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Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 1 Criação de Frangos de Corte - AMBIÊNCIA A escolha das edificações para criação de frangos é um problema complexo, que inicia com o conhecimento detalhado do clima da região e termina com o estudo da viabilidade econômica do modelo proposto. *** O sucesso da atividade está associados aos itens de planejamento, como a escolha do local para as instalações avícolas, condições climáticas (vento, frio, calor, umidade...), densidade da granja, altura do pé direito, tipo de cobertura (telhado), e o nível tecnológico dos aviários - sofisticação (automático, semiautomático ou manual). O estudo microclimático permite avaliar as possibilidades do emprego de material de construção para obtenção do ambiente desejado, onde as aves poderão manifestar todo o seu potencial genético. No Brasil, a maioria das instalações é aberta, o que condiciona o ambiente interno das instalações igual às condições externas. As adequadas instalações têm por finalidade proporcionar condições de conforto às aves, principalmente com relação à temperatura (entre 21 e 26 oC) e umidade relativa (entre 50 e 70%); abrigar as aves de chuva, vento, frio e mudanças climáticas; e fornecer condições ideais de manejo e alimentação. Nas condições de clima quente, sugere-se que as instalações sejam posicionadas com o seu eixo maior em relação leste-oeste, ou seja, a linha que representa o percurso diário do sol, conforme ilustrado na Figura 5. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 2 Figura 5 - Posicionamento do galpão no sentido leste-oeste. O galpão deve ser construído em local alto, seco e bem ventilado, de fácil acesso a veículos pesados, permitir um bom isolamento, mantendo sempre certa distância entre as instalações para fornecer boa ventilação natural, além de estar suficientemente afastado de rodovias, povoamento ou setores industriais, no mínimo 100 m. Deve possuir rede elétrica compatível com as necessidades dos equipamentos, bem como água de qualidade e em quantidade suficiente para estoque de consumo no mínimo de três dias. Nos últimos anos têm ocorrido mudanças na avicultura, principalmente na área de construção de aviário, procurando dimensionar adequadamente as instalações, de acordo com as necessidades de cada região, para obter maior produção de carne por m2. O modelo padrão atual de aviário para frangos de corte tem comprimento variando de 100 a no máximo 200 m (antigamente variava de 50 a 100-125 m). Para melhor atingir os índices de produtividade com menor investimento, deve- se verificar as condições ambientais vigentes na região, o tipo de material a ser Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 3 usado na construção, o tipo e eficiência dos equipamentos e a relação custo/benefício. Os galpões podem ser construídos com estrutura de madeira, metálica, de cimento ou pré-moldada. Em volta do galpão é aconselhável deixar uma distância mínima de 4 m, gramado ou cimentado, para circulação. A cobertura é feita com duas águas, com ou sem laternim, dependendo da região e da altura do pé-direito. Pode-se utilizar telhas de cimento-amianto, barro, alumínio, galvanizada ou folhas de flandes com isolante térmico, com inclinação de 20 a 30%. As paredes frontais são fechadas até o teto, nas regiões frias, utilizando-se alvenaria, madeira, chapas de alumínio ou fibro-amianto e em tela ou 1/3 de alvenaria e 2/3 em elementos vazados, em regiões quentes. As paredes laterais possuem muretas de alvenaria de 25 a 30 cm de altura, sendo o restante do fechamento realizado com tela de 1,5 polegada. O piso pode ser de chão batido ou em concreto mais ou menos liso, ou ainda, com outros materiais afins com espessura de 5 cm nivelado (para suportar máquinas leves, recomenda-se um piso com 12 cm de espessura) e a 20 cm do nível do terreno, com 0,5 a 1,5% de declive no sentido das laterais do galpão, partindo do centro. Passeios laterais de cimento com 50% de largura do beiral e inclinação de 3% têm a finalidade de proteger os alicerces, o piso e as paredes contra a umidade, além de facilitar o trabalho de manejo da granja. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 4 As divisões internas devem ser móveis, com altura de 1 m, e porta lateral correspondente com dimensões de 1,0 m x 2,10 m. A distância entre galpões deve ser em função da idade das aves. Para galpões de idade única, as distâncias entre os galpões devem ser de no mínimo duas vezes a sua largura, o que permitirá adequada luminosidade nos galpões e o trânsito de veículos, se necessário; entre galpões com aves de idades diferentes, as distâncias devem ser de no mínimo 100 m. Nos extremos do galpão, deve-se prever portões de 4,00 m de largura e 3,00 m de altura, o que facilita o manejo dos frangos, a entrada de caminhões para carregamento e a descarga ou retirada de maravalha (”cama”), e uma porta de entrada com 1,00 m de largura por 2,20 m de altura, principalmente para pessoas. É importante fazer boa drenagem em volta dos galpões, para evitar excesso de umidade, e construir uma fossa séptica para aves mortas, no mínimo, com 50 m de distância do aviário. A adoção de novas tecnologias e materiais nas construções avícolas, em decorrência do crescente uso de estruturas metálicas e de estruturas pré- moldadas, bem como o uso de equipamentos automáticos, tem resultado em aumento no comprimento dos galpões para 125 m, o que possibilita uma melhor utilização, com redução de custos. O grau de sofisticação na construção de galpões, segundo a região e o material usado, cujo objetivo é maximizar a produção de carne por m2. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 5 CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE O desenvolvimento extraordinário da avicultura brasileira deve-se aos estudos nas áreas de genética, de nutrição, de manejo e de sanidade, aliadas às facilidades com que o setor avícola adota as novas tecnologias e as técnicas de manejo para obter altos índices de produtividade. A preocupação é ter um produto final de qualidade e com segurança alimentar. Na criação de frangos de corte em escala comercial, existem basicamente três sistemas de produção, nos quais o avicultor pode-se enquadrar: o integrado, o cooperado e o independente. O sistema de produção integrado, adotado pela maioria das empresas avícolas, é feito entre a empresa e o avicultor. Os objetivos básicos desse sistema são garantir ao avicultor rendimento definido, lote após lote, ficando livre das oscilações de mercado, em que às vezes, o preço de venda não cobre os custos de produção. Além disso, objetiva propiciar rendimento em escala em todo o sistema e manter o padrão de qualidade em todos os segmentos, ou seja, na produção de pintos (matrizes e incubatório), na produção de ração, na criação do frango, no abate, processamento e comercialização. A empresa integradora compromete-se a fornecer os pintos, a ração, os medicamentos e outros insumos, a assistência técnica, o transporte da ração e dos frangos, o abate e a comercialização. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 6 Ao avicultor (integrado) cabe providenciar as instalações, a mão-de-obra, a “cama” e os equipamentos. Para sua remuneração, considera-se o índice de eficiência produtiva, que leva em conta a mortalidade, idade de abate, conversão alimentar e o peso vivo final. O sistema de criação cooperativo é normalmente feito entre as cooperativas e seus cooperados. A cooperativa fornece pintos de um dia, assistência técnica, ração e outros insumos e equipamentos a preço definido e recebe o frango também a preço definido. A própria cooperativa comercializaos frangos, e o lucro é dividido entre os cooperados, na proporção dos frangos entregues. , No sistema de produção independente, o avicultor compra os insumos, pintos de um dia, ração e medicamentos, cria os frangos e os vende a preço de mercado. Embora em determinadas épocas a rentabilidade da exploração possa ser maior que no sistema integrado ou cooperado, todos os riscos da atividade ficam por conta do produtor. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 7 Escolha dos pintinhos A etapa inicial do processo produtivo de uma granja é a escolha dos pintinhos. Deve-se iniciar uma criação com um lote saudável, desde o primeiro dia de vida, e a qualidade dos pintos de corte é fator importante para o sucesso da criação. Os pintos devem ser saudáveis e livres de Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasma synoviae, Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum. Devem ter boa imunidade para as doenças de Gumboro, Bronquite-Infecciosa e Newcastle. Características de pintinho saudável e de boa qualidade: - Proveniente de incubatório idôneo, com controle sanitário eficiente. - Ter mais de 40 g de peso e apresentar-se ativo. - Ter olhos brilhantes e umbigo bem cicatrizado. - Apresentar tamanho e cor uniforme. - Ter canelas brilhantes e lustrosas. - Apresentar plumagem seca e macia e sem emplastamento na cloaca. - Ser vacinado contra Marek, no incubatório. - Transportado em caixas desinfetadas e com forração nova. A distância do incubatório até a granja não deve ser maior que 500 km ou 12 horas de viagem. As aves devem ser transportadas em veículos especiais, com controle de temperatura e de umidade e com ventilação. