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5. Estabilizadores de Humor

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Estabilizadores de Humor 
 
 
Transtorno Bipolar 
Ponte entre duas classes diagnósticas: 
Transtornos depressivos e transtornos psicóticos. 
Incidência de episódios distintos, os quais variam em intensidade e frequência: 
Episódio maníaco; 
Episódio hipomaníaco; 
Episódio depressivo maior. 
Transtorno Bipolar tipo I 
Transtorno Bipolar tipo II 
Transtorno ciclotímico 
Transtorno relacionado ou reduzido por substância/medicamento 
 
 
Definição 
Diferentes definições: 
Fármaco para mania (transtorno bipolar) e impede recidiva; 
Substância capaz de atuar com o lítio; 
Anticonvulsionante usado para transtorno bipolar; 
Antipsicótico atípico usado no transtorno bipolar com antidepressivos considerados 
desestabilizadores de humor. 
Necessidade de quatro ações terapêuticas: 
Tratar de cima para baixo ou estabilizar a mania; 
Tratar de baixo para cima ou estabilizar a depressão. 
Ação atual: 
Nenhum fármaco atua, comprovadamente, nas quatro ações terapêuticas associadas ao 
transtorno bipolar. 
 
 
História 
Termo primeiramente aplicado aos sais de lítio: 
Ação de prevenção quanto aos ciclos maníacos e depressivos. 
Ácido valproico como agente de substituição ao lítio nos EUA: 
Anticonvulsionante; 
Maior janela terapêutica e menor toxicidade. 
Indicações adicionais: 
Outros anticonvulsionantes e antipsicóticos atípicos (tratamento da mania). 
 
 
Lítio – Estabilizador clássico 
Tratamento de transtorno bipolar com lítio: 
Uso há mais de 50 anos; 
Íon de mecanismo de alão não estabelecido com certeza: 
Ativação em diversos locais de transdução de sinais e receptores de 
neurotransmissores; 
Inclui inibições de segundos mensageiros, modulação da proteína G, regulação de 
fatores de crescimento e plasticidade neuronal. 
Efetivo nos episódios maníacos e, em menor incidência, nos depressivos; 
Utilizado como agente potencializador de antidepressivos na depressão. 
Diminuição no uso do medicamento: 
Novas opções de tratamento; 
Efeitos colaterais do lítio: 
Aumento da pressão intracraniana, convulsão, fadiga, disfunção sexual, diminuição 
de memória, ganho de peso, hipertireoidismo, tontura. 
Carga representada pelo monitoramento (controle laboratorial). 
Intoxicação: 
Quadro de coma e óbito; 
Exames laboratoriais: 
Acima de 4mEq/L em 6 horas após a ingestão de hemodiálise (abreviação de 
miliequivalente; peso molecular em mg). 
Necessidade de alta ingestão de água, mesmo na ausência de intoxicação. 
Uso atual: 
Ministrado em dose mais baixas quando combinado com outros estabilizadores de 
humor e de acordo com níveis plasmáticos; 
Eficácia igual ou superior ao valproato; 
Anticonvulsionantes (incluso valproato); 
Associado (de forma não convincente), à ideação suicida, o que não acontece no uso 
do lítio. 
Uso potencial: 
Inibição de glicogênio sintase quinase 3 (GSK-3) poderia inibir a fosforilação da 
proteína Tau na DA. 
 
 
Anticonvulsionantes 
Premissa: 
Base na teoria de que a mania pode “ativar” outros episódios de mania, visto que 
convulsões podem “ativar” mais convulsões. 
Uso de anticonvulsionantes no transtorno bipolar: 
Alguns apresentam melhor eficácia que outros; 
Uso associado a mania; 
Falsa impressão que quaisquer anticonvulsionantes podem agir como estabilizadores de 
humor. 
 
 
Antipsicóticos atípicos 
Premissa: 
Atuação nos sintomas psicóticos associados à mania (ação nos receptores D​2​). 
Uso: 
Efeitos para sintomas nucleares não psicóticos da mania; 
Tratamento de manutenção para prevenir a recidiva; 
Mostrar-se efeito na depressão bipolar. Como? 
Dúvidas quanto a ação farmacocinética: 
Residem na própria configuração de transtorno bipolar: 
Ao invés de considerar atividade “muito baixa” na depressão e “muito alta” na 
mania, considera-se que os circuitos estão fora de sintonia e caóticos. 
 
