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Cavidades Corporais, Mesentério e Diafragma - Embriologia - Super Material - SanarFlix

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CAVIDADES CORPORAIS, 
MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Cavidade do corpo embrionário ........................... 6
3. Mesentério ..................................................................10
4. Divisão da cavidade do corpo embrionário ...13
5. Desenvolvimento do diafragma .........................16
Referências bibliográficas .........................................27
3CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
1. INTRODUÇÃO
No início da quarta semana de de-
senvolvimento, o celoma intraem-
brionário aparece como uma cavi-
dade em forma de ferradura, como 
demonstrado na figura a seguir, que 
são extremamente importantes para 
a formação de órgãos das cavidades 
torácicas e abdominais. A flexura da 
cavidade na extremidade cranial do 
embrião representa a futura cavida-
de pericárdica enquanto que os seus 
membros (extensões laterais) indi-
cam as futuras cavidades pleurais e 
peritoneais. 
Futura cavidade 
pericárdica
Âmnio (borda 
cortada)
Celoma 
intraembrionário
Pregas neurais
Futura cavidade 
pleural
Futura cavidade 
peritoneal
Vesícula umbilical
Celoma 
extraembrionário
Nível da 
secção B
Camada de 
mesoderma somático
Cavidade 
amniótica
Tubo 
neural
Notocorda
Somito
Camada do mesoderma 
esplâncnico
Parede da vesícula 
umbilical
Figura 1. Contorno do celoma intraembrionário (âmnio removido) em vista dorsal e corte transversal
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptado
Sabe-se que a parte distal de cada 
membro do celoma intraembrioná-
rio é contínua com o celoma extra-
embrionário nas bordas laterais do 
disco embrionário e que o celoma 
intraembrionário fornece espaço para 
os órgãos se desenvolverem e se 
moverem. Por exemplo, ele permite a 
herniação normal do intestino médio 
para dentro do cordão umbilical. 
4CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
CELOMA
3 cavidadesCeloma extraembrionário
Celoma 
intraembrionário
Uma cavidade 
percárdicaForma de ferradura Divide o mesoderma 
em duas camadas
Mesoderma somático 
extra-embrionário
Mesoderma esplâncnico 
extra-embrionário
Dois canais 
pericardioperitoneaisEspaço para órgãos
Uma cavidade 
peritoneal
Cranial
Cavidade pericárdica
Lateral
Cavidade pleural
Cavidade peritoneal
Durante o dobramento embrionário 
no plano horizontal, os membros do 
celoma são reunidos no aspecto ven-
tral do embrião, como mostrado na 
figura C do esquema a seguir. É, por 
esse motivo, que na região intitulada 
‘’celoma intraembrionário’’ que ocorre 
a formação e acomodação dos órgãos 
que serão gerados e desenvolvidos.
Na figura D conseguimos avaliar em 
melhor aumento algumas estruturas 
de formação do embrião, como a co-
luna e os membros, ao passo que na 
figura E já conseguimos avaliar tam-
bém um estágio mais avançado de 
desenvolvimento dos órgãos, des-
sa vez tratando-se do que ainda é 
primitivo, principalmente no sentido 
do trato gastrointestinal. 
Além disso, assim como demonstra-
do na figura F do esquema, o mesen-
tério ventral se degenera na região da 
futura cavidade peritoneal, resultan-
do em uma grande cavidade perito-
neal embrionária que se estende do 
coração à região pélvica. Ainda nes-
sa parte do esquema, conseguimos 
identificar estruturas bem importan-
tes como a camada do mesoderma 
somático, que nada mais é do que o 
revestimento interno do celoma, ao 
passo que a camada do mesoderma 
esplâncnico fica ao redor do intesti-
no, tanto do anterior como do médio 
e do posterior.
5CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Âmnio
Proeminência cardíaca
Nível da secção C
Âmnio
Intestino médio
Cavidade 
pericárdica
Coração
Vesícula 
umbilical
Celoma 
extraembrionário
Pedículo de 
conexão
Aorta Celoma 
intraembrionário
Âmnio
Vesícula umbilical
A B C
D
Nível da secção F
E
Intestino médio Intestino 
posterior
Intestino 
anterior
Septo 
transverso
Cordão 
umbilical
Figura 2. Dobramento embrionário e seus efeitos sobre o celoma intraembrionário e em outras estruturas.
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
6CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
2. CAVIDADE DO CORPO 
EMBRIONÁRIO
O celoma intraembrionário torna-se a 
cavidade do corpo embrionário, que é 
dividido em três cavidades bem defi-
nidas durante a quarta semana, como 
podemos observar na figura a seguir, 
com algumas ponderações. 
Alantoide
Broto uretérico 
(primórdio do rim 
permanente)
Septo 
Transverso
Mesentério 
dorsal
Artéria do 
intestino 
médio 
(mesentério 
superior)
Figura 3. Embrião e suas principais estruturas relacionadas às cavidades pericárdicas e peritoneais 
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
São as três cavidades mencionadas: 
• Uma cavidade pericárdica;
◊ Mais cranial 
• Dois canais pericardioperitoneais;
◊ Comunicam a cavidade peri-
cárdica com o peritônio
• Uma cavidade peritoneal.
