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1 sistema respiratório

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Prévia do material em texto

Lorena Bressanini Siqueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
O aparelho respiratório é constituído pelos pulmões e um sistema 
de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio 
exterior. O sistema respiratório costuma ser dividido em duas 
porções: 
• Uma porção condutora (que conduz o ar, mas não faz troca 
gasosa): compreende as fossas nasais, nasofaringe, laringe, 
traqueia, brônquios e bronquíolos. Além de possibilitar a 
entrada e a saída de ar, a porção condutora exerce as 
importantes funções de filtrar/limpar, umedecer e aquecer 
o ar inspirado, para proteger o delicado revestimento dos 
alvéolos pulmonares. Para assegurar a passagem contínua de 
ar, a parede da porção condutora é constituída por uma 
combinação de cartilagem, tecido conjuntivo e tecido 
muscular liso, o que lhe proporciona suporte estrutural, 
flexibilidade e extensibilidade. A mucosa da parte condutora 
é revestida por um epitélio especializado, o epitélio 
respiratório. 
 
• Uma porção respiratória (na 
qual ocorrem as trocas de gases): 
é constituída pelos bronquíolos 
respiratórios, ductos alveolares, 
sacos alveolares e alvéolos. Os 
alvéolos são estruturas de 
paredes muito delgadas, que 
facilitam a troca do C02 do 
sangue pelo 02 do ar inspirado. A 
maior parte do parênquima 
pulmonar é constituída por 
alvéolos. Desse modo, nessa 
porção acontece uma efetiva 
troca gasosa. 
 
Epitélio Respiratório 
A maior parte da porção condutora é revestida por epitélio ciliado 
pseudoestratificado colunar com muitas células caliciformes 
(também chamado de epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado 
com células caliciformes), denominado epitélio respiratório. 
 
OBS.: é chamado de pseudoestratificado porque ele tem núcleos 
em diferentes posições do epitélio, o que dá a impressão de que 
possui várias camadas, quando na verdade, é uma camada única de 
células apoiadas na lâmina basal, as quais umas atingem a superfície 
e outras não, o que faz parecer ter mais de uma camada. Desse 
modo, todas as células do epitélio pseudoestratificado colunar 
ciliado apoiam-se na lâmina basal. Além disso, ele é chamado de 
cilíndrico ou colunar porque as células epiteliais são altas, o que 
deixa o epitélio “mais alto”. E “ciliado” é porque suas células 
possuem cílios. 
O epitélio respiratório típico consiste em cinco tipos celulares, 
identificáveis ao microscópio eletrônico: 
→ O tipo mais abundante é a célula colunar ciliada. Cada uma tem 
cerca de 300 cílios na sua superfície apical e, embaixo dos 
corpúsculos basais dos cílios, há numerosas mitocôndrias, que 
fornecem ATP para os batimentos ciliares. 
 
➔ Em termos quantitativos, 
vêm em segundo lugar as 
células caliciformes, 
secretoras de muco. A parte 
apical dessas células contém 
numerosas gotículas de muco 
composto de glicoproteínas. 
 
➔ As demais células colunares 
são conhecidas como células 
em escova (brush cells), em virtude dos numerosos 
microvilos existentes em suas superfícies apicais. Na base 
das células em escova há terminações nervosas aferentes, e 
essas células são consideradas receptores sensoriais. 
 
➔ Existem ainda as células basais, que são pequenas e 
arredondadas, também apoiadas na lâmina basal, mas que não 
Histologia – Sistema 
Respiratório 
Lorena Bressanini Siqueira 
se estendem até a superfície livre do epitélio. 
Essas células são células-tronco (stem cells) 
que se multiplicam continuamente, por mitose, 
e originam os demais tipos celulares do 
epitélio respiratório. 
 
➔ Finalmente, encontra-se a célula 
granular, que parece a célula basal, mas 
contém numerosos grânulos (epinefrina e 
noraepinefrina), os quais apresentam a parte central mais 
densa aos elétrons. Estudos histoquímicos mostraram que as 
células granulares pertencem ao sistema neuroendócrino 
difuso. 
OBS.: na microscopia ótica só é possível identificar célula colunar 
ciliada, células caliciformes e células basais, a célula em escova e a 
célula granular só é possível visualizar em microscopia eletrônica. 
 
