiente domiciliar e 
referenciada para Unidade Básica de Saúde;
• Estabelecimento do vínculo entre mãe e bebê.
COM RELAÇÃO AO RECÉM-NASCIDO: 
• Com sucção ao seio, com pega e posicionamento adequados, com boa 
coordenação sucção/deglutição, salvo em situações em que há restrições ao 
aleitamento materno.
• Em uso de substituto do leite humano/fórmula láctea para situações em 
que a amamentação é contraindicada de acordo com atualização OMS/2009 
“Razões médicas aceitáveis para uso de substitutos do leite materno” 
(http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/69938/WHO_FCH_

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