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Fisiologia I - Fisiologia Pulmonar (por djosci)

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Fisiologia Pulmonar 
FICHAMENTO PARA PROVA 1 DE FISIOLOGIA I (PROF.ª DRA.ª JANNE MARQUES 
SILVEIRA) – MEDICINA/UNIRG – TURMA XXXIII – 2º PERÍODO – 2019.1 
POR DJOSCI COÊLHO JR. 
 
Introdução 
Pulmão 
• Funciona como reservatório de sangue. 
• Hilo pulmonar ➔ Conjunto de orifícios localizados na face mediastinal dos pulmões. 
o Formam-se a partir das estruturas que chegam e saem deles: vasos linfáticos, brônquios 
principais, artérias pulmonares, veias pulmonares e artérias e veias brônquicas. 
o Pulmões não se prendem à cavidade torácica, mas sim aos hilos pulmonares. 
• Membrana respiratória ➔ Superfície de troca pulmonar 
o Contém 300 milhões de alvéolos. 
o Volume total de sangue nos capilares alveolares a qualquer instante ➔ 60-140 mL. 
Vias Pulmonares 
• Tipos ➔ 
o Vias de condução ➔ Fluxo turbulento (ex.: traqueia, bronquíolos terminais). 
o Vias de troca ➔ Fluxo laminar (ex.: capilares pulmonares). 
▪ Início ➔ Bronquíolos respiratórios (a partir da 16ª geração brônquica). 
• Bronquíolo ➔ Via de condução (bronquíolos terminais) e de troca (bronquíolos respiratórios). 
• Alvéolo ➔ Menor unidade funcional do aparelho respiratório. 
o Localização ➔ Saco alveolar (conjunto de alvéolos nas extremidades dos bronquíolos). 
o Função ➔ Troca de gases (hematose). 
Fluxo Pulmonar 
• Fluxo sanguíneo ➔ 
o Circulação pulmonar ➔ Ventrículo direito ➔ Artérias pulmonares (sangue venoso) ➔ 
Pulmões ➔ Hematose ➔ Veias pulmonares (sangue arterial) ➔ Átrio esquerdo. 
o Circulação brônquica ➔ Artérias brônquicas (ramos da artéria aorta). 
• Fluxo aéreo ➔ 
o Ambiente ➔ Inspiração ➔ Vias aéreas (traqueia, brônquios) ➔ Expiração ➔ Ambiente. 
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Movimentos Respiratórios 
• Inspiração ➔ 
o Estiramento elástico ➔ Processo ativo. 
o Pressão maior no meio ambiente. 
• Expiração ➔ 
o Recolhimento elástico ➔ Processo passivo. 
▪ Expiração ativa ➔ Tosse, espirro, expiração forçada. 
o Pressão maior no alvéolo. 
• Tempo expiratório > Tempo inspiratório. 
o Motivo ➔ Inspiração (processo ativo) prevalente geraria fadiga na musculatura respiratória. 
Complacência Pulmonar 
• Definição ➔ Capacidade dos pulmões de distender-se sob pressão. 
• Fórmula ➔ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑎𝑐ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝛥𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒/𝛥𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜. 
o Há um valor ideal de equilíbrio; complacência alta ou baixa pode ser indício de patologia. 
• Forças elásticas pulmonares ➔ Determinam complacência pulmonar. 
o Do tecido pulmonar propriamente dito ➔ ⅓. 
▪ Mecanismo ➔ Elastina (fibras elásticas). 
o Geradas pela tensão superficial do líquido alveolar ➔ ⅔. 
• Surfactante pulmonar ➔ Substância lipoproteica que reduz tensão superficial do líquido presente 
na cavidade alveolar e favorece distensão alveolar, facilitando a entrada de ar para que ocorram 
as trocas gasosas. 
o Incidência ➔ Alvéolos da base (menores) têm mais surfactante por área em relação aos do 
ápice. 
• Drenagem linfática pulmonar ➔ Altíssima; mantém os alvéolos “secos”, reduzindo a tensão 
superficial e facilitando a entrada de ar para troca. 
