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Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Pólipos intestinais Definição Pólipo é qualquer lesão que surja na superfície interna do trato gastrointestinal e que se projeta para a luz. Podem surgir de forma esporádica ou em determinadas síndromes; podem ser únicos ou múltiplos. Podem em relação a sua morfologia, serem sésseis/vilosidades ou penduculados/tubular. Classificação Neoplásicos: benignos (adenoma) e malignos (adenocarcinoma); Não neoplásicos: hiperplásico, inflamatório e hamartoma. Os serrilhados = hiperplásico + adenomatoso. PÓLIPOS ADENOMATOSOS Incidência aumentada com a idade – 30-40% em pessoas com >50 anos; São os tipos mais frequentes no intestino grosso; Presença de displasia (células diferentes das normais). Arranjo histopatológico 1- Tubular 85% dos casos; Geralmente <2 cm e pedunculados (com um haste); Os <5-7mm – adenomas tubulares diminutos possuem um formado de pequenas bolinhas. 2- Viloso 5-10% dos casos; Maiores que os anteriores – podem ser até 10cm; Possuem vilosidades/sésseis. 3- Tubuviloso Mistura dos dois anteriores; 5-10%. Risco de malignidade Leva em consideração 3 fatores: 1- Tamanho a. <1cm – 1-3% de chance; b. 1-2 cm – 10%; c. >2cm – 40%. 2- Tipo histológico a. Viloso tem a maior chance; b. Tubular é o de melhor prognóstico e o tubuviloso é prognóstico intermediário. 3- Grau de displasia a. Todos os pólipos adenomatosos tem um grau de displasia, sendo a maioria de baixo grau e de 10-30% de alto grau (acomete a lâmina própria); Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV b. Mais chance = displasia de alto grau. Manifestações clínicas Maioria – assintomática; Hematoquezia; Pólipos retais podem ser palpáveis pelo toque retal, eles também sofrer prolapso através do ânus. Diarreia mucoide profusa. PÓLIPOS NÃO NEOPLÁSICOS PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS Hiperplasia das criptas colônicas, sem displasia; Reto e sigmoide principais locais; Mais comuns em indivíduos com mais de 40 anos; Geralmente são pequenos e sésseis Não tem potencial de malignização Assintomáticos; Pólipo serrilhado – tecido hiperplásico com áreas de displasia. PÓLIPOS INFLAMATÓRIOS Resultam das fases de regeneração e cicatrização dos processos inflamatórios; Doenças inflamatórias intestinais; Pseudopólipos (ilhas de mucosa cicatrizada entre diversas ulcerações). PÓLIPOS HAMARTOMATOSOS Estruturas que resultam de crescimento celular focal excessivo, contém células maduras normais porém não apresenta a mesma arquitetura dos tecidos ao redor – como se fosse uma malformação; Grandes, medindo de 1 a 3 cm e, por conta disso, tendem a complicar com sangramentos, intussuscepção e prolapso do pólipo pelo reto! JUVENIS: diversos cistos, muito muco, revestidos por células colunares, com edema e inflamação no estroma; PEUTZ-JEGHERS: células epiteliais colunares envoltas de músculo liso. SÍNDROMES HEREDITÁRIAS DE POLIPOSE POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR – PAF Distúrbio autossômico dominante; Mutação do gene PAC; Múltiplos pólipos adenomatosos no cólon e reto, porém podem acometer o estômago e intestino delgado também; Forma clássica (>ou igual a 100) e atenuada (10-100); Começa na adolescência com poucos pólipos, com o avançar da idade, surgem mais pólipos; Diarreia, sangramento retal ou casos assintomáticos; Hiperpigmentação retiniana hipertrófica – achado clássico; Pode estar apresentar outros tumores como carcinoma gástrico, da ampola duodenal, delgado, ... Variações: o Síndrome de Gardner: polipose colorretal associada a osteomas e tumores de tecidos moles (tumores desmoides, cistos sebáceos e lipomas, etc), dentes extranúmericos; o Síndrome de Turcot: polipose colorretal associada a tumores do SNC do tipo meduloblastoma e glioblastoma. Acompanhamento Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV 100% de risco de CA colorretal por volta dos 40 anos de idade – indicada colectomia prolifálica para todos os pacientes