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03 - Restauração de Classe 3

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Introdução 
As cavidades de classe III são todas aquelas 
preparadas nas faces proximais dos dentes anteriores, sem 
o envolvimento do ângulo incisal (com o envolvimento do 
ângulo passa a ser classe IV). 
O diagnóstico das lesões de classe III pode ser feito 
de várias formas: 
 Inspeção visual – Através da inspeção visual, lesões 
de classe III que já avançaram um pouco para a 
vestibular ou palatina/lingual são facilmente 
visualizadas; 
 Inspeção com fio dental – Através da visualização 
da condição do fio dental após ser passado na face 
proximal (se está íntegro ou não); 
 Radiografia periapical ou interproximal; 
 Separação interdental – Pode ser mediata (48 
horas antes, de preferência com elástico) ou 
imediata. 
 
Lesões Em Esmalte 
As lesões que se restringem ao esmalte são muito 
facilmente identificadas, pois clinicamente se observa uma 
mancha branca. Nesses casos não se deve fazer um 
tratamento invasivo, mas tentar remineralizar a lesão antes 
de que ela evolua até atingir a dentina. 
Esse tratamento, que é tido como não invasivo, 
consiste em: 
 Adequação do meio bucal; 
 Controle do biofilme; 
 Aconselhamento dietético; 
 Fluorterapia; 
 Proservação – É de extrema importância. 
 
Lesões Em Dentina 
Quando as lesões atingem a dentina, promovendo 
cavitações que podem ou não comprometer a estética (a 
depender da localização na face vestibular ou palatina), 
deve-se realizar os procedimentos restauradores, pois é 
preciso devolver forma (anatomia), função e estética. 
 
Seleção do Material Restaurador 
As resinas compostas, como visto anteriormente, 
são classificadas em microparticuladas, híbridas, 
microhíbridas, nanoparticuladas e nanohíbridas. 
A escolha do material restaurador, não somente 
para as cavidades de classe III, depende dos seguintes 
fatores: 
 Localização da lesão; 
 Extensão da lesão; 
 Resistência; 
 Estética. 
Especificamente no caso das classes III, ao analisar 
a localização da lesão e a sua extensão deve-se identificar 
a necessidade de resistência, haja visto que as lesões que 
se estendem à face palatina devem considerar a oclusão 
com o dente antagonista. Além disso, esses fatores servem 
para identificar a necessidade de estética na restauração. 
Dessa forma, nas restaurações de classe III pode-se 
utilizar: 
 Resinas microhíbridas – Possuem estética 
satisfatória e resistência boa para ser utilizada na 
face palatina; 
 Resinas microparticuladas – nos casos em que se 
trabalha apenas com estética esse tipo de resina é 
mais indicado, pois possui um melhor polimento e, 
consequentemente, uma melhor estética; 
 Resinas nanohíbridas ou nanoparticuladas – São as 
melhores resinas disponíveis, mas possuem um 
custo mais elevado. 
 
Seleção da Cor 
Para que se consiga fazer restaurações 
imperceptíveis é preciso reproduzir os efeitos ópticos de 
nuances de cor em esmalte e dentina. Para isso, é muito 
importante ter conhecimento de: 
 Conceitos fundamentais da cor em odontologia; 
 Características ópticas dos dentes naturais; 
 Métodos de avaliação e seleção de cores. 
 
Dimensões da Cor 
O processo de produção de esmalte e dentina não 
é feito de uma única vez. O processo de deposição de 
esmalte e dentina é feito em camadas e em vários 
momentos da formação da coroa do elemento dental ainda 
internamente. 
Esse processo de produção e deposição de esmalte 
e dentina faz com que o dente se torne policromático, ou 
seja, faz com que o dente tenha várias nuances de cor, o 
que pode dificultar a seleção da cor em alguns casos. 
Diferente da estrutura dental, as resinas são 
monocromáticas. Para que se possa trabalhar a 
reconstrução de um elemento dental, que é policromático, 
com as resinas, que são monocromáticas, é preciso, muitas 
vezes, lançar mão de várias resinas compostas. 
Nesse contexto, devemos ter conhecimento dos 
concentos de: 
 Matriz; 
 Croma; 
 Valor; 
 Translucidez. 
O termo matriz se refere ao nome da cor. A matriz 
indica o nome do grupo do qual a cor faz parte. Por 
Restauração de Classe III 
exemplo, existem várias tonalidades de verde, mas a matriz 
de todas é verde. 
Na odontologia existem quatro principais matrizes, 
que são sinalizadas pelas letras A, B, C e D. No matriz A 
engloba as tonalidades que variam entorno do amarelo 
amarronzado; no matriz B temos as tonalidades 
amareladas; no matriz C temos as tonalidades amarelo-
acinzentadas; no matriz D temos as tonalidades que variam 
do cinza ao alaranjado. 
O croma é o grau de saturação, ou seja, é o quanto 
a cor é mais ou menos clara (quanto de pigmento da cor 
tem). Na odontologia, o croma é sinalizado pelos números 
1, 2, 3, 3,5 e 4. Por exemplo, o matriz A pode possuir o grau 
de saturação (croma) 1, sendo sinalizado como A1. 
Outra dimensão da cor é o valor. O valor está 
relacionado ao brilho/luminosidade. Dessa forma, ele 
descreve o quanto de pigmentos brancos (pigmentos mais 
claros) existe no matiz. 
 