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 8 Preparo das instalações Teoricamente, a criação de frangos de corte pode ser desenvolvida em qualquer parte do mundo, independentemente das condições climáticas da região. No entanto, na prática a complexidade e o manejo das instalações são variáveis. As instalações devem fornecer às aves um ambiente limpo e protegido, onde possam manifestar todo o seu potencial genético. Conforme mencionado, alguns cuidados devem ser observados ao se definirem a escolha do local e a construção das instalações avícolas. O clima é um dos mais importantes fatores a serem considerados na hora de projetar um galpão para frangos. Limpeza e desinfecção dos galpões As instalações e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados toda vez que o lote for substituído. Deve-se retirar toda a matéria orgânica acumulada durante a criação do lote anterior e programar para que o lote seja retirado de uma só vez. Retirar os frangos, retirar a “cama”, desmontar e retirar os equipamentos, esvaziar, limpar os silos (retirar restos de ração) e varrer todo o galpão, incluindo tela, cortinas e exterior. Toda a instalação (do piso ao teto) deve ser cuidadosa e rigorosamente lavada e desinfetada usando sabão ou desinfetante para melhor remoção da sujeira acumulada. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 9 A desinfecção deve ser feita após a lavagem do galpão, sendo importante ressalvar que o desinfetante é ineficaz na presença de matéria orgânica. Após a desinfecção, deve-se deixar o galpão fechado durante 48 horas, para que a ação do desinfetante se mantenha por período mais amplo e de vazio sanitário, no mínimo de 15 dias, antes da entrada de um lote novo. É importante fazer o controle de roedores, a lavagem e desinfecção da caixa d’água e dos encanamentos (práticas que não podem ser esquecidas). Para melhor segurança sanitária da granja, é recomendável usar pedilúvio com desinfetante e restringir ao máximo as visitas às granjas. Em caso de visitas, os visitantes devem usar roupas apropriadas e limpas e botas descartáveis, pois o ser humano é o maior transmissor de doenças. Os galpões visitados devem seguir a seqüência dos lotes mais novos para os mais velhos. Lavagem e desinfecção dos equipamentos Os equipamentos devem ser lavados e desinfetados a cada lote novo. Os desinfetantes mais usados são hipoclorito de sódio ou cálcio, formol (gás ou solução de formaldeído), compostos à base de amônia quaternária, glutaraldeído, iodo e soda cáustica. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 10 Cama de aviário O material utilizado como cama deve prever a redução do impacto e atrito da ave com o piso do aviário, funcionando como colchão protetor das lesões do “cochim plantar”. Deve cobrir o piso do galpão e proporcionar conforto e bem- estar aos pintinhos, pois interfere nas condições sanitárias e no bom desempenho do lote. Deve-se utilizar material de boa qualidade e cobrir o chão do galpão de maneira uniforme, com altura variando de 5 a 15 cm, dependendo da época do ano (inverno/verão) e da densidade populacional (número de aves por m2). Um metro cúbico de “cama” é suficiente para cobrir 10 m2 de área, com altura de 10 cm. As características e, ou, propriedades de um bom material para cama são: - Capacidade de absorver umidade, evitando emplastamento. - Liberar facilmente a umidade absorvida. - Ter umidade em torno de 20 a 25%. - Ser composta de partículas homogêneas e livre de material estranho. - Apresentar bom isolamento de piso (baixa condutividade térmica). - Ser de baixo custo. - Apresentar boa disponibilidade na região e estar livre de substâncias tóxicas. A cama deve ser manuseada constantemente, para evitar formação de plasta (cascão) e de umidade excessiva, principalmente perto de bebedouros. Recomenda-se revolver a “cama” (em horário mais fresco) para que se mantenha seca e fofa, e substituí-la toda, ou parte dela, sempre que necessário. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 11 Principais materiais usados como “cama” Maravalha, ou serragem ou cepilho de madeira, sabugo de milho triturado, cascas de arroz, café e amendoim, palhas de culturas em geral, fenos de gramíneas e rama de mandioca. Combinar preço com a disponibilidade de material na região. Alguns fatores podem inviabilizar a troca da “cama” para a formação de um novo lote, sendo a “cama” novamente utilizada. É possível a reutilização por quatro a sete lotes, desde que garantida a qualidade e os aspectos sanitários. Reutilização de “cama” Para reutilização da “cama”, são necessários alguns cuidados, como verificar se o lote anterior estava livre de problemas sanitários e se a cama apresenta condições físicas para ser reutilizada. Após a retirada dos equipamentos para limpeza e desinfecção, abrir todo o aviário para arejamento; em seguida, retirar as partes úmidas da “cama” (cascão), proceder à queima das penas, sempre revolvendo a “cama”, utilizando- se lança-chamas também nas paredes e telas do galpão. A “cama” deve ser amontoada, dentro ou fora do galpão, para facilitar a fermentação, reduzindo, assim, o número de microrganismos. Para a melhor fermentação, recomenda-se umedecer o material (35 a 40% de umidade). O período de amontoamento deve ser de no mínimo 15 dias (boa fermentação e bom vazio sanitário). Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 12 Após o período de fermentação, a “cama” deve ser novamente espalhada no galpão, para ser reutilizada. O uso de um agente desinfetante, como a cal, facilita a secagem. É uma prática importante mexer várias vezes a “cama” para atingir 25% de umidade. IMPORTANTE: Utilizar “cama” nova nas áreas dos círculos de proteção. AVICULTURA ZOO 424 FISIOLOGIA DAS AVES APARELHO DIGESTIVO - O trato digestivo é um tubo oco e fibromuscular que vai da boca (bico) á cloaca, sendo o mesmo recoberto por um epitélio, que em algumaspartes, está especializado para secreção, digestão e absorção. Parte da ração ingerida pelas aves precisa de diversas reações antes de poder ser utilizada pelo organismo. Essas reações ocorrem durante a passagem do alimento através do canal alimentar. Digestão: mudanças que ocorrem nos alimentos, durante sua passagem pelo canal alimentar, para tomar possível a absorção do nutriente através da parede intestinal - corrente sangüínea - células. ALIMENTO Proteínas Carboidratos Gorduras Minerais Vitaminas Água Entende-se por digestão o processo pelo qual o alimento é progressivamente degradado por sistemas enzimáticos em moléculas suficientemente pequenas para que possam ser absorvidas . Proteínas H2O peptídeos, aminoácidos gorduras H2O ácidos graxos e glicerol Carboidratos H2O açúcares simples (monossácarideos) Nas aves, o processo da digestão inicia-se propriamente dito após a passagem do bolo alimentar pelo proventrículo e termina no intestino grosso (cecos). A passagem do bolo alimentar pelo tubo digestivo depende do movimento peristáltico (peristaltísmo), que se inicia no esôfago e é desencadeado sucessivamente no papo, moela e intestino. Quando se fala em digestão, devemos lembrar que ela ocorre na moela, ID e cecos, mas estes órgãos são apenas ‘instalações” ou “recipientes”, porque os principais agentes responsáveis pela digestão , as enzimas, são produzidas pelo proventrículo, fígado, pâncreas, duodeno e bactérias. Absorção; Os nutrientes provenientes da digestão das macro-moléculas são absorvidos pelas vilosidades ao longo do intestino delgado e grosso. Metabolismo: mudanças químicas do alimento após os processos de digestão e absorção. O aparelho digestivo é composto por órgãos especializados para exercer a função de ingestão, digestão e absorção de nutrientes, presentes no alimento, que são necessário para a manutenção de um ser vivo. BOCA Tem a função de apreensão e ingestão do alimento A deglutição é um fenômeno que ocorre na cavidade bucal. Tão logo o alimento é colhido pelo bico, a língua o desloca para o teto da boca par que a saliva o umedeça, e através de um rápido movimento é empurrado para a faringe e deglutido. Presença de poucos botões gustativos ( no de 316). Saliva contém: água, muco, anticorpos e íons orgânicos e uma quantidade relevante de ptialina ou amilase (digestão enzimática do amido) Esôfago e Papo O esôfago é um segmento relativamente longo, que possui um divertículo, ou papo que separa as porções superiores e inferiores do esôfago.. Apresenta glândulas mucosas que tem a função de lubrificação do alimento. O papo é originário da distensão da parede ventral do esôfago e possui um revestimento simples, permitindo o armazenamento de alimento. O transito do bolo alimentar pelo esôfago e papo depende também do movimentos peristálticos. Proventrículo e Moela O proventrículo é uma estrutura localizada entre o esôfago inferior e a moela, sendo recoberto por uma camada mucosa glandular com função secretora, glândulas gástricas secretoras. As aves apresentam o estômago dividido em estômago glandular (proventrículo) e estômago muscular (moela). O bolo alimentar caminha pelo proventrículo e é embebido pelo suco gástrico secretado pelas células péptico-oxinticas (semelhante às células principais e parientais dos mamíferos). Suco gástrico: composto de água, HCl, sais, pepepsinogenio e mucina. A secreção gástrica é influenciada por: alimento no trato controle nervoso controle hormonal (gastrina, secretina e pancreozina). A