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resumo avicultura

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Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
1 
Criação de Frangos de Corte - AMBIÊNCIA 
 
A escolha das edificações para criação de frangos é um problema complexo, que 
inicia com o conhecimento detalhado do clima da região e termina com o estudo 
da viabilidade econômica do modelo proposto. 
 
*** O sucesso da atividade está associados aos itens de planejamento, como 
a escolha do local para as instalações avícolas, condições climáticas (vento, 
frio, calor, umidade...), densidade da granja, altura do pé direito, tipo de 
cobertura (telhado), e o nível tecnológico dos aviários - sofisticação 
(automático, semiautomático ou manual). 
 
O estudo microclimático permite avaliar as possibilidades do emprego de 
material de construção para obtenção do ambiente desejado, onde as aves 
poderão manifestar todo o seu potencial genético. 
 
No Brasil, a maioria das instalações é aberta, o que condiciona o ambiente 
interno das instalações igual às condições externas. 
 
As adequadas instalações têm por finalidade proporcionar condições de conforto 
às aves, principalmente com relação à temperatura (entre 21 e 26 oC) e umidade 
relativa (entre 50 e 70%); abrigar as aves de chuva, vento, frio e mudanças 
climáticas; e fornecer condições ideais de manejo e alimentação. 
 
Nas condições de clima quente, sugere-se que as instalações sejam posicionadas 
com o seu eixo maior em relação leste-oeste, ou seja, a linha que representa o 
percurso diário do sol, conforme ilustrado na Figura 5. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
2 
 
Figura 5 - Posicionamento do galpão no sentido leste-oeste. 
 
O galpão deve ser construído em local alto, seco e bem ventilado, de fácil acesso 
a veículos pesados, permitir um bom isolamento, mantendo sempre certa 
distância entre as instalações para fornecer boa ventilação natural, além de estar 
suficientemente afastado de rodovias, povoamento ou setores industriais, no 
mínimo 100 m. 
 
Deve possuir rede elétrica compatível com as necessidades dos equipamentos, 
bem como água de qualidade e em quantidade suficiente para estoque de 
consumo no mínimo de três dias. 
 
Nos últimos anos têm ocorrido mudanças na avicultura, principalmente na área 
de construção de aviário, procurando dimensionar adequadamente as 
instalações, de acordo com as necessidades de cada região, para obter maior 
produção de carne por m2. 
 
O modelo padrão atual de aviário para frangos de corte tem comprimento 
variando de 100 a no máximo 200 m (antigamente variava de 50 a 100-125 m). 
 
Para melhor atingir os índices de produtividade com menor investimento, deve-
se verificar as condições ambientais vigentes na região, o tipo de material a ser 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
3 
usado na construção, o tipo e eficiência dos equipamentos e a relação 
custo/benefício. 
 
Os galpões podem ser construídos com estrutura de madeira, metálica, de 
cimento ou pré-moldada. Em volta do galpão é aconselhável deixar uma 
distância mínima de 4 m, gramado ou cimentado, para circulação. 
 
A cobertura é feita com duas águas, com ou sem laternim, dependendo da região 
e da altura do pé-direito. Pode-se utilizar telhas de cimento-amianto, barro, 
alumínio, galvanizada ou folhas de flandes com isolante térmico, com inclinação 
de 20 a 30%. 
 
As paredes frontais são fechadas até o teto, nas regiões frias, utilizando-se 
alvenaria, madeira, chapas de alumínio ou fibro-amianto e em tela ou 1/3 de 
alvenaria e 2/3 em elementos vazados, em regiões quentes. As paredes laterais 
possuem muretas de alvenaria de 25 a 30 cm de altura, sendo o restante do 
fechamento realizado com tela de 1,5 polegada. 
 
O piso pode ser de chão batido ou em concreto mais ou menos liso, ou ainda, 
com outros materiais afins com espessura de 5 cm nivelado (para suportar 
máquinas leves, recomenda-se um piso com 12 cm de espessura) e a 20 cm do 
nível do terreno, com 0,5 a 1,5% de declive no sentido das laterais do galpão, 
partindo do centro. 
 
Passeios laterais de cimento com 50% de largura do beiral e inclinação de 3% 
têm a finalidade de proteger os alicerces, o piso e as paredes contra a umidade, 
além de facilitar o trabalho de manejo da granja. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
4 
As divisões internas devem ser móveis, com altura de 1 m, e porta lateral 
correspondente com dimensões de 1,0 m x 2,10 m. 
 
A distância entre galpões deve ser em função da idade das aves. Para galpões de 
idade única, as distâncias entre os galpões devem ser de no mínimo duas vezes a 
sua largura, o que permitirá adequada luminosidade nos galpões e o trânsito de 
veículos, se necessário; entre galpões com aves de idades diferentes, as 
distâncias devem ser de no mínimo 100 m. 
 
Nos extremos do galpão, deve-se prever portões de 4,00 m de largura e 3,00 m 
de altura, o que facilita o manejo dos frangos, a entrada de caminhões para 
carregamento e a descarga ou retirada de maravalha (”cama”), e uma porta de 
entrada com 1,00 m de largura por 2,20 m de altura, principalmente para 
pessoas. 
 
É importante fazer boa drenagem em volta dos galpões, para evitar excesso de 
umidade, e construir uma fossa séptica para aves mortas, no mínimo, com 50 m 
de distância do aviário. 
 
A adoção de novas tecnologias e materiais nas construções avícolas, em 
decorrência do crescente uso de estruturas metálicas e de estruturas pré-
moldadas, bem como o uso de equipamentos automáticos, tem resultado em 
aumento no comprimento dos galpões para 125 m, o que possibilita uma melhor 
utilização, com redução de custos. 
 
O grau de sofisticação na construção de galpões, segundo a região e o material 
usado, cujo objetivo é maximizar a produção de carne por m2. 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
5 
 
CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE 
 
O desenvolvimento extraordinário da avicultura brasileira deve-se aos estudos 
nas áreas de genética, de nutrição, de manejo e de sanidade, aliadas às 
facilidades com que o setor avícola adota as novas tecnologias e as técnicas de 
manejo para obter altos índices de produtividade. 
 
A preocupação é ter um produto final de qualidade e com segurança alimentar. 
 
Na criação de frangos de corte em escala comercial, existem basicamente três 
sistemas de produção, nos quais o avicultor pode-se enquadrar: o integrado, o 
cooperado e o independente. 
 
 
O sistema de produção integrado, adotado pela maioria das empresas avícolas, 
é feito entre a empresa e o avicultor. Os objetivos básicos desse sistema são 
garantir ao avicultor rendimento definido, lote após lote, ficando livre das 
oscilações de mercado, em que às vezes, o preço de venda não cobre os custos 
de produção. Além disso, objetiva propiciar rendimento em escala em todo o 
sistema e manter o padrão de qualidade em todos os segmentos, ou seja, na 
produção de pintos (matrizes e incubatório), na produção de ração, na criação do 
frango, no abate, processamento e comercialização. 
 
 
A empresa integradora compromete-se a fornecer os pintos, a ração, os 
medicamentos e outros insumos, a assistência técnica, o transporte da ração e 
dos frangos, o abate e a comercialização. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
6 
Ao avicultor (integrado) cabe providenciar as instalações, a mão-de-obra, a 
“cama” e os equipamentos. Para sua remuneração, considera-se o índice de 
eficiência produtiva, que leva em conta a mortalidade, idade de abate, conversão 
alimentar e o peso vivo final. 
 
 
O sistema de criação cooperativo é normalmente feito entre as cooperativas e 
seus cooperados. A cooperativa fornece pintos de um dia, assistência técnica, 
ração e outros insumos e equipamentos a preço definido e recebe o frango 
também a preço definido. A própria cooperativa comercializaos frangos, e o 
lucro é dividido entre os cooperados, na proporção dos frangos entregues. 
, 
 
No sistema de produção independente, o avicultor compra os insumos, pintos 
de um dia, ração e medicamentos, cria os frangos e os vende a preço de 
mercado. Embora em determinadas épocas a rentabilidade da exploração possa 
ser maior que no sistema integrado ou cooperado, todos os riscos da atividade 
ficam por conta do produtor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
7 
 Escolha dos pintinhos 
 
A etapa inicial do processo produtivo de uma granja é a escolha dos pintinhos. 
Deve-se iniciar uma criação com um lote saudável, desde o primeiro dia de vida, 
e a qualidade dos pintos de corte é fator importante para o sucesso da criação. 
 
 
Os pintos devem ser saudáveis e livres de Mycoplasma gallisepticum, 
Mycoplasma synoviae, Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum. Devem 
ter boa imunidade para as doenças de Gumboro, Bronquite-Infecciosa e 
Newcastle. 
 
 
Características de pintinho saudável e de boa qualidade: 
- Proveniente de incubatório idôneo, com controle sanitário eficiente. 
- Ter mais de 40 g de peso e apresentar-se ativo. 
- Ter olhos brilhantes e umbigo bem cicatrizado. 
- Apresentar tamanho e cor uniforme. 
- Ter canelas brilhantes e lustrosas. 
- Apresentar plumagem seca e macia e sem emplastamento na cloaca. 
- Ser vacinado contra Marek, no incubatório. 
- Transportado em caixas desinfetadas e com forração nova. 
 
 
A distância do incubatório até a granja não deve ser maior que 500 km ou 12 
horas de viagem. As aves devem ser transportadas em veículos especiais, com 
controle de temperatura e de umidade e com ventilação. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
8 
Preparo das instalações 
 
Teoricamente, a criação de frangos de corte pode ser desenvolvida em qualquer 
parte do mundo, independentemente das condições climáticas da região. No 
entanto, na prática a complexidade e o manejo das instalações são variáveis. 
As instalações devem fornecer às aves um ambiente limpo e protegido, onde 
possam manifestar todo o seu potencial genético. Conforme mencionado, alguns 
cuidados devem ser observados ao se definirem a escolha do local e a 
construção das instalações avícolas. 
 
 
O clima é um dos mais importantes fatores a serem considerados na hora de 
projetar um galpão para frangos. 
 
 
 Limpeza e desinfecção dos galpões 
 
As instalações e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados toda vez que 
o lote for substituído. Deve-se retirar toda a matéria orgânica acumulada durante 
a criação do lote anterior e programar para que o lote seja retirado de uma só 
vez. 
 