Metaplasia 
Desde as cavidades nasais até a laringe existem porções de 
epitélio estratificado pavimentoso, em vez do epitélio respiratório. 
O epitélio estratificado pavimentoso é encontrado nas regiões 
diretamente expostas ao fluxo de ar e à possibilidade de abrasão 
(p. ex., orofaringe, epiglote, cordas vocais). Esse tipo de epitélio 
oferece uma proteção melhor ao atrito do que o epitélio 
respiratório. Quando ocorrem modificações na corrente de ar e no 
direcionamento de substâncias abrasivas do ambiente, 
determinadas áreas de epitélio colunar pseudoestratificado se 
transformam em epitélio estratificado pavimentoso. 
Exemplo: Nos tabagistas, os estímulos de agentes tóxicos e 
estressores do cigarro causam uma modificação do epitélio 
respiratório, fazendo com que haja um aumento no número das 
células caliciformes e uma redução da quantidade de células 
ciliadas. Essa modificação é chamada de metaplasia. O aumento da 
produção de muco nos fumantes facilita a retenção mais eficiente 
de poluentes, porém a redução das células ciliadas devido ao 
excesso de CO produzido pelos cigarros resulta na diminuição do 
movimento da camada de muco, o que frequentemente leva à 
obstrução parcial dos ramos mais finos da porção condutora do 
aparelho respiratório. Esse acúmulo de muco é visto popularmente 
como pigarro. 
Embora o epitélio escamoso metaplásico possua vantagens de 
sobrevivência, importantes mecanismos de proteção são perdidos, 
como a secreção de muco e a remoção pelos cílios de materiais 
particulados. Portanto, a metaplasia epitelial é uma faca de dois 
gumes. Com o fim dos estímulos estressores o epitélio pode voltar 
à sua conformação original. Entretanto, se as influências que 
induzem a transformação metaplásica persistirem, pode ocorrer 
uma predisposição à transformação maligna do epitélio. 
 
Função imunitária da porção condutora 
A mucosa da porção condutora é um componente importante do 
sistema imunitário, sendo rica em linfócitos isolados e em nódulos 
linfáticos, além de plasmócitos e macrófagos. As áreas da lâmina 
própria que contêm nódulos linfáticos são recobertas por células 
M. Essas células captam antígenos, transferindo-os para os 
macrófagos e linfócitos dispostos em cavidades amplas do seu 
citoplasma. Esses linfócitos migram, levando para outros órgãos 
linfáticos informações sobre as macromoléculas antigénicas que 
podem fazer parte de um microrganismo. A mucosa do aparelho 
respiratório é uma interface do meio interno com o ar inspirado 
(meio externo) e protege o organismo contra as impurezas do ar. 
 
Curiosidades: 
→ A síndrome dos cílios imóveis, que causa esterilidade no homem 
e infecção crônica das vias respiratórias em ambos os sexos, deve-
se à imobilidade dos cílios e flagelos, algumas vezes em 
consequência da deficiência na proteína dineína. Essa proteína 
participa da movimentação dos cílios e flagelos. 
 
Fossas nasais 
São revestidas por mucosa com diferentes estruturas, segundo a 
região considerada. As fossas nasais são divididas em duas narinas 
e essas nas fossas nasais possuem três regiões com histologias 
diferentes: o vestíbulo, a área respiratória e a área olfatória. 
 
Vestíbulo e área respiratória 
O vestíbulo é a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais 
(é a “entradinha do nariz”). Sua mucosa é continuação da pele do 
nariz, porém o epitélio estratificado pavimentoso da pele logo 
perde sua camada de queratina e o tecido conjuntivo da derme dá 
origem à lâmina própria da mucosa. Desse modo, ele é constituído 
por uma mucosa com epitélio estratificado pavimentoso e lâmina 
própria rica em fibras colágenas, glândulas sebáceas e sudoríparas. 
Uma peculiaridade da região vestibular são os folículos pilosos que 
produzem pelos curtos e mais grossos (chamados de vibrissas). 
Além disso,a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas 
existentes no vestíbulo, junto às vibrissas, constituem uma 
barreira à penetração de partículas grosseiras nas vias 
respiratórias. 
 
A área respiratória compreende a maior parte das fossas nasais. 
A mucosa dessa região é recoberta por epitélio 
pseudoestratificado colunar ciliado, com muitas células 
caliciformes (epitélio respiratório). Nesse local a lâmina própria 
contém glândulas mistas (serosas e mucosas), cuja secreção é 
lançada na superfície do epitélio. 
O muco produzido pelas glândulas mistas e pelas células 
caliciformes prende microrganismos e partículas inertes, sendo 
deslocado ao longo da superfície epitelial em direção à faringe, 
Lorena Bressanini Siqueira 
pelo batimento ciliar. Esse deslocamento do muco protetor, na 
direção do exterior, é importante para proteger o aparelho 
respiratório. 
A lâmina própria é rica em vasos sanguíneos, nervos, glândulas 
mistas e elementos linfoides (é importante ter células de defesa 
da lâmina própria, uma vez que elas colaboram para uma resposta 
imune mais rápida, já que durante a inspiração, partículas 
estranhas, micro-organismos e vírus podem entrar). 
A superfície da parede lateral de cada cavidade nasal apresenta-se 
irregular, em razão da existência de três expansões ósseas 
chamadas conchas ou cornetos. Essas conchas são projeções 
ósseas revestidas de epitélio respiratório. Nos cornetos inferior e 
médio, a lâmina própria contém um abundante plexo venoso. 
Durante a inspiração, o ar vai passar pela região de conchas nasais, 
sofrendo um turbilhamento, o que aumenta sua área de contato 
com essa região, facilitando o aquecimento desse ar. 
Desse modo, ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, 
filtrado e umedecido, atribuindo-se ao plexo venoso função 
importante nesse aquecimento. 
 
