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Polipose intestinal Qualquer a lesão se projeta na luz do intestino Apesar de benignos, os pólipos tem potencial maligno Todo pólipo colônico precisa ser ressecado = riscos de sangramento ou malignização Classificação Adenomatosos = mais comuns Hiperplásicos Inflamatórios Hamartomatosos (pólipos juvenis e pólipos de Peutz-Jeghers) Podem ser classificados como: sésseis e pedunculados PÓLIPOS NÃO NEOPLÁSICOS => hiperplásicos, inflamatórios, linfoides e juvenis PÓLIPOS NEOPLÁSICOS => adenomatosos ou adenomas Adenomatosos Mais comuns na população São benignos, mas podem evoluir pra malignização + idade => maior incidência Definidos pela presença de displasia epitelial Podem ser classificados em tubular, viloso e túbulo-viloso - o viloso é o que tem maiores chances de evoluir para câncer Metaplasia => displasia de baixo grau => displasia de alto grau (carcinoma in situ) => adenocarcinoma Carcinoma invasivo: quando ultrapassa a muscular da mucosa Fatores de risco para malignização: tamanho, tipo histológico (>viloso), grau de displasia Sintomalogia Sangramento: mais comum = hematoquezia Diarreia mucoide Dor retal e prolapso Classificação Nível 0: Carcinoma não invade a muscular da mucosa (carcinoma in situ ou carcinoma intestinal) Nível 1: Carcinoma invade a muscular da mucosa penetrando na submucosa, mas é limitado à cabeça do pólipo Nível 2: Carcinoma invade o colo do pólipo (junção entre a cabeça e a haste) Nível 3: Carcinoma invade qualquer parte da haste Nível 4: Carcinoma invade a submucosa da parede intestinal abaixo da haste do pólipo, mas acima da muscular própria (colorretal) Condutas O tratamento de pólipo adenomatoso ou viloso é remoção, geralmente pela colonoscopia A presença de qualquer lesão polipoide é uma indicação para colonoscopia e polipectomia - Pólipos pediculados: alça em laço colocada através de um colonoscópio - Pólipo séssil da muscular subadjacente com a injeção de solução salina/colectomia segmentar Se ressecção com margens livres e sem invasão da submucosa, considera-se cura Pólipo contendo um carcinoma invasivo pouco diferenciado histologicamente ou células malignas observadas nos espaços linfovasculares, existe chance de metástase => nestes casos, tratamento agressivo (cirurgia padrão = ressecção) Atenção Os pólipos hiperplásicos são pólipos colônicos mais comuns, mas são geralmente pequenos e compostos de células mostrando desmaturação e hiperplasia => são menores que 3mm e sem potencial maligno => entretanto, alterações edematosas podem ser encontradas nos pólipos hiperplásicos e devem ser excisados para exame histopatológico. Síndromes polipoides familiares = polipose adenomatosa familiar Doença autossômica dominante Mutação no gene APC, localizado no cromossomo 5q21 e em alguns casos, no gene MYH Presença de múltiplos pólipos colônicos Há ocorrência frequente de pólipos gástricos, duodenais e periampulares Associação com manifestações extraintestinais (cistos epidermoides...) Se não tratado => evolução para câncer A média de idade para detecção de câncer colorretal relacionado com o PAF é de 39 anos Hiperpigmentação retiniana é um achado clássico O tratamento é colectomia profilática Variantes: Síndrome de Gartner: PAF com presença de pólipos colônicos, cistos de inclusão epidermoide, osteomas, tumores desmóides, lipomas, fibromas. Síndrome de Turcot: PAF com presença de pólipos colônicos e tumores cerebrais associados. Síndrome de Peutz Jeguers: Síndrome autossômica dominante (mutação do gene STK11) Presença de pólipos harmatomatosos gastrointestinais e lesões mucocutâneas pigmentadas Se associa com carcinomas de pulmão, ovário, mama, útero e testículo e colón. Polipose juvenil familiar Mutações dos genes BMPRIA /SMAD4/DPC4. Pólipos juvenis do trato gastrointestinal, doenças malignas gastrointestinais. Adenomatosos e hiperplásicos no cólon. Menos comuns no intestino delgado e estômago. No adulto se associam com