 
Retirar os frangos, retirar a “cama”, desmontar e retirar os equipamentos, 
esvaziar, limpar os silos (retirar restos de ração) e varrer todo o galpão, 
incluindo tela, cortinas e exterior. Toda a instalação (do piso ao teto) deve ser 
cuidadosa e rigorosamente lavada e desinfetada usando sabão ou desinfetante 
para melhor remoção da sujeira acumulada. 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
9 
 
A desinfecção deve ser feita após a lavagem do galpão, sendo importante 
ressalvar que o desinfetante é ineficaz na presença de matéria orgânica. Após a 
desinfecção, deve-se deixar o galpão fechado durante 48 horas, para que a ação 
do desinfetante se mantenha por período mais amplo e de vazio sanitário, no 
mínimo de 15 dias, antes da entrada de um lote novo. 
 
 
É importante fazer o controle de roedores, a lavagem e desinfecção da caixa 
d’água e dos encanamentos (práticas que não podem ser esquecidas). Para 
melhor segurança sanitária da granja, é recomendável usar pedilúvio com 
desinfetante e restringir ao máximo as visitas às granjas. 
 
 
Em caso de visitas, os visitantes devem usar roupas apropriadas e limpas e botas 
descartáveis, pois o ser humano é o maior transmissor de doenças. Os galpões 
visitados devem seguir a seqüência dos lotes mais novos para os mais velhos. 
 
 Lavagem e desinfecção dos equipamentos 
 
Os equipamentos devem ser lavados e desinfetados a cada lote novo. Os 
desinfetantes mais usados são hipoclorito de sódio ou cálcio, formol (gás ou 
solução de formaldeído), compostos à base de amônia quaternária, glutaraldeído, 
iodo e soda cáustica. 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
10 
Cama de aviário 
 
O material utilizado como cama deve prever a redução do impacto e atrito da 
ave com o piso do aviário, funcionando como colchão protetor das lesões do 
“cochim plantar”. Deve cobrir o piso do galpão e proporcionar conforto e bem-
estar aos pintinhos, pois interfere nas condições sanitárias e no bom desempenho 
do lote. 
 
Deve-se utilizar material de boa qualidade e cobrir o chão do galpão de maneira 
uniforme, com altura variando de 5 a 15 cm, dependendo da época do ano 
(inverno/verão) e da densidade populacional (número de aves por m2). Um 
metro cúbico de “cama” é suficiente para cobrir 10 m2 de área, com altura de 10 
cm. 
 
As características e, ou, propriedades de um bom material para cama são: 
- Capacidade de absorver umidade, evitando emplastamento. 
- Liberar facilmente a umidade absorvida. 
- Ter umidade em torno de 20 a 25%. 
- Ser composta de partículas homogêneas e livre de material estranho. 
- Apresentar bom isolamento de piso (baixa condutividade térmica). 
- Ser de baixo custo. 
- Apresentar boa disponibilidade na região e estar livre de substâncias tóxicas. 
 
 
A cama deve ser manuseada constantemente, para evitar formação de plasta 
(cascão) e de umidade excessiva, principalmente perto de bebedouros. 
Recomenda-se revolver a “cama” (em horário mais fresco) para que se 
mantenha seca e fofa, e substituí-la toda, ou parte dela, sempre que necessário. 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
11 
Principais materiais usados como “cama” 
 
 Maravalha, ou serragem ou cepilho de madeira, sabugo de milho 
triturado, cascas de arroz, café e amendoim, palhas de culturas em geral, fenos 
de gramíneas e rama de mandioca. Combinar preço com a disponibilidade de 
material na região. 
 
Alguns fatores podem inviabilizar a troca da “cama” para a formação de um 
novo lote, sendo a “cama” novamente utilizada. É possível a reutilização por 
quatro a sete lotes, desde que garantida a qualidade e os aspectos sanitários. 
 
Reutilização de “cama” 
 
Para reutilização da “cama”, são necessários alguns cuidados, como verificar se 
o lote anterior estava livre de problemas sanitários e se a cama apresenta 
condições físicas para ser reutilizada. 
 
Após a retirada dos equipamentos para limpeza e desinfecção, abrir todo o 
aviário para arejamento; em seguida, retirar as partes úmidas da “cama” 
(cascão), proceder à queima das penas, sempre revolvendo a “cama”, utilizando-
se lança-chamas também nas paredes e telas do galpão. 
 
A “cama” deve ser amontoada, dentro ou fora do galpão, para facilitar a 
fermentação, reduzindo, assim, o número de microrganismos. Para a melhor 
fermentação, recomenda-se umedecer o material (35 a 40% de umidade). O 
período de amontoamento deve ser de no mínimo 15 dias (boa fermentação e 
bom vazio sanitário). 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
12 
 
Após o período de fermentação, a “cama” deve ser novamente espalhada no 
galpão, para ser reutilizada. O uso de um agente desinfetante, como a cal, 
facilita a secagem. É uma prática importante mexer várias vezes a “cama” para 
atingir 25% de umidade. 
 
IMPORTANTE: Utilizar “cama” nova nas áreas dos círculos de proteção. 
 
AVICULTURA ZOO 424 
 
FISIOLOGIA DAS AVES 
 
APARELHO DIGESTIVO - 
 
 O trato digestivo é um tubo oco e fibromuscular que vai da boca (bico) 
á cloaca, sendo o mesmo recoberto por um epitélio, que em algumaspartes, 
está especializado para secreção, digestão e absorção. 
 
 Parte da ração ingerida pelas aves precisa de diversas reações antes de 
poder ser utilizada pelo organismo. Essas reações ocorrem durante a 
passagem do alimento através do canal alimentar. 
 
Digestão: mudanças que ocorrem nos alimentos, durante sua passagem pelo 
canal alimentar, para tomar possível a absorção do nutriente através da 
parede intestinal - corrente sangüínea - células. 
 
ALIMENTO 
 
 
 
 
 
Proteínas Carboidratos Gorduras Minerais Vitaminas Água 
 
 
 Entende-se por digestão o processo pelo qual o alimento é 
progressivamente degradado por sistemas enzimáticos em moléculas 
suficientemente pequenas para que possam ser absorvidas . 
 Proteínas H2O peptídeos, aminoácidos 
 gorduras H2O ácidos graxos e glicerol 
 Carboidratos H2O açúcares simples (monossácarideos) 
 
 
Nas aves, o processo da digestão inicia-se propriamente dito após a passagem 
do bolo alimentar pelo proventrículo e termina no intestino grosso (cecos). 
 
 
A passagem do bolo alimentar pelo tubo digestivo depende do movimento 
peristáltico (peristaltísmo), que se inicia no esôfago e é desencadeado 
sucessivamente no papo, moela e intestino. 
 
 
Quando se fala em digestão, devemos lembrar que ela ocorre na moela, ID e 
cecos, mas estes órgãos são apenas ‘instalações” ou “recipientes”, porque os 
principais agentes responsáveis pela digestão , as enzimas, são produzidas 
pelo proventrículo, fígado, pâncreas, duodeno e bactérias. 
 
 
 Absorção; Os nutrientes provenientes da digestão das macro-moléculas 
são absorvidos pelas vilosidades ao longo do intestino delgado e grosso. 
 
 
Metabolismo: mudanças químicas do alimento após os processos de 
digestão e absorção. 
 
 
 O aparelho digestivo é composto por órgãos especializados para 
exercer a função de ingestão, digestão e absorção de nutrientes, presentes 
no alimento, que são necessário para a manutenção de um ser vivo. 
 
 
 
BOCA 
 
Tem a função de apreensão e ingestão do alimento 
 A deglutição é um fenômeno que ocorre na cavidade bucal. Tão logo 
o alimento é colhido pelo bico, a língua o desloca para o teto da boca par que 
a saliva o umedeça, e através de um rápido movimento é empurrado para a 
faringe e deglutido. 
 
 Presença de poucos botões gustativos ( no de 316). 
 
 Saliva contém: água, muco, anticorpos e íons orgânicos e uma 
quantidade relevante de ptialina ou amilase (digestão enzimática do amido) 
 
 
 
Esôfago e Papo 
 
 O esôfago é um segmento relativamente longo, que possui um 
divertículo, ou papo que separa as porções superiores e inferiores do 
esôfago.. 
 Apresenta glândulas mucosas que tem a função de lubrificação do 
alimento. 
 
O papo é originário da distensão da parede ventral do esôfago e possui 
um revestimento simples, permitindo o armazenamento de alimento. 
O transito do bolo alimentar pelo esôfago e papo depende também do 
movimentos peristálticos. 
 
 
Proventrículo e Moela 
 
O proventrículo é uma estrutura localizada entre o esôfago inferior e 
a moela, sendo recoberto por uma camada mucosa glandular com função 
secretora, glândulas gástricas secretoras. 
 
As aves apresentam o estômago dividido em estômago glandular 
(proventrículo) e estômago muscular (moela). 
 
O bolo alimentar caminha pelo proventrículo e é embebido pelo suco 
gástrico secretado pelas células péptico-oxinticas (semelhante às células 
principais e parientais dos mamíferos). 
 
Suco gástrico: composto de água, HCl, sais, pepepsinogenio e 
mucina. 
 
A secreção gástrica é influenciada por: 
 alimento no trato 
 controle nervoso 
 controle hormonal (gastrina, secretina e pancreozina). 
 
 
A moela é considerada um estômago muscular, responsável pela 
trituração e maceração do alimento (mastigação). 
A moela possui uma musculatura rígida e resistente a ação do HCl. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intestino Delgado 
 
É semelhante ao dos mamíferos na sua posição proximal, a qual em 
forma de “U” envolve o pâncreas (glândula secretora do suco pancreático), 
e é denominado de duodeno. 
 
Os segmentos seguintes não têm divisão nítida, assim a porção distal 
do duodeno é chamado jejuno e o segmento anterior à junção do cecos é 
chamada de íleo. O ID é mais curto nas aves, e há uma variação de 
comprimento em função do tipo de alimentação. 
 
 
A absorção dos produtos da digestão ocorre inteiramente no intestino 
delgado, através de dois mecanismos: difusão ( a maior parte) e transporte 
ativo (endocistose). 
 
Absorção depende : 
* comprimento do intestino 
* presença de pregas circulares da mucosa e submucosa 
* disposição da mucosa (vilosidades) ou pregas 
* presença de microvilosidades na superfície de cada célula de 
 revestimento do ID. 
 
 
No duodeno existe a desembocadura dos dutos pancreáticos e bílis, 
sendo que os dutos biliares entram no duodeno logo abaixo da junção 
duodeno - moela. 
 