Área olfatória 
A área olfatória é uma região situada na parte superior das fossas 
nasais, sendo responsável pela sensibilidade olfatória (ou seja, essa 
área é responsável por interpretar sustâncias odoríferas 
permitindo a sensação olfatória). Essa área é revestida pelo 
epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores da olfação. 
Além da mucosa ser composta por epitélio olfatório 
(quimiorreceptores), ela também é composta por lâmina própria 
com vasos, nervos e glândulas de Bowman (essas glândulas são 
extremamente importantes para funcionalidade da área olfatória.) 
O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar 
pseudoestratificado, formado por três tipos celulares: 
 
➔ As células de sustentação são prismáticas(também 
chamadas de cilíndrica ou colunares), largas no seu ápice e 
mais estreitas na sua base; apresentam, na sua superfície, 
microvilos que se projetam para dentro da camada de muco 
que cobre o epitélio. Essas células têm um pigmento 
acastanhado que é responsável pela cor amarelo-castanha da 
mucosa olfatória. Isso se deve a presença de proteínas de 
ligação aos odorantes. As células de sustentação exercem 
ação de sustentação física, nutricional e fornecem um 
isolamento elétrico para que impulsos nervosos possam ser 
gerados e transmitidos corretamente na interpretação de 
odores. 
 
➔ As células olfatórias são neurônios bipolares que se 
distinguem das células de sustentação porque seus núcleos 
se localizam em uma posição mais inferior, ou seja, mais 
próximos à lâmina basal. Suas extremidades (dendritos) 
apresentam dilatações elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, 
sem mobilidade, que são quimiorreceptores excitáveis pelas 
substâncias odoríferas. Essas extremidades são chamadas 
de botões olfativos. A existência dos cílios imóveis nessas 
extremidades amplia enormemente a superfície receptora. 
Os axônios que nascem nas porções basais desses neurônios 
sensoriais reúnem-se em pequenos feixes, dirigindo-se para 
o sistema nervoso central. 
 
➔ As células basais são pequenas, arredondadas, e situam-se 
na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as 
de sustentação; são as células-tronco (stem cells) do epitélio 
olfatório. 
 
Além disso, na lâmina própria dessa mucosa, além de abundantes 
vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas tubuloacinosas 
alveolares (glândulas tuboalveolares ramificadas serosas), as 
glândulas de Bowman (serosas). Os ductos dessas glândulas levam 
a secreção para a superfície epitelial, criando uma corrente líquida 
contínua, que limpa os cílios das células olfatórias, facilitando o 
acesso de novas substâncias odoríferas. 
 
**OBS.: pelos núcleos é possível identificar cada tipo celular. Por 
exemplo, os núcleos das células de sustentação estão na região 
mais apical, enquanto que os núcleos das células basais estão mais 
próximos à lâmina basal. Já os núcleos localizados entre as células 
basais e as de sustentação são os núcleos das células olfatórias. 
Ademais, também vamos ter as glândulas de Bowman, que vão 
secretar para fora do epitélio o líquido seroso. Outra coisa que é 
comum encontrarmos são os feixes de nervos, que nada mais são do 
que agrupamentos de axônios das células olfatórias. Já os vasos 
sanguíneos são comuns de serem encontrados porque a lâmina 
própria é bem vascularizada. 
 
 
Seios Paranasais 
São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e esfenoide 
revestidas por epitélio do tipo respiratório (suas células tem 
menor altura), que se apresenta baixo e com poucas células 
caliciformes. A lâmina própria contém menor número de glândulas 
seromucosas, além de ter a presença de elementos linfoides e de 
ser contínua com o periósteo adjacente. Os seios paranasais se 
comunicam com as fossas nasais por meio de pequenos orifícios. O 
muco produzido nessas cavidades é drenado para as fossas nasais 
pela atividade das células epiteliais ciliadas. Quando há infecção 
desses seios paranasais, provavelmente aumenta a produção de 
muco nessas regiões, causando um quadro clínico de sinusite. 
 
Lorena Bressanini Siqueira 
Nasofaringe 
É a primeira parte da faringe, continuando 
caudalmente com a orofaringe, porção oral desse 
órgão. A nasofaringe, que é separada 
incompletamente da orofaringe pelo palato mole, é 
revestida por epitélio tipo respiratório que possui 
lâmina própria altamente vascularizada, com glândulas mistas e 
elementos linfoides. Além disso, 
na nasofaringe, temos a 
presença de tonsilas faríngeas. 
A nasofaringe é o local onde há 
coleta de material pelo swab em 
exames de COVID-19. 
Na orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso. 
 
