Buscar

Aparelho Respiratório - Histologia - Super Material - SanarFlix

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO
1. Sistema respiratório .................................................. 3
2. Porção condutora do sistema respiratório ....... 4
3. Porção respiratória do sistema respiratório ...20
4. Troca gasosa entre os tecidos e os pulmões ....26
5. Cavidades pleurais e mecanismo 
de ventilação ...................................................................28
Referências bibliográficas ........................................36
3APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
1. SISTEMA 
RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é constituído 
pelos pulmões e pela árvore traqueo-
brônquica que comunica o parên-
quima pulmonar com o meio exte-
rior, levando o ar para dentro e para 
fora dos pulmões. No pulmão, as vias 
respiratórias ramificam-se em tubos 
cada vez menores, até alcançar os 
menores espaços aéreos, denomina-
dos alvéolos. O aparelho respiratório 
é dividido em uma porção conduto-
ra (fossas nasais, nasofaringe, la-
ringe, traqueia, brônquios e bron-
quíolos) e uma porção respiratória, 
onde ocorrem as trocas gasosas 
(bronquíolos respiratórios, ductos 
alveolares e alvéolos). 
A respiração envolve a participação 
de um mecanismo de ventilação, 
permitindo o influxo (inspiração) e 
efluxo (expiração) do ar, com a par-
ticipação da caixa torácica (gradil cos-
tal), músculos intercostais associados, 
músculo diafragma e componentes 
do sistema elástico (fibras elásticas) 
do tecido conjuntivo do pulmão. Além 
de possibilitar a entrada e a saí-
da de ar, a porção condutora exerce 
as importantes funções de limpar, 
umedecer e aquecer o ar inspirado. 
Para assegurar a passagem contínua 
de ar, a parede da porção condutora 
é constituída por uma combinação de 
cartilagem, tecido conjuntivo e tecido 
muscular liso, o que lhe proporciona 
suporte estrutural, flexibilidade e ex-
tensibilidade, enquanto que a muco-
sa da porção condutora é revestida 
pelo epitélio respiratório.
O sistema respiratório fornece oxigê-
nio (O2) para o sangue, que é trans-
portado até às células do corpo, e 
elimina dióxido de carbono (CO2) 
através de um processo de difusão 
entre os alvéolos e o sangue, denomi-
nado hematose. A regulação da ven-
tilação e outros aspectos da respira-
ção também envolvem a passagem 
do ar pela laringe, o que permite a 
produção da fala, enquanto que o ar 
que passa sobre a mucosa olfató-
ria nas cavidades nasais transporta 
estímulos para o olfato. O sistema 
respiratório também participa, em 
menor grau, de funções endócrinas 
(produção e secreção de hormônios), 
bem como da regulação das respos-
tas imunes a antígenos inalados.
4APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
2. PORÇÃO 
CONDUTORA DO 
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A porção condutora é uma estru-
tura responsável não somente por 
transportar o ar, mas também por 
filtrar, umedecer e aquecer antes 
de alcançar as porções respirató-
rias do pulmão. Ela é constituída 
pela cavidade nasal, boca, naso-
faringe, faringe, laringe, traqueia, 
brônquios primários, brônquios 
secundários (brônquios lobares), 
brônquios terciários (brônquios 
segmentares), bronquíolos e bron-
quíolos terminais. 
MAPA: FUNÇÃO RESPIRATÓRIA
TRANSPORTA O2 
PARA O SANGUE
AQUECE O AR 
INSPIRADO FALA
LIMPA/FILTRA O 
AR INSPIRADO OLFATO
UMEDECE O AR 
INSPIRADO RETIRAR CO2
5APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
MAPA MENTAL: APARELHO RESPIRATÓRIO - CONDUÇÃO
Extrapulmonar
APARELHO 
RESPIRATÓRIO
CONDUÇÃO
Intrapulmonar
Bronquíolos primários
Bronquíolos 
secundários
Bronquíolos terminais
Epitélio respiratório
Ep. colunar simples 
a cuboide simples
Ep. cuboide simples
Vestíbulo nasal
Nasofaringe
Traqueia
Cavidade nasal
Laringe
Bronquíolos primários
Ep. pavimentoso 
estratificado 
queratinizado
Ep. respiratório
Ep. respiratório
Ep. olfativo
Ep. respiratório
Ep. pavimentoso 
estratificado não 
queratinizado
Ep. respiratório
Ep. respiratório
6APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Cavidade nasal
A cavidade nasal é subdividida pelo 
septo nasal, cartilaginoso e ósseo em 
suas metades direita e esquerda. La-
teralmente, cada metade é limitada 
por uma parede óssea onde se pro-
jetam três estruturas ósseas delga-
das conhecidas como conchas na-
sais superior, média e inferior e pela 
asa cartilaginosa do nariz. Nas con-
chas inferior e média, a lâmina própria 
contém um abundante plexo venoso. 
Ao passar pelas fossas nasais, o ar é 
aquecido, filtrado e umedecido, atri-
buindo-se ao plexo venoso função 
importante nesse aquecimento. A ca-
vidade nasal se comunica com o ex-
terior, anteriormente, através da nari-
na, e com a nasofaringe através das 
coanas. 
A porção anterior da cavidade nasal 
(vestíbulo), apresenta uma mucosa 
contínua com a pele do nariz, porém, 
o epitélio estratificado pavimentoso 
da pele logo perde sua camada de 
queratina e o tecido conjuntivo 
da derme dá origem à lâmina 
própria da mucosa. Os pelos 
rígidos e curtos (vibrissas) 
e a secreção das glândulas 
sebáceas e sudoríparas 
existentes no vestíbulo 
constituem uma bar-
reira à penetração de 
partículas grosseiras 
nas vias respiratórias.
A porção posterior da cavidade na-
sal é revestida por epitélio colunar 
pseudoestratificado ciliado (epité-
lio respiratório) rico em células cali-
ciformes, diferentemente do vestíbu-
lo e da região olfativa. Esta é a maior 
porção das fossas nasais. O teci-
do conjuntivo subepitelial (lâmina 
própria) é ricamente vascularizado, 
tem muitas glândulas seromucosas, 
cuja secreção é lançada na superfície 
do epitélio, e abundantes elementos 
linfoides, incluindo linfonodos oca-
sionais, mastócitos e plasmócitos. Os 
anticorpos produzidos pelos plasmó-
citos (IgA, IgE e IgG) protegem a mu-
cosa nasal contra antígenos inspira-
dos, assim como contra a invasão de 
micróbios.
7APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
NA PRÁTICA! durante um atendimen-
to em PS, ao chegar um paciente com 
relato de epistaxe você deve saber 
que normalmente, esses sangramen-
tos ocorrem na região ânteroinferior 
do septo nasal, também conhecida 
como área de Kiesselbach, local rico 
em anastomoses de artérias que irri-
gam a mucosa nasal. Quando presen-
te, a exteriorização do sangue pode ser 
controlada fazendo pressão sobre esta 
região ou enchendo a cavidade na-
sal com algodão, gerando assim uma 
oclusão da área lesada.
