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a atuação do assistente social no serviço de convivência e fortalecimento de vínculo SCFV

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Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
EDINARIA CRISTINA PIRES PACHECO 
(SES0844/5) 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: 
(A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E 
FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS – SCFV) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPIPOCA - CE 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
EDINARIA CRISTINA PIRES PACHECO 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E 
FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS - SCFV 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à disciplina de TCC – do 
Curso de Serviço Social – do Centro 
Universitário Leonardo da Vinci – 
UNIASSELVI, como exigência parcial para 
a obtenção do título de Bacharel em 
Serviço Social. 
 
Nome do Tutor – Orientador: Sara Alves 
Félix. CRESS 6180 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITAPIPOCA - CE 
2022 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E 
FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS – SCFV 
 
 
 
POR 
 
 
EDINARIA CRISTINA PIRES PACHECO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado 
do grau de Bacharel em Serviço Social, 
sendo-lhe atribuída à nota “______” 
(_____________________________), pela 
banca examinadora formada por: 
 
 
 
 
 ___________________________________________ 
Presidente: Prof. Sara Alves Félix– Orientadora Local 
 Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
 
 
 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Heloisa Pinto Braga Teixeira - Supervisora de Campo 
 
 
 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Maria Silvenilda Magalhães - Profissional da área 
 
 
ITAPIPOCA - CE 
2022 
AGRADECIMENTOS 
 
Nenhum obstáculo é grande demais quando confiamos em Deus e quando 
acreditamos em nós mesmos, pois, somos o resultado do que acreditamos. Por isso, 
gostaria de agradecer, inicialmente, a Deus, por ter me dado amor, força, calma e 
persistência nessa longa caminhada. 
Gostaria de agradecer de maneira especial aos meus pais, Rita Edmeia 
Teixeira Pires Pacheco e Edésio Pacheco de Sousa, pelo apoio transmitido em mais 
uma etapa da minha formação acadêmica, ambos se doaram por inteiros e muitas 
das vezes renunciaram aos seus sonhos, para que eu conseguisse realizar os meus. 
Sem o apoio de vocês, eu não teria conseguido. Vocês são o meu porto seguro, 
obrigada pela torcida, por acreditar em mim, pelo apoio incondicional e por todo o 
amor e carinho recebido. 
Ao meu filho, João Miguel Pacheco de Sousa que é a razão da minha vida! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A persistência é o caminho do êxito”. 
Charles Chaplin 
RESUMO 
 
A atuação do assistente social no âmbito da Proteção Social Básica não se 
apresenta como uma temática inédita, mas é sempre importante trazer pesquisas 
sobre a atuação desse profissional visando contribuir para o desenvolvimento da 
área. A presente monografia tem por objetivo conhecer as contribuições do 
profissional de assistência social no âmbito do Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV). O SCFV objetiva prevenir situações de risco 
social e fortalecer vínculos familiares e comunitários, e possui na sua composição o 
assistente social como técnico de referência. O assistente social enfrenta desafios, 
tais como: a efetivação da intersetorialidade, contradições entre demandas 
institucionais e demandas profissionais, reconhecimento das demandas que 
emergem nos territórios e a precarização do seu trabalho. Como metodologia será 
desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica, de base qualitativa, e classificada 
quanto aos objetivos como exploratória e descritiva, onde será realizado um estudo 
sobre o tema em questão e uma entrevista semiestruturadas com dois sssistente 
sociais que atuam na Proteção Básica dentro dos serviços de convivência. A partir 
das análises conclui-se que ocorreram avanços no aprimoramento da política de 
assistência social, com a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e 
os documentos que a normatizam (PNAS, NOB’s e Tipificação Nacional dos 
Serviços Socioassistenciais), a iniciativa neoliberal por meio das reformas do mundo 
do trabalho se colocam como impasse para efetivação do SUAS. 
 
