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DLl A laringe, ou caixa de voz, se estende por aproximadamente 5 cm a partir do nível da terceira até a sexta vértebra cervical. Superiormente, esta ́ fixada ao osso hio ́ide, com sua abertura conectada a ̀ parte laríngea da faringe. Inferiormente, a laringe é contínua com a traquéia. O ar inspirado sai da faringe e entra na laringe passando por uma abertura denominada ádito da laringe. Funções: Passagem de ar; Alternador para direcionar o ar e o alimento; Produção da voz; CARTILAGENS DA LARINGE: A estrutura da laringe é composta de um complicado arranjo de nove cartilagens conectadas por membranas e ligamentos. A maior cartilagem é a tireóidea, tomada pela união de dois discos de cartilagem; Todas as cartilagens são de hialina, exceto a cartilagem epiglote, que é de elastina. A cartilagem tireóidea, vista em secção sagital, é incompleta posteriormente Durante o desenvolvimento, as lâminas direita e esquerda da cartilagem: tireóidea fundem-se anteriormente na linha mediana e constituem uma crista saliente, a proeminência laríngea. Essa crista é facilmente vista palpada, e a cartilagem tireóidea é popularmente conhecida como “pomo-de-Adão”. Acima dessa proeminência, as lâminas se separam para formar uma incisura tireóidea superior, em forma de V. A pequena incisura tireóidea inferior é um entalhe raso, situado no meio da margem inferior da cartilagem. A margem posterior de cada lâmina se projeta superiormente, como o corno superior e, inferiormente, como o corno inferior A cartilagem tireóiidea e ́ tipicamente maior em homens do que em mulheres devido a ̀ estimulação do seu crescimento por hormônios sexuais masculinos durante a puberdade. Localizada inferiormente a ̀ cartilagem tireóiidea esta ́ a cartilagem cricóidea, com seu formato de anel, posicionada acima da traqueia e ancorada inferiormente a esta. Esta cartilagem e um anel completo cuja parte posterior e muito expandida, oferecendo sustentação na ausência da cartilagem tireoidea. As cartilagens cricoidea e tireoidea protegem a região da glote e a entrada da traquéia. A parte posterior (sinete) da cartilagem cricóidea é a lâmina da cartilagem cricóidea, e a parte anterior (aro) é o arco da cartilagem cricóidea. Três pares de pequenas cartilagens, chamadas de aritenóideas, cuneiformes e corniculadas, formam partes das paredes laterais e posterior da laringe. As mais importantes são as cartilagens aritenóideas, que, com seu formato de pirâmide, ancoram as pregas vocais. A nona cartilagem, flexível e semelhante a uma colher, e ́ a epiglote (“acima da glote”), composta por cartilagem ela ́stica e quase inteiramente coberta por uma mucosa contendo botões gustativos. A epiglote se estende da parte posterior da língua até o seu local de fixação, na borda anterior da cartilagem tireo ́idea Quando somente ar está fluindo pela laringe, sua entrada e ́ alargada e a epiglote e ́ projetada verticalmente. Durante a deglutição a laringe é tracionada superiormente e a epiglote e ́ deslocada para cobrir a entrada da laringe. Assim, a epiglote e ́ conhecida como a guardiã das vias aéreas por evitar a entrada do alimento nas vias respirato ́rias mais inferiores. Qualquer substância que entre na laringe, com exceção do ar, inicia o reflexo da tosse, que atua com o objetivo de expelir esta substância. Este reflexo protetor na ̃o funciona quando se está inconsciente; por isso, na ̃o se deve administrar líquidos a uma pessoa inconsciente enquanto tenta reanima ́-lá. Posicionados sob a mucosa, em cada lado da laringe, estão os ligamentos vocais, que fixam as cartilagens aritenóideas à cartilagem tireóidea. Estes ligamentos, compostos principalmente por fibras elásticas, formam o nu ́cleo de cordas mucosas chamadas de pregas vocais, ou pregas verdadeiras, que parecem ligeiramente esbranquic ̧adasde devido à escassez de vasos sanguíneos. As pregas vocais vibram, produzindo sons enquanto o ar é expelido pelos pulmões. As pregas vocais e a abertura me- dial entre elas, por onde o ar passa, são chamadas de glote. Superiormente as pregas vocais esta ́ um par semelhante de pregas mucosas chamadas de pregas vestibulares, ou pregas falsas. Elas não exercem nenhuma função na produção de sons, mas ajudam a fechar a glote durante a deglutição. A parte superior da laringe, uma área sujeita ao contato com o alimento, é revestida por epitélio plano estratificado. Abaixo das pregas vocais, o epitélio é do tipo pseudoestratificado colunar ciliado, atuando como um filtro para poeira e outras substâncias. LIGAMENTOS DA LARINGE: Vias aéreas inferiores; Laringe A margem superior e os cornos superiores se fixam ao hioide por meio da membrana tíreo-hióidea. A parte mediana espessa dessa membrana é o ligamento tíreo-hióideo mediano e suas partes laterais são os ligamentos tíreo-hióideos laterais. A cartilagem cricóidea é muito menor, porém, mais espessa e forte do que a cartilagem tireóidea. A cartilagem cricóidea se fixa na margem inferior da cartilagem tireóidea por meio do ligamento cricotireóideo mediano e na primeira cartilagem da traqueia por meio do ligamento cricotraqueal. Esse ligamento cricotireóideo pode ser sentido como um ponto mole, durante a palpação abaixo da cartilagem tireóidea, onde a laringe está mais próxima da pele e mais acessível.. Uma série de ligamentos intrínsecos une todas as noves cartilagens que formam a laringe. Ligamentos extrínsecos unem a cartilagem tireóidea ao hióide e a cartilagem cricóidea à traquéia. Os ligamentos vestibulares e os ligamentos vocais estendem- se entre a cartilagem tireóidea e as aritenóideas. Os ligamentos vocais e vestibulares são recobertos por pregas do epitélio da laringe que se projetam em direção à glote; Os ligamentos vestibulares situam-se no interior do par de pregas superiores conhecidas como pregas vestibulares, que são relativamento inelásticas, ajudam a impedir que corpos estranhos entrem na região da glote e oferecem proteção às pregas vocais. As pregas vocais são elásticas, pois o ligamento vocal é tecido elástico, logo, estão envolvidas na produção do som. INTERIOR DA LARINGE: Vestíbulo da laringe: entre o ádito e as pregas vestibulares; Parte média da cavidade da laringe: a cavidade central, entra as pregas vestibulares e vocais; Ventrículo da laringe: recesso que se estende lateralmente a partir da parte média da cavidade da laringe, entre as pregas vestibulares e vocais. O sáculo da laringe é uma bolsa cega que se abre em cada ventrículo revestida por glândulas mucosas. PRODUÇÃO DO SOM: A passagem do ar através da glote determina a vibração das pregas vocais e produz