Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Parte Geral Introdução A primeira coisa a ser ponderada quando se estuda o Direito Romano nos dias de hoje seria a sua utilidade para nós. A resposta é clara: O Direito Romano foi a base da qual derivou o nosso Direito atual. Entretanto, seria só isso? É claro que não. Além do estabelecimento de uma relação com o passado, o Direito Romano se consagra pela aplicação de soluções práticas, e muito dele se manteve no atual ordenamento, em partes como a do Direito das Obrigações, de Propriedade, Família e Sucessões. Períodos do Direito Romano 1) Período Pré-‐Clássico (Arcaico) Marcado pelo rigor e formalismo, além de ser consideravelmente primitivo ainda. As funções do Estado eram limitadas ao que fosse essencial à sua sobrevivência, como guerras e regras religiosas. O Direito era baseado nos costumes dos povos, pautado na religião e aplicado pelos pontífices. Era constituído, portanto, por dois sistemas: os costumes (Iura) e as leis escritas (Legis). Deve-‐se ressaltar que data desse período a criação da Lei das 12 Tábuas, a mais importante e primeira a ser sistematizada, considerada fons omnis publici privatique iuris, ou seja, fonte de todo o direito. 2) Período Clássico Menos rigor e formalismo do período anterior, com inovações em grande parte devido ao trabalho dos magistrados e jurisconsultos que, sem modificar as regras, interpretavam as mesmas para atender as exigências dos caos práticos de maneira inovadora. É importante ressaltar as funções do pretor, que era cuidar da primeira fase do processo entre particulares, verificando alegações e fixando limites. Ele então delegava o caso a um juiz, que verificava a procedência das provas e tomava sua decisão. O pretor, como tinha um amplo poder de mando (imperium), podia dar instruções ao juiz sobre como apreciar as questões de direito, ou seja, aplicar o direito segundo sua interpretação individual. O cargo pretoriano era anual, e as diretrizes dos mesmos eram publicadas em Editos. A interpretação da regra era dever dos juristas, que adaptava as antigas e criava novas normas em uma importante atividade jurisprudencial. Os jurisconsultos davam pareceres, instruíam as partes sobre como agir e orientavam os leigos. 3) Período Pós Clássico Decadência e surgimento das compilações e codificações gerais, após uma fixação definitiva das normas vigentes. Destaque para o Imperador Justiniano. Criação do Codex (normas imperiais), Digesto (Jurisprudência), Institutas (Manual didático) e Novelas (Novas normas imperiais) e o conjunto foi batizado de Corpus Iuris Civilis. Conceito de Direito e Classificações O conceito de Norma agendi é o conceito de regra jurídica, o preceito abstrato que regula um comportamento na sociedade por meio da coercitividade atribuída pela própria sociedade, enquanto a facultas agendi é o poder de exigir um comportamento alheio. Período Pré-‐Clássico (VII -‐ II a.C.) Período Clássico (até o III d.C.) Período Pós-‐Clássico (até o VI d.C.) Direito Objetivo Norma agendi Direito Subjetivo Facultas agendi Em relação ao Direito Objetivo, o Estado interfere para que o preceito seja obedecido, determinando uma sanção para a transgressão da norma, sendo ela de nulidade (invalida o ato) ou de penalidade (punitiva) A lei que estabelece uma sanção de nulidade é chamada de lex perfecta, lei perfeita. A lei que comina numa punição sem invalidar o ato é a lex minus quam perfecta enquanto a que não gera sancão é a lex imperfecta. Já o Direito Subjetivo é o lado ativo de uma relação jurídica, e é dividido em dois grupos: os direitos reais e as obrigações. Os Direitos Reais sao direitos que conferem um poder absoluto sobre as coisas do mundo externo, sendo erga omnes, ou seja, valendo contra todos. Os direitos obrigacionais existem apenas entre o credor e o devedor. Em relação às classificações pode-‐se distinguir: A divisão primordial é a feita entre o ius civile, válido apenas para os cidadão romanos (e por isso chamado às vezes de ius quiritium) e o ius gentium, válido para todos, incluindo cidadãos e estrangeiros em Roma. Há a referência ainda ao ius naturale, com