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Módulo 4 - Obrigações

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES
PROFA. KALYNE MONTE
módulo 4 
ADIMPLEMENTO DA OBRIGAÇÃO: PAGAMENTO
1. Conceito de pagamento e seus elementos fundamentais:
	A expressão pagamento tem dois sentidos. De um lado, significa a entrega de dinheiro ao sujeito ativo em cumprimento de obrigação pecuniária (sentido restrito); de outro lado, o adimplemento de obrigação de qualquer natureza, mediante a entrega ao sujeito ativo da prestação de dar, fazer ou não fazer que lhe é devida (sentido amplo).
	Em geral, a obrigação extingue-se por meio do cumprimento voluntário da prestação. Diz-se, no caso, ter havido a solução (solutio) da obrigação, sinônimo do adimplemento de qualquer tipo de obrigação, com a conseqüente liberação do devedor.
Inclui-se aí, a efetivação da prestação pelo devedor, mediante a entrega ou restituição de um bem (dar), a execução de uma atividade (fazer) ou a abstenção de uma conduta (não fazer). (Rosenvald, 2006:226)
Por isso o termo pagamento, diferentemente do que a linguagem comum nos sugere, não significa apenas a entrega de uma soma em dinheiro, mas poderá também traduzir, em sentido mais amplo, o cumprimento voluntário de qualquer espécie de obrigação.
Compõe-se o pagamento de três elementos fundamentais:
a) o vínculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do pagamento; não havendo vínculo, não há que se pensar em pagamento, sob pena de caracterização de pagamento indevido;
b) o sujeito ativo do pagamento: o devedor (solvens), que é o sujeito passivo da obrigação;
c) o sujeito passivo do pagamento: o credor (accipiens), que é o sujeito ativo da obrigação.
Observe que em matéria de pagamento, faz-se a inversão dos pólos da relação jurídica obrigacional, como a ver o outro lado da moeda, para considerar sujeito ativo do pagamento (e não da obrigação) o devedor (pois é ele que pratica o ato na espécie), ou seja, o sujeito ativo do pagamento é aquele que deve entregá-lo, e vice-versa em relação ao credor.
Então, o adimplemento (ou pagamento em sentido amplo) é uma das formas de extinção das obrigações. Existem outros modos de extinção regulados no código (novação, compensação, confusão e remissão). 
2. Sujeitos:
Solvens – quem realiza o pagamento (devedor ou terceiro)
Accipiens – quem recebe o pagamento (credor)
2.1. De quem deve pagar – o solvens
	Diferentemente do que se possa imaginar não é apenas o devedor que está legitimado a pagar. 
	O CC admite que o pagamento também seja feito por terceiro, isto é pessoa que não figura na relação obrigacional. Desta possibilidade excluem-se naturalmente as chamadas obrigações intuitu personae, pois nestas não se admite que outra pessoa senão o devedor cumpra a prestação.
	De acordo com o art. 304 do CC existem duas espécies de terceiro:
a) o terceiro interessado;
b) o terceiro não interessado.
	O interesse, que qualifica a situação do terceiro, é o interesse jurídico em que seja feito o pagamento.
	Considera-se como juridicamente interessado o terceiro que poderia ter que suportar as conseqüências da inexecução da obrigação, ou mesmo que esteja diante da possibilidade do agravamento de sua situação, apontando-se como exemplo o sublocatário, que pretende evitar o risco de ser despejado em virtude do inadimplemento do locatário em face do locador. Do mesmo modo, é interessado o adquirente do imóvel hipotecado, que faça o pagamento ao credor hipotecário com o fito de desonerar o bem.
Outro exemplo é o fiador. Temendo que o afiançado não honrre, no vencimento, a obrigação garantida, o fiador tem interesse em pagá-la tempestivamente para evitar os acréscimos da mora. Também pode ser considerado terceiro interessado o potencial sucessor que não quer ver afetado em execução judicial determinado bem (Coelho, 2006:x).
	Terceiro sem interesse no adimplemento da obrigação é o estranho à relação obrigacional que não corre o risco de ser, efetiva ou potencialmente, afetado em seu patrimônio caso o devedor a descumpra. Ele surge como um verdadeiro intruso na relação obrigacional: é um amigo, um parente, que vai saldar o débito por questão meramente moral.
