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Resenha Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta pelo direito à saúde_

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Resenha “Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta pelo direito à saúde"
O documentário “Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta pelo direito à saúde"
relata os acontecimentos importantes na evolução das políticas de saúde no país. A obra
inicia a história a partir na Revolução da Vacina até alguns anos após a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS). Em um cenário marcado pela precariedade, o filme retrata as
principais dificuldades enfrentadas pela população no cenário brasileiro.
Embora atualmente a saúde no Brasil seja um direito à população, no século XX era visto
como um dever. Com o surgimento das epidemias, o governo implementou práticas
sanitárias de forma autoritária por meio do modelo de intervenção campanhista e,
consequentemente, gerou terror da população às medidas de desinfecção. O combate à
epidemia da varíola, por exemplo, era de grande interesse do Estado, para manter boas
relações comerciais com o exterior, além de manter a política de imigração. Assim, o
documentário atesta ao longo dos anos os interesses econômicos sendo colocados à frente do
bem-estar social.
Em função da luta do movimento operário contra as péssimas condições de trabalho, o
Congresso aprovou a previdência social no Brasil em 1923. Através disso foram instituídas as
Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs) que era oferecida assistência médica ao
funcionário e a família, aposentadorias e pensões mantidas pela empresa. No governo Vargas,
foram criados o “Ministério do Trabalho”, o da “Indústria e Comércio”, o “Ministério da
Educação e Saúde” e foi homologada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Além
disso, as CAPs foram substituídas pelo instituto de aposentadoria e pensões (IAPs), que
passaram a ser dirigidos por entidades sindicais. Embora essas ações aparentam ser uma
conquista dos trabalhadores, o objetivo era manter o movimento trabalhista contido dentro
das forças do estado.
Durante a ditadura militar, o governo unificou todo o sistema previdenciário (IAPS e outros
órgãos) em um sistema único, chamado de Instituto Nacional de Previdência Social e,
consequentemente, gerou uma demanda muito maior que a oferta. O INPS criou linha de
financiamento a fundo pedindo para que a iniciativa privada construa hospitais particulares
visando ampliar os leitos hospitalares para atender trabalhadores inscritos na previdência
social. Esse cenário desencadeou aumento dos gastos nesse setor, já que foram estabelecidos
convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais, o que propiciou a estes grupos
se capitalizarem. Assim, esse período foi marcado por priorizar a medicina curativa, ao invés
de solucionar os principais problemas de saúde coletiva, bem como desvio de verba do
sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores.
Em 1988, ocorreu um marco histórico para o sistema de saúde do Brasil, a criação do SUS. A
concepção desse sistema resgatou o compromisso do estado com welfare state, especialmente
voltado à saúde coletiva, tornando-o um direito da cidadania. Em 1995, com a
telecomunicação e internet para o sistema privado, iniciou-se discussões sobre a privatização
do SUS. Embora existam dificuldades em relação à escassez de financiamento, o nível da
atenção primária o SUS apresentou grandes progressos no setor público, mas enfrenta
problemas graves com o setor privado até os dias atuais.
No governo atual, ocorre frequentemente a redução do já insuficiente financiamento à saúde e
usa como justificativa a precarização de estruturas e serviço para a privatização de suas
funções. Um exemplo foi um decreto, publicado no ano de 2020, criado para colocar
unidades básicas de saúde em um programa de privatização. Esse contexto torna o direito à
saúde cada vez mais vulnerável. Outro assunto discutido é a fragilidade dos pilares do SUS,
por exemplo, a universalidade do sistema público de saúde é constantemente testada diante
discursos xenofóbico, bem como a integralidade quando não chega recursos nas regiões
periféricas e rurais. Apesar de todas as limitações, principalmente com a pandemia do novo
coronavírus, é possível constatar a força e a importância do SUS para a população brasileira.

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