Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exames Psicológicos II - Técnicas Projetivas Resumo e destaques dos textos Kelly Ramos, 6º semestre CAPÍTULO 1 | O CONCEITO DE PROJEÇÃO EM PSICOLOGIA 1. HISTÓRICO no caderno 2. ETIMOLOGIA Se o termo projeção, aplicado por Frank a um certo tipo de teste, ganhou terreno em psicologia, isto se deve ao fato dos diversos sentidos desta palavra. O primeiro sentido denota uma ação física, o jato: por exemplo, o lançamento de projéteis. Nesse sentido, os testes projetivos favorecem a descarga, sobre o material apresentado ao sujeito, de tudo aquilo que este recusa ser, que vivencia em si mesmo como mau, ou como pontos vulneráveis. O segundo sentido é matemático. Aparece no século XVII, ao se organizar a geometria projetiva. A projeção estabelece a correspondência entre um ponto (ou conjunto de pontos) do espaço e um ponto (ou conjunto de pontos) de uma reta ou de uma superfície. A noção de propriedade projetiva é aqui essencial: as propriedades geométricas de uma figura são conservadas em qualquer projeção plana da mesma figura. Os testes projetivos, analogamente, levam o sujeito a produzir um protocolo de respostas de tal modo que a estrutura do mesmo corresponde à estrutura de sua personalidade, estando conservadas no primeiro as características fundamentais da segunda. Tem origem na ótima, ao final do século XIX, o terceiro sentido. Partindo de um foco, a projeção luminosa envia raios ou radiações sobre uma superfície. Um teste projetivo é como um raio X. Atravessando o interior da personalidade, fixa a imagem do seu núcleo secreto sobre um revelador (aplicação do teste), permitindo depois sua leitura fácil, por meio da ampliação ou projeção ampliadora em uma tela (interpretação do protocolo). O que está escondido fica, assim, iluminado; o latente se torna manifesto; o interior é trazido à superfície; o que há em nós de estável e também emaranhado se desvenda. O primeiro sentido - de descarga de impulsos e emoções - delimita o nível onde opera o teste projetivo: trata-se, de qualquer modo, de uma psicanálise condensada; a aplicação de um teste desta natureza significa, em sentido pleno, pôr à prova o sujeito, ou seja, fazer o jogo da verdade. O segundo sentido estabelece uma correspondência estrutural entre a personalidade, concebida como o sistema de condutas próprias a cada um, e as produções individuais em uma situação definida por duas variáveis: uma superfície quase vazia (material de teste), que o sujeito deve preencher com suas respostas, e uma regra de projeção “oblíqua” (instruções de liberdade orientada do teste); este segundo sentido fundamenta o rigor científico das técnicas projetivas. Quanto ao terceiro sentido, é o veículo das representações arcaicas da imagem do corpo, onde o lado de dentro se opõe ao lado de fora, o escondido à superfície, o cheio ap perfurado, representações que marcam uma etapa importante na organização precoce da personalidade, representações cujo despertar, no entanto, devido à situação de teste projetivo, mobiliza medos profundos e antigos. 3. A PROJEÇÃO SEGUNDO FREUD Duas explicações. Na primeira, “a projeção é a expulsão de um desejo intolerável e sua rejeição para fora da pessoa. Há projeção daquilo que não se quer ser” (p. 21). Na segunda, a projeção é entendida “como o simples desconhecimento (e não mais a expulsão) por parte do sujeito de desejos e emoções não aceitos por ele como seus, dos quais é parcialmente inconsciente e cuja existência atribui à realidade externa” (p. 21). 4. A SITUAÇÃO DE TESTE PROJETIVO 1. Características: “É possível definir a situação de teste projetivo com base em semelhanças e diferenças em relação à situação psicanalítica.” “O indivíduo submetido a um teste projetivo se encontra em uma situação análogo de liberdade, mas não de duração.” “No teste projetivo, o indivíduo fica livre para dizer ou fazer o que quiser, a partir do material apresentado e do tipo de atividades que lhe é proposto. Não há boas e más respostas predeterminadas.” “as pranchas são umas ‘mensagem’, emitida sobre o aplicador, com destino ao testando e orientando suas respostas.” (???) “O fato de se dispor, para o teste projetivo, de um número limitado de sessões coloca a diferença quanto à psicanálise.” “Liberdade de expressão e liberdade de tempo constituem, portanto, os dois princípios comuns ao tratamento psicanalítico e à aplicação de testes projetivos.” 