A área olfatória é uma região situada 
na parte superior das fossas nasais, 
sendo responsável pela sensibilida-
de olfatória. Essa área é revestida 
pelo epitélio olfatório e conjuntos 
de axônios, além de uma lâmina pró-
pria subjacente de tecido conjuntivo 
de frouxo a denso, não modelado, 
ricamente vascularizado e firme-
mente aderido ao periósteo, que 
contém as glândulas de Bowman, 
secretoras de fluidos que criam uma 
corrente líquida contínua, que limpa 
os cílios das células olfatórias, facili-
tando o acesso de novas substâncias 
odoríferas. O neuroepitélio colunar 
pseudoestratificado é formado por 
três tipos celulares, que contém os 
quimiorreceptores da olfação: células 
de sustentação, células olfativas e cé-
lulas basais.
Figura 1. epitélio pseudoestratificado colunar ciliado. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, 
P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
8APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
• Células de sustentação: são cé-
lulas colunares prismáticas com 
microvilosidades apicais, que se 
projetam para dentro da camada 
de muco que cobre o epitélio. Seus 
núcleos, ovais, ficam no terço apical 
da célula e o citoplasma é compos-
to por grânulos de secreção con-
tendo um pigmento amarelo-acas-
tanhado, característico da mucosa 
olfativa. Acredita-se que estas cé-
lulas promovam a sustentação fí-
sica, nutrição e isolamento elé-
trico para as células olfativas.
• Células olfativas: são neurônios 
bipolares com núcleos localizados 
inferiormente, cujo aspecto api-
cal de sua terminação dendrítica é 
modificada, formando dilatações 
elevadas (vesícula olfativa) e 6 
a 8 cílios olfativos, longos e sem 
motilidade, que se colocam sobre 
a superfície livre do epitélio.Os 
axônios que nascem nas porções 
basais desses neurônios sensoriais 
reúnem–se em pequenos feixes, 
dirigindo-se para o sistema ner-
voso central. Cada axônio, apesar 
de ser amielínico, tem uma bainha 
composta por células de Schwann. 
As fibras nervosas cruzam a pla-
ca cribriforme no teto da cavidade 
nasal estabelecendo sinapses com 
neurônios secundários no bulbo 
olfativo.
• Células basais: são pequenas cé-
lulas arredondadas situadas na 
região basal do epitélio, entre as 
células olfatórias e as de susten-
tação; são as células-tronco (stein 
cells) do epitélio olfatório. 
AXÔNIOSGLÂNDULA DE BOWMAN
CÉLULA BASAL
CÉLULA OLFATÓRIA
CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO 
Figura 2. Área olfatória. Fonte: GARTNER, Leslie P. Tratado de histologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
9APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Durante o processo de inspiração, a 
mucosa nasal, úmida, filtra o ar fazen-
do com que partículas, tais como as 
de poeira, se prendam ao muco pro-
duzido pelas células caliciformes do 
epitélio e pelas glândulas seromuco-
sas da lâmina própria. Como os cílios 
das células colunares ciliadas não al-
cançam a camada de muco, seu mo-
vimento fica restrito à camada de flui-
do seroso. Ao se moverem no fluido 
aquoso, os cílios varrem junto o muco 
(fenômeno denominado “hidroplana-
gem”) na interface dos dois fluidos. 
Desta maneira, os cílios levam as par-
tículas presas no muco para a faringe 
onde são deglutidas ou expectora-
das. Além de filtrado, o ar também é 
aquecido e umedecido ao passar so-
bre a mucosa, que é mantida quente 
e úmida por sua rica vascularização. 
Leitos capilares originários destes va-
sos se colocam logo abaixo do epité-
lio. O fluxo do sangue indo da parte 
posterior para a anterior, em sentido 
antiparalelo ao fluxo do ar, promove 
a transferência contínua de calor para 
o ar inspirado por um mecanismo de 
contracorrente.
O epitélio olfativo é responsável pela 
percepção de odores, e também dá 
uma contribuição importante para o 
sentido da discriminação do gosto. 
As moléculas de substâncias odo-
ríferas dissolvidas no fluido seroso 
ligam-se a seu receptor específico. 
Quando o limiar de receptores para 
odor é alcançado, a célula olfativa 
é estimulada gerando um potencial 
de ação, e a informação é transmiti-
da através de seu axônio para o bul-
bo olfativo, uma projeção do sistema 
nervoso central, onde ela é proces-
sada. Do mesmo modo que os antí-
genos, que podem ter vários epíto-
pos, cada um dos quais se liga a um 
anticorpo específico, as substâncias 
odoríferas possuem várias pequenas 
regiões, cada uma das quais se liga a 
um receptor específico para um odor. 
Assim, uma determinada substância 
odorífera pode ligar-se a várias molé-
culas receptoras de odor, ativando um 
certo número de neurônios olfativos 
e fornecendo informação para vários 
glomérulos. Vale ressaltar que um de-
terminado glomérulo pode participar 
do reconhecimento de vários aromas. 
A fim de impedir que um único estí-
mulo produza respostas repetidas, o 
fluxo continuado de fluido seroso das 
glândulas de Bowman limpa cons-
tantemente os cílios olfativos.
NA PRÁTICA! o espirro é um mecanis-
mo reflexo de expulsão súbita e explosi-
va de ar da cavidade nasal, removendo 
determinado irritante químico ou parti-
culado da passagem aérea.
Seios paranasais
Os seios paranasais representam 
espaços de comunicação com a 
cavidade nasal forrados com mu-
coperiósteo, formada pelos ossos do 
crânio, etmoide, esfenoide, frontal e 
10APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
maxilar, sendo revestidas por epitélio 
respiratório com numerosas células 
colunares ciliadas cujos cílios varrem 
a camada de muco em direção da ca-
vidade nasal e com poucas células 
caliciformes. Sua lâmina própria de 
tecido conjuntivo é fundida com o pe-
riósteo e contém pequenas glândulas 
seromucosas e elementos linfoides.
Nasofaringe
A nasofaringe é a primeira parte 
da faringe, estrutura que começa na 
cóana e estende-se até a abertura 
da laringe, que se subdivide em naso, 
oro e laringofaringe. 
A nasofaringe, que é separada in-
completamente da orofaringe pelo 
palato mole, é revestida por epitélio 
respiratório, enquanto a orofarin-
ge e a laringofaringe são revestidas 
por epitélio pavimentoso estrati-
ficado. A lâmina própria da nasofa-
ringe é composta por tecido conjun-
tivo variando de frouxo a denso não 
modelado, vascularizado, contendo 
glândulas seromucosas e elementos 
linfoides. Ela se funde com o epimí-
sio dos componentes do músculo es-
quelético da faringe. A lâmina própria 
do aspecto posterior da nasofaringe 
contém as tonsilas faríngeas, uma 
coleção não encapsulada de tecido 
linfático.
Laringe
A laringe é um tubo cilíndrico rígido 
de forma irregular com 4 cm de com-
primento e aproximadamente 4 cm 
de diâmetro que une a faringe à tra-
queia e é responsável pela fonação 
e por impedir a entrada de comida 
e fluido no sistema respiratório. A 
parede da laringe é reforçada por vá-
rias cartilagens hialinas (tireoide, 
cricoide e aritenoide) e cartilagens 
elásticas (epiglote, corniculada e 
cuneiforme) unidas entre si por te-
cido conjuntivo fibroelástico. As car-
tilagens mantêm o lúmen da larin-
ge sempre aberto, garantindo a livre 
passagem do ar.