moela é considerada um estômago muscular, responsável pela trituração e maceração do alimento (mastigação). A moela possui uma musculatura rígida e resistente a ação do HCl. Intestino Delgado É semelhante ao dos mamíferos na sua posição proximal, a qual em forma de “U” envolve o pâncreas (glândula secretora do suco pancreático), e é denominado de duodeno. Os segmentos seguintes não têm divisão nítida, assim a porção distal do duodeno é chamado jejuno e o segmento anterior à junção do cecos é chamada de íleo. O ID é mais curto nas aves, e há uma variação de comprimento em função do tipo de alimentação. A absorção dos produtos da digestão ocorre inteiramente no intestino delgado, através de dois mecanismos: difusão ( a maior parte) e transporte ativo (endocistose). Absorção depende : * comprimento do intestino * presença de pregas circulares da mucosa e submucosa * disposição da mucosa (vilosidades) ou pregas * presença de microvilosidades na superfície de cada célula de revestimento do ID. No duodeno existe a desembocadura dos dutos pancreáticos e bílis, sendo que os dutos biliares entram no duodeno logo abaixo da junção duodeno - moela. A função do duodeno é finalizar os processos da digestão e também absorver os produtos resultantes. Pâncreas - é uma glândula volumosa que possui funções endócrinas e exócrinas, e é altamente relacionada com o sistema digestivo. O pâncreas exócrino lança no duodeno, via ducto pancreático, um fluido alcalino rico em enzimas aminolíticas, proteóliticas e lipolíticas. A alcalinidade da secreção se deve ao alto teor de íons bicarbonato e destina- se a neutralizar o quimo ácido, quando este penetra no duodeno. A secreção pancreolítica é continua no entanto, sua intensidade é regulada pelos sistemas nervoso e hormonal. Os hormônios que regulam a secreção são: - secretina (HCO3 - ) - colecistoquinina-pancreozina (CCK) (conteúdo enzimático) - gastrina O pâncreas endócrino é representado pelas ilhotas de Langerhans, constituídas de células alfa 1 (secretam gastrina) e alfa 2 (secretam glucagon) . Fígado - é um órgão grande, bilobado, que possui muitas funções, dentre as quais uma função digestiva, caracterizada pela produção da bile, que é ligeiramente ácida. A bile é sintetizada no fígado, armazenada na vesícula biliar e conduzida para o duodeno através do ducto biliar. Ela é constituída de sais biliares (glicolato e taurocolato), ácido biliares ( cólico a alcoólico), pigmentos (bilirrubina e biliverdina), e em aves com mais de 8 semanas, amilase. A função da bile é auxiliar na absorção das gorduras devido a sua ação emulsificante e seus efeitos ativantes sobre a lípase pancreática e na digestão dos carboidratos, devido a presença de amilase. Intestino Grosso É relativamente curto e sem demarcações definida, sendo dividido em ceco, cólon e reto. No IG não há secreção enzimática. Os cecos estão localizados na junção do ID e G que, nas aves são em número de dois, com funções pouco conhecidas. A principal função dos cecos é absorção de água e síntese de vitaminas. Também ocorre considerável quantidade de digestão de fibra e atividade proteolítica. O cólon - reto é um tubo curto que se estende da junção íleo-ceco até a cloaca. Cloaca É a abertura comum aos sistemas digestivos, urinário e reprodutivo. APARELHO REPRODUTOR DA GALINHA. Difere sensivelmente do que se observa entre os mamíferos. A maior parte do desenvolvimento embrionário se dá fora do organismo materno. Por isso a célula reprodutiva feminina é envolvida por grande quantidade de material nutritivo, necessário à alimentação do embrião. O embrião em desenvolvimento de uma galinha possui dois ovários e dois oviduto. Entretanto, logo após a eclosão, o ovário e o oviduto direito se atrofiam e os do lado esquerdo iniciam o desenvolvimento. O aparelho reprodutor constafundamentalmente de uma glândula secretora de gema (o ovário) e um órgão excretor (o oviduto). Com exceção da gema, todas as partes do ovo, inclusive albumina, membrana testáceas e casca, são formados no oviduto. O ovário consiste de uma massa esponjosa que contém óvulos em vários estágios de maturação, sendo a maioria de tamanho microscópio, totalizando um número superior a 2.000. Está localizado abaixo da coluna vertebral, na sua parte média, junto à extremidade anterior do rim esquerdo. Cada gema se acha envolvida por uma cápsula membranosa (o folículo) que se liga ao ovário por meio de um cordão (o pedículo). Óvulo maduro se rompe ______________ deiscência (ovulação) O oviduto tem 45 a 75 centímetros de comprimento e nada mais é que um canal que se inicia por um funil que capta o óvulo amadurecido (gema) e o conduz até a cloaca, passando por vária s fase onde são formadas a clara, as membranas da casca e a casca. Ele é constituído de 05 partes bem definidas: * Infundíbulo * Magno * Istmo * Útero * Vagina Infundíbulo. Trompa, funil ou boca do oviduto. Sua função é recolher a gema após a ruptura do folículo. A gema permanece de 10 a 20 minutos no infundíbulo quando verifica-se a fertilização do óvulo por um espermatozóide, caso a galinha tenha sido coberta. Magno. É a região secretora de clara densa, sendo inteiramente revestida por uma mucosa glandular especial. A gema é envolvida por parte da clara (50%) em 2 ou 3 horas. Istmo. Constitui o segmento onde são formadas as membranas interna e externa da casca . O ovo permanece de 1 a 1 ½ hora, onde recebe as membranas da casca e 10 % da clara Útero. É a porção dilatada do oviduto. Secreta a clara fluída, a casca e os pigmentos da casca. O ovo permanece de 20 a 23 horas e recebe os restantes 40 % de clara. Vagina. É a porção terminal do oviduto, liga o útero a cloaca. O ovo permanece de 5 a 15 minutos e recebe a cutícula que veda as paredes porosas da casca contra a entrada de microorganismo. Cloaca. Compartimento comum aos aparelhos digestivo, urinário e reprodutivo. APROXIMADAMENTE 26 HORAS DECORREM ENTRE A OVULAÇÃO E A POSTURA DO OVO Ovos defeituosos: Duas gemas Manchas de sangue Pedaços de carne Casca mole Ovo sem gema Ovo dentro de ovo. APARELHO REPRODUTOR DO GALO. Constituído de: dois testículos localizados na cavidade abdominal - parte superior dos rins, junto a parede dorsal do corpo. vasos ou canais deferentes órgão copulador rudimentar Os testículos são: comumente de cor amarela e forma elipsóide, produzem os gametas masculinos ou espermatozóides que incorporados ao líquido seminal, também secretado pelos mesmos, são levados através dos vasos deferentes à cloaca. Durante a cópula os espermatozóides são introduzidos no oviduto da fêmea por intermédio do órgão copulador rudimentar localizado na face dorsal da cloaca do macho. Não tem tamanho definido, sendo o esquerdo geralmente maior que o direito. Seu volume aumenta enormemente nos galos em serviços de cobertura. Os testículos se desenvolvem em três fases diferentes: 1- Fase pré-puberal - de 1 dia a 10 / 12 semanas de idade. quase não há aumento de peso e tamanho dos testículos (05 mg 1 cm ) qualquer problema de manejo terá pouco efeito. 2- Fase puberal - de 10 / 12 semanas a 22 / 24 semanas de idade. ocorre crescimento muito rápido dos testículos (25 - 30 g e 4 -5 cm) aparece o primeiro espermatozóide atinge a maturidade sexual qualquer falha no manejo será prejudicial ao crescimento dos testículos e na fertilidade 3- Fase adulta - a partir de 24 semanas até o final de produção até as 40 semanas de idade os testículos permanecem do mesmo tamanho a partir das 40 semanas os testículos começam a decrescer (a medida que os machos envelhecem) a máxima produção de espermatozóides e fertilidade ocorre entre 24 e 30 semanas de idade. Este nível é mantido até o início de regressão .testicular. A idade de regressão varia de um macho para outro e depende de fatores ambientais e de manejo. Um bom manejo propicia uma boa persistência da fertilidade. (transparência pag 34 Facta 1993) Excesso de gordura reduz fertilidade e eclodibilidade. Eclodibilidade = Pintos Nascidos x 100 Ovos incubavéis Peso corporal – dificuldade do contato de M e F, - dificuldade da exposição da cloaca, - dificuldade de transferencia de espermatozóide. APARELHO RESPIRATORIO. O sistema respiratório das aves é marcadamente diferente dos outros vertebrados, especialmente os pulmões e outras extensões. É formado pelas seguintes partes: * Cavidades nasais - muito curtas, situadas na parte superior do bico. Comunica com a boca e faringe por uma abertura (não permite beber por sucção). * Laringe * Traquéia * Siringe * Brônquios - formam o sistema tubular do pulmão, subdividindo em 1ario , 2ario, e muitos parabronquiais. * Pulmões - relativamente pequenos, ocupam a cavidade toráxica. Os pulmões não contraem, nem expandem. * Sacos Aéreos * Ossos Pneumáticos Sacos Aéreos: Estruturas dilatáveis, com paredes delgadas e translúcidas, em número de 09, sendo 04 pares + 01 . Todos os sacos aéreos, com exceção dos torácicos, formam uma espécie de comunicação entre os brônquios e alguns ossos pneumáticos. Interclavicular (01) : comunica os pulmões com os ossos da asa. Cervicais (02) : comunicam os pulmões com as vértebras cervicais e torácicas Torácicos Anteriores (02): comunicam somente com os pulmões. Torácicos Posteriores (02) : Abdominais (02) comunicam os pulmões com os ossos das pernas Funções: - Fole - permitem uma circulação rápida do ar pelos pulmões - auxilia na respiração. - Balão - tornam as aves