 
 
Para analisar o valor do elemento dental é 
necessário analisar o quão branco o dente é, através de 
uma escala de cinza. Por exemplo, na imagem a seguir é 
possível observar 3 casos diferentes, em que cada um é 
mais branco que o outro, ou seja, possui maior valor. 
 
 
 
É justamente o valor que é trabalhado no processo 
de clareamento dental, onde se quebra e remove os 
pigmentos mais escuros, fazendo com que o dente fique 
mais claro (tenha maior valor). 
Quando o paciente deseja realizar o clareamento, 
o ideal é que primeiro se faça o procedimento clareador, 
depois as restaurações e por último, se for o caso, os 
procedimentos protéticos. 
Por fim, outra dimensão da cor, que surgiu mais 
recentemente, é a translucidez. A translucidez é definida 
como um fenômeno no qual a luz incidida sobre um corpo 
consegue atravessa-lo totalmente. No entanto, um corpo 
pode ser mais opaco, onde parte da luz pode ser 
absorvida/refletida e outra parte consegue atravessar. À 
medida que um corpo é saturado com pigmentos, ele irá se 
tornar menos translúcido (mais opaco). 
Em um elemento dental se observa zonas de alta 
translucidez e zonas de baixa translucidez. As zonas de 
baixa translucidez são aquelas localizadas do terço cervical 
a médio (menor espessura 
de esmalte e maior 
espessura de dentina), 
enquanto que as de alta 
translucidez são aquelas 
localizadas nas bordas 
incisais e proximais (maior 
espessura de esmalte e menor espessura de dentina). 
No processo de seleção de cor, utiliza-se a escala 
de cor (escala vita) para determinar o matriz e, em seguida, 
são feitos pequenos incrementos de resina da matriz 
selecionada (para determinar o croma), sem sistema 
adesivo, na região incisal e no terço médio da face 
vestibular do dente, de forma que se determina a cor de 
dentina (terço médio) e a de esmalte (terço incisal). 
 
Trauma Oclusal 
Deve-se tomar muito cuidado com o trauma 
oclusal, verificando sempre a oclusal ao térmico da 
restauração. 
Os contatos oclusais exagerados levam a uma 
sobrecarga no dente restaurado, o que estimula o 
periodonto e pode promover o aumento de pressão 
intrapulpar (o paciente passa a ter uma sensibilidade pós-
operatória com variações térmicas e com a mastigação). 
Por conta disso, é preciso remover até mesmo os pequenos 
excessos oclusais. 
Quando em continuidade, as alterações oclusais 
podem levar a injúria pulpar de maior ou menor 
intensidade, inflamação pulpar e, até mesmo, necrose 
pulpar. 
 
 
 