Laringe 
É um tubo de forma irregular que une a faringe à traqueia. Suas 
paredes contêm peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si 
por tecido conjuntivo fibroelástico. As cartilagens mantêm o lúmen 
da laringe sempre aberto, garantindo a livre passagem do ar. Além 
de ser importante para a passagem do ar, a laringe também é super 
importante para a vocalização/verbalização. Isso se deve ao fato 
de que a laringe também é um órgão de fonação, já que ela 
apresenta falsas pregas vocais (localizadas na parte superior) e 
pregas vocais verdadeiras (localizadas na parte inferior e são 
dobras de mucosa). 
 A mucosa forma dois pares de pregas que provocam saliência no 
lúmen da laringe. O primeiro par, superior, constitui as falsas 
cordas vocais (ou pregas vestibulares); a lâmina própria dessa 
região é frouxa e contém numerosas glândulas. O segundo par, 
inferior, constitui as cordas vocais verdadeiras, que apresentam 
um eixo de tecido conjuntivo muito 
elástico, ao qual se seguem, 
externamente, os músculos 
intrínsecos da laringe. Quando o 
ar passa através da laringe, esses 
músculos podem contrair-se, 
modificando a abertura das cordas 
vocais verdadeiras e 
condicionando a produção de sons com diferentes tonalidades. A 
prega vocal verdadeira, ao vibrar, forma a nossa voz, já a prega 
vocal falsa não tem uma função específica, mas ela pode contribuir 
com o reconhecimentode partículas estranhas, além de aumentar a 
superfície de contato do ar que está entrando, favorecendo a 
umidificação e aquecimento desse ar. 
As falsas pregas 
vocais (pregas 
vestibulares) são 
constituídas de 
epitélio 
respiratório. 
Desse modo elas 
apresentam 
lâmina com 
tecido conjuntivo 
frouxo, além de numerosas glândulas mistas e elementos linfoides. 
As pregas vocais verdadeiras, por sua vez, estão envolvidas com a 
vibração que causa a fonação, então elas têm um atrito direto com 
o ar que passa por elas, o que exige um epitélio mais resistente. 
Esse epitélio é justamente o epitélio estratificado pavimentoso, 
que possui lâmina própria com tecido conjuntivo elástico ao qual se 
seguem os músculos intrínsecos da laringe. Na prega vocal 
verdadeira não é possível encontrar glândula seromucosa e nem 
elementos linfoides. Justamente por possuir músculo vocal que as 
pregas vocais verdadeiras conseguem realizar a vibração que causa 
a fonação, diferentemente da falsa prega vocal que não possui 
músculo e possui tecido conjuntivo frouxo, o qual não dá 
sustentação para essa função. 
As peças cartilaginosas maiores (tireoide, 
cricoide e a maior parte das aritenoides) 
são do tipo hialino: as demais são do tipo 
elástico. OBS.: em azul temos as 
cartilagens hialinas e em verde as 
elásticas. A epiglote é um prolongamento 
que se estende da laringe na direção da 
faringe, apresentando urna face dorsal e 
uma face ventral. Além disso, na laringe 
nós temos a epiglote, que é extremamente 
importante pois, ao fazermos a deglutição, essa estrutura se 
fecha, não permitindo a entrada de ar, evitando engasgamentos e 
passagens de alimentos, de água e de outras substâncias do gênero 
para o pulmão. A epiglote possui cartilagem elástica em seu centro 
e é revestida por epitélio que, dependendo da região, pode ser 
epitélio lingual (estratificado pavimentoso, fica na parte de cima, 
pois o alimento, ao passar, gera abrasão/atrito) ou respiratório 
(epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células 
caliciformes). 
 
 
O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe. 
Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote, bem como nas 
cordas vocais verdadeiras, o epitélio está sujeito a atritos e 
desgaste, sendo, portanto, do tipo estratificado pavimentoso não 
queratinizado. Nas demais regiões é do tipo respiratório, com cílios 
que vibram em direção à faringe. A lâmina própria é rica em fibras 
elásticas e contém pequenas glândulas mistas (serosas e mucosas). 
Essas glândulas não são encontradas nas cordas vocais verdadeiras. 
Na laringe não existe uma submucosa bem definida. 
Com o 
avanço da 
idade, o 
tecido 
cartilaginoso 
da epiglote é 
substituído 
por um 
tecido 
adiposo, o que faz a epiglote ter sua resistência diminuída. Isso 
aumenta as chances de engasgamento em idosos. 
 