	A distinção entre a posição do terceiro interessado e a do não interessado não é meramente conceitual, pois se projeta tanto na admissibilidade do pagamento como em seus efeitos.
	O terceiro interessado sempre tem, tal como o próprio devedor, a legitimidade ativa para usar dos meios conducentes (tendentes) à exoneração, podendo, portanto, consignar o pagamento se houver recusa do credor em recebê-lo. Com o pagamento, o terceiro interessado se sub-roga nos direitos do credor, por determinação legal (CC, art. 346, III).
	Com relação ao terceiro não interessado, duas situações podem ocorrer:
a) o terceiro não interessado paga a dívida em nome e à conta do devedor (art.304, par. único) - nesta hipótese há previsão legal expressa na qual o terceiro poderá se valer dos meios conducentes à exoneração do devedor se o credor se opuser ao pagamento; não terá direito a cobrar o valor que desembolsou para solver a dívida, uma vez que o fez, não por motivos patrimoniais, mas por sentimento filantrópico.
b) o terceiro não interessado em seu próprio nome (art.305) – tem direito ao reembolso do que despender com o pagamento, mas não se sub-roga nos direitos do credor.
O CC em seu art. 306 estabelece:
“Art.306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação”.
	O artigo acima transcrito, ao regular o reembolso do terceiro que paga sem anuência do devedor, cogita do terceiro interessado ou do não interessado que paga a dívida em seu próprio nome, hipóteses em que a lei assegura o direito de reembolsar-se do que pagou.
2.2. Daqueles a quem se deve pagar (accipiens):
	O pagamento deve ser feito, em regra, ao credor que, como titular da relação obrigacional, é legitimado a recebê-lo e a dar ao devedor a quitação regular.
Poderá também ser feito ao representante, que age em nome do credor. O pagamento efetuado para ele é, na verdade, feito ao próprio representado. Quando o devedor paga ao representante do sujeito ativo, está liberando-se validamente da obrigação.
	A representação pode ser legal ou convencional, conforme provenham os poderes do representante de disposição da lei ou da vontade do representado. Os pais representam o filho absolutamente incapaz porque a lei assim preceitua (CC, art. 1.634, V). Em alguns casos, a representação legal é chamada de “judicial”, porque a pessoa investida nos poderes de representação legal é escolhida pelo juiz, como o inventariante é o representante judicial do espólio.
	Porém, nem sempre a pessoa intitulada ou qualificada a receber apresenta-se com um mandato formalmente completo (procuração). O portador da quitação presume-se mandatário tácito do credor, para receber o pagamento, sendo certo que o fato material da apresentação do instrumento da quitação induz uma autorização presumida (art. 311)�. 
2.2.1 Pagamento feito a terceiro desqualificado
Mas, se o devedor paga a um terceiro desqualificado, que não seja o credor ou seu representante, este pagamento não tem efeito liberatório, não exonerando o devedor. O pagamento feito a pessoa não credenciada não tem valor, é como se não tivesse sido feito. “Quem paga mal paga duas vezes”. Se o devedor paga a terceiro, dizendo para isso ter recebido ordem do credor, deve munir-se dessa ordem, para que mais tarde não veja contestada sua existência e tenha de pagar novamente.
No caso de pagamento feito a terceiro, ressalva a lei, a possibilidade de o credor ratificá-lo ou reverter em seu proveito o pagamento recebido, conforme art. 308 do CC�.
É válido o pagamento que se reverte em favor do credor, haja vista a aplicação do princípio que veda o enriquecimento sem causa. O credor que, mesmo de maneira oblíqua, tenha, afinal, embolsado o pagamento, não pode cobrar novamente a dívida, o quetambém infringiria o princípio da boa-fé, configurando-se tal comportamento como desleal na execução da obrigação e ensejando perdas e danos em favor do devedor adimplente.
Assim, se Caio, devedor de Tício, paga a dívida a Xisto, terceiro sem representação, o pagamento só valerá se for ratificado (confirmado) por Tício, verdadeiro credor, ou, mesmo sem confirmação, se houver revertido em seu próprio proveito (ex.: o devedor prova que o credor recebeu o dinheiro de terceiro, e comprou um carro). (STOLZE, 2009: p. 116)	
2.2.2 Credor putativo
	Outra hipótese legal de eficácia do pagamento feito a quem não é o sujeito ativo da relação obrigacional encontra-se na figura do credor aparente ou de pessoa autorizada a receber. 