◊ Mais caudal
Podemos pontuar ainda que, a de-
pender do plano de secção (B, C, D 
ou E) que se utilize para avaliar as es-
truturas que compõe o celoma, algu-
mas ponderações podem ser feitas 
de acordo com a principal estrutura a 
ser observada durante o desenvolvi-
mento do embrião. 
7CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Na secção C pode-se perceber a ca-
vidade peritoneal envolvendo o fíga-
do; na secção B podemos identificar 
o canal pericárdico-peritoneal próxi-
mo a estruturas torácicas; na secção 
D identificamos a cavidade peritone-
al com o surgimento do mesentério 
CELOMA
Cavidade pericárdicaCavidade peritoneal
Peritônio parietal
Mesotélio
Mesoderma somático
Realocado junto com o coração para 
região ventral
Peritônio visceral
Mesotélio
Mesoderma esplâncnico
Canais pericardioperitoneais passam 
dorsalmente
Se separa na 11ª semana
dorsal (que é responsável pelo de-
senvolvimento do mesentério pro-
priamente dito); na secção E pode-
mos entender como o mesentério faz 
o ligamento entre as estruturas do 
TGI em desenvolvimento e a região 
dorsal do embrião.
8CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 4. Ilustrações do mesentério e das cavidades do corpo no início da quinta semana de desenvolvimento
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
Notocorda
Aorta dorsal
Tubo neural
Parte esofágica do 
tubo 
traqueoesofágico
Parte traqueal do 
tubo traqueo-
-esofágico
Mesocárdio dorsal
Coração
Cavidade 
pericárdica
B
Canal 
pericárdio-
-peritoneal
C
Artéria do intestino 
anterior (futuro 
tronco celíaco)
Estômago
Mesentério
ventral
Parede 
abdominal 
ventral
Cavidade 
peritoneal
Cavidade peritoneal
D
Intestino médio
Vesícula umbilical
E
Tubo neural
Aorta dorsal
Mesoderma 
esplâncnico
Mesentério dorsal
Cavidade 
peritoneal
Intestino 
posterior Mesoderma 
somático
Mesentério 
dorsal
Acerca da cavidade peritoneal e 
analisando ainda a figura anterior, fica 
evidente que essas cavidades pos-
suem uma parede parietal, revestida 
por mesotélio (futura camada parietal 
do peritônio), que é derivado do me-
soderma somático e uma parede vis-
ceral, também coberta por mesotélio 
(futura camada visceral do peritônio), 
que é derivado do mesoderma es-
plâncnico (E). 
Além disso, podemos observar que 
a cavidade peritoneal é conectada 
com o celoma extraembrionário no 
umbigo (D). A cavidade perde sua co-
nexão com o celoma extraembrioná-
rio durante a 11ª semana de gesta-
ção, quando os intestinos e no cordão 
umbilical, retornam ao abdome (C).
SE LIGA! Quando há alguma alteração 
ou interferência nessa dinâmica e con-
figuração do peritônio, é provável que o 
feto já desenvolvido ou o recém-nasci-
do possa apresentar defeitos na parede 
abdominal, como gastrosquise ou onfa-
locele, condições em que os órgãos se 
apresentam para fora da cavidade abdo-
minal e que são extremamente graves.9CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Sendo assim, fica claro que a cavida-
de peritoneal é constituída por um pe-
ritônio parietal e um peritônio visceral, 
mas que possuem origem embrioló-
gica diferenciada mesmo possuindo 
a constituição de mesotélio em co-
mum. Ao passo que o peritônio parie-
tal (que é a parede parietal revestida 
de mesotélio) é derivado do meso-
derma somático, o peritônio visceral 
(que é a parede visceral revestida de 
mesotélio) é derivado do mesoderma 
esplâncnico.
Durante a formação da prega cefá-
lica, como bem avaliado na Figura a 
seguir, o coração e a cavidade peri-
cárdica são realocados ventralmente, 
ficando anterior ao intestino anterior. 
Como resultado, a cavidade pericár-
dica abre-se nos canais pericardio-
peritoneais, que passam dorsalmente 
ao intestino anterior. Depois do do-
bramento embrionário, a parte cau-
dal do intestino anterior, do intestino 
médio e do intestino posterior ficam 
suspensas na cavidade peritoneal 
a partir da parede abdominal dorsal 
pelo mesentério dorsal.
O septo transverso, região bem ex-
tensa como mostrado na imagem, 
é a estrutura que, em fase inicial do 
desenvolvimento, é responsável pela 
separação das vísceras abdominais 
das vísceras torácicas. Quando há 
alguma disfunção em sua formação, 
como na hérnia diafragmática con-
gênita, a separação das vísceras não 
acontece da maneira ideal e a conse-
quência dessa condição é uma eleva-
da taxa de morbimortalidade. 