ondas sonoras. A frequência do som depende do: Diâmetro; Comprimento Tensão das pregas: controlada pela contração dos músculos voluntários que mudam as posições relativas da cartilagem tireóidea e aritenóideas. Quando a distância aumenta, as pregas vocais ficam tensas e a frequência aumenta; já quando a distância diminui, as pregas vocais relaxam e a frequência diminui. Quando o diâmetro e o comprimento é maior, a frequência é reduzida (agudo), quando o diâmetro e o comprimento é menor, a frequência aumenta (grave). As crianças com pregas vocais curtas e delgadas, apresenta voz mais agudas, portanto, com frequência reduzida. Na puberdade, a laringe masculina aumenta em relação à feminina, logo, apresenta pregas vocais maiores e mais espessas, produzindo tons mais baixos em relação as mulheres. Quando os músculos cricoaritenóides posteriores contraem, afasta as pregas vocais, abrindo a rima da glote, no movimento de abdução. Quando os músculos cricoaritrnóides laterais contraem, fecha a rima da glote, no movimento de adução. Observação: a ampliaçãoe os ecos do som ocorrem na faringe, cavidade oral, nasal e nos seios paranasais. A produção final de diferentes padrões de sons e ressonâncias dependem dos movimento voluntários da língua, lábios, bochechas, gerando os fonemas. MÚSCULOS DA LARINGE: A laringe contém 2 tipos de músculos: intrínsecos e extrínsecos; Os músculos intrínsecos apresentam duas funções: movem as partes laríngeas, alterando o comprimento e a tensão das pregas vocais e o tamanho e o formato da rima da glote. Todos os músculos intrínsecos da laringe são supridos pelo nervo laríngeo recorrente, um ramo do NC X, com exceção de um. O músculo cricotireóideo é suprido pelo ramo externo, um dos dois ramos terminais do nervo laríngeo superior Regula a tensão nas cordas vocais: inserem na cartilagem tireóidea, aritenóides e corniculadas; Fechamento da rima da glote: dependem do movimento de rotação das cartilagem aritenóideas, que aproximam ou afastam as pregas vocais. Os músculos extrínsecos da laringe posiciona e estabiliza a laringe, movem a laringe como um todo. Os músculos infra- hióideos abaixam o hioide e a laringe, enquanto os músculos supra-hióideos e estilofaríngeo são levantadores do hioide e da laringe. Durante a deglutição, os músculos extrínsecos e intrínsecos cooperam para evitar entrada de alimentos pela glote. Antes da deglutição, o material é triturada e mastigado até tornar-se um bolo alimentar. Os músculos extrínsecos então, elevam a laringe, dobrando a epiglote sobre o ádito da laringe, fazendo o bolo deslizar pela superfície da epiglote e não penetrar na laringe. Durante esse movimento, os músculos intrínsecos fecham a glote. INERVAÇÃO: Teoria mioelástica e aerodinâmica: inicalmente, há o fechamento completa das pregas vocais. O fluxo expiratório encontrada, então, uma barreira no nível glótico (resistência glótica) que acaba gerendo uma pressão subglóticas, que cresce até vencer a resistência glótica e deslocar as pregas vocais, gerando a abertura e criando um fluxo de ar que passa pelas cordas vocais; O nervo vago origina o nervo laríngeo recorrente e o nervo laríngeo superior, ambos contendo fibras mistas; O nervo laríngeo superior: Ramo externo: fibras motoras responsável pela motricidade do músculo cricotireóide e do músculo constritor inferior da faringe. Ramo interno: fibras sensitivas responsável pela sensibilidade das fibras do nível das pregas vocais para cima, epiglote, base da língua e do dorso da cartilagem aritenóides. O nervo laríngeo recorrente: Ramo anterior: supre os músculos cricoaritenóide lateral e tireoaritenoídeo Ramo posterior: supre o músculo cricoaritenóide posterior e os aritenóides. A traquéia descende a partir da laringe ao longo do pescoço, segue até o mediastino e termina com a sua bifurcação em dois brônquios principais no tóraz medial. Em humanos, apresenta 10 a 12 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, sendo muito flexível e mo ́vel. Interessante é que os primeiros anatomistas erroneamente consideravam a traquéia como uma arte ́ria de parede irregular. A parede da traque ́ia é constituída por várias camadas comuns a muitos órgãos com estrutura tubular – mucosa, submucosa e adventi ́cia. O revestimento da traquéia consiste em epitélio respiratório sobreposto a uma camada de tecido conectivo frouxo denominada de lâmina própria, com fibras elásticas e reticulares. A lâmina própria separa o epitélio respiratório das cartilagens subjacente. O epitélio e a lâmina própria são interdependentes e a combinação é um exemplo de túnica mucosa. A camada mucosa apresenta um epite ́lio pseudo-estratificado ciliado e células caliciformes na maior parte do trato respiratório. Os cílios desta camada propelem continuamente o muco contendo partículas residuais em direção à faringe. Este epitélio está sobreposto a uma camada ligeiramente espessa de membrana basal, rica em fibras ela ́sticas A submucosa, uma camada de tecido conjuntivo mais profunda que a mucosa, contém glândulas seromucosas que ajudam a produzir o “manto” de muco dentro da traqueia.. Além disso, a tela submucosa contém glândulas mucosas que se comunicam com a superfície epitelial por meio dos ductos secretores. A camada adventícia, mais externa e tambe ́m formada por tecido conjuntivo, é reforçada internamente por 16 a 20 ane ́is com formato de “C” constitui ́dos por cartilagem hialina. – cartilagens traqueais. Cada cartilagem traqueal está ligada á cartilagem adjacente por ligamentos anulares elásticos. As cartilagens traqieais enrijecem as paredes traqueiais, protegem a via aérea e evitam o colabamento decorrentes das modificações de pressão no interior do sistema respiratório. Devido a seus elementos ela ́sticos, a traquéia é flexível o suficiente para se estirar e mover inferiormente durante a inspiração e retornar durante a expiração. Entretanto, os ane ́is de cartilagem previnem o seu colabamento, mantendo as vias ae ́reas abertas, apesar das mudanças de pressão durante o ciclo ventilatório. As partes abertas posteriores dos ane ́is de cartilagem, adjacentes ao esôfago, são preenchidas por fibras de mu ́sculo liso do músculo traqueal e por tecido conjuntivo mole.. Esta porção da parede da traquéia não é ri ́gida, permitindo, assim, que o esôfago seja ampliado anteriormente enquanto o alimento deglutido passa por ali. A contração do músculo traqueal diminui o dia ̂metro da traquéia, fazendo com que o ar expirado seja exalado dos pulmões com maior intensidade. ou seja, reduzem a resistência do fluxo aéreo. A estimulação simpática produz o relaxamento do músculo traqueal, aumentando