 
 
Lorena Bressanini Siqueira 
Traqueia 
A traqueia é um órgão muito importante, sendo a região onde 
fazemos a 
traqueostomia. A 
traqueostomia tem uma 
luz e, para não colabar, 
há a presença de anéis 
de cartilagem em 
formato de “c”, 
sustentando essa 
estrutura para que permaneça aberta. 
A traqueia é uma continuação da laringe e termina ramificando-se 
nos dois brônquios extrapulmonares. É um tubo revestido 
internamente por epitélio do tipo respiratório. A lâmina própria é 
de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém 
glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen traqueal. 
Além disso, ela possui uma submucosa com tecido conjuntivo denso 
fibroelástico, glândulas seromucosas, elementos linfoides, vasos 
linfáticos e sanguíneos. 
A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens 
hialinas, em forma de C, cujas extremidades livres estão voltadas 
para o lado posterior. 
Ligamentos fibroelásticos e 
feixes de músculo liso 
prendem-se ao pericôndrio e 
unem as porções abertas 
das peças cartilaginosas em 
forma de C. Os ligamentos 
impedem a excessiva distensão do lúmen, e os feixes musculares 
possibilitam sua regulação. A contração do músculo causa redução 
do lúmen traqueal, participando do reflexo da tosse. O 
estreitamento do lúmen pela contração muscular aumenta a 
velocidade do ar expirado, e isso toma mais fácil expulsar, pela 
tosse, a secreção acumulada na traqueia e os corpos estranhos que 
possam ter penetrado. 
A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo 
frouxo, constituindo a camada adventícia, que liga o órgão aos 
tecidos adjacentes. 
A secreção, tanto das glândulas como das células caliciformes, 
forma um tubo viscoso continuo, que é levado em direção à faringe 
pelos batimentos ciliares, para remover partículas de pó que 
entram com o ar inspirado. Além da barreira de muco, as vias 
respiratórias apresentam outro sistema de defesa contra o meio 
externo, representado pela barreira linfocitária de função 
imunitária, a qual compreende tanto linfócitos isolados como 
acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos (nódulos linfáticos e 
linfonodos), distribuídos ao longo da porção condutora do aparelho 
respiratório. 
 
 
Árvore brônquica 
A traqueia ramifica-se originando dois brônquios que, após curto 
trajeto, entram nos pulmões através do hilo. Esses brônquios são 
chamados de primários. Pelo hilo também entram artérias e saem 
vasos linfáticos e veias. Todas essas estruturas são revestidas por 
tecido conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por raiz do 
pulmão. 
Os brônquios primários, ao penetrarem os pulmões, dirigem-se para 
baixo e para fora, dando origem a três brônquios no pulmão direito 
e dois no esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar. Esses 
brônquios lobares dividem-se repetidas 
vezes, originando brônquios cada vez 
menores, sendo os últimos ramos chamados 
de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra um 
lóbulo pulmonar, no qual se ramifica, 
formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Cada bronquíolo 
terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais 
marcam a transição para a porção respiratória, a qual, por sua vez, 
compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos. 
Ou seja, os brônquios primários se dividem em brônquios 
secundários, depois terciários (ou segmentares), que continuam 
sofrendo processos de ramificação, formando bronquíolos 
terminais, depois bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, 
sacos alveolares e alvéolos. Todas essas várias ramificações vão 
constituir a árvore brônquica. 
Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar, têm a mesma 
estrutura observada na traqueia. À medida que se caminha para a 
porção respiratória, observa-se simplificação na estrutura desse 
sistema de condutos, bem como diminuição da altura do epitélio. 
Deve-se ressaltar, entretanto, que essa simplificação é gradual, 
não havendo transição brusca. 
 
OBS.: o epitélio do sistema respiratório, conforme caminha em 
direção à porção respiratória, vai apresentando células menores, 
diminuindo o número de células caliciformes e perdendo os cílios 
até formar um epitélio pavimentoso, sendo essas adaptações 
gradativas. Sendo assim, temos que ocorre uma simplificação 
histológica conforme caminhamos com esse sistema. Essa 
simplificação facilita muito o processo de difusão dos gases no 
alvéolo, uma vez que só precisam atravessar uma camada epitelial. 
 