regras comuns a todos os seres vivos. O ius honorarium seria o direito elaborado pelo pretor com seu imperium, que se diferenciava do ius civile, tendo em vista que esse vinha das leis, costumes, plesbicitos, etc. Já em relação às classificações sistemáticas, pode-‐se estabelecer a diferenciação entre o ius publicum e ius privatum, direito público e direito privado, sendo que o primeiro regulava a atividade do Estado, sua relação com particularese com outros Estados e o segundo regulava os atos entre particulares. Também se diferencia o ius cogens do ius dispositivum, cogente sendo o que tem aplicação absoluta, independente de vontade das partes e o dispositivo, por sua vez, podendo ter regras postas de lado ou modificadas pela vontade, pois havia certa autonomia de vontade dos particulares. Por fim, a diferenciação do ius commune e ius singulare, diferenciando as regras que tinham aplicação igual a todas as pessoas e situações nela previstas das que eram somente aplicáveis a um determinado grupo e situações específicas. Fontes do Direito Costume – obediência constante e espontânea de determinadas normas na sociedade por longuíssimo tempo e pela vontade de todos. Principal fonte do período Arcaico. Lei – norma escrita e promulgada pelo órgão competente, deliberadas por manifestações coletivas do povo, podendo ser feito em comícios ou em plesbiscitos, dos quais só participava a plebe. Jurisprudência – pareceres dos jurisconsultos que vinculavam a decisão do juiz, a não ser que houvesse outro de igual valor (tendo em vista que o Imperador definiu os jurisconsultos que eram mais conhecidos e conferiu a eles o privilégio de dar pareceres sobre tais questões). Éditos – Pareceres emitidos pelos magistrados que ditavam como procederiam na aplicação da lei. Constituições Imperiais – atos do Imperador que tinham força de lei. Senatus-‐consulto – Decisões tomadas pelo Senado. Aplicação da Norma Jurídica A norma jurídica apresenta disposições abstratas a serem aplicadas em casos concretos. Portanto, para aplicar uma norma, precisa-‐se conhece-‐la e conhecer o fato concreto e então estabelecer o verdadeiro sentido e alcance do seu texto por meio da interpretação, seja ela teleológica, gramatical, sistemática ou histórica. Diversidade do Destinatário ius civile ius honorarium ius extraordinarium ius gentium ius naturale Órgãos que tem a função/ poder de criar normas Quando não há um preceito abstrato determinado para um caso concreto, usa-‐se a chamada analogia, que pode ser a analogia legis ou a analogia iuris, sendo que a primeira estende a aplicação da lei a fatos não previstos e a segunda cria uma nova norma com base nos princípios gerais vigentes. Na maioria dos casos, os fatos são comprovados pelos mais variados tipos de provas permitidas por lei. Porém, há dois casos em que não há a necessidade de provas, sendo aceitos fatos prováveis ou até mesmo inverídicos: • Presunção -‐ aceitação como verdadeiro de um fato provável (como é o caso do filho nascido entre 180 e 300 dias após a convivência conjugal, que é presumido como legítimo). Há a presunção simples, na qual admite-‐ se contraprova, que é o que ocorre na maioria dos casos, mas ha também a presunção absoluta (de direito), que não admite prova em contrário (como é o caso do filho nascido além de 300 dias da morte do pai, que é considerado ilegítimo). Na presunção simples, ocorre uma inversão do ônus da prova • Ficção -‐ consideração de um fato inverídico como verdadeiro ( como é o caso do cidadão romano que cai prisioneiro do inimigo e em seu poder more, e é considerado morto antes de ser capturado) Em relação á eficácia da norma em relação ao tempo, a norma jurídica entra em vigor na data de sua promulgação ou quando estiver explicitada a data em que ocorrerá o inicio da vigência. A norma admitia efeito retroativo caso o legislador quisesse, mas não afetava casos já sentenciados ou com acordo entre as partes para não ferir o direito adquirido. A regra jurídica seria aplicável a todos e não conhecê-‐la não isentava a pessoa das sanções, menos no caso de menores de 25 anos, mulheres, soldados e camponeses. A