O credor é putativo quando parece ser, mesmo ao mais cauteloso dos devedores, o titular do direito à prestação. No pagamento feito de boa-fé, segunda condição para a eficácia do pagamento ao credor putativo, o devedor desconhece o fato de estar entregando a prestação a quem não titulariza o direito de recebê-la. 
Assim, para que o pagamento tenha plena eficácia liberatória, neste caso, devem convergir duas condições: i) a aparência de ser o accipiens o titular do direito ao crédito e ii) a boa-fé do solvens (CC, art. 309)�.
Podemos citar como exemplo, a compra e venda de bem móvel, quando existe uma instituição financeira no interior do estabelecimento comercial e o negócio se concretiza mediante o pagamento em parcelas feito diretamente à loja comercial. A dívida é considerada quitada, por força do art. 309. 
2.2.2 Pagamento feito ao inibido de receber 
O Código Civil trata também do pagamento ineficaz mesmo sendo feito à pessoa do credor. Nas hipóteses previstas nos arts. 310 e 312, o sujeito passivo cumpre a obrigação perante o ativo, mas dela não se libera.
	Na situação do art. 310�, o objetivo da ineficácia é a proteção do incapaz. Assim, o devedor para se liberar eficazmente da obrigação deve solicitar a assinatura do representante ou do assistido legal no recibo. Caso não adote esta cautela e entregue a prestação ao incapaz, só estará liberado do vínculo obrigacional se provar que ela se reverteu efetivamente em benefício deste último. É do devedor o ônus da prova. 
	Gustavo Tepedino (2007, p. 607) acrescenta que mesmo incapaz civilmente, pode ter agido como qualquer pessoa capaz e ter se aproveitado do pagamento, como, por exemplo, se o menor que o recebe, utiliza na compra de material escolar. “Considera-se proveitoso o pagamento, quando aplicado na aquisição de imóveis; no pagamento de dívidas exigíveis, e por outros modos semelhantes que consolidem, ou aumentem o patrimônio do devedor” (BEVILAQUA apud TEPEDINO).
	Mas “se o solvens desconhecia, sem culpa, a incapacidade do credor, o cumprimento será válido, ainda que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado a prestação” (VARELA apud TEPEDINO).
	Já o art. 312� trata de outras duas situações em que não é válido o pagamento feito diretamente ao credor.
	A primeira é o pagamento de um crédito já penhorado ao credor, encontrando-se o devedor devidamente intimado da penhora. O devedor transfere para o credor valores indisponíveis, porque relativos a créditos sob constrição judicial, para assegurarem a execução promovida por terceiro. A penhora de créditos se consuma com a intimação do devedor para que não pague ao seu credor (CPC, art. 671, I). O devedor, uma vez intimado, para se exonerar da obrigação deverá depositar o pagamento em juízo.
	O dispositivo contempla também a hipótese de impugnação do crédito oposta por terceiros. O terceiro é o credor do credor que se vale da oposição para obter o seu pagamento por meio do devedor do seu devedor. Por exemplo, João é credor de José que é credor de Maria. José exige o pagamento de Maria. Como os créditos de José são garantia do seu pagamento, João se opõe ao pagamento exigido por José contra Maria, para que esta pague a ele, João, e não a José. Se, não obstante a intimação, Maria paga diretamente a José, sendo procedente a oposição, terá que pagar de novo, ao opoente João.
	Se o solvens tiver que pagar duas vezes, ocorrendo uma das hipóteses acima descritas de ineficácia do pagamento, terá direito de regresso contra o credor, evitando-se, assim, o enriquecimento indevido.
3. Objeto do pagamento:
	O objeto da prestação é o bem de conteúdo econômico, mediante o qual o devedor satisfaz o crédito do sujeito ativo e se exonera da obrigação. Dependendo da natureza desta, a coisa devida pode ser um bem a ser entregue ao credor, um ato de fazer seguido ou não de entregar material, ou um ato de não fazer. 
