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Farmacologia - Aula 2 - Farmacocinética

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1 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
FARMACOCINÉTICA 
 
- Definição: movimento do fármaco, o caminho que ele 
percorre dentro do corpo, desde a ingestão até a 
eliminação. 
* esses processos ocorrem simultaneamente, então um 
fármaco mesmo enquanto está sendo absorvido já pode 
ser detectado na urina. 
 
- Farmacocinética: 
• O que o organismo faz com o fármaco. 
• Fases farmacocinéticas: 
- Absorção. 
- Distribuição. 
- Biotransformação ou metabolização. 
- Excreção. 
 
- Farmacodinâmica: 
• O que o fármaco faz com o organismo. 
• Mecanismos de ação: 
- Canais iônicos. 
- Enzimas. 
- Moléculas transportadoras. 
- Receptores. 
 
Absorção 
- Definição: é a passagem do fármaco do local de 
administração para corrente sanguínea. Depende da 
capacidade do fármaco em atravessar membranas 
biológicas. 
 
- Deve-se considerar tais fatores: 
• As membranas biológicas. 
• As propriedades físico-químicas dos fármacos. 
• O pH do meio. 
• Modalidades de absorção. 
• Fluxo sanguíneo (maior facilidade de absorção). 
* em administração IV ou EV não ocorre absorção, já que 
é injetado diretamente na corrente sanguínea. 
* para medicamentos que são de uso tópico e ação local 
(sobre uma lesão, por exemplo), já vem de fabricação 
com pouco potencial de 
absorção, pois esse não 
é o seu objetivo. 
 
- Processos: 
• Translocação 
de moléculas a 
um volume em 
fluxo: o fato de 
as moléculas 
atravessarem 
os tecidos, entre as células, até encontrarem um 
vaso sanguíneo. 
• Transferência difusional: transporte de 
moléculas por difusão. 
 
- Absorção oral: 
• Para que o fármaco alcance o seu local de ação, 
ele tem que atravessar várias barreiras 
biológicas, como o epitélio gastrointestinal, o 
endotélio vascular e as membranas plasmáticas. 
 
 
- Movimento de fármacos através de barreiras 
celulares ou membranas: 
• Difusão através de lipídios. 
• Difusão através de poros aquosos. 
• Combinação com 
molécula 
transportadora. 
• Pinocitose. 
* bicamada lipídica; 
intercalada por proteínas; 
proteínas fazem contato 
com o meio extracelular e 
intracelular. 
1) Difusão através de lipídios: 
• É o processo que mais ocorre, já que a 
membrana plasmática possui em sua maioria 
lipídios (bicamada de fosfolipídios). 
• Substâncias apolares ou lipossolúveis 
(impermeável a maioria das substâncias polares 
ou hidrossolúveis - em sua maioria, pois não 
existe polaridade absoluta). 
• Coeficiente de partição o/a (coeficiente do óleo 
em água): para saber se há predominância de 
 
2 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
óleo ou água, quanto maior o número, mais 
lipossolúvel o fármaco e vice versa. 
• Difusibilidade: característica do fármaco em 
sofrer a difusão. (passagem do soluto do mais 
concentrado para o menos concentrado, com o 
objetivo de igualar a concentração). 
• PH (mais importante, dependendo do pH pode 
se favorecer ou prejudicar a absorção), pKa (é o 
pH onde o fármaco se encontra na forma 50% 
ionizada e 50% não ionizada, sendo possível 
concluir qual a predominância dele) e ionização 
(para a melhor absorção é preferível, que não 
esteja ionizado, sendo mais apolar e, portanto, 
atravessa mais facilmente a membrana 
plasmática). 
• Peso molecular. 
• Grau de vascularização. 
• Exemplos: 
- Ácido acetilsalicílico (pka = 3,5): ácido. 
- Fenilbutazona (pka = 4,4): ácido. 
- Cafeína (pka = 0,8): básico (é uma xantina e 
possui mais de um pKa). 
* para saber o meio em que o fármaco será melhor 
absorvido. Fármaco que possui natureza ácida, é melhor 
absorvido em meio ácido e vice-versa. 
 
• Absorção de fármacos através de 
membranas: 
- Exemplo: Kow = 100; Kow = 0,01. 
 
* o tamanho da molécula 
também influencia na 
absorção desse fármaco pela 
membrana plasmática, deve 
ser de preferência de baixo 
peso molar. 
 