Além dessas ponderações, é impor-
tante salientar a presença do canal 
pericardioperitoneal, esta que é uma 
estrutura múltipla extremamente im-
portante para o desenvolvimento fe-
tal fisiológico, principalmente pelo fato 
de permitir a passagem e desenvolvi-
mento das estruturas anatômicas que 
compreendem as duas cavidades, 
como o esôfago e os grandes vasos, 
região cervical e outras estruturas.
10CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 5. Desenhos de um embrião de 24 semanas acerca da cavidade pericárdica
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
3. MESENTÉRIO
Um mesentério é uma camada dupla 
de peritônio, que começa como uma 
extensão do peritônio visceral que re-
veste um órgão e que o liga à pare-
de do corpo, além de transmitir vasos 
(sanguíneos e linfáticos) e nervos a ele, 
principalmente em sua região central. 
Transitoriamente, os mesentérios dor-
sal e ventral dividem a cavidade peri-
toneal em metades direita e esquerda, 
enquanto que o mesentério ventral 
logo involui/degenera-se, exceto onde 
ele está ligado à parte caudal do intes-
tino anterior (primórdio do estômago e 
parte proximal do duodeno). Ou seja, 
é o mesentério dorsal que permanece 
e que é desenvolvido no paciente até 
o fim da formação embrionária e pos-
teriormente também.
A cavidade peritoneal, em segui-
da, transforma-se em um espaço 
11CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
contínuo. As artérias que irrigam o 
intestino primitivo – tronco arterial 
celíaco (intestino anterior), a artéria 
mesentérica superior (intestino mé-
dio) e a artéria mesentérica inferior 
(intestino posterior) – passam entre 
as camadas do mesentério dorsal.
Figura 6. Demonstração esquemática do mesentério ventral e dorsal
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
Quando o celoma inicialmente se for-
ma, o tubo digestório se encontra am-
plamente fixado à parede dorsal do 
corpo pelo mesoderma. Entretanto, na 
região das futuras vísceras abdominais 
(a partir da porção abdominal do esôfa-
go até a porção mais proximal do futuro 
reto), o mesênquima em meio a esta re-
gião de inserção gradualmente se dis-
persa durante a 4ª semana, resultando 
na formação de um delgado mesenté-
rio dorsal de dupla camada, que man-
tém as vísceras abdominais suspensas 
na cavidade celomática. Como o tubo 
digestório abdominal e seus derivados 
se encontram suspensos em meio a 
esta parte do celoma intraembrionário 
que mais tarde se torna a cavidade pe-
ritoneal, eles são denominados vísce-
ras intraperitoneais. 
Em contraste com a localização in-
traperitoneal da maior parte do tubo 
digestório primitivo e seus deriva-
dos, alguns dos órgãos viscerais se 
desenvolvem associados à parede 
do corpo e estão separados do celo-
ma por uma cobertura formada pela 
membrana serosa (no caso, o peritô-
nio). Esses órgãos são denominados 
retroperitoneais. 
SE LIGA! É importante perceber que a 
designação retroperitoneal significa que 
um órgão está localizado atrás do peri-
tônio a partir de um ponto de vista no 
interior da cavidade peritoneal – não 
que esteja necessariamente localizado 
na parede posterior do corpo. Assim, os 
rins são retroperitoneais, da mesma for-
ma que é a bexiga, a qual se desenvolve 
na parede anterior do corpo.
12CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Para complicar ainda mais a distinção 
entre intraperitoneal e retroperitone-
al, algumas partes do tubo digestó-
rio que estão inicialmente suspensas 
pelo mesentério mais tarde se fun-
dem à parede do corpo, assumindo 
assim a aparência de órgãos retro-
peritoneais. Esses órgãos, os quais 
incluem os colos ascendente e des-
cendente, o duodeno e o pâncreas, 
são denominados secundariamente 
retroperitoneais. 
Ao final da 4ª semana, quase todo o 
tubo digestório abdominal – a porção 
dentro da cavidade peritoneal, a par-
tir da região abdominal do esôfago 
até a extremidade superior da cloaca 
em desenvolvimento – encontra-se 
suspenso pelo mesentério dorsal. 
Exceto na região do estômago em de-
senvolvimento, as cavidades celomá-
ticas no mesoderma da placa lateral a 
ambos os lados do disco embrionário 
coalescem durante o dobramento para 
formar uma única cavidade peritoneal 
contínua. Na região do estômago, o 
tubo digestório permanece conecta-
do à parede ventral do corpo pelo es-
pesso septo transverso. Por volta da 
5ª semana, a porção caudal do septo 
transverso se adelgaça para formar 
o mesentério ventral que conecta o 
estômago e o fígado em desenvolvi-
mento à parede ventral do corpo.
MESENTÉRIO
Duas porçõesDefinição
Camada dupla de peritônio Mesentério dorsal
Origem do mesentério
Extensão do peritônio visceral Mesentério ventral
Degenera
Conecta órgãos a parede posterior do 
abdome
Passagem de vasos e nervos
13CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
4. DIVISÃO DA CAVIDADE 
DO CORPO EMBRIONÁRIO
A principal estrutura embrionária ini-
cial que está correlacionada ao tema, 
ou seja, com a divisão das cavidades 
abdominal e torácica, é o septo trans-
verso. Cada canal pericardioperitone-
al encontra-se lateralmente à parte 
proximal do intestino anterior (futuro 
esôfago) e dorsal ao septo transverso 
- uma placa de tecido mesodérmico 
que ocupa o espaço entre a cavida-
de torácica e o ducto onfaloentérico. 