	O accipiens não pode exigir do solvens prestação diversa da que foi convencionada, embora de menor valor ou significado; igualmente não poderá ser compelido a receber outro objeto, ainda que mais valioso ou expressivo, conforme artigo 313 do Código Civil.
	De acordo com o artigo 314 do Código Civil, se o objeto da prestação for divisível não poderá se pagar em parcelamento se isto não foi acordado. Na hipótese contrária, negando-se o credor a receber a prestação parceladamente, sendo esta a modalidade contratual, o devedor poderá ajuizar a ação de consignação em pagamento, fazendo prova da recusa. O importante, em cada caso, é que a ação das partes siga as regras de pagamento que elegeram. 	
	Só existirá solução da dívida� com a entrega do objeto da prestação.	
O objeto da prestação pode ser excepcionalmente substituído por outro quando há o inadimplemento da obrigação, visto que o objeto da prestação é convertido em perdas e danos.
Nessa questão deve ser lembrado o que foi dito acerca das obrigações de dar coisa certa e de dar coisa incerta. Nas obrigações de dar coisa certa, uma vez deteriorada ou perdida a coisa, as regras são aquelas dos já estudados arts. 235 e 236, distinguindo-se se houve ou não culpa do devedor. Nas obrigações genéricas, reportemo-nos ao art. 246, antes da escolha, e ao art. 245, para as situações de perda após a escolha.
3.1. Obrigações pecuniárias
Se o objeto da prestação consiste em pagamento em espécie, este deve ser feito em moeda nacional e pelo valor nominal (art.315). Sendo ajustado um termo para o pagamento, deverá ser efetuado no vencimento.
O princípio do nominalismo, consagrado pelo Código Civil de 2002, determina a observância, na execução das obrigações, dos valores numéricos convencionados. O nominalismo visa garantir a segurança jurídica, já que esta se obtém, em grande parte, com a definição e a certeza das regras e obrigações. O valor nominal dá, aos interessados, a previsão do quantum do pagamento. 
Os valores da dívida em dinheiro podem ser corrigidos monetariamente, sem que isso gere acréscimo, mas apenas atualiza o valor nominal expresso em moeda. A jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que em sede de liquidação de sentença, o cálculo da correção monetária deve ser efetuado de modo a refletir a efetiva desvalorização da moeda, provocada pelo fenômeno da inflação, sendo descabido o uso de índices que contenham expurgos ditados pela política governamental (STJ, 6ª Turma, REsp. 178.114, Rel. Min. Vicente Leal, julg. 03.0002.2000, publ. DJ 21.02.2000).
Assim, mesmo quando o pagamento deve ser feito pelo valor nominal, não escapa à atualização monetária, porque esta decorre do simples decurso do tempo, sob o regime de desvalorização da moeda.
3.2. Cláusula de escala móvel
Em se tratando de obrigação de trato sucessivo, o Código permite que seja pré-convencionado, pelas partes, o aumento das prestações, a ser aplicado durante a vigência do contrato. É uma exceção ao princípio do nominalismo.
Em outras palavras, o art. 316 do Código Civil, permite que as partes convencionem cláusula de escala móvel nas prestações divisíveis e a prazo, prevendo que as parcelas a pagar não sejam uniformes, mas de valor diversificado e aumento progressivo. 
A hipótese prevista no aludido artigo é comum em contrato de financiamento de um bem a prestações fixas,sucessivas e crescentes.
Ressalte-se que a CF, no art. 7º, IV, in fine, vedou a utilização do salário mínimo como indexador, para qualquer fim.
3.3. Teoria da Imprevisão
	O Código Civil em seu artigo 317 consagrou a teoria da imprevisão, visando evitar a incidência de certos fatores de desequilíbrio das relações econômicas sobre as obrigações. Vale lembrar que a previsão legal da referida teoria é uma inovação do Código de 2002, embora já integrasse a ordem jurídica por força da jurisprudência. 
	O referido dispositivo permite que o juiz corrija o valor do pagamento, a requerimento da parte, quando ocorrem mudanças substanciais, imprevistas, nas condições financeiras do negócio jurídico, no período entre a constituição da obrigação e o pagamento, onerando sobremodo uma das partes.