Brônquios 
Nos ramos maiores, ou seja, nos brônquios primários, a mucosa é 
muito similar à da traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio 
pode ser cilíndrico simples ciliado. Esses brônquios primários são 
extrapulmonares, ou seja, eles ainda não entraram no parênquima 
pulmonar, sendo muito similares à traqueia. Em contrapartida, 
conforme se caminha para a porção respiratória, os brônquios vão 
se segmentando (secundários e terciários) e vai acontecendo uma 
simplificação histológica. Esses brônquios intrapulmonares,então, 
vão ser compostos por um epitélio cilíndrico simples ciliado e por 
uma lâmina própria é rica em fibras elásticas. Após essa mucosa, 
vamos ter uma camada muscular lisa, formada por feixes 
Lorena Bressanini Siqueira 
musculares dispostos em espiral que 
circundam completamente o brônquio. 
Posteriormente, vem uma camada de 
submucosa, que possui glândulas seromucosas 
cujos ductos se abrem no lúmen brônquico. 
Por fim, nós temos peças irregulares de 
cartilagem hialina. As peças cartilaginosas 
são envolvidas por tecido conjuntivo rico em 
fibras elásticas. Essa capa conjuntiva, frequentemente denominada 
camada adventícia, continua com as fibras conjuntivas do tecido 
pulmonar adjacente. Tanto na 
adventícia como na mucosa são 
frequentes os acúmulos de linfócitos. 
Particularmente nos pontos de 
ramificação da árvore brônquica, é 
comum a existência de nódulos 
linfáticos 
 
 
Bronquíolos 
Os bronquíolos são segmentos intralobulares, ou seja, eles são 
formados depois das ramificações dos brônquios. Desse modo, eles 
não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O 
epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, passando a 
cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. As células 
caliciformes diminuem em número, podendo mesmo faltar 
completamente. O epitélio dos bronquíolos apresenta regiões 
especializadas denominadas corpos neuroepiteliais. Cada corpo 
neuroepitelial é constituído por 80 a 100 células que contêm 
grânulos de secreção e recebem terminações nervosas colinérgicas. 
Provavelmente, trata-se de quimiorreceptores que reagem às 
alterações na composição dos gases que penetram o pulmão. 
Admite-se que sua secreção tem ação local. 
Além disso, a lâmina própria dos bronquíolos é delgada e rica em 
fibras elásticas, sem glândulas. Segue-se à mucosa uma camada 
muscular lisa bem desenvolvida, cujas células se entrelaçam com as 
fibras elásticas, as quais se estendem para fora, continuando com a 
estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. 
Quando se compara a espessura das paredes dos brônquios com a 
dos bronquíolos, nota-se que a musculatura bronquiolar é 
relativamente mais desenvolvida que a brônquica. As crises 
asmáticas são causadas principalmente pela contração da 
musculatura bronquiolar, com pequena participação da musculatura 
dos brônquios, ou seja, a contração da musculatura lisa dos 
bronquíolos é responsável por grande parte das crises asmáticas 
(por isso que pessoas asmáticas usam bombinha com 
broncodilatador). 
 A musculatura dos brônquios e dos bronquíolos está sob controle 
do nervo vago (parassimpático) e do sistema simpático. A 
estimulação vagal (parassimpática) diminui o diâmetro desses 
segmentos, enquanto a estimulação do simpático produz efeito 
contrário. Isso explica por que os fármacos simpaticomiméticos 
são frequentemente empregados nas crises de asma para relaxar 
essa musculatura lisa e facilitar a passagem doar, funcionando 
como broncodilatadores. 
 
Resumindo as principais diferenças entra traqueia, brônquio 
intrapulmonar e bronquíolo: 
➔ Traqueia: cartilagem em “C + músculo liso associado à fibras 
elásticas unindo as “pontinhas” da cartilagem hialina + 
mucosa com glândulas seromucosas 
➔ Brônquio intrapulmonar: peças irregulares de cartilagem + 
musculo liso bem mais desenvolvido + BALT (que é o tecido 
linfoide) + glândulas seromucosas 
➔ Bronquíolo: não tem cartilagem + não tem glândulas + não 
tem nódulos linfoides 
→ Bronquíolos terminais: 
Os bronquíolos terminais são as últimas porções da árvore 
brônquica. Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo, 
porém, parede mais delgada, revestida internamente por epitélio 
colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas e não 
possuem células caliciformes. Além disso, eles têm um diâmetro 
menor que o dos bronquíolos que se ramificaram para formá-lo. Os 
bronquíolos terminais têm ainda as células de Clara, não ciliadas, 
que apresentam grânulos secretores em suas porções apicais. As 
células de Clara secretam proteínas que protegem o revestimento 
bronquiolar contra determinados poluentes do ar inspirado e 
contra inflamações. Ou seja, a função dessas células de Clara é a 
de proteger o tecido respiratório, realizando degradação de 
toxinas e reparo alveolar quando há dano ao tecido. 
Até agora foi porção condutora, mas a ramificação dos bronquíolos 
terminais forma o bronquíolo respiratório, que é capaz de realizar 
trocas gasosas. Desse modo, a partir de bronquíolos respiratórios 
nós temos a transição entre a porção condutora e respiratória. 
→ Bronquíolos respiratórios: 
Cada bronquíolo terminal se subdivide em dois ou mais bronquíolos 
respiratórios, os quais constituem a transição entre a porção 
condutora e a respiratória, ou seja, a partir dos bronquíolos 
respiratórios já pode ocorrer trocas gasosas. O bronquíolo 
respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, com estrutura 
semelhante à do bronquíolo terminal, exceto pela existência de 
numerosas expansões saculiformes constituídas por alvéolos, onde 
ocorrem trocas de gases (por isso eles são os primeiros 
representantes da porção respiratória). 
 