norma não produz mais efeitos quando perde a vigência, ou seja, quando acaba o prazo de vigência estipulado, por lei contrária ou pelo costume (o desuso não abolia expressamente). Sujeitos do Direito No Direito Romano, são sujeitos do direito as pessoas que podem ter relações jurídicas, ou seja, tem o direito subjetivo no sentido de poderem cobrar determinado comportamento e de serem cobrados também. No caso, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas. Pessoa Física é a pessoa natural, ou seja, o homem, com sua existência iniciada no nascimento, considerando-‐se, entretanto, ele já vivo para fins a ele vantajosos (o natimorto, ou seja, o aborto, e o monstro não eram considerados pessoas para o direito). A existência era extinta com o fim da vida, não havendo presunção ou declaração de morte por desaparecimento, nem registro civil, havendo a necessidadede prova por parte do interessado. Um homem teria Capacidade Jurídica de Gozo, ou Capacidade de Direito quando fosse apto para ser sujeito de direitos e obrigações. Hoje em dia, isso ocorre igualmente para todos os homens desde o nascimento, entretanto, no direito romano, havia algumas condições para se ter a capacidade jurídica completa. Em relação ao status libertatis, os homens poderiam ser livres os escravos, sendo que os últimos não podiam ser sujeitos de direito, e sim apenas objetos de relações jurídicas, ou seja, não podiam ter direitos, obrigações nem relações familiares. As origens da escravidão romana dentro do ius gentium remontam da guerra, sendo os inimigos capturados, escravos. Além disso, os estrangeiros de países não reconhecidos por Roma eram considerados escravos também, e o mesmo ocorria com o romano que caísse nas mãos do inimigo. Também era escravo o filho de uma escrava, independente da posição social do pai, sendo ele liberto se, em algum momento da gestação, a mãe estivesse livre. Quanto ao ius civile, as causas são as mais variadas, passando desde o flagrante de roubo até a não apresentação no exército. O escravo poderia ser liberto apenas por disposição de lei ou pelo manumissio, sendo os possíveis tipos o manumissio vindicta, que nada mais era do que a utilização do processo judicial, o manumissio censu, quando o escravo era incluso na lista do recenseamento e o manumissio testamento, no qual o desejo do dono de libertar o escravo era expresso no testamento. Por fim, há a distinção entre os estados de liberdade do ingênuo e do liberto, sendo o ingênuo o que nunca tinha sido escravo ou o Condiç ões par a a Cap acidad e Jurídic a Comp leta Status Libertatis Status Civitatis Status Familiae cidadão romano que, após perder a liberdade (capturado por estrangeiros, e.g.), a tinha de volta retroativamente (postliminium) e tendo o liberto direitos políticos limitados. Quando ao status civitatis: "Civis" -‐ cidadão romano, plena Capacidade Jurídica de Direito. Possuía: • "ius commerce" -‐ capacidade de realizar atos patrimoniais. • "ius conubii" -‐ capacidade de constituir família legalmente. • "testamenti factio" -‐ capacidade de fazer testamento e de ser herdeiro. • "ius action" -‐ capacidade de ser parte em um processo. • "ius suffragii" -‐ capacidade de votar nos comícios. • "ius honorium" -‐ capacidade de ser eleito para um cargo da magistratura. "Latinus" -‐ habitantes do Lácio, exceto de Roma. • "latinus priscus" -‐ habitantes das colônias antigas. • "latinus coloniarus" -‐ habitantes de colônias recentes. • "latinus juniarus" -‐ escravos libertos pelos modos dos "ius honorarium" "Peregrinus" -‐ estrangeiros propriamente ditos que estavam subordinados ao Império Romano. • "alicuius civitatis" -‐ regiam-‐se pelo "ius gentium", direitos comuns aos romanos e aos estrangeiros, e por suas regras próprias. Habitantes de regiões dominadas que mantinham suas cidades e suas regras jurídicas intactas. • "dediticio" -‐ estrangeiros, que por resistirem à dominação, tiveram suas cidades e suas estruturas jurídicas destruídas. Estavam sujeitos apenas ao "ius gentium". Assim, no sentido da reta a capacidade jurídica de gozo ia diminuindo cada vez mais, saindo da plena até chegar aos estrangeiros