	Para efeito de aplicação do mandamento legal, a mudança imprevista pode configurar-se pela majoração de preços, dificultando quem deve pagar, como pela súbita desvalorização do produto, alargando excessivamente a margem de lucro do fornecedor.
	3.3. Pagamento em ouro ou em moeda estrangeira
	Por força do princípio do curso forçado da moeda, previsto no artigo 318 do CC, os negócios jurídicos pecuniários devem, necessariamente, tomar por referência a moeda nacional, atualmente, o real. Em conseqüência, consideram-se nulos os acordos de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira.
	A lei tanto veda o pagamento em espécie, por tais mecanismos, como a sua utilização como cláusula de escala móvel para o fim de indexação das prestações devidas em reais.
	Existem exceções ao princípio da exclusividade da moeda nacional previstas no Dec.-lei n.º 8557/69 e na Lei n.º 8.880/94 (que instituiu o Plano Real).
4. Prova do pagamento
	O pagamento exonera o devedor, liberando-o do vínculo obrigacional. É importante, pois, que possa comprovar, de modo cabal, o adimplemento. Por essa razão, realizando a prestação devida, o devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da dívida. Esta é a prova do pagamento.
Quitação
	Dispõe o art. 319 do Código Civil que o “o devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada”. A quitação é o escrito pelo qual um credor reconhece ter recebido o pagamento do seu crédito. Recibo é o instrumento da quitação.
	A quitação que libera o devedor deve ser total e irrevogável. Quando é parcial, por se referir a apenas parte do débito, naturalmente permite ao credor cobrar a diferença.
	Existe um verdadeiro direito do solvens a receber a quitação regular, a cuja emissão é obrigado o accipiens.
	Se o credor se recusar, pois, a fornecer recibo, o devedor pode legitimamente reter o objeto da prestação, enquanto não lhe for dada a quitação. Em outras palavras, se o credor não quer fornecer a quitação em forma hábil, o devedor pode citá-lo para esse fim, ou demora o pagamento até que lhe seja passado regularmente.
Pode, ainda, consignar o pagamento. Prevê, com efeito, o art. 335, I, do Código Civil, que a consignação tem lugar se o credor não puder, ou sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou “dar quitação na devida forma”.
O art. 320 do CC estabelece os requisitos da quitação: i) a menção ao valor e à espécie da dívida quitada, a indicação do solvens, tenha sido ele o próprio devedor ou o terceiro; ii) o tempo e o lugar do pagamento, cuja declaração, aliás não é essencial, ao contrário dos demais requisitos; iii) a assinatura do accipiens, seja o credor ou seu representante.
Quanto à forma, a quitação pode ser dada por instrumento particular, mesmo que a obrigação tenha sido constituída por ato celebrado sob a forma de instrumento público.
O parágrafo único valoriza a substância do pagamento, ainda que em detrimento da forma da quitação, prestigiando o princípio que veda o enriquecimento indevido. Se pagamento houve, por mais que a quitação tenha sido dada sem os requisitos legais, deve ela também valer, desonerando o devedor.
Presunções de pagamento
	A exibição do recibo é o meio normal de comprovação do pagamento. Essa comprovação pode fazer-se, no entanto, em alguns casos, por meios diversos da quitação.
	O Código Civil estabelece três presunções legais do pagamento, todas relativas, suscetíveis, pois, de prova em contrário: a) quando o pagamento é feito em quotas sucessivas, existindo quitação da última (art. 322); b) quando há quitação do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos (art. 323); e c) quando a dívida é representada por título de crédito, que se encontra na posse do devedor (art. 324).
	A primeira hipótese está prevista no art. 322, in verbis: “Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, uma presunção de estarem solvidas as anteriores”. Este artigo trata, no fundo, da distribuição do ônus da prova, pois, se a regra for aplicada, incumbe ao credor comprovar o inadimplemento, ao passo que, se for ela afastada, o ônus de fazer a prova do pagamento compete 	ao devedor. 
	A imputação do pagamento, pelo devedor, na última parcela, antes de oferecidas as anteriores, devidas e vencidas, prejudica o interesse do credor, tornando-se legítima a recusa no recebimento da prestação.
	A segunda hipótese está no art. 323 e diz: “Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos”. Os juros devem ser pagos em primeiro lugar. Em regra, quando o recibo está redigido em termos gerais, sem qualquer ressalva, presume-se ser plena a quitação.