A laringe é revestida por epitélio co-
lunar pseudoestratificado ciliado, 
com exceção da superfície superior 
da epiglote e das cordas vocais, co-
bertas por epitélio pavimentoso es-
tratificado não queratinizado. Os 
cílios da laringe batem em direção da 
faringe transportando muco e partícu-
las presas em direção da boca, onde 
são expectorados ou deglutidos. A lâ-
mina própria é rica em fibras elásticas 
e contém pequenas glândulas mistas 
(serosas e mucosas). Essas glândulas 
não são encontradas nas cordas vo-
cais verdadeiras. Na laringe não exis-
te uma submucosa bem definida.
11APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Figura 3. Epitélio estratificado pavimentoso não quera-
tinizado da laringe. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEI-
RO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
Figura 4. Epitélio respiratório da laringe. Fonte: JUN-
QUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, 
P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2017. 
SE LIGA! durante a respiração, a epi-
glote fica em posição vertical permitin-
do o fluxo de ar. Mas, na deglutição de 
comida, fluidos ou saliva, ela assume 
uma posição horizontal fechando o ádito 
(abertura) laríngeo. 
SE LIGA! na luz da laringe existem duas 
pregas semelhantes a prateleiras, as 
pregas vestibulares, superiores e imó-
veis, com lâmina própria, constituída por 
tecido conjuntivo frouxo, e as cordas vo-
cais, inferiores, com borda livre reforçada 
por tecido conjuntivo denso modelado e 
por tecido elástico, o ligamento vocal. 
O músculo vocal, preso ao ligamento 
vocal, auxilia os outros músculos intrín-
secos da laringe a alterar a tensão das 
cordas vocais e regular a largura do es-
paço entre as cordas vocais (rima glot-
tidis), tornando possível controlar com 
precisão a vibração das bordas livres in-
duzida pelo ar expirado. Durante a res-
piração silenciosa, as cordas vocais são 
abduzidas parcialmente (tracionadas 
para fora) e durante a inspiração força-
da, são totalmente abduzidas. Entretan-
to, durante a fonação, as cordas vocais 
são fortemente aduzidas formando um 
espaço estreito entre elas. O movimento 
do ar contra as bordas das cordas vocais 
fortemente aduzidas produz e modula o 
som (mas não a fala, que é formada por 
movimentos da faringe, palato mole, lín-
gua e lábios). Quanto mais longas e rela-
xadas as cordas vocais, mais grave a al-
tura do som. Como, após a puberdade, 
a laringe de um homem é maior do que a 
da mulher, os homens tendem a ter voz 
mais grave do que as mulheres.
12APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
NA PRÁTICA! O indivíduo com larin-
gite, inflamação do tecido da laringe, 
incluindo as cordas vocais, apresenta 
um impedimento na vibração livre dascordas vocais, e isso se apresenta clini-
camente por meio de uma voz rouca ou 
pela capacidade de conseguir apenas 
sussurrar.
NA PRÁTICA! O reflexo da tosse é um 
mecanismo de defesa e manutenção 
da permeabilidade das vias aéreas, 
que promove a eliminação de secreções, 
proteção contra aspiração de corpo es-
tranho, atua como mecanismo de res-
posta à lesão ou disfunção ciliar, além 
de proteger contra arritmias potencial-
mente fatais (aumento da pressão intra-
torácica). A presença de irritantes quí-
micos, ou de partículas, nas passagens 
aéreas superiores incluindo a traqueia e 
brônquios, induz o reflexo da tosse, pro-
duzindo a saída explosiva de ar, o que 
remove o irritante. O reflexo da tosse 
começa com a inspiração de um grande 
volume de ar e o fechamento da epiglote 
e da glote (abdução das cordas vocais), 
seguida por uma poderosa contração 
dos músculos responsáveis pela expira-
ção forçada (músculos intercostais e ab-
dominais). A abertura repentina da glote 
e da epiglote gera uma saída rápida de 
ar, cuja velocidade pode ir além dos 160 
km/h, removendo o irritante com enorme 
força.
Traqueia
A traqueia é uma estrutura tubu-
lar arredondada na porção anterior 
e achatada na posterior com 12 cm 
de comprimento e 2 cm de diâmetro, 
que começa na cartilagem cricoide 
da laringe e termina ao se bifurcar na 
carina formando os brônquios primá-
rios. A parede da traqueia é formada 
por um número variável (16 a 20) de 
cartilagens hialinas, em forma de fer-
radura (anéis em C), com extremida-
des livres voltadas para o lado poste-
rior e ligadas entre si por músculo liso 
traqueal e ligamentos fibroelásticos. 
O pericôndrio de cada anel de car-
tilagem ligado por tecido conjuntivo 
fibroelástico aos pericôndrios ficam 
diretamente acima e abaixo, tornan-
do a traqueia flexível e permitindo seu 
alongamento durante a inspiração. A 
contração do músculo traqueal dimi-
nui o diâmetro da luz da traqueia, o 
que resulta em um fluxo de ar mais 
rápido, auxiliando assim o desloca-
mento, pela tosse, de material es-
tranho (ou muco ou outros irritantes) 
presente na laringe. 
A traqueia é revestida internamente 
por epitélio respiratório e apresenta 
uma lâmina própria de tecido con-
juntivo frouxo subepitelial, rico em 
fibras elásticas com glândulas sero-
mucosas, cujos ductos se abrem no 
lúmen traqueal. Ela é constituída por 
3 camadas: mucosa, submucosa e 
adventícia. 
A mucosa é constituída por epitélio 
respiratório, tecido conjuntivo subepi-
telial e um feixe relativamente espes-
so de fibras elásticas, que separam 
a mucosa da submucosa. O epitélio 
respiratório está separado da lâmina 
13APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
própria por uma espessa membrana 
basal e é composto por 6 tipos celula-
res: células caliciformes, células colu-
nares ciliadas, células basais, células 
em escova, células serosas e células 
do sistema neuroendócrino difuso 
(DNES).
• Células caliciformes (30%): pro-
duzem mucinógeno, que se torna 
hidratado, e é denominado muci-
na, quando liberado em um am-
biente aquoso. Apresentam um 
tronco basal, estreito onde se en-
contra o núcleo e a maioria das 
organelas, e uma teca expandida 
contendo grânulos de secreção 
contendo mucinógeno. O plasma-
lema apical tem algumas microvi-
losidades curtas grossas.
• Células colunares ciliadas (30%): 
células altas e delgadas com núcleo 
basal e cílios e microvilosidades 
em sua membrana celular apical. O 
citoplasma é rico em mitocôndrias. 
Através da ação dos cílios, estas 
células movem o muco e partículas 
presas a ele em direção da nasofa-
ringe, onde são eliminados.
• Células basais (30%): células bai-
xas, localizadas sobre a membra-
na basal, mas sua superfície apical 
não alcança a luz. São relativamen-
te indiferenciadas e consideradas 
como sendo células-tronco, que 
proliferam e substituem as células 
caliciformes, colunares ciliadas e 
as células em escova mortas.