As porções dos bronquíolos respiratórios não ocupadas pelos 
alvéolos são revestidas por epitélio simples que varia de colunar 
baixo a cuboide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. 
Esse epitélio simples contém também células de Clara. O músculo 
liso e as fibras elásticas formam uma camada mais delgada do que 
a do bronquíolo terminal. 
Lorena Bressanini Siqueira 
Os bronquíolos respiratórios 
vão sofrer ainda mais 
simplificações, formando os 
ductos alveolares, que tem 
menos parede e muito mais 
alvéolos. Esses ductos 
alveolares são, portanto, 
organizações lineares de 
alvéolos. No início do ducto, pode haver um pouquinho de tecido 
muscular e epitélio, mas logo essas porções somem e fica, 
basicamente, só alvéolos. 
 
Ductos Alveolares 
À medida que a árvore respiratória se prolonga no parênquima 
pulmonar, aumenta o número de alvéolos que se abrem no 
bronquíolo respiratório, até que a parede passa a ser constituída 
apenas de alvéolos, e o tubo passa a ser chamado de ducto alveolar, 
ou seja, esse ducto alveolar é composto por um arranjo linear de 
alvéolos. 
Tanto os ductos alveolares como os alvéolos são revestidos por 
epitélio simples pavimentoso cujas células são extremamente 
delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a lâmina própria apresenta 
feixes de músculo liso. Nos cortes histológicos, esses acúmulos de 
músculo liso são vistos muito facilmente entre alvéolos adjacentes. 
Os ductos alveolares mais distais não apresentam músculo liso. 
Uma matriz rica em fibras elásticas e contendo também fibras 
reticulares (colágeno tipo III) constitui o estroma pulmonar, que 
dá suporte para os ductos e alvéolos. 
OBS.: no pulmão, parênquima são os alvéolos, enquanto que estroma 
é o tecido conjuntivo que vai dar sustentação para esses alvéolos. 
Funcionalmente, as fibras elásticas são importantes, porque se 
distendem durante a inspiração e se contraem passivamente na 
expiração. As fibras reticulares servem de suporte para os 
delicados capilares sanguíneos interalveolares e para a parede dos 
alvéolos, impedindo a distensão excessiva dessas estruturas e 
eventuais lesões. 
 
Envolvendo esses alvéolos existe uma rede capilar muito 
desenvolvida. 
 
Alvéolos 
O ducto alveolar termina em um alvéolo único ou em sacos 
alveolares constituídos por diversos alvéolos. Os alvéolos são a 
unidade estrutural e funcional do sistema respiratório, pois é neles 
que acontecem as principais trocas gasosas. 
Esses alvéolos são formados por um epitélio simples pavimentoso, 
constituído por dois tipos celulares intercalados entre si, sendo 
estes o pneumócito I e o pneumócito II. A função do alvéolo é 
realizar trocas gasosas e eles podem ser encontrados comoalvéolos isolados, mas também na parede de bronquíolos 
respiratórios, nos ductos alveolares e nos sacos alveolares (um 
agrupamento de alvéolos). 
 
O pneumócito tipo I é uma célula pavimentosa, com núcleo achatado 
e citoplasma escasso. Se associam entre si e com as do tipo II 
através de desmossomos e zônulas de oclusão, formando uma 
barreira de espessura mínima para permitir trocas gasosas e 
impedir passagem de líquido/passagem de fluidos do espaço 
tecidual (interstício) para o interior dos alvéolos. A principal 
função dos pneumócitos tipo I é constituir uma barreira de 
espessura mínima para possibilitar as trocas de gases e ao mesmo 
tempo impedir a passagem de líquido. 
 