 
A função do duodeno é finalizar os processos da digestão e também absorver 
os produtos resultantes. 
 
 
 
Pâncreas - é uma glândula volumosa que possui funções endócrinas e 
exócrinas, e é altamente relacionada com o sistema digestivo. 
 O pâncreas exócrino lança no duodeno, via ducto pancreático, um 
fluido alcalino rico em enzimas aminolíticas, proteóliticas e lipolíticas. A 
alcalinidade da secreção se deve ao alto teor de íons bicarbonato e destina-
se a neutralizar o quimo ácido, quando este penetra no duodeno. 
 
 
 
A secreção pancreolítica é continua no entanto, sua intensidade é regulada 
pelos sistemas nervoso e hormonal. Os hormônios que regulam a secreção 
são: 
- secretina (HCO3
- ) 
- colecistoquinina-pancreozina (CCK) (conteúdo enzimático) 
- gastrina 
 
 
O pâncreas endócrino é representado pelas ilhotas de Langerhans, 
constituídas de células alfa 1 (secretam gastrina) e alfa 2 (secretam glucagon) 
. 
 
 
 
 
Fígado - é um órgão grande, bilobado, que possui muitas funções, dentre as 
quais uma função digestiva, caracterizada pela produção da bile, que é 
ligeiramente ácida. A bile é sintetizada no fígado, armazenada na vesícula 
biliar e conduzida para o duodeno através do ducto biliar. Ela é constituída 
de sais biliares (glicolato e taurocolato), ácido biliares ( cólico a alcoólico), 
pigmentos (bilirrubina e biliverdina), e em aves com mais de 8 semanas, 
amilase. 
 
 A função da bile é auxiliar na absorção das gorduras devido a sua ação 
emulsificante e seus efeitos ativantes sobre a lípase pancreática e na digestão 
dos carboidratos, devido a presença de amilase. 
 
 
 
 
Intestino Grosso 
 
 É relativamente curto e sem demarcações definida, sendo dividido em 
ceco, cólon e reto. No IG não há secreção enzimática. 
 Os cecos estão localizados na junção do ID e G que, nas aves são em 
número de dois, com funções pouco conhecidas. 
 A principal função dos cecos é absorção de água e síntese de 
vitaminas. 
 
 
Também ocorre considerável quantidade de digestão de fibra e atividade 
proteolítica. 
 
O cólon - reto é um tubo curto que se estende da junção íleo-ceco até a cloaca. 
 
 
 
Cloaca 
 
 É a abertura comum aos sistemas digestivos, urinário e reprodutivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APARELHO REPRODUTOR DA GALINHA. 
 
Difere sensivelmente do que se observa entre os mamíferos. A maior 
parte do desenvolvimento embrionário se dá fora do organismo materno. Por 
isso a célula reprodutiva feminina é envolvida por grande quantidade de 
material nutritivo, necessário à alimentação do embrião. 
 
 
O embrião em desenvolvimento de uma galinha possui dois ovários e 
dois oviduto. Entretanto, logo após a eclosão, o ovário e o oviduto direito 
se atrofiam e os do lado esquerdo iniciam o desenvolvimento. 
 
 
O aparelho reprodutor constafundamentalmente de uma glândula 
secretora de gema (o ovário) e um órgão excretor (o oviduto). Com exceção 
da gema, todas as partes do ovo, inclusive albumina, membrana testáceas e 
casca, são formados no oviduto. 
 
 
 
 
O ovário consiste de uma massa esponjosa que contém óvulos em 
vários estágios de maturação, sendo a maioria de tamanho microscópio, 
totalizando um número superior a 2.000. Está localizado abaixo da coluna 
vertebral, na sua parte média, junto à extremidade anterior do rim esquerdo. 
Cada gema se acha envolvida por uma cápsula membranosa (o folículo) que 
se liga ao ovário por meio de um cordão (o pedículo). 
Óvulo maduro se rompe ______________ deiscência (ovulação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O oviduto tem 45 a 75 centímetros de comprimento e nada mais é que 
um canal que se inicia por um funil que capta o óvulo amadurecido (gema) 
e o conduz até a cloaca, passando por vária s fase onde são formadas a clara, 
as membranas da casca e a casca. Ele é constituído de 05 partes bem 
definidas: 
* Infundíbulo 
* Magno 
* Istmo 
* Útero 
* Vagina 
 
 
Infundíbulo. Trompa, funil ou boca do oviduto. Sua função é recolher a 
gema após a ruptura do folículo. A gema permanece de 10 a 20 minutos no 
infundíbulo quando verifica-se a fertilização do óvulo por um 
espermatozóide, caso a galinha tenha sido coberta. 
 
 
Magno. É a região secretora de clara densa, sendo inteiramente revestida 
por uma mucosa glandular especial. A gema é envolvida por parte da clara 
(50%) em 2 ou 3 horas. 
 
 
Istmo. Constitui o segmento onde são formadas as membranas interna e 
externa da casca . O ovo permanece de 1 a 1 ½ hora, onde recebe as 
membranas da casca e 10 % da clara 
 
 
Útero. É a porção dilatada do oviduto. Secreta a clara fluída, a casca e os 
pigmentos da casca. O ovo permanece de 20 a 23 horas e recebe os restantes 
40 % de clara. 
 
 
Vagina. É a porção terminal do oviduto, liga o útero a cloaca. O ovo 
permanece de 5 a 15 minutos e recebe a cutícula que veda as paredes porosas 
da casca contra a entrada de microorganismo. 
 
 
 
Cloaca. Compartimento comum aos aparelhos digestivo, urinário e 
reprodutivo. 
 
 
 
APROXIMADAMENTE 26 HORAS DECORREM ENTRE A 
OVULAÇÃO E A POSTURA DO OVO 
 
 
 
Ovos defeituosos: 
 Duas gemas 
 Manchas de sangue 
 Pedaços de carne 
 Casca mole 
 Ovo sem gema 
 Ovo dentro de ovo. 
 
 
 
 
 
 
 
APARELHO REPRODUTOR DO GALO. 
 
 Constituído de: 
 dois testículos localizados na cavidade abdominal - parte superior dos 
rins, junto a parede dorsal do corpo. 
 vasos ou canais deferentes 
 órgão copulador rudimentar 
 
 Os testículos são: 
 comumente de cor amarela e forma elipsóide, 
 
 produzem os gametas masculinos ou espermatozóides que incorporados 
ao líquido seminal, também secretado pelos mesmos, são levados através 
dos vasos deferentes à cloaca. 
 
 Durante a cópula os espermatozóides são introduzidos no oviduto da 
fêmea por intermédio do órgão copulador rudimentar localizado na face 
dorsal da cloaca do macho. 
 
 Não tem tamanho definido, sendo o esquerdo geralmente maior que o 
direito. 
 
 Seu volume aumenta enormemente nos galos em serviços de cobertura. 
 
 Os testículos se desenvolvem em três fases diferentes: 
1- Fase pré-puberal - de 1 dia a 10 / 12 semanas de idade. 
 quase não há aumento de peso e tamanho dos testículos (05 mg 1 cm ) 
 qualquer problema de manejo terá pouco efeito. 
 
 
2- Fase puberal - de 10 / 12 semanas a 22 / 24 semanas de idade. 
 ocorre crescimento muito rápido dos testículos (25 - 30 g e 4 -5 cm) 
 aparece o primeiro espermatozóide 
 atinge a maturidade sexual 
 qualquer falha no manejo será prejudicial ao crescimento dos testículos e 
na fertilidade 
 
 
3- Fase adulta - a partir de 24 semanas até o final de produção 
 até as 40 semanas de idade os testículos permanecem do mesmo tamanho 
 a partir das 40 semanas os testículos começam a decrescer (a medida que 
os machos envelhecem) 
 a máxima produção de espermatozóides e fertilidade ocorre entre 24 e 30 
semanas de idade. Este nível é mantido até o início de regressão .testicular. 
 
A idade de regressão varia de um macho para outro e depende de 
fatores ambientais e de manejo. 
 
Um bom manejo propicia uma boa persistência da fertilidade. 
(transparência pag 34 Facta 1993) 
 
Excesso de gordura reduz fertilidade e eclodibilidade. 
 
Eclodibilidade = Pintos Nascidos x 100 
 Ovos incubavéis 
 
Peso corporal – dificuldade do contato de M e F, 
- dificuldade da exposição da cloaca, 
- dificuldade de transferencia de espermatozóide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APARELHO RESPIRATORIO. 
 
O sistema respiratório das aves é marcadamente diferente dos outros 
vertebrados, especialmente os pulmões e outras extensões. 
 
 
É formado pelas seguintes partes: 
* Cavidades nasais - muito curtas, situadas na parte superior do bico. 
Comunica com a boca e faringe por uma abertura (não permite beber por 
sucção). 
* Laringe 
* Traquéia 
* Siringe 
* Brônquios - formam o sistema tubular do pulmão, subdividindo em 
1ario , 2ario, e muitos parabronquiais. 
* Pulmões - relativamente pequenos, ocupam a cavidade toráxica. Os 
pulmões não contraem, nem expandem. 
* Sacos Aéreos 
* Ossos Pneumáticos 
Sacos Aéreos: Estruturas dilatáveis, com paredes delgadas e 
translúcidas, em número de 09, sendo 04 pares + 01 . 
 
 
 
Todos os sacos aéreos, com exceção dos torácicos, formam uma 
espécie de comunicação entre os brônquios e alguns ossos pneumáticos. 
 
 Interclavicular (01) : comunica os pulmões com os ossos da asa. 
 Cervicais (02) : comunicam os pulmões com as vértebras cervicais e 
torácicas 
 Torácicos Anteriores (02): comunicam somente com os pulmões. 
 Torácicos Posteriores (02) : 
 Abdominais (02) comunicam os pulmões com os ossos das pernas 
 
 
 
 
 
 
 
Funções: 
- Fole - permitem uma circulação rápida do ar pelos pulmões - auxilia 
na respiração. 
- Balão - tornam as aves mais leves para o vôo 
- Tara ou Contrapeso - permite que o corpo da ave fique em equilíbrio, 
com o centro na região ventral, durante o vôo. 
- Diminuem a fricção entre os músculos em movimento 
- Ajudam a manter a temperatura corporal pela difusão do vapor e água 
pelos pulmões 
- Reservatório de ar para as aves de vôo rápido. 
 