	A terceira hipótese está no art. 324: “A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento”.
	O título é justamente o documento que permitiria ao credor mover ação de cobrança, a sua entrega voluntária, espontânea, não maculada por vícios do consentimento, faz presumir que o devedor tenha pagado a dívida ou, quiçá, tenha recebido e aceitado o perdão do credor.
	A devolução do título é meio usual que substitui a quitação prevista no art. 320.
	É decadencial o prazo de sessenta dias para o credor provar o não pagamento, tendo como termo inicial a data da entrega do título.
Dispõe o art. 321: “Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido”.
 	Na hipótese deste artigo a quitação é presumida pela devolução do título, de modo que sem tal devolução se permite que o devedor retenha o pagamento.
	Uma vez perdido o título ou se negando o credor a devolvê-lo, este dispositivo permite que o devedor não pague até que lhe seja dada declaração inutilizando o título. Em face da dificuldade de prova, melhor seria o devedor consignar o pagamento ou propor ação declaratória de inexigibilidade de título de crédito, a fim de descaracterizar a mora.
	Ocorrendo o pagamento sem a respectiva devolução, poderá o devedor exigir a declaração aludida ou a quitação nos moldes do art. 320.
O art. 325 estabelece: “Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida”.
Somente se o aumento das despesas necessárias para o pagamento da dívida resultar de fato imputável ao credor ele suportará a despesa acrescida, pois o devedor responde pelas despesas normais. A regra visa a assegurar ao credor o direito de receber a dívida em sua integralidade, o que não ocorreria se as despesas fossem abatidas do que é pago.
Incluem-se entre as despesas que correm a cargo do devedor as de natureza tributária, valendo notar que o dispositivo não é cogente, de modo que nada impede que as partes estipulem regra diversa, isto é , que as despesa correrão por conta do credor. Também serão de responsabilidade do credor as despesas acrescidas por fato que lhe seja imputado, como mudar o local de pagamento, estar em mora e etc.
5. DO LUGAR DO PAGAMENTOEm regra o lugar do pagamento é o do domicílio do devedor. Trata-se das chamadas dívidas quesíveis ou “querables”, ou seja, que devem ser cobradas no domicílio do devedor.
	Nesse sentido, dispõe o art. 327 do Código Civil: “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias”.
	A regra geral, portanto, poderá ser afastada pela própria lei (imagine que lei municipal crie determinado tributo, determinando que o pagamento seja feito pela prefeitura, ou em determinado banco), ou pelas circunstâncias ou natureza da obrigação.
	Podem, ainda, as partes convencionarem o contrário, cabendo ao devedor levar a prestação até o credor, tornando o pagamento portável (portable – em francês).
	Atualmente a maioria das obrigações, sobretudo as pecuniárias, devem ser adimplidas em estabelecimentos bancários. Todavia, não pode tornar-se um meio de onerar ainda mais o devedor, mediante a imposição de taxas, negociadas pelo credor com o banco ou imposta unilateralmente por este.
	Na hipótese de serem designados dois ou mais lugares para o pagamento, caberá ao credor a escolha, conforme parágrafo único.
	Apesar de não configurar a rigor, um requisito da obrigação, a determinação do lugar do pagamento tem relevância para a configuração do inadimplemento. Por exemplo, o credor não vai buscar a prestação, sendo a dívida quesível, ou quando o devedor não se dispõe a ir entregá-la, sendo a dívida portável.
	Em exceção a regra, se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas ao imóvel, o pagamento será feito no lugar onde for situado o bem. A referência a prestações relativas a imóvel tem em mira as prestações que são realizáveis somente no lugar onde está situado o bem (p. ex., reparações na construção). Desse modo, não são todas as prestações relativas a imóveis que devem ser pagas no lugar onde estão situados, mas somente aquelas que consistam num fazer sobre o imóvel, ou na entrega de acessórios de um imóvel.
	O art. 329 do CC permite que o devedor, sem prejuízo do credor, e havendo motivo grave, possa efetuar o pagamento em lugar diverso do estipulado. 