2. Efeitos: “a situação projetiva de modo geral provoca, em termos do aparelho psíquico, a regressão dos processos secundários - cuja base é a identidade de pensamentos e o princípio de realidade - aos processos primários - fundados na identidade de percepções e no princípio do prazer - desprazer. 5. OS DIVERSOS TIPOS DE PROJEÇÃO “Bellak e Symonds propõem a distinção de: ● técnicas expressivas, nas quais o sujeito fica inteiramente livre; tanto do ponto de vista das instruções quanto do material proposto; ● técnicas projetivas, em que as respostas são livres, mas sendo material definido e padronizado; ● testes psicométricos, onde uma só resposta é correta e o material requer uma precisão rigorosa, formando a categoria das técnicas de adaptação.” Diversas formas de projeção atuando nos testes projetivos: a. com a projeção especular, o indivíduo reencontra características, que pretende serem suas, na imagem de outro. b. na projeção catártica, o indivíduo atribui à imagem do outro as suas características que erradamente pretende não ter, recusa considerar como suas e das quais se livra (catarse), deslocando-as para outro, c. na projeção complementar, a pessoa atribui aos outros sentimentos e atitudes que justifiquem as suas. Na prática cotidiana, os psicólogos distinguem duas características de testes projetivos: a. os testes projetivos temáticos, cujo modelo ainda é o T.A.T., revelam os conteúdos significativos de uma personalidade. O sujeito pode neles projetar o que acredita ser, o que gostaria de ser, o que recusa ser, o que os outros são ou deveriam ser em relação a ele. b. Os testes projetivos estruturais têm o Rorscharch como protótipo. Não apreendem, como os precedentes, a manifestação das forças vivas da pessoas. Alcançam sobretudo um corte representativo do sistema da personalidade, de seu equilíbrio, de sua maneira de apreender o mundo. TEXTO 2 | OS MÉTODOS PROJETIVOS 6. APONTAMENTOS SOBRE O STATUS CIENTÍFICO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS Testes e técnicas projetivas podem ser utilizados na avaliação de personalidade e de outros elementos (relações interpessoais, dinâmica familiar) que se mostrem importantes para a compreensão de um sujeito ou de uma situação vivenciada ou percebida por ele. Concorda-se que a eleição do instrumento que será utilizado em cada situação de avaliação deve ser pautada por três grupos de fatores: 1. os objetivos da avaliação; 2. a orientação teórica e a preparação do avaliador para o uso de determinada técnica; 3. as características do sujeito, como idade e outras peculiaridades. 7. PROJEÇÃO,PSICOLOGIA PROJETIVA E TÉCNICAS PROJETIVAS A psicologia projetiva é um ramo da psicologia que se refere a um conjunto de pressupostos, hipóteses e proposições, expresso em métodos projetivos usados por psicólogos clínicos, para o estudo e o diagnóstico da personalidade humana. A psicologia projetiva baseia-se no estudo funcional dos indivíduos, investigando a estrutura intrínseca e as propriedades, internas dos sistemas, o que faz com que avaliações dessa ordem sejam expressas em termos dinâmicos. O principal objetivo da psicologia projetiva é “colocar em evidência o conjuntos dos fatores internos, de registro puramente psicológico, intervenientes nas condutas humanas”. O conceito de projeção e a psicologia projetiva foram aqueles que sustentaram o nascimento dos métodos projetivos, expressão utilizada pela primeira vez por L. K. Frank, em 1939, para se referir a três técnicas - teste de associação de palavras de Jung, Rorscharch e teste de apercepção temática (TAT) -, que, segundo ele, “formavam o modelo de uma investigação dinâmica e global da personalidade”, ideia central destes instrumentos. Os estímulo utilizados em técnicas projetivas são, de maneira geral, pouco estruturados, propiciando o aparecimento de elementos do funcionamento interno do indivíduo, impedindo que este se apoie e se refugie em informações ou dados convencionais e que podem ser controlados. Em oposição à tradição psicométrica, que valorizava os procedimentos quantitativos, estatísticos e normativos, as técnicas baseadas na projeção enfatizam os aspectos qualitativos e psicológicos do sujeito avaliado, identificando tendências espontâneas, motivadas por necessidades implícitas. Apercepção é o “processo pelo qual uma experiência é assimilada e transformada pelo resíduo da experiência passada, ou seja, é a interpretação subjetiva da percepção, que é apenas a interpretação objetiva de um estímulo. As tarefas menos estruturadas, como as do Rorscharch, têm maior probabilidade de fazer aparecer conteúdos primitivos do