Mecanismo da Respiração: 
Pulmão : troca gasosa O2 e CO2. 
Sacos aéreos: movimentação do ar 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
1 
AMBIÊNCIA 
 
A escolha das edificações para criação de frangos é um problema complexo, que 
inicia com o conhecimento detalhado do clima da região e termina com o estudo 
da viabilidade econômica do modelo proposto. 
 
O estudo microclimático permite avaliar as possibilidades do emprego de 
material de construção para obtenção do ambiente desejado, onde as aves 
poderão manifestar todo o seu potencial genético. 
 
No Brasil, a maioria das instalações é aberta, o que condiciona o ambiente 
interno das instalações igual às condições externas. 
 
As adequadas instalações têm por finalidade proporcionar condições de conforto 
às aves, principalmente com relação à temperatura (entre 21 e 26 oC) e umidade 
relativa (entre 50 e 70%); abrigar as aves de chuva, vento, frio e mudanças 
climáticas; e fornecer condições ideais de manejo e alimentação. 
 
Nas condições de clima quente, sugere-se que as instalações sejam posicionadas 
com o seu eixo maior em relação leste-oeste, ou seja, a linha que representa o 
percurso diário do sol, conforme ilustrado na Figura 5. 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
2 
Figura 5 - Posicionamento do galpão no sentido leste-oeste. 
 
O galpão deve ser construídoem local alto, seco e bem ventilado, de fácil acesso 
a veículos pesados, permitir um bom isolamento, mantendo sempre certa 
distância entre as instalações para fornecer boa ventilação natural, além de estar 
suficientemente afastado de rodovias, povoamento ou setores industriais, no 
mínimo 100 m. 
 
Deve possuir rede elétrica compatível com as necessidades dos equipamentos, 
bem como água de qualidade e em quantidade suficiente para estoque de 
consumo no mínimo de três dias. 
 
Nos últimos anos têm ocorrido mudanças na avicultura, principalmente na área 
de construção de aviário, procurando dimensionar adequadamente as 
instalações, de acordo com as necessidades de cada região, para obter maior 
produção de carne por m2. 
 
O modelo padrão atual de aviário para frangos de corte tem comprimento 
variando de 100 a 125 m (antigamente variava de 50 a 100 m). 
 
Para melhor atingir os índices de produtividade com menor investimento, deve-
se verificar as condições ambientais vigentes na região, o tipo de material a ser 
usado na construção, o tipo e eficiência dos equipamentos e a relação 
custo/benefício. 
 
Os galpões podem ser construídos com estrutura de madeira, metálica, de 
cimento ou pré-moldada. Em volta do galpão é aconselhável deixar uma 
distância mínima de 4 m, gramado ou cimentado, para circulação. 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
3 
 
A cobertura é feita com duas águas, com ou sem laternim, dependendo da região 
e da altura do pé-direito. Pode-se utilizar telhas de cimento-amianto, barro, 
alumínio, galvanizada ou folhas de flandes com isolante térmico, com inclinação 
de 20 a 30%. 
 
As paredes frontais são fechadas até o teto, nas regiões frias, utilizando-se 
alvenaria, madeira, chapas de alumínio ou fibro-amianto e em tela ou 1/3 de 
alvenaria e 2/3 em elementos vazados, em regiões quentes. As paredes laterais 
possuem muretas de alvenaria de 25 a 30 cm de altura, sendo o restante do 
fechamento realizado com tela de 1,5 polegada. 
 
O piso pode ser de chão batido ou em concreto mais ou menos liso, ou ainda, 
com outros materiais afins com espessura de 5 cm nivelado (para suportar 
máquinas leves, recomenda-se um piso com 12 cm de espessura) e a 20 cm do 
nível do terreno, com 0,5 a 1,5% de declive no sentido das laterais do galpão, 
partindo do centro. 
 
Passeios laterais de cimento com 50% de largura do beiral e inclinação de 3% 
têm a finalidade de proteger os alicerces, o piso e as paredes contra a umidade, 
além de facilitar o trabalho de manejo da granja. 
 
As divisões internas devem ser móveis, com altura de 1 m, e porta lateral 
correspondente com dimensões de 1,0 m x 2,10 m. 
 
A distância entre galpões deve ser em função da idade das aves. Para galpões de 
idade única, as distâncias entre os galpões devem ser de no mínimo duas vezes a 
sua largura, o que permitirá adequada luminosidade nos galpões e o trânsito de 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
4 
veículos, se necessário; entre galpões com aves de idades diferentes, as 
distâncias devem ser de no mínimo 100 m. 
 
Nos extremos do galpão, deve-se prever portões de 4,00 m de largura e 3,00 m 
de altura, o que facilita o manejo dos frangos, a entrada de caminhões para 
carregamento e a descarga ou retirada de maravalha (”cama”), e uma porta de 
entrada com 1,00 m de largura por 2,20 m de altura, principalmente para 
pessoas. 
 
É importante fazer boa drenagem em volta dos galpões, para evitar excesso de 
umidade, e construir uma fossa séptica para aves mortas, no mínimo, com 50 m 
de distância do aviário. 
 
A adoção de novas tecnologias e materiais nas construções avícolas, em 
decorrência do crescente uso de estruturas metálicas e de estruturas pré-
moldadas, bem como o uso de equipamentos automáticos, tem resultado em 
aumento no comprimento dos galpões para 125 m, o que possibilita uma melhor 
utilização, com redução de custos. 
 
O grau de sofisticação na construção de galpões, segundo a região e o material 
usado, cujo objetivo é maximizar a produção de carne por m2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
5 
CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE 
 
O desenvolvimento extraordinário da avicultura brasileira deve-se aos estudos 
nas áreas de genética, de nutrição, de manejo e de sanidade, aliadas às 
facilidades com que o setor avícola adota as novas tecnologias e as técnicas de 
manejo para obter altos índices de produtividade. 
 
A preocupação é ter um produto final de qualidade e com segurança alimentar. 
 
 
Na criação de frangos de corte em escala comercial, existem basicamente três 
sistemas de produção, nos quais o avicultor pode-se enquadrar: o integrado, o 
cooperado e o independente. 
 
 
O sistema de produção integrado, adotado pela maioria das empresas avícolas, 
é feito entre a empresa e o avicultor. Os objetivos básicos desse sistema são 
garantir ao avicultor rendimento definido, lote após lote, ficando livre das 
oscilações de mercado, em que às vezes, o preço de venda não cobre os custos 
de produção. Além disso, objetiva propiciar rendimento em escala em todo o 
sistema e manter o padrão de qualidade em todos os segmentos, ou seja, na 
produção de pintos (matrizes e incubatório), na produção de ração, na criação do 
frango, no abate, processamento e comercialização. 
 
 
A empresa integradora compromete-se a fornecer os pintos, a ração, os 
medicamentos e outros insumos, a assistência técnica, o transporte da ração e 
dos frangos, o abate e a comercialização. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
6 
Ao avicultor (integrado) cabe providenciar as instalações, a mão-de-obra, a 
“cama” e os equipamentos. Para sua remuneração, considera-se o índice de 
eficiência produtiva, que leva em conta a mortalidade, idade de abate, conversão 
alimentar e o peso vivo final. 
 
 
O sistema de criação cooperativo é normalmente feito entre as cooperativas e 
seus cooperados. A cooperativa fornece pintos de um dia, assistência técnica, 
ração e outros insumos e equipamentos a preço definido e recebe o frango 
também a preço definido. A própria cooperativa comercializa os frangos, e o 
lucro é dividido entre os cooperados, na proporção dos frangos entregues. 
, 
 
No sistema de produção independente, o avicultor compra os insumos, pintos 
de um dia, ração e medicamentos, cria os frangos e os vende a preço de 
mercado. Embora em determinadas épocas a rentabilidade da exploração possa 
ser maior que no sistema integrado ou cooperado, todos os riscos da atividade 
ficam por conta do produtor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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7 
 Escolha dos pintinhos 
 
A etapa inicial do processo produtivo de uma granja é a escolha dos pintinhos. 
Deve-se iniciar uma criação com um lote saudável, desde o primeiro dia de vida, 
e a qualidade dos pintos de corte é fator importante para o sucesso da criação. 
 
 
Os pintos devem ser saudáveis e livres de Mycoplasma gallisepticum, 
Mycoplasma synoviae, Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum. Devem 
ter boa imunidade para as doenças de Gumboro, Bronquite-Infecciosa e 
Newcastle. 
 
 
Características de pintinho saudável e de boa qualidade: 
- Proveniente de incubatório idôneo, com controle sanitário eficiente. 
- Ter mais de 40 g de peso e apresentar-se ativo. 
- Ter olhos brilhantes e umbigo bem cicatrizado. 
- Apresentar tamanho e cor uniforme. 
- Ter canelas brilhantes e lustrosas. 
- Apresentar plumagem seca e macia e sem emplastamento na cloaca. 
- Ser vacinado contra Marek, no incubatório. 
- Transportado em caixas desinfetadas e com forração nova. 
 
 
A distância do incubatório até a granja não deve ser maior que 500 km ou 12 
horas de viagem. As aves devem ser transportadas em veículos especiais, com 
controlede temperatura e de umidade e com ventilação. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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8 
Preparo das instalações 
 
Teoricamente, a criação de frangos de corte pode ser desenvolvida em qualquer 
parte do mundo, independentemente das condições climáticas da região. No 
entanto, na prática a complexidade e o manejo das instalações são variáveis. 
As instalações devem fornecer às aves um ambiente limpo e protegido, onde 
possam manifestar todo o seu potencial genético. Conforme mencionado, alguns 
cuidados devem ser observados ao se definirem a escolha do local e a 
construção das instalações avícolas. 
 
 
O clima é um dos mais importantes fatores a serem considerados na hora de 
projetar um galpão para frangos. 
 
 
 Limpeza e desinfecção dos galpões 
 
As instalações e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados toda vez que 
o lote for substituído. Deve-se retirar toda a matéria orgânica acumulada durante 
a criação do lote anterior e programar para que o lote seja retirado de uma só 
vez. 
 
 
Retirar os frangos, retirar a “cama”, desmontar e retirar os equipamentos, 
esvaziar, limpar os silos (retirar restos de ração) e varrer todo o galpão, 
incluindo tela, cortinas e exterior. Toda a instalação (do piso ao teto) deve ser 
cuidadosa e rigorosamente lavada e desinfetada usando sabão ou desinfetante 
para melhor remoção da sujeira acumulada. 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
9 
 
A desinfecção deve ser feita após a lavagem do galpão, sendo importante 
ressalvar que o desinfetante é ineficaz na presença de matéria orgânica. Após a 
desinfecção, deve-se deixar o galpão fechado durante 48 horas, para que a ação 
do desinfetante se mantenha por período mais amplo e de vazio sanitário, no 
mínimo de 15 dias, antes da entrada de um lote novo. 
 