2) Difusão através de poros aquosos: 
• É uma proteína que funciona como um canal 
aquoso. 
• Baixo peso molecular (< 60 Da). 
• Fármacos polares (afinidade com a água). 
 
 
3) Transporte mediado por transportadores: 
• Molécula transportadora (também é uma 
proteína). 
• O fármaco é polar, pois se fosse apolar ele 
atravessaria entre os lipídios direto. 
• Seletivo (em relação a estrutura química). 
 
 
4) Endocitose: 
• Fagocitose: englobamento de partículas 
sólidas (fagossoma). A membrana plasmática 
emite pseudópodes que englobam a partícula. 
Mas é pouco feito, pois as partículas precisam 
se dissolver nos tecidos, e sendo sólido ele iria 
se cristalizar, prejudicando a absorção. 
• Pinocitose: englobamento de gotículas 
(líquido) (vesículas intracelulares). Sendo 
gotículas, o fármaco já vai estar dissolvido, que 
é importante para a absorção. 
* o fármaco é envolvido e quando chega no meio 
intracelular é liberado novamente do fagossoma ou 
vesícula. 
 
 
 
3 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
- Propriedades físico-químicas: 
1) Lipossolubilidade e hidrossolubilidade: 
• A maior parte dos fármacos é um ácido ou uma 
base orgânica, ocorrendo sob formas ionizadas 
ou não ionizadas em um ambiente aquoso. 
• A forma não ionizada é habitualmente solúvel 
em lipídio (lipofílica/lipossolúvel) e difunde-se 
imediatamente através de membranas 
celulares. 
• A forma ionizada tem baixa lipossolubilidade 
(mas alta solubilidade aquosa, 
hidrofílica/hidrossolúvel), portanto, não 
penetram facilmente na membrana celular. 
 
* Então os fármacos são ácidos e bases fracas, para não 
serem dissociados totalmente. 
 
2) Peso molecular: 
• Fármacos com alto peso molecular são 
dificilmente absorvidos. 
 
3) Velocidade de dissolução: 
• Que é o processo no qual uma partícula do 
fármaco se dissolve. 
• Diferentes formas farmacêuticas em ordem 
decrescente de dissolução. 
 
* a drágea possui menor velocidade de dissolução. 
 
4) PH do meio e PKa: 
• Entender a influência do pH na absorção. 
• Um fármaco ácido em meio de pH ácido 
apresenta maior absorção. Já um fármaco ácido 
em meio de pH básico apresenta menor 
absorção. 
 
 
• Quando o fármaco vai de encontro com o pH 
do meio, ele não irá se dissociar, não ionizada, 
tendo uma absorção maior. Caso ele esteja 
ionizado, meio e fármaco iguais, ele será mais 
hidrossolúvel, sendo excretado mais facilmente. 
Então, a parte ionizada não será absorvida, só 
excretada. 
 
 
• PKa é a constante de dissociação ácida do 
fármaco. É o valor em que as concentrações das 
formas ionizadas e não ionizadas são iguais, ou 
seja, nesse valor o fármaco estará 50% ionizado 
e 50% não ionizado. 
 
* quando o pH é mais baixo que o valor do pKa, 
predomina a forma não ionizada, se a molécula for um 
ácido fraco. Mas se a molécula for uma base fraca, 
predomina a forma ionizada. 
 
5) Área de superfície de absorção: 
• Quanto maior for a área de absorção, mais 
rapidamente os fármacos são absorvidos. 
 
6) Fluxo sanguíneo: 
• O fluxo sanguíneo influencia a absorção. 
• Para o intestino é muito maior do que para o 
estômago, assim, a absorção no intestino é 
maior e mais rápida que no estômago. 
 
7) Outros fatores que influenciam na absorção 
dos fármacos: 
• Características do TGI: paciente que 
removeram parte do intestino terão absorção 
prejudicada. 
• Presença e alimento no estômago: 
principalmente alimentos sólidos e gordurosos 
prejudicam a absorção dos fármacos. O mesmo 
ocorre pela presença de antiácidos e retardo na 
motilidade. 
• Metabolização do fármaco: ao passar pelo 
fígado parte desse fármaco poderá ser 
inativada. 
 
4 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
- Absorção oral e esvaziamento gástrico: 
• Para a absorção, há uma quantidade de água 
ideal. 
• E se a motilidade for aumentada, a absorção 
ocorre mais rapidamente. 
 