• Células em escova (3%): células 
mucosas colunares estreitas, com 
microvilosidades altas e peque-
nos grânulos. Sua função é des-
conhecida, mas elas foram asso-
ciadas a terminações nervosas, 
apresentando um papel sensitivo 
ou que seriam simplesmente cé-
lulas caliciformes que liberaram o 
mucinógeno.
• Células serosas (3%): células co-
lunares com microvilosidades api-
cais e grânulos contendo um pro-
duto de secreção elétron-denso de 
composição desconhecida.
• Células DNES ou células de grâ-
nulos pequenos (3-4%): célu-
las com numerosos grânulos em 
seu citoplasma basal. O conteúdo 
destes grânulos é, provavelmen-
te, liberado nos espaços do tecido 
conjuntivo da lâmina própria. Estas 
células são de vários tipos e libe-
ram agentes farmacológicos, que 
se acredita controlarem as fun-
ções de outras células do epitélio 
respiratório. 
A submucosa é constituída por teci-
do conjuntivo denso não modelado 
fibroelástico, contendo numerosas 
glândulas mucosas e seromucosas, 
além de elementos linfoides. Esta re-
gião tem um rico suprimento vascu-
lar, sanguíneo e linfático, cujos ramos 
menores chegam à lâmina própria.
14APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
A adventícia é constituída por anéis 
de cartilagem hialina em forma de C 
e tecido conjuntivo fibroso interposto. 
Esta região é responsável pela anco-
ragem da traqueia às estruturas ad-
jacentes (esôfago e tecido conjuntivo 
do pescoço).
Figura 5. Traqueia. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEI-
RO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
NA PRÁTICA! Metaplasia caracteriza 
um processo de alterações reversíveis 
que, no epitélio respiratório, está as-
sociada a um aumento do número de 
células caliciformes em relação ao das 
células ciliadas. Tal processo decorre de 
exposições crônicas a irritantes como 
fumaça de cigarro e poeira de carvão. O 
aumento do número de células calicifor-
mes promove a formação de uma cama-
da mais espessa de muco para a remo-
ção dos irritantes e a redução do número 
de células ciliadas diminui a velocidade 
da eliminação do muco, o que resulta em 
congestão. Alguns meses após a elimi-
nação dos poluentes, o processo retorna 
à normalidade.
Árvore brônquica
A árvore brônquica começa na bi-
furcação da traqueia, com a forma-
ção dos brônquios primários, direito e 
esquerdo, que se arborizam (formam 
ramos que diminuem gradualmente 
de tamanho). A árvore brônquica é 
constituída por vias aéreas localiza-
das fora dos pulmões (brônquios pri-
mários, brônquios extrapulmonares) 
e por vias localizadas dentro dos pul-
mões: os brônquios intrapulmonares 
(brônquios secundários e terciários), 
bronquíolos, bronquíolos terminais e 
bronquíolos respiratórios. Como as 
vias aéreas diminuem progressiva-
mente de tamanho, observam-se vá-
rias tendências, incluindo uma dimi-
nuição da quantidade de cartilagem, 
do número de glândulas e de células 
caliciformes e da altura das células 
epiteliais e um aumento do músculo 
15APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
liso e do tecido elástico (em relação à 
espessura da parede).
A estrutura dos brônquios primários 
é idêntica à da traqueia, exceto pelo 
seu diâmetro menor e sua parede 
mais delgada. Cada brônquio primá-
rio, acompanhado pelas artérias, veias 
e vasos linfáticos pulmonares, perfu-
ra a raiz do pulmão, sendo o brônquio 
direito mais reto do que o esquerdo. 
O brônquio direito se trifurca dirigin-
do-se para os três lobos do pulmão 
direito, enquanto o brônquio esquer-
do se bifurca e penetra no pulmão 
esquerdo. Estes brônquios penetram, 
então, no parênquima dos pulmões 
passando a constituir os brônquios 
intrapulmonares.
Cada brônquio intrapulmonar (se-
cundários e terciários) constitui a via 
aérea que supre um lobo do pulmão. 
Os anéis cartilaginosos em C nes-
sas vias são substituídos por placas 
irregulares de cartilagem hialina, que 
envolvem completamente a luz dos 
brônquios intrapulmonares, gerando 
um aspecto totalmente arredondado. 
Assim como nos brônquios primários 
Figura 6. Árvore brônquica. Fonte: Sanarflix.16APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
e na traqueia, glândulas seromucosas 
e elementos linfoides estão presen-
tes na lâmina própria e na submuco-
sa dos brônquios intrapulmonares. 
Nódulos linfáticos são particularmen-
te evidentes nos locais em que estas 
vias aéreas se ramificam formando 
brônquios intrapulmonares cada vez 
menores. Os brônquios intrapulmo-
nares menores têm paredes mais fi-
nas, quantidade decrescente de pla-
cas de cartilagem hialina e células do 
revestimento epitelial mais baixas.
Os brônquios secundários, ramos 
diretos dos brônquios primários que 
se dirigem para os lobos pulmona-
res, também são denominados brô-
nquios lobares, sendo 2 no pulmão 
esquerdo e 3 no pulmão direito. Ao 
entrarem nos lobos pulmonares, os 
brônquios secundários subdividem-
-se em ramos menores, os brôn-
quios terciários (segmentares), que 
se arboriza, e vai para uma secção 
definida de tecido pulmonar deno-
minada segmento broncopulmo-
nar. Cada pulmão tem 10 segmentos 
broncopulmonares, que estão com-
pletamente separados um do outro 
por elementos de tecido conjuntivo, 
e são clinicamente importantes nos 
procedimentos cirúrgicos envolvendo 
os pulmões. Os ramos dos brônquios 
intrapulmonares se arborizam e dimi-
nuem de diâmetro, e acabam se tor-
nando bronquíolos.
Figura 7. Brônquios. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 
13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
17APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Cada bronquíolo ou bronquíolo pri-
mário fornece ar para um lóbulo pul-
monar. Geralmente, seu diâmetro é 
descrito como sendo menor do que 
1 mm, apesar de este número va-
riar entre 5 mm e 0,3 mm, segundo 
os diferentes autores. O revestimen-
to epitelial dos bronquíolos varia de 
colunar simples ciliado com células 
caliciformes ocasionais (nos bron-
quíolos maiores), a células cuboides 
simples (muitas com cílios), células 
de Clara ocasionais e ausência de 
células caliciformes (nos bronquío-
los menores).
SE LIGA! as células de Clara são células 
colunares com ápice em domo dotados 
de microvilosidades curtas e grossas. 
Acredita-se que as células de Clara pro-
tejam o epitélio dos bronquíolos reves-
tindo-o com seu produto de secreção. 
Adicionalmente, estas células degradam 
toxinas, presentes no ar inspirado, atra-
vés de enzimas do citocromo P-450 de 
seu retículo endoplasmático liso. Alguns 
pesquisadores também sugeriram que 
elas produzem um material semelhante 
a um surfactante, que abaixa a tensão 
superficial dos bronquíolos tornando 
mais fácil manter aberta sua luz. Além 
disso, dividem-se e regeneram o epitélio 
dos bronquíolos.