 
É importante fazer o controle de roedores, a lavagem e desinfecção da caixa 
d’água e dos encanamentos (práticas que não podem ser esquecidas). Para 
melhor segurança sanitária da granja, é recomendável usar pedilúvio com 
desinfetante e restringir ao máximo as visitas às granjas. 
 
 
Em caso de visitas, os visitantes devem usar roupas apropriadas e limpas e botas 
descartáveis, pois o ser humano é o maior transmissor de doenças. Os galpões 
visitados devem seguir a seqüência dos lotes mais novos para os mais velhos. 
 
 Lavagem e desinfecção dos equipamentos 
 
Os equipamentos devem ser lavados e desinfetados a cada lote novo. Os 
desinfetantes mais usados são hipoclorito de sódio ou cálcio, formol (gás ou 
solução de formaldeído), compostos à base de amônia quaternária, glutaraldeído, 
iodo e soda cáustica. 
 
 
 
 
 
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Cama de aviário 
 
O material utilizado como cama deve prever a redução do impacto e atrito da 
ave com o piso do aviário, funcionando como colchão protetor das lesões do 
“cochim plantar”. Deve cobrir o piso do galpão e proporcionar conforto e bem-
estar aos pintinhos, pois interfere nas condições sanitárias e no bom desempenho 
do lote. 
 
Deve-se utilizar material de boa qualidade e cobrir o chão do galpão de maneira 
uniforme, com altura variando de 5 a 15 cm, dependendo da época do ano 
(inverno/verão) e da densidade populacional (número de aves por m2). Um 
metro cúbico de “cama” é suficiente para cobrir 10 m2 de área, com altura de 10 
cm. 
 
As características e, ou, propriedades de um bom material para cama são: 
- Capacidade de absorver umidade, evitando emplastamento. 
- Liberar facilmente a umidade absorvida. 
- Ter umidade em torno de 20 a 25%. 
- Ser composta de partículas homogêneas e livre de material estranho. 
- Apresentar bom isolamento de piso (baixa condutividade térmica). 
- Ser de baixo custo. 
- Apresentar boa disponibilidade na região e estar livre de substâncias tóxicas. 
 
 
A cama deve ser manuseada constantemente, para evitar formação de plasta 
(cascão) e de umidade excessiva, principalmente perto de bebedouros. 
Recomenda-se revolver a “cama” (em horário mais fresco) para que se 
mantenha seca e fofa, e substituí-la toda, ou parte dela, sempre que necessário. 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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Principais materiais usados como “cama” 
 
 Maravalha, ou serragem ou cepilho de madeira, sabugo de milho 
triturado, cascas de arroz, café e amendoim, palhas de culturas em geral, fenos 
de gramíneas e rama de mandioca. Combinar preço com a disponibilidade de 
material na região. 
 
Alguns fatores podem inviabilizar a troca da “cama” para a formação de um 
novo lote, sendo a “cama” novamente utilizada. É possível a reutilização por 
quatro a sete lotes, desde que garantida a qualidade e os aspectos sanitários. 
 
 
 
Reutilização de “cama” 
 
Para reutilização da “cama”, são necessários alguns cuidados, como verificar se 
o lote anterior estava livre de problemas sanitários e se a cama apresenta 
condições físicas para ser reutilizada. 
 
Após a retirada dos equipamentos para limpeza e desinfecção, abrir todo o 
aviário para arejamento; em seguida, retirar as partes úmidas da “cama” 
(cascão), proceder à queima das penas, sempre revolvendo a “cama”, utilizando-
se lança-chamas também nas paredes e telas do galpão. 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
12 
A “cama” deve ser amontoada, dentro ou fora do galpão, para facilitar a 
fermentação, reduzindo, assim, o número de microrganismos. Para a melhor 
fermentação, recomenda-se umedecer o material (35 a 40% de umidade). O 
período de amontoamento deve ser de no mínimo 15 dias (boa fermentação e 
bom vazio sanitário). 
 
 
Após o período de fermentação, a “cama” deve ser novamente espalhada no 
galpão, para ser reutilizada. O uso de um agente desinfetante, como a cal, 
facilita a secagem. É uma prática importante mexer várias vezes a “cama” para 
atingir 25% de umidade. 
 
IMPORTANTE: Utilizar “cama” nova nas áreas dos círculos de proteção. 
 
 
 
. Recebimento dos pintos no galpão 
 
Aconselha-se fazer nova desinfecção das instalações e dos equipamentos dois 
dias antes de alojar os pintos. Antes da chegada dos pintos na granja, verificar as 
condições de funcionamento e de limpeza dos equipamentos e do galpão. 
As campânulas devem ser ligadas e os bebedouros abastecidos duas a três horas 
antes da chegada dos pintos. No momento de soltá-los, deve-se retirá-los das 
caixas e molhar o bico de alguns deles no bebedouro, pois isso servirá de 
orientação da fonte de água. As caixas vazias devem ser retiras do galpão. 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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13 
Duas horas após a distribuição dos pintos nos círculos de proteção, 
disponibilizar os comedouros abastecidos com a ração. É importante verificar a 
quantidade de ração fornecida, bem como o comportamento dos pintinhos 
dentro do círculo de proteção ou do pinteiro, observando se há casos de 
canibalismo e de morte. 
 
 
 
Círculo de proteção e pinteiro 
 
O círculo de proteção (Figura 6), ou determinada área limitada do galpão, tem 
por finalidade proteger os pintos de correntes de ar e mantê-los próximos da 
fonte de calor, de água e de alimento. 
 
 
Figura 6 - Círculo de proteção com capacidade para 500 pintos. 
 
Na confecção do círculo, pode-se usar chapas de eucatex, de duratex, de 
compensado ou folhas metálicas, com 40 a 60 cm de altura, proporcionando uma 
área aproximada de 7 m2, suficiente para 500 pintos. 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
14 
Cada círculo deve conter de cinco a seis comedouros “tipo bandeja” e de cinco a 
seis bebedouros “tipo copo de pressão”, além de uma campânula, que é a fonte 
de calor para os pintos. 
 
 
Em galpões com equipamentos automáticos (comedouro e bebedouro), 
recomenda-se delimitar uma área (pinteiro), onde seprotegem os cantos do 
galpão, para ser usada como círculo de proteção. 
 
O layout ideal do pinteiro está diretamente relacionado com o tipo de galpão e a 
forma de aquecimento disponível, porem, normalmente adota-se uma área de 
aquecimento que varia entre 25% a 60% da área total do galpão, como sendo o 
espaço suficiente para os primeiros dias. 
 
As cortinas devem ser usadas não só para fechar as extremidades da área inicial 
do pinteiro, mas também as laterais, formando uma dupla cortina com a que está 
localizada na face externa do galpão. 
 
 
 Em casos de galpões extremamente altos ou com vedação imperfeita de 
telhado e que não possuem forração de teto já instalada, aconselha-se o uso de 
uma forração removível de forma provisória nas áreas de aquecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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15 
Aquecimento 
 
Como se sabe, os pintinhos quando nascem não têm o aparelho termo-
regulador desenvolvido, daí a necessidade de fornecer-lhes um ambiente 
agradável de conforto térmico para que possam manifestar todo o seu 
potencial genético de desempenho. No Quadro 1 são apresentadas as idades e 
temperaturas correspondentes. 
 
Quadro 1 – Temperatura ideal de acordo com a idade 
Idade (dias) Temperatura 
(oC) 
1 – 7 32 
8 – 14 29 
15 – 21 26 
22 – 28 23 
29 – 35 20 
 
 
 
As campânulas mais utilizadas no aquecimento dos pintinhos são a gás, à lenha 
e elétricas. Atualmente, também é utilizado um sistema de aquecimento de piso. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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16 
 
Figura 7 - Modelos de campânula. 
 
 
. Recomendações 
 
- Em regiões de inverno rigoroso, recomenda-se, além das campânulas do 
círculo de proteção, o uso de campânula à lenha para aquecer o ambiente. 
- No inverno, manter o aquecimento nas horas mais frias até 15 a 20 dias de 
idade. 
- No verão, as campânulas podem ser desligadas a partir da segunda semana de 
vida ou ligadas apenas nas horas mais frias. 
- Verificar o controle da temperatura. 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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17 
Regulagem da temperatura das campânulas 
 
Esta regulagem é feita observando-se o comportamento dos pintinhos dentro do 
círculo de proteção ou usando termômetros. 
 
A abertura do círculo ocorre a partir do terceiro dia de idade dos pintos, e, 
simultaneamente, procede-se à substituição gradativa dos equipamentos iniciais 
pelos definitivos. O tempo de permanência dos pintinhos no círculo depende da 
época do ano. 
 
 
 
Cortina dos aviários 
 
As cortinas usadas nas laterais dos galpões têm com finalidade proporcionar 
segurança e proteção às aves. O manejo das cortinas é determinado de acordo 
com a temperatura ambiente, umidade e idade das aves. 
 
O tipo de material mais usado é o sintético, denominado ráfia, nas cores amarela 
e azul. Outros materiais também podem ser usados. 
 
 
No primeiro dia, ou seja, na chegada dos pintos, as cortinas devem permanecer 
fechadas. 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
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18 
 Iluminação dos galpões 
 
A luz desempenha importante papel nas funções fisiológicas das aves. Na 
criação de frangos de corte, a iluminação no interior do galpão tem por 
finalidade estimular o consumo de alimentos, melhorar o desempenho, reduzir 
problemas sanitários e adaptar as aves ao ambiente nos primeiros dias de vida. 
 
 
A intensidade de luz deve ser suficiente para permitir que a ave identifique e se 
desloque até os comedouros e bebedouros. Intensidade luminosa, ao nível do 
frango, deve ser de 20 lux na primeira semana de vida e, posteriormente, de 5 
lux. 
 
 
A escolha de um programa de luz vai depender da região, da estação do ano, do 
desempenho do lote e do manejo preestabelecido pelo criador. Pode ser adotado 
o programa de fornecimento de luz contínua ou intermitente. 
 