 
Os pneumócitos tipo II ficam intercalados de maneira irregular 
com os de tipo I, sendo células cúbicas com núcleo arredondado e 
citoplasma vacuolizado. O pneumócito de tipo II possui grânulos em 
seu citoplasma que contém surfactante pulmonar. Sendo assim, 
possuem REG e Golgi bem desenvolvidos. Esse surfactante 
pulmonar é uma substância aquosa coberta por fosfolipídios 
(principalmente dipalmitoilfosfatidilcolina - DPPC), responsáveis 
pela diminuição da tensão superficial dos alvéolos. Então, a função 
dos pneumócitos tipo II é a de produzir e secretar na luz do 
alvéolo o surfactante pulmonar. O surfatante exerce diversas 
funções importantes, porém a mais evidente é reduzir a tensão 
superficial dos alvéolos, o que reduz também a força necessária 
para a inspiração, facilitando a respiração. Além disso, sem o 
surfatante os alvéolos tenderiam a entrar 
em colapso durante a expiração. 
O oxigênio do ar alveolar passa para o 
sangue capilar através das membranas, o 
C02 difunde-se em direção contrária. A 
liberação do C02 a partir de H2C03 é 
catalisada pela enzima anidrase carbônica existente nas hemácias. 
A camada surfatante não é estática, ao contrário, ela é renovada 
constantemente. As moléculas de lipoproteínas são continuamente 
removidas pelos dois tipos de pneumócitos por pinocitose e pelos 
macrófagos alveolares. 
O fluido alveolar é removido para a porção condutora pelo 
movimento ciliar, que cria uma corrente de líquido. Este líquido se 
Lorena Bressanini Siqueira 
mistura com o muco dos brônquios, formando o líquido 
broncoalveolar, que auxilia a remoção de partículas e substâncias 
prejudiciais que possam penetrar com o ar inspirado. O líquido 
broncoalveolar contém diversas enzimas, como lisozima, colagenase 
e betaglicuronidase, provavelmente produzidas pelos macrófagos 
alveolares. 
Em fetos, essa película surfatante lipoproteica aparece nas últimas 
semanas da gestação, na mesma ocasião em que aparecem os corpos 
multilamelares nos pneumócitos tipo II. 
Crianças recém-nascidas prematuras podem apresentar Síndrome 
da Angústia Respiratória do Recém-nascido. Esta síndrome também 
pode afetar bebes que nasceram com alguma deficiência na 
produção de surfactante também. Ao respirar pela primeira vez, 
com a ausência de surfactante, os alvéolos podem se colabar e 
impedir a respiração, efetuando a síndrome. Sendo assim, é 
importante que todo alvéolo seja revestido por esse surfactante 
pulmonar. 
 
Septo interalveolar 
O septo interalveolar é um espaço do estroma que fica entre a 
parede dos dois alvéolos, ou seja, são duas camadas de pneumócitos 
separados por interstício do tecido conjuntivo (fibras reticulares 
elásticas, substância fundamental e abundante rede capilar). 
Alguns alvéolos podem apresentar poros entre si. Isso é 
importante poque permite a equalização da pressão de ar entre os 
alvéolos e também possibilitam uma circulação colateral em caso de 
obstrução bronquilar. 
 
Na histologia, não conseguimos identificar as estruturas deste 
septo interalveolar em microscópio óptico devido a sua espessura. 
Barreira Hematoaérea 
Nesse septo interaveolar, há a barreira hematoaérea. Essa 
barreira hematoaérea é a região em que o capilar entra em contato 
com o pneumócito tipo I que forma a parede do alvéolo. Essa 
barreira separa o ar do alvéolo com o sangue circulante no capilar e 
é formada pelo citoplasma do pneumócito I, pela lâmina basal do 
pneumócito I, pela lâmina basal do capilar e pelo citoplasma da 
célula endotelial. 
 
Macrófagos alveolares 
O último tipo celular que encontramos nos alvéolos são os 
macrófagos alveolares, também chamados de células de poeira. São 
localizados na luz do alvéolo ou ainda no septo interalveolar e 
fazem tanto remoção de partículas quanto renovação de 
surfactante. 
 
Fibrose cística 
Na fibrose cística, as células do epitélio respiratório apresentam 
canal de cloreto defeituoso, começando a ter perda de absorção 
desse íon. A célula caliciforme continua secretando normalmente o 
muco, porém, não ocorre a saída do cloreto, o que causa uma maior 
absorção de sódio numa tentativa de atingir o equilíbrio elétrico. 
Entretanto, devido ao reestabelecimento do equilíbrio osmótico 
entre as células, acaba entrando água nas células por osmose, 
sendo que essa água é retirada do muco pelas células, fazendo com 
que ele fique cada vez mais viscoso, causando, posteriormente, 
obstrução da via 
respiratória, levando a 
infecções recorrentes. Ou 
seja, a dificuldade de 
respirar desse paciente é 
devido a produção de muco 
muito mais concentrado. 
 
Enfisema e pneumonia 
No enfisema há a destruição alveolar e dilatação de espaços 
aéreos, diminuindo a área de trocas gasosas. Já a pneumonia leva a 
uma população de leucócitos e hemácias nos alvéolos, 
congestionando capilares e diminuindo as trocas gasosas. 
 
 
COVID-19 
 
Na traqueia → pode 
causar congestão de vasos 
sanguíneos, além de poder 
destruir o seu epitélio 
Nos alvéolos → pode 
causar rompimento dos alvéolos, congestão de vasos dos alvéolos, 
depósito de fibrina (membrana hialina) na luz alveolar. Pode causar, 
também, proliferação dos pneumócitos tipo 2, os quais começam a 
se fundir formando células gigantes. Outra coisa é que as células 
de defesa podem infiltrar o tecido.

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