Figura 8. Brônquios. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 
13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
18APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
A lâmina própria dos bronquíolos não 
possui glândulas; ela está envolvida 
por uma rede frouxa de camadas he-
licoidais de músculo liso. As paredes 
dos bronquíolos e de seus ramos não 
possuem cartilagem. Fibras elásticas 
irradiam-se do tecido conjuntivo fibro-
elástico, que envolve as capas de mús-
culo liso dos bronquíolos. Estas fibras 
elásticas ligam-se a fibras elásticas que 
se ramificam de outros ramos da árvo-
re brônquica. Durante a inspiração, com 
a expansão do volume do pulmão, as 
fibras elásticas exercem uma tensão 
sobre as paredes dos bronquíolos; ao 
tracionar de modo uniforme, em todas 
as direções, as fibras elásticas ajudam 
a manter aberta a luz dos bronquíolos.
NA PRÁTICA! MSB, 46 anos, sexo fe-
minino, dona de casa, natural de Porto 
Alegre, relata dispneia recorrente des-
de a infância, chiado no peito, dor torá-
cica em aperto e despertares noturnos 
por asma. 
A asma acomete 1-25% da população 
brasileira. Ambulatorialmente e na emer-
gência, muitos pacientes asmáticos vêm 
com esse relato, mas você sabe o por 
quê? As camadas de músculo liso dos 
bronquíolos são controladas pelo siste-
ma nervoso parassimpático e normal-
mente se contraem no fim da expiração 
e relaxam durante a inspiração. Em pa-
cientes com asma, a camada de músculo 
liso passa por uma contração prolongada 
durante a expiração; por este motivo, es-
tes pacientes têm dificuldade de expelir 
o ar dos pulmões. Esteroides e agonistas 
β2-adrenérgicos, relaxam o músculo liso 
dos bronquíolos e são usados com frequ-
ência para aliviar ataques de asma.
Os bronquíolos terminais formam a 
região menor e mais distal da porção 
condutora do sistema respiratório. Eles 
apresentam menos de 0,5 mm e tra-
zem ar para os ácinos pulmonares, sub-
divisões do lóbulo pulmonar. O epitélio 
dos bronquíolos terminais é constituído 
por células de Clara e células cuboides, 
algumas com cílios. A delgada lâmina 
própria é constituída por tecido con-
juntivo fibroelástico e está envolvida 
por uma ou duas camadas de células 
musculares lisas. Fibras elásticas se ir-
radiam da adventícia e, como nos bron-
quíolos, a unem a fibras elásticas que se 
irradiam de outros membros da árvore 
brônquica. Os bronquíolos terminais se 
ramificam dando origem aos bronquío-
los respiratórios.
FIGURA 8: Tecido linfático associado à mucosa.
FONTE: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, 
P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. 
Figura 9. Tecido linfático associado à mucosa. Fonte: 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, 
P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2017. 
19APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Figura 10. Bronquíolos terminais. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: 
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
Figura 11. Bronquíolos terminais. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: 
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
20APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
3. PORÇÃO RESPIRATÓRIA 
DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO
MAPA MENTAL – APARELHO RESPIRATÓRIO - RESPIRAÇÃO
Bronquíolos 
respiratórios
APARELHO 
RESPIRATÓRIO
RESPIRAÇÃO
Ductos alveolares Sacos alveolares Alvéolos
Ep. cuboide simples
Ep. cuboide simples Ep. pavimentoso 
simples
Ep. pavimentoso 
simples
Ep. pavimentoso 
simples
Bronquíolos respiratórios
Cada bronquíolo terminal se subdivi-
de em dois ou mais bronquíolos res-
piratórios que constituem a transição 
entre a porção condutora e a respi-
ratória. O bronquíolo respiratório é 
um tubo curto, às vezes ramificado, 
com estrutura semelhante à do bron-
quíolo terminal, exceto pela existência 
de numerosas expansões saculifor-
mes constituídas por alvéolos, onde 
ocorrem trocas de gases. As porções 
dos bronquíolos respiratórios não 
ocupadas pelos alvéolos são reves-
tidas por epitélio simples que varia 
de colunar baixo a cuboide, poden-
do, ainda, apresentar cílios na porção 
inicial. Esse epitélio simples contém 
também células de Clara. O músculo 
liso e as fibras elásticas formam uma 
camada mais delgada do que a do 
bronquíolo terminal.
21APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Ductos alveolares
À medida que a árvore respiratória se 
prolonga no parênquima pulmonar, 
aumenta o número de alvéolos que se 
abrem no bronquíolo respiratório, até 
que a parede passa a ser constituída 
apenas por alvéolos, e o tubo passa 
a ser chamado de ducto alveolar. 
Tanto os ductos alveolares como 
os alvéolos são revestidos por epi-
télio simples plano cujas células são 
extremamente delgadas. Nas bordas 
dos alvéolos, a lâmina própria apre-
senta feixes de músculo liso, ausen-
tes nos ductos alveolares mais distais. 
Uma matriz rica em fibras elásticas e 
contendo fibras reticulares constitui 
o suporte para os ductos e alvéolos. 
Funcionalmente, as fibras elásticas 
são importantes, porque se disten-
dem durante a inspiração e se con-
traem passivamente na expiração. As 
fibras reticulares servem de suporte 
para os delicados capilares sanguí-
neos interalveolares e para a parede 
dos alvéolos,impedindo a distensão 
excessiva dessas estruturas e even-
tuais lesões. O ducto alveolar termi-
na em um alvéolo único ou em sacos 
alveolares constituídos por diversos 
alvéolos.
Figura 12. Bronquíolos respiratórios. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: 
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
22APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
Alvéolos
Os alvéolos são pequenas bolsas 
semelhantes aos favos de colmeia 
encontradas nos sacos alveolares, 
ductos alveolares e bronquíolos 
respiratórios de parede epitelial del-
gada, que facilita a troca do CO2 do 
sangue pelo O2 do ar inspirado. A 
maior parte do parênquima pulmonar 
é constituída por alvéolos, os quais 
compõem as últimas porções da ár-
vore brônquica. 
A parede alveolar é comum a dois al-
véolos adjacentes, constituindo, por-
tanto, uma parede ou septo interal-
veolar. O septo interalveolar consiste 
em duas camadas de pneumócitos 
(principalmente tipo I) separadas pelo 
interstício de tecido conjuntivo com 
Figura 13. Ductos alveolares. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
Figura 14. Ductos alveolares. Fonte: JUNQUEIRA, L. 
C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia bá-
sica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
23APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
fibras reticulares e elásticas, substân-
cia fundamental e células do conjun-
tivo, e a rede de capilares sanguíneos. 
O septo interalveolar contém a rede 
capilar mais rica do organismo. O ar 
alveolar é separado do sangue capilar 
por quatro estruturas, que são o cito-
plasma do pneumócito tipo I, a lâmi-
na basal dessa célula, a lâmina basal 
do capilar e o citoplasma da célula 
endotelial. Geralmente, as duas lâmi-
nas basais se fundem, formando uma 
membrana basal única.
Figura 15. Alvéolos. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CAR-
NEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto 
e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. 
A parede interalveolar é formada por 
três tipos celulares principais: células 
endoteliais dos capilares, pneumóci-
tos tipo I e pneumócitos tipo II.
