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Análise da Permanência em Relacionamentos Abusivos

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ANÁLISE FUNCIONAL DA PERMANÊNCIA DAS MULHERES NOS RELACIONAMENTOS ABUSIVOS: UM ESTUDO PRÁTICO
AMANDA CAROLINE PEREIRA FAGUNDES
CASSIA LORENA RIBEIRO
CARLOS NERY DE SOUZA
CHRISTIANE NUNES AZAVEDO
JULIETTE MARIA DE JESUS
KAMILA SOARES DA SILVA
KELY CRISTINA RODRIGUES FERREIRA
MERILENE
THAINARA SANTOS PRUDÊNCIO
ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA DO BRASIL - SOEBRAS
FACULDADE DE SAÚDE IBITURUNA – FASI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MONTES CLAROS – MG
2019
1
Violência contra a mulher
A violência desafia os saberes hegemônicos no campo da saúde pública, no campo social, de organização administrativa, planejamento e atendimento às vítimas de violência e detecção da situação da violência. É um problema que requer atuação interdisciplinar dos vários setores da sociedade civil e das organizações governamentais, uma vez que não se restringe ao campo da saúde (Lei n. 9.984, 2000). 
2
Violência contra a mulher
Schraiber e Oliveira (1999) dizem que a violência doméstica (física, psicológica ou sexual) está ligada a condições interpessoais associadas às desigualdades de gênero humano
O art. 7º da Lei nº 11.340 (2006), intitulada “Lei Maria da Penha”
Violência contra a mulher
A última forma prevista na Lei nº 11.340 (2006) é violência moral, que consiste em qualquer comportamento que represente calúnia, difamação ou injúria.
Segundo pesquisa do instituto Datafolha (Acayaba & Reis 2017), a cada hora do ano de 2016, 503 mulheres sofreram algum tipo de agressão física, sendo que 26% delas ainda convivem com o agressor. Além disso, no que se refere ao agressor, verifica-se que, em 49% dos casos, ele era o próprio marido ou companheiro. No ano de 2015, o Datasenado publicou que praticamente 100% das mulheres declararam saber da Lei Maria da Penha, entretanto o Datafolha reitera que 52% das mulheres não fizeram nada após a agressão.
Violência contra a mulher
O art. 5º da Lei nº11.340 (2006) caracteriza violência doméstica e familiar contra a mulher como quaisquer ações e/ou omissões que lhe causem morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
No Brasil, os primeiros frutos das reivindicações feministas foram os Conselhos Estaduais de Direitos das Mulheres (1982; 1983), as delegacias de Polícia de Defesa da Mulher e a primeira Casa Abrigo para Mulheres (1986).
Características de um relacionamento abusivo/coercitivo
Miller (1999) afirma que os agressores que utilizam o abuso como método normal para solucionar controvérsias e erradicar irritações sabem o que estão fazendo e o fazem com indiferença, não vendo o que errado em seu comportamento
Ainda segundo Miller (1999), o agressor manipula a vítima fazendo-a pensar que é culpada e, como resultado, ela tenta agradá-lo cada vez mais coisas. Durante muito tempo, ele a faz acreditar que as coisas vão melhorar concedendo-lhe momentos ocasionais de concórdia, mas, depois de algum tempo, deixa apenas a incessante dor da esperança.
6
Características de um relacionamento abusivo/coercitivo
Caballo (1999) afirma que o indivíduo que se comporta de modo agressivo impõe suas opiniões de forma coercitiva (o que gera conflitos interpessoais e contrarreação quase automática), gerando assim sentimento de culpa e frustração, prejuízo aos demais, perda de oportunidades, sensação de tensão, sensação de perda de controle, percebendo-se solitário e ineficaz e não aprovando a proximidade dos demais.
7
Violência para a analise do comportamento
SKINNER, (2003), será chamada de Contingência Coercitiva, toda contingência em que estiver operando alguma forma de evento aversivo.
Contexto Coercitivo: Relações definidas por punições e comportamentos de fuga e esquiva. em tais contextos, o controle aversivo se dá por reforçamento negativo e punição.(negativa/ positiva), GUILHARDI,(2005).
8
Violência para a analise do comportamento
CATANIA,(1999), A punição é uma reação funcional a qual certas consequências que seguem responder ou tornar menos provável de ocorrer no futuro. Sendo assim, é usado para eliminar comportamentos indesejáveis, por quem aplicar. Essa punição pode ser negativa ou positiva. 
Por tanto, quando reforçamos positivamente, o comportamento o sentimento correspondente é satisfatório. Quando reforçamos negativamente, remove se, foge se, ou esquiva se de algum estímulo aversivo. MOREIRA MEDEIROS,(2007).  
9
OS TIPOS DE COMPORTAMENTOS FORTALECIDOS PELO REFORÇO NEGATIVO SÃO OS DE FUGA E ESQUIVA.