mais leves para o vôo - Tara ou Contrapeso - permite que o corpo da ave fique em equilíbrio, com o centro na região ventral, durante o vôo. - Diminuem a fricção entre os músculos em movimento - Ajudam a manter a temperatura corporal pela difusão do vapor e água pelos pulmões - Reservatório de ar para as aves de vôo rápido. Mecanismo da Respiração: Pulmão : troca gasosa O2 e CO2. Sacos aéreos: movimentação do ar Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 1 AMBIÊNCIA A escolha das edificações para criação de frangos é um problema complexo, que inicia com o conhecimento detalhado do clima da região e termina com o estudo da viabilidade econômica do modelo proposto. O estudo microclimático permite avaliar as possibilidades do emprego de material de construção para obtenção do ambiente desejado, onde as aves poderão manifestar todo o seu potencial genético. No Brasil, a maioria das instalações é aberta, o que condiciona o ambiente interno das instalações igual às condições externas. As adequadas instalações têm por finalidade proporcionar condições de conforto às aves, principalmente com relação à temperatura (entre 21 e 26 oC) e umidade relativa (entre 50 e 70%); abrigar as aves de chuva, vento, frio e mudanças climáticas; e fornecer condições ideais de manejo e alimentação. Nas condições de clima quente, sugere-se que as instalações sejam posicionadas com o seu eixo maior em relação leste-oeste, ou seja, a linha que representa o percurso diário do sol, conforme ilustrado na Figura 5. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 2 Figura 5 - Posicionamento do galpão no sentido leste-oeste. O galpão deve ser construídoem local alto, seco e bem ventilado, de fácil acesso a veículos pesados, permitir um bom isolamento, mantendo sempre certa distância entre as instalações para fornecer boa ventilação natural, além de estar suficientemente afastado de rodovias, povoamento ou setores industriais, no mínimo 100 m. Deve possuir rede elétrica compatível com as necessidades dos equipamentos, bem como água de qualidade e em quantidade suficiente para estoque de consumo no mínimo de três dias. Nos últimos anos têm ocorrido mudanças na avicultura, principalmente na área de construção de aviário, procurando dimensionar adequadamente as instalações, de acordo com as necessidades de cada região, para obter maior produção de carne por m2. O modelo padrão atual de aviário para frangos de corte tem comprimento variando de 100 a 125 m (antigamente variava de 50 a 100 m). Para melhor atingir os índices de produtividade com menor investimento, deve- se verificar as condições ambientais vigentes na região, o tipo de material a ser usado na construção, o tipo e eficiência dos equipamentos e a relação custo/benefício. Os galpões podem ser construídos com estrutura de madeira, metálica, de cimento ou pré-moldada. Em volta do galpão é aconselhável deixar uma distância mínima de 4 m, gramado ou cimentado, para circulação. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 3 A cobertura é feita com duas águas, com ou sem laternim, dependendo da região e da altura do pé-direito. Pode-se utilizar telhas de cimento-amianto, barro, alumínio, galvanizada ou folhas de flandes com isolante térmico, com inclinação de 20 a 30%. As paredes frontais são fechadas até o teto, nas regiões frias, utilizando-se alvenaria, madeira, chapas de alumínio ou fibro-amianto e em tela ou 1/3 de alvenaria e 2/3 em elementos vazados, em regiões quentes. As paredes laterais possuem muretas de alvenaria de 25 a 30 cm de altura, sendo o restante do fechamento realizado com tela de 1,5 polegada. O piso pode ser de chão batido ou em concreto mais ou menos liso, ou ainda, com outros materiais afins com espessura de 5 cm nivelado (para suportar máquinas leves, recomenda-se um piso com 12 cm de espessura) e a 20 cm do nível do terreno, com 0,5 a 1,5% de declive no sentido das laterais do galpão, partindo do centro. Passeios laterais de cimento com 50% de largura do beiral e inclinação de 3% têm a finalidade de proteger os alicerces, o piso e as paredes contra a umidade, além de facilitar o trabalho de manejo da granja. As divisões internas devem ser móveis, com altura de 1 m, e porta lateral correspondente com dimensões de 1,0 m x 2,10 m. A distância entre galpões deve ser em função da idade das aves. Para galpões de idade única, as distâncias entre os galpões devem ser de no mínimo duas vezes a sua largura, o que permitirá adequada luminosidade nos galpões e o trânsito de Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 4 veículos, se necessário; entre galpões com aves de idades diferentes, as distâncias devem ser de no mínimo 100 m. Nos extremos do galpão, deve-se prever portões de 4,00 m de largura e 3,00 m de altura, o que facilita o manejo dos frangos, a entrada de caminhões para carregamento e a descarga ou retirada de maravalha (”cama”), e uma porta de entrada com 1,00 m de largura por 2,20 m de altura, principalmente para pessoas. É importante fazer boa drenagem em volta dos galpões, para evitar excesso de umidade, e construir uma fossa séptica para aves mortas, no mínimo, com 50 m de distância do aviário. A adoção de novas tecnologias e materiais nas construções avícolas, em decorrência do crescente uso de estruturas metálicas e de estruturas pré- moldadas, bem como o uso de equipamentos automáticos, tem resultado em aumento no comprimento dos galpões para 125 m, o que possibilita uma melhor utilização, com redução de custos. O grau de sofisticação na construção de galpões, segundo a região e o material usado, cujo objetivo é maximizar a produção de carne por m2. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 5 CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE O desenvolvimento extraordinário da avicultura brasileira deve-se aos estudos nas áreas de genética, de nutrição, de manejo e de sanidade, aliadas às facilidades com que o setor avícola adota as novas tecnologias e as técnicas de manejo para obter altos índices de produtividade. A preocupação é ter um produto final de qualidade e com segurança alimentar. Na criação de frangos de corte em escala comercial, existem basicamente três sistemas de produção, nos quais o avicultor pode-se enquadrar: o integrado, o cooperado e o independente. O sistema de produção integrado, adotado pela maioria das empresas avícolas, é feito entre a empresa e o avicultor. Os objetivos básicos desse sistema são garantir ao avicultor rendimento definido, lote após lote, ficando livre das oscilações de mercado, em que às vezes, o preço de venda não cobre os custos de produção. Além disso, objetiva propiciar rendimento em escala em todo o sistema e manter o padrão de qualidade em todos os segmentos, ou seja, na produção de pintos (matrizes e incubatório), na produção de ração, na criação do frango, no abate, processamento e comercialização. A empresa integradora compromete-se a fornecer os pintos, a ração, os medicamentos e outros insumos, a assistência técnica, o transporte da ração e dos frangos, o abate e a comercialização. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 6 Ao avicultor (integrado) cabe providenciar as instalações, a mão-de-obra, a “cama” e os equipamentos. Para sua remuneração, considera-se o índice de eficiência produtiva, que leva em conta a mortalidade, idade de abate, conversão alimentar e o peso vivo final. O sistema de criação cooperativo é normalmente feito entre as cooperativas e seus cooperados. A cooperativa fornece pintos de um dia, assistência técnica, ração e outros insumos e equipamentos a preço definido e recebe o frango também a preço definido. A própria cooperativa comercializa os frangos, e o lucro é dividido entre os cooperados, na proporção dos frangos entregues. , No sistema de produção independente, o avicultor compra os insumos, pintos de um dia, ração e medicamentos, cria os frangos e os vende a preço de mercado. Embora em determinadas épocas a rentabilidade da exploração possa ser maior que no sistema integrado ou cooperado, todos os riscos da atividade ficam por conta do produtor. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 7 Escolha dos pintinhos A etapa inicial do processo produtivo de uma granja é a escolha dos pintinhos. Deve-se iniciar uma criação com um lote saudável, desde o primeiro dia de vida, e a qualidade dos pintos de corte é fator importante para o sucesso da criação. Os pintos devem ser saudáveis e livres de Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasma synoviae, Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum. Devem ter boa imunidade para as doenças de Gumboro, Bronquite-Infecciosa e Newcastle. Características de pintinho saudável e de boa qualidade: - Proveniente de incubatório idôneo, com controle sanitário eficiente. - Ter mais de 40 g de peso e apresentar-se ativo. - Ter olhos brilhantes e umbigo bem cicatrizado. - Apresentar tamanho e cor uniforme. - Ter canelas brilhantes e lustrosas. - Apresentar plumagem seca e macia e sem emplastamento na cloaca. - Ser vacinado contra Marek, no incubatório. - Transportado em caixas desinfetadas e com forração nova. A distância do incubatório até a granja não deve ser maior que 500 km ou 12 horas de viagem. As aves devem ser transportadas em veículos especiais, com controlede temperatura e de umidade e com ventilação. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 8 Preparo das instalações Teoricamente, a criação de frangos de corte pode ser desenvolvida em qualquer parte do mundo, independentemente das condições climáticas da região. No entanto, na prática a complexidade e o manejo das instalações são variáveis. As instalações devem fornecer às aves um ambiente limpo e protegido, onde possam manifestar todo o seu potencial genético. Conforme mencionado, alguns cuidados devem ser observados ao se definirem a escolha do local e a construção das instalações avícolas. O clima é um dos mais importantes fatores a serem considerados na hora de projetar um galpão para frangos. Limpeza e desinfecção dos galpões As instalações e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados toda vez que o lote for substituído. Deve-se retirar toda a matéria orgânica acumulada durante a criação do lote anterior e programar para que o lote seja retirado de uma só vez. Retirar os frangos, retirar a “cama”, desmontar e retirar os equipamentos, esvaziar, limpar os silos (retirar restos de ração) e varrer todo o galpão, incluindo tela, cortinas e exterior. Toda a instalação (do piso ao teto) deve ser cuidadosa e rigorosamente lavada e desinfetada usando sabão ou desinfetante para melhor remoção da sujeira acumulada. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 9 A desinfecção deve ser feita após a lavagem do galpão, sendo importante ressalvar que o desinfetante é ineficaz na presença de matéria orgânica. Após a desinfecção, deve-se deixar o galpão fechado durante 48 horas, para que a ação do desinfetante se mantenha por período mais amplo e de vazio sanitário, no mínimo de 15 dias, antes da entrada de um lote novo. É importante fazer o controle de roedores, a lavagem e desinfecção da caixa d’água e dos encanamentos (práticas que não podem ser esquecidas). Para melhor segurança sanitária da granja, é recomendável usar pedilúvio com desinfetante e restringir ao máximo as visitas às granjas. Em caso de visitas, os visitantes devem usar roupas apropriadas e limpas e botas descartáveis, pois o ser humano é o maior transmissor de doenças. Os galpões visitados devem seguir a seqüência dos lotes mais novos para os mais velhos. Lavagem e desinfecção dos equipamentos Os equipamentos devem ser lavados e desinfetados a cada lote novo. Os desinfetantes mais usados são hipoclorito de sódio ou cálcio, formol (gás ou solução de formaldeído), compostos à base de amônia quaternária, glutaraldeído, iodo e soda cáustica. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 10 Cama de aviário O material utilizado como cama deve prever a redução do impacto e atrito da ave com o piso do aviário, funcionando como colchão protetor das lesões do “cochim plantar”. Deve cobrir o piso do galpão e proporcionar conforto e bem- estar aos pintinhos, pois interfere nas condições sanitárias e no bom desempenho do lote. Deve-se utilizar material de boa qualidade e cobrir o chão do galpão de maneira uniforme, com altura variando de 5 a 15 cm, dependendo da época do ano (inverno/verão) e da densidade populacional (número de aves por m2). Um metro cúbico de “cama” é suficiente para cobrir 10 m2 de área, com altura de 10 cm. As características e, ou, propriedades de um bom material para cama são: - Capacidade de absorver umidade, evitando emplastamento. - Liberar facilmente a umidade absorvida. - Ter umidade em torno de 20 a 25%. - Ser composta de partículas homogêneas e livre de material estranho. - Apresentar bom isolamento de piso (baixa condutividade térmica). - Ser de baixo custo. - Apresentar boa disponibilidade na região e estar livre de substâncias tóxicas. A cama deve ser manuseada constantemente, para evitar formação de plasta (cascão) e de umidade excessiva, principalmente perto de bebedouros. Recomenda-se revolver a “cama” (em horário mais fresco) para que se mantenha seca e fofa, e substituí-la toda, ou parte dela, sempre que necessário. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 11 Principais materiais usados como “cama” Maravalha, ou serragem ou cepilho de madeira, sabugo de milho triturado, cascas de arroz, café e amendoim, palhas de culturas em geral, fenos de gramíneas e rama de mandioca. Combinar preço com a disponibilidade de material na região. Alguns fatores podem inviabilizar a troca da “cama” para a formação de um novo lote, sendo a “cama” novamente utilizada. É possível a reutilização por quatro a sete lotes, desde que garantida a qualidade e os aspectos sanitários. Reutilização de “cama” Para reutilização da “cama”, são necessários alguns cuidados, como verificar se o lote anterior estava livre de problemas sanitários e se a cama apresenta condições físicas para ser reutilizada. Após a retirada dos equipamentos para limpeza e desinfecção, abrir todo o aviário para arejamento; em seguida, retirar as partes úmidas da “cama” (cascão), proceder à queima das penas, sempre revolvendo a “cama”, utilizando- se lança-chamas também nas paredes e telas do galpão. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 12 A “cama” deve ser amontoada, dentro ou fora do galpão, para facilitar a fermentação, reduzindo, assim, o número de microrganismos. Para a melhor fermentação, recomenda-se umedecer o material (35 a 40% de umidade). O período de amontoamento deve ser de no mínimo 15 dias (boa fermentação e bom vazio sanitário). Após o período de fermentação, a “cama” deve ser novamente espalhada no galpão, para ser reutilizada. O uso de um agente desinfetante, como a cal, facilita a secagem. É uma prática importante mexer várias vezes a “cama” para atingir 25% de umidade. IMPORTANTE: Utilizar “cama” nova nas áreas dos círculos de proteção. . Recebimento dos pintos no galpão Aconselha-se fazer nova desinfecção das instalações e dos equipamentos dois dias antes de alojar os pintos. Antes da chegada dos pintos na granja, verificar as condições de funcionamento e de limpeza dos equipamentos e do galpão. As campânulas devem ser ligadas e os bebedouros abastecidos duas a três horas antes da chegada dos pintos. No momento de soltá-los, deve-se retirá-los das caixas e molhar o bico de alguns deles no bebedouro, pois isso servirá de orientação da fonte de água. As caixas vazias devem ser retiras do galpão. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 13 Duas horas após a distribuição dos pintos nos círculos de proteção, disponibilizar os comedouros abastecidos com a ração. É importante verificar a quantidade de ração fornecida, bem como o comportamento dos pintinhos dentro do círculo de proteção ou do pinteiro, observando se há casos de canibalismo e de morte. Círculo de proteção e pinteiro O círculo de proteção (Figura 6), ou determinada área limitada do galpão, tem por finalidade proteger os pintos de correntes de ar e mantê-los próximos da fonte de calor, de água e de alimento. Figura 6 - Círculo de proteção com capacidade para 500 pintos. Na confecção do círculo, pode-se usar chapas de eucatex, de duratex, de compensado ou folhas metálicas, com 40 a 60 cm de altura, proporcionando uma área aproximada de 7 m2, suficiente para 500 pintos. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 14 Cada círculo deve conter de cinco a seis comedouros “tipo bandeja” e de cinco a seis bebedouros “tipo copo de pressão”, além de uma campânula, que é a fonte de calor para os pintos. Em galpões com equipamentos automáticos (comedouro e bebedouro), recomenda-se delimitar uma área (pinteiro), onde seprotegem os cantos do galpão, para ser usada como círculo de proteção. O layout ideal do pinteiro está diretamente relacionado com o tipo de galpão e a forma de aquecimento disponível, porem, normalmente adota-se uma área de aquecimento que varia entre 25% a 60% da área total do galpão, como sendo o espaço suficiente para os primeiros dias. As cortinas devem ser usadas não só para fechar as extremidades da área inicial do pinteiro, mas também as laterais, formando uma dupla cortina com a que está localizada na face externa do galpão. Em casos de galpões extremamente altos ou com vedação imperfeita de telhado e que não possuem forração de teto já instalada, aconselha-se o uso de uma forração removível de forma provisória nas áreas de aquecimento. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 15 Aquecimento Como se sabe, os pintinhos quando nascem não têm o aparelho termo- regulador desenvolvido, daí a necessidade de fornecer-lhes um ambiente agradável de conforto térmico para que possam manifestar todo o seu potencial genético de desempenho. No Quadro 1 são apresentadas as idades e temperaturas correspondentes. Quadro 1 – Temperatura ideal de acordo com a idade Idade (dias) Temperatura (oC) 1 – 7 32 8 – 14 29 15 – 21 26 22 – 28 23 29 – 35 20 As campânulas mais utilizadas no aquecimento dos pintinhos são a gás, à lenha e elétricas. Atualmente, também é utilizado um sistema de aquecimento de piso. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 16 Figura 7 - Modelos de campânula. . Recomendações - Em regiões de inverno rigoroso, recomenda-se, além das campânulas do círculo de proteção, o uso de campânula à lenha para aquecer o ambiente. - No inverno, manter o aquecimento nas horas mais frias até 15 a 20 dias de idade. - No verão, as campânulas podem ser desligadas a partir da segunda semana de vida ou ligadas apenas nas horas mais frias. - Verificar o controle da temperatura. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 17 Regulagem da temperatura das campânulas Esta regulagem é feita observando-se o comportamento dos pintinhos dentro do círculo de proteção ou usando termômetros. A abertura do círculo ocorre a partir do terceiro dia de idade dos pintos, e, simultaneamente, procede-se à substituição gradativa dos equipamentos iniciais pelos definitivos. O tempo de permanência dos pintinhos no círculo depende da época do ano. Cortina dos aviários As cortinas usadas nas laterais dos galpões têm com finalidade proporcionar segurança e proteção às aves. O manejo das cortinas é determinado de acordo com a temperatura ambiente, umidade e idade das aves. O tipo de material mais usado é o sintético, denominado ráfia, nas cores amarela e azul. Outros materiais também podem ser usados. No primeiro dia, ou seja, na chegada dos pintos, as cortinas devem permanecer fechadas. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 18 Iluminação dos galpões A luz desempenha importante papel nas funções fisiológicas das aves. Na criação de frangos de corte, a iluminação no interior do galpão tem por finalidade estimular o consumo de alimentos, melhorar o desempenho, reduzir problemas sanitários e adaptar as aves ao ambiente nos primeiros dias de vida. A intensidade de luz deve ser suficiente para permitir que a ave identifique e se desloque até os comedouros e bebedouros. Intensidade luminosa, ao nível do frango, deve ser de 20 lux na primeira semana de vida e, posteriormente, de 5 lux. A escolha de um programa de luz vai depender da região, da estação do ano, do desempenho do lote e do manejo preestabelecido pelo criador. Pode ser adotado o programa de fornecimento de luz contínua ou intermitente. No Brasil, são vários os programas de luz comumente utilizados, diferindo entre as empresas avícolas em função da região, da época do ano e da idade das aves. Algumas empresas adotam até programas de luz diferenciados para machos e para fêmeas. Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 19 Exemplos de Programas de Luz (Natural + Artificial) 1 - Fornecer 18 horas de luz contínua por dia. Nesse caso, as lâmpadas são acesas às 4h, apagadas ao amanhecer e novamente acesas ao anoitecer e apagadas às 22h. O período escuro compreende das 22 às 4h. 2 - Fornecer 20 horas de luz contínua por dia. Nesse programa, as lâmpadas são acesas às 22 h e apagadas ao amanhecer. 3 - Fornecer luz natural durante o dia e luz intermitente à noite, sendo 1h escura e 3h de luz, caso em que é necessário um temporizador – “timer”. 4 - Utilizar programa de luz diferenciado conforme a idade, ou seja: 24 horas de luz de 1 a 14 dias; luz natural de 15 a 35 dias; e 18 horas de luz e 06 horas de escuro de 36 a 42 dias; ou outro esquema, em que se forneçam 24 horas de luz de 1 a 7 dias de idade e 23 horas de luz e 1 hora de escuro dos 7 dias até o abate das aves. A hora escura é importante para condicionar as aves à ocasional falta de energia elétrica, evitando amontoamento e mortalidade. Programas especiais podem ser usados nos meses de verão ou em lotes com incidência da síndrome de morte súbita ou da síndrome ascítica. A quantidade de lâmpada é determinada a partir da área do galpão e distribuída uniformemente para fornecer de 15 a 27 lúmenes/m2 ou de 5 a 15 lux Luiz Fernando Teixeira Albino Professor Titular do DZO 20 Na fase inicial de criação é aconselhável fornecer alta intensidade luminosa, mais de 20 lux, para facilitar o acesso dos pintinhos à ração e à água. É necessário tomar certos cuidados, pois a iluminação excessiva pode induzir o canibalismo e também a maior atividade das aves, o que resulta em maior gasto de energia. As lâmpadas devem ser colocadas a uma altura média de 2,0 a 2,4 m do piso sem, contudo, interferir nas atividades de manejo. Quadro 2 – Tipos de lâmpadas e quantidade de lúmenes Watts Lâmpadas Incandescentes Lâmpadas Fluorescentes 7 - 400 15 125 500-700 25 225 800-1000 40 430 2000-2500 60 810 - 75 - 4000-5000 100 1600 - 150 2500 - 200 3500 10000-12000 - RAÇAS Raças e Variedades de Aves Domésticas Acredita-se que há mais de 5.000 anos as aves vêm constituindo fonte de alimentos. A domesticação da galinha teve origem na Índia, e as atuais variedades foram originadas da espécie asiática selvagem Gallus gallus, conhecida também com Gallus bankiva e Gallus ferrugineus. Outras espécies, como Gallus sonneratti (norte da Índia), Gallus lafaytti (Ceilão) e Gallus varius (Java), provavelmente contribuíram para as atuais variedades A classificação das aves pode ser realizada por grandes ou pequenos grupos de características de acordo com seu padrão de perfeição. É muito comum haver confusão entre os conceitos de classes, raças e linhagens. A classe é conjunto de raças padronizadas que tenham sido desenvolvidas de acordo com a origem geográfica. As principais classes das aves de maior importância econômica para a avicultura de corte e de postura são: a Americana, a Mediterrânea, a Inglesa e a Asiática. Classes de interesse para Avicultura de Corte 1- CLASSE AMERICANA Esta classe são as raças desenvolvidas na América do Norte e que apresentam duplo objetivo: - produção de carne e produção de ovos. As características comuns dessas raças são: pele amarela, brincos vermelhos, ovos castanhos e canelas sem penas. São as raças mais comuns as seguintes: PLYMOUTH ROCK – Trata-se da raça mais antiga e apresenta variedades barrada e branca. É utilizada nos cruzamentos para produção de pintos de corte.Possuem dupla aptidão (carne e ovos), ovos vermelhos com produção média de 180 ovos com 55g por ano. O peso médio dos machos é de 4,313Kg e das fêmeas 3,405 kg. RHODE INSLAND RED – Foi desenvolvida a partir do cruzamento de várias raças (Leghorn marron, Cornish e Wyandote). Muito empregada para a produção de carne e ovos. Possui penas vermelhas a castanho escuro e produzem em média de 200 ovos vermelhos (60g) por ano e o peso corporal médio dos machos é de 3,859Kg e das fêmeas 2,951 kg. NEW HAMPSHIRE - É originada da Rhode Island Red, tendo sido selecionada para ter maturidade precoce, empenamento rápido, ovos grandes e maior produção de carne. As penas são castanho claro e possuem dupla aptidão. Produzem ovos vermelhos (220 ovos de 55g/ ano) e apresentam peso corporal de 3,632Kg para os machos e as fêmeas 2,951 kg); Outras raças da classe Americana: WYANDOTE, DOMINIQUE, JAVA, JERSEY, CHANTECLER e LAMONA. 2- CLASSE INGLESA É caracterizada por possuir a pele branca, à exceção da raça Cornish, que tem a pele amarela. Também possui brincos de cor vermelha e ovos de casca marrom. CORNISH - Usada para obtenção da linha macho (paterna) na produção de pintos de corte. As fêmeas não são boas poedeiras, porém possuem excelentes características para produção de carne. Possuem pernas curtas boa conformação de carcaça com peito e coxas grandes. Podem ter as penas branca ou vermelha e pele amarela. ORPINGTON – Usada para produção de carne e de ovos. Apresenta população bastante reduzida nos últimos anos. SUSSEX – Excelente produtora de carne e abundante no Canadá e na Inglaterra (ave de pele branca). O Brasil e os Estados Unidos preferem aves de pele amarela para o consumo, por isso a raça é pouco expressiva nesses países. AUSTRALORP – É uma Orpington Australiana que foi selecionada para produção de ovos. Seus machos são usados no cruzamento com fêmeas Leghorn brancas para produção de mestiços autra-brancos. 3- CLASSE ASIÁTICA São raças pesadas originárias da China e Índia e contribuíram para a formação das raças americanas e inglesas. Como raças puras, não tiveram a mesma aceitação. As raças mais importantes desta classe são: BRAHMAS, COCHIN e LANGSHANS, que se caracterizam pelo grande tamanho, pelo vigor e pela produção de ovos. Não foram bem selecionadas, degeneraram e tornaram mais produtoras de ovos e com alta incidência de choco. 4- CLASSE MEDITERRÂNEA Caracteriza-se por apresentar brincos de cor branca, cristas relativamente grandes, maturidade precoce, temperamento nervoso, ovos de casca branca e ausência de choco. LEGHORN – É a mais conhecida e usada para a produção de ovos. A maioria das atuais linhagens para postura é originada desta raça. Existem muitas variedades da raça Leghorn, e a mais importante é a variedade branca. Possui a crista serrilhada ou crista rosa dobrada para a esquerda e produz ovos com casca branca. Os ovos pesam em média 55g e cada ave põe cerca de 200 ovos/ano. As aves são de tamanho pequeno, o galo pesa 2,724kg e as galinhas 2,043 kg. MINORCA – é uma raça mais pesada que a Leghorn, possui a pele branca e foi pouco usada na obtenção das atuais linhagens. ANCONA – Apresenta plumagem escura, mosqueada de branco, à semelhante da Leghorn, porém com pouca popularidade devido aos escassos trabalhos de seleção para postura. 