 
- Portanto, na absorção: 
• Principal via: intestino delgado (mas há outras 
vias também). 
• PH adequado: 6,5(no intestino). 
• Superfície disponível: 6m (grande área de 
contato, favorecendo a absorção). 
• Intestino delgado: fármacos lipossolúveis. 
• Reto e cólon: fármacos solúveis em água. 
• A absorção não será igual para todos os 
indivíduos. 
 
Distribuição 
- Após ser absorvido ou administrado diretamente na 
corrente sanguínea, o fármaco se distribui por todos os 
sistemas. 
- Fármaco – administrado – absorvido – distribuído- 
tecidos. 
- Biodisponibilidade: quantidade de fármaco disponível 
na circulação geral (F). 
- Organismo: compartimentos bem delimitados por 
membranas biológicas. 
• Plasmático: intersticial. 
• Plasmático: cefalorraquidiano. 
• Plasmático: extracelular e intracelular cerebral 
(SNC). 
• Plasmático: placentário. 
• Plasmático: tubular renal. 
• Extracelular: intracelular. 
• Tecido ósseo, muscular. 
* onde há um fluxo sanguíneo mais intenso, maior será 
a quantidade de medicamento que chegará nessa 
região. 
 
 
- Modelos compartimentais em farmacocinética: 
• Sistema monocompartimental: assume-se 
que o organismo funcione 
como um único 
compartimento, ou seja, o 
fármaco se distribui de 
forma homogênea por 
todo sistema. 
- Após a administração do 
fármaco este e distribui 
rapidamente por todo o 
sistema e, em seguida é 
eliminado do organismo. 
• Sistema multicompartimental: adota-se que 
o organismo seja constituído por um 
compartimento central (tecidos de alta 
perfusão, como cérebro, pulmão, cação, rins, 
fígado) e um compartimento periférico (menos 
vascularizado, como tecido adiposo, muscular e 
pele) onde o fármaco poderá se distribuir de 
forma não homogênea. 
- Os tecidos mais 
vascularizados 
recebem mais 
rapidamente uma a 
maior concentração 
do fármaco. 
- Posteriormente 
chegaria em todo o 
corpo de maneira 
igual. 
 
- Distribuição: 
• Processo pelo qual o fármaco abandona o 
sangue e entra no líquido extracelular ou nas 
células dos tecidos. 
 
- Depende: 
 
 
5 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
• Fluxo sanguíneo: o luxo sanguíneo para o 
cérebro, fígado e rins é maior do que para os 
músculos e tecido adiposo. Assim os fármacos 
tendem a chegar mais rápido nos órgãos de 
maior fluxo sanguíneo. 
 
 
• Permeabilidade dos vasos sanguíneos ao 
fármaco: 
 
 
- Na corrente sanguínea temos: 
• Moléculas do fármaco livre: ele está 
disponível para encontrar seu receptor e fazer o 
efeito esperado. Tem maior chance de efeito 
tóxico. 
• Moléculas do fármaco ligadas a proteínas 
plasmáticas: albumina, gamaglobulinas, alfa-
glicoproteínas e lipoproteínas. Eles formam 
moléculas maiores, que regula o efeito do 
medicamento, é uma questão protetora. 
Abandonam a corrente sanguínea de forma 
muito lenta, enquanto outros escapam da 
corrente sanguínea rapidamente para outros 
tecidos, já que há uma porcentagem de ligação 
(envolve também a saturação dessas proteínas). 
* fármaco + albumina: molécula grande, que não 
atravessa a membrana do endotélio vascular. 
* para que o fármaco produza o efeito 
farmacológico, ele necessita estar na forma livre. 
 
 
• Exemplos: 
- Ácido salicílico 84%. 
- Cefalexina 15%. 
- Fenilbutazona 95%. 
- Propranolol 96%. 
 
 
- Permeabilidade dos capilares sanguíneos ao 
fármaco: 
• Alguns órgãos possuem capilares sanguíneos 
com aberturas (fenestras) entre suas células, 
permitindo fácil distribuição do fármaco. 
• Os capilares sanguíneos do cérebro não 
possuem grandes aberturas entre as células, 
assim somente fármacos que conseguem 
atravessar as células o endotélio capilar 
conseguem atingir o cérebro. Isso é chamado 
de barreira hematoencefálica (mecanismo de 
proteção, que impede que qualquer fármaco 
atinja o cérebro, faz uma seleção). 
• Capilares: permeabilidade seletiva. 
- Nutrientes. 
- Catabólitos. 
 
6 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
- Fármacos. 
• Vias: 
- Intercelular. 
- Transcelular. 
 