Sendo assim, fica fácil de entender 
que o septo transverso é o primór-
dio do tendão central do diafrag-
ma. Além disso, sabe-se que esse 
septo permite a passagem de mio-
fibroblastos que vão dar a formação 
futura da musculatura diafragmática 
responsável pela manutenção da vida 
devido a sua função de ventilação.
Como visto na imagem a seguir, for-
mam-se divisórias em cada canal 
pericardioperitoneal separando a 
cavidade pericárdica das cavidades 
pleurais e as cavidades pleurais da 
cavidade peritoneal. Devido ao cres-
cimento dos brotos brônquicos (pri-
mórdio dos brônquios e dos pulmões) 
nos canais pericardioperitoneais, um 
par de cristas membranosas é produ-
zido na parede lateral de cada canal:
• As cristas craniais – pregas (mem-
branas) pleuropericárdicas – estão 
localizadas superiormente aos pul-
mões em desenvolvimento.
• As cristas caudais – pregas pleu-
roperitoneais – estão localizadas 
inferiormente aos pulmões.
Figura 7. Esquema representativo da divisão da cavidade do corpo embrionário
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016; adaptada
14CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIOE DIAFRAGMA
Membranas pleuropericárdicas
Como demonstrado no esquema de 
imagens a seguir, à medida que as 
pregas pleuropericárdicas aumen-
tam, elas formam divisórias que se-
param a cavidade pericárdica das 
cavidades pleurais, principal função 
dessas membranas. Essas partições 
– as membranas pleuropericárdicas 
– contêm as veias cardinais comuns, 
que drenam o sistema venoso no seio 
venoso do coração. 
Inicialmente, os brotos brônquicos 
são pequenos em relação ao coração 
e a cavidade pericárdica, mas eles 
logo crescem lateralmente a partir da 
extremidade caudal da traqueia para 
dentro dos canais pericardioperitone-
ais (futuros canais pleurais). À medida 
que as cavidades pleurais primordiais 
se expandem ventralmente em torno 
do coração, elas se estendem para 
dentro da parede do corpo, dividindo 
o mesênquima em:
SAIBA MAIS: DEFEITO PERICÁRDICO CONGÊNITO
A formação defeituosa e/ou a fusão das membranas pleuropericárdicas que separam as ca-
vidades pleurais e pericárdicas é incomum. Essa anomalia resulta num defeito congênito do 
pericárdio, geralmente assintomático e no lado esquerdo. Consequentemente, a cavidade pe-
ricárdica comunica-se com a cavidade pleural. Em casos muito incomuns, uma parte do átrio 
esquerdo do coração hernia-se na cavidade pleural a cada batimento cardíaco.
• Uma camada externa que se torna 
a parede torácica.
• Uma camada interna que se torna 
o pericárdio fibroso, a camada ex-
terna do saco pericárdico que en-
volve o coração.
As membranas pleuropericárdicas 
projetam-se nas extremidades cra-
niais dos canais pericardioperitone-
ais. Com o crescimento subsequente 
das veias cardinais comuns, o des-
locamento posicional do coração e a 
expansão das cavidades pleurais, as 
membranas tornam-se pregas pare-
cidas com mesentério que se esten-
dem a partir da parede torácica lateral. 
Em torno da sétima semana, as mem-
branas fundem-se com o mesênqui-
ma ventral ao esôfago, que separa a 
cavidade pericárdica das cavidades 
pleurais. Esse mediastino primordial 
consiste uma massa de mesênquima 
que se estende a partir do esterno até 
a coluna vertebral, que separa os pul-
mões em desenvolvimento.
15CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Membranas pleuroperitoneais
Conforme as pregas pleuroperito-
neais aumentam, elas projetam-se 
nos canais pericardioperitoneais, e, 
gradualmente, as pregas tornam-se 
membranosas, formando as mem-
branas pleuroperitoneais, estrutu-
ras essas que terminam por separar 
as cavidades pleurais da cavidade 
peritoneal. 
As membranas pleuroperitoneais 
são produzidas quando os pulmões 
em desenvolvimento e as cavidades 
pleurais se expandem e invadem a 
parede do corpo. Elas estão ligadas 
dorsolateralmente à parede abdo-
minal e, inicialmente, suas bordas li-
vres crescentes projetam-se para 
a extremidade caudal dos canais 
pericardioperitoneais.
Durante a sexta semana de gesta-
ção, as membranas pleuroperitone-
ais estendem-se ventromedialmente 
até suas bordas livres se fundirem 
com o mesentério dorsal do esôfago 
e do septo transverso. Este separa 
SAIBA MAIS!
A abertura pleuropericárdica direita fecha-se ligeiramente um pouco mais cedo do que a es-
querda e produz uma membrana pleuropericárdica maior.
