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Principais alterações em Ginecologia Habilidades III Profa. Mirian Hoeschl 13 de abril 2022 Colpocitologia oncótica O que é? • Exame periódico, cuja finalidade é o rastreamento do câncer de colo uterino . • Também chamado de Preventivo, Citologia oncótica, ou Papanicolau. Quem deve realizar? • Mulheres sexualmente ativas • Com 25 anos ou mais e até os 64 anos (MS/INCA) • Depois de 2 exames anuais consecutivos normais, um exame a cada três anos. Colpocitologia oncótica • A incidência do câncer invasor do colo do útero em mulheres até 24 anos é muito baixa e o rastreamento é menos eficiente para detectá-lo • os riscos do rastreamento indiscriminado em mulheres até 24 anos superam os possíveis benefícios. • Já em mulheres mais maduras, mesmo em países com população de alta longevidade, não há dados objetivos de que o rastreamento seja efetivo após 65 anos Colpocitologia oncótica Resultados possíveis: Normal • Deve apresentar células escamosas, glandulares e metaplásicas. Atipias • Em células escamosas • Em cél. Glandulares • Ambas Severidade • Indeterminadas • Baixo grau • Alto grau • Micro-invasora • Invasoras De acordo com a alteração: 01 - Normal 02 – Atipias • Seguimento a depender da idade da paciente • Intervalos variam com o tipo de atipia e atualmente, • Se o teste de HPV for positivo e a depender de qual tipo de HPV Coleta de citologia Video Situações possíveis • Gestantes: não há contraindicação para realização do exames • Menopausa: rastreamento de acordo com as orientações para as outras mulheres • Mulheres sem VSA; não devem ser rastreadas Resultados possíveis • Resultado citológico normal, alterações benignas e queixas ginecológicas • Alterações celulares benignas (reativas ou reparativas) ou metaplasia escamosa imatura ou indicando reparação • Inflamação sem identificação de agente: RASTREAR ESPECIFICOS • Resultado citológico indicando alterações decorrentes de radiação ou quimioterapia • Achados microbiológicos: lactobacilos = normal • Citologia com células endometriais normais fora do período menstrual ou após a menopausa • Situações especiais: de acordo com a descrição do exame Exames com alterações: Severidade •Cada grau de severidade requer um tratamento específico bem como intervalos específicos de seguimento. •Também é importante levar em consideração a idade da mulher e seu desejo reprodutivo Referência Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Brasil Sumário Executivo para a Atenção Básica Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle de Câncer http://controlecancer.bvs.br/ Principais alterações em Ginecologia Corrimento vaginal Habilidades III (Teams) Profa. Mirian Hoeschl 22 set 2021 Corrimento vaginal/ leucorréia Secreção vaginal fisiológica x corrimento patológico/ infeccioso Composição: • de secreções vulvares das glândulas sebáceas, de Bartholin e Skene; • transudato da parede vaginal; • células vaginais e cervicais esfoliadas; • líquidos endometriais; • Micro-organismos e seus produtos metabólicos Odor característico: levemente ácido, pelos lactobacilos/ iogurte! Geralmente, sem sintomas Corrimento vaginal/ leucorréia • Flora predominante são lactobacilos , aeróbica • os micro-organismo produzem ácido lático e peróxido de hidrogênio que inibem o crescimento de bactérias oportunistas • produz leucócitos inibidores da protease que protegem a parede vaginal de agentes inflamatórios e infecciosos • Varia em aspecto, quantidade e fluidez de acordo com o ciclo menstrual • pH 4 a 4,5 • Consistência flocular, cor branca, acumula-se no fundo de saco posterior Corrimento vaginal/ leucorréia • Corrimento patológico: pode ser devido a várias etiologias • Vagina: • Vaginite ou Colpite • Vaginose: ocorre predomínio de anaeróbicas; favorece complicações obstétricas, DIP, etc • Cervicite: alterações em colo uterino Principais agentes • Secreções patológicas: causadas pelos seguintes micro-organismos • Gardnerella • Trichomonas • Candidíase • Neisseria • Chlamydia Vaginose É uma mudança na flora vaginal, as quais são caracterizadas por um desequilíbrio polibacteriano, ocorrendo significativa redução dos Lactobacillus spp. e elevação do pH (maior que 4,5), sendo que esta flora que era dominante é substituída por outra, que inclui Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis e espécies de Mobiluncus e Bacteroides • Diagnóstico • KOH 10%: teste de aminas produzindo odor (peixe podre) Vaginose Tratamento: ü Objetivo: inibir os anaeróbios e não os lactobacilos ü Indicação: toda mulher não grávida sintomática e todas grávidas ü Tratamento do parceiro: não é recomendado pois não altera a resposta e não reduz recorrência ü O uso de creme vaginal de metronidazol é tão efetivo quanto o oral, tendo a vantagem de ausência de efeitos colaterais Tricomonas Protozoário flagelado causador da tricomoníase, que constitui uma IST cosmopolita incidente em proporções elevadas em mulheres adultas. Pode ser oligossintomática em homens É transmitido durante o ato sexual e através de fômites, já que o protozoário pode sobreviver durante horas em uma gota de secreção vaginal ou na água • pH maior que 5 • Exame a fresco: Trichomonas móveis e numerosos leucócitos • A cultura é o método mais específico mas de pouco valor prático (exceto em homens) Tricomonas Tratamento: • Tinidazol: 2 g VO em dose única; secnidazol 2 g dose