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1 Teoria de Estruturas I - Estruturas isostáticas – Prof. Marcelo Lopes Martins Borges 28/julho/2014 Centro Universitário do Leste de Minas Gerais UNILESTE 2 Objetivo Transmitir os conhecimentos fundamentais para concepção e análise estrutural: determinação de reações de apoio e esforços solicitantes em estruturas reticuladas isostáticas planas. 3 Referências bibliográficas 1 – ALMEIDA, Maria Cascão Ferreira de. Estruturas Isostáticas. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. 2 – SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Estruturas Isostáticas. Volume 1. 5ª edição, 1980. 3 – AMARAL, Otávio Campos. Estruturas Isostáticas. 6ª edição. 1992. 4 – SORIANO, Humberto Lima. Estática das Estruturas. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2010. 5 – LEET, Kenneth M., UANG, Chia-Ming, GILBERT, Anne M.. Fundamentos da Análise Estrutural. 3ª edição. São Paulo: McGraw-Hill, 2009. 4 Avaliações • Primeira avaliação: 20 pontos. • Segunda avaliação: 25 pontos. • Terceira avaliação: 25 pontos. • Trabalhos: 20 pontos. • PI: 10 pontos. • Total: 100 pontos. 5 Programa 1 – Introdução 2 – Fundamentos 3 – Vigas - biapoiada - engastada e livre - biapoiada com balanço - inclinada - Gerber 4 – Pórticos planos 5– Arcos triarticulados 6 – Treliças 7 – Grelhas 6 1 – Introdução Conceito geral de estruturas Uma estrutura pode ser definida como uma composição de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior de modo a formar um sistema em equilíbrio: - estático (estudado na graduação); - dinâmico (estudado, em geral, na pós-graduação). Na Teoria de Estruturas I aborda-se a Análise Estática. 7 1 – Introdução Conceito geral de estruturas Na Engenharia, são estruturas: - Naval: navios; - Aeronáutica: aviões; - Mecânica: veículos automotores; máquinas; - Civil: pontes; viadutos; passarelas; edificações residenciais, comerciais e industriais; barragens; rodovias; ferrovias. 8 1 – Introdução Conceito geral de estruturas A estrutura de um prédio de andares múltiplos é um sistema tridimensional complexo, composto de vigas, colunas, lajes, paredes e contraventamentos. Embora a carga aplicada em um ponto especifico de uma estrutura tridimensional solicite todos os membros adjacentes, normalmente a maior parte da carga é transmitida por intermédio de certos membros-chave, diretamente para outros membros de apoio ou para a fundação. 9 1 – Introdução Conceito geral de estruturas O projetista pode simplificar a análise da estrutura real subdividindo-a em subsistemas bidimensionais menores que atuam como vigas, treliças ou pórticos. Esse procedimento reduz significativamente a complexidade da análise, pois as estruturas bidimensionais são muito mais fáceis e rápidas de analisar que as estruturas tridimensionais. Uma vez entendido os tópicos básicos abordados neste curso, será possível analisar a maioria dos prédios, pontes e sistemas estruturais normalmente encontrados na prática profissional. 10 1 – Introdução Conceito geral de estruturas (a) Visão tridimensional de um prédio; (b) detalhes do pórtico com contraventamento; (c) detalhes das ligações; 11 1 – Introdução Conceito geral de estruturas (d) modelo idealizado do sistema estrutural transmitindo cargas gravitacionais do teto; (e) modelo de viga CD; (f) modelo idealizado do sistema de treliça para transmitir carga lateral atuando à direita. 12 1 – Introdução Conceito específico de estruturas Na Engenharia Civil denomina-se estrutura a parte resistente de uma construção. Em um prédio, os elementos estruturais que compõem a parte resistente da estrutura são: vigas, paredes, pilares, sapatas. Os elementos estruturais devem apresentar as propriedades de resistência e de rigidez, isto é, serem capazes de resistir a cargas, dentro de certos limites, sem se romperem e sem sofrer grandes deformações ou variações de suas dimensões originais. 13 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Os antigos construtores egípcios usaram pedras retiradas de pedreiras ao longo do rio Nilo para construir templos e pirâmides. Como a resistência à tração da pedra é baixa e altamente variável (devido a rachaduras e vazios internos), os vãos das vergas eram curtos para evitar falhas por flexão. Vergas são vigas de rocha maciça distribuídas igualmente sobre colunas de pedra relativamente curtas. 14 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Para dar estabilidade, as colunas precisavam ser grossas. Os gregos usaram o mesmo tipo de construção com coluna e verga no Pathernon (cerca de 400 a.C.). A tradição clássica dos gregos antigos exerceu influência por vários séculos depois do declínio de sua civilização. 