indivíduo que responde ao teste, em função da projeção. Nas técnicas aperceptivas, como o TAT, em que o produto final (histórias) requer um mínimo de organização, a projeção também acontece, mas, além dela, é necessário que o sujeito lance mão de outros recursos para a execução da tarefa, mais característicos do processo secundário. Na tarefa de interpretação de teste projetivos, cabe ao psicólogo desvendar as motivações inconscientes que se deflagram no momento em que as respostas são elaboradas. Especialmente nas técnicas projetivas, o caráter idiográfico é o ponto forte, uma vez que os sujeitos atribuem conteúdos subjetivos às suas respostas, mas desconhecem a relação entre eles. 8. AS TÉCNICAS PROJETIVAS FORA DE UM CONTEXTO PSICANALÍTICO A apercepção é uma interpretação e, como tal, dá sentido à experiência do sujeito, que pode, por sua vez, ser compreendida à luz de diferentes correntes teóricas. 9. O STATUS CIENTÍFICO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS É algo sempre discutido; Nem sempre apresentam resultados psicométricos positivos, demonstrando discrepância entre teoria e prática. 10.CRÍTICAS ÀS TÉCNICAS PROJETIVAS As críticas centralizam-se na suposta ausência de espírito científico por parte daqueles que constroem esses instrumentos como para os que os utilizam. Outra crítica relaciona-se ao valor intrínseco das técnicas projetivas, questionando seu status de verdadeiros testes, já que nesse tipo de instrumento as respostas do sujeito estariam demasiadamente influenciadas pelo examinador, assinalando para a impossibilidade de o profissional não deixar marcas de sua própria personalidade sobre a técnica por ele empregada. Uma última crítica encontra sustentação na fragilidade da maioria dos trabalhos realizados, na tentativa de validação das técnicas projetivas. 11. PONTOS FORTES DAS TÉCNICAS PROJETIVAS Valorizam o comportamento do sujeito, que reflete o funcionamento e a estrutura de seu mundo interno único e singular; Não põem em risco o prestígio do sujeito, pois não apresentam respostas certas ou erradas; São menos suscetíveis a fraudes e simulações. 12. FIDEDIGNIDADE E VALIDADE A fidedignidade é definida pela estabilidade das respostas de um mesmo sujeito, em aplicações sucessivas, ou pela concordância entre “juízes”, ao corrigirem e interpretarem protocolos dos mesmos sujeitos, de maneira independente (interpretação às cegas). A verificação da fidedignidade baseada na consistência interna do instrumento (coeficiente alfa) não é um método adequado para instrumentos como o TAT ou Rorscharch. Vários autores são unânimes ao afirmar que a técnica mais utilizada, para esses instrumentos, na verificação de sua fidedignidade, é a que se baseia na consistência das avaliações feitas por diferentes examinadores. Quanto à validade, a abordagem dos sinais independentes, baseada na correlação do resultado do teste com um critério externo, pode ser a ideal aos olhos do estatístico ou de um psiquiatra preocupado exclusivamente com um diagnóstico nosográfico. Porém, essa “abordagem é contrária à própria natureza dos testes projetivos, nos quais a personalidade é um sistema dinâmico de elementos em intercorrelação”. De que forma se pode estimar a validade convergente deste teste com outras medidas de personalidade, como os inventários de autorrelato? Certamente se atingirá pouco sucesso nessa investigação e, por isso, o que tem se usado com mais frequência, talvez em função da origem clínica do instrumento, é a validade relacionada a algum critério clínico, como diagnóstico, registros em prontuários médicos ou registros de terapeutas e história do sujeito. 13.CONSIDERAÇÕES FINAIS - AFINAL, TÉCNICAS PROJETIVAS? As técnicas projetivas ganham destaque em avaliações clínicas por possibilitarem a emergência de manifestações pessoais e o acesso, de maneira mais individualizada, ao mundo interno dos sujeitos, no momento em que, através da projeção e da apercepção, tem-se informações sobre como um indivíduo, em particular, percebe determinada situação, o que auxilia na sua compreensão. Outros fatores favoráveis: mobilização da ansiedade no momento de sua aplicação e a possibilidade de simulação ou fraude. As técnicas projetivas ganham seu espaço no momento em que oferecem ao profissional a possibilidade de adentrar no mundo interno do sujeito avaliado, o que permite a construção de uma integração dinâmica de seu funcionamento, informação útil e importante para a prática clínica, para o julgamento clínico e, por consequência, para a tomada de decisões como consequência de avaliações psicológicas. TEXTO 3 | TÉCNICAS PROJETIVAS 14.APONTAMENTOS SOBRE O STATUS CIENTÍFICO DAS TÉCNICAS PROJETIVAS Testes e técnic TEXTO 5 | OS TESTES PROJETIVOS GRÁFICOS Segundo Jaime Bernstein, “O instrumento principal da clínica psicológica é a entrevista; os testes projetivos estão a serviço da mesma pois, a rigor, não são senão mecanismos para conduzir uma forma de entrevista”. 15. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS TESTES GRÁFICOS● A linguagem gráfica é a que está mais perto do inconsciente; ● oferece maior confiabilidade que a linguagem verbal; ● acessível às pessoas de baixo nível de escolaridade e dificuldades de expressão oral; ● são de grande utilidade com crianças pequenas, que já possuem nível de simbolização; ● sua administração é simples e econômica; ● deve ser complementado com associações verbais que possibilitarão uma correta interpretação dos mesmos; ● deve-se considerar as características individuais do indivíduo que fará o teste; ● é imprescindível compará-lo com o material coletado em outros testes projetivos e objetivos da personalidade; ● são escolhidos em instituições por sua simplicidade de administração e economia de tempo; ● podem servir como excelentes recursos para melhorar a comunicação com um paciente quando há falhas na possibilidade de comunicação verbal. 16. ENQUADRES EM GRÁFICOS ● Usar folhas de papel ofício ou papel de carta, sem linhas; ● usar sempre folhas do mesmo tamanho; ● usar lápis nº 2 (nem claro nem escuro) e borracha macia; ● é conveniente iniciar a bateria de testes com os gráficos porque são os mais simples. 17. INTERPRETAÇÃO DOS TESTES GRÁFICOS ● Visão gestáltica, observá-lo na sua totalidade; ● Após a visão global, fazer uma análise detalhada, seguindo: 1. indicadores formais; 2. indicadores de conteúdo; 3. análise das associações verbais; 4. análise do conjunto das anteriores. ● Seguir o modelo da interpretação dos sonhos de Freud - segundo ele, o sonho é um processo de regressão, o material é fragmentado, o processo de compressão o consensa e o deslocamento complementa o trabalho de elaboração onírica para que o verdadeiro significado não fique evidente. A elaboração interpretativa faz que o sonho se torne um relato compreensível. Isto pode ser observado nos desenhos de pessoas normais ou neuróticas. Os psicóticos, no entanto, projetam as suas imagens e fantasias inconscientes sem esses “disfarces” e sem que possamos registrar neles qualquer angústia ou tentativas de racionalizar a sua produção. Nem todos os gráficos permitem a aplicação desse método, assim como nem todas as pessoas lembram todos os seus sonhos ou trazem ricas associações livres. Freud aconselha a fazer a divisão do sonho em fragmentos, pedir associações com cada um e finalmente chegar à interpretação completa que vai revelar o desejo reprimido. Sendo que toda análise de gráficos projetivos parte da primeira captação gestáltica, é impossível estabelecer regras de interpretação idênticas para todos os protocolos. ● elaborar uma hipótese sobre o diagnóstico e prognóstico; ● fazer a correlação dos gráficos com as entrevistas projetivas. 18. SISTEMA DE ESCORES PARA A ANÁLISE FORMAL DO DESENHO LIVRE ● Qualidade dos traços, das formas, comparação e direção dos traços, valor tipológico dos indicadores gráficos. TEXTO 6 | TÉCNICAS PROJETIVAS GRÁFICAS E DESENHO INFANTIL 19. A CRIANÇA E O DESENHO Ao interpretar uma produção gráfica, devem ser adotadas tanto a metodologia analítica quanto a intuitiva, pois ambas apresentam vantagens e desvantagens; se, por um lado, a análise mecânica do desenho, ponto por ponto, pouco revela das singularidades de quem o produziu, a aproximação intuitiva, por outro, não se presta à quantificação, o que tem gerado muitas críticas ao uso dessas técnicas. slidE 2 | AULA 2 20. TIPOS DE REGRESSÃO Teste tipo T.A.T. e a oferta de um TEMPO VAZIO: necessidade de recursos como a linguagem verbal sintática, no qual o sujeito organiza conforme sua história pessoal, a limitação deste tipo de regressão existe pelo fato da necessidade de uma posse de sintaxe e a história vivida, ou seja, a segunda infância. Segunda Infância: Dos três anos de idade até os seis. Teste tipo Rorschach e a oferta de um ESPAÇO VAZIO: Remete a fase pré-verbal do desenvolvimento, no teste o espaço vazio é preenchido pela imagem corporal. A percepção de um corpo em pedaços vai tomando forma para uma posição narcísica, por meio das zonas erógenas e de prazer. 