Ventilação e Perfusão 
• Alvéolo só efetua troca de gases quando há uma boa relação V/Q. 
o Ventilação (V) ➔ Ar (alvéolos). 
o Perfusão (Q) ➔ Sangue (capilares). 
▪ Região com predomínio de perfusão = Melhor troca. 
o Valor ideal ➔ 1 (V = Q). 
• Ápice do pulmão ➔ 
o Alvéolos grandes ➔ Pouco surfactante por área. 
▪ Motivo ➔ Surfactante determina distensão alveolar; em 
alvéolos grandes, uma maior distensão geraria rompimento. 
o Predomínio ➔ Ventilação. 
o Zona de West ➔ 2 (em repouso); 3 (em atividade). 
• Base do pulmão ➔ 
o Alvéolos pequenos ➔ Muito surfactante por área. 
▪ Motivo ➔ Alvéolos pequenos precisam da ajuda dos 
surfactantes para não entrar em colapso. 
o Predomínio ➔ Perfusão (melhor troca). 
▪ Motivo ➔ Ação da gravidade. 
o Zona de West ➔ 3. 
• Lado dependente do pulmão ➔ Região pulmonar, determinada pela gravidade, onde há 
predomínio de perfusão e, portanto, melhor troca. 
Alvéolos são maiores no 
ápice e menores na base 
pulmonar 
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• Durante o exercício, ao contrário da musculatura em atividade (faz vasodilatação), algumas áreas do 
pulmão fazem vasoconstrição hipóxica, desviando o fluxo sanguíneo para áreas mais ventiladas 
(têm melhor relação V/Q). 
Espaço Morto e Shunt 
• Espaço morto (EM) ➔ Volume de ar inalado na respiração que não participa das trocas gasosas. 
o Fisiologicamente, é a soma do espaço morto anatômico 
com o espaço morto alveolar. 
▪ Espaço morto anatômico ➔ Volume “perdido” 
nas vias de condução (não há troca). 
• Exemplos ➔ Traqueia, faringe, nariz. 
• Na inspiração, é o primeiro volume de ar 
a sair. 
▪ Espaço morto alveolar ➔ Volume “perdido” 
nas vias de troca (alvéolos). 
o Predomínio ➔ Ventilação. 
▪ Ventilação sem perfusão ➔ V/Q = infinito. 
• Shunt ➔ Ventilação insuficiente para oxigenar região perfundida por sangue. 
o Predomínio ➔ Perfusão. 
▪ Perfusão sem ventilação ➔ V/Q = 0. 
o Shunt fisiológico / Derivação fisiológica ➔ Quant. total de sangue derivado por minuto. 
▪ Sangue derivado ➔ Sangue não oxigenado que chega ao ventrículo esquerdo. 
• Composto por ➔ 
o Quantidade de sangue que chega arterial à circulação brônquica 
(para nutrir o pulmão) e desemboca venoso no ventrículo esquerdo. 
o Quantidade de sangue da circulação coronária que drena 
diretamente para o ventrículo esquerdo, sem perfundir os pulmões. 
• Consequências ➔ 
o DC 1-2% maior no lado esquerdo do coração (sangue perfundido se 
mistura ao sangue derivado). 
o Ventrículo esquerdo com menor PO2 em relação às veias pulmonares. 
Solubilidade dos Gases 
• Principais determinantes de difusão ➔ Solubilidade e ΔP. 
• Lei de Henry ➔ Quanto maior a solubilidade de um gás, menor a pressão parcial exercida. 
o Motivo ➔ Maior interação com H2O ➔ Menos moléculas de H2O sozinhas ➔ Menor pressão. 
• CO2 ➔ 
o Alta solubilidade (20x mais que o O2) ➔ Menor pressão. 
o Menor ΔP. 
o Principal determinante de difusão ➔ Solubilidade. 
• O2 ➔ 
o Baixa solubilidade ➔ Maior pressão. 