 
No Brasil, são vários os programas de luz comumente utilizados, diferindo entre 
as empresas avícolas em função da região, da época do ano e da idade das aves. 
Algumas empresas adotam até programas de luz diferenciados para machos e 
para fêmeas. 
 
 
 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
19 
Exemplos de Programas de Luz (Natural + Artificial) 
 
1 - Fornecer 18 horas de luz contínua por dia. Nesse caso, as lâmpadas são 
acesas às 4h, apagadas ao amanhecer e novamente acesas ao anoitecer e 
apagadas às 22h. O período escuro compreende das 22 às 4h. 
 
2 - Fornecer 20 horas de luz contínua por dia. Nesse programa, as lâmpadas 
são acesas às 22 h e apagadas ao amanhecer. 
 
3 - Fornecer luz natural durante o dia e luz intermitente à noite, sendo 1h 
escura e 3h de luz, caso em que é necessário um temporizador – “timer”. 
 
4 - Utilizar programa de luz diferenciado conforme a idade, ou seja: 24 horas 
de luz de 1 a 14 dias; luz natural de 15 a 35 dias; e 18 horas de luz e 06 horas de 
escuro de 36 a 42 dias; ou outro esquema, em que se forneçam 24 horas de luz 
de 1 a 7 dias de idade e 23 horas de luz e 1 hora de escuro dos 7 dias até o abate 
das aves. 
 
A hora escura é importante para condicionar as aves à ocasional falta de energia 
elétrica, evitando amontoamento e mortalidade. 
 
Programas especiais podem ser usados nos meses de verão ou em lotes com 
incidência da síndrome de morte súbita ou da síndrome ascítica. 
 
A quantidade de lâmpada é determinada a partir da área do galpão e distribuída 
uniformemente para fornecer de 15 a 27 lúmenes/m2 ou de 5 a 15 lux 
 
 
 
Luiz Fernando Teixeira Albino 
Professor Titular do DZO 
 
20 
Na fase inicial de criação é aconselhável fornecer alta intensidade luminosa, 
mais de 20 lux, para facilitar o acesso dos pintinhos à ração e à água. É 
necessário tomar certos cuidados, pois a iluminação excessiva pode induzir o 
canibalismo e também a maior atividade das aves, o que resulta em maior gasto 
de energia. 
 
 
As lâmpadas devem ser colocadas a uma altura média de 2,0 a 2,4 m do piso 
sem, contudo, interferir nas atividades de manejo. 
 
Quadro 2 – Tipos de lâmpadas e quantidade de lúmenes 
Watts Lâmpadas 
Incandescentes 
Lâmpadas 
Fluorescentes 
7 - 400 
15 125 500-700 
25 225 800-1000 
40 430 2000-2500 
60 810 - 
75 - 4000-5000 
100 1600 - 
150 2500 - 
200 3500 10000-12000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - RAÇAS 
 
 Raças e Variedades de Aves Domésticas 
 
Acredita-se que há mais de 5.000 anos as aves vêm constituindo 
fonte de alimentos. A domesticação da galinha teve origem na Índia, e as 
atuais variedades foram originadas da espécie asiática selvagem Gallus 
gallus, conhecida também com Gallus bankiva e Gallus ferrugineus. 
Outras espécies, como Gallus sonneratti (norte da Índia), Gallus lafaytti 
(Ceilão) e Gallus varius (Java), provavelmente contribuíram para as atuais 
variedades 
 
A classificação das aves pode ser realizada por grandes ou pequenos 
grupos de características de acordo com seu padrão de perfeição. 
 É muito comum haver confusão entre os conceitos de classes, raças 
e linhagens. 
 
A classe é conjunto de raças padronizadas que tenham sido 
desenvolvidas de acordo com a origem geográfica. 
As principais classes das aves de maior importância econômica para 
a avicultura de corte e de postura são: 
 a Americana, 
a Mediterrânea, 
a Inglesa e 
a Asiática. 
 
 
 
 
Classes de interesse para Avicultura de Corte 
1- CLASSE AMERICANA 
Esta classe são as raças desenvolvidas na América do Norte e que 
apresentam duplo objetivo: 
- produção de carne e produção de ovos. 
As características comuns dessas raças são: pele amarela, brincos 
vermelhos, ovos castanhos e canelas sem penas. São as raças mais comuns 
as seguintes: 
 
PLYMOUTH ROCK – Trata-se da raça mais antiga e apresenta 
variedades barrada e branca. É utilizada nos cruzamentos para produção de 
pintos de corte.Possuem dupla aptidão (carne e ovos), ovos vermelhos com 
produção média de 180 ovos com 55g por ano. O peso médio dos machos é 
de 4,313Kg e das fêmeas 3,405 kg. 
 
 
 
 
 RHODE INSLAND RED – Foi desenvolvida a partir do cruzamento de 
várias raças (Leghorn marron, Cornish e Wyandote). Muito empregada 
para a produção de carne e ovos. Possui penas vermelhas a castanho escuro 
e produzem em média de 200 ovos vermelhos (60g) por ano e o peso 
corporal médio dos machos é de 
3,859Kg e das fêmeas 2,951 kg. 
 NEW HAMPSHIRE - É originada da Rhode Island Red, tendo sido 
selecionada para ter maturidade precoce, empenamento rápido, ovos 
grandes e maior produção de carne. As penas são castanho claro e possuem 
dupla aptidão. Produzem ovos vermelhos (220 ovos de 55g/ ano) e 
apresentam peso corporal de 3,632Kg 
para os machos e as fêmeas 
2,951 kg); 
 
 
 
Outras raças da classe Americana: WYANDOTE, DOMINIQUE, 
JAVA, JERSEY, CHANTECLER e LAMONA. 
 
 
2- CLASSE INGLESA 
É caracterizada por possuir a pele branca, à exceção da raça Cornish, 
que tem a pele amarela. Também possui brincos de cor vermelha e ovos de 
casca marrom. 
CORNISH - Usada para obtenção da linha macho (paterna) na produção 
de pintos de corte. As fêmeas não são boas poedeiras, porém possuem 
excelentes características para produção de carne. Possuem pernas curtas 
boa conformação de carcaça com peito e coxas grandes. Podem ter as penas 
branca ou vermelha e pele amarela. 
 
 
 ORPINGTON – Usada para produção de carne e de ovos. Apresenta 
população bastante reduzida nos últimos anos. 
 
 
 
 
SUSSEX – Excelente produtora de carne e abundante no Canadá e na 
Inglaterra (ave de pele branca). O Brasil e os Estados Unidos preferem aves 
de pele amarela para o consumo, por isso a raça é pouco expressiva nesses 
países. 
 
 
AUSTRALORP – É uma Orpington Australiana que foi selecionada 
para produção de ovos. Seus machos são usados no cruzamento com 
fêmeas Leghorn brancas para produção de mestiços autra-brancos. 
 
 
 
 
3- CLASSE ASIÁTICA 
São raças pesadas originárias da China e Índia e contribuíram para a 
formação das raças americanas e inglesas. Como raças puras, não tiveram a 
mesma aceitação. 
 
 
 
 
 
 
 
As raças mais importantes desta classe são: BRAHMAS, COCHIN e 
LANGSHANS, que se caracterizam pelo grande tamanho, pelo vigor e pela 
produção de ovos. Não foram bem selecionadas, degeneraram e tornaram 
mais produtoras de ovos e com alta incidência de choco. 
 
4- CLASSE MEDITERRÂNEA 
Caracteriza-se por apresentar brincos de cor branca, cristas 
relativamente grandes, maturidade precoce, temperamento nervoso, ovos 
de casca branca e ausência de choco. 
LEGHORN – É a mais conhecida e usada para a produção 
de ovos. A maioria das atuais linhagens para postura é 
originada desta raça. Existem muitas variedades da raça 
Leghorn, e a mais importante é a variedade branca. 
Possui a crista serrilhada ou crista rosa dobrada para a esquerda e produz 
ovos com casca branca. Os ovos pesam em média 55g e cada ave põe cerca 
de 200 ovos/ano. As aves são de tamanho pequeno, o galo pesa 2,724kg e 
as galinhas 2,043 kg. 
MINORCA – é uma raça mais pesada que a Leghorn, possui a pele branca 
e foi pouco usada na obtenção das atuais linhagens. 
 
 
 
 
 
 
ANCONA – Apresenta plumagem escura, mosqueada de branco, à 
semelhante da Leghorn, porém com pouca popularidade devido aos 
escassos trabalhos de 
seleção para postura. 
 
 
 
 
 
 
 
5- RAÇAS NÃO PADRONIZADAS 
 
 
YOKOHAMA – É uma raça de 
origem japonesa, caracterizada 
pelo crescimento da cauda. 
 
 
ARAUCANA – Originaria da região andina e 
caracterizada pelos ovos de casca azul. 
 
 
GALINHA DE PESCOÇO PELADO – 
Não possui padrão definido. 
 
 
 OUTRAS RAÇAS 
 
 
 
As raças POLONÊS, SILKIE, BANTAN, HAMBURGUESA, 
CONTINENTAL e GARNIZÉ não têm expressão econômica, salvo suas 
características estéticas ornamentais. 
 
 Hibrido Comerciais utilizados na Avicultura Industrial 
A aplicação dos conhecimentos da genética na avicultura, com a 
utilização de seleção e cruzamento, vem ocorrendo desde 1900. 
 
A seleção busca o ganho genético sobre uma determinada 
característica, enquanto o cruzamento visa a incorporação de material 
genético desejável utilizando uma ou duas gerações com destaque na 
performance para a formação das linhagens híbridas. 
Já a genética molecular, tecnologia mais recente, auxilia com a 
técnica de polimorfismo inserindo ou deletando códons ou mapeando 
intervalos do cromossomo 1 sobre determinada característica, tornando o 
frango uma das mais importantes e baratas fontes de proteína para 
alimentação humana e também como maior exemplo de sucesso do 
melhoramento genético do século XXI. 
 
O processo industrial iniciou nos anos 60, com importação de 
material genético dos bisavoseiros Europeus para os Estados Unidos. 
 