• Células endoteliais dos capila-
res: células mais numerosas e com 
núcleo mais alongado que o dos 
pneumócitos. O endotélio é do tipo 
contínuo, não fenestrado.
• Pneumócito tipo I ou célula al-
veolar pavimentosa: apresenta 
núcleo achatado e citoplasma del-
gado, exceto na região perinuclear, 
além de apresentar desmossomos, 
ligando células adjacentes e zônu-
las de oclusão ( junções oclusivas), 
que impedem a passagem de flui-
dos do espaço tecidual (interstício) 
para o interior dos alvéolos. A prin-
cipal função dos pneumócitos tipo 
I é constituir uma barreira de es-
pessura mínima para possibilitar as 
trocas de gases e ao mesmo tempo 
impedir a passagem de líquido.
• Pneumócitos tipo II ou célu-
las septais: localizam-se entre os 
pneumócitos tipo I, com os quais 
formam desmossomos e junções 
motivas. Os pneumócitos tipo II são 
células arredondadas, de núcleo 
esférico e citoplasma não adelga-
çável. Sua principal característica 
são os corpos multilamelares de l 
a 2 μm de diâmetro, elétron-den-
sos, que são os responsáveis pelo 
aspecto vesicular do citoplasma 
à microscopia óptica. Os corpos 
multilamelares contêm fosfolipí-
dios, proteínas, glicosaminoglica-
nos e são continuamente sintetiza-
dos e liberados pela porção apical 
dos pneumócitos tipo II. Os corpos 
lamelares originam o material que 
se espalha sobre a superfície dos 
alvéolos, que forma uma camada 
extracelular nos alvéolos, denomi-
nada surfactante pulmonar. 
24APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
SE LIGA! a camada surfactante pulmonar consiste em 
uma hipofase aquosa e proteica, coberta por uma camada 
monomolecular de fosfolipídios, composta principalmente 
de dipalmitoilfosfatidilcolina e fosfatidilglicerol. O surfactan-
te exerce diversas funções importantes, porém a mais evi-
dente é reduzir a tensão superficial dos alvéolos, o que 
reduz também a força necessária para a inspiração, facili-
tando a respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéo-
los tenderiam a entrar em colapso durante a expiração.
O fluido alveolar é removido para a 
porção condutora pelo movimento 
ciliar, criando uma corrente de líqui-
do, que se mistura com o muco dos 
brônquios, formando o líquido bron-
coalveolar, que auxilia a remoção de 
partículas e substâncias prejudiciais 
que possam penetrar com o ar inspi-
rado. O líquido broncoalveolar contém 
Figura 16. Alvéolos. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
diversas enzimas, como lisozima, co-
lagenase e betaglicuronidase, prova-
velmente produzidas pelos macrófa-
gos alveolares.
Em fetos, essa película surfactante 
lipoproteica aparece nas últimas se-
manas da gestação, na mesma oca-
sião em que aparecem os corpos mul-
tilamelares nos pneumócitos tipo II.
25APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
NA PRÁTICA! Diversos agentes (bac-
térias, vírus, certos medicamentos, dro-
gas ilícitas, como heroína), que causam 
lesão nos pneumócitos tipo 1 e nas cé-
lulas endoteliais dos capilares pulmo-
nares, levam à síndrome do descon-
forto respiratório do adulto, devido a 
um edema intra-alveolar e exsudato de 
fibrina, frequentemente seguidos por 
uma fibrose intersticial (acúmulo de fi-
bras colágenas) que se instala rapida-
mente. Nessa situação, foi observado 
um aumento do RNA mensageiro para 
o colágeno no pulmão, confirmando 
a síntese aumentada dessa proteína. 
Essa síndrome causa alta mortalidade, 
principalmente em pessoas com mais 
de 60 anos de idade.
NA PRÁTICA! A síndrome do descon-
forto respiratório do recém-nascido é 
uma condição mórbida, causada pela 
deficiência em surfactante, que pode 
resultar na morte do recém-nascido. É 
muito mais frequente nas crianças pre-
maturas do que nas nascidas a termo e 
representa a principal causa de morta-
lidade entre os prematuros. O pulmão 
imaturo é deficiente tanto na quantidade 
como na composição do surfactante. No 
recém-nascido normal, o início da respi-
ração coincide com a liberação de grande 
quantidade de surfactante armazenado 
no citoplasma dos pneumócitos tipo II, 
o que diminui a tensão superficial dos 
alvéolos. Isso reduz a força necessária 
para inflar os alvéolos, e o trabalho res-
piratório é menor. Nessa síndrome, a mi-
croscopia mostra que os alvéolos estão 
colabados e os bronquíolos respiratórios 
e ductos alveolares estão distendidos e 
contêm liquido. Um material eosinófilo, 
rico em fibrina, chamado de membrana 
hialina, cobre os ductos alveolares. A 
síntese de surfactante pode ser induzi-
da pela administração de glicocorticoi-
des. Mais recentemente, foi verificado 
que o surfactante tem poder bactericida, 
participando da eliminação de bactérias 
patógenas que cheguem até os alvéolos 
pulmonares. A camada surfactante não 
é estática; ao contrário, ela é renovada 
constantemente. As moléculas de lipo-
proteínas são continuamente removi-
das pelos dois tipos de pneumócitos (I 
e II) por pinocitose e pelos macrófagos 
alveolares.
Macrófagos alveolares
Os macrófagos alveolares, ou célu-
las de poeira, são encontrados no in-
terior dos septos interalveolares e na 
superfície dos alvéolos. Os macrófa-
gos alveolares localizados na camada 
surfactante que limpam a superfície 
do epitélio alveolar são transportados 
para a faringe, de onde são deglutidos.
Os numerosos macrófagos carrega-
dos de partículas de carbono ou de 
poeira, encontrados no tecido conjun-
tivo, em volta dos vasos sanguíneos 
e no conjuntivo da pleura, provavel-
mente não são macrófagos alveola-
res que migraram através do epitélio 
alveolar. O material fagocitado que 
aparece no citoplasma desses ma-
crófagos passou dos alvéolos para o 
interstício dos septos alveolares pela 
atividade pinocitótica dos pneumóci-
tos tipo I.
26APARELHO RESPIRATÓRIO- HISTOLOGIA
4. TROCA GASOSA 
ENTRE OS TECIDOS E OS 
PULMÕES
A circulação funcional/pulmonar é 
representada pelas artérias e veias 
pulmonares. As artérias pulmonares 
transportam sangue venoso para ser 
oxigenado nos alvéolos pulmonares. 
Dentro do pulmão, as artérias pulmo-
nares se ramificam, acompanhando a 
árvore brônquica; os ramos arteriais 
são envolvidos pela adventícia dos 
brônquios e bronquíolos. Na altura 
dos ductos alveolares os ramos arte-
riais originam a rede capilar dos sep-
tos interalveolares. Essa rede capilar 
entra em contato direto com o epitélio 
alveolar. Da rede capilar originam-se 
vênulas que correm isoladas pelo pa-
rênquima pulmonar, afastadas dos 
ductos condutores de ar e penetram 
os septos interlobulares. Após saí-
rem dos lóbulos, as veias contendo 
sangue oxigenado (arterial) acompa-
nham a árvore brônquica, dirigindo-
-se para o hilo.