única, outros.... • O parceiro deve ser tratado • É necessário abstinência sexual durante o tratamento • Rastreio de outras IST’s • Tratar gestante e puérperas em aleitamento: suspender por 24 h Principais alterações em Ginecologia Habilidades III Profa. Mirian Hoeschl 22 de set 2021 •SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal (SUD) Definição: • Agudo ou crônico • Proveniente do corpo uterino, com alterações na regularidade, no volume, na frequência ou duração, em mulheres não grávidas. • Repercussões: qualidade de vida, sexualidade, cólicas menstruais, anemia ferropriva • Abordagem: depende da idade da mulher, da prole, das causas Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal Condutas: • Baseadas no sistema PALM-COEIN (FIGO/2011) • Excluir gestação, e anamnese detalhada: coagulopatia, fatores de risco para câncer de endométrio, medicações em uso, doenças concomitantes, além do exame físico completo > SOP, resistência a insulina, patologias da tireoide, petéquias, equimoses, lesões vaginais ou em colo uterino. • Complementar: HC, ferritina, e ecografia pélvica Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal •Classificação do sangramento •para tomada de decisões Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal Tratamento de causas estruturais(PALM): • Pólipo: retirada ambulatorialmente (< 0,5 mm) ou por vídeo-histeroscopia • Adenomiose • (Leio) Miomas • Malignas Polipos Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal •Tratamento de causas estruturais(PALM):• (Leio) Miomas: tumor sólido benigno, geralmente aumenta de tamanho • Depende do número de miomas • Da gravidade do sangramento • Do volume uterino • Do estado geral da paciente • Do desejo de fertilidade • SEMPRE cirúrgico mesmo com desejo de manter a fertilidade! MIOMAS Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal •Tratamento de causas estruturais(PALM): • Adenomiose: • É causa frequente de sangramento uterino anormal acompanhado de dor (dismenorreia) • Ocorre a invasão do miométrio por endométrio • Tratamento: • hormonal qualquer via (oral, Mirena). É importante suspender o ciclo menstrual • Ou tto. definitivo – cirurgia de retirada do útero Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal Tratamento de causas estruturais (PALM): • Maligna Ø Mais frequente em pacientes por volta dos 60 anos, mas pode ocorrerem jovens com 40 anos ou menos Ø É causa frequente em pacientes de risco para câncer de endométrio Ø Obesidade Ø Diabete ou intolerância a glicose Ø Hipertensão Ø Tratamento para câncer de mama com tamoxifeno ou similares Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal •Tratamento de causas estruturais(PALM): • Maligna • Tratamento depende da gravidade do quadro • Pode ser histerectomia simples • Histerectomia com RXT / QT Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal Tratamento de causas NÃO estruturais(COEIN): Ø Hormonais, anovulação, disfunção endometrial, iatrogênicas, secundário e outras não identificadas Ø Várias possibilidades de tratamento: crônico v Hormonal v Não-hormonal ü Antifibrinolíticos ü Anti-inflamatórios não hormonais v Cirúrgico ü Ablação endometrial ü Histerectomia Ø Sangramento agudo: atendimento em pronto socorro Principais alterações em Ginecologia Sangramento uterino anormal •Referência: Sangramento uterino anormal, Recomendações da FEBRASGO, 2017. Principais alterações em Ginecologia ENDOMETRIOSE HA III PROF. MIRIAN HOESCHL 22 SET 2021 Protocolos FEBRASGO, N. 32 – 2018 Podgaec S, Caraça DB, Lobel A, Bellelis P, Lasmar BP, Lino CA, et al. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia, no. 32/ Comissão Nacional Especializada em Endometriose). DEFINIÇÃO • Doença crônica, benigna, estrogênio-dependente, multifatorial que acomete mulheres na idade reprodutiva. • Presença de tecido endometrial semelhante a estroma endometrial fora do útero Processo finalamatório em trompa DIPA??? Endometriose?? É uma causa de infertilidade Endometriose: fisiopatologia FISIOPATOLOGIA: ØTeoria de Sampson – menstruação retrógrada (90% das mulheres apresentam sangue peritoneal no período menstrual, mas somente 10% tem endometriose) Ø Fatores imunológicos Ø Metaplasia celômica ØTeoria genética: predisposição frente a intercorrências( fat. Inflamatórios, hormonais, estresse oxidativo, etc) Endometriose: quadro clínico QUADRO CLINICO: Ø Diagnóstico pode levar anos Ø Dismenorreia, dispareunia profunda, alterações intestinais cíclicas, dor anal, distensão abdominal, disquezia, , disúria, hematúria, polaciúria, e infertilidade, entre muitos sinais e sintomas. DIAGNÓSTICO: Ø Suspeita clínica Diagnóstico • Ecografia transvaginal e/ou pélvica com preparo do intestino • Ressonância magnética com protocolos especializados e por profissionais com experiência na realização dos exames • Devem ser avaliados útero, região retro e paracervical, fórnices, septo retovaginal, apêndice, ceco , ílieo terminal, rins, ureteres, bexiga, ovários, trompas e paredes pélvicas São necessários exames complementares Possibilidades de tratamento CLÍNICO: hormonal CIRÚRGICO: laparoscópico OpçõesPossibilidades de tratamento de tratamento: A opção de tratamento irá depender de vários fatores: ØIdade ØDesejo reprodutivo ØRisco cirúrgico ØGravidade das lesões ØPossibilidade de melhora com medicação antes do procedimento cirúrgico
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