▪ No edema pulmonar, é o primeiro gás comprometido. 
o Principal determinante de difusão ➔ ΔP (= 64 mmHg, muito alto). 
▪ PO2 no capilar pulmonar (sangue venoso) ➔ 40 mmHg. 
▪ PO2 no alvéolo pulmonar ➔ 104 mmHg. 
o Sistema tampão hemoglobina-O2 ➔ 
▪ Distribui quantidades constantes de O2 aos tecidos mesmo quando a PO2 pulmonar 
está alterada (no intervalo de 60-1.000 mmHg; valor normal: 104 mmHg). 
• Motivo ➔ Saturação da hemoglobina (nas hemácias) não ultrapassa 100%. 
“Efeito” é fisiológico. 
Espaço morto ➔ Patológico. 
Efeito espaço morto ➔ Fisiológico. 
Shunt ➔ Patológico. 
Efeito Shunt ➔ Fisiológico. 
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o 4 sítios ativos da hemoglobina ligados a O2 = 100% de saturação. 
o Saturação da hemoglobina possui relação apenas com a própria 
hemoglobina, nada tendo a ver com a quantidade de hemácias. 
▪ Distribuição equilibrada de O2 não deixa “sobrar” O2 não distribuído, impedindo a PO2 
do sangue venoso que chega ao pulmão de ultrapassar a marca de 40 mmHg. 
• Motivo ➔ PO2 > 40 mmHg ➔ ⬇️ ΔP alvéolo-capilar ➔ ⬇️ Difusão de O2. 
• Sangue venoso com PO2 < 40 mmHg indica metabolismo aumentado. 
o Consequência ➔ Gera-se uma maior ΔP para favorecer difusão de O2. 
Valores de Pressão 
 Pressão Parcial do Oxigênio (PO2) 
• No alvéolo (antes de se misturar com o sangue venoso) ➔ 104 mmHg. 
• Na artéria/capilar pulmonar (sangue venoso que chega ao pulmão) ➔ 40 mmHg. 
• Na veia pulmonar (sangue arterial que sai dos pulmões) ➔ 104 mmHg. 
• No átrio/ventrículo esquerdo (sangue arterial que entra na circulação sistêmica) ➔ 96 mmHg (-8). 
o Motivo ➔ Shunt fisiológico (sangue arterial que sai do pulmões se mistura ao sangue 
derivado, não oxigenado, diminuindo a concentração de O2). 
• Na célula ➔ 23 mmHg. 
o Alta ΔPO2 célula-sangue arterial (= 73 mmHg) favorece oxigenação dos tecidos. 
 Pressão Parcial do Gás Carbônico (PCO2) 
• No meio ambiente/atmosfera ➔ 0 mmHg. 
• Na célula ➔46 mmHg. 
• No espaço intersticial e no sangue venoso ➔ 45 mmHg. 
o Baixa ΔPCO2 célula-interstício (= 1 mmHg) é explicada pela alta solubilidade do CO2. 
• No alvéolo ➔ 40 mmHg (quantidade de CO2 que fica para ser expelido). 
o Maior ΔPCO2 se dá entre sangue venoso e alvéolo (= 5mmHg). 
• No ar expirado ➔ 27 mmHg. 
Pressão do Sangue 
• No átrio direito ➔ 0 mmHg (pressão venosa central). 
• Na artéria pulmonar durante a diástole do ventrículo direito ➔ 8 mmHg. 
• Na artéria pulmonar durante a sístole do ventrículo direito ➔ 15 mmHg. 
• No átrio esquerdo ➔ 2 mmHg. 
Pressão das Forças de Starling no Pulmão 
• Pressão coloidosmótica capilar/plasmática ➔ 28 mmHg (=). 
o Motivo ➔ Trata-se da concentração de proteínas no sangue (não depende do pulmão). 
• Pressão coloidosmótica intersticial ➔ 14 mmHg (+6). 
o Motivo ➔ Interstício pulmonar tem mais proteínas que o dos outros órgãos, pois os capilares 
do pulmão são mais permeáveis a proteínas. 