o diâmetro da traqueia e facilitando a movimentação de grandes volumes de ar pelas vias respiratórias. Traqueia Qual a vantagem de a cartilagem traqueal não ter anéis completos entre a traqueia e o esôfago: Os 16 a 20 anéis horizontais incompletos de cartilagem hialina se assemelham à letra C, estão empilhados uns sobre os outros e estão ligados por tecido conjuntivo denso. Podem ser palpados através da pele inferiormente à laringe. A parte aberta de cada anel de cartilagem em formato de C está voltada posteriormente em direção ao esôfago e é cruzada por um uma membrana fibromuscular. Nessa membrana estão fibras musculares lisas transversais – chamadas músculo traqueal – e tecido conjuntivo elástico, que possibilita que o diâmetro da traqueia mude sutilmente durante a inspiração e a expiração; isso é importante para manter o fluxo de ar eficiente. Os sólidos anéis de cartilagem em formato de C fornecem um suporte semirrígido para manter a desobstrução de modo que a parede traqueal não colapse para dentro (especialmente durante a inspiração) obstruindo a passagem de ar. A túnica adventícia da traqueia é composta por tecido conjuntivo areolar que une a traqueia aos tecidos circunvizinhos. Região a qual as estruturas da zona condutora são substituídas pela zona respiratória. ESTRUTURA DA ZONA CONDUTORA: Os brônquios principais (primários) direito e esquerdo são formados pela divisão da traquéia aproximadamente no nível da sétima vértebra torácica em uma pessoa em pe ́. Cada brônquios segue obliquamente no mediastino antes de mergulhar na depressão medial (hilo) do pulmão de seu próprio lado. O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical que o esquerdo, sendo o local que instala mais objetos estranhos inalados acidentalmente. Quando o ar inspirado atinge os bro ̂nquios, ele já se encontra aquecido, limpo das principais impurezas e saturado com vapor de água. Uma vez dentro dos pulmo ̃es, cada bro ̂nquio principal é subdividido em brônquios lobares (secundários) – três à direita e dois à esquerda – um para cada lobo pulmonar. Osbrônquios lobares se ramificam em brônquios segmentares de terceira ordem, que se dividem repetidamente em brônquios cada vez menores (quarta ordem, quinta ordem, etc.) no total, há 23 ordens de ramificações. As vias menores que 1 mm de dia ̂metro são chamadas de bronquíolos (“pequenos brônquios”), e as menores que 0,5 mm de diâmetro, de bronqui ́olos terminais. Devido a este padrão de ramificações, a rede de condução do ar dentro dos pulmões é freqüentemente chamada de árvore bronquial ou respiratória. A composiça ̃o tecidual das paredes dos bro ̂nquios principais se assemelha a ̀ da traquéia, mas conforme os tubos condutores se tornam menores, ocorre a seguinte modificaça ̃o estrutural: 1) Estrutura de sustentação muda: os anéis de cartilagem são substituídos por placas irregulares de cartilagem; no nível dos bronquíolos, essa cartilagem de sustentação desaparece. No entanto, fibras elásticas são encontradas nas paredes dos tubos ao longo da árvore bronquial; 2) O tipo de epitélio muda: o epitélio mucoso vai ficando mais delgado até que se modifica de pseudoestratificado colunar para apenas colunar e, após para epitélio cúbico simples nos bronquíolos terminais. Os cílios são esparsos e as células produtoras de muco estão ausentes nos bronquíolos. Asism, as substâncias residuais presentes no ar, no nível abaixo dos bronquíolos, só podem ser removidas pelos macrófagos alvéolos. 3) A quantidade de músculo liso aumenta: a quantidade aumenta conforme as paredes se tornam menores. uma camada completa de músculo liso circular nos bronquíolos e a falta de cartilagem de suporte permitem que os bronquíolos exerçam uma resistência substancial à passagem do ar sobre certas condições. Durante o exercício, a atividade na parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) aumenta e a medula da glândula suprarrenal libera os hormônios epinefrina e norepinefrina; estes dois eventos causam o relaxamento do músculo liso nos bronquíolos, que dilata as vias respiratórias. Como o ar chega aos alvéolos mais rapidamente, a ventilação pulmonar melhora. A parte parassimpática do SNA e os mediadores de reações alérgicas, como a histamina, têm efeito oposto, causando contração do músculo liso brônquico, o que resulta em constrição dos brônquios distais. Brônquios ESTRUTURA DA ZONA RESPIRATÓRIA: Definida pela presença de sacos de ar com paredes finas chamadas de alvéolos; A zona respiratória inicia-se a partir do momento em que os bronquíolos terminais originam os bronquíolos respiratórios dentro do pulmão. A partir dos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares sinuosos aparecem, cujas paredes são constituídas por anéis de músculo lisos dispostos difusamente, fibras de tecido conjuntivo e alguns alvéolos. Os ductos alveolares segue formando os sacos alveolares. Este é a união dos alvéolos A MEMBRANA RESPIRATÓRIA: união da membrana dos alvéolos e dos capilares. Camada única de células epiteliais de revestimento, chamadas de células do tipo 1, envolta por uma membrana basal. A superfície externa dos alvéolos é coberta por uma teia de capilares pulmonares; As trocas gasosas ocorrem prontamente por difusa ̃o simples através da membrana respirato ́ria – o O2 passa do alvéolo para o sangue e o CO2 deixa o sangue para entrar no alve ́olo preenchido por ar. Dispersas entre as numerosas ce ́lulas pavimentosas do tipo I estão as células do tipo II cubo ́ides. As células do tipo II secretam um fluido contendo surfactante que cobre a superfície alveolar exposta ao ar. A func ̧ão do surfactante de reduzir a tensa ̃o superficial do fluido alveolar Além dessa, possuem características como: Envoltos por fibras elásticas finas; Apresentam poros conectando os alvéolos adjacentes, permitindo que a pressão do ar nos pulmões seja distribuída. Macrófagos alveolares: circulam livremente pela superfície interna alveolar. Apesar de um grande número de microrganismos infecciosos estar continuamente chegando aos alve ́olos, a superfi ́cie alveolar normalmente e ́ estéril. Devido aos al- véolos serem “becos sem saída”, os macrófagos velhos e mortos devem ser eliminados para evitar seu acúmulo no local. Grande parte dos macrófagos é simplesmente arrastada através das vias aéreas pelo movimento dos ci ́lios de regiões superiores e carregados passivamente até a faringe. Desta maneira, mais de 2 milhões de macrófagos alveolares sa ̃o eliminados e deglutidos por hora! Os pulmões são os órgãos vitais da respiração. Sua função principal é oxigenar o sangue colocando o ar inspirado em contato com o