Notocorda
Broto 
brônquico
Nervo 
frênico
Coração
Canal 
pericardioperitoneal
Veia cardinal 
comum esquerda
Prega 
pleuropericárdica
Cavidade pericárdica
Cavidade pleural
Aorta Pulmão
Parede 
torácica 
lateral
Membrana 
pleuropericárdica
Aorta
Cavidade 
pleural
Nervo 
frênico
Mesoesôfago
Esôfago no 
mediastino 
primordial
Pericárdio 
fibroso
Aorta
Parede 
torácica
Veia cava 
superior
Cavidade 
pericárdicaCavidade pericárdica
Figura 8. Ilustrações de estágios sucessivos nas separações das cavidades pleurais e cavidades pericárdicas
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
16CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
as cavidades pleurais da cavidade 
peritoneal. 
O fechamento das aberturas pleuro-
peritoneais é completado pela migra-
ção de mioblastos (células musculares 
primordiais) nas membranas pleuro-
peritoneais e que são a parte muscu-
lar do diafragma. Por isso, pode-se 
dizer que as membrana pleurope-
ritoneais também fazem parte da 
formação do diafragma.
SAIBA MAIS!
A abertura pleuroperitoneal no lado direito fecha um pouco antes que a esquerda. A razão 
para isso é incerta, mas pode estar relacionada com o tamanho relativamente grande do lobo 
direito do fígado, nessa fase de desenvolvimento.
5. DESENVOLVIMENTO 
DO DIAFRAGMA
O diafragma é uma partição muscu-
lotendinosa em forma de cúpula que 
separa as cavidades torácica e abdo-
minal, além de participar da ventilação 
e consequentemente manutenção da 
vida. É uma estrutura composta que 
se desenvolve a partir de quatro com-
ponentes embrionários:
• Septo transverso;
• Membranas pleuroperitoneais;
• Mesentério dorsal do esôfago;
• Crescimento muscular a partir das 
paredes laterais do corpo.
CONCEITO! Vários genes candida-
tos, no braço longo do cromossomo 15 
(15q), desempenham um papel crítico 
no desenvolvimento do diafragma.
Septo transverso
O septo transverso cresce dorsal-
mente a partir da parede ventrola-
teral do corpo e forma uma divisão 
semicircular que separa o coração do 
fígado. Assim, o septo (composto de 
tecido mesodérmico) forma o tendão 
central do diafragma. Após a cabeça 
dobrar ventralmente durante a quarta 
semana, o septo forma uma espessa 
partição de tecido conjuntivo incom-
pleto entre as cavidades abdominal e 
do pericárdio. 
SE LIGA! O septo não separa completa-
mente a cavidades torácica e abdominal.
Durante o desenvolvimento inicial, 
uma grande parte do fígado está in-
corporada ao septo transverso. Exis-
tem grandes aberturas, os canais 
pericardioperitoneais, ao longo dos 
lados do esôfago. O septo se expande 
17CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
e se funde com o mesentério dorsal 
do esôfago e com as membranas 
pleuroperitoneais.
Membrana pleuroperitoneais
De forma resumida, as membranas 
pleuroperitoneais fundem-se com o 
mesentério dorsal do esôfago e do 
septo transverso e isso completa a 
partição entre as cavidades toráci-
ca e abdominal e forma o diafragma 
primordial. Vale pontuar ainda que 
apesar de as membranas pleurope-
ritoneais formarem grandes porções 
do diafragma fetal precoce, esses re-
presentam relativamente pequenas 
porções do diafragma do neonato.
Figura 9. Ilustração referente ao desenvolvimento do diafragma (parte 01)
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Mesentério dorsal do esôfago
O septo transverso e as membranas 
pleuroperitoneais fundem-se com o 
mesentério dorsal do esôfago. Esse 
mesentério constitui a porção media-
na do diafragma. É assim que a crura 
do diafragma, um par de feixes mus-
culares divergentes, que lembram 
pernas que se cruzam no plano ante-
rior mediano à aorta, desenvolve-se a 
partir de mioblastos que crescem no 
mesentério dorsal do esôfago.
18CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 10. Ilustração referente ao desenvolvimento do diafragma (parte 02)
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Crescimento muscular das 
paredes laterais do corpo
Ao longo da 9ª à 12ª semana, os pul-
mões e as cavidades pleurais aumen-
tam, alojando-se nas paredes laterais 
do corpo. Sabe-se que durante esse 
processo o tecido da parede do corpo 
é dividido em duas camadas:
Uma camada externa que se torna 
parte da parede abdominal definitiva;
Uma camada interna que contribui 
para as partes periféricas do diafrag-
ma, externas às partes derivadas das 
membranas pleuroperitoneais.
A extensão adicional das cavidades 
pleurais em desenvolvimento para o 
interior das paredes laterais do corpo 
formam os recessos costodiafragmá-
ticos, como na figura a seguir, que es-
tabelecem a configuração em forma 
de cúpula característica do diafragma 
e permitem o desenvolvimentoda 
parte muscular do diafragma a partir 
da camada interna. Ou seja, a cavida-
de pleural acaba por empurrar as es-
truturas em orientação mais caudal.