• Pressão hidrostática capilar/plasmática ➔ 7 mmHg (-10,3). 
o Motivo ➔ Capilares pulmonares têm uma maior área de secção transversa. 
• Pressão hidrostática intersticial ➔ -8 mmHg (-5). 
o Motivo ➔ Embora a grande quantidade de proteínas atraia muito líquido para o interstício do 
pulmão, o sistema linfático age de maneira compensatória – tão eficaz que determina uma 
pressão hidrostática intersticial ainda mais negativa que o normal. 
o A partir de 20-25 mmHg ➔ Edema agudo de pulmão. 
▪ Pacientes com edema recorrente ➔ A partir de 40 mmHg. 
• Motivo ➔ Sistema linfático “acostumou” a drenar excesso de líquido. 
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Volumes Pulmonares 
• Volume Corrente (VC) ➔ Volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal. 
• Volume de Reserva Inspiratório (VRI) ➔ Volume extra (além do VC normal) que pode ser inspirado 
quando a inspiração é feita com força total (profunda). 
• Volume de Reserva Expiratório (VRE) ➔ Máximo volume extra que pode ser expelido na expiração 
forçada (após o fim da expiração corrente normal). 
• Volume Residual (VR) ➔ Volume que permanece nos pulmões ao final da expiração forçada. 
o Analogia ➔ É mais difícil encher um balão no início (tende ao colapso). A partir do ponto de 
inflexão (VR), tem-se um limiar de estabilidade que facilita o enchimento. 
▪ VR mantém complacência pulmonar acima do ponto de inflexão, evitando colapso. 
▪ Inspiração demanda mais energia no início, facilitando-se conforme aumenta o 
volume de ar nos pulmões. 
Capacidades Pulmonares 
• Capacidade Inspiratória (CI) ➔ 𝐶𝐼 = 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑰. 
o Volume de ar inspirado desde o nível expiratório normal até a distensão máxima dos pulmões. 
• Capacidade Residual Funcional (CRF) ➔ 𝐶𝑅𝐹 = 𝑽𝑹𝑬 + 𝑽𝑹. 
o Volume que permanece nos pulmões ao final da expiração normal. 
• Capacidade Vital (CV) ➔ 𝐶𝑉 = 𝑽𝑹𝑰 + 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑬. 
o Volume expelido dos pulmões quando são enchidos e esvaziados à sua extensão máxima. 
• Capacidade Pulmonar Total (CPT) ➔ 𝐶𝑃𝑇 = 𝑽𝑹𝑰 + 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑬 + 𝑽𝑹. 
o Volume máximo suportado pelos pulmões. 
Zonas de West 
• Nas paredes alveolares, os capilares são distendidos pela pressão sanguínea em seu interior, mas, 
simultaneamente, são comprimidos pela pressão do ar, que entra nos alvéolos, sobre suas paredes 
externas. 
o Logo, quando a pressão do ar alveolar sobre os capilares (pressão alveolar) é maior que a 
pressão do sangue no interior dos capilares (pressão capilar pulmonar), os capilares se 
fecham, interrompendo o fluxo sanguíneo. 
• Forças atuantes ➔ 
o Pressão Alveolar (PA) ➔ Pressão do ar alveolar sobre os capilares. 
o Pressão Capilar Pulmonar (PCP) ➔ Pressão do sangue no interior dos capilares. 
▪ Determinantes ➔ 
• Pa ➔ Pressão da arteríola. 
• Pv ➔ Pressão da vênula. 
o (“A” ➔ Alveolar; “a” ➔ arterial.) 
• Zonas ➔ 
o Zona 1 ➔ PA > Pa > Pv. 
▪ Ausência de fluxo sanguíneo durante todas as partes 
do ciclo cardíaco. 
• Motivo ➔ PCP nunca ultrapassa PA; alvéolos 
mantêm-se fechados. 
▪ Incidência ➔ Apenas patologicamente. 
o Zona 2 ➔ Pa > PA > Pv. 