15 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Os romanos foram pioneiros no uso de arcos para pontes, prédios e aquedutos. A figura ao lado representa o aqueduto Pont du Gard, construído em 19 a.C. para transportar água pelo vale do Gardon até Nines, França. Os vãos dos arcos de primeiro e segundo níveis são de aproximadamente 16 a 24 m. 16 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais A forma curva do arco possibilita um afastamento das linhas retangulares e permite vãos livres mais longos do que na construção com coluna e verga. Os romanos também desenvolveram um método para confinar um espaço interior com uma cúpula de alvenaria, que pode ser observada no Panteão, em Roma, no ano de 125. 17 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais 18 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Durante o período gótico das grandes construções de catedrais, elementos de alvenaria em arco, chamados arcobotantes, foram usados junto com pilares (grossas colunas de alvenaria) ou paredes para transmitir o empuxo dos tetos abobadados para o chão. A engenharia desse período era empírica, baseada no que os pedreiros mestres aprendiam e passavam para os seus aprendizes. 19 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Corte transversal simplificado da construção gótica. Duomo, Catedral de Milão, Itália, construída em 1386. 20 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais A introdução do ferro fundido em quantidades comerciais, meados do século XVIII, possibilitou aos engenheiros desenhar prédios com vigas delgadas, e colunas com seções transversais compactas, permitindo o projeto de estruturas mais leves, com vãos livres mais longos. As paredes resistentes e maciças exigidas para a construção de alvenarias não são mais necessárias. O aço com alta resistência à tração e compressão permitiu a construção de estruturas mais altas. 21 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Em 1889, final do século XIX, o engenheiro francês Eiffel construiu a Torre Eiffel. Com o desenvolvimento dos cabos de aço de alta resistência, foi possível a construção de pontes pensêis de vãos longos. Por exemplo, a ponte Verrazano-Narrows, na entrada do porto de Nova York, é uma das mais longas com vão de quase 1.300 metros entre as torres. 22 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais A adição de aço no concreto permitiu transformar concreto simples em membros estruturais resistêntes e maleáveis. Com a introdução, no inicio dos anos 1920, do método da distribuicão de momentos por Hardy Cross, os engenheiros conseguiram uma técnicarelativamente simples para analisar estruturas contínuas. 23 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais À medida que os projetistas se tornaram familiarizados com a distribuição dos momentos, puderam analisar pórticos estaticamente indeterminados, e o uso do concreto armado como material de construção aumentou rapidamente. A introdução da soldagem no final do século XIX facilitou a ligação de membros de aço, eliminou as placas pesadas e as cantoneiras exigidas pelos métodos de rebitagem anteriores, e simplificou a construção de pórticos de aço de nós rígidos. 24 1 – Introdução Desenvolvimento histórico dos sistemas estruturais Nos últimos anos, o computador e a pesquisa da ciência dos materiais produziram grandes alterações na capacidade dos engenheiros de construir estruturas para fins específicos, como os veículos espaciais. A introdução do computador e o subsequente desenvolvimento das matrizes de rigidez das vigas, placas e elementos de casca permitiram aos projetistas analisar estruturas complexas rápida e precisamente. 25 1 – Introdução Análise por computador Até o final dos anos 1950, a análise de alguns tipos de estruturas indeterminadas era um procedimento longo e cansativo. A análise de uma estrutura com muitas ligações e barras (por exemplo, uma treliça espacial) poderia exigir muitos meses de cálculos de uma equipe de engenheiros estruturais experientes. Além disto, como muitas vezes eram necessárias várias suposições sobre o comportamento estrutural para simplificação, a precisão dos resultados finais era incerta. 26 1 – Introdução Análise por computador Atualmente, estão disponíveis programas de computador que podem analisar a maioria das estruturas rápida e precisamente. Se a estrutura tem uma forma incomum e incerta, por exemplo, um recepiente de contenção nuclear de paredes grossas ou o casco de um submarino (figura ao lado), a análise por computador ainda pode ser complicada e demorada. 