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Módulo 2 - Obrigações

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES
PROFA. KALYNE MONTE
módulo 2 
V - OUTRAS MODALIDADES DE OBRIGAÇÃO
Obrigações de Resultado – quando só se considera cumprida com a obtenção de um resultado (ex.: contrato de transporte - levar o passageiro a seu destino são e salvo). É possível a demonstração de que o resultado não foi alcançado por fator alheio à atuação do devedor (ex.: caso fortuito, força maior, culpa exclusiva do credor, etc.).
Obrigações de Meio – quando o devedor só é obrigado a empenhar-se para conseguir o resultado, mesmo que este não seja alcançado (ex.: advogado em relação ao cliente, deve se esforçar para ganhar a causa, mesmo que a perca). Se o resultado visado não for alcançado só poderá ser considerado o inadimplemento do devedor se se provar a sua falta de diligência.
Obrigações Líquidas – são aquelas certas quanto à existência e determinadas quanto ao objeto (ex.: entregar uma casa; entregar R$100,00, etc.). Nelas se acham especificadas, de modo expresso, a quantidade, a qualidade e a natureza do objeto devido. O inadimplemento de obrigação positiva e líquida constitui o devedor em mora.
Obrigações Ilíquidas – são aquelas incertas quanto à sua quantidade; dependem de apuração prévia, posto que o montante da prestação é incerto. Quando o montante da prestação for incerto ou indeterminado, não podendo ser expressa por algarismo ou cifra, a obrigação é chamada de ilíquida. 
Para que a obrigação ilíquida seja cobrada, é necessário antes que seja tornada líquida (certa e determinada). Sem a liquidação o credor não terá como cobrar seu crédito. 
Para tornar-se a obrigação líquida, mister se faz que haja uma apuração antecipada. Esta apuração realiza-se através de liquidação de sentença que fixa o respectivo valor, em moeda corrente, a ser pago ao credor. A liquidação das obrigações pode ser realizada por convenção das partes, por disposição legal ou de forma judicial. Esta última é a forma mais comum para a apuração do montante devido pelo obrigado.
Obrigações Divisíveis (art. 257) – são as que comportam fracionamento, quer quanto a prestação, quer quanto ao próprio objeto sem prejuízo de sua substância ou de seu valor.
Obrigações Indivisíveis (art. 258) – ocorrem quando a prestação é única. Devido à convenção das partes (ex.: pagamento à vista) ou, dada a natureza do objeto (ex.: um cavalo), não admite cisão na prestação. Ainda que o objeto seja divisível (ex.: dinheiro), não pode o credor ser obrigado a receber em partes, se assim não se ajustou.
Regras aplicáveis às obrigações indivisíveis:
• Havendo dois ou mais devedores cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor que paga a dívida inteira sub-roga-se no direito do credor, havendo ação de regresso em relação aos demais coobrigados.
• Havendo pluralidade de credores, o devedor ou devedores somente se desobrigarão pagando: a todos conjuntamente; ou a um dos credores, dando este caução de ratificação dos outros credores.
• Caso somente um dos credores receba toda a dívida, os demais poderão exigir deste a parte que lhes cabia.
• No caso de remissão (perdão) por parte de um dos credores, a obrigação não ficará extinta em relação aos demais, que poderão exigir as suas cotas, descontada a parte remitida.
• Caso a obrigação seja convertida em perdas e danos perderá o seu caráter de indivisível.
• As obrigações de dar e fazer podem ser divisíveis ou indivisíveis. As de não fazer somente indivisíveis.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Obrigações Puras e Simples – não estão sujeitas a nenhum elemento acidental, como a condição, o termo ou o encargo.
Obrigações Condicionais – são as que contêm cláusula que subordina seu efeito a evento futuro e incerto.
Obrigações a Termo – são aquelas que contêm cláusula que subordina seu efeito a evento futuro e certo.
Obrigações Modais – são as oneradas de um encargo, um ônus à pessoa contemplada pela relação jurídica (ex.: dou-lhe dois terrenos,mas em um deve ser construída uma escola).
Obrigações Principais - são as que independem de qualquer outra para ter validade (ex.: compra e venda, locação, etc.).
Obrigações Acessórias - tem sua existência subordinada a outra relação jurídica (ex.: fiança, cláusula penal, etc.). A extinção, ineficácia, nulidade ou prescrição da obrigação principal reflete-se na acessória. Lembre-se da regra segundo a qual o acessório segue a sorte do principal (princípio da gravitação jurídica). O inverso, porém, não é verdadeiro, pois se houver algum vício na obrigação acessória, em nada afetará a principal.
Obrigações Instantâneas – são as que são cumpridas no momento em que o negócio é celebrado (ex.: compra e venda à vista).
Obrigações fracionadas – quando o objeto do pagamento é fracionado em prestações. A obrigação de pagar o preço é uma só, mas a execução de cada uma delas é feita ao longo do tempo (ex.: compro um terreno por 10 mil, pagando mil por mês, durante dez meses).
Obrigações diferidas – quando a execução é realizada por um único ato, em momento posterior ao surgimento da obrigação (ex.: compra e venda com pagamento à vista, mas a entrega da coisa se dará em 30 dias).