 
Características Qualitativas 
1- Dimorfismo Sexual 
Com o avanço das técnicas de manejo e de nutrição, a criação por 
sexo tem sido utilizada por algumas empresas. 
Nessa criação as fêmeas são mais precoces, entretanto os machos 
ganham mais peso. Além disso, a criação por sexo é necessário um manejo 
mais eficiente na regulagem dos equipamentos e ajustes nos níveis de 
aminoácidos que alteram por sexo. 
Para que essas aves iniciem o processo produtivo em condições 
específicas, é desejável que a linhagem possua características de 
dimorfismo sexual. Atualmente existem três tipos de sexagem. 
A primeira forma de sexagem é avaliação da pigmentação da 
penugem, onde o gene prateado (SS) é dominante sobre o dourado (ss). 
Tais gens se encontram em todas as raças de galinha, embora, muitas vezes 
não sejam identificados, devido a gens de outras cores que os dominam 
(gens epistáticos). 
 De forma geral, quando ocorre o acasalamento entre uma fêmea 
prateada com macho dourado, os machos serão iguais à mãe prateados, as 
fêmeas serão douradas como o pai. 
 
O segundo método, o mais utilizado na avicultura industrial, consiste 
na observação da velocidade em que ocorre o empenamento dos pintos de 1 
dia. As fêmeas apresentam o empenamento mais rápido em relação os 
machos em linhagens de empenamento lento. Em linhagens auto sexáveis a 
velocidade de empenamento é expressa pelo gene K, ou seja, empenamento 
tardio para macho (KK) e precoce para fêmeas (KW). 
Algumas horas após o nascimento, ainda no primeiro dia de vida, as 
penas das fêmeas ficam mais longas, sendo as secundárias (B) ½ a ¾ do 
comprimento das primárias (A). Nos machos, as penas secundárias são do 
mesmo comprimento ou mais longas que as primárias, conforme a ilutração 
abaixo. 
A-Primárias 
B-Secundárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura x - Sexagem de Pintos de Corte pelo Exame das Penas 
Fonte: Cobb, 2012 
 
O terceiro método, conhecido como “método japonêns”, é realizado 
pela cloaca, através da determinação da proeminência genital, com 
eficiência de 85 a 90%. O fundamento do método é a distinção nítida dos 
órgãos sexuais do pinto macho ou fêmea já no 1° dia de vida. Ao exame da 
cloaca, o pinto macho mostra uma proeminência ou “papila testicular”. As 
fêmeas não apresentam essa papila testicular ou "copulativa''. Entretanto, as 
fênicas apresentam "botões'' ou relevos das pregas da cloaca que podem ser 
confundidas, à primeira vista, com a proeminência copuladora. São, porém, 
mais achatados e distintos a um exame com lupa (BRIQUET 
JUNIOR,1966). O sexador com uma das mãos deverá exercer uma pressão 
sobre as paredes abdominais do pintinho, abaixando o orifício cloacal, que 
deve ser levemente pressionada a parte abdominal ocorrendo exposição da 
proeminência (GUSTIN, 1994). 
 
2- Nanismo 
Fêmea (KW) 
 
Macho (KK) 
 
A adição do gene recessivo “dwarf” ou do nanismo (Dw) ligado ao 
sexo, em linhagens comerciais apresentavam a vantagem de redução no 
consumode ração de 40 gramas por dia (em média), maior resistência a 
doenças e aumento na densidade populacional de 20 a 30%. Entretanto esse 
gene nos matrizeiros proporciona maior dificuldade de acasalamento, 
resultante da diferença de tamanho entre fêmeas dw (pequenas) e machos 
(grandes), necessitando geralmente de inseminação artificial, diminuição da 
eclodibilidade total e a maioria das linhagens dw ainda não se encontra 
estabilizada geneticamente e adaptada para a comercialização (GIANNONI 
e GIANONNI, 1983;Tixier-Boichard, 2000). 
 
 
 
 
Figura x – Efeito da expressão do gene recessivo “dwarf”. 
Fonte: Cobb, 2012 
 
 
 
Melhoramento e Características do frango moderno 
O fluxograma do melhoramento ou a base que compõe uma 
linhagem de frango de corte segue o modelo de pirâmide. 
No ápice da pirâmide está as granjas pedigree ou granjas de seleção 
genética (Elite) que preservam o banco genético intacto, sem qualquer 
modificação ou intervenção humana. Essas aves puras são produtoras de 
ovos férteis e aves de um dia para produção de bisavós. (Países detentores 
da tecnologia: EUA, Holanda, França, Inglaterra.). 
 
 
A granjas de bisavós ou bisavoseiros são aves que possuem alta 
herdabilidade para algumas linhagens, de corte ou postura, para o início do 
melhoramento de aves. Elas são produtoras de ovos férteis e aves de um dia 
para produção de avós (Países detentores da tecnologia: EUA, Holanda, 
França, Inglaterra). 
O avozeiros produzem as matrizes, e essas, reproduzem aves com 
características genéticas variadas e pertencente a combinação de centenas 
de genes, tendo como produto final os híbridos denominados pintos de um 
dia. 
As raças que contribuíram para a formação do frango de corte 
moderno são divididas pela linha paterno e materno. 
A linha paterna, as matrizes e reprodutores são das raças inglesa 
Cornish de penas brancas e New Hampshire. 
 A linha materna, a variedade de reprodutores e matrizes são das 
ração White Plymouth Rock, branca recessiva. 
Os híbridos comerciais são os animais que possuem características 
de progenitores (pais) de diferentes linhagens puras; 
A ♂ (New hapishare) + B ♀ (Cornish) = AB ♂ 
C ♂ (Plymouth Rock Barrada) + D ♀ (Plymouth Rock 
Branca)=CD♀ 
O Frango de corte e as poedeiras comerciais são considerados 
híbridos (híbrido duplo) resultante do cruzamento de 4 linhagens diferentes 
(ABCD ♂ ♀). 
 
 
 
 
 
A ♂ - Macho A ♀ - Fêmea B ♂ - Macho B♀ - Fêmea 
A ♂ - Macho B♀ - Fêmea 
REPRODUTORES 
AB ♂ 
C ♂ - Macho C ♀ - Fêmea D ♂ - Macho D♀ - Fêmea 
C ♂ - Macho D♀ - Fêmea 
MATRIZES 
CD♀ 
 
Linhas Puras ou Raças 
Avós 
Bisavós 
LINHAGEM 
ABCD ♂♀ 
 
Principais Linhagens de Frangos de Corte 
A competitividade e a evolução da avicultura industrial brasileira 
estimulam a constante busca da melhoria do material genético dos frangos 
de corte. Pesquisas para avaliar esses produtos são realizadas com o intuito 
de identificar linhagens com características superiores em relação a outras, 
selecionando, dessa forma, aves que apresentem melhor desempenho. 
O melhoramento genético avícola proporcionou grandes avanços no 
crescimento e desenvolvimento do frango de corte, acompanhando as 
características de importância econômica de cada linhagem e de seus 
cruzamentos. Existem no mercado várias linhagens disponíveis (Figura 1) e 
cada delas possui diferentes necessidades nutricionais, de acordo com sexo 
e manejo, para atender as exigências do mercado. Desta forma, a cada 
quatro anos de melhoramento intensivo é disponibilizado no mercado 
animais com potencial genético superior para renovação dos plantéis, ou 
seja, o material genético utilizado em 2015 foi iniciado no ano de 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 macho Pedigree 
x 
10 fêmeas Pedigree 
15 pintos / fêmea de elite 
= 
150 BISAVÓS 
x 
40 pintos / fêmea de bisavó 
= 
6.000 AVÓS 
x 
50 pintos / fêmea de avó 
= 
300.000 MATRIZES 
x 
135 frangos 
= 
40.500.000 
FRANGOS 
x 
2,3 kg x 70% 
= 
65.205 T DE CARCAÇA 
 
Pedigree 
 
BISAVÓS 
 
AVÓS 
 
MATRIZES 
 
FRANGOS 
 
1º ANO 
 
2º ANO 
 
3º ANO 
 
4º ANO 
 
Figura 1- Fluxograma simplificado da obtenção de uma nova linhagem de 
frangos de corte 
As linhagens de corte possuem características produtivas 
semelhantes mas podem se alternar entre as linhagens, sendo essa avaliação 
de grande relevância para o sucesso avicultura industrial na escolha da(s) 
melhor(es) linhagem(s) para cada região, o que consequentemente 
melhorará os índices de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Marcas comerciais de frangos de corte (Cobb – Ross - Arbor Acres - 
Hybro - - Ag Ross - Shaver - Isa Vedette - Hubbard - Chester – Embrapa) 
 
 
 
 
 
 
2.3.2- Características desejáveis dos pintinhos usados para 
produção de carne – híbridos para corte 
 
As principais características desejadas nas linhagens comerciais são 
velocidade de crescimento, eficiência alimentar, taxa de sobrevivência, 
rendimento de carcaça e partes. A velocidade de crescimento está 
relacionada com peso vivo alcançado à idade do mercado, uniformidade 
dos animais facilitando o processo de abate mecanizado e a redução da 
idade com ganho de peso compatível a sua curva de crescimento, reduzindo 
custos de produção. Na eficiência alimentar estão envolvidos os índices de 
desempenho produtivo, principalmente a redução no consumo de ração e 
melhora no índice de eficiência produtiva. A taxa de sobrevivência é 
importante por quantificar a viabilidade nas aves, redução da mortalidade e 
minimizar as doenças metabólicas no plantel. O rendimento de carcaça e 
partes é importante a linhagem expressar o seu ganho genético na produção 
e quantidade protéica, especialmente no peito e coxas. 
Outras características são observadas na escolha dos aniamas como o 
empenamento precoce, pernas curtas, resistência a doenças, boa 
pigmentação da pele e dimorfismo sexual. As penas dos frangos de corte 
são brancas, para a manutenção da higiene durante a etapa de abate e 
processamento. A quantidade de penas é importante para facilitar a 
depenagem, proteger as aves contra injúrias que podem levar a condenação 
de toda ou parte da carcaça e a energia que a ave utilizaria para uma maior 
produção de penas é revertida em carne. O tamanho da ave também é 
viabiliza o processo, uma vez que a ave mais pesada reduz o custo do abate 
por quilo. Apesar dos pés terem uma comercialização importante no 
mercado asiático, as aves devem ter pernas curtas para andar menos, 
melhorando a conversão alimentar. 
 
