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Anticoagulantes, antiplaquetários e fibrinolíticos - Farmacologia

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Thaís Lopes Valente – Instituto de Ciências Farmacêuticas UFRJ Macaé 
 
 
Fármacos anticoagulantes, fibrinolíticos e 
antiplaquetários
A alteração no equilíbrio da coagulação leva à 
trombose. Os trombos, compostos por agregados de 
plaquetas, fibrina e hemácias presos, podem se 
formar em artérias ou veias. Os fármacos 
antitrombóticos usados no tratamento da trombose 
incluem agentes antiplaquetários, que inibem a 
ativação e a agregação plaquetárias; anticoagulantes, 
que atenuam a formação de fibrina; e agentes 
fibrinolíticos, que degradam a fibrina. 
Hemostasia 
A hemostasia é a cessação da perda de sangue 
a partir de um vaso lesado. No primeiro momento, as 
plaquetas aderem à macromoléculas nas regiões 
subendoteliais do vaso sanguíneo lesado, onde são 
ativadas. As plaquetas aderentes liberam substâncias 
que ativam plaquetas próximas, recrutando-as para 
o local da lesão. As plaquetas ativadas se agregam 
para formar o tampão hemostático primário. 
A lesão da parede do vaso também expõe o 
fator tecidual (FT), que inicia o sistema de coagulação. 
As plaquetas ativadas aumentam a ativação do 
sistema de coagulação ao fornecer uma superfície 
sobre a qual os fatores de coagulação se agrupam e 
ao liberar fatores de coagulação armazenados. Esse 
processo leva a um surto na geração de trombina 
(fator IIa). A trombina converte o fibrinogênio solúvel 
em fibrina, que ativa as plaquetas e exerce um efeito 
na retroalimentação, promovendo a geração adicional 
de trombina. Os filamentos de fibrina reúnem os 
agregados plaquetários, formando um coágulo 
estável. 
Anticoagulantes parenterais 
Heparina e sua padronização 
 Os derivados da heparina de uso atual incluem 
a heparina de baixo peso molecular (HBPM) e o 
fondaparinux. 
A heparina, as HBPM e o fondaparinux não 
possuem atividade anticoagulante intrínseca. Na 
verdade, esses agentes se ligam à antitrombina e 
aceleram a taxa de inibição de várias proteases da 
coagulação. 
Após se unirem à antitrombina e promover a 
formação de complexos covalentes entre a 
antitrombina e as proteases-alvo, eles se dissociam do 
complexo e então catalisam outras moléculas 
antitrombinas. 
A enoxaparina e a dalteparina são as 
preparações de HBPM comercializadas nos Estados 
Unidos. 
Se ocorrer hemorragia potencialmente fatal, 
o efeito da heparina pode ser rapidamente revertido 
pela infusão intravenosa de sulfato de protamina, que 
se liga fortemente à heparina, neutralizando seu efeito 
anticoagulante. 
Anticoagulantes orais 
Varfarina 
A ação da varfarina se dá pela inibição da 
vitamina K, que atua na produção dos fatores de 
coagulação II, VII, IX e X. 
Fármacos fibrinolíticos 
Os fármacos fibrinolíticos atuam causando lise 
do coágulo formado, tanto em artérias quanto em 
veias, e restabelecem a reperfusão tecidual. São 
todos ativadores de plasmiogênio. 
A principal toxicidade de todos os agentes 
trombolíticos é a hemorragia. Ela resulta da 
degradação da fibrina nos tampões hemostáticos em 
locais de lesão vascular ou do estado lítico sistêmico 
em consequência da produção sistêmica de plasmina, 
que degrada o fibrinogênio e outros fatores da 
coagulação, particularmente os fatores V e VIII. 
Fármacos antiplaquetários 
 Os agregados plaquetários formam o tampão 
hemostático inicial nos locais de lesão vascular. Eles 
também contribuem na formação dos trombos 
patológicos. 
Thaís Lopes Valente – Instituto de Ciências Farmacêuticas UFRJ Macaé 
 
 
 Esses fármacos atuam por meio de 
mecanismos distintos, de modo que, quando usados em 
combinação, seus efeitos são aditivos ou até mesmo 
sinérgicos. 
Ácido acetilsalicílico 
 O AAS bloqueia a produção de TxA2, um indutor 
da agregação plaquetária e potente vasoconstritor. 
Essa ação sobre a COX-1 é permanente, permitindo 
durante toda a vida da plaqueta (7-10 dias). Assim, o 
uso de doses repetidas de ácido acetilsalicílico provoca 
um efeito cumulativo sobre a função plaquetária. 
 Obtém-se uma inativação completa da COX-1 
plaquetária com uma dose diária de 75 mg de ácido 
acetilsalicílico. 
Dipiridamol 
 Interfere na função plaquetária ao aumentar 
a concentração intracelular de AMPc. É um 
vasodilatador que, em combinação com a varfarina, 
inibe a embolização a partir de próteses de valvas 
cardíacas. 
Antagonistas do receptor P2Y12 
Clopidogrel e Prasugrel 
 Todos são pró-fármacos, se tornando ativos 
após metabolismo hepático. 
 O clopidogrel é um profármaco que exige 
ativação metabólica no fígado. Em consequência, 
possui início lento de ação. Além disso, o 
desaparecimento de sua ação é lento, em virtude de 
seu efeito reversível sobre o P2Y12. A inibição da 
ativação plaquetária é observada 2 horas após a 
ingestão de uma dose de ataque de clopidogrel e as 
plaquetas são afetadas durante o restante de seu 
tempo de sobrevida. 
 O prasugrel é o mais novo membro da classe 
das tienopiridinas. Entretanto, como a ativação do 
prasugrel é mais eficiente que a do clopidogrel, ele 
apresenta um início de ação mais rápido e produz uma 
inibição maior e mais previsível da agregação 
plaquetária. 
 
 
Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa 
Abciximabe, Eptifibatida e Tirofibana 
 Impedem a interação das integrinas 
plaquetárias com o fator de von Willbrand e 
fibrinogênio.

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