com a doença assim que ela for detectada. POLIPOSE JUVENIL FAMILIAR Autossômica dominante; 10 ou mais pólipos hamartomosos juvenis colorretais; Pedunculados; 1-3 cm de diâmetro; Alta propensão ao sangramento – hematoquezia e anemia ferropriva; Manifestação por volta dos 4-14 anos; Alguns pólipos podem adquirir focos adenomatosos e a partir daí se degenerar em adenocarcinoma – risco de 10%. SÍNDROME DE COWDEN: pólipos hamartomatosos na pele e mucosas, estomâgo, delgado e grosso. Tumores faciais, orais e hiperceratose palmoplantar. Maior risco de Ca de mama e tireoide. SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS Autossômica dominante; Númerosos pólipos hamartomas ao longo de todo o TGI – delgado principalmente; Associado a manchas melanóticas na pele e mucosas; Intussuscepção intestinal, hematoquezia e anemia ferropriva; 50% mais chance de Ca extraintestinais – ovarianas, tumor testicular feminilizante, de mama e pancreáticos. Delgado, cólon e estômago – 40-60%; Pode malignizar. POLIPOSES NÃO FAMILIARES RARAS; DIAGNÓSTICO Colonoscopia; Sigmoidoscopia flexível; Exames radiológicos. FATORES DE RISCO DO CÂNCER COLORRETAL O adenocarcinoma (epitélio glandular colônico/criptas) é o tipo histológico predominante – 95%. A forma mais comum de neoplasia é aquela derivada esporadicamente, na qual o Ca geralmente se desenvolve de um pólipo adenomatoso esporádico. Dieta e hábitos de vida Dieta rica em gorduras e carboidratos – aumenta a densidade da microbiota anaeróbica do cólon, essa metaboliza os sais biliares ali presentes em carcinogênicos; Obesidade – resistência insulínica hiperinsulinemia aumento dos níveis de IGF-1 estímulo ao crescimento de células da mucosa colônica (particularmente das que viram malignas); Tabagismo e etilismo. Doença inflamatória intestinal Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa – displasia epitelial. Diabetes Mellitus tipo 2 Acromegalia – diminuição da expressão do gene PPAR. Uterossigmoidostomia (cirurgia para Ca de bexiga), endocardite infecciosa por Streptococcus bovis, colecistectomia, radioterapia para tratar Ca de próstata e linfoma de Hodgkin também. História familiar ou pessoal de Ca colorretal esporádico ou pólipo adenomatoso Poliposes hereditárias Polipose adenomatosa familiar, síndrome de Gardner e de Turcout – maior chance; Nathália Santana Rodrigues Sistemas Orgânicos Integrados IV Poliposes juvenis e síndrome de Peutz- Jeghers – risco elevado. Síndrome de Lynch ou Câncer colorretal hereditário não polipose (CCHNP) Autossômico dominante, com mutações em genes que regulam o reparo do DNA como Hmsh2, Hmlh1, hmsh6, Hpms2 = instabilidade de microssatélites – 70% de chance de ter o câncer; Ca colorretal – 35-45 anos; 1. Tumores sincrômicos: dois pontos distintos do colorreto ao mesmo tempo; 2. Tumores metacrômicos: novo CA em um segmento diferente após a ressecção de um primeiro CA colorretal. Ca se desenvolve a partir de lesões planas; Subgrupos: 1. Predisposição apenas para o CA colorretal; 2. Colorretal, e CA ginecológicos, gástricos,delgado, hepatobiliar, próstata, pelve renal e ureter. Critérios de Amsterdam modificados 1. Presença de câncer colônico ou qualquer outro tipo relacionado à essa síndrome, diagnosticado histologicamente em 3 ou mais familiares, sendo um deles parente de primeiro grau dos outros dois; 2. Um caso de câncer colorretal antes dos 50 anos; 3. CA colorretal em pelo menos 2 gerações; 4. Ausência de síndrome de polipose hereditária. TODOS OS CRITÉRIOS = SÍNDROME. Rastreamento para CA colorretal 1. Colonoscopia a cada 2 anos a partir dos 21-25 anos, após os 40, deve ser anualmente; 2. A partir de 30-35 anos, EDA a cada 2- 3 anos; 3. Em mulheres, recomenda-se exame pélvico a cada 1-3 anos a partir dos 18 anos, e a partir dos 25 anos, exame pélvico, US transvaginal e biópsia de endométrio anuais. FATORES PROTETORES Frutas e vegetais; Peixe e ômega 3; Atividade física, AINES, controle da obesidade.
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