Tratamento e Reutilização 
da Cama Aviária
Universidade Federal de Viçosa
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Zootecnia
ZOO 424 – PRODUÇÃO AVÍCOLA
Prof.: Luiz Fernando T. Albino
Introdução
Desenvolvimento da Avicultura
Segredo desse sucesso
Melhoramento genético das aves
Nutrição
Ambiência 
•Melhora nos índices produtivos
•Baixo custo de produção
Preço dos insumos
Mão de obra
Introdução
Desenvolvimento da Avicultura
Segredo desse sucesso
•Melhora nos índices produtivos
•Baixo custo de produção
Produto mais 
competitivo
Introdução
A cama deve ser 
enxergada como um 
dos principais 
componentes da 
qualidade na 
produção avícola.
A cama de frango
A cama é todo material distribuído sobre o piso 
dos galpões para servir de leito às aves.
Conceito:
A cama de frango
Características desejáveis do material
•Maciez
•Boa capacidade de absorção
•Atóxica e ...
•Baixa condutividade térmica•Disponibilidade
•Baixo custo
Ávila (1992), Lacy (1991), Bland et. al. (1998) e outros.
Mais de 3 reutilizações:
•Importância do tipo de material
•Fezes ressecada
•Boas características
A cama de frango
É ela que recebe todas as excreções das aves, e 
por isso, apresenta alta carga microbiana
•Bactérias,
•Vírus,
•Fungos, 
•Além de outros parasitas
Além de servir de leito para as aves
Cama reutilizadaAlta carga microbiana
•Liberação de gases nocivos
Volatilização da amônia
Gás sulfídrico
•Segundo Koerkamp et al (2000), a presença de
odores, os níveis de amônia e de gás sulfídrico no
ar e podem prejudicar a saúde tanto das aves
quanto dos seres humanos.
A cama de frango
•Surgimento de doenças
No entanto, a troca da cama como controle de 
doenças potencialmente transmissíveis é uma 
prática que vem sendo abandonada já a algum 
tempo.
•Escassez de material
•Elevação do custo
Intensificação da 
atividade, concentrada 
em determinadas 
regiões do país.
Devido:
Reutilização da cama de frango
A cama de frango
•EUA: vários lotes consecutivos (15 a 30 vezes)
Duas linhas básicas
•UE: não reutiliza
•Brasil: até 6 vezes 1 vez/ 
ano
Troca da cama
Desinfecção do 
galpão
Reutilização da cama
Reutilização da cama
•Após a realização de algum processo de 
redução da carga microbiana. 
Critérios para a reutilização da cama
•Só deve ser feita quando o lote anterior não tiver 
apresentado problemas sanitários.
Tratamento da cama
Redução da carga microbiana
2 métodos: 
•Químico 
•Biológico 
Tratamento da cama
Redução da carga microbiana
Método Químico:
•Desinfecção
Alto poder residual
•Modificadores de pH
Alcalinizantes
Acidificantes
(Trifenol)
Tratamento da cama
Redução da carga microbiana
Alcalinizantes (mais utilizado)
Cal hidratada
•Elevação do pH
Enterobactérias
Salmonella spp, 
E. coli, ...
Ineficaz contra C. perfringens
Tratamento da cama
Redução da carga microbiana
Método Biológico:
•Fermentação
•Inibição competitiva
Tratamento da cama
Redução da carga microbiana
•Fermentação
Processo natural de decomposição da matéria 
orgânica em ambiente anaeróbio
•Redução de pH
Controle das 
principais bactérias
•Aumento da temperatura
Tratamento da cama
O que se tem utilizado?
Método da fermentação:
•Enleirar a cama;
•Retirar os equipamentos;
•Cobrir as leiras com lona plástica;
•Deixar a cama enleirada e coberta por 8 dias;
•Retirar a lona plástica no 8º dia;
•Espalhar a cama novamente no aviário;
Tratamento da cama
O que se tem utilizado?
•Desinfetar o aviário usando nebulizadores;
•Passar vassoura de fogo;
•Repor cama nova no pinteira;
•Repor os equipamentos.
•Passar sulfato de cobre na cama nova ou 
cobri-la com papel;
Método da fermentação:
Tratamento da cama
O que se tem utilizado?
Método tradicional:
•Passar cal na Cama;
•Retirar os equipamentos;
•Passar vassoura de fogo sobre a cama 
(queimando todas as penas),
•Revolver a cama;
•Passar vassoura de fogo novamente;
•Fazer combate aos insetos da cama (inseticidas);
Tratamento da cama
O que se tem utilizado?
Método tradicional:
•Passar vassoura de fogo novamente em toda a cama;
•Retirar a cama da pinteira e colocar cama nova;
•Repor os equipamentos.
•Desinfetar o aviário usando nebulizadores;
•Passar sulfato de cobre na cama nova ou
cobri-la com papel;
É possível utilizar a cama de frangos de corte várias 
vezes, no entanto, mais estudos científicos 
demonstrando a viabilidade da reutilização da cama 
precisam ser feitos.
Considerações finais
O desempenho econômico da avicultura frente a 
reutilização da cama, levando em consideração os 
aspectos zootécnicos e sanitários, devem ser avaliados 
para o uso ou não dessa prática.
Situação da Avicultura 
no Brasil e no Mundo
Universidade Federal de Viçosa
Departamento de Zootecnia
ZOO 424 – Avicultura
Professor Dr. Luiz Fernando Teixeira Albino
2020/I
Sumário
 Plantel Avícola
 Produção de Grãos/Ração - Perspectivas para 2020 
 Mercado de carne e ovos - Perspectivas para 2020
Fonte Foto: http://domtotal.com/noticia/1262587/2018/05/greve-dos-caminhoneiros-granjas-descartam-ovos-e-pintinhos/ 
Plantel de 
Animais
Plantel Avícola no Brasil
Fonte: AviSite
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2014 2015 2016 2017 2018 2019
3541,2
3732,7 3708,9
3517,6 3409,1
3693,2
1170,2 1229,3 1199 1179,9 1125,1 1191,6
878,5 885,6 906,1 875,1 910,7 923,3
125,3 130,8 129,9 128,9 125,3 131,9
511 522,1 500,7 504,8 493,6 519
A
lo
ja
m
e
n
to
 (
m
ilh
õ
e
s 
d
e 
ca
b
e
ça
s)
Ano
Alojamento de Pintainhas de Corte
Sul Sudeste Centro-Oeste Norte Nordeste
 Alojamento de Matrizes
Plantel Avícola no Brasil
Fonte: Adaptado de ABPA (2019)
 Aves de Postura
Plantel Avícola no Brasil
Fonte: Adaptado de ABPA (2019)
Desafios para os Plantéis
 Aumentar a lotação de galpões, tenho em vista o bem-
estar, infraestrutura e ambiência;
 O aumento do alojamento é um efeito cascata, desde a 
produção de híbridos até o produto final;
 Problemas no alojamento de matrizes??
Produção de 
Grãos/Ração
 Condições para a produção:
 Tipo de Solo
Condições Climáticas (Excesso de Chuvas)
 Incentivos (Fiscais, Tributários e etc.)
Preço de Insumos
Produção de Grãos
Fonte: http://blog.prazeresdacasa.com.br/grow/6-dicas-
para-plantar-em-casa-cultivo-indoor/
Produção de Grãos
 Segundo a Conab o aumento na produção de grãos (milho e soja) em 2020 
pode reduzir o preço desses insumos e afetar significativamente o 
faturamento dos produtores de carne de frango e ovos. Porém as perdas de 
produtividade podem afetar negativamente essa balança
►Área estimada de plantio 64.840,3 mil 
ha para a safra de 2019/2020. Sendo 
2,5% maior do que a safra passada 
(Conab, 2020).
Produção de Grãos
Feijão
Arroz
Sorgo
Algodão
Fonte: Adaptado de Conab (2020)* Valores em mil hectares
Milho
17.991,2
29%
Soja
36.803,1
59%
Outros
7.435,1
12%
ÁREA PLANTADA
Expectativa 2020
Grão 2018 2019
Milho 80,7 92,8*
Soja 119,28 122,2*
Trigo 5,43 5,63*
Fonte: Adaptado de Conab (2020)
14,99 %
1,01 %
1,03 %
* Valores Estimados em Fevereiro/2020
Valores em mil de toneladas
2020
100,5*
123,3*
5,35
8,30 %
0,90 %
4,97 %
Desafios da Produção de Grãos
 Abertura de novas áreas para o plantio;
 Investimentos nas áreas de transporte/escoamento da 
produção;
 Subsídios para a compra de insumos e máquinas 
necessárias para o pequeno e grande produtor;
 Aumento de produtividade das áreas já estabelecidas com 
o aumento da fertilidade do solo
Carne e Ovos
 Conceito de carne de fácil 
acesso
 Custo reduzido comparada à 
outras carnes
 Produtos de qualidade 
(Segurança Alimentar)
Carne de Frango
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
Frango Suína Bovina Peru
1,69
2,36
4,11
2,48
P
re
ço
 (
U
S
D
/K
g
)
Preço por Kilograma - Exportações
Fonte: ABIEC (2018)
Carne de Frango
 Em 2018 o Brasil alcançou a produção de 12,86 milhões 
de toneladas de carne de frango, ficando atrás somente 
dos EUA com 19,36 milhões de toneladas.
 Produção Mundial de carne de frango chegou à 95 milhões 
de toneladas. 
 Representatividade brasileira: 13,53 % da produção 
mundial.
Fonte: USDA/ABPA (2019)
↑ 6,74 %
↓ 1,50 %
↑ 2,65 %
Queda de 1%!!
Carne de Frango
Fonte: ABPA (2019)
Carne de Frango
Fonte: ABPA (2019)
Carne de Frango
Fonte: Adaptado de USDA/AviSite (2018)
Produção de carne de frango
País 2017 2018 2019 2017/2018 2018/2019
Brasil 13,06 13,55 13,8 3,62% 1,81%
China 11,6 11,7 12 0,85% 2,50%
Tailândia - 3,12 3,25 - 4,00%
Total 89,981 95,594 97,802 5,87% 2,26%
 Exportações Brasileiras
Carne de Frango
4,37 milhões 
de toneladas
Fonte: Adaptado de ABPA (2019)
Interno 66,00%
Externo 0
Cortes
22,4%
Inteiros
9,2%
Embutidos 0,7%
Salgados 0,7%
Industrializados 1,0%
34,00%
Interno Externo Cortes Inteiros Embutidos Salgados Industrializados
8,48 milhões 
de toneladas
Ovos
Fonte: ABPA (2019)
Carne e Ovos
Fonte: Adaptado de ABPA (2019)
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Industrializado In Natura
Interno Externo
99,60%
0,13% 0,27%
Potencial para 
investimento no 
processamento de 
ovos, aumentando a 
exportação de 
ovoprodutos
Produto delicado para 
transporte in natura
Desafios do Mercado de Carnes e Ovos
 O aumento da

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