sangramento, obstrução. Síndrome de Cowden. Pólipos hamartomatosos em todo TGI e hamartomas orocutâneos. Tem associação com câncer de tireóide e mama. Presença de triquelemomas faciais. Síndrome de Cronkhite-Canada Hamartomas com possíveis focos adenomatosos em ID e cólon. Mais comum em idosos, se associa com hiperpigmentação cutânea e alopécia. Também possível presença de glossite e disabsorção. Pseudopolipose: Mais comumente encontrados em doenças inflamatórias e infecciosas do TGI. Esclerose tuberculosa: pólipos hamartomatosos associados com retardo mental, epilepsia e outros distúrbios do SNC. Fatores de risco: Esporádica – associada a pólipo esporádico Síndromes polipoides (adenomatosa e familiar) HNPCC – Síndrome de Lynch – não polipose Histórico familiar Pólipos > 1,2cm, viloso, túbulo-viloso DII Ureterosigmoidostomia Fatores de proteção Dieta rica em vegetais em geral, presença de fibras Consumo de peixe e ômega 3 Exercícios e emagrecimento Suplementação de cálcio AINEs Síndrome de Lynch Síndrome autossômica dominante Mutações em genes de reparo do DNA Geralmente o CA de cólon tem mais chance de ser sincrônico, faixa etária mais jovem (35-50 anos) Todos os critérios precisam ser preenchidos Pelo risco de câncer, o rastreio deve ser precoce (3ª década de vida – colono, EDA e exames ginecológicos) Lynch 1: CA colorretal Lynch II: CA colorretal + ginecológicos e/ou gastrointestinais e/ou trato urinário (cânceres em vários locais) Oncogênese -CCR. Os genes de supressão tumoral, os genes de reparo do não pareamento do DNA e os proto- oncogenes contribuem para a neoplasia colorretal (esporádicos e hereditários). Rastreio do CCR Exceto as situações de alto risco como as síndromes polipóides, síndrome de Lynch e DII que se iniciam os exames na 2ª e 3ª décadas de vida, as demais situações inicia-se o rastreio aos 50 anos, encerrando em média aos 80 anos. Métodos: Retossigmoidoscopia – 5/5 anos. Colonoscopia 10/10 anos. TC helicoidal tridimensional. Pesquisa de sangue oculto nas fezes 1x/ano em 3 amostras. Existem indicativos para rastreio mais precoce, iniciando-se aos 45 ou 40 anos de idade. Disseminação dos CCR: linfonodos regionais, fígado, órgãos adjacentes, pulmões, ossos e peritônio Sintomatologia Cólon E: diarreia, constipação, afilamento das fezes, obstrução colônica Cólon D: predomínio de anemia ferropriva – sangramento oculto (melena) Reto: hematoquezia, tenesmo, muco nas fezes e dor retal CCR: diagnóstico Exame clínico = toque retal Retossigmoidoscopia, colonoscopia (padrão ouro), clister opaco, TCAR, US transretal Estadiamento CCR Papel do CEA: bom para controle de cura ou seguimento dos pacientes com diagnóstico confirmado Todo paciente para um adequado estadiamento, deve ser submetido a imagem = RNM de pelve e TC de abdome superior e tórax Tratamento Polipectomia em casos de carcinoma in situ Cirurgia para os demais casos - Estádio 1: ressecção oncológica - Estádios 2,3 e 4: tem respectivamente sobrevida de 75%, 50%, 5% em 5 anos Se novos pólipos forem detectados, repetir anualmente o exame até ausência de pólipos Nível de CEA deve ser obtido a cada 3 meses durante os 2 primeiros anos PET – TC em casos de metástase Cólon: Estádio II – cirurgia + QT adjuvante (controversa). Estádios III e IV – cirurgia + QT adjuvante. Reto: QT + RT neoadjuvante + cirurgia + QT adjuvante. Tratamento cirúrgico Dependendo do sítio acometido Particularidades da neoplasia de reto: Limite definido com a margem anal. Ressecção total do mesorreto. Excisões: local transanal, ressecção anteriorbaixa, ressecção abdomino-perineal com colostomia definitiva (cirurgia de Miles). Lembrar da QT+RT neoadjuvante para estádios T2 em dia Seguimento Dosagem do CEA – marcador tumoral (3/3 meses até 2 anos; 6/6 meses até 5 anos). Colonoscopia após 1/3/5 anos. Retossigmoidoscopia (1 mês e a cada 3 meses para Tu de reto nos 2 primeiros anos. Tomografia de tórax/abdome superior e RNM de pelve devem ser indicados a critério. PET-CT.