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RESENHA_MORFODINAMICA PRAIAL_ UMA BREVE REVISAO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECLOGIAS – CCT 
CURSO DE GEOGRAFIA BACHARELADO 
DISCIPLINA DE OCEANOGRAFIA 
 
 
 
 
JOSÉ LUCAS MARQUES ALBUQUERQUE 
 
 
 
 
MORFODINÂMICA PRAIAL: UMA BREVE REVISÃO 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CE 
2022 
O artigo apresentado "morfodinâmica praial uma breve revisão" faz um levantamento 
da importância dos trabalhos de perfis de praia a fim de classificar os tipos de praia, suas 
características quanto à sua formação e estruturação além de ser uma via para compreensão do 
seu estado atual. Desta forma é levada em consideração os trabalhos e modelos introduzidos 
pela escola australiana de geomorfologia costeira na área da morfodinâmica aplicada ao sistema 
praial, porém adaptados há algumas praias do Sul e sudeste do Brasil. 
Os estudos da morfodinâmica praial de acordo com Wright & Short (1984) se 
caracteriza principalmente pelo estudo e observação das dinâmicas morfológicas da praia e das 
suas zonas de arrebentação, denominando essa ciência de análise como "Hidrodinâmica". Desta 
forma, a hidrodinâmica no sistema morfológico das praias é resultante das diversas interações 
que incidem na praia como também incidência de ondas (oscilações e fluxos) que agem sobre 
os sedimentos formando gradientes espaciais e temporais dentro do processo de transporte. 
Esses processos em uma perspectiva temporal introduzem modificações no padrão 
hidrodinâmico das praias, evoluindo juntamente a morfologia local. 
Como os processos praiais que irão estruturar a sua hidrodinâmica são sazonais, ou seja, 
mudam e sofrem com influências rapidamente, houve a necessidade de classificar essas 
mudanças como "estágios da praiais". Desenvolvidos pela escola australiana de morfologia 
costeira na déc.70 foram reconhecidos seis (6) estágios morfológicos distintos aliados aos 
processos de ondas e marés. 
 
I. Estado dissipativo: A zona de surf é larga, possui baixo gradiente topográfico e 
um alto estoque de areia na porção subaquosa da praia, se caracterizando pela 
ocorrência de ondas altas e elevadas tempestades e com areias de granulometria 
fina. 
II. Estado Intermediário De Banco e Calha Longitudinal: Se caracteriza por dissipar 
as ondas no banco de areia, surgindo na cava mais profunda e atingindo a face 
da praia. 
III. O Estado de Mega Cúspides: Apresenta áreas rasas nos bancos com grande 
dissipação, existe um baixo estranhamento da onda na face da praia e suas áreas 
de baías são mais inclinadas. 
IV. Estado de terraço de baixa-mar: Apresenta partes extremas mais protegidas de 
longas praias com baías moderadamente abrigadas com areia mais fina. 
V. O Estado Modal: É o estado da praia que se caracteriza pelas condições mais 
frequentes aplicadas a ela, como o tipo de arrebentação ou o tipo de sedimentos 
predominantes. 
VI. Banco e Praia Rítmicos ou de Cúspides: Apresenta feições rítmicas ondulantes 
em formas de cuspe de submarinas que em sua maioria são frequentes. 
 
O estudo desses estágios/estados de praia, bem como sua relação com os processos 
dominantes da hidrodinâmica levam a compreensão de diversos fatores que levam à formação 
dos tipos de praia, ou seja, levam a uma melhor compreensão dos processos existentes entre 
continente - praia. Um dos processos dominantes e em ampla discussão são os processos 
erosivos que por sua vez estão estreitamente interligados ao sistema de bancos arenosos. Os 
bancos arenosos são importantíssimos armazenamentos de grandes volumes sedimentos que 
desempenham um papel importantíssimo no balanço sedimentar das praias, principalmente por 
serem o principal delimitador do quão forte será a dissipação de energia de ondas na face praial. 
Contudo mesmo os bancos arenosos possuindo características universais, a sua análise 
de comportamento e ocorrência será sazonal nas condições ambientais presentes nas costas 
oceânicas. Desta forma a influência das ondas e a sua alta energia (e baixa energia) será 
primordial para a formação e feição dos bancos além da sua dinâmica sedimentar. Há também 
a possibilidade de haver múltiplos bancos e essa formação múltipla se instala nos bancos móveis 
e estáveis sendo denominados de "bancos proximais". Dadas as condições, não é possível a 
aplicabilidade dos mesmos estudos em praias múltiplos bancos pois suas características são 
bem específicas. 
Essas variações no sistema de bancos influenciam nas condições da morfodinâmica das 
praias. Essa variação levou a Davies (1964) a classificá-las em micro, meso e macro(maré), 
pois as condições sedimentológicos irão influenciar nos estados morfodinâmicos da praia além 
da sua mobilidade, incidência de ondas e correntes de maré. Short (1991) apresenta também 
uma outra classificação com base dos bancos e dos multibancos arenosos. 
 
Grupo I: Ocorre em ambientes de alta energia dominados por ondas apresentando praias 
de gradiente relativamente íngreme de perfil côncavo e superfície plana sem presença 
de ondulações arenosas ou bancos. 
Grupo II: Consiste no sistema de multibancos de baixo Gradiente intermaré que ocorre 
em ambientes de energia mais baixas expostos à atuação frequente de ondas. 
Grupo III: Ocorrem em ambientes de transição entre praias e planícies de maré. Se 
caracterizam por ondas baixas com a face praial composta de sedimentos relativamente 
grossos. 
 
Todos esses trabalhos foram importantíssimos para que a partir de 1991 os trabalhos 
morfodinâmicos fosse aplicado no sul do Brasil em praias retilíneas e completamente expostas 
aos processos destacados anteriormente. Os levantamentos foram efetuados na praia de Imbé 
no litoral Norte do Rio grande do Sul por Toldo (1993) e no litoral do Rio de janeiro (sudeste) 
por Muehe & Döbereiner (1977), Muehe (1979), Muehe & Corrêa (1989), Albino & Muehe 
(1991) e Muehe & Albino (1992). A utilização desses conceitos e a aplicabilidade no sistema 
praial se torna importante para o acompanhamento dos ciclos de erosão e deposição, além da 
análise da variação morfológica, aumentando não só consideravelmente o grau de sucesso na 
aplicabilidade das atividades no sistema praial, além de contribuir para o gerenciamento 
costeiro.

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