A lei não especifica o que seja motivo grave, deixando o preenchimento desse conceito indeterminado para o juiz, diante das circunstâncias de cada caso concreto. Podem-se antever possibilidades tais como as de lugares onde são frequentes assaltos, onde estejam ocorrendo epidemias, ou mesmo catástrofes naturais ou até a interrupção de estradas ou outras vias de acesso.
Pablo Stolzen (2009, p.129) cita como exemplo o lugar do pagamento, que houver sido decretado estado de emergência por força de inundação. Nesse caso, o devedor deverá buscar a localidade mais próxima, conforme suas forças, para realizar o pagamento.
Por fim, o art. 330 admitiu que o pagamento feito reiteradamente em outro local faz presumir a renúncia do credor ao lugar previsto no contrato.
Isto porque cria no devedor a expectativa de, nas próximas vezes, pode manter o mesmo comportamento nas prestações futuras. A expectativa do devedor é legítima, haja vista a lealdade e confiança na dinâmica negocial, que são as bases da boa-fé objetiva.
Alguns doutrinadores falam em renúncia (tácita) do credor ao lugar estabelecido no contrato. Pablo Stolze (2009, p.129) argumenta que não poderia ser renúncia, pois esta deveria ser expressa, haveria, pois, a perda da eficácia da disposição convencionada por força do costume estabelecido pelas próprias partes.
6. DO TEMPO DO PAGAMENTO
	Na falta de ajuste, e não dispondo a lei em sentido contrário, poderá o credor exigir o pagamento imediatamente (art. 331). Tal regra, somente se aplica às obrigações puras, eis que se forem condicionais, ficarão na dependência do implemento da condição estipulada (art. 332).
	É possível ao credor exigir antecipadamente o pagamento, nas hipóteses taxativamente (numerus clausus) no art. 333, a saber:
a) no caso de falência do devedor ou de concurso de credores;
b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
c) se cessarem, ou se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
	Nas situações acima transcritas há um ponto em comum: se o credor aguardasse até o termo final, teria diminuído em muito a possibilidade de receber ser crédito.
	O referido dispositivo não visa proteger o credor, mas garantir as relações creditórias.
	A razão pela qual não precisa esperar o credor o advento do termo de vencimento da dívida, quando se abre concurso de credores ou falência, é que nestes casos há a execução geral do devedor, cuja insuficiência econômica se patenteia. Dada a insuficiência de bens do devedor, todos os credores se reúnem para apurar as preferências, acaso existentes, e dividir entre si, o acervo dos bens do insolvente.
	Nas outras duas hipóteses, a antecipação do vencimento se deve ao comprometimento das garantias fidejussórias ou reais.
	Com relação aos devedores solidários, se um deles é insolvente, este pode ser demandado antecipadamente para pagar a dívida em sua integralidade, conforme parágrafo único do art. 333. Em contrapartida, caso a satisfação do credor não se dê até o vencimento normal da obrigação solidária, a qualquer um dos demais devedores será cobrada a dívida toda, repartindo-se entre eles, se for o caso, a quota do insolvente.
7. PAGAMENTO INDIRETO
O pagamento pode ser direto ou indireto. Quando o devedor entrega a prestação ao credor exatamente na extensão, tempo e lugar convencionados, tal como originariamente esperado pelas partes no momento da constituição da obrigação, diz-se que o pagamento é direto. Quando, porém, a entrega da prestação ao credor é feita sem originariamente caracterizadores da obrigação é indireto.
São três as hipóteses de pagamentos indiretos:
Pagamento em consignação
Pagamento com sub-rogação 
Dação em pagamento
A) PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (arts. 334/345 CC) – (consignar = consignare = tornar conhecido; pôr em depósito) – Consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação líquida e certa. 
A consignação pode ser de bens móveis e imóveis. Na consignação de dinheiro, pode o devedor optar pelo depósito extrajudicial ou pelo ajuizamento de ação de consignação em pagamento. 
A consignação libera o devedor do vínculo obrigacional, isentando-o do risco e de eventual obrigação de pagar os juros. Não cabe a consignação nas obrigações de fazer e nem nas de não fazer. 
A consignação tem lugar (art. 335 CC):
• se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar a receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma.
• se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidas.
• se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, estiver declarado ausente, ou residir em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil.
• se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento.
• se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
• se houver concurso de preferência aberto contra o credor.
B) PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (arts. 346/351 CC) – Sub-rogação (subrogatio = substituição, transferência) é a substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus e atributos (sub-rogação real) ou de uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal).
Nosso Código trata da sub-rogação pessoal que vem a ser a substituição, nos direitos creditórios, daquele que solveu (pagou) a obrigação alheia. Efetivado o pagamento por terceiro, o credor ficará satisfeito e não mais poderá reclamar a obrigação. No entanto, como o devedor não pagou a obrigação, continuará obrigado ante o terceiro.
Não se tem a extinção da obrigação, mas substituição do sujeito ativo, pois a terceira pessoa (estranha na relação negocial primitiva) passará a ser o novo credor (Ex: o avalistaque paga uma dívida pela qual se obrigou, sub-roga-se nos direitos do credor; o avalista paga a dívida do devedor principal, mas se torna o novo credor do mesmo). A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor em relação à dívida contra o devedor principal e os fiadores (art. 349 CC).
Costuma-se classificar a sub-rogação pessoal em:
1 - LEGAL (art. 346 CC)
• do credor que paga a dívida do devedor comum ao credor, a quem competia direito de preferência (solvens e accipiens são credores da mesma pessoa).
• do adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário.
• do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
2 - CONVENCIONAL (art. 347 CC)
• quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos.
• quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
C) DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356/359 CC - datio in solutum) – acordo de vontades entre credor e devedor em que há a entrega de coisa em substituição da prestação devida e vencida; o credor concorda em receber coisa que não seja dinheiro (ex.: pessoa deve certa importância em dinheiro e o credor concorda que, em vez de ser entregue o dinheiro, seja a prestação substituída por um carro, ou um pequeno imóvel, etc.). 
A substituição pode ser de dinheiro por bem móvel ou imóvel, coisa por outra coisa, de dinheiro por título, de coisa por fato, etc. 
O accipiens poderá receber coisa mais valiosa ou não. 
Se o credor for evicto da coisa recebida, a obrigação primitiva será restabelecida. O devedor responde por eventual vício redibitório (defeito oculto na coisa).
Para caracterizar-se a dação em pagamento é necessário que a substituição seja feita com o ânimo de solver a obrigação. Isto é, enquanto recebe a prestação substituta, com a qual concordara, o credor outorga quitação ao devedor pela obrigação substituída.
8) IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO(arts. 352/355 CC) – Quando o devedor deve mais de uma prestação ao mesmo credor e faz um pagamento suficiente apenas para a quitação de qualquer uma delas, é necessário definir qual obrigação o ato extinguiu. Essa definição é a imputação do pagamento que cabe , em princípio ao sujeito passivo.
Uma pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de escolher qual deles oferece em pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Há uma identidade de devedor, de credor e a existência de dois ou mais débitos da mesma natureza. O efeito é extinguir o débito para o qual é dirigido.
A imputação do pagamento visa favorecer o devedor, ao lhe possibilitar escolher o débito que pretende extinguir. Se o devedor não fizer qualquer declaração, transfere-se o direito ao credor. 
São pressupostos da imputação:
Mais de uma dívida entre duas partes iguais (mesmo devedor e mesmo credor);
Liquidez e exigibilidade de todas as dívidas passíveis de imputação;
Fungibilidade das prestações entre si;
Pagamento suficiente para extinguir por completo qualquer uma das dívidas passíveis de imputação.
Se nenhum deles se manifestar será feito pela Lei: havendo capital e juros, o pagamento será feito primeiro nos juros vencidos e depois o capital; a imputação se fará nas dívidas líquidas que venceram primeiro (dívidas mais antigas); se todas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, será feita a imputação na mais onerosa, etc.
BIBLIOGRAFIA
STOLZE, Pablo. Novo Curso de Direito Civil. São Paulo : Saraiva, 2009.
TEPEDINO, Gustavo. Código Civil Interpretado
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro.
COELHO, Fabio Ulhoa, 2005, 2:104/114
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos – 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
� Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
� Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. (grifos acrescidos)
� Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provando-se depois que não era credor.
� Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
� Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
� Solução (solution) é sinônimo do adimplemento de qualquer tipo de obrigação, com a conseqüente liberação do devedor.

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