5- RAÇAS NÃO PADRONIZADAS YOKOHAMA – É uma raça de origem japonesa, caracterizada pelo crescimento da cauda. ARAUCANA – Originaria da região andina e caracterizada pelos ovos de casca azul. GALINHA DE PESCOÇO PELADO – Não possui padrão definido. OUTRAS RAÇAS As raças POLONÊS, SILKIE, BANTAN, HAMBURGUESA, CONTINENTAL e GARNIZÉ não têm expressão econômica, salvo suas características estéticas ornamentais. Hibrido Comerciais utilizados na Avicultura Industrial A aplicação dos conhecimentos da genética na avicultura, com a utilização de seleção e cruzamento, vem ocorrendo desde 1900. A seleção busca o ganho genético sobre uma determinada característica, enquanto o cruzamento visa a incorporação de material genético desejável utilizando uma ou duas gerações com destaque na performance para a formação das linhagens híbridas. Já a genética molecular, tecnologia mais recente, auxilia com a técnica de polimorfismo inserindo ou deletando códons ou mapeando intervalos do cromossomo 1 sobre determinada característica, tornando o frango uma das mais importantes e baratas fontes de proteína para alimentação humana e também como maior exemplo de sucesso do melhoramento genético do século XXI. O processo industrial iniciou nos anos 60, com importação de material genético dos bisavoseiros Europeus para os Estados Unidos. Características Qualitativas 1- Dimorfismo Sexual Com o avanço das técnicas de manejo e de nutrição, a criação por sexo tem sido utilizada por algumas empresas. Nessa criação as fêmeas são mais precoces, entretanto os machos ganham mais peso. Além disso, a criação por sexo é necessário um manejo mais eficiente na regulagem dos equipamentos e ajustes nos níveis de aminoácidos que alteram por sexo. Para que essas aves iniciem o processo produtivo em condições específicas, é desejável que a linhagem possua características de dimorfismo sexual. Atualmente existem três tipos de sexagem. A primeira forma de sexagem é avaliação da pigmentação da penugem, onde o gene prateado (SS) é dominante sobre o dourado (ss). Tais gens se encontram em todas as raças de galinha, embora, muitas vezes não sejam identificados, devido a gens de outras cores que os dominam (gens epistáticos). De forma geral, quando ocorre o acasalamento entre uma fêmea prateada com macho dourado, os machos serão iguais à mãe prateados, as fêmeas serão douradas como o pai. O segundo método, o mais utilizado na avicultura industrial, consiste na observação da velocidade em que ocorre o empenamento dos pintos de 1 dia. As fêmeas apresentam o empenamento mais rápido em relação os machos em linhagens de empenamento lento. Em linhagens auto sexáveis a velocidade de empenamento é expressa pelo gene K, ou seja, empenamento tardio para macho (KK) e precoce para fêmeas (KW). Algumas horas após o nascimento, ainda no primeiro dia de vida, as penas das fêmeas ficam mais longas, sendo as secundárias (B) ½ a ¾ do comprimento das primárias (A). Nos machos, as penas secundárias são do mesmo comprimento ou mais longas que as primárias, conforme a ilutração abaixo. A-Primárias B-Secundárias Figura x - Sexagem de Pintos de Corte pelo Exame das Penas Fonte: Cobb, 2012 O terceiro método, conhecido como “método japonêns”, é realizado pela cloaca, através da determinação da proeminência genital, com eficiência de 85 a 90%. O fundamento do método é a distinção nítida dos órgãos sexuais do pinto macho ou fêmea já no 1° dia de vida. Ao exame da cloaca, o pinto macho mostra uma proeminência ou “papila testicular”. As fêmeas não apresentam essa papila testicular ou "copulativa''. Entretanto, as fênicas apresentam "botões'' ou relevos das pregas da cloaca que podem ser confundidas, à primeira vista, com a proeminência copuladora. São, porém, mais achatados e distintos a um exame com lupa (BRIQUET JUNIOR,1966). O sexador com uma das mãos deverá exercer uma pressão sobre as paredes abdominais do pintinho, abaixando o orifício cloacal, que deve ser levemente pressionada a parte abdominal ocorrendo exposição da proeminência (GUSTIN, 1994). 2- Nanismo Fêmea (KW) Macho (KK) A adição do gene recessivo “dwarf” ou do nanismo (Dw) ligado ao sexo, em linhagens comerciais apresentavam a vantagem de redução no consumode ração de 40 gramas por dia (em média), maior resistência a doenças e aumento na densidade populacional de 20 a 30%. Entretanto esse gene nos matrizeiros proporciona maior dificuldade de acasalamento, resultante da diferença de tamanho entre fêmeas dw (pequenas) e machos (grandes), necessitando geralmente de inseminação artificial, diminuição da eclodibilidade total e a maioria das linhagens dw ainda não se encontra estabilizada geneticamente e adaptada para a comercialização (GIANNONI e GIANONNI, 1983;Tixier-Boichard, 2000). Figura x – Efeito da expressão do gene recessivo “dwarf”. Fonte: Cobb, 2012 Melhoramento e Características do frango moderno O fluxograma do melhoramento ou a base que compõe uma linhagem de frango de corte segue o modelo de pirâmide. No ápice da pirâmide está as granjas pedigree ou granjas de seleção genética (Elite) que preservam o banco genético intacto, sem qualquer modificação ou intervenção humana. Essas aves puras são produtoras de ovos férteis e aves de um dia para produção de bisavós. (Países detentores da tecnologia: EUA, Holanda, França, Inglaterra.). A granjas de bisavós ou bisavoseiros são aves que possuem alta herdabilidade para algumas linhagens, de corte ou postura, para o início do melhoramento de aves. Elas são produtoras de ovos férteis e aves de um dia para produção de avós (Países detentores da tecnologia: EUA, Holanda, França, Inglaterra). O avozeiros produzem as matrizes, e essas, reproduzem aves com características genéticas variadas e pertencente a combinação de centenas de genes, tendo como produto final os híbridos denominados pintos de um dia. As raças que contribuíram para a formação do frango de corte moderno são divididas pela linha paterno e materno. A linha paterna, as matrizes e reprodutores são das raças inglesa Cornish de penas brancas e New Hampshire. A linha materna, a variedade de reprodutores e matrizes são das ração White Plymouth Rock, branca recessiva. Os híbridos comerciais são os animais que possuem características de progenitores (pais) de diferentes linhagens puras; A ♂ (New hapishare) + B ♀ (Cornish) = AB ♂ C ♂ (Plymouth Rock Barrada) + D ♀ (Plymouth Rock Branca)=CD♀ O Frango de corte e as poedeiras comerciais são considerados híbridos (híbrido duplo) resultante do cruzamento de 4 linhagens diferentes (ABCD ♂ ♀). A ♂ - Macho A ♀ - Fêmea B ♂ - Macho B♀ - Fêmea A ♂ - Macho B♀ - Fêmea REPRODUTORES AB ♂ C ♂ - Macho C ♀ - Fêmea D ♂ - Macho D♀ - Fêmea C ♂ - Macho D♀ - Fêmea MATRIZES CD♀ Linhas Puras ou Raças Avós Bisavós LINHAGEM ABCD ♂♀ Principais Linhagens de Frangos de Corte A competitividade e a evolução da avicultura industrial brasileira estimulam a constante busca da melhoria do material genético dos frangos de corte. Pesquisas para avaliar esses produtos são realizadas com o intuito de identificar linhagens com características superiores em relação a outras, selecionando, dessa forma, aves que apresentem melhor desempenho. O melhoramento genético avícola proporcionou grandes avanços no crescimento e desenvolvimento do frango de corte, acompanhando as características de importância econômica de cada linhagem e de seus cruzamentos. Existem no mercado várias linhagens disponíveis (Figura 1) e cada delas possui diferentes necessidades nutricionais, de acordo com sexo e manejo, para atender as exigências do mercado. Desta forma, a cada quatro anos de melhoramento intensivo é disponibilizado no mercado animais com potencial genético superior para renovação dos plantéis, ou seja, o material genético utilizado em 2015 foi iniciado no ano de 2011. 1 macho Pedigree x 10 fêmeas Pedigree 15 pintos / fêmea de elite = 150 BISAVÓS x 40 pintos / fêmea de bisavó = 6.000 AVÓS x 50 pintos / fêmea de avó = 300.000 MATRIZES x 135 frangos = 40.500.000 FRANGOS x 2,3 kg x 70% = 65.205 T DE CARCAÇA Pedigree BISAVÓS AVÓS MATRIZES FRANGOS 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO Figura 1- Fluxograma simplificado da obtenção de uma nova linhagem de frangos de corte As linhagens de corte possuem características produtivas semelhantes mas podem se alternar entre as linhagens, sendo essa avaliação de grande relevância para o sucesso avicultura industrial na escolha da(s) melhor(es) linhagem(s) para cada região, o que consequentemente melhorará os índices de produção. Figura 1 – Marcas comerciais de frangos de corte (Cobb – Ross - Arbor Acres - Hybro - - Ag Ross - Shaver - Isa Vedette - Hubbard - Chester – Embrapa) 2.3.2- Características desejáveis dos pintinhos usados para produção de carne – híbridos para corte As principais características desejadas nas linhagens comerciais são velocidade de crescimento, eficiência alimentar, taxa de sobrevivência, rendimento de carcaça e partes. A velocidade de crescimento está relacionada com peso vivo alcançado à idade do mercado, uniformidade dos animais facilitando o processo de abate mecanizado e a redução da idade com ganho de peso compatível a sua curva de crescimento, reduzindo custos de produção. Na eficiência alimentar estão envolvidos os índices de desempenho produtivo, principalmente a redução no consumo de ração e melhora no índice de eficiência produtiva. A taxa de sobrevivência é importante por quantificar a viabilidade nas aves, redução da mortalidade e minimizar as doenças metabólicas no plantel. O rendimento de carcaça e partes é importante a linhagem expressar o seu ganho genético na produção e quantidade protéica, especialmente no peito e coxas. Outras características são observadas na escolha dos aniamas como o empenamento precoce, pernas curtas, resistência a doenças, boa pigmentação da pele e dimorfismo sexual. As penas dos frangos de corte são brancas, para a manutenção da higiene durante a etapa de abate e processamento. A quantidade de penas é