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Página 1 de 9 Fisiologia Pulmonar FICHAMENTO PARA PROVA 1 DE FISIOLOGIA I (PROF.ª DRA.ª JANNE MARQUES SILVEIRA) – MEDICINA/UNIRG – TURMA XXXIII – 2º PERÍODO – 2019.1 POR DJOSCI COÊLHO JR. Introdução Pulmão • Funciona como reservatório de sangue. • Hilo pulmonar ➔ Conjunto de orifícios localizados na face mediastinal dos pulmões. o Formam-se a partir das estruturas que chegam e saem deles: vasos linfáticos, brônquios principais, artérias pulmonares, veias pulmonares e artérias e veias brônquicas. o Pulmões não se prendem à cavidade torácica, mas sim aos hilos pulmonares. • Membrana respiratória ➔ Superfície de troca pulmonar o Contém 300 milhões de alvéolos. o Volume total de sangue nos capilares alveolares a qualquer instante ➔ 60-140 mL. Vias Pulmonares • Tipos ➔ o Vias de condução ➔ Fluxo turbulento (ex.: traqueia, bronquíolos terminais). o Vias de troca ➔ Fluxo laminar (ex.: capilares pulmonares). ▪ Início ➔ Bronquíolos respiratórios (a partir da 16ª geração brônquica). • Bronquíolo ➔ Via de condução (bronquíolos terminais) e de troca (bronquíolos respiratórios). • Alvéolo ➔ Menor unidade funcional do aparelho respiratório. o Localização ➔ Saco alveolar (conjunto de alvéolos nas extremidades dos bronquíolos). o Função ➔ Troca de gases (hematose). Fluxo Pulmonar • Fluxo sanguíneo ➔ o Circulação pulmonar ➔ Ventrículo direito ➔ Artérias pulmonares (sangue venoso) ➔ Pulmões ➔ Hematose ➔ Veias pulmonares (sangue arterial) ➔ Átrio esquerdo. o Circulação brônquica ➔ Artérias brônquicas (ramos da artéria aorta). • Fluxo aéreo ➔ o Ambiente ➔ Inspiração ➔ Vias aéreas (traqueia, brônquios) ➔ Expiração ➔ Ambiente. Página 2 de 9 Movimentos Respiratórios • Inspiração ➔ o Estiramento elástico ➔ Processo ativo. o Pressão maior no meio ambiente. • Expiração ➔ o Recolhimento elástico ➔ Processo passivo. ▪ Expiração ativa ➔ Tosse, espirro, expiração forçada. o Pressão maior no alvéolo. • Tempo expiratório > Tempo inspiratório. o Motivo ➔ Inspiração (processo ativo) prevalente geraria fadiga na musculatura respiratória. Complacência Pulmonar • Definição ➔ Capacidade dos pulmões de distender-se sob pressão. • Fórmula ➔ 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑙𝑎𝑐ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝛥𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒/𝛥𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜. o Há um valor ideal de equilíbrio; complacência alta ou baixa pode ser indício de patologia. • Forças elásticas pulmonares ➔ Determinam complacência pulmonar. o Do tecido pulmonar propriamente dito ➔ ⅓. ▪ Mecanismo ➔ Elastina (fibras elásticas). o Geradas pela tensão superficial do líquido alveolar ➔ ⅔. • Surfactante pulmonar ➔ Substância lipoproteica que reduz tensão superficial do líquido presente na cavidade alveolar e favorece distensão alveolar, facilitando a entrada de ar para que ocorram as trocas gasosas. o Incidência ➔ Alvéolos da base (menores) têm mais surfactante por área em relação aos do ápice. • Drenagem linfática pulmonar ➔ Altíssima; mantém os alvéolos “secos”, reduzindo a tensão superficial e facilitando a entrada de ar para troca. Ventilação e Perfusão • Alvéolo só efetua troca de gases quando há uma boa relação V/Q. o Ventilação (V) ➔ Ar (alvéolos). o Perfusão (Q) ➔ Sangue (capilares). ▪ Região com predomínio de perfusão = Melhor troca. o Valor ideal ➔ 1 (V = Q). • Ápice do pulmão ➔ o Alvéolos grandes ➔ Pouco surfactante por área. ▪ Motivo ➔ Surfactante determina distensão alveolar; em alvéolos grandes, uma maior distensão geraria rompimento. o Predomínio ➔ Ventilação. o Zona de West ➔ 2 (em repouso); 3 (em atividade). • Base do pulmão ➔ o Alvéolos pequenos ➔ Muito surfactante por área. ▪ Motivo ➔ Alvéolos pequenos precisam da ajuda dos surfactantes para não entrar em colapso. o Predomínio ➔ Perfusão (melhor troca). ▪ Motivo ➔ Ação da gravidade. o Zona de West ➔ 3. • Lado dependente do pulmão ➔ Região pulmonar, determinada pela gravidade, onde há predomínio de perfusão e, portanto, melhor troca. Alvéolos são maiores no ápice e menores na base pulmonar Página 3 de 9 • Durante o exercício, ao contrário da musculatura em atividade (faz vasodilatação), algumas áreas do pulmão fazem vasoconstrição hipóxica, desviando o fluxo sanguíneo para áreas mais ventiladas (têm melhor relação V/Q). Espaço Morto e Shunt • Espaço morto (EM) ➔ Volume de ar inalado na respiração que não participa das trocas gasosas. o Fisiologicamente, é a soma do espaço morto anatômico com o espaço morto alveolar. ▪ Espaço morto anatômico ➔ Volume “perdido” nas vias de condução (não há troca). • Exemplos ➔ Traqueia, faringe, nariz. • Na inspiração, é o primeiro volume de ar a sair. ▪ Espaço morto alveolar ➔ Volume “perdido” nas vias de troca (alvéolos). o Predomínio ➔ Ventilação. ▪ Ventilação sem perfusão ➔ V/Q = infinito. • Shunt ➔ Ventilação insuficiente para oxigenar região perfundida por sangue. o Predomínio ➔ Perfusão. ▪ Perfusão sem ventilação ➔ V/Q = 0. o Shunt fisiológico / Derivação fisiológica ➔ Quant. total de sangue derivado por minuto. ▪ Sangue derivado ➔ Sangue não oxigenado que chega ao ventrículo esquerdo. • Composto por ➔ o Quantidade de sangue que chega arterial à circulação brônquica (para nutrir o pulmão) e desemboca venoso no ventrículo esquerdo. o Quantidade de sangue da circulação coronária que drena diretamente para o ventrículo esquerdo, sem perfundir os pulmões. • Consequências ➔ o DC 1-2% maior no lado esquerdo do coração (sangue perfundido se mistura ao sangue derivado). o Ventrículo esquerdo com menor PO2 em relação às veias pulmonares. Solubilidade dos Gases • Principais determinantes de difusão ➔ Solubilidade e ΔP. • Lei de Henry ➔ Quanto maior a solubilidade de um gás, menor a pressão parcial exercida. o Motivo ➔ Maior interação com H2O ➔ Menos moléculas de H2O sozinhas ➔ Menor pressão. • CO2 ➔ o Alta solubilidade (20x mais que o O2) ➔ Menor pressão. o Menor ΔP. o Principal determinante de difusão ➔ Solubilidade. • O2 ➔ o Baixa solubilidade ➔ Maior pressão. ▪ No edema pulmonar, é o primeiro gás comprometido. o Principal determinante de difusão ➔ ΔP (= 64 mmHg, muito alto). ▪ PO2 no capilar pulmonar (sangue venoso) ➔ 40 mmHg. ▪ PO2 no alvéolo pulmonar ➔ 104 mmHg. o Sistema tampão hemoglobina-O2 ➔ ▪ Distribui quantidades constantes de O2 aos tecidos mesmo quando a PO2 pulmonar está alterada (no intervalo de 60-1.000 mmHg; valor normal: 104 mmHg). • Motivo ➔ Saturação da hemoglobina (nas hemácias) não ultrapassa 100%. “Efeito” é fisiológico. Espaço morto ➔ Patológico. Efeito espaço morto ➔ Fisiológico. Shunt ➔ Patológico. Efeito Shunt ➔ Fisiológico. Página 4 de 9 o 4 sítios ativos da hemoglobina ligados a O2 = 100% de saturação. o Saturação da hemoglobina possui relação apenas com a própria hemoglobina, nada tendo a ver com a quantidade de hemácias. ▪ Distribuição equilibrada de O2 não deixa “sobrar” O2 não distribuído, impedindo a PO2 do sangue venoso que chega ao pulmão de ultrapassar