PALAVRAS-CHAVES: Assistente Social. CRAS. Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The role of the social worker within the scope of Basic Social Protection is not 
presented as an unprecedented theme, but it is always important to bring research 
on the role of this professional in order to contribute to the development of the area. 
This monograph aims to know the contributions of the social assistance professional 
within the scope of the Service for Coexistence and Strengthening of Links (SCFV). 
The SCFV aims to prevent situations of social risk and strengthen family and 
community ties, and has in its composition the social worker as a reference 
technician. The social worker faces challenges, such as: the effectiveness of 
intersectoriality, contradictions between institutional demands and professional 
demands, recognition of the demands that emerge in the territories and the 
precariousness of their work. As a methodology, it will be developed through 
bibliographic research, with a qualitative basis, and classified as to the objectives as 
exploratory and descriptive, where a study will be carried out on the subject in 
question and a semi-structured interview with two Social Workers who work in Basic 
Protection exclusively within the coexistence services. Based on the analysis, it is 
concluded that there have been advances in improving the social assistance policy, 
with the creation of the Single Social Assistance System (SUAS) and the documents 
that regulate it (PNAS, NOB's and National Typification of Social Assistance 
Services), the initiative neoliberal reforms through the reforms of the world of work 
stand as an impasse for the realization of the SUAS. 
 
 KEYWORDS: Social Worker. CRAS. Coexistence and Bond Strengthening Service. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1 - Organização dos serviços previstos na Tipificação Nacional..............18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
CRAS Centro de Referência em Assistência Social 
FNAS Fundo Nacional de Assistência Social 
LOAS Lei Orgânica de Assistência Social 
NOB Norma Operacional Básica 
NOB/RH Norma Operacional Básica de Recursos Humanos 
NOB/SUAS Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social 
ONG Organização não governamental 
SCFV Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
SUAS Sistema Único de Assistência Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA.................................................................................11 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL .. 12 
3.1MARCOS NORMATIVOS ATÉ A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO DE 
CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTODE VÍNCULOS (SCFV) 
....................................................................................................................................13 
3.2 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS...............18 
3.3 FUNDAMENTOS DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE 
VÍNCULOS.................................................................................................................22 
3.4 QUESTÃO SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL.......................................................26 
4. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................28 
4.1 RELEVÂNCIA TEÓRICA......................................................................................294.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO...........................................................29 
5. OBJETIVOS DA PESQUISA.................................................................................31 
5.1. OBJETIVO GERAL..............................................................................................31 
5.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................31 
6 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................32 
6.1 QUANTO A NATUREZA, ABORDAGEM E OBJETIVO.......................................32 
6.2 PARTICIPANTES.................................................................................................33 
6.3 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS.....................................................33 
6.4 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS..................................................33 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA................................................................34 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS.........................................................................34 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................34 
7.3 RESULTADOS.....................................................................................................35 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................................................38 
8 CONCLUSÃO.........................................................................................................40 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................42 
APÊNDICE................................................................................................................45
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O trabalho do assistente social sempre foi uma das dimensões discutidas pela 
profissão, tendo em mente a Política Nacional de Assistência Social na qual permite 
a sua inserção nos vários espaços ocupacionais, destacando-se os Centros de 
Referência de Assistência Social (CRAS). 
 A atuação do assistente social no âmbito da Proteção Social Básica não se 
apresenta como uma temática inédita, mas é sempre importante trazer pesquisas 
sobre a atuação desse profissional visando contribuir para o desenvolvimento da 
área. A sociedade é marcada pela diversidade, no qual em seu interior existem 
diversos sujeitos que trazem consigo diversas problemáticas sociais. 
O CRAS é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em 
áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação 
dos serviços socioassistenciais no seu território de abrangência e à prestação de 
serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às 
famílias. 
Este trabalho analisa a prática profissional do Serviço Social dentro da 
Proteção Social Básica, especialmente no Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos como estratégia para o Serviço Social no enfrentamento de suas 
demandas profissionais. 
Assim, surgiu o interesse para pesquisar esse tema, como uma necessidade 
de ampliar os conhecimentos envolvendo a atuação deste profissional no campo da 
Proteção Básica. Através da aproximação com a realidade no CRAS - Maranhão 
pode-se ter mais claro o que ocorre no cotidiano fazendo assim uma reflexão sobre 
a prática profissional, realizando desse modo um olhar crítico sobre a realidade 
profissional vivida pelos assistentes sociais inseridos nesse contexto. 
Tal escolha ocorreu diante do estágio no referido CRAS, nos meses de março 
a julho de 2022, onde foi possível observar a atuação do assistente social no Serviço 
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV. 
Com o objetivo geral de conhecer as contribuições do profissional de 
assistência social no âmbito do Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos (SCFV). 
Para tanto, temos os seguintes objetivos específicos: Conhecer a relação que 
pode ser estabelecida entre o trabalho de assistência social e os usuários do Serviço 
10 
 