que ficavam sujeitos apenas ao ius gentium. Logo, para ter a plena capacidade jurídica de gozo, além de ser livre (ingênuo) e civil, haveria o status familiae, pelo qual teria a plena capacidade jurídica de gozos os sui iuris, ou seja, aqueles que fossem independentes do pátrio poder. A sociedade romana era baseada no poder do paterfamilias, ou seja, o ascendente masculino mais velho vivo da família. Esse era sui iuris, ou seja, detentores do próprio direito, bem como as mulheres não vinculadas a um paterfamilias (havendo nesse caso, entretanto, limitações à capacidade jurídica). Os que ainda eram vinculados ao pátrio poder eram alieni iuris e não podiam ter patrimônio próprio nem fazer o seu próprio testamento. OBS.: Além disso, o “monstro” também não tem capacidade jurídica, e há a necessidade de haver vitalidade, ou seja, o recém nascido ser viável, senão é considerado natimorto. Assim, via de regra, a situação da pessoa em relação à capacidade jurídica de gozo era definida pelos três status. Se houvesse alteração em um dos três, ocorria a chamada capitius diminuto, que poderia ser: Já em relação à Capacidade de Fato, no direito moderno as restrições dizem respeito à idade e sanidade mental apenas. No Direito Romano, para se ter capacidade de fato, ou seja, capacidade para agir em nome próprio emuma relação jurídica, dependia da idade, do sexo, da sanidade mental e da prodigalidade. Em relação à idade: Os impúberes eram mulheres menores de 12 e homens menores de 14 anos, sendo que eram considerados infantes, ou seja, totalmente incapazes se tivessem menos de 7 anos. Se fossem infantis maioris eram parcialmente capazes, ou seja, poderiam praticar atos jurídicos que não lesassem seu patrimônio e que não os prejudicassem. Os púberes tinham total capacidade de fato. As mulheres também eram relativamente incapazes, sendo capazes apenas para acoes não maximum escravidão: perde tosos os status medium naturalização ou exílio: perde status familiae e civitatis minimum adoção: perde status familiae ClassiIi cações Impúbere Infante Infantis maioris Púbere danosas ao seu patrimônio, havendo a necessidade de um tutor que representasse seus atos. Os loucos eram totalmente incapazes, e aqueles que dilapidassem seu patrimônio eram parcialmente capazes. Ambos necessitavam um curador. Objetos de Direito São todos os objetos com valor econômico que podem ser usados em relações jurídicas. Podemos dividir as res in commercio (comerciáveis) das extra commercio (que não podem ser comerciadas), sendo essas últimas: As res divini iuris eram classificadas assim por suas funções religiosas, fossem elas coisas sagradas (destinadas ao culto dos deuses superiores, como templos), religiosas (túmulos) ou santas (protegidas pelos deuses, como os muros e portões das cidades). Já a res humani iuris dizia respeito às coisas que eram colocadas fora de comercialização por fatores de natureza humana, sendo elas públicas (do Estado, como ruas, etc.) ou comuns a todos (que não poderiam ser apropriadas pelos particulares me sua totalidade por pertencerem à natureza). Há a divisão entre coisas corpóreas, que se apresentam como entidades concretas, que podem ser percebidas pelos sentidos e as não corpóreas, que só poderiam ser percebidas pelo intelecto. De fato, essa distinção servia mais para diferenciar as coisas (corpóreas) dos direitos (incorpóreos). As coisas consideradas res mancipi necessitavam um processo formal para sua alienação, ou seja, para se tornar de outra pessoa, fosse por venda, comodato, etc. Precisava de um ato de mancipatio (caso dos imóveis, escravos, animais), enquanto a alienação das res nec mancipi era feita pela traditio. A divisão entre coisa fungível e infungível é que as primeiras podem ser substituídas por outra do mesmo gênero, qualidade e quantidade (arroz, farinha, metal, etc.) enquanto as segundas não, pois são especificamente consideradas, tendo características que impedissem tal substituição (escravos, estátuas, etc.). É feita a diferenciação entre coisas divisíveis e indivisíveis, consumível e inconsumível, principal e acessória e ainda a divisão entre coisas