a marca de 40 mmHg. • Motivo ➔ PO2 > 40 mmHg ➔ ⬇️ ΔP alvéolo-capilar ➔ ⬇️ Difusão de O2. • Sangue venoso com PO2 < 40 mmHg indica metabolismo aumentado. o Consequência ➔ Gera-se uma maior ΔP para favorecer difusão de O2. Valores de Pressão Pressão Parcial do Oxigênio (PO2) • No alvéolo (antes de se misturar com o sangue venoso) ➔ 104 mmHg. • Na artéria/capilar pulmonar (sangue venoso que chega ao pulmão) ➔ 40 mmHg. • Na veia pulmonar (sangue arterial que sai dos pulmões) ➔ 104 mmHg. • No átrio/ventrículo esquerdo (sangue arterial que entra na circulação sistêmica) ➔ 96 mmHg (-8). o Motivo ➔ Shunt fisiológico (sangue arterial que sai do pulmões se mistura ao sangue derivado, não oxigenado, diminuindo a concentração de O2). • Na célula ➔ 23 mmHg. o Alta ΔPO2 célula-sangue arterial (= 73 mmHg) favorece oxigenação dos tecidos. Pressão Parcial do Gás Carbônico (PCO2) • No meio ambiente/atmosfera ➔ 0 mmHg. • Na célula ➔46 mmHg. • No espaço intersticial e no sangue venoso ➔ 45 mmHg. o Baixa ΔPCO2 célula-interstício (= 1 mmHg) é explicada pela alta solubilidade do CO2. • No alvéolo ➔ 40 mmHg (quantidade de CO2 que fica para ser expelido). o Maior ΔPCO2 se dá entre sangue venoso e alvéolo (= 5mmHg). • No ar expirado ➔ 27 mmHg. Pressão do Sangue • No átrio direito ➔ 0 mmHg (pressão venosa central). • Na artéria pulmonar durante a diástole do ventrículo direito ➔ 8 mmHg. • Na artéria pulmonar durante a sístole do ventrículo direito ➔ 15 mmHg. • No átrio esquerdo ➔ 2 mmHg. Pressão das Forças de Starling no Pulmão • Pressão coloidosmótica capilar/plasmática ➔ 28 mmHg (=). o Motivo ➔ Trata-se da concentração de proteínas no sangue (não depende do pulmão). • Pressão coloidosmótica intersticial ➔ 14 mmHg (+6). o Motivo ➔ Interstício pulmonar tem mais proteínas que o dos outros órgãos, pois os capilares do pulmão são mais permeáveis a proteínas. • Pressão hidrostática capilar/plasmática ➔ 7 mmHg (-10,3). o Motivo ➔ Capilares pulmonares têm uma maior área de secção transversa. • Pressão hidrostática intersticial ➔ -8 mmHg (-5). o Motivo ➔ Embora a grande quantidade de proteínas atraia muito líquido para o interstício do pulmão, o sistema linfático age de maneira compensatória – tão eficaz que determina uma pressão hidrostática intersticial ainda mais negativa que o normal. o A partir de 20-25 mmHg ➔ Edema agudo de pulmão. ▪ Pacientes com edema recorrente ➔ A partir de 40 mmHg. • Motivo ➔ Sistema linfático “acostumou” a drenar excesso de líquido. Página 5 de 9 Volumes Pulmonares • Volume Corrente (VC) ➔ Volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal. • Volume de Reserva Inspiratório (VRI) ➔ Volume extra (além do VC normal) que pode ser inspirado quando a inspiração é feita com força total (profunda). • Volume de Reserva Expiratório (VRE) ➔ Máximo volume extra que pode ser expelido na expiração forçada (após o fim da expiração corrente normal). • Volume Residual (VR) ➔ Volume que permanece nos pulmões ao final da expiração forçada. o Analogia ➔ É mais difícil encher um balão no início (tende ao colapso). A partir do ponto de inflexão (VR), tem-se um limiar de estabilidade que facilita o enchimento. ▪ VR mantém complacência pulmonar acima do ponto de inflexão, evitando colapso. ▪ Inspiração demanda mais energia no início, facilitando-se conforme aumenta o volume de ar nos pulmões. Capacidades Pulmonares • Capacidade Inspiratória (CI) ➔ 𝐶𝐼 = 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑰. o Volume de ar inspirado desde o nível expiratório