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV); Apresentar o campo de 
atuação do assistente social mediante as problemáticas sociais comuns aos serviços 
oferecidos pelo Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) por meio do 
SCFV; Destacar a importância do assistente social no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos para a redução das vulnerabilidades sociais. 
Em relação a metodologia, é uma pesquisa de cunho qualitativo, uma 
compreensão mais aprofundada do objeto estudado, compreendendo a 
subjetividade dos sujeitos, o que não se quantifica, mas nos leva ao entendimento 
do todo através da apreensão das particularidades. Desse modo, são utilizados dois 
importantes instrumentais de pesquisa para essa análise qualitativa. Primeiramente 
o levantamento bibliográfico, com a consulta a obras de autores que se destacam na 
tratativa da temática e logo depois a aplicação de um entrevista na pesquisa de 
campo com os sujeitos de pesquisa. 
Com base no exposto a fundamentação teórica está dividida três capítulos. 
No primeiro, apresentação dos aparatos legais que marcaram a história da 
assistência social desde seu reconhecimento como direito. O segundo sobre a 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais e o terceiro trata sobre 
fundamentos do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos este tópico 
apresentará as principais características da organização do SCFV, bem como os 
eixos norteadores e as concepções que fundamentam a convivência e o 
fortalecimento de vínculos, sobre as quais estão baseados o planejamento e 
execução deste serviço. 
Deste modo considera-se de extrema relevância compreender como o 
Serviço Social atua junto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, 
na compreensão advinda deste estudo poderá subsidiar o aprimoramento do 
processo de trabalho ora desenvolvido, considerando o contexto das contribuições já 
empregadas na realidade em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
O tema escolhido para a realização dessa monografia é a respeito do trabalho 
do assistente social no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
(SCFV). Dessa forma, a pauta de discussões a respeito dessa temática estará 
voltada para destacar a importância e o papel do profissional de Serviço Social 
nesse serviço tão importante para a população que necessita de assistência para 
lidar com os problemas e vulnerabilidades, pois essa é uma responsabilidade do 
poder público e dos profissionais da Proteção Básica da Assistência Social. 
Os assistentes sociais podem atuar em diversas áreas, em diversos 
programas diferentes, mas o fato é que esses profissionais que muitas vezes são 
vistos com um viés até preconceituoso, porém, o trabalho que desempenham na 
sociedade é de fundamental importância para a superação de diversas mazelas e 
problemáticas comuns principalmente onde existe desigualdade social. 
Ser agente de transformação social é muito importante para o profissional e 
principalmente para as pessoas que necessitam dos serviços oferecidos pelo SCFV. 
De acordo com BRASIL (2016, p. 24) “é importante considerar que, à medida que os 
profissionais que atuam no serviço conhecem e fortalecem vínculos com os 
usuários, adquirem maiores condições de propor atividades das quais os usuários 
participem efetivamente”. 
A presença dos assistentes sociais no CRAS, enquanto profissionais que 
buscam efetivar a garantia de direitos aos usuários, apresenta-se como elemento de 
fundamental importância, pensando no acesso destes usuários à politica de 
Assistência Social. 
Entende-se a partir disso que atividades mais significativas são necessárias 
porque nesses serviços é muito comum que as pessoas simplesmente abdiquem 
desse direito, deixam de lado a oportunidadede participar, de se desenvolver, e até 
mesmo de contribuir. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 
 
