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Aula 04 - Regime Jurídico Administrativo e Princípios Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Regime Jurídico Administrativo e Princípios Administrativo 
Professora: Maria Joana 
 Regime Jurídico Administrativo
Regime jurídico: é o conjunto de regras que disciplina um instituto.
Regime jurídico administrativo: é o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que não se encontram nas relações entre particulares. (Maria Sylvia Di Pietro).
“as normas do direito administrativo caracterizam-se, em face das do direito privado, seja porque conferem à Administração prerrogativas sem equivalente nas relações privadas, seja porque impõem à sua liberdade de ação sujeições mais estritas do que aquelas a que estão submetidos os particulares”. (Rivero, 1973:35).
O regime jurídico administrativo foi construído a partir de dois grandes princípios: Supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. 
Decorre do regime democrático e do sistema representativo.
Fundamenta as prerrogativas e os poderes especiais da Administração Pública.
Quando ocorrer conflito entre o interesse público e o interesse privado há de prevalecer o interesse público. 
Está presente em todos os atos administrativos dotados de imperatividade, em que sejam impostas unilateralmente, obrigações para o administrado, ou em que seja restringido ou condicionado o exercício de atividades ou de direitos dos particulares. Ex: atos de poder de policia administrativa, desapropriação, requisição de bens particulares, etc. 
 Princípio da Supremacia do Interesse Público 
Limita a atuação da Administração Pública.
Decorre do fato de que a administração não é proprietária da coisa pública, do patrimônio público, mas mera gestora de coisa alheia, uma vez que o proprietário é o povo. 
Só a lei, por ser a expressão da vontade geral do titular da coisa pública “o povo”, é apta a estabelecer o que seja interesse público, e se for o caso, dele dispor. 
É vedado ao administrador qualquer ato que implique renuncia a direitos da administração ou que injustificadamente onere a sociedade.
 
 Princípio da indisponibilidade do Interesse Público
 Princípios Administrativos
	“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”
Princípios Constitucionais Explícitos ou Expressos 
Legalidade
Impessoalidade 
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Principio da legalidade
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, da CF). 
Principio da Legalidade significa para a Administração Pública que está só pode fazer o que a lei permite (Hely Lopes Meirelles).
O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois qualquer ato da Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder.
Exceções:
Medidas provisórias: são atos com força de lei, mas o administrado só se submeterá ao previsto em medida provisória se elas forem editadas dentro dos parâmetros constitucionais, ou seja, se presentes os requisitos da relevância e da urgência. 
Estado de sítio e estado de defesa: são momentos de anormalidade institucional. Representam restrições ao princípio da legalidade porque são instituídos por um decreto presidencial que poderá obrigar a fazer ou deixar de fazer mesmo não sendo lei.
 
 Principio da Impessoalidade
Dupla interpretação (segundo Maria Sylvia Di Pietro)
Em relação aos administrados – relaciona-se com a finalidade publica.
A Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, ou seja, a Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade, pois a atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF
Em relação a Administração – os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário ou a autoridade, mas ao órgão ou entidade administrativa, ou seja, as realizações governamentais não são do agente, mas da entidade publica que a produziu.
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos devem ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” (art. 37, § 1º, da CF).
 