27 1 – Introdução Análise por computador A maioria dos programas de computador para análise de estruturas é escrita para produzir uma análise de primeira ordem, e presumem que: - o comportamento é linear e elástico; - as forças dos membros não são afetadas pelas deformações (mudanca na geometria) da estrutura; - nenhuma redução na rigidez à flexão é produzida nas colunas por forças de compressão. Os métodos clássicos de análise abordados neste estudo produzem uma análise de primeira ordem, conveniente para a maioria das estruturas, como treliças, vigas contínuas e pórticos. 28 1 – Introdução Análise por computador Embora sejam mais complicados de usar, os programas de segunda ordem, que levam em conta o comportamento inelástico, mudanças na geometria e outros efeitos que influenciam a magnitude das forças nos membros, são mais precisos e produzem uma análise mais fiel. Por exemplo, arcos longos e delgados sob cargas móveis podem passar por mudanças na geometria que aumentam significativamente os momentos de flexão. 29 1 – Introdução Análise por computador Comportamento linear: Comportamento não linear: Se: aPM A )( maxuaPM A aPMau A max 30 1 – Introdução Análise por computador Em 1977, a falha de uma treliça tridimensional que apoiava o teto de aproximadamente 90 m por 110 m do Hartford Civic Center Arena é um exemplo de projeto estrutural em que os projetistas confiaram em uma análise incompleta feita por computador e não produziram uma estrutura segura. Dentre os fatores que contribuiram para esse desastre estavam dados imprecisos (o projetista subestimou o peso próprio do teto em mais de 680.000 kg) e a incapacidade do programa de computador de prever a carga de flambagem das barras sob compressão na treliça. 31 1 – Introdução Análise por computador Havia no programa a suposição de que a estrutura era estável – suposição esta presente na maioria dos antigos programas de computador utilizados na análise de estruturas. 32 1 – Introdução Análise por computador Embora o computador tenha reduzido o número de horas de cálculos necessárias para analisar estruturas, o projetista ainda precisa ter um discernimento básico sobre todos os tipos de falha em potencial para avaliar a confiabilidade das soluções geradas pelo computador. A preparação de um modelo matemático que represente adequadamente a estrutura continua sendo um dos aspectos mais importantes da Engenharia de Estruturas. Leet. 33 1 – Introdução Análise por computador “... Eficientes sistemas computacionais para a análise automática de estruturas são atualmente disponíveis e indispensáveis nos escritórios de projetos. Contudo, não é recomendável a sua utilização por usuário que não tenha capacidade de avaliação crítica dos resultados obtidos. Para isso, é necessário o conhecimento das potencialidades e limitações dos métodos implementados, e que se tenha “sentimento de comportamento das estruturas”. ...” (Professor Humberto Lima Soriano, livro “Análise de Estruturas”, 2006) 34 1 – Introdução Conceito específico de estruturas Resistência é a capacidade de transmitir as forças internamente, molécula por molécula, dos pontos de aplicação aos apoios, sem que ocorra a ruptura da peça. Para analisar a capacidade resistente de uma estrutura é necessário a determinação: - esforços solicitantes internos: momento fletor, momento de torção, força cortante, força normal; - tensões internas: flexão, cisalhamento, torção, tração, compressão. 35 2 – Fundamentos Carga Forças de contato: o corpo que exerce a força está em contato com aquele sobre o qual ela é exercida. Por exemplo: - uma força sobre um corpo por meio de esforço muscular; - uma locomotiva exerce força sobre os vagões que ela reboca; - uma mola esticada exerce forças sobre as peças que fixam a sua extremidade; - etc. 36 2 – Fundamentos Carga Forças de ação à distância: atuam através do espaço, sem contato, devido à existência de campos agindo sobre o corpo. Por exemplo: - forças elétricas; - forças magnéticas; - forças de gravitação. As forças devidas à gravidade são os pesos dos corpos, muito importantes na Análise Estrutural. 37 2 – Fundamentos Carga É comum chamar-se as forças que atuam numa estrutura de cargas. As cargas ou forças são grandezas vetoriais, caracterizadas por: - direção; - sentido; - intensidade.
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