21.AVANÇOS COGNITIVOS DURANTE A SEGUNDA INFÂNCIA A criança começa fazer uso de símbolos nesse estágio, não precisam mais estar em contato com o objeto para que possa pensar nele; além de atribuir, ou imaginar, que pessoas e objetos possuem outras características além das que eles realmente têm. Começam perceber que alguns acontecimentos têm causas por consequência de outras ações, ou seja, desenvolve o entendimento de causa e efeito. Desenvolvem a capacidade de classificar: podem organizar pessoas, objetos e eventos em categorias significativas. A criança começa apurar mais seus sentimentos e inicia-se a capacidade de imaginar como os outros podem se sentir, empatia. Conseguem perceber que o fato de mudar superficialmente uma determinada característica não muda as coisas como um tudo. Já são capazes de lidar com quantidades, ter noção de unidades e números. Mas ainda não possui um pensamento lógico. 22. OS DIVERSOS TIPOS DE PROJEÇÃO Técnicas Expressivas: Sujeito fica inteiramente livre, tanto no ponto de vista das instruções quanto do material proposto. Técnicas Projetivas: As respostas são livres, mas sendo o material definido e padronizado. 23. CATEGORIA DE TESTES PROJETIVOS Temáticos: O modelo usual é o T.A.T., através dele é revelado modelo significativo de uma personalidade, natureza de conflitos, desejos fundamentais, relação com o ambiente, mecanismo de defesa. O sujeito pode projetar o que deseja ser ou o que se recusa ser. Estruturais: O modelo usual é Rorschach, apresenta um ponto de vista dinâmico, um corte representativo das instâncias de id, ego e superego. 24. PSICOLINGUÍSTICA DOS TESTES PROJETIVOS O teste Rorschach a tarefa do sujeito é essencialmente pragmática, se o sujeito diz que vê uma borboleta, o " Eu vejo" é somente uma modalidade de apresentação. Neste caso o teste apresenta diferenciação entre objetos animados e inanimados, outro fator que é levado em conta é a combinações de elementos apresentados. No T.A.T. o material é mais estruturado, as imagens contém elementos, tanto em um quanto em outro se um paradigma e muito evocado logo ele torna-se banal, na prancha I a maioria das pessoas veem um menino com violino, diferente de psicóticos que poderão ver um revólver onde um menino acaba de se suicidar. Personalidades neuróticas são reconhecidas principalmente pela alteração da função sintagmática: temas múltiplos, ausência de desfecho, estruturação deficiente do relato. slidE 5 | AULA 5 25. INTRODUÇÃO A administração de um teste psicológico consiste em um conjunto de ações e conhecimentos que engloba o antes, o durante e o depois no processo de avaliação psicológica. A utilização do teste pressupõe que o usuário apresente competências para realizar um processo de avaliação psicológica. Esse instrumento psicológico deve ser utilizado somente dentro desse processo, o qual permitirá a contextualização dos resultado. 26. A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA - DEFINIÇÃO NORTEADORA Conforme a descrição do ConselhoFederal de Psicologia – CFP (2013): “A avaliação psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, dentre eles a saúde, educação, trabalho e outros setores que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e fins para os quais a avaliação se destina (p. 13). 27. ETAPAS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA • levantar perguntas sobre o motivo da consulta e assim formular hipóteses iniciais e o objetivo da avaliação; • fazer um planejamento, seleção e utilização dos instrumentos psicológicos; • realizar uma busca de dados por meio quantitativo e qualitativo; • fazer uma análise dos dados, integrando as informações obtidas e inferir uma compreensão do sujeito tendo como base as hipóteses iniciais e os objetivos da avaliação; • e comunicar sobre os resultados advindos da avaliação, orientando as próximas etapas do caso e finalizar o processo. 28. COMPORTAMENTOS QUE O PSICÓLOGO DEVE DESEMPENHAR PARA A REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA • identificar a razão do encaminhamento e as questões iniciais; • fazer um levantamento de dados psicológicos, sociais, médicos, profissionais, escolares, entre outros que se fizerem necessários sobre o sujeito e pessoas significativas, sendo muitas vezes necessária a informação de terceiros (pais, professores, médicos etc.) e demais fontes; • investigar a história clínica e pessoal do sujeito procurando similaridades com a situação atual; • realizar um exame do estado mental de maneira subjetiva e objetiva; • obter uma hipótese inicial e o objetivo da avaliação; • fazer o planejamento da avaliação; • propor um contrato de trabalho; • administrar testes, instrumentos e técnicas psicológicas; • fazer um levantamento de dados tanto quantitativos quanto qualitativos; • integrar as informações obtidas de forma organizada e relevante tendo como referência o objetivo da avaliação; • comunicar os resultados, quando necessário por meio de documentos, mas sempre com uma entrevista devolutiva na qual, caso pertinente, sejam feitos encaminhamentos para o benefício do sujeito; • e finalização do processo. 