Obrigações de trato sucessivo (ou periódicas) – são as que se resolvem em intervalos regulares ou não de tempo (ex.: obrigação do inquilino em pagar aluguel; do condômino em pagar as despesas condominiais). Quando uma parcela é paga a obrigação está quitada. Mas neste instante inicia-se a formação de outra prestação que deverá ser paga no fim do período.
Obrigações Propter Rem - são obrigações híbridas – parte direito real, parte direito pessoal. Recaem sobre uma pessoa, por força de um direito real (ex.: obrigação de um proprietário de não prejudicar a segurança, sossego e saúde dos vizinhos; a do condômino de contribuir para a conservação da coisa comum ou de não alterar a fachada externa do edifício; adquirente de imóvel hipotecado de pagar o débito que o onera, etc.). O exemplo mais comum é o do condômino que, devendo contribuições condominiais, vende sua unidade; a pessoa que adquiriu o apartamento não devia nada ao condomínio, mas quando se torna proprietário assume as dívidas do bem, inclusive as contribuições passadas e não pagas pelo antigo proprietário (art. 1.345 do CC). O adquirente, no entanto, tem direito de regresso contra o alienante. Trata-se, portanto de obrigação que acompanha a coisa. Vai aqui um conselho de ordem prática, para nosso dia-a-dia. Se você for comprar um apartamento, exija do vendedor uma declaração do síndico do prédio de que ele (vendedor) está quite com as obrigações condominiais. Essa simples declaração pode evitar grandes dissabores no futuro.
Obrigações Naturais (também chamadas de imperfeitas ou incompletas) – são aquelas em que o credor não pode exigir judicialmente a prestação do devedor; não há direito de ação para isso, por lhe faltar a garantia, a sanção. No entanto, em caso de pagamento por parte do devedor capaz, é considerado válido e irretratável. Ex.: dívida prescrita (já vimos isso: se alguém pagar uma dívida prescrita, valeu o pagamento); dívidas resultantes de jogo e aposta não permitidos legalmente (814 e 815 CC – mesma coisa: não é obrigatório o pagamento de dívida de jogo; mas se pagar, valeu); mútuo feito a menor sem a prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, etc.
CESSÃO - TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
A Cessão é uma forma de transferência, de transmissão. A Cessão é a transferência negocial (a título oneroso ou gratuito), de um direito ou dever, de maneira que o adquirente (cessionário) exerça posição jurídica idêntica à do antecessor (cedente). Há três espécies de cessão:
• Cessão de Crédito
• Cessão de Débito
• Cessão de Contrato (crédito e débito)
1 - CESSÃO DE CRÉDITO (arts. 286/298 CC)
Conceito
Cessão de crédito é um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor de uma obrigação (cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentementedo consentimento do devedor (cedido), sua posição na relação obrigacional, transferindo todos os acessórios e garantias (salvo disposição em contrário), sem a extinção do vínculo obrigacional.
Partes
• Cedente - é o credor primitivo, que aliena ou transfere seus direitos a terceiro.
• Cessionário - é o terceiro, que adquire os direitos do credor primitivo, investindo-se na titularidade do crédito.
• Cedido – é o devedor – não participa, mas deve ser notificado.
Características
• exige capacidade plena do cedente.
• se envolver imóvel, exige outorga uxória ou marital.
• o falido não pode ceder.
• como regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, pois a negociabilidade é a regra em matéria de direitos patrimoniais. No entanto, existem créditos que não podem ser cedidos, principalmente quando decorrerem de relações jurídicas estritamente pessoais, como as de direito de família, nome civil e alimentos.
Espécies
- Legal - quando decorre da lei (ex.: cessão de acessórios em conseqüência da cessão do crédito principal). Cedido o crédito, cedem-se também independente de menção expressa, a multa, a cláusula penal, os juros e as garantias, pessoais ou reais;
- Judicial - através de decisão judicial após processo civil regular; 
- Convencional - acordo de vontades entre cedente e cessionário. É o mais comum.
• Pode ser efetuada a título Oneroso (assemelhando-se à compra e venda) ou Gratuito (assemelha-se a doação). Em regra não necessita de forma especial, a menos que a escritura pública seja a substância do ato (ex.: cessão que envolva imóveis).
• Total - se o cedente transferir todo o crédito; Parcial – se o cedente retiver parte do crédito.
• Pro soluto – quitação plena e imediata do débito do cedente para com o cessionário, exonerando o cedente; Pro solvendo – transferência do crédito feita com intuito de extinguir a obrigação, entretanto esta não se extingue de imediato, mas apenas quando o crédito for efetivamente cobrado.
Notificação
Na cessão de crédito, A (cedente) é credor de B (cedido ou devedor) e transfere seu título a C (cessionário). O devedor é estranho à cessão, mas determina a lei que a cessão de crédito não vale em relação do devedor, senão quando notificado. Isto porque o devedor, desconhecendo a transmissão, pode efetuar o pagamento ao credor primitivo. Neste caso, como o devedor estava de boa-fé, fica desobrigado e o pagamento efetuado se tornará válido.