Figura 17. Alvéolos. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
27APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
O oxigênio se difunde através da bar-
reira hematoaérea, vai para a luz dos 
capilares e se liga à porção heme da 
hemoglobina das hemácias, forman-
do oxi-hemoglobina. O CO2 deixa 
o sangue, difunde-se pela barreira 
hematoaérea e vai para a luz dos al-
véolos e sai dos espaços alveolares 
com a expiração do ar rico em CO2. A 
passagem de O2 e CO2 pela barreira 
hematoaérea ocorre por difusão pas-
siva em resposta às pressões parciais 
destes gases no sangue e na luz dos 
alvéolos. Aproximadamente 200 ml 
de CO2 por minuto são formados pe-
las células do corpo. O CO2 vai para a 
corrente sanguínea e é transportado 
de três formas: como gás dissolvido 
no plasma (20 ml), que se difunde 
para o citosol dos eritrócitos; ligado à 
hemoglobina (40 ml), que apesar de 
ser transportado em uma região di-
ferente da molécula da hemoglobina, 
sua capacidade de ligação é maior na 
Figura 18. Barreira alveolocapilar. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: 
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
28APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
ausência do que na presença de O2 
na porção heme; e como bicarbonato 
do plasma (140 ml), devido a combi-
nação do CO2 com H2O, numa rea-
ção catalisada pela enzima anidrase 
carbônica, formando ácido carbôni-
co, que se dissocia no íon hidrogênio 
(H+) ligando-se à hemoglobina e no 
íon bicarbonato (HCO3-), que sai da 
hemácia e vai para o plasma. A fim de 
manter o equilíbrio iônico, o íon clore-
to (Cl-) do plasma entra no eritrócito; 
esta troca entre os íons bicarbonato e 
cloreto é denominada desvio do clo-
reto. O sangue rico em bicarbonato 
vai para os pulmões através das ar-
térias pulmonares. Como o nível de 
CO2 no sangue é maior do que na luz 
dos alvéolos, o CO2 é liberado (se-
guindo um gradiente de concentra-
ção). O mecanismo da liberação é o 
oposto das reações anteriores. 
A circulação sistêmica que nutre o 
sistema respiratório é formada pelas 
artérias e as veias brônquicas, que 
levam sangue com nutrientes e oxi-
gênio para todo o parênquima pul-
monar. Os ramos da artéria brônquica 
acompanham a árvore brônquica até 
os bronquíolos respiratórios, onde se 
anastomosam com pequenos ramos 
da artéria pulmonar.
NA PRÁTICA! Na insuficiência cardí-
aca congestiva, os pulmões tornam-se 
congestionados com sangue, em con-
sequência da redução da capacidade de 
bombeamento do coração. Devido ao 
acúmulo de sangue, as paredes dos ca-
pilares se rompem e hemácias escapam 
para dentro dos alvéolos, onde são fa-
gocitadas pelos macrófagos alveolares. 
Algumas situações levam a um aumento 
na síntese de colágeno tipo 1 no tecido 
conjuntivo dos septos interalveolares, 
causando forte desconforto respiratório 
decorrente da fibrose intersticial.
5. CAVIDADES PLEURAIS 
E MECANISMO DE 
VENTILAÇÃO
A caixa torácica está dividida em ca-
vidade torácica revestida por uma 
membrana serosa, a pleura, compos-
ta por epitélio pavimentoso simples 
e tecido conjuntivo subseroso e me-
diastino. Pode imaginar-se a pleura 
como sendo um balão inflado; ao de-
senvolver-se, o pulmão faz pressão 
contra esta membrana serosa, como 
se fosse um punho empurrando a su-
perfície externa de um balão. Desta 
maneira, uma parte da pleura, a pleu-
ra visceral, reveste e adere ao pul-
mão, enquanto o restante da pleura, 
a pleura parietal, reveste e adere às 
paredes da cavidade torácica. 
O espaço entre a pleura visceral e a 
pleura parietal é denominado cavi-
dade pleural. Este espaço contém 
uma pequena quantidade de fluido 
seroso (produzido pelas membranas 
29APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
serosas) que torna possível o movi-
mento, quase sem fricção, dos pul-
mões durante a ventilação (respira-
ção), que envolve a movimentação de 
ar para dentro (inspiração) e para fora 
(expiração) dos pulmões.
Pleura
A pleura se assemelha a um balão in-
flado e é formada por dois folhetos, e 
pleura parietal, que reveste e adere 
às paredes da cavidade torácica e a 
pleura visceral, que reveste e adere 
ao pulmão, sendo ambas contínuas 
na região do hilo do pulmão. Tais fo-
lhetos são formados por mesotélio e 
uma fina camada de tecido conjun-
tivo, que contém fibras colágenas e 
elásticas. As fibras elásticas do folhe-
to visceral se continuam com as do 
parênquima pulmonar.
O espaço entre a pleura visceral e a 
pleura parietal é denominado cavida-
de pleural. Este espaço contém uma 
pequena quantidade de fluido seroso 
(produzido pelas membranas sero-
sas) que torna possível o movimento, 
quase sem fricção, dos pulmões du-
rante a ventilação (respiração), que 
envolve a movimentação de ar para 
dentro (inspiração) e para fora (expi-
ração) dos pulmões.
SAIBA MAIS!
A pleura, assim como o revestimento de outras cavidades serosas (peritônio e pericárdio), é 
uma estrutura de grande permeabilidade, o que explica a frequência de acúmulo de líquidos 
entre os dois folhetos pleurais (derrame pleural). Esse líquido deriva do plasma sanguíneo 
por transudação através da parede dos capilares, provocada por processos patológicos. Em 
contrapartida, em determinadas condições, líquidos ou gases contidos na cavidade da pleura 
são rapidamente absorvidos.
Mecanismo de ventilação
Os pulmões podem ser expandidos e 
contraídos por 2 maneiras: por movi-
mentos de subida e descida do dia-
fragma.; e pela elevação e depressão 
das costelas. O centro respiratório, 
localizado no bulbo do tronco cere-
bral, é sensível a variação da pres-
são do gás carbônico (PCO2), de 
modo que elevações na pressão par-
cial sanguínea (PaCO2) desse gás 
estimulam, via nervo frênico, a con-
tração do diafragma e da muscula-
tura acessória da respiração – esses 
últimos em situações de aumento da 
necessidade de trabalho respiratório 
(em especial a musculatura intercos-
tal via nervos intercostais).
A inspiração ocorre quando a pres-
são alveolar se torna menor do que 
a pressão atmosférica. É um proces-
so que necessita de energia, pois 
30APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
demanda a contração do diafragma, 
músculo inervado pelo nervo frênico 
(raízes de C3-C5), aumenta o volume 
da caixa torácica com consequente 
geração de uma pressão pleural “ne-
gativa” que gera o gradiente para o 
influxo aéreo aos pulmões. A contra-
ção causa o movimento do conteúdo 
abdominal para baixo e para frente 
ao mesmo tempo em que aumenta o 
diâmetro anteroposterior e látero-la-
teral do tórax.