- Barreira hematoencefálica: 
• Esse conceito foi introduzido por Paul Ehrlich 
para explicar sua observação de que um 
corante administrado por via endovenosa tingia 
a maioria dos tecidos, mas não no cérebro. 
• Então foi constatado que o cérebro é inacessível 
a maioria dos fármacos, incluindo 
antineoplásicos e alguns antibióticos, cuja 
lipossolubilidade é insuficiente para atravessar 
essa barreira. 
• Constituída de alguma estrutura especial do 
capilar cerebral, que apresenta resistência 
seletiva à penetração de certas substâncias. 
- Barreira glial. 
- Zônulas de oclusão. 
• Exemplos: tiopental (1 a 2 min), penicilina 
(dificuldade de acesso ao cérebro). 
 
 
- Barreira placentária: 
• Conjunto de tecidos que se localizam entre a 
circulação materna e fetal. 
• Mas essa barreira não é muito seletiva, então a 
maioria das 
substâncias 
chegam até o 
feto, podendo 
afetar ele 
também. 
• Placenta é um 
tecido 
metabolizador. 
• Exemplos: tiopental, álcool, morfina, heroína, 
talidomida. 
 
- Volumes real e aparente de distribuição: 
• Definido como o volume de líquido necessário 
para conter a quantidade total do fármaco 
absorvido no corpo. Para o fármaco estar 
distribuído homogeneamente entre o sangue e 
os tecidos. 
- Real: 40 litros (70 kg). 
➢ Plasma sanguíneo: 3L. 
➢ Líquido extracelular: 12L 
➢ Líquido intracelular: 28L 
- Aparente: relação corpo/plasma. É o volume 
necessário para o fármaco estar distribuído 
homogeneamente entre o sangue e os tecidos 
• Varfarina (Vd = 0,1 L/kg); clorpromazina (Vd = 
20 L/kg). 
• Fórmula: 
 
* é expresso em: L em relação ao peso corporal (kg). 
• Vd baixo: fármaco amplamente contido no 
espaço vascular. Tempo maior para ser 
distribuído, mais de 90% se liga a proteínas 
plasmáticas. 
• Vd alto: fármaco amplamente localizado nos 
tecidos. O fármaco é distribuído mais 
rapidamente, se liga menos a proteínas 
plasmáticas. 
• Vd tem importância no tempo de meia vida 
dos fármacos: 
- Tempo em que a concentração do fármaco é 
reduzida pela metade. Até chegar a zero, 
estando totalmente eliminado do organismo. 
- A oferta de fármaco aos órgãos de eliminação 
depende não só do fluxo sanguíneo, como 
também da fração de fármaco no plasma. 
- Se o fármaco tem um Vd elevado, a maior 
parte do fármaco está no espaço 
extraplasmático e indisponível pra os órgãos 
excretores. 
- Portanto, qualquer fator que aumente o Vd 
pode aumentar a meia-vida e prolongar 
duração de ação do fármaco. 
 
• Exemplo: 
- Cloranfenicol: 4h. 
- Chumbo: 70 dias. 
- Vitamina B1: 20 min. 
- Sulfamerazina: 24h. 
 
Metabolização ou Biotransformação 
- Definição: 
 
7 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
• Metabolismo ou biotransformação e o conjunto 
de reações bioquímicas 
que os fármacos sofrem 
no organismo, por 
processos enzimáticos. 
• Os fármacos são 
metabolizados 
principalmente por 
enzimas no fígado, que 
é o órgão central do 
metabolismo dos 
fármacos no corpo. 
 
 
- Metabólito inativo: fármaco é metabolizado em 
metabólitos são inativados ou são transformados em 
produtos menos ativos. 
- Finalidade: torná-los mais hidrossolúveis (solúveis em 
água) para serem mais facilmente excretados pelos rins, 
para que não fiquem indefinidamente pelo organismo, 
causando tóxicos. Esse ciclo se repete, até o fármaco ser 
completamente eliminado da corrente sanguínea. 
• Exemplo: morfina, cloranfenicol, propanolol. 
- A biotransformação é um mecanismo de defesa do 
organismo, por acelerar a eliminação de substâncias 
estranhas do corpo. 
- Metabólito ativo: os efeitos observados são causados 
pelo F inicial e pelos seus metabólitos (ativos). 
• Exemplo: codeína (morfina), primidona 
(fenobarbital). 
- Ativação de fármaco inativo (pró-fármacos): 
necessitam ser metabolizados para se tornarem ativos: 
• Exemplos: levodopa (dopamina), prednisona 
(prednisolona). 
 