ANDRÉ E SÉRIO(1997),Afirma que na sociedade o controle aversivo é predominante nas relações humanas e que essa mesma sociedade incentiva seus membros a fazerem o uso da estimulação 
Segundo CATANIA(1999), Um padrão agressivo pode ser produzido ou controlado por contingência em vigor ou também pode ser aprendida por meio de um ambiente social de imitação ou por controle de regras.
 Uma história de Contingência Coercitivas intensas produz déficits importantes de repertório, um deles é a ausência de iniciativa , o que contribui para o surgimento de um padrão de submissão.
10
 Variáveis que afetam a permanência nos relacionamentos coercitivos
Acreditar que o companheiro vai mudar.
 Fragilidade emocional da esposa.
Dependência financeira
 Religião.
11
Consequências emocionais da permanência nos relacionamentos coercivos
Violência Psicológica
 Alterações psíquicas/trauma
Sintomas psicológicos
12
A decisão de buscar ajuda
A busca por auxílio para cessar as agressões pode ser algumas vezes de grande importância
13
Possíveis intervenções;
Mulheres em situação de violência
Estabelecimento de uma rede de atendimento para combate e prevenção da violência contra a mulher
14
Métodos
Para o desenvolvimento deste trabalho foram feitas pesquisas e bibliografia e de campo. Da pesquisa de campo pesquisaram 3 mulheres de 26 a 40 anos que conviveram em um relacionamento por mais de 4 meses.
Foi realizada uma entrevista simi dirigida com cada uma das participantes vítimas de violência doméstica lotadas na delegacia da mulher e abrigo de mulheres Vanusa Covalti, na cidade de Cascavel.
15
Métodos
 Foi dividida em duas partes; na primeira elencaram-se dados sócio demográficos e, na segunda parte, foram direcionadas perguntas relacionadas aos objetivos deste trabalho fundamentadas pela teoria da análise do comportamento.
Após a permissão, foram realizadas três entrevistas, uma na delegacia da mulher e duas no abrigo de mulheres. Antes de cada entrevista, foram fornecidos ás participantes os termos de consentimento livre e esclarecida, bem como demais informações sobre a confidencialidade das entrevistas.
16
Métodos
Os dados coletados foram analisados segundo o referencial da análise do comportamento que utiliza a análise funcional como ferramenta da compreensão dos comportamentos apresentados pelas pesquisas.
17
RELATOS E DISCUSSÃO
Este trabalho proporcionou o contato com três mulheres que foram vítimas de agressões por parte dos cônjuges. Caracterizando-as, têm entre 26 e 40 anos, sendo 2 amasiadas e 1 casada. O tempo de duração dos relacionamentos está entre quatro meses e sete anos, sendo que duas delas tiveram relacionamentos anteriores caracterizados também como abusivos. As entrevistadas serão chamadas neste relato de P1, P2 e P3.
Sobre como avaliavam suas relações conjugais e o que elas observavam como pontos positivos e negativos, a P1 diz que a parte boa da relação é o sentimento recíproco que ela e o parceiro têm um pelo outro, e a ruim é que são estressados. P2, por sua vez, relatou que conviviam bem e que o parceiro a ajudava nas tarefas domésticas e familiares; por outro lado, mostrava-se agressivo sem motivos aparentes. A entrevistada P3 disse que o que via de bom em seu relacionamento era a atividade sexual do casal; a parte ruim eram “apenas” as agressões.
18
RELATOS E DISCUSSÃO
Avaliando com as entrevistadas sobre o tipo de agressão sofrida, percebeu-se que apenas uma relatou sofrer violência física e psicológica. Asdemais entrevistadas descreveram somente agressão física. Entretanto, no relato de uma delas, foram verificados também indícios de violência psicológica. Evidencia-se, portanto, na fala das participantes, indícios de humilhação e manipulação que são características de violência psicológica de acordo com a lei Maria da Penha (11.340/2006), causando assim prejuízos à saúde emocional das vítimas, o que se confirma nos relatos posteriores.
Sobre os sentimentos eliciados no período que vivenciaram violência na relação, duas das três participantes relataram que a violência é prejudicial à autoestima da mulher, sendo que a terceira fez menção ao medo decorrente do arrependimento da denúncia. 
Sobre isso, confirma-se o que afirma Miller (1999): para tentar suportar essa realidade (violência), a mulher precisa abdicar não somente de seus sentimentos, mas também de sua vontade.
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Relatos e Discussão
No que se refere aos motivos que as fizeram permanecer nessa relação, as três colocaram como principal o sentimento pelo agressor, sendo que uma delas acrescentou o fator financeiro e sexual. Diante dos relatos, verifica-se que os motivos mencionados pelas entrevistadas como condicionantes para permanência nas relações abusivas aparecem nessa circunstância pelo fato de que possivelmente lhes foram privados em suas histórias de reforçamento, tornando-os objeto de necessidade. Do ponto de vista da teoria da evolução, uma suscetibilidade ao reforço deve-se ao seu valor de sobrevivência, e não a qualquer sensação que lhe esteja associada.