Diferenças
Não se deve confundir cessão de crédito com cessão de contrato que compreende a transferência de todos os direitos e obrigações. A cessão de crédito restringe-se exclusivamente à transferência de direitos.
Também não confundir com a novação, posto que nesta há extinção da dívida anterior em razão da criação de um novo débito; já na cessão de crédito há uma alteração subjetiva, mas a dívida permanece a mesma.
2 – CESSÃO DE DÉBITO (arts. 299/303 CC)
Cessão de Débito é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com a anuência do credor expressa ou tácita) transfere a um terceiro os encargos obrigacionais. Ocorre a substituição do devedor, sem alteração na substância do vínculo obrigacional.
A cessão de débito pode ser realizada:
a) por expromissão – a pessoa assume espontaneamente o débito da outra, sendo que o devedor originário não toma parte nessa operação; pode ser liberatória (quando o devedor primitivo se exonera da obrigação) ou cumulativa (quando o expromitente entra na relação como novo devedor, ao lado do devedor primitivo).
b) por delegação – o devedor (delegante) transfere o débito a terceiro (delegado), com anuência do credor (delegatário).
3 – CESSÃO DE CONTRATO
Apesar de não ser regulamentado, tem existência jurídica como negócio inominado. É a transferência da inteira posição ativa e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato de execução ainda não concluída (Sílvio Rodrigues). 
Possibilita a circulação do contrato, permitindo que um estranho ingresse na relação contratual, substituindo um dos contratantes primitivos (ex.: cessão de locação, de compromisso de compra e venda, de mandato – em que por meio do substabelecimento o contrato-base é transferido, etc.).
DECLARAÇÃO UNILATERAL DE VONTADES
Já vimos que as obrigações podem ter suas origens: a) na lei; b) nos contratos; c) nos atos Ilícitos e d) nos atos unilaterais de vontade.
Conceito
Nos contratos a obrigação nasce desde que se verifique a convergência de vontades das partes contratantes. Nas declarações unilaterais de vontade, a obrigação nasce da simples declaração de uma única vontade, formando-se no instante em que o agente se manifesta com intenção de se obrigar (cf. Maria Helena Diniz). Uma vez emitida esta, torna-se exigível e irretratável, chegando ao conhecimento a quem dirigida. Só pode existir nos casos previstos em lei:
• Títulos de Crédito (arts. 887/926 CC)
• Promessa de Recompensa (arts. 854/860 CC)
• Gestão de Negócios (arts. 861/875 CC)
• Pagamento Indevido (arts. 876/883 CC) 
• Enriquecimento sem Causa (arts. 884/886 CC) 
1 - Títulos de Crédito – manifestação unilateral de vontade do agente, materializada em um instrumento, pela qual ele se obriga a uma prestação determinada, independente de qualquer ato de aceitação de outra pessoa. 
Título ao Portador – são escritos consignando a obrigação, que alguém contrai, de pagar certa soma, a quem quer que se apresente como detentor dos mesmos. Atualmente encontram-se restritos, pois os principais exemplos eram as ações ao portador das sociedades anônimas e os cheques ao portador, hoje praticamente abolidos do nosso ordenamento jurídico. Outros exemplos: bilhetes do metrô, passes de ônibus, etc.
2 - Promessa de Recompensa - o Código Civil estabelece que aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar a quem preencha certa condição ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de fazer o prometido. Ex.: promessa de recompensa pelo achado de animal ou objeto; pela notícia do paradeiro de pessoa desaparecida, etc. Em alguns casos, a promessa pode ser formulada em concurso (ex.: Município criado recentemente que realiza concurso para a criação de símbolos municipais (brasão, bandeira, etc.).
São seus requisitos: a) capacidade da pessoa que emite a declaração de vontade; b) licitude e possibilidade do objeto; c) publicidade O credor tem direito a receber o prêmio, se comprovar a realização do serviço ou a satisfação da condição exigida. Não se fixando a quantia ou o objeto de recompensa e havendo desacordo sobre isso, podem as partes ingressar em juízo, que arbitrará valor de acordo com o serviço prestado e as despesas e incômodos da outra parte.
3 – Gestão de Negócios – é a intervenção não autorizada de uma pessoa (gestor de negócios) na direção dos negócios de outra (dona do negócio), feita segundo a vontade presumida e por conta desta última pessoa. 
O que age sem mandato fica diretamente responsável perante o dono do negócio e terceiros com quem contratou. Ex.: pessoa viaja e rompem-se encanamentos em sua residência, podendo causar inundação; o vizinho percebendo a situação realiza atos e gastos indispensáveis ao conserto dos encanamentos. Não tem natureza contratual por faltar o prévio acordo de vontades. Pode ser provada por qualquer modo.
O gestor tem o direito de ser reembolsado das despesas feitas na administração da coisa alheia. O dono do negócio pode ratificar ou reprovar a gestão, após tomar conhecimento dela. No entanto, só poderá recusar a ratificação se demonstrar que a gestão foi contrária a seus interesses. A ratificação retroagirá ao dia do começo da gestão, produzindo, então, todos os efeitos do mandato.
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