sangue venoso nos capilares pulmonares. Embora pulmões de cadáveres possam estar retraídos, duros ao toque e com alteração de cor, pulmões saudáveis nas pessoas vivas normalmente são leves, macios e esponjosos. Além disso, são elásticos e retraem-se até aproximadamente um terço de seu tamanho quando a cavidade torácica é aberta.. Os pulmões ocupam toda a cavidade tora ́cica com exceça ̃o do mediastino, onde esta ̃o alojados o corac ̧ão, os grandes vasos sangüíneos, os brônquios, o eso ̂fago e outros órgãos. As fissuras horizontal e oblíqua dividem os pulmões em lobos. O pulmão direito possui três lobos; o esquerdo possui dois. O pulmão direito é maior e mais pesado do que o esquerdo, mas é mais curto e mais largo porque a cúpula direita do diafragma é mais alta, e o coração e o pericárdio estão mais voltados para a esquerda. A margem anterior do pulmão direito é relativamente reta, enquanto a margem anterior do pulmão esquerdo possui uma incisura cardíaca. Isso frequentemente cria um prolongamento fino e linguiforme do lobo superior — a língula CADA PULMÃO APRESENTA: Ápice: a extremidade superior arredondada do pulmão que sobe acima do nível da 1a costela até a raiz do pescoço, sendo revestida pela cúpula da pleura. Três faces: a face costal, adjacente ao esterno, cartilagens costais e costelas; a face mediastinal, incluindo o hilo do pulmão e relacionada medialmente com o mediastino e posteriormente com os lados das vértebras; e a face diafragmática, repousando sobre a cúpula convexa do diafragma. Três margens: margem anterior, na qual as faces costal e mediastinal se encontram anteriormente e encobrem o coração (a incisura cardíaca endenta essa margem do pulmão esquerdo); a margem inferior, que circunscreve a face diafragmática do pulmão e separa a face diafragmática das faces costal e mediastinal; a margem posterior, na qual as faces costal e mediastinal se encontram posteriormente (é Alvéolos Pulmões grande e arredondada, e situa-se adjacente à região torácica da coluna vertebral). Cada pulma ̃o, com sua forma de cone, esta ́ suspenso na sua própria cavidade pleural e unido ao mediastino por conexo ̃es brônquicas e vasculares, coletivamente chamadas de raiz pulmonar As superfi ́cies anterior, lateral e posterior dos pulmo ̃es estão em contato íntimo com as costelas, formando sua superfi ́cie costal continuamente curva. Logo abaixo das clavi ́culas esta ̃o os ápices, as estreitas extremidades superiores dos pulmo ̃es. A superfície inferior côncava sobre o diafragma e ́ a base do pulmão. Na superfície de cada pulmão em contato com o mediastino há uma pequena cavidade chamada de hilo, por onde os vasos sangüíneos siste ̂micos e pulmonares chegam e deixam os pulmões.. Os brônquios principais também mergulham no hilo de seu respectivo lado e, logo apo ́s, começam a se ramificar. Todas as vias aéreas condutoras e respirato ́rias, distais aos brônquios principais, encontram-se dentro dos pulmo ̃es. O ápice do coraça ̃o está posicionado ligeiramente a ̀ esquerda do plano mediano e, por isso, os dois pulmões diferem em sua forma e tamanho. O pulma ̃o esquerdo e ́ menor do que o direito. O pulmão esquerdoé subdividido pela fissura obli ́qua em lobos superior e inferior, enquanto o pulma ̃o direito é partido em lobos superior, me ́dio e inferior pelas fissuras oblíqua e horizontal. Cada lobo contém uma quantidade de segmentos broncopulmonares com formato de pira ̂mide, separados por septos de tecido conjuntivo. Cada segmento é irrigado por sua própria artéria e veia, recebendo ar de um ramo individual dos brônquios segmentares (terciários) Inicialmente, cada pulma ̃o contém dez segmentos organizados em padro ̃es similares, mas na ̃o idênticos; contudo, a subseqüente fusão de artérias segmentares adjacentes no pulmão esquerdo reduz o nu ́mero para oito ou nove segmentos. Os segmentos pulmonares sa ̃o clinicamente importantes pelo fato de que as doenc ̧as pulmonares esta ̃o freqüentemente confinadas em um ou alguns segmentos. Suas separações de tecido conjuntivo permitem que os segmentos acometidos sejam cirurgicamente removidos sem danificar os segmentos vizinhos sauda ́veis e sem prejudicar seu suprimento sangu ̈íneo. As menores subdivisões dos pulmões visíveis a olho nu são os lo ́bulos, que na superfi ́cie pulmonar parecem hexa ́gonos. Na maioria dos indivi ́duos que moram em cidades e nos fumantes, o tecido conjuntivo que separa cada lo ́bulo está escurecido por carbono. Como mencionado anteriormente, os pulmo ̃es consistem em amplos espaços aéreos. A sustentac ̧a ̃o do te- cido pulmonar, ou seu estroma (literalmente “colchão” ou “cama”), e ́ constituída principalmente por tecido conjuntivo ela ́stico. Como conseqüência, os pulmões são órgãos moles, esponjosos e elásticos que juntos pe- sam um pouco mais de 1 kg. A elasticidade dos pulmões sadios ajuda a reduzir o trabalho ventilatório IRRIGAÇÃO SANGUÍENA E INERVAÇÃO DOS PULMÕES: Os pulmões são perfundidos por duas circulac ̧ões, a pulmonar e a brônquica, que diferem em relac ̧a ̃o ao tamanho, a ̀ origem e à função. Cada pulmão possui uma grande artéria pulmonar que fornece sangue e duas veias pulmonares que drenam o sangue; Circulação sistêmica: As artérias pulmonares direita e esquerda originam-se do tronco pulmonar no nível do ângulo do esterno. As artérias pulmonares conduzem sangue desoxigenado aos pulmões para oxigenação. As artérias pulmonares passam para a raiz do pulmão correspondente e dão origem a um ramo para o lobo superior antes de entrar no hilo. No pulmão, cada artéria desce posterolateralmente ao brônquio principal e se divide em artérias lobar e intersegmentar. Consequentemente, um ramo arterial vai para cada lobo e segmento broncopulmonar do pulmão, normalmente posicionando-se na face anterior do brônquio correspondente. As veias pulmonares, duas de cada lado, conduzem sangue rico em oxigênio (“arterial”) dos pulmões para o átrio esquerdo do coração. Começando nos capilares pulmonares, as veias se unem em vasos cada vez maiores. As veias intrassegmentares drenam o sangue dos segmentos broncopulmonares adjacentes para as veias intersegmentares nos septos, que separam os segmentos. A veia principal drena cada segmento broncopulmonar, normalmente na superfície anterior do brônquio correspondente. Circulação pulmonar: As veias da pleura parietal unem-se às veias sistêmicas nas partes adjacentes da parede torácica. As veias da pleura visceral drenam para as veias pulmonares. As artérias bronquiais fornecem sangue para as estruturas que formam a raiz do pulmão, os tecidos de sustentação do pulmão e a pleura visceral. As artérias bronquiais esquerdas