simples, composta e coletiva. Frutos são coisas novas produzidas de maneira natural e periódica por uma outra coisa, chamada frugífera, enquanto Benfeitorias são gastos com coisas acessórias ou pertenças à coisa principal, para melhorar e aumentar a utilidade desta. Podem ser: necessárias (um telhado novo), úteis (uma pintura nova) ou voluptuária (uma piscina). Atos Jurídicos É o fato jurídico voluntário (manifestação de vontade) e lícito que gera consequências jurídicas (aquisição, modificação ou extinção de um direito). Nos Atos Materiais apesar de ser um ato voluntário, ele é desprovido de uma declaração expressa de vontade (Exemplos: construir uma casa em terreno alheio, ou descobrir um terreno em propriedade alheia). Já o Negócio Jurídico existe uma expressa declaração de vontade, dirigida a um fim prático no mundo do Direito (Exemplos: contratos, testamentos, etc.) Fato Jurídico Voluntário Lícito (A.J. Latu Sensu) Negócio Jurídico Ato Material (A.J. Strictu Sensu) Ilícito Involuntário Não-‐Jurídico res extra commercio res divini iuris sacrae religiosae sanctae res humani iuris communes omnius publicae Os atos podem ser uni ou bilaterais, formais ou informais, causais ou abstratos, inter vivos ou mortis causa e ainda onerosos e gratuitos. Todos os atos apresentam alguns elementos essenciais, no caso, uma ou mais partes, manifestação da vontade e um objeto. Além dos elementos essenciais, podem haver outros elementos naturais, ou seja, aqueles que naturalmente fazem parte do negocio, mas podem ser afastados e também os elementos acidentais, que podem ser: Esses elementos acidentais quanto à condição são elementos que faz depender de um evento futuro e incerto a ocorrência de certos efeitos. Caso seja de condição suspensiva, os efeitos ficam suspensos até o evento ocorrer propriamente,enquanto se for resolutiva, os efeitos são observados desde o inicio e cessam apenas se ocorrer o determinado evento. Os acidentais de termo fazem depender a produção de efeitos de um evento futuro e certo, ao contrario do incerto do acidental quanto à condição. Esses também podem ser suspensivos ou resolutivos. Por fim, o de modo/encargo era o elemento acidental de um ato pelo qual o autor de uma liberalidade pede ao destinatário da mesma uma ação em contrapartida. Os atos jurídicos poderiam ter vícios, ou seja, poderiam ocorrer situações em que havia a discrepância entre a vontade interna e a sua manifestação, tornando-‐se o ato nulo (sem efeito jurídico). No direito recente, há também o ato anulável (persistem efeitos anteriores e é anulado). Dentre tais vícios, os principais eram a simulação, ou seja, simular uma manifestação de vontade inexistente, sendo ela absoluta, quando é simulado um ato que nenhuma das duas partes deseja praticar, ou relativa, quando é simulado um ato mas secretamente se deseja outro. Outro vicio importante é o erro, quanto ao negocio (essência do ato; penso alugar, mas na realidade vendo), quanto a pessoa (identidade de uma das partes; comprar de não proprietário), quanto ao objeto (identidade física do objeto; compro A pensando ser B) e quanto a substancia (qualidade do objeto; compro cobre achando que é ouro). O dolo consiste em erro também, ou seja, quando uma parte usava de malicia para fazer a outra incidir em erro. O dolus bonus era aceitável, pois todo negocio jurídico requer um pouco de malicia, mas o dolus malus, a acao maliciosamente grave anulava o ato. Além disso, o direito pretoriano reconhece a coação como vicio do ato jurídico e outras fontes julgam como vicio o ato jurídico que vai contra a moral e os bons costumes. No direito romano não existia a representação, entretanto, no direito moderno ela pode ser imediata, quando o representante age imediatamente no lugar do representado, recaindo todas as consequências e obrigações ao representado e a mediata, na qual as consequências e obrigações recaem ao representante, sendo esse obrigado a prestar contas a quem ele representa. Julio César Moreira Barboza 184 -‐14 Acidentais quanto à condição Condição suspensiva Condição resolutiva Acidentais de termo Acidentais de modo/encargo
Compartilhar