A sociedade brasileira como um todo é marcada por grandes desigualdades 
sociais, que podem trazer consigo diversas dificuldades, vulnerabilidades, 
problemáticas sociais que influenciam diretamente nas vivencias dos indivíduos, 
sendo então os serviços de Proteção Social Básica de Assistência Social um espaço 
bastante democrático, que garante o acesso a vários direitos básicos para o 
cidadão. 
 Diante desses aspectos apresentados, temos então a seguinte problemática: 
Qual é a contribuição do assistente social no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV)? 
Essa problemática tem uma relação direta com a questão social, pois 
conforme apresentamos, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
cada vez mais se apresenta como um espaço necessário para promover a 
transformação social, no qual o profissional de assistência social é fundamental para 
intervir nas questões de vulnerabilidade que surgem ou se detectam no meio social. 
Assim, vai atuar trabalhando diretamente com grupos divididos por faixa etária, 
buscando promover atividades que se relacionam diretamente com o ciclo de vida 
dos usuários do serviço. 
Diante disso, quanto mais formado e capacitado, maiores serão a 
possibilidades de o profissional de assistência social realizar um trabalho ainda mais 
significativo e transformador. 
Os Serviços Socioassistenciais foram normatizados pela Tipificação Nacional 
dos Serviços Socioassistenciais do Sistema Único de Assistência Social (2009), 
aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social pela resolução n. 109/2009, 
e consiste em um documento que estabelece as nomenclaturas de forma 
padronizada e regulamenta os serviços prestados pela Assistência Social para 
reorganizar as condições de atendimento à demanda (BRASIL, 2009) 
Com base na Tipificação, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos que pode ser ofertado no CRAS, assim como em Centros de Convivência 
ou entidades privadas sem fins lucrativos que estejam referenciadas ao mesmo 
consiste na tentativa de prevenir a violação dos direitos humanos com base na 
convivência e no fortalecimento de vínculos. 
 
13 
 
 
 
Esse apontamento com base na Tipificação mostra que esse trabalho do 
assistente social no SCFV é fundamental para as populações ou pessoas que vivem 
de alguma forma a margem da sociedade, pois através das atividades realizadas 
dentro dos grupos é possível promover a transformação social, é possível trazer 
novas perspectivas de vida para essas pessoas que tanto necessitam do auxílio e 
do apoio dessas políticas de assistência social. 
 
3.1 MARCOS NORMATIVOS ATÉ A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO DE 
CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTODE VÍNCULOS (SCFV) 
 
A Assistência Social foi estabelecida através dos artigos 203 e 204 da 
Constituição Federal de 1988 e compõe o tripé da Seguridade Social no qual é 
formado pela a saúde, previdência e assistência social. 
Caracterizada como direito social por meio da LOAS nº 8.742, promulgada em 
1993, alguns dos seus atributos são o perfil de política não contributiva, direito do 
cidadão e de responsabilidade do Estado a provisão dos mínimos sociais. 
A Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS - define como objetivos a 
proteção a grupos prioritários, como: família, mães, infância, adolescência, idosos, 
desempregados e deficientes, instituindo o benefício mensal a idosos e deficientes, 
promovendo-os e integrando-os ao mercado de trabalho. Esta é executada em 
conjunto com as políticas setoriais como estratégia de enfrentamento da pobreza 
(BRASIL, 2011). 
A LOAS passou por alterações em 2011, através da Lei 12.435, o que inclui 
mudanças nas formas de execução da política de assistência social. Entre elas 
estão a proteção social, a garantia de vida e a prevenção de riscos como objetivos 
aos grupos específicos como crianças, adolescentes, idosos e famílias em geral, 
além de incluir a vigilância socioassistencial e a defesa dos direitos para acesso às 
provisões socioassistenciais. 
 A proteção social é dividida em básica e especial, sendo definidas como: 
 
I - Proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e 
benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de 
vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de 
14 
 
potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e 
comunitários; 
II - Proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que 
tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e 
comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e 
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das 
situações de violação de direitos (BRASIL, 1993, p. 9). 
 