originam-se da parte torácica da aorta; entretanto, a artéria bronquial direita pode originar-se de: Uma artéria intercostal posterior superior; Um tronco comum da parte torácica da aorta com a terceira artéria intercostal posterior direita; Uma artéria bronquial superior esquerda. As pequenas artérias bronquiais emitem ramos para a parte superior do esôfago e, em seguida, passam ao longo das faces posteriores dos brônquios principais, suprindo-os, e seus ramos seguem distalmente até os bronquíolos respiratórios. Os ramos mais distais das artérias bronquiais anastomosam-se com ramos das artérias pulmonares nas paredes dos bronquíolos e na pleura visceral. As veias bronquiais drenam apenas parte do sangue conduzido aos pulmões pelas artérias bronquiais, principalmente o sangue distribuído para a parte mais proximal da raiz dos pulmões ou próximo dela (Figura 1.22B). O restante do sangue é drenado pelas veias pulmonares. A veia bronquial direita drena para a veia ázigo e a veia bronquial esquerda drena para a veia hemiázigo acessória ou para a veia intercostal superior esquerda. O endotélio dos capilares pulmonares e ́ o local ideal para a aça ̃o de enzimas que atuam sobre substa ̂ncias presentes no sangue. Como exemplo, inclui-se a enzima conversora da angiotensina, que ativa um importante hormo ̂nio regulador da pressão sangüínea, além de enzimas que inativam certas prostaglandinas. Os pulmões recebem inervac ̧ões de fibras motoras parassimpáticas e simpáticas, além de fibras sensoriais viscerais. Estas fibras nervosas alcançam cada pulmão através de plexos pulmonares na raiz pulmonar e seguem ao longo dos tubos brônquicos e dos vasos sangüíneos pulmonares. As fibras parassimpáticas estimulam a constriça ̃o das vias aéreas, enquanto que o sistema nervoso simpa ́tico as dilata. INERVAÇÃO: Os nervos dos pulmões e da pleura visceral derivam dos plexos pulmonares anteriores e (principalmente) posteriores às raízes dos pulmões; Essas redes nervosas contêm fibras parassimpáticas provenientes do nervo vago (NC X) e fibras simpáticas provenientes dos troncos simpáticos. As células ganglionares parassimpáticas — corpos das células dos neurônios parassimpáticos pós-ganglionares — estão situadas nos plexos pulmonares e ao longo dos ramos da árvore bronquial. As fibras parassimpáticas provenientes do NC X são motoras para o músculo liso da árvore bronquial (broncoconstritoras), inibidoras para os vasos pulmonares (vasodilatadoras) e secretoras para as glândulas da árvore bronquial (secretomotoras). Fibras aferentes viscerais do nervo vago são distribuídas para: A túnica mucosa dos brônquios e provavelmente tem relação com a sensibilidade tátil para reflexos da tosse. Os músculos bronquiais, possivelmente envolvidos com a percepção do estiramento. O tecido conjuntivo interalveolar, em associação com os reflexos de Hering-Breuer (mecanismo que tende a limitar as excursões respiratórias). As artérias pulmonares, que servem aos receptores pressores (sensíveis à pressão arterial), e veias pulmonares, que servem aos quimiorreceptores (sensíveis aos níveis de gases no sangue). As células ganglionares simpáticas — corpos celulares dos neurônios simpáticos pós-ganglionares — estão nos gânglios simpáticos paravertebrais dos troncos simpáticos. As fibras simpáticas são inibidoras para o músculo bronquial (broncodilatadoras), motoras para os vasos pulmonares (vasoconstritoras) e inibidoras para as glândulas alveolares da árvore bronquial. Pleuras: As pleuras formam um fina camada dupla seroSO Cada pulmão é revestido e fechado por um saco pleural seroso que consiste em duas membranas contínuas — as pleuras A pleura pariental cobre a parede torácica e a face superior do diafragma. Também envolve o coração e o interespaço entre os pulmões, formando a parede lateral do mediastina, ajustando-se à raiz do pulmão. DIVIDE-SE EM: Parte costal: reveste as faces internas da parede torácica (esterno, costelas, cartilagens costais, músculos e membranas intercostais, e faces laterais das vértebras torácicas) e é separada da parede pela fáscia endotorácica. Parte mediastinal: reeste as faces laterais do mediastino; Parte diafragmática: reveste as faces superior do diafragma; Cúpula da pleura: Estende-se pela abertura superior do tórax até a raiz do pescoço, 2 a 3 cm acima do nível do terço médio da clavícula, no nível do colo da 1a costela A pleura visceral, cobrindo a superfície externa do pulmão, delineando e se inserindo nas suas fissuras. A raiz do pulmão é envolvida na área de continuidade, entre as pleuras visceral e parietal, a bainha pleural. Inferiormente à raiz do pulmão, essa continuidade entre as pleuras parietal e visceral forma o ligamento pulmonar, entre o pulmão e o mediastino A cavidade pleural — o espaço potencial entre as pleuras visceral e parietal — contém uma camada capilar de líquido pleural seroso, que lubrifica as faces pleurais e permite às camadas da pleura deslizar suavemente uma contra a outra durante a respiração. Sua tensão superficial também fornece a coesão que mantém a face do pulmão em contato com a parede torácica. Consequentemente, o pulmão se expande e se enche de ar quando o tórax se expande, e ainda permite que o deslizamento ocorra de modo semelhante a uma camada de água entre duas lâminas de vidro. As pleuras também ajudam a dividir a cavidade tora ́cica em tre ̂s câmaras – o mediastino central e os dois compartimentos pleurais laterais, cada um contendo um pulma ̃o. Esta compartimentaça ̃o previne que um o ́rgão móvel (p. ex., o pulmão ou o coração) interfira no outro. Isto tambe ́m limita a proliferaça ̃o de infecço ̃es locais. O pulmão pode ser visto como uma coleção de bolhas, essa condição é inerentemente instável. Em virtude da tensão superficial do liquido que reveste os alvéolos desenvolvem-se forças relativamente grandes que tendem a colapsar os alvéolos. Felizmente algumas das células que revestem os alvéolos secretam uma substância chamada surfactante, que diminui a tensão superficial da camada de revestimento alveolar. O surfactante pulmonar é um líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração. Consiste em 80% de fosfolípideos, 8% de lípidos e 12% de proteínas. O surfactante é produzido no pneumócito tipo II. Os fosfolipídeos e as proteínas SP-B e SP-C são sintetizados no retículo endoplasmático rugoso, onde são armazenados; inicialmente, no complexo de Golgi, e, posteriormente, nos Para visualizar a relação entre os pulmões e as pleuras, coloque sua mão fechada dentro de um balão não muito cheio de ar. A parte da parede do balão adjacente à pele de sua mão (que representa