Após o nascimento, os recessos cos-
todiafragmáticos tornam-se alterna-
damente menores e maiores, confor-
me os pulmões se movem para dentro 
e para fora durante a inspiração e ex-
piração. Eles são criados a partir des-
se movimento das cavidades pleurais 
e pericárdicas.
19CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 11. As extensões das cavidades pleurais para dentro das paredes do corpo, das partes periféricas do diafrag-
ma e dos recessos costodiafragmáticos e o estabelecimento da configuração em forma de cúpula característica do 
diafragma. 
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
ORIGEM EMBRIOLÓGICA DO DIAFRAGMA
Crescimento 
muscular a partir das 
paredes laterais do 
corpo
Mesentério dorsal do 
esôfago
Membranas 
pleuroperitoneaisSepto transverso
9ª a 12ª semana
Formação 
do diafragma 
primordial
Tecido mesodérmico
Forma a porção 
mediana do 
diafragma
Camada externa
Parede abdominal 
Separa o coração do 
fígado
Camada interna
Parte periférica
Forma o tendão 
central do difragma
Alterações posicionais e inervação 
do diafragma
Durante a quarta semana de gestação, 
o septo transverso, antes do reposi-
cionamento do coração, encontra-se 
localizado à frente do terceiro ao quin-
to par de somitos cervicais. Durante a 
quinta semana, os mioblastos dos so-
mitos migram para o interior do dia-
fragma em desenvolvimento, levando 
suas fibras nervosas com eles.
20CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Consequentemente, os nervos frêni-
cos que fornecem inervação motora 
para o diafragma surgem dos ramos 
primários ventrais do terceiro, quar-
to e quinto nervos espinais cervicais. 
Os três ramos de cada lado se juntam 
para formar um nervo frênico. Os ner-
vos frênicos também fornecem fibras 
sensoriais às superfícies superiores 
e inferiores das cúpulas direita e es-
querda do diafragma. 
O crescimento rápido da parte dorsal 
do corpo do embrião resulta em uma 
aparente descida do diafragma. Por 
volta da sexta semana, o diafragma 
está no nível dos somitos torácicos. 
Os nervos frênicos têm agora um cur-
so descendente. À medida que o dia-
fragma aparece relativamente mais 
caudalmente no corpo, os nervos cor-
respondentemente se alongam. No 
início da oitava semana, a parte dor-
sal do diafragma encontra-se no nível 
da primeira vértebra lombar. Devido à 
origem cervical dos nervos frênicos, 
eles possuem aproximadamente 30 
cm de comprimento em adultos. 
Figura 12. Ilustração referente a inervação do diafragma
Disponível em: MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Os nervos frênicos no embrião aden-
tram o diafragma pela passagem atra-
vés das membranas pleuropericár-
dicas. Isto explica por que os nervos 
frênicos posteriormente se localizam 
sobre o pericárdio fibroso, o derivado 
adulto das membranas pleuropericár-
dicas. Conforme as quatro partes do 
diafragma se fundem, o mesênquima 
do septo transverso se estende 
para as outras três partes. Ele forma 
mioblastos que se diferenciam em 
músculo esquelético do diafragma. A 
borda costal recebe fibras sensoriais 
dos nervos intercostais inferiores de-
vido à origem da parte periférica do 
diafragma a partir das paredes late-
rais do corpo.
21CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Hérnia diafragmática congênita (HDC)
A HDC é a causa mais comum de hi-
poplasia pulmonar. Dificuldades res-
piratórias com risco de vida podem 
estar associadas com a HDC devido 
à inibição do desenvolvimento e da 
insuflação dos pulmões. Além disso, 
a maturação pulmonar fetal pode ser 
retardada. O polidrâmnio (excesso de 
líquido amniótico) pode também estar 
presente. A região do gene candidato 
para a HDC tem sido descrita como 
uma mutação do gene do cromosso-
mo 15q26, que inclui a formação de 
dedo de zinco (GATA6).
A HDC, normalmente unilateral, re-
sulta de formação e/ou fusão defei-
tuosa das membranas pleuroperito-
neais com as outras três partes do 
diafragma. Isso causa uma grande 
abertura na região posterolateral do 
diafragma. Como resultado, as cavi-
dades peritoneal e pleural ficam con-
tínuas uma a outra ao longo da pa-
rede posterior do corpo. Esse defeito 
congênito (por vezes referido como o 
forame de Bochdalek) ocorre no lado 
esquerdo em 85% a 90% dos casos. 
A preponderância dos defeitos no 
lado esquerdo pode estar relacionada 
ao fechamento precoce da abertura 
pleuroperitoneal direita. O diagnós-
tico pré-natal da HDC depende de 
exame de ultrassom e de imagem por 
ressonância magnética dos órgãos 
abdominais no tórax.