O SUAS é composto pelas três esferas de governo (federal, estadual e 
municipal) e busca fortalecer a gestão compartilhada e o co-financiamento da 
política, articulando, de forma integrada, os serviços, programas e projetos. 
 Cabe a União financiar, monitorar e fiscalizar a execução de programas, 
projetos e serviços nos Estados, Municípios e Distrito Federal, porém, tal ação é 
realizada com algumas condições, sendo uma delas a avaliação dos índices de 
qualidade dos serviços prestados como critério para o repasse de verbas e 
restrições tal como a proibição do uso da verba para pagamento de funcionários ou 
gratificações (BRASIL, 2011). 
Dentre as múltiplas competências do Estado, este deve ser responsabilizado 
pelo pagamento dos benefícios eventuais, conforme proposto pelo Conselho 
Estadual de Assistência Social, assim como suprir financeiramente o 
aperfeiçoamento da gestão, programas, projetos e serviços em território regional; 
oferecer assistência aos municípios em situações de emergência e realizar 
avaliação e monitoramento da política de assistência social 
Os recursos financeiros para execução e manutenção da política serão 
financiados pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) onde será de 
responsabilidade das três esferas de governo executar de forma descentralizada e 
participativa. Mas, para que os Estados, Municípios e o Distrito Federal recebam 
esta verba é necessário que tenham e estejam em execução com o Conselho de 
Assistência Social, o Fundo de Assistência Social e o Plano de Assistência Social. 
 Os serviços assistenciais são realizados com base nos princípios e diretrizes 
desta lei, objetivando atender as necessidades básicas. Seus programas devem 
atender, também, as crianças, os adolescentes e os idosos. 
No que diz respeito às unidades de atendimento e assessoramento de 
assistência social, além de atribuir o caráter de “sem fins lucrativos” (BRASIL, 2011, 
p. 2) a lei descreve as características de cada uma delas sendo as unidades de 
atendimento, as executoras de serviços voltados as famílias e indivíduos em 
situação de risco social e vulnerabilidade; as de assessoramento, unidades que 
15 
 
executam programas e projetos voltados para os movimentos sociais, organização 
de usuários e capacitação de lideranças; e as unidades de defesa e garantia de 
direitos são executoras de programas e projetos que se voltam a defesa e efetivação 
dos direitos socioassistenciais, a promover cidadania e a enfrentar desigualdades 
sociais. 
Uma das maiores mudanças foi a forma de execução da política, antes 
realizadas através de organizações e entidades de assistência social de forma 
descentralizada e participativa, agora sendo organizados por um sistema 
denominado Sistema Único de Assistência Social (SUAS).Também houve alterações 
no Benefício de Prestação Continuada em que a idade dos idosos se reduziu para 
75 (sessenta e cinco) anos, caracterizou-se a configuração de família, a não 
acumulação do benefício por mais de um membro da famíliae prazo de 2 (dois) 
anos para uma nova avaliação da necessidade do BPC (BRASIL, 2011). 
Os seguintes programas assistenciais foram incluídos na LOAS: Serviço de 
Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI), Serviço de 
Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e Programa de Erradicação do 
Trabalho Infantil (PETI). 
Os princípios e diretrizes citados na LOAS, juntamente com as propostas dos 
Conselhos de Assistência Social foram usados como base para a formulação da 
PNAS. Um dos objetivos da política se encontra na formulação de diretrizes voltadas 
diretamente para que a assistência social seja efetivada, de maneira que a política 
não venha se perder na lógica do “favor” e seja tratada como direito (YAZBEK, 
2008). 
A PNAS preconiza que a gestão seja democrática e descentralizada (com 
atuação da União, Estados, municípios e Distrito Federal), sem desprezar o fato de 
que as realidades dos Estados e municípios são diferentes, sendo necessário 
considerar suas singularidades. Também considera a participação popular e 
participação do gestor municipal como importantes atores na execução das políticas 
e ressalta a importância da avaliação e monitoramento, e do uso das tecnologias 
para auxiliar a evolução ou execução do SUAS (PNAS, 2004). 
Esta proteção tem a função de garantir a segurança de sobrevivência; 
segurança da acolhida e da vivência familiar. A segurança de sobrevivência, diz 
respeito a oferta de um valor monetário que visa a garantia da sobrevivência, 
ressaltando que não é uma compensação do salário-mínimo; a segurança da 
16 
 