- Ausência de metabolismo: fármacossão excretados 
na forma inalterada, sem sofrer metabolismo. 
• Exemplo: penicilinas (com exceção das 
cefalosporinas 1º geração). 
 
- Cinética: 
• Ordem zero: 
- Velocidade do metabolismo é constante. 
- Não depende da concentração do fármaco 
presente. 
- Exemplo: álcool e fenitoína (aumento da 
concentração). 
 
• Primeira ordem: 
- Velocidade de metabolismo é proporcional à 
concentração do fármaco presente. 
- Fração constante do fármaco é metabolizada 
por unidade de tempo. 
- Exemplo: aqueles com meia vida. AAS. 
 
 
- A biotransformação envolve duas fases: 
 
 
- Tipos de reação: 
 
 
 
- Fase 1: 
• Oxidação: adição de O ou retiradade H. 
- Enzimas microssomais: 
➢ Citocromo p450. 
➢ Flavoproteína (NADPH-citocromo P$%) 
redutase). 
➢ Citcromo P450;CYP ou CYP450 = + 100 
isoenzimas. 
➢ Isoformas mais importantes: 
 
- Exemplo: tiopental, diazepam, propranolol, 
cimetidina. 
• Redução: inverso da oxidação. 
 
8 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
- Citocromo P450. 
- Exemplo: cloranfenicol, halotano. 
• Hidrólise: clivagem da molécula pela água. 
- Exemplo: procaína e lidocaína. 
• Ciclização: estrutura cíclica a partir de uma 
alifática. 
- Exemplo: proguanil. 
• Desciclização: abertura de anel. 
- Barbituratos e fenitoína. 
 
- Fase 2: 
• Conjugação com glicuronídio: 
- Glicuronídio: derivação do ácido glicurônico, 
facilita a excreção pela bile. Garantia de que os 
fármacos serão eliminados (antes havia uma 
dificuldade). 
- Exemplo: cloranfenicol, aas, metronidazol. 
• Conjugação com sulfatos: 
- Sulfotransferases. Compostos inativos e 
hidrossolúveis. 
- Exemplo: hormônios esteroidais (estradiol). 
• Conjugação com glicina e glutamina: 
- Produz conjugados que são excretados na 
urina. 
• Acetilação: os compostos com radicais 
amnínicos e hidrazínicos são conjugados com o 
auxílio da enzima acetil-coa (acetiltransferases). 
- Exemplo: sulfonamidas, isoniazida. 
• Metilação: consiste na adição de radical metil 
catalisadas por enzimas metiltransferase. 
- Exemplo: adrenalina. 
 
 
- Outros fatores que influenciam a 
biotransformação: 
 Doenças hepáticas: o comprometimento do 
fígado, poderá ocasionar uma diminuição da 
biotransformação. 
 Idade: pode influenciar na biotransformação. 
Crianças tem o fígado em desenvolvimento e idosos 
podem apresentar diminuição na capacidade 
funcional do órgão. Nesses casos, pode ser 
necessário ajuste na dose. 
 Competição do metabolismo: quando dois ou 
mais fármacos que dependem do metabolismo são 
utilizados juntos, e dependem dos mesmos 
complexos enzimáticos para a metabolização. Uma 
das substâncias não será biotransformada e 
permanecerá ativa na corrente sanguínea. 
 Indução enzimática ou inibição enzimática: 
- Os fármacos podem estimular ou inibir o trabalho 
das enzimas hepáticas alterando sua 
biotransformação. 
- Ao estimular a atividade das enzimas, o 
metabolismo se da de forma mais rápida, 
diminuindo o tempo e a quantidade de fármaco no 
organismo. Indução enzimática. 
- Ao inibir a atividade das enzimas, o metabolismo 
funciona de forma mais lenta, aumentando o tempo 
e a quantidade de fármaco no organismo. Inibição 
enzimática. 
* sempre acontecerá interação entre os fármacos. 
 
- Exemplo: metabolismo de xenobióticos. 
➢ Indutores: são compostos que induzem a 
atividade de enzimas do cyp450, portanto 
aumentam a velocidade de excreção de 
xenobióticos. Dessa maneira, a 
biodisponibilidade é menor. 
 
➢ Inibidores: são compostos que inibem a 
atividade de enzimas do cyp450, portanto 
diminui a excreção de xenobióticos. Dessa 
maneira, a biodisponibilidade é maior. 
 