normal até a distensão máxima dos pulmões. • Capacidade Residual Funcional (CRF) ➔ 𝐶𝑅𝐹 = 𝑽𝑹𝑬 + 𝑽𝑹. o Volume que permanece nos pulmões ao final da expiração normal. • Capacidade Vital (CV) ➔ 𝐶𝑉 = 𝑽𝑹𝑰 + 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑬. o Volume expelido dos pulmões quando são enchidos e esvaziados à sua extensão máxima. • Capacidade Pulmonar Total (CPT) ➔ 𝐶𝑃𝑇 = 𝑽𝑹𝑰 + 𝑽𝑪 + 𝑽𝑹𝑬 + 𝑽𝑹. o Volume máximo suportado pelos pulmões. Zonas de West • Nas paredes alveolares, os capilares são distendidos pela pressão sanguínea em seu interior, mas, simultaneamente, são comprimidos pela pressão do ar, que entra nos alvéolos, sobre suas paredes externas. o Logo, quando a pressão do ar alveolar sobre os capilares (pressão alveolar) é maior que a pressão do sangue no interior dos capilares (pressão capilar pulmonar), os capilares se fecham, interrompendo o fluxo sanguíneo. • Forças atuantes ➔ o Pressão Alveolar (PA) ➔ Pressão do ar alveolar sobre os capilares. o Pressão Capilar Pulmonar (PCP) ➔ Pressão do sangue no interior dos capilares. ▪ Determinantes ➔ • Pa ➔ Pressão da arteríola. • Pv ➔ Pressão da vênula. o (“A” ➔ Alveolar; “a” ➔ arterial.) • Zonas ➔ o Zona 1 ➔ PA > Pa > Pv. ▪ Ausência de fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo cardíaco. • Motivo ➔ PCP nunca ultrapassa PA; alvéolos mantêm-se fechados. ▪ Incidência ➔ Apenas patologicamente. o Zona 2 ➔ Pa > PA > Pv. ▪ Fluxo sanguíneo intermitente, apenas durante os picos de pressão arterial pulmonar (sístole do ventrículo direito). • Motivo ➔ PCP ultrapassa PA apenas no lado arterial. ▪ Incidência ➔ Ápice do pulmão (em repouso). Página 6 de 9 • Durante o exercício, região de zona 2 passa a ser de zona 3. o Aumenta demanda de ar para efetuar trocas gasosas (⬆ Ventilação alveolar; ⬆ FR; ⬆ VC) ➔ Efeito EM diminui ➔ Maior ventilação alveolar. o Zona 3 ➔ Pa > Pv > PA. ▪ Fluxo sanguíneo contínuo. • Motivo ➔ PCP ultrapassa PA durante todo o ciclo cardíaco. ▪ Incidência ➔ Base do pulmão. • Ventilação Alveolar (VA) ➔ Volume de ar inspirado disponível para troca gasosa por minuto. o Fórmula ➔ 𝑉𝐴 = 𝐹𝑅 𝑥 (𝑽𝑪 − 𝑬𝑴). ▪ FR ➔ Frequência respiratória. • Membrana basal alvéolo-capilar ➔ Principal estrutura do parênquima pulmonar. o Função ➔ Processar trocas gasosas da respiração. o Componentes ➔ ▪ Camada de líquido alveolar. ▪ Epitélio alveolar. ▪ Membrana basal do epitélio. ▪ Espaço intersticial. ▪ Membrana basal do endotélio. ▪ Endotélio capilar. o Quanto mais próximo o alvéolo estiver do capilar, maior a troca. ▪ Motivo ➔ 𝐷𝑖𝑓𝑢𝑠ã𝑜 = 𝛥𝑃𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 .𝑆𝑜𝑙𝑢𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 .Á𝑟𝑒𝑎 √𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 .𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 . o No edema pulmonar, o acúmulo de líquido intersticial aumenta a distância que os gases têm que percorrer, dificultando difusão/troca. ▪ O2: alvéolo ➔ capilar. ▪ CO2: capilar ➔ alvéolo. Espaço Intrapleural • Localização ➔ Entre as pleuras parietal e visceral. • Função ➔ Deslizamento das pleuras promove o equilíbrio dos pulmões dentro da cavidade torácica. • Contém líquido em pouca quantidade (facilita o deslizamento) e proteínas. • Pressão intrapleural ➔ o Deve ser sempre negativa. ▪ Motivo ➔ Pressão intrapleural positiva dificulta expansão pulmonar, gerando colapso. o Durante a inspiração, fica mais negativa. Mecânica Respiratória • Diafragma ➔ Principal músculo da respiração. o Faz sua função máxima quando parte