o pulmão) é comparável à pleura visceral; o restante do balão representa a pleura parietal. A cavidade entre as paredes do balão é análoga à cavidade pleural. No seu punho (raiz do pulmão), as paredes interna e externa do balão são contínuas, assim como o são as pleuras visceral e parietal, que juntas formam a pleura (saco pleural). Observe que o pulmão está do lado de fora do saco pleural, mas envolvido por ele, assim como sua mão foi envolvida pelo balão, mas do lado de fora dele. Surfactante corpos lamelares. Periodicamente, estes últimos são expulsos do pneumócito II, quando o surfactante é liberado para a luz alveolar, organizando a mielina tubular. A cinética da síntese e secreção para o interior do alvéolo é muito lenta, atingindo de 30 a 48 horas em recém-nascidos, e, de modo geral, este tempo é maior em recém-nascidos, quando comparado com adultos. Após a secreção para o interior do alvéolo, o surfactante passa por um complexo ciclo. Inicialmente, as moléculas de gordura se organizam (particularmente com ajuda das proteínas), para formar a monocamada que reveste a superfície alveolar, a mielina tubular. Com sucessivos movimentos de contração e estiramento, que ocorrem a cada ciclo respiratório, parte da mielina tubular se desorganiza e se desprende do filme principal, na forma de pequenas vesículas, que são reabsorvidas para o interior do pneumócito II. Dentro da célula, uma pequena parte é catabolizada, enquanto que a maior parte do surfactante que é reabsorvido é misturada aos corpos lamelares, nos quais é reorganizado, num processo de reciclagem. Assim, nos prematuros, cerca de 50% do pool alveolar é composto de surfactante com boa capacidade de reduzir a tensão superficial, e 50% é composto por vesículas inativas a serem recicladas. Este processo de reciclagem minimiza a necessidade de síntese de surfactante, enquanto mantém um pool alveolar adequado, ao mesmo tempo em que ativa os componentes do surfactante, reabsorvidos para o pneumócito II através da adição de novos elementos (particularmente proteínas) e da reorganização estrutural dos lipídeos e proteínas. O surfactante pulmonar parece ser produzido continuamente no pulmão, mas ele também é continuamente consumido ou eliminado do pulmão. Parte do surfactante pulmonar volta para o interior das células tipo II (recaptação), onde é reciclado e novamente secretado e degradado e utilizado na síntese de outros fosfolipídeos. Outra parte do surfactante é eliminada dos alvéolos por macrófagos alveolares, absorvido para o interior dos linfáticos ou migra até as pequenas vias aéreas e a escada mucociliar. A tensão superficial é a força que atua através de uma linha imaginaria na superfície do liquido. Ela se origina porque as forças de atração entre as moléculas adjacentes do liquido são muito mais fortes do que aquelas entre o liquido e o gás, resultando em diminuição da superfície liquida, gerando uma pressão dentro do alvéolo. A classe predominante de fosfolípideos é a dipalmitoilfosfatidilcolina (DPPC), além da fosfatidilcolina insaturada, fosfatidilglicerol e fosfatidilinositol. De todos esses, a DPPC, por si só, tem as propriedades de reduzir a tensão superficial alveolar, porém necessita das proteínas de surfactante e outros lipídeos para facilitar sua absorção na interfase ar-líquido. O colesterol e os ésteres do colesterol representam menos do que 5% do surfactante em massa, sendo que o seu papel não é bem conhecido até o momento, embora ele modifique a fluidez e a organização das membranas lipídicas. No entanto, a fosfatidilcolina sozinha não é capaz de explicar as principais características do surfactante: Estabilidade durante a compressão; Rápida adsorção da subfase para a superfície alveolar Capacidade de reorganizar a monocamada quando dispersa em um ambiente aquoso. As proteínas representam cerca de 10% da massa do surfactante, sendo reconhecidas quatro proteínas: SP-A, SP-B, SP-C e SP-D. SP-A: A SP-A é uma proteína hidrossolúvel, sendo a mais abundante proteína do surfactante, representando 5% de sua massa. É composta por um grupo de monômeros, de 26-KD, unidos por forte ligação covalente, resultando em uma molécula de 650 KD. Entre suas funções, se destaca um papel na defesa imune pulmonar, em decorrência da capacidade de se ligar a carboidratos, e por interagir com células imune pulmonares.. A ausência de SP-A prejudica a eliminação, tanto de bactérias como de vírus dos pulmões, facilitando a disseminação sistêmica de infecções. Entre os principais papéis da SP-A, ainda se destaca o mecanismo protetor do surfactante em relação à inibição de sua função pelas proteínas presentes no edema alveolar. SP-B: é uma pequena proteína hidrofóbica de 18 KD, fundamental para a função do surfactante pulmonar, sendo sua ausência congênita incompatível com a vida. Entre suas funções, se destacam a formação e a organização da mielina tubular no interior do alvéolo, além do papel facilitador na adsorção da fosfatidilcolina na temperatura fisiológica. SP-C: também é um peptídeo hidrofóbico, que forma uma estrutura helicoidal rígida, de 4,2 KD. Embora tenha funções semelhantes à SP-B, particularmente permitindo a adsorção da fosfatidilcolina na temperatura fisiológica, sua deficiência congênita não resultaem morte por insuficiência respiratória, embora possa haver evolução para doença pulmonar intersticial familiar. Pode-se dizer que, de todos os seus componentes, os lipídeos SP-B e SP-C são os principais responsáveis pelas propriedades biofísicas e funcionais do surfactante pulmonar. SP-D: é uma glicoproteína hidrossolúvel, formada por agregados de monômeros de 43 KD, resultando em multímeros de 560 KD. De forma semelhante, a SP-A não está presente nos preparados de surfactante de origem animal obtidos por processo de extração lipídica, e não tem atividade de redução da tensão superficial, parecendo determinar um papel na defesa antiinfecciosa do pulmão, por se ligar com uma variedade de complexos carboidratos e glicolipídeos, interagindo com a superfície de bactérias e outros microrganismos. Consequência da ausência de surfactante pulmonar: O surfactante não é produzido pelos pulmões fetais até aproximadamente o quarto mês de gestação, e ele pode não ser totalmente funcional até o sétimo mês ou mais. Neonatos prematuros que não possuem surfactante pulmonar funcional apresentam grande dificuldade para insuflar os pulmões, especialmente nas primeiras respirações. Mesmo quando seus alvéolos são insuflados artificialmente, a tendência ao colapso espontâneo é grande porque seus alvéolos são muito menos estáveis sem surfactante pulmonar. Por essa