▪ Fluxo sanguíneo intermitente, apenas durante os 
picos de pressão arterial pulmonar (sístole do ventrículo direito). 
• Motivo ➔ PCP ultrapassa PA apenas no lado arterial. 
▪ Incidência ➔ Ápice do pulmão (em repouso). 
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• Durante o exercício, região de zona 2 passa a ser de zona 3. 
o Aumenta demanda de ar para efetuar trocas gasosas (⬆ Ventilação 
alveolar; ⬆ FR; ⬆ VC) ➔ Efeito EM diminui ➔ Maior ventilação 
alveolar. 
o Zona 3 ➔ Pa > Pv > PA. 
▪ Fluxo sanguíneo contínuo. 
• Motivo ➔ PCP ultrapassa PA durante todo o ciclo cardíaco. 
▪ Incidência ➔ Base do pulmão. 
• Ventilação Alveolar (VA) ➔ Volume de ar inspirado disponível para troca gasosa por minuto. 
o Fórmula ➔ 𝑉𝐴 = 𝐹𝑅 𝑥 (𝑽𝑪 − 𝑬𝑴). 
▪ FR ➔ Frequência respiratória. 
• Membrana basal alvéolo-capilar ➔ Principal estrutura do parênquima pulmonar. 
o Função ➔ Processar trocas gasosas da respiração. 
o Componentes ➔ 
▪ Camada de líquido alveolar. 
▪ Epitélio alveolar. 
▪ Membrana basal do epitélio. 
▪ Espaço intersticial. 
▪ Membrana basal do endotélio. 
▪ Endotélio capilar. 
o Quanto mais próximo o alvéolo estiver do capilar, maior a troca. 
▪ Motivo ➔ 𝐷𝑖𝑓𝑢𝑠ã𝑜 =
𝛥𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 .𝑆𝑜𝑙𝑢𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 .Á𝑟𝑒𝑎
√𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 .𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎
. 
o No edema pulmonar, o acúmulo de líquido intersticial aumenta a distância que os gases têm 
que percorrer, dificultando difusão/troca. 
▪ O2: alvéolo ➔ capilar. 
▪ CO2: capilar ➔ alvéolo. 
Espaço Intrapleural 
• Localização ➔ Entre as pleuras parietal e visceral. 
• Função ➔ Deslizamento das pleuras promove o equilíbrio dos pulmões dentro da cavidade torácica. 
• Contém líquido em pouca quantidade (facilita o deslizamento) e proteínas. 
• Pressão intrapleural ➔ 
o Deve ser sempre negativa. 
▪ Motivo ➔ Pressão intrapleural positiva dificulta expansão pulmonar, gerando colapso. 
o Durante a inspiração, fica mais negativa. 
Mecânica Respiratória 
• Diafragma ➔ Principal músculo da respiração. 
o Faz sua função máxima quando parte de 
seu alongamento máximo de repouso 
(como todo músculo estriado esquelético). 
▪ Alongamento máximo de repouso do 
diafragma ocorre na expiração. 
o Zona de aposição/justaposição do 
diafragma ➔ Região do diafragma paralela 
à caixa torácica. 
• Expiração ➔ Diafragma sobe e alonga ➔ Raio diminui ➔ Abdome faz retração (para trás). 
o ⬇️ Raio ➔ ⬆ Alongamento ➔ ⬆ Pressão gerada para a próxima inspiração. 
• Inspiração ➔ Diafragma desce e contrai ➔ Raio aumenta ➔ Abdome faz protusão (para frente). 
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Efeito Bohr e Efeito Haldane 
• Praticamente todas as células, a fim de obter energia, liberam CO2. 
o No sangue, o CO2 se combina com a água para 
formar ácido carbônico (H2CO3), que 
posteriormente se dissocia em íons bicarbonato 
(HCO3-) e hidrogênio (H+). 
▪ Reação é reversível e ocorre naturalmente. 