 
Outros fármacos 
Benzodiazepínicos: 
Tratamento adjuvante aos estabilizadores de humor comprovados; 
Uso especialmente em situações de emergência: 
Ação calmante imediata; 
Permitem que estabilizadores de humor com ação mais lenta comecem a agir; 
Úteis para agitação intermitente, insônia e sintomas maníacos; 
Uso cauteloso da medicação é recomendado. 
Modafinila e armodafinila: 
Agentes promotores de vigília (estimulantes); 
Tratamento adjuvante na depressão bipolar. 
Hormônios e produtos naturais: 
Ácidos graxos ômega-3 EPA (ácido cicosapentanoico) e DHA (ácido 
docose-hezanoico); 
Hormônio de tireoide (T​3​); 
Uso controverso. 
 
 
Antidepressivos 
Tornam o indivíduo bipolar? 
Não atuam ou parecem agravar o caso: 
Desestabilização de humor; 
Indução à mania ou hipomania; 
Ciclagem rápida; 
Tendências suicidas. 
Estudos em andamento: 
Complicação do tratamento antidepressivo: 
Relacionado ao uso do ADT; 
Transtorno do espectro bipolar evolui para transtorno bipolar; 
Condições já em curso, contudo, não diagnosticada, diagnosticada incorretamente ou 
mascarada. 
Considerar como a caso: 
País de treinamento e atualizações em psicofarmacologia. 
 
 
Prática Clínica 
Como escolher o estabilizador de humor: 
Baixa possibilidade de monoterapia; 
Estudos: 
Realizador para monoterapia; 
Equívoco, considerando se o grande número de associações entre agentes 
terapêuticos. 
Transtorno bipolar recorrente e predominantemente depressivo. 
Tratamento de primeira linha: 
Pacientes bipolares sem complicações: 
Não causar nenhum prejuízo; 
Qualquer terapia que não seja monoterapia com antidepressivo: 
Anticonvulsionante (Lanotrigina) ou antipsicótico atípico. 
Evita-se no atendimento primário: 
Lítio, valproato e lanotrigina, com preferência por antipsicótico atípico. 
Associações de estabilizadores de humor: 
Preferência: 
Paciente em remissão sem sintomas, independente da quantidade de fármaco usados, 
ao uso de um estabilizador de humor em alta dose com efeitos colaterais. 
Principal interação farmacológica baseada em evidências: 
Adição de lítio ou valproato a antipsicótico atípico. 
Transtorno bipolar em mulheres: 
Natureza ainda mais depressiva do que nos homens: 
Maior número de tentativas de suicídio, mania mista e ciclagem rápida. 
Maior disfunção na tireoide: 
Potencialização de T​3 pode aumentar a estabilidade, mesmo na ausência de disfunção 
manifesta na tireoide. 
Maior comorbidade com transtorno de ansiedade e alimentares. 
Agravamento do quadro no período pré-menstrual; 
Ausência de proteção aos episódios na gravidez: 
Período pós-parto como momento de risco para primeira ocorrência; 
Lítio e anticonvulsionantes são considerados tóxicos ao feto; 
Preferência por antipsicóticos atípicos. 
Recidiva durante perimenopausa, com benefício do uso de estrogênio. 
Sem diferenças no uso aos psicofármacos, à exceção dos efeitos colaterais. 
Crianças, transtorno bipolar e estabilizadores do humor: 
Discute-se se as crianças teriam a doença e os sintomas atribuíveis; 
Mania pré-puberal diferente do adulto: 
Irritabilidade intensa; 
Ausência de episódios distintos; 
“Tempestades afetivas” periódicas com explosões graves; 
Comportamento agressivo e raiva. 
Sintomas crônicos e contínuos; 
Humor raramente eufórico; 
Difícil realizar a diferenciação: 
Sobreposição sintomática ao TDAH e ao transtorno de conduta; 
Comorbidade a transtorno de ansiedade, pânico e agorafobia. 
Uso de fármacos de eficácia comprovada em adultos.

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