A expiração é um processo espontâ-
neo, ou seja, ocorre de maneira passi-
va pelas forças de retração elástica do 
pulmão e relaxamento do diafragma, 
a não ser em situações específicas em 
que haja limitação a esse efluxo aéreo 
(obstrução ao fluxo), quando pode ser 
necessário esforço expiratório.
MÚSCULOS DA INSPIRAÇÃO ELEVAM A CAIXA 
TORÁCICA
MÚSCULOS DA EXPIRAÇÃO DEPRIMEM A CAIXA 
TORÁCICA
Intercostais externos
Esternocleidomastoideos
Serráteis anteriores
Escalenos
Reto abdominal
Intercostais internos
Tabela1. Músculos da respiração.
A medida da distensibilidade dos pul-
mões é denominada complacência. 
Quanto maior a complacência, mais 
distensível é o pulmão; quanto me-
nor, mais rígido. Existem algumas si-
tuações que alteram a complacência, 
como: idade avançada; enfisema e 
fibrose intersticial; aumento da pres-
são venosa pulmonar; edema alveo-
lar; entre outras. Doenças da parede 
que causem rigidez e espasticidade 
muscular diminuem a complacência, 
assim como laparotomias medianas e 
cirurgias cardíacas.
Os volumes e capacidades que os 
pulmões apresentam variam com o 
processo ventilatório, sendo registra-
dos por meio da espirometria.
• Volume corrente (VC ~ 500ml): 
volume de ar inspirado ou expira-
do, em cada respiração normal.
• Volume de reserva inspiratória 
(VRI ~ 3000ml): volume extra de 
ar que pode ser inspirado, além do 
volume corrente – inspiração com 
força total.
• Volume de reserva expiratória 
(VRE ~ 1100ml): máximo volu-
me extra de ar que pode ser ex-
pirado na expiração forçada.
• Volume residual (VR ~ 1200ml): 
volume de ar que fica nos pulmões, 
após a expiração mais forçada.
31APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
• Capacidade inspiratória (CI = VC 
+ VRI ~ 3500ml): quantidade de 
ar que se pode respirar, começan-
do a partir do nível expiratório nor-
mal e distendendo os pulmões até 
seu máximo.
• Capacidade residual funcional 
(CRF = VRE + VR ~ 2300ml): 
quantidade de ar que permanece 
nos pulmões ao final de expiração 
normal.
• Capacidade vital (CV = VRI + VC 
+ VRE ~ 4600ml): quantidade 
máxima de ar que a pessoa pode 
expelir dos pulmões, após primeiro 
enchê-los à sua extensão máxima 
e então expirar, também à sua ex-
tensão máxima.
• Capacidade pulmonar total (CPT 
= CV + VR ~ 5800ml): volume má-
ximo a que os pulmões podem ser 
expandidos com o maior esforço.
Figura 19. Volumes e capacidades dos pulmões. Fonte: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall trata-
do de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
32APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
O controle neural local da muscu-
latura bronquiolar, com efeito dire-
to de dilatação dos bronquíolos, feito 
pelas fibras nervosas simpáticas é 
relativamente fraco porque poucas 
dessas fibras penetram nas porções 
centrais dos pulmões. Entretanto, a 
árvore brônquica é muito mais ex-
posta à norepinefrina e epinefrina, 
liberadas na corrente sanguínea pela 
estimulação simpática da medula da 
glândula adrenal – estímulo dos re-
ceptores beta adrenérgicos causan-
do dilatação da árvore brônquica. A 
constrição parassimpática, por ou-
tro lado, envolve poucas fibras, deri-
vadas do nervo vago, que penetram 
no parênquima pulmonar. Esses ner-
vos secretam acetilcolina e, quando 
ativados, causam constrição leve à 
moderada dos bronquíolos.
Figura 20. Volumes e capacidades dos pulmões. Fonte: HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall trata-
do de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
33APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
SAIBA MAIS!
Diversas substâncias formadas nos próprios pulmões são, com frequência, muito ativas em 
produzir a constrição bronquiolar. Duas das mais importantes dessas são a histamina e a 
substância de reação lenta da anafilaxia. Ambas são liberadas pelos mastócitos dos teci-
dos pulmonares, durante reações alérgicas, especialmente as causadas por pólen no ar.
NA PRÁTICA! Pacientes com polio-
mielite podem desenvolver um enfra-
quecimento dos músculos da respira-
ção, a ponto dos músculos acessórios 
se hipertrofiarem, pois acabam se tor-
nando responsáveis pela elevação da 
caixa torácica. Em outras doenças, como 
a miastenia grave e a síndrome de 
Guillain-Barré, a fraqueza dos múscu-
los respiratórios e dos músculos aces-
sórios da respiração pode levar à insu-
ficiência respiratória e à morte, apesar 
de os pulmões estarem funcionalmente 
normais.
34APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
MAPA MENTAL: APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
APARELHO 
RESPIRATÓRIO
CONDUÇÃO
RESPIRAÇÃO
Bronquíolos respiratórios Ductos alveolares Sacos alveolares Alvéolos
Ep. cuboide simples
Ep. cuboide simples
Ep. pavimentoso simples Ep. pavimentoso simples
Ep. pavimentoso simples
Extrapulmonar
Intrapulmonar
Bronquíolos primários
Bronquíolos 
secundários
Bronquíolos terminais
Ep. respiratório
Ep. colunar simples 
a cuboide simples
Ep. cuboide simples
Vestíbulo nasal
Nasofaringe
Traqueia
Cavidade nasal
Laringe
Bronquíolos primários
Ep. pavimentoso 
estratificado queratinizado
Ep. respiratório
Ep. respiratório
Ep. olfativo
Ep. respiratório
Ep. pavimentoso estratificado 
não queratinizado
Ep. respiratório
Ep. respiratório
35APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
MAPA MENTAL – APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
APARELHO 
RESPIRATÓRIO
CONCEITOS
Extrapulmonar
ZONAS VENTILAÇÃO
HISTOLOGIAFUNÇÕES
ELASTICIDADE
COMPLACÊNCIA
SURFACTANTE
Ep. respiratório
Ep. olfativo
Epitélio colunar 
pseudo-estratificado 
ciliado
Neuroepitélio colunar 
pseudoestratificado 
Volume corrente
Volume de reserva inspiratória
Volume de reserva expiratória 
Volume residual
Capacidade inspiratória
Capacidade residual funcional 
Capacidade vital 
Capacidade pulmonar total
Volume
Capacidade
TRANSPORTA O2 
PARA O SANGUE
RETIRA CO2
FALA
LIMPA/FILTRA O 
AR INSPIRADO
UMEDECE O AR 
INSPIRADO
AQUECE O AR 
INSPIRADO
OLFATO
Vestíbulo nasal
Cavidade nasal
Nasofaringe
Laringe
Traqueia
Bronquíolos primários
Bronquíolos primários
Bronquíolos 
secundários
Bronquíolos terminais
Bronquíolos 
respiratórios
Sacos alveolares
Alvéolos
Intrapulmonar
Condução
Respiração
36APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2010.
GARTNER, Leslie P. Tratado de histologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 
HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas em correlação com a biologia celu-
lar e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
37APARELHO RESPIRATÓRIO - HISTOLOGIA

Continue navegando