Relatos e Discussão
Sobre o sentimento em relação ao agressor, observa-se afetividade ainda presente, confirmando o que afirma Grossi (1998), que a violência na relação afetivo-conjugal faz parte da relação de comunicação entre alguns casais, o que faz com que o relacionamento tenha ação nas duas vias, oscilando entre o amor e a dor. 
 Paiva (1999) afirma que a dependência financeira faz com que as vítimas aceitem a violação. Isto é, para evitar a privação de recursos financeiros, a mulher permanece nesses relacionamentos, comportando-se em esquema de reforçamento negativo.
Relatos e Discussão
Pensando em como as entrevistadas tomaram a decisão de denunciar os agressores e como se sentiram ao fazê-lo, notou-se que duas das três entrevistadas passaram por diversos episódios de violência para então realizarem a denúncia. Diante disso, comprova-se o que Marcon e Aceti (1999) relatam: que a decisão da denúncia parte da própria vítima, o que aponta para o caráter privado e doméstico que reveste os episódios de violência nas relações de gênero.
A respeito do contato com o agressor atualmente, bem como sobre seu sentimento por ele, apenas uma participante permanece no relacionamento, sendo que as outras duas estão sob medida protetiva. 
Relatos e Discussão
   Os relatos reafirmam Lins (2017), que afirma que dependência emocional e amor se confundem, e isso pode levar as pessoas a continuarem juntas, acomodadas, dando a impressão de estarem anestesiadas. Diante disso, a dependência emocional caracteriza-se como reforço negativo, levando-se em consideração o medo da perda do afeto do companheiro, e o amor configura-se como reforço positivo, visto o acréscimo da afetividade.
No que se refere ao sentimento atual de cada uma das entrevistadas em relação a si mesmas, apenas uma relata estar bem; as demais disseram sentir-se descontentes. Pode-se dizer, então, segundo Marques (2005), que o abuso emocional ameaça os limites do bem-estar da vítima, aterroriza e provoca danos mentais
Relatos e Discussão
 Indagadas sobre o que falariam a uma mulher que está sofrendo agressão, todas encorajam a busca pela ajuda. Observam-se nos relatos recomendações no sentido de agir sobre a situação, contradizendo o que foi, por um período considerável, seu próprio comportamento. Medeiros (2010) explica isso afirmando que, segundo a Análise do Comportamento, não basta apenas descrever o comportamento, identificar suas variáveis controladoras e especificar as consequências de novos cursos de ação para que o comportamento mude. É essencial que se modifiquem suas contingências mantenedoras.
Considerações Finais 
Diante da bibliografia pesquisada e dos relatos obtidos por meio da pesquisa de campo, conclui-se sobre a existência de variáveis que condicionam a permanência de uma mulher vítima de alguma forma de abuso em um relacionamento afetivo, sendo elas: 
Considerações Finais 
Um padrão de comportamento resistente à extinção mantido por reforço intermitente no ciclo da violência e cuja justificação é descrita como “esperança”;
Um repertório empobrecido e com pouca variabilidade comportamental que contribui para o desenvolvimento de um padrão comportamental inapto a solucionar problemas e criar alternativas, que, neste trabalho, apresenta-se nas formas da dependência financeira, dependência emocional e passividade;
um comportamento modelado pela regra da “figura paterna” na criação dos filhos e outro modelado pela regra de uma crença religiosa, que revelam-se, respectivamente, nas variáveis da preocupação da vítima quanto à criação dos filhos e na religião; além da falta de rede de apoio.
Considerações Finais 
 Sobre as características do relacionamento abusivo:
Pode-se dizer que a principal é o controle do agressor para com a vítima, além de culpabilizá-la, tornando-a completamente indefesa em relação a ele. Tratam-se de relações marcadas pela coerção em que a vítima se submete ao agressor. 
As entrevistadas apresentaram alguns indícios identificados como consequências emocionais de uma relação abusiva, apontados pela literatura, como a baixa autoestima, a visão prejudicada de si mesma, o medo de viver sozinha e de não ser amada novamente.
Considerações Finais 
 Outras consequências como: 
O estado de vigilância com o objetivo de diminuir ou evitar a coerção; Limitação no desenvolvimento do repertório comportamental; Estereotipia, compulsão e mecanização dos comportamentos de fuga e esquiva, maior ocorrência de comportamentos supersticiosos, rebaixamento de humor, autoimagem empobrecida, sensação de ineficácia, perda de oportunidades, sensação de falta de controle da situação e de si, sentimento de solidão, insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de psicopatologias como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, além de comportamentos autodestrutivos, como o uso de álcool e drogas, ou mesmo tentativas de suicídio. 
Considerações Finais 
Por fim, as contingências presentes nas relações averiguadas foram de esquemas de reforçamento positivo, negativo e intermitente e punição positiva e negativa. Durante a elaboração dessa pesquisa encontrou-se limitações em função do curto período e dos prazos estipulados para sua conclusão. Além disso, pelo mesmo motivo, restringiu-se a um número reduzido de participantes na pesquisa de campo. Sendo assim, sugerem-se pesquisas futuras sobre o tema abordado. 
Agradecemos pela atenção!
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