• Anidrase carbônica ➔ Enzima presente nas hemácias. 
o Função ➔ Sintetizar ácido carbônico em ritmo compatível com o metabolismo humano. 
▪ Também pode fazer reação inversa. 
o Aceleração da reação aumenta concentração de H+ ➔ pH dentro da hemácia fica mais ácido. 
• Efeito Bohr ➔ 
o Tendência da hemoglobina a perder afinidade pelo O2 em ambientes mais ácidos (e a 
ganhar em ambientes mais básicos). 
o Incidência ➔ Periferia (fatores locais). 
o Sequência ➔ 
▪ Durante o exercício, musculatura em atividade utiliza mais O2 e produz mais CO2 ➔ 
Anidrase carbônica sintetiza H2CO3 (ácido carbônico) a partir de CO2 e água ➔ 
Dissociação do ácido carbônico gera acúmulo de H+ (pH mais ácido) ➔ H+ 
enfraquece interação hemoglobina-O2 ➔ Hemoglobina libera O2 com mais facilidade. 
• Além da ação do H+, a diminuição de PO2 no músculo gera um maior ΔPO2 
entre sangue arterial e célula muscular, facilitando a difusão de O2 no tecido. 
• Efeito Haldane ➔ 
o Tendência da hemoglobina a perder afinidade pelo CO2 quando há alta concentração de 
O2 no sangue(e vice-versa). 
o Incidência ➔ Pulmões. 
o Sequência ➔ 
▪ CO2 é levado até os pulmões (em 
sua maior parte sob a forma de 
íons HCO3-, dissolvido ao 
sangue, e H+, carreado pela 
hemoglobina) para ser retirado da 
circulação ➔ No pulmão, 
concentração de O2 é maior que 
a de CO2 (PO2 > PCO2) ➔ Em 
situação desfavorável, CO2 é 
liberado pela hemoglobina e 
eliminado pela expiração ➔ 
• Para suprir demanda de CO2, anidrase carbônica quebra H2CO3 (ácido 
carbônico) em CO2 e água ➔ Para suprir demanda de ácido carbônico, 
HCO3- (bicarbonato) e H+ recombinam ➔ Diminui concentração de H+ (pH 
mais básico) ➔ Hemoglobina recupera afinidade pelo O2 ➔ Ocorre a 
oxigenação sanguínea. 
o Transporte de CO2 ➔ 
▪ Plasma ➔ 7%. 
▪ Hemoglobina (sob a forma de H+) ➔ 23% 
▪ Sangue (dissolvido sob a forma de bicarbonato) ➔ 70%. 
• É possível afirmar que CO2 controla o pH, até certo ponto (não é o principal responsável). 
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Correlações Clínicas 
• Crise de asma ➔ 
o Sequência ➔ 
▪ Broncoespasmos ➔ Broncoconstrição ➔ Ar entra e não sai ➔ VR aumenta ➔ 
Diafragma não consegue subir durante a expiração (não fica contraído, apenas em 
uma má posição para gerar pressão) ➔ Não faz alongamento máximo de repouso 
➔ Não gera boa pressão para próxima inspiração ➔ Inspiração fraca ➔ 
Hiperinsuflação pulmonar. 
o Tratamento ➔ Broncodilatadores (aumentam o raio brônquico, diminuindo a resistência). 
• Metaplasia escamosa de brônquio ➔ Compromete o revestimento ciliar, levando à perda da 
capacidade expectorante. 
o Fator de risco ➔ Tabagismo. 
• Edema pulmonar ➔ Causas: 
o Pressão hidrostática capilar aumentada ➔ Líquido extravasa para o interstício. 
o Pressão coloidosmótica capilar diminuída ➔ Proteínas extravasam para o interstício. 
o Insuficiência ventricular esquerda ➔ Aumenta refluxo venoso para as veias pulmonares. 
o Capacidade linfática diminuída. 
• Hipoxemia ➔ Pouco O2 no sangue; reversível com oxigenoterapia (aumenta ΔP alvéolo-capilar). 
o Associação com hipercapnia (acúmulo de CO2 no sangue ➔ acidose respiratória) torna o 
quadro clínico mais grave. 