29. AS 26 COMPETÊNCIAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E DOS TESTES PSICOLÓGICOS • Conhecer os aspectos históricos da avaliação psicológica em âmbito nacional e internacional. • Conhecer a legislação pertinente a avaliação psicológica (Resoluções do CFP, Código de Ética Profissional do Psicólogo, histórico do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos – SATEPSI e as políticas do CFP para a Avaliação Psicológica). • Considerar os aspectos éticos na realização da avaliação psicológica. • Saber avaliar se há condições de espaço físico adequadas para a avaliação e estabelecer condições suficientes para tal. • Ser capaz de compreender a avaliação psicológica enquanto processo, aliando seus conceitos às técnicas de avaliação. • Ter conhecimento sobre funções, origem, natureza e uso dos testes na avaliação psicológica. • Ter conhecimento sobre o processo de construção de instrumentos psicológicos. • Ter conhecimento sobre validade, precisão, normatização e padronização de instrumentos psicológicos • Saber escolher e interpretar tabelas normativas dos manuais de testes psicológicos. • Ter capacidade crítica para refletir sobre as consequências sociais da avaliação psicológica. • Saber avaliar fenômenos humanos de ordem cognitiva, afetiva e comportamental em diferentes contextos. • Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes psicométricos e do fenômeno avaliado. • Ter conhecimento sobre a fundamentação teórica de testes projetivos e/ou expressivos e do fenômeno avaliado. O argumento para a importância dessa competência é o mesmo para a competência anterior. • Saber administrar, corrigir, interpretar e redigir os resultados de testes psicológicos e outras técnicas de avaliação. • Planejar processos avaliativos e agir de forma coerente com os referenciais teóricos adotados. • Identificar e conhecer peculiaridades de diferentes contextos de aplicação da avaliação psicológica. • Saber estabelecer rapport no momento da avaliação • Conhecer teorias sobre entrevista psicológica e saber conduzi-las. • Conhecer teorias sobre observação do comportamento e saber conduzi-la. • Identificar as possibilidades de uso e limitações de diferentes técnicas de avaliação psicológica, analisando-as de forma crítica. • Saber comparar e integrar informações de diferentes fontes obtidas na avaliação psicológica. • Fundamentar teoricamente os resultados decorrentes da avaliação psicológica (ex.: cuidado com achismos, vieses de avaliação, excesso de subjetividade e ênfase em informações isoladas). • Saber elaborar laudos e documentos psicológicos, bem como sua aplicação a cada contexto. • Saber comunicar resultados decorrentes da avaliação psicológica aos envolvidos no processo, por meio de devolutiva verbal 30. ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E TESTES PSICOLÓGICOS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Esse é um ponto que se encaixa em diversas competências do avaliador que consideram a demanda da população, peculiaridades da população, bem como a competência saber administrar, corrigir, interpretar e redigir os resultados de testes psicológicos e outras técnicas de avaliação. • Sobre essa questão de testes apropriados para pessoas com deficiência, o que realmente precisa ocorrer no Brasil é a construção, adaptação e validação de instrumentos para essa população, ou melhor, populações, pois as necessidades são variadas. 31. CONCLUSÃO O usuário de teste é o principal responsável pelo uso apropriado e interpretação correta, essa afirmação pode ser estendida para a administração da avaliação psicológica. Como já citado, há diversos documentos que pontuam como deve ser realizada uma avaliação psicológica e a administração de testes nesse processo, no entanto, este capítulo teve o objetivo de contribuir para uma melhor compreensão sobre os cuidados que envolvem a realização de uma avaliação psicológica e utilização de testes psicológicos.
Compartilhar