 
 
9 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
 
 
- Biotransformação (metabolização): 
• Principal local: fígado. 
- Processo enzimático que os fármacos sofrem 
no organismo. 
• Função: 
- Inativação do fármaco. 
- Facilitar excreção renal. 
- Ativação de pró-fármacos. 
• Metabolismo de primeira passagem: 
- Fármacos absorvidos pela via oral passam 
primeiro pelo fígado antes de atingir a 
circulação sistêmica. 
- Assim, fármacos com intensa metabolização 
hepática tem baixa biodisponibilidade. 
 
Excreção 
- Definição: 
• Mecanismo pelo qual o fármaco deixa o 
organismo. 
• Excreção renal, biliar, pulmonar, fezes, suor, 
lágrimas, leite materno. 
* a renal predomina. 
 
 
- Excreção renal: 
• Via mais importante: rins, pela urina. 
• O rim é o órgão mais importante para 
eliminação dos medicamentos e seus 
metabólitos (solúveis em água). 
• Os fármacos são eliminados do organismo 
tanto na forma inalterada quanto na forma de 
metabólitos através da urina. 
• Três processos fundamentais são 
responsáveis pela eliminação dos fármacos: 
filtração glomerular, secreção tubular ativa e 
reabsorção passiva. 
 
 
- Filtração glomerular: 
• Corresponde a 20% da eliminação dos 
fármacos. 
• Capilares glomerulares permitem que 
moléculas de fármaco com PM abaixo de 20kDa 
se difundam para o filtrado glomerular. 
• Pressão sanguínea arterial forçam filtração. 
• Albumina não é filtrada (varfarina 98% ligada a 
proteínas plasmáticas, assim a concentração no 
filtrado glomerular é de apenas 2%). 
 
- Secreção tubular: 
• É o mecanismo mais efetivo de eliminação renal 
dos fármacos (substâncias que não sofreram 
filtração glomerular). 
• 80% do fármaco que chega ao rim passa pelos 
capilares peritubulares do túbulo proximal. 
• Mecanismo de transporte ativo 
(transportadores levam os fármacos da 
corrente sanguínea para o lúmen tubular): 
- OAT (transporta fármacos ácidos). 
- OCT (transporta bases). 
• A transferência mediada por transportadores 
pode efetuar a depuração máxima de um 
fármaco, mesmo quando parte dele está ligado 
a proteínas plasmáticas. 
• 80% da penicilina está ligada a proteínas 
plasmáticas (portanto é depurada lentamente 
na filtração), o fármaco é removido quase que 
completamente pela secreção tubular proximal. 
 
 
 
10 Farmacologia – Aula 2 – Prof Roberta – Ketlyn L A Bueno 
- Difusão através do túbulo renal: 
• Eliminação de fármacos lipossolúveis é mínima. 
• Fármacos polares permanecem na luz do 
túbulo (baixa permeabilidade tubular) 
tornando-se mais concentrado a medida que a 
água é reabsorvida. 
• Digoxina e antibióticos aminoglicosídeos não 
são inativados pelo metabolismo, a velocidade 
de eliminação renal é o principal fator 
determinante da duração de sua ação. 
• Esses fármacos devem ser empregados com 
essencial cautela a indivíduos com função renal 
diminuída (idosos e pacientes com doença 
renal). 
 
- Influência do pH na eliminação de fármacos: 
• Os valores de pH da urina afetam 
diretamente a excreção de fármacos: 
- Fármacos básicos são excretados mais 
rapidamente em urina ácida (favorece a forma 
ionizada do fármaco). 
- Fármacos ácidos são eliminados mais 
rapidamente em urina alcalina. 
 
 
- Depuração ou clearance renal: 
• Quantifica a eliminação dos fármacos pelos rins. 
• Volume de plasma que contém a quantidade de 
substância removida pelos rins na unidade de 
tempo. 
• Calculada a partir de: 
 
 
 
- Fatores que podem afetar a capacidade de 
excreção de medicamentos pelos rins: 
• Um medicamento ou metabólito deve ser 
hidrossolúvel (ionizado) e não deve estar ligado 
muito fortemente às proteínas plasmáticas. 
• A acidez da urina afeta a velocidade de 
eliminação de substâncias ácidas e alcalinas. 
• A capacidade renal de excreção de 
medicamentos também depende do fluxo 
urinário, do fluxo de sangue através dos rins e 
do estado dos rins.

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