de seu alongamento máximo de repouso (como todo músculo estriado esquelético). ▪ Alongamento máximo de repouso do diafragma ocorre na expiração. o Zona de aposição/justaposição do diafragma ➔ Região do diafragma paralela à caixa torácica. • Expiração ➔ Diafragma sobe e alonga ➔ Raio diminui ➔ Abdome faz retração (para trás). o ⬇️ Raio ➔ ⬆ Alongamento ➔ ⬆ Pressão gerada para a próxima inspiração. • Inspiração ➔ Diafragma desce e contrai ➔ Raio aumenta ➔ Abdome faz protusão (para frente). Página 7 de 9 Efeito Bohr e Efeito Haldane • Praticamente todas as células, a fim de obter energia, liberam CO2. o No sangue, o CO2 se combina com a água para formar ácido carbônico (H2CO3), que posteriormente se dissocia em íons bicarbonato (HCO3-) e hidrogênio (H+). ▪ Reação é reversível e ocorre naturalmente. • Anidrase carbônica ➔ Enzima presente nas hemácias. o Função ➔ Sintetizar ácido carbônico em ritmo compatível com o metabolismo humano. ▪ Também pode fazer reação inversa. o Aceleração da reação aumenta concentração de H+ ➔ pH dentro da hemácia fica mais ácido. • Efeito Bohr ➔ o Tendência da hemoglobina a perder afinidade pelo O2 em ambientes mais ácidos (e a ganhar em ambientes mais básicos). o Incidência ➔ Periferia (fatores locais). o Sequência ➔ ▪ Durante o exercício, musculatura em atividade utiliza mais O2 e produz mais CO2 ➔ Anidrase carbônica sintetiza H2CO3 (ácido carbônico) a partir de CO2 e água ➔ Dissociação do ácido carbônico gera acúmulo de H+ (pH mais ácido) ➔ H+ enfraquece interação hemoglobina-O2 ➔ Hemoglobina libera O2 com mais facilidade. • Além da ação do H+, a diminuição de PO2 no músculo gera um maior ΔPO2 entre sangue arterial e célula muscular, facilitando a difusão de O2 no tecido. • Efeito Haldane ➔ o Tendência da hemoglobina a perder afinidade pelo CO2 quando há alta concentração de O2 no sangue(e vice-versa). o Incidência ➔ Pulmões. o Sequência ➔ ▪ CO2 é levado até os pulmões (em sua maior parte sob a forma de íons HCO3-, dissolvido ao sangue, e H+, carreado pela hemoglobina) para ser retirado da circulação ➔ No pulmão, concentração de O2 é maior que a de CO2 (PO2 > PCO2) ➔ Em situação desfavorável, CO2 é liberado pela hemoglobina e eliminado pela expiração ➔ • Para suprir demanda de CO2, anidrase carbônica quebra H2CO3 (ácido carbônico) em CO2 e água ➔ Para suprir demanda de ácido carbônico, HCO3- (bicarbonato) e H+ recombinam ➔ Diminui concentração de H+ (pH mais básico) ➔ Hemoglobina recupera afinidade pelo O2 ➔ Ocorre a oxigenação sanguínea. o Transporte de CO2 ➔ ▪ Plasma ➔ 7%. ▪ Hemoglobina (sob a forma de H+) ➔ 23% ▪ Sangue (dissolvido sob a forma de bicarbonato) ➔ 70%. • É possível afirmar que CO2 controla o pH, até certo ponto (não é o principal responsável). Página 8 de 9 Correlações Clínicas • Crise de asma ➔ o Sequência ➔ ▪ Broncoespasmos ➔ Broncoconstrição ➔ Ar entra e não sai ➔ VR aumenta ➔ Diafragma não consegue subir durante a expiração (não fica contraído, apenas em uma má posição para gerar pressão) ➔ Não faz alongamento máximo de repouso ➔ Não gera boa pressão para próxima inspiração ➔ Inspiração fraca ➔ Hiperinsuflação pulmonar. o Tratamento ➔ Broncodilatadores (aumentam o raio brônquico, diminuindo a resistência). • Metaplasia escamosa de brônquio ➔ Compromete o revestimento ciliar, levando à perda da capacidade expectorante. o Fator de risco ➔ Tabagismo. • Edema pulmonar ➔ Causas: o Pressão hidrostática capilar aumentada ➔ Líquido extravasa para o interstício. o Pressão coloidosmótica capilar