• Policitemia ➔ Aumento exagerado na quantidade de hemácias no sangue. 
o Pode ser causada por hipoxemia crônica, decorrente da vivência em altitudes muito altas. 
• Pressão positiva no espaço intrapleural ➔ 
o Derrame pleural ➔ Acúmulo de líquido no espaço 
intrapleural; tipos: 
▪ Exsudativo ➔ Rico em proteínas. 
▪ Transudativo ➔ Pobre em proteínas. 
o Pneumotórax ➔ Acúmulo de ar no espaço intrapleural. 
o Consequências ➔ 
▪ Colapso de pulmão ➔ Causa instabilidade 
hemodinâmica. 
▪ Abaulamento da caixa torácica. 
• Motivo ➔ Pressão intrapleural empurra 
costelas para frente. 
▪ Timpanismo (no pneumotórax). 
• Em pacientes acamados, deve-se fazer mudança de decúbito a cada duas horas. 
o Motivo ➔ Melhorar relação ventilação/perfusão, evitando Shunt (sangue não perfundido). 
• Paciente tetraplégico (lesão medular entre C4-C7) com manutenção de função do nervo frênico 
(C2-C3), que inerva o diafragma ➔ 
o Não consegue fazer ➔ Tosse, inspiração forçada, espirro, evacuação, micção. 
o Quando colocado em uma cama ortostática, apresenta protusão de órgãos abdominais 
(perda da inervação dos músculos abdominais) ➔ Diafragma desce ➔ Respiração 
dificultada. 
o Consequência ➔ Morte (insuficiência respiratória, pneumonia). 
▪ Secreções não expectoradas criam meio de cultura de microrganismos. 
 
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DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) 
• Redução da área de troca do pulmão (enfisema pulmonar) associada a inflamação crônica das vias 
aéreas. 
• Causas ➔ Tabagismo (90%); fatores genéticos (10%). 
• Sintomas costumam aparecer somente na 6ª década de vida. 
o Motivo ➔ Maior parte do processo de hematose ocorre no primeiro terço do caminho da 
capilaridade pulmonar (fator de segurança da difusão de O2 na membrana pulmonar); 
logo, em repouso, o sangue permanece nos capilares 3x mais tempo que o necessário para 
causar sua oxigenação. 
▪ Quando há redução da área de troca pulmonar, o fator de segurança favorece uma 
boa oxigenação do sangue mesmo com um menor tempo de exposição nos capilares. 
• Consequências ➔ 
o Baixa difusão de gases (esp. O2, pouco solúvel). 
o Hipoxemia ➔ Sangue arterial pouco oxigenado devido a troca pulmonar pouco efetiva. 
o Hipertensão pulmonar. 
▪ Motivo ➔ Vasoconstrição hipóxica. 
o Pós-carga elevada no ventrículo direito ➔ Aumento da resistência contra a qual o 
ventrículo direito deve ejetar. 
▪ Câmaras cardíacas direitas aumentam de tamanho, podendo entrar em falência. 
• Caso isso aconteça, pressão venosa central deixa de ser 0 (aumenta). 
▪ Cor Pulmonale ➔ Insuficiência cardíaca de etiologia pulmonar; PVC > 0. 
• Consequências ➔ 
o Estase jugular ➔ Turgência (inchaço) da veia jugular. 
o Hepatomegalia. 
o Esplenomegalia. 
o Ascite. 
o Edema simétrico de MMII ➔ Pode-se elevar os membros para 
aumentar retorno venoso (etiologia não cardíaca). 
o DC elevado. 
▪ Motivo ➔ Sangue entra pouco oxigenado na circulação sistêmica (pela artéria aorta) 
➔ Demanda de O2 nas periferias determina vasodilatação local ➔ Como DC = soma 
das demandas metabólicas locais, DC aumenta. 
• Tratamento ➔ 
o Vasodilatadores pulmonares. 
o Oxigenoterapia.

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