razão, a ausência de surfactante funcional em um neonato prematuro pode ser um fator importante na síndrome da angustia respiratória neonatal. O surfactante pulmonar também pode ser importante na manutenção da estabilidade das vias aéreas pequenas. Os órgãos respiratórios inferiores começam a formar na quarta semana. O primórdio do sistema respiratório inferior é o culsco laringotraqueal, desenvolve-se caudalmente ao quarto par de bolsas faríngeas. O revestimentos endodérmico do sulco laringotraquel dá origem ao epitélio e as glândulas. O tecido conjuntivo, a cartilagem e o músculo liso se desenvolve a partir do mesoderma esplânico que rodeia o intestino anterior. Formação dos brotos pulmonares: Quando o embrião tem aproximadamente 4 semanas, surge o divertículo respiratório (broto pulmonar) no sulco laringotraqueal, uma protuberância na parede ventral do intestino anterior O aparecimento e a localização do broto pulmonar dependem do aumento do ácido retinoico (AR) produzido pelo mesoderma adjacente, que eleva a expressão do fator de transcrição TBX4 no endoderma do tubo intestinal no local do divertículo respiratório. TBX4 induz a formação do broto, a continuidade de seu crescimento e a diferenciação dos pulmões. Assim, o epitélio do revestimento interno da laringe, da traqueia e dos brônquios, bem como o do pulmão, são integralmente de origem endodérmica. Os tecidos cartilaginosos muscular e conjuntivo, que compõem a traqueia e os pulmões, são derivados do mesoderma visceral (esplâncnico) que cerca o intestino anterior. Inicialmente, o broto pulmonar está em comunicação aberta com o intestino anterior, Entretanto, quando o divertículo se expande caudalmente, duas pregas longitudinais, as pregas traqueoesofágicas, separam-no do intestino Subsequentemente, quando essas pregas se fusionam para formar o septo traqueoesofágico, o intestino anterior é dividido em uma porção anterior, o esôfago, e em uma porção ventral, a traqueia. O primórdio respiratório mantém sua comunicação com a faringe pelo orifício faríngeo Laringe: O revestimento interno da laringe se origina no endoderma, mas as cartilagens e os músculos têm origem no mesênquima do quarto e sexto arcos faríngeos. Como resultado da rápida proliferação desse mesênquima, o orifício laríngeo muda de aparência, de uma fenda sagital para uma abertura em formato de “T”. Subsequentemente, quando o mesênquima dos dois arcos se transforma nas cartilagens tireóidea, cricóidea e aritenóidea, o formato característico do orifício laríngeo no adulto pode ser reconhecido. Por volta do período em que as cartilagens se formam, o epitélio laríngeo também prolifera rapidamente, resultando em oclusão temporária do lúmen. Subsequentemente, a vacuolização e a recanalização produzem um par de recessos laterais, os ventrículos laríngeos. Esses recessos são limitados por pregas teciduais que se diferenciam em pregas vocais falsas e verdadeiras. Uma vez que a musculatura da laringe é derivada do mesênquima do quarto e sexto arcos faríngeos, todos os músculos laríngeos são inervados por ramos do décimo nervo craniano, o nervo vago; o nervo laríngeo superior inerva os derivados do quarto arco faríngeo, e o nervo laríngeo recorrente, os derivados do sexto arco faríngeo; Traqueia, brônquios e pulmões: Embriologia do sistema respiratório: Durante a separação do intestino anterior, o broto pulmonar forma a traqueia e duas evaginações laterais, os brotos brônquicos principais No início da quinta semana, cada um desses brotos se alarga para formar os brônquios principais direito e esquerdo. O brônquio principal direito constitui três brônquios secundários, e o brônquio principal esquerdo forma dois, prenunciando, assim, os três lobos do pulmão do lado direito e os dois do lado esquerdo. Com o crescimento subsequente nos sentidos caudal e lateral, os pulmões se expandem para a cavidade corporal. Os espaços para os pulmões, os canais pericardioperitoneais, são estreitos. Eles se encontram de cada lado do intestino anterior e gradualmente são preenchidos pelo crescimento dos pulmões. Finalmente, as pregas pleuroperitoneais e pleuropericárdicas separam os canais pericardioperitoneais das cavidades peritoneal e pericárdica, respectivamente, e os espaços restantes formam as cavidades pleurais primitivas O mesoderma, que cobre o exterior dos pulmões, torna-se a pleura visceral. A camada de mesoderma somático, que cobre a superfície interna da parede corporal, torna-se a pleura parietal. O espaço entre a pleura parietal e a visceral é a cavidade pleural. Com a continuação do desenvolvimento, os brônquios secundários se dividem repetidamente de modo dicotomizado, formando dez brônquios terciários (segmentares) no pulmão direito e oito no lado esquerdo, criando os segmentos broncopulmonares do pulmão adulto. Até o fim do sexto mês, estabeleceram-se aproximadamente 17 gerações de subdivisões. Entretanto, antes que a árvore brônquica chegue a sua configuração final, formam-se seis divisões adicionais durante a vida pós-natal. A ramificação é regulada por interações epiteliomesenquimais entre o endoderma dos brotos pulmonares e o mesoderma visceral que o cerca. Os sinais para a ramificação, que são emitidos do mesoderma, envolvem os membros da família do fator de crescimento de fibroblasto. Enquanto todas essas novas subdivisões estão ocorrendo e a árvore brônquica está se desenvolvendo, os pulmões adotam uma posição mais caudal, de modo que, no nascimento, a bifurcação da traqueia é oposta à quarta vértebra torácica. Depois que os canais pericardioperitoneais separam-se das cavidades pericárdica e peritoneal, respectivamente, os pulmões se expandem nas cavidades pleurais. Observe as pleuras visceral e parietal, e a cavidade pleural definitiva. A pleura visceral se estende entre os lobos dos pulmões. Até o sétimo mês pré-natal, os bronquíolos se dividem continuamente em um número maior de canais cada vez menores (fase canalicular), enquanto o suprimento vascular aumenta constantemente. Os bronquíolos terminais se dividem para formar os bronquíolos respiratórios, e cada um deles se divide em três a seis ductos alveolares Os ductos terminam nos sacos terminais (alvéolos primitivos), que são cercados por células alveolares achatadas em contato próximo com os capilares vizinhos. No fim do sétimo mês, há quantidade suficiente de sacos alveolares e de capilares maduros para garantir uma troca gasosaadequada, e o prematuro consegue sobreviver Durante os últimos 2 meses da vida pré-natal e por alguns anos após o nascimento, a quantidade de sacos terminais aumenta gradualmente. Além disso, as células