Princípio da moralidade
Moral jurídica - “é o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração, assim o agente administrativo deve saber distinguir o bem do mal, o honesto do desonesto, e ao atuar não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta, não podendo decidir apenas se o ato é legal ou ilegal, justo ou injusto, conveniente ou inconveniente, mas também se é honesto ou desonesto.” (Hely Lopes Meirelles, segundo Mauricio Hauriou).
Normas consagradoras: 
Lei 9.784/ 99 – regulamenta o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.
Lei 8.429/92 - dispõe que todo aquele que objetivar algum tipo de vantagem patrimonial indevida, em razão de cargo, mandato, emprego ou função que exerce, estará praticando ato de improbidade administrativa. São exemplos: usar bens e equipamentos públicos com finalidade particular; intermediar liberação de verbas; estabelecer contratação direta quando a lei manda licitar; vender bem público abaixo do valor de mercado; adquirir bens acima do valor de mercado (superfaturamento).
Instrumentos para combater atos de improbidade: Ação Popular, art. 5.º, LXXIII, da CF e Ação Civil Pública, Lei n. 7347/85, art. 1.º, desde que neste caso o interesse seja difuso.
Sanções aplicáveis (art.37, § 4.º, da CF): suspensão dos direitos políticos; perda da função pública; indisponibilidade dos bens; ressarcimento ao erário.
Principio da Publicidade
A Publicidade possui dois aspectos: 
Exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia do ato;
Exigência de transparência da atuação administrativa. 
Definição: Indica que os Atos Administrativos merecem a mais ampla divulgação possível entre os administrados, isso porque constitui fundamento do principio propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos (José dos Santos Carvalho Filho).
Direito dos administrados à informação: Art. 5º da CF
	 XIV: “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário o exercício profissional”
 	XXXIII: “Todos tem direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse pessoal, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
Habeas data e mandado de segurança	
Principio da Eficiência
Emenda constitucional 19/98 
Definição: aquele que exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento. (Hely Lopes Meirelles) 
Noção de Administração Gerencial – propõe que a Administração Pública se aproxime o mais possível da administração das empresas do setor privado.
Segundo Maria Sylvia Di Pietro esse principio possui dois aspectos:
 1) pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente – do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para alcançar melhores resultados;
 2) e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Publica, também em busca de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos. 
Princípio da Autotutela
Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade
Princípio da Continuidade
do Serviço Público 
Princípio da Segurança Jurídica
(ver art. 2º da lei 9784/99)
Princípios Normativos ou 
Reconhecidos
O principio da autotutela possibilita à Administração Pública controlar seus próprios atos, apreciando-os quanto a legalidade ou quanto ao mérito
 1) Legalidade, em relação aos quais a Administração, de oficio, procede à revisão de atos ilegais;
 2) Mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e a oportunidade de sua manutenção ou desfazimento, podendo revoga-los se assim entender.
Sumulas do STF:
n.º 346: a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
n.º 473: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Previsão legislativa: Art. 53 da Lei 9784/99
 
 
 Princípio da Autotutela
Decorre do fato de que os serviços públicos são no interesse da coletividade, por este motivo sua prestação deve ser adequada, não podendo sofrer interrupções. 
Sua observância é obrigatória não só para toda a administração pública, mas também para os particulares que sejam incumbidos da prestação de serviços públicos sob regime de delegação. 
Exemplos de aplicação: 
Direito a greve no serviço público/ Manutenção do atendimento das necessidades inadiáveis - CF, art.9º, § 1º. 
	“A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.”
 Inoponibilidade da Exceção de contrato não cumprido nos contratos realizados com a Administração Pública (exceptio non adimpleti contractus).
	
 Principio da Continuidade
dos Serviços públicos
Tentativa de impor limites à discricionariedade administrativa.
Um ato que feri a razoabilidade e a proporcionalidade é um ato ilegítimo, e portanto, nulo. 
Principio da razoabilidade: Adequação e Necessidade = é necessário que os meios empregados pela Administração sejam adequados à consecução do fim almejado e que sua utilização, especialmente quando se trata de medida punitiva seja realmente necessária. 
Principio da proporcionalidade – fundamenta-se na proibição do excesso de poder - significa que quando o Poder Publico intervém nas atividades sob seu controle, deve atuar porque a situação reclama realmente a intervenção, e esta deve processar-se com equilíbrio, sem excessos e proporcionalmente ao fim a ser atingido. Uma infração leve deve sofrer uma punição branda; a uma falta grave deve corresponder uma sanção severa. 
Lei 9784/99:
	Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação ....
	Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
 	 “VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
  
Principio da Razoabilidade e da Proporcionalidade
Necessidade de estabilização das relações jurídicas.
Lei 9.784, art. 2º, § único, inciso XIII:
 Art. 2º (...)	
 “Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
	XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.”
Lei 9.784, art. 54:
	“O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.” 
 Principio da Segurança Jurídica

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