acolhida, que fornece as necessidades humanas básicas, como, alimentação, 
moradia e vestuário, trabalhando esse indivíduo para que ele tenha autonomia 
suficiente para suprir suas necessidades. 
E por fim, a segurança da vivência familiar, na qual repudia situações de 
isolamento ou rompimento de relações, pois considera as relações humanas como 
primordiais para o desenvolvimento do indivíduo. 
Estas seguranças possuem ações norteadas por princípios que consideram 
que todos os cidadãos devem ter acesso aos direitos sociais, sendo respeitada no 
uso do seu direito a convivência familiar e comunitária, com ofertas de serviços de 
qualidade, sem nenhum tipo de atitude vexatória; onde todos sejam tratados da 
mesma forma, sem qualquer tipo de discriminação e que os serviços sejam 
oferecidos de forma igualitária as populações urbanas e rurais; por fim que os 
programas, serviços, projetos e benefícios sejam amplamente divulgados, assim 
como suas formas de acesso. Além dos princípios a política também é direcionada 
por quatro diretrizes: 
 Descentralização político-administrativa, onde há uma divisão nas ações e 
responsabilidades da gestão entre os entes governamentais; 
 Participação da população através dos conselhos na formulação, fiscalização 
e execução das políticas; 
 Estado como principal responsável pela a oferta e execução da política, 
mesmo que havendo ações da iniciativa privada; 
 E família como principal alvo da política de assistência social (BRASIL, 2011). 
Em conjunto aos princípios e diretrizes estão os objetivos da política, que são 
oferecer programas, projetos e serviços da proteção social básica e especial para 
famílias, indivíduos e quem dela necessitar; bem como auxiliar para que os usuários. 
Os usuários alvos dessa política são cidadãos e grupos em vulnerabilidade e 
riscos, são estes, famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de riscos; pessoas 
com deficiência; em situação de pobreza; não possuem acesso a políticas públicas; 
usuários de substâncias psicoativas; vítimas de violência (sejam físicas, 
psicológicas, verbais ou sexuais), excluídas ou relações precárias no mercado de 
trabalho (YAZBEK, 2008). 
Como estratégia para atender as necessidades desses usuários a LOAS 
instituiu a Proteção Social, que na intenção de ser de aprimorada vem sendo 
trabalhada também na PNAS, na qual especifica as suas formas de organização. A 
17 
 
mesma é dividida em dois níveis: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial 
de Média e Alta Complexidade. 
A Proteção Social Básica possui um caráter preventivo. Seu objetivo principal 
é prevenir as situações de vulnerabilidades e risco social, desenvolvendo 
potencialidades e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários através de 
programas, projetos e serviços da assistência social (BRASIL,2011). 
Esta política pública explicita as diretrizes que vão efetivar a assistência social 
como direito de cidadania e responsabilidade de Estado, possuindo um modelo de 
gestão compartilhada, tendo suas atribuições e competências realizadas nas três 
esferas do governo. 
 
Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social 
decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo 
acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos 
afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, 
étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (MDS, 2005, p. 27). 
 
A Política de Assistência Social, como política de Estado, constitui-se como 
estratégia fundamental no combate à pobreza, à discriminação, às vulnerabilidades 
e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive grande parte da 
população brasileira ampliando historicamente seu campo de intervenção (YAZBEK, 
2008). 
Há de se considerar que a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), o 
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a Norma Operacional Básica (NOB), 
aprovados pelo CNAS por meio da Resolução n o 130, de 15 de julho de 2005, são 
importantes marcos para a consolidação da Política Nacional de Assistência Social 
(PNAS) e expressam grandes mudanças no que diz respeito à Assistência Social, 
sendo, além disso, responsáveis pelos direitos até hoje garantidos (BRASIL, 2014). 
 
3.2 TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS 
 
Aprovada com base na resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, a 
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais foi a consolidação da 
padronização dos serviços e equipamentos oferecidos pelo SUAS, na qual organiza 
a oferta e execução dos serviços socioassistenciais. 
18 
 
 O documento especifica as principais características desses serviços, 
constando o nome, descrição, usuários, objetivos, provisões, aquisições dos 
usuários, formas de acesso, período de funcionamento do equipamento que presta o 
serviço, abrangência, articulação em rede, impacto social esperado e 
regulamentações