que revestem os sacos, conhecidas como células alveolares epiteliais do tipo I, tornam-se mais achatadas, de modo que os capilares circunjacentes se projetam para os sacos alveolares. Esse contato entre as células epitelial e endotelial forma a barreira sangue-ar. Não existem alvéolos maduros antes do nascimento. Além das células endoteliais e das células alveolares epiteliais achatadas, outro tipo celular se desenvolve no fim do sexto mês. Essas células, as células alveolares Maturação dos pulmões epiteliais do tipo II, produzem surfactante, um líquido rico em fosfolipídios que diminui a tensão superficial na interface alvéolo. Antes do nascimento, os pulmões estão cheios de líquido que contém alta concentração de cloreto, pouca proteína, algum muco das glândulas brônquicas e surfactante das células alveolares epiteliais (tipo II). A concentração de surfactante no líquido aumenta, particularmente durante as últimas 2 semanas antes do nascimento. Conforme as concentrações de surfactante aumentam durante a trigésima quarta semana de gestação, alguns desses fosfolipídios entram no líquido amniótico e agem sobre os macrófagos na cavidade amniótica. Uma vez que tenham sido “ativados”, há evidências de que esses macrófagos migram através do cório para o útero, onde começam a produzir proteínas do sistema imunológico, incluindo a interleucina-1β (IL-1β). O aumento da expressão dessas proteínas resulta no aumento da produção de prostaglandinas, que causam as contrações uterinas. Assim, pode ser que sinais do feto precipitem o início do trabalho de parto e o nascimento. Os movimentos respiratórios fetais começam antes do nascimento e causam a aspiração de líquido amniótico. Esses movimentos são importantes para a estimulação do desenvolvimento pulmonar e para o condicionamento dos músculos respiratórios. Quando a respiração começa no nascimento, a maior parte do líquido nos pulmões é absorvida rapidamente pelo sangue e pelos capilares linfáticos, e um pequeno volume provavelmente é expelido pela traqueia e pelos brônquios durante o parto. Quando o líquido é reabsorvido dos sacos pulmonares, o surfactante permanece depositado como um revestimento fosfolipídico fino sobre as membranas celulares alveolares. Com a entrada de ar nos alvéolos durante a primeira respiração, o revestimento de surfactante evita o desenvolvimento de uma interface ar-água (sangue) com altas tensões superficiais. Sem a camada gordurosa de surfactante, os alvéolos colapsariam durante a expiração (atelectasia). Fases do desenvolvimento Período pseudoglandular: (6-16 semanas) Os pulmões se assemelham com base na histologia, como uma glândula exócrina. Com 16 semanas, todos os principais elementos dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração não é possível, portanto, os fetos que nascem durante esse período não consegue sobreviver. A ramificação continua a formar bronquíolos terminais. Não há bronquíolos respiratórios nem alvéolos Período canalicular (16-26 semanas) Sobrepõe ao período pseudoglandular, pois os segmentos cranias dos pulmões amadurecem mais rápido que os caudais. Durante esse período, a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais torna-se altamente vascularizada. Com 24 semanas, cada bronquíolo terminal, origina dois ou mais bronquíolos respiratórios, que se dividem em três a seis passagen tubulares chamadas de ductos alveolares; A respiração é possível, pois no final desse período, surgem alguns sacos terminais de paredes delgadas nas extremidades dos bronquíolos respiratórios. O tecido também se encontra bastante vascularizado. O feto já pode respirar, entretanto, os sistemas estão imaturos, podendo vir um óbito. Período do saco terminal (26 semanas até o nascimento) Desenvolve mais sacos terminais, seus epitélios tornam-se mais delgados e os capilares começam a fazer saliência dentre desses alvéolos em desenvolvimento. O contato ´´intimo entre as células epitelias e endoteliais estabelece a barreia-hematoaérea, possibilitando as trocas gasosas para a sobrevivência. Com 26 semanas, os sacos terminais são revestidos por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo 1, por meio das quais ocrrem as trocas gasosas. A rede capilar prolifera no mesênquima em torno dos alvéolos e há um desenvolviemento, concomitante dos capilares linfáticos. Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas encontra-se as células epiteliais secretoras- pneumocitos tipo 2, que secretam o surfactante pulmonar. A maturação das células alveolares tipo 2 e a produção de surfactante variam amplamente nos fetos de diferentes idades. A produção do surfactante começa com 20 semanas, mas obtém em pequena quantidade nas crianças prematuras, só atingindo níveis adequados no fim do período fetal. O aumento da produção de surfactante induzido por corticosteroides e a terapia de reposição de surfactante pós- natal têm aumentado as taxas de sobrevivência dessas crianças; Período alveolar (32 semanas a oito anos) Cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos terminais de paredes delgadas, separados uns dos outros por tecido conjuntivo fouxo. Esses sacos terminais representam os futuros ductos alveolares. A membrana alveolocapilar é suficientemente delgada para possibilitar a difusão. A transição da dependência da placenta por trocas gasosas para a autônoma requer certas adaptações: Produção adequada de surfactantes; Transformação dos pulmões em órgãos de trocas gasosa. Estabelecimento paralelo da circulação sistêmica e pulmonar. 95% das características dos alvéolos maduros desenvolve-se na vida pós natal. Antes do nascimento, os alvéolos primitivos aparecem como pequenas protuberâncias nas paredes dos bronquíolos respiratórios e nos sacos terminais. Após o nascimento, os alvéolos alargam-se como os pulmões expandem-se, no entanto, essa expansão se dá pelo aumento contínuo do número de bronquíolos respiratórios e de alvéolos primitivos O desenvolvimento completo ocorre nos 3 anos, mas novos alvéolos podem ser adicionados até 8 anos. Diferente dos maduros, os alvéolos imaturos tem capacidade de formar alvéolos adicionais. Pela radiografia, os pulmões dos recém-nascidos aparecem mais denso do que os dos adultos. Fatores essenciais para o desenvolvimento normal do pulmão: Espaço torácico para o crescimento pulmonar; Volume adequado de líquido amniótico; Movimentos respiratórios fetais; REFERÊNCIAS: SADLER, TW Langman Embriologia Médica . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. 9788527737289. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737289/. 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