No processo de escolha da cor também é muito 
importante conhecer as características de esmalte e 
dentina em cada um dos terços da coroa dental (cervical, 
médio e incisal). 
No terço cervical, que fica mais próximo à raiz do 
dente, existe uma grande espessura de dentina, o que faz 
com que o croma seja mais alto nessa região, e uma 
espessura de esmalte muito fina, o que faz com que o valor 
seja baixo (o valor está relacionado com o esmalte). 
Dessa forma, no terço cervical a expressão 
cromática é muito pouco influenciada pelo esmalte, já que 
ele é bem fino. Issofaz com que a região do terço cervical 
para o terço médio seja a melhor para a seleção de cor da 
dentina. 
O esmalte fino é translúcido e, quando se está 
diante de um corpo translúcido é possível enxergar o que 
tem atrás. 
Ao caminhar do terço cervical para o terço incisal, 
passamos pelo terço médio. No terço médio começa-se a 
ter uma variação no volume dos tecidos dentais. 
No terço médio ainda se observa uma grande 
camada de dentina, mas nota-se que a espessura de 
esmalte é bem maior. Quanto mais essa camada de 
esmalte vai se tornando mais espessa, menor vai ficando a 
sua translucidez e maior será a dificuldade para selecionar 
a cor da dentina. 
A camada de esmalte mais espessa atenua a 
saturação da dentina, aumentando a luminosidade final. 
Quanto mais esmalte tiver, maior será a luminosidade. 
Chegando no terço incisal se observa o inverso do 
que foi visto no terço cervical. A quantidade de dentina 
nessa região é muito delgada, se limitando às projeções 
digitiformes. 
Por conta disso, nessa região do terço incisal se 
deve determinar a cor do esmalte, pois o croma dessa 
região é definido basicamente pelas características do 
esmalte. 
Resumindo: 
 Na dentina há baixa translucidez e alta saturação, 
sendo o local adequado para a sua determinação 
do matriz e do croma; 
 No esmalte há alta translucidez e pouca saturação, 
funcionando como um filtro que permite a 
visualização da cor da dentina e sendo responsável 
pelo valor dos dentes; 
O grau de translucidez dos tecidos dentais vai se 
modificando ao longo da vida, o que promove a alteração 
do matriz e do croma. 
Enquanto o dente tiver vitalidade, a dentina será 
sempre produzida, enquanto que o esmalte não é mais 
reposto. 
A translucidez do esmalte vai sendo reduzida ao 
longo do tempo, assim como a sua textura superficial e 
espessura também vão sendo perdidas. Isso ocorre tanto 
em função do desgaste fisiológico como em função da 
alimentação do paciente. 
Do mesmo que o esmalte vai sofrendo alterações, 
também a dentina sofre alterações cromáticas com o 
passar do tempo. O fato da dentina ser continuamente 
produzida e depositada leva a aumento da saturação da 
cor. 
Dessa forma, os dentes jovens são mais brancos e 
luminosos, enquanto que os dentes adultos são mais 
amarelados. 
Nos dentes jovens a maior espessura de esmalte 
atenua a percepção de saturação da dentina, enquanto que 
a textura superficial aumenta a dispersão e reflexão da luz. 
Nos pacientes adultos e idosos a diminuição da 
espessura do esmalte acentua o croma da dentina, 
enquanto que a lisura da superfície do esmalte promove 
uma menor dispersão e reflexão da luz. 
Resumindo: 
 A determinação do matriz é feita no terço cervical 
(A, B, C ou D); 
 O croma pode ser feito tanto no terço cervical 
quanto no início do terço médio (1, 2, 3, 3,5 ou 4); 
 Se o paciente apresentar opalescência, halo 
esbranquiçado ou caracterizações da dentina, a 
determinação da cor é feita também no terço 
incisal. 
 
Considerações 
Nos dentes anteriores, na face vestibular, deve-se 
sempre confeccionar o bisel, que tem como finalidade fazer 
com que a restauração passe de uma forma mais suave da 
estrutura de resina para a estrutura dental. Isso implica 
dizer que a finalidade da confecção do bisel é estética (fazer 
com que não se veja uma linha separando a restauração da 
estrutura dental, em decorrência de um ângulo reto). 
A inserção da resina composta deve ser feita 
seguindo a técnica incremental, com espátulas e pincéis 
apropriados e com a fotopolimerização entre 20 a 40 
segundos, a depender da recomendação do fabricante 
(normalmente é em torno de 20 segundos). 
A finalidade da utilização de resinas opacas é 
mascarar o fundo negro da boca, por meio de incrementos 
na parede palatina/lingual (parede de restauração de 
esmalte). 
Após a confecção da parede de esmalte na parede 
palatina/lingual, a resina de dentina é colocada em toda a 
espessura de dentina, confeccionando assim o corpo da 
restauração. 
Por fim, a resina de esmalte, que é mais 
translúcida, é aplicada sobre toda a espessura do esmalte 
vestibular. 
Algumas resinas compostas vêm com uma resina 
opaca para cada tonalidade, sendo sinalizadas, geralmente, 
pela letra O (ex.: OA1). 
A remoção dos excessos grosseiros com a utilização 
da lâmina de bisturi possui a vantagem de ser um corte 
único, mantendo o acabamento num mesmo padrão. No 
entanto, quando não se tem o domínio da técnica é mais 
indicado que se faça o acabamento com tiras de lixa ou 
pontas diamantadas. 
O acabamento e polimento deve ser feito com no 
mínimo 24 horas após a confecção do preparo. O objetivo 
dessa espera é propiciar a polimerização integral da resina, 
haja visto que nas primeiras 24 horas a expansão 
higroscópica continua.

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