diminuída ➔ Proteínas extravasam para o interstício. o Insuficiência ventricular esquerda ➔ Aumenta refluxo venoso para as veias pulmonares. o Capacidade linfática diminuída. • Hipoxemia ➔ Pouco O2 no sangue; reversível com oxigenoterapia (aumenta ΔP alvéolo-capilar). o Associação com hipercapnia (acúmulo de CO2 no sangue ➔ acidose respiratória) torna o quadro clínico mais grave. • Policitemia ➔ Aumento exagerado na quantidade de hemácias no sangue. o Pode ser causada por hipoxemia crônica, decorrente da vivência em altitudes muito altas. • Pressão positiva no espaço intrapleural ➔ o Derrame pleural ➔ Acúmulo de líquido no espaço intrapleural; tipos: ▪ Exsudativo ➔ Rico em proteínas. ▪ Transudativo ➔ Pobre em proteínas. o Pneumotórax ➔ Acúmulo de ar no espaço intrapleural. o Consequências ➔ ▪ Colapso de pulmão ➔ Causa instabilidade hemodinâmica. ▪ Abaulamento da caixa torácica. • Motivo ➔ Pressão intrapleural empurra costelas para frente. ▪ Timpanismo (no pneumotórax). • Em pacientes acamados, deve-se fazer mudança de decúbito a cada duas horas. o Motivo ➔ Melhorar relação ventilação/perfusão, evitando Shunt (sangue não perfundido). • Paciente tetraplégico (lesão medular entre C4-C7) com manutenção de função do nervo frênico (C2-C3), que inerva o diafragma ➔ o Não consegue fazer ➔ Tosse, inspiração forçada, espirro, evacuação, micção. o Quando colocado em uma cama ortostática, apresenta protusão de órgãos abdominais (perda da inervação dos músculos abdominais) ➔ Diafragma desce ➔ Respiração dificultada. o Consequência ➔ Morte (insuficiência respiratória, pneumonia). ▪ Secreções não expectoradas criam meio de cultura de microrganismos. Página 9 de 9 DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) • Redução da área de troca do pulmão (enfisema pulmonar) associada a inflamação crônica das vias aéreas. • Causas ➔ Tabagismo (90%); fatores genéticos (10%). • Sintomas costumam aparecer somente na 6ª década de vida. o Motivo ➔ Maior parte do processo de hematose ocorre no primeiro terço do caminho da capilaridade pulmonar (fator de segurança da difusão de O2 na membrana pulmonar); logo, em repouso, o sangue permanece nos capilares 3x mais tempo que o necessário para causar sua oxigenação. ▪ Quando há redução da área de troca pulmonar, o fator de segurança favorece uma boa oxigenação do sangue mesmo com um menor tempo de exposição nos capilares. • Consequências ➔ o Baixa difusão de gases (esp. O2, pouco solúvel). o Hipoxemia ➔ Sangue arterial pouco oxigenado devido a troca pulmonar pouco efetiva. o Hipertensão pulmonar. ▪ Motivo ➔ Vasoconstrição hipóxica. o Pós-carga elevada no ventrículo direito ➔ Aumento da resistência contra a qual o ventrículo direito deve ejetar. ▪ Câmaras cardíacas direitas aumentam de tamanho, podendo entrar em falência. • Caso isso aconteça, pressão venosa central deixa de ser 0 (aumenta). ▪ Cor Pulmonale ➔ Insuficiência cardíaca de etiologia pulmonar; PVC > 0. • Consequências ➔ o Estase jugular ➔ Turgência (inchaço) da veia jugular. o Hepatomegalia. o Esplenomegalia. o Ascite. o Edema simétrico de MMII ➔ Pode-se elevar os membros para aumentar retorno venoso (etiologia não cardíaca). o DC elevado. ▪ Motivo ➔ Sangue entra pouco oxigenado na circulação sistêmica (pela artéria aorta) ➔ Demanda de O2 nas periferias determina vasodilatação local ➔ Como DC = soma das demandas metabólicas locais, DC aumenta. • Tratamento ➔ o Vasodilatadores pulmonares. o Oxigenoterapia.
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