importante para facilitar a depenagem, proteger as aves contra injúrias que podem levar a condenação de toda ou parte da carcaça e a energia que a ave utilizaria para uma maior produção de penas é revertida em carne. O tamanho da ave também é viabiliza o processo, uma vez que a ave mais pesada reduz o custo do abate por quilo. Apesar dos pés terem uma comercialização importante no mercado asiático, as aves devem ter pernas curtas para andar menos, melhorando a conversão alimentar. Tratamento e Reutilização da Cama Aviária Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Agrárias Departamento de Zootecnia ZOO 424 – PRODUÇÃO AVÍCOLA Prof.: Luiz Fernando T. Albino Introdução Desenvolvimento da Avicultura Segredo desse sucesso Melhoramento genético das aves Nutrição Ambiência •Melhora nos índices produtivos •Baixo custo de produção Preço dos insumos Mão de obra Introdução Desenvolvimento da Avicultura Segredo desse sucesso •Melhora nos índices produtivos •Baixo custo de produção Produto mais competitivo Introdução A cama deve ser enxergada como um dos principais componentes da qualidade na produção avícola. A cama de frango A cama é todo material distribuído sobre o piso dos galpões para servir de leito às aves. Conceito: A cama de frango Características desejáveis do material •Maciez •Boa capacidade de absorção •Atóxica e ... •Baixa condutividade térmica•Disponibilidade •Baixo custo Ávila (1992), Lacy (1991), Bland et. al. (1998) e outros. Mais de 3 reutilizações: •Importância do tipo de material •Fezes ressecada •Boas características A cama de frango É ela que recebe todas as excreções das aves, e por isso, apresenta alta carga microbiana •Bactérias, •Vírus, •Fungos, •Além de outros parasitas Além de servir de leito para as aves Cama reutilizadaAlta carga microbiana •Liberação de gases nocivos Volatilização da amônia Gás sulfídrico •Segundo Koerkamp et al (2000), a presença de odores, os níveis de amônia e de gás sulfídrico no ar e podem prejudicar a saúde tanto das aves quanto dos seres humanos. A cama de frango •Surgimento de doenças No entanto, a troca da cama como controle de doenças potencialmente transmissíveis é uma prática que vem sendo abandonada já a algum tempo. •Escassez de material •Elevação do custo Intensificação da atividade, concentrada em determinadas regiões do país. Devido: Reutilização da cama de frango A cama de frango •EUA: vários lotes consecutivos (15 a 30 vezes) Duas linhas básicas •UE: não reutiliza •Brasil: até 6 vezes 1 vez/ ano Troca da cama Desinfecção do galpão Reutilização da cama Reutilização da cama •Após a realização de algum processo de redução da carga microbiana. Critérios para a reutilização da cama •Só deve ser feita quando o lote anterior não tiver apresentado problemas sanitários. Tratamento da cama Redução da carga microbiana 2 métodos: •Químico •Biológico Tratamento da cama Redução da carga microbiana Método Químico: •Desinfecção Alto poder residual •Modificadores de pH Alcalinizantes Acidificantes (Trifenol) Tratamento da cama Redução da carga microbiana Alcalinizantes (mais utilizado) Cal hidratada •Elevação do pH Enterobactérias Salmonella spp, E. coli, ... Ineficaz contra C. perfringens Tratamento da cama Redução da carga microbiana Método Biológico: •Fermentação •Inibição competitiva Tratamento da cama Redução da carga microbiana •Fermentação Processo natural de decomposição da matéria orgânica em ambiente anaeróbio •Redução de pH Controle das principais bactérias •Aumento da temperatura Tratamento da cama O que se tem utilizado? Método da fermentação: •Enleirar a cama; •Retirar os equipamentos; •Cobrir as leiras com lona plástica; •Deixar a cama enleirada e coberta por 8 dias; •Retirar a lona plástica no 8º dia; •Espalhar a cama novamente no aviário; Tratamento da cama O que se tem utilizado? •Desinfetar o aviário usando nebulizadores; •Passar vassoura de fogo; •Repor cama nova no pinteira; •Repor os equipamentos. •Passar sulfato de cobre na cama nova ou cobri-la com papel; Método da fermentação: Tratamento da cama O que se tem utilizado? Método tradicional: •Passar cal na Cama; •Retirar os equipamentos; •Passar vassoura de fogo sobre a cama (queimando todas as penas), •Revolver a cama; •Passar vassoura de fogo novamente; •Fazer combate aos insetos da cama (inseticidas); Tratamento da cama O que se tem utilizado? Método tradicional: •Passar vassoura de fogo novamente em toda a cama; •Retirar a cama da pinteira e colocar cama nova; •Repor os equipamentos. •Desinfetar o aviário usando nebulizadores; •Passar sulfato de cobre na cama nova ou cobri-la com papel; É possível utilizar a cama de frangos de corte várias vezes, no entanto, mais estudos científicos demonstrando a viabilidade da reutilização da cama precisam ser feitos. Considerações finais O desempenho econômico da avicultura frente a reutilização da cama, levando em consideração os aspectos zootécnicos e sanitários, devem ser avaliados para o uso ou não dessa prática. Situação da Avicultura no Brasil e no Mundo Universidade Federal de Viçosa Departamento de Zootecnia ZOO 424 – Avicultura Professor Dr. Luiz Fernando Teixeira Albino 2020/I Sumário Plantel Avícola Produção de Grãos/Ração - Perspectivas para 2020 Mercado de carne e ovos - Perspectivas para 2020 Fonte Foto: http://domtotal.com/noticia/1262587/2018/05/greve-dos-caminhoneiros-granjas-descartam-ovos-e-pintinhos/ Plantel de Animais Plantel Avícola no Brasil Fonte: AviSite 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 2014 2015 2016 2017 2018 2019 3541,2 3732,7 3708,9 3517,6 3409,1 3693,2 1170,2 1229,3 1199 1179,9 1125,1 1191,6 878,5 885,6 906,1 875,1 910,7 923,3 125,3 130,8 129,9 128,9 125,3 131,9 511 522,1 500,7 504,8 493,6 519 A lo ja m e n to ( m ilh õ e s d e ca b e ça s) Ano Alojamento de Pintainhas de Corte Sul Sudeste Centro-Oeste Norte Nordeste Alojamento de Matrizes Plantel Avícola no Brasil Fonte: Adaptado de ABPA (2019) Aves de Postura Plantel Avícola no Brasil Fonte: Adaptado de ABPA (2019) Desafios para os Plantéis Aumentar a lotação de galpões, tenho em vista o bem- estar, infraestrutura e ambiência; O aumento do alojamento é um efeito cascata, desde a produção de híbridos até o produto final; Problemas no alojamento de matrizes?? Produção de Grãos/Ração Condições para a produção: Tipo de Solo Condições Climáticas (Excesso de Chuvas) Incentivos (Fiscais, Tributários e etc.) Preço de Insumos Produção de Grãos Fonte: http://blog.prazeresdacasa.com.br/grow/6-dicas- para-plantar-em-casa-cultivo-indoor/ Produção de Grãos Segundo a Conab o aumento na produção de grãos (milho e soja) em 2020 pode reduzir o preço desses insumos e afetar significativamente o faturamento dos produtores de carne de frango e ovos. Porém as perdas de produtividade podem afetar negativamente essa balança ►Área estimada de plantio 64.840,3 mil ha para a safra de 2019/2020. Sendo 2,5% maior do que a safra passada (Conab, 2020). Produção de Grãos Feijão Arroz Sorgo Algodão Fonte: Adaptado de Conab (2020)* Valores em mil hectares Milho 17.991,2 29% Soja 36.803,1 59% Outros 7.435,1 12% ÁREA PLANTADA Expectativa 2020 Grão 2018 2019 Milho 80,7 92,8* Soja 119,28 122,2* Trigo 5,43 5,63* Fonte: Adaptado de Conab (2020) 14,99 % 1,01 % 1,03 % * Valores Estimados em Fevereiro/2020 Valores em mil de toneladas 2020 100,5* 123,3* 5,35 8,30 % 0,90 % 4,97 % Desafios da Produção de Grãos Abertura de novas áreas para o plantio; Investimentos nas áreas de transporte/escoamento da produção; Subsídios para a compra de insumos e máquinas necessárias para o pequeno e grande produtor; Aumento de produtividade das áreas já estabelecidas com o aumento da fertilidade do solo Carne e Ovos Conceito de carne de fácil acesso Custo reduzido comparada à outras carnes Produtos de qualidade (Segurança Alimentar) Carne de Frango 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 Frango Suína Bovina Peru 1,69 2,36 4,11 2,48 P re ço ( U S D /K g ) Preço por Kilograma - Exportações Fonte: ABIEC (2018) Carne de Frango Em 2018 o Brasil alcançou a produção de 12,86 milhões de toneladas de carne de frango, ficando atrás somente dos EUA com 19,36 milhões de toneladas. Produção Mundial de carne de frango chegou à 95 milhões de toneladas. Representatividade brasileira: 13,53 % da produção mundial. Fonte: USDA/ABPA (2019) ↑ 6,74 % ↓ 1,50 % ↑ 2,65 % Queda de 1%!! Carne de Frango Fonte: ABPA (2019) Carne de Frango Fonte: ABPA (2019) Carne de Frango Fonte: Adaptado de USDA/AviSite (2018) Produção de carne de frango País 2017 2018 2019 2017/2018 2018/2019 Brasil 13,06 13,55 13,8 3,62% 1,81% China 11,6 11,7 12 0,85% 2,50% Tailândia - 3,12 3,25 - 4,00% Total 89,981 95,594 97,802 5,87% 2,26% Exportações Brasileiras Carne de Frango 4,37 milhões de toneladas Fonte: Adaptado de ABPA (2019) Interno 66,00% Externo 0 Cortes 22,4% Inteiros 9,2% Embutidos 0,7% Salgados 0,7% Industrializados 1,0% 34,00% Interno Externo Cortes Inteiros Embutidos Salgados Industrializados 8,48 milhões de toneladas Ovos Fonte: ABPA (2019) Carne e Ovos Fonte: Adaptado de ABPA (2019) 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% Industrializado In Natura Interno Externo 99,60% 0,13% 0,27% Potencial para investimento no processamento de ovos, aumentando a exportação de ovoprodutos Produto delicado para transporte in natura Desafios do Mercado de Carnes e Ovos O aumento da
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