As membranas pleuroperitoneais 
normalmente fundem-se com os ou-
tros três componentes do diafragma 
até o final da sexta semana de ges-
tação. Se um canal pleuroperitoneal 
permanece aberto quando os intes-
tinos retornam ao abdome da hérnia 
fisiológica do cordão umbilical na 10ª 
semana, uma parte dos intestinos e 
outras vísceras podem passar para 
dentro do tórax. A presença de vísce-
ras abdominais no tórax empurra os 
pulmões e o coração anteriormente e 
comprime os pulmões. Muitas vezes, 
o estômago, o baço e a maior parte 
dos intestinos herniam-se. A mortali-
dade na HDC não resulta da existên-
cia de um defeito no diafragma ou da 
presença das vísceras abdominais no 
tórax, mas porque os pulmões são hi-
poplásicos devido à compressão du-
rante o desenvolvimento.
A severidade das anormalidades de 
desenvolvimento pulmonares depende 
SAIBA MAIS: DEFEITO PÓSTERO LATERAL DO DIAFRAGMA
 O único defeito congênito relativamente comum do diafragma é o defeito póstero lateral, que 
ocorre em cerca de 1 a cada 2.200 recém-nascidos. Esse defeito está associado com a hérnia 
diafragmática congênita (HDC), que leva a herniação do conteúdo abdominal para a cavidade 
torácica.
22CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
de quando e em que extensão as vís-
ceras abdominais se herniam para den-
tro do tórax (isto é, o momento e o grau 
de compressão dos pulmões do feto). 
O efeito sobre o pulmão ipsilateral (do 
mesmo lado) é maior, mas o pulmão 
contralateral também mostra altera-
ções morfológicas. Se as vísceras ab-
dominais estão na cavidade torácica ao 
nascimento, o início da respiração pode 
ser prejudicado. Os intestinos dilatam, 
o que compromete o funcionamento do 
coração e dos pulmões. Uma vez que 
os órgãos abdominais estão, na maioria 
das vezes, no lado esquerdo do tórax, o 
coração e o mediastino geralmente es-
tão deslocados para a direita.
Os pulmões de bebês com HDC são 
muitas vezes hipoplásicos. O retardo 
de crescimento dos pulmões resulta 
da falta de espaço para que eles se 
desenvolvam normalmente. Para 
complicar ainda mais o curso neona-
tal está associado à hipertensão pul-
monar resultante da diminuição da 
área da secção transversal vascular.
A hipóxia também pode desencadear 
vasoconstrição pulmonar, que, em al-
guns casos, pode ser reversível com 
inalação de óxido nítrico, um vasodila-
tador pulmonar potente. Os pulmões 
tornam-se frequentemente aerados e 
atingem seu tamanho normal após a 
redução (reposicionamento) das vísce-
ras herniadas e a reparação do defei-
to no diafragma. A detecção pré-natal 
de HDC ocorre em cerca de 50% dos 
casos. A maioria dos bebês com HDC 
agora sobrevive em função de melho-
rias na assistência respiratória.
Figura 13. A, O diagra-
ma mostra a herniação 
do intestino para dentro 
do tórax através de um 
defeito póstero lateral no 
lado esquerdo do diafrag-
ma.. B, Desenho de um 
diafragma com um grande 
defeito póstero lateral no 
lado esquerdo, devido à 
formação anormal e/ou 
fusão anormal da membra-
na pleuroperitoneal no lado 
esquerdo com o mesoesô-
fago e o septo transverso. 
C e D, Eventração do 
diafragma, resultante do 
desenvolvimento muscular 
defeituoso do diafragma. 
As vísceras abdominais 
são deslocadas para o 
tórax dentro de uma bolsa 
de tecidodiafragmático.
Disponível em: MOORE KL; 
PERSAUD TVN; TORCHIA 
MG. Embriologia clínica. 
10ª ed, Elsevier, 2016
23CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 14. Feto com hérnia diafragmática. As alças do 
intestino na cavidade pleural esquerda (seta) compri-
mem o pulmão esquerdo.
Fonte: CARLSON, Bruce M. Human Embryology and 
Developmental biology E-book. Elsevier Health Scien-
ces, 2018.
Eventração do diafragma
Na eventração do diafragma, uma 
condição rara, metade do diafragma 
apresenta musculatura defeituosa e 
forma balões para dentro da cavida-
de torácica como uma camada apo-
neurótica (membranosa), formando 
uma bolsa diafragmática. As vísceras 
abdominais são deslocadas superior-
mente para dentro da bolsa do dia-
fragma. Esse defeito resulta principal-
mente da falha do tecido muscular da 
parede do corpo de se estender para 
a membrana pleuroperitoneal no lado 
afetado. 
Vale a pena ressaltar que a eventra-
ção do diafragma não é uma hérnia 
diafragmática verdadeira e sim um 
deslocamento superior de vísceras 
para uma parte sacular do diafragma. 
Porém, as manifestações clínicas da 
eventração diafragmática podem si-
mular a HDC.
Figura 15. Eventração do diafragma. A falha das mem-
branas pleuroperitoneais em se diferenciar normal-
mente durante a vida fetal pode permitir que os órgãos 
abdominais dilatem as regiões anormalmente finas do 
diafragma e penetrem na cavidade pleural.
Fonte: SCHOENWOLF, G.C. et al. Larsen, Embriologia 
Humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
Gastrosquise e hérnia epigástrica 
congênita
A gastrosquise é uma fissura con-
gênita na parede abdominal anterior 
24CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
que ocorre em cerca de 1 a cada 
3.000 neonatos, sendo considerada 
relativamente frequente. Geralmente, 
o que ocorre é uma protrusão de vís-
ceras e o local do defeito abdominal 
ocorre mais para a direita do cordão 
umbilical em vez de na linha média. 
SE LIGA! Esse defeito difere de uma 
hérnia umbilical em que o intestino fica 
descoberto e flutuando no líquido am-
niótico. Além disso, existe também uma 
diferença importante entre a gastrosqui-
se e a onfalocele, como mostrado na fi-
gura a seguir
Apesar de não ser uma cobertura 
verdadeira, uma camada inflamatória 
pode se formar secundária à exposi-
ção do intestino ao líquido amniótico. 
Se essa camada estiver presente, ao 
nascimento, o intestino parece estar 
coberto por uma membrana e as al-
ças individuais não são facilmente vi-
síveis. Esse defeito geralmente é de-
tectado no período pré-natal, com o 
exame de ultrassonografia de rotina.
Figura 16. Feto com um defeito importante na parede ab-
dominal ventral que combina gastrosquise e ectopia cordis.
Fonte: CARLSON, Bruce M. Human Embryology and Deve-
lopmental biology E-book. Elsevier Health Sciences, 2018.
A hérnia epigástrica congênita, por 
outro lado, encontra-se na linha mé-
dia como um abaulamento da parede 
abdominal, localizado entre o proces-
so xifóide e o umbigo. O intestino não 
fica exposto ao líquido amniótico, pois 
permanece sendo coberto pela pele e 
tecidos subcutâneos.
Vale a pena ressaltar que a gastros-
quise e as hérnias epigástricas resul-
tam da falha na fusão completa das 
pregas laterais do corpo lateral com a 
parede abdominal anterior durante a 
quarta semana de gestação.
Hérnia de hiato congênita 
A herniação de parte do estômago fetal 
pode ocorrer através de um hiato esofá-
gico excessivamente largo – a abertura 
no diafragma através da qual o esôfago 
e os nervos vagos passam. Uma hérnia 
hiatal é geralmente adquirida durante 
a vida adulta; um hiato esofágico con-
genitamente aumentado pode ser fator 
predisponente em alguns casos.
25CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
Figura 17. Hérnia do hiato
Disponível em: tuasaude.com
Hérnia retroesternal 
(paraesternal)
Herniações podem ocorrer através do 
hiato esternocostal (também chamado 
forame de Morgagni) – a abertura para 
os vasos epigástricos superiores na área 
retroesternal, mas eles são incomuns. 
Esse hiato está localizado entre as par-
tes esternal e costal do diafragma. 
A herniação do intestino para dentro do 
saco pericárdico pode ocorrer, ou, pelo 
contrário, parte do coração pode descer 
para dentro da cavidade peritoneal na 
região epigástrica. Grandes defeitos são 
comumente associados aos defeitos de 
parede do corpo na região umbilical. 
Diafragma acessório
Mais de 30 casos dessa anomalia rara 
conhecida como diafragma acessório 
foram relatados e sabe-se que ela é 
mais frequente no lado direito e é as-
sociada à hipoplasia pulmonar e ou-
tras complicações respiratórias. Um 
diafragma acessório pode ser diag-
nosticado por imagem de ressonân-
cia magnética ou tomografia compu-
tadorizada. O tratamento é feito por 
excisão cirúrgica, principalmente.
Aorta
Veia cava 
inferior
Pericárdica
Paraesternal
Hiatal
Eventração
Esôfago
Póstero lateral
Figura 18. Locais comuns de hérnias diafragmáticas. As percentagens de ocorrência são indicadas.
Fonte: CARLSON, Bruce M. Human Embryology and Developmental biology E-book. Elsevier Health Sciences, 2018.
26CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
EMBRIOLOGIA
DIAFRAGMAMESENTÉRIOCELOMA
MusculotendíneaCeloma intraembrionário
Formato de cúpula
Camada dupla de 
peritônio
Celoma 
extraembrionário
Separa cavidade 
abdominal e torácica
Vascularização e 
enervação
4 origens embrionárias
3 cavidades Duas estruturas
Septo transverso
Peritoneal Mesentério dorsal
Mesentério 
dorsal do esôfago
Pericardicoperitoneal
Membranas 
pleuroperitoneais
Pericárdica Mesentério ventral
Crescimento 
muscular a partir 
das paredes 
laterais do corpo
27CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
TOWSEND Jr CM; BEAUCHAMP RF; EVERS BM; MATTOX KL. Sabiston Textbook of Sur-
gery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20th edition, Philadelphia Saunders-
-Elsevier, 2017.
DOHERTY GM. Current Diagnosis and Treatment - Surgery. 13th edition, McGraw-HillLan-
ge, 2010.
SCHOENWOLF, G.C. et al. Larsen, Embriologia Humana. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
CARLSON, Bruce M. Human Embryology and Developmental biology E-book. Elsevier He-
alth Sciences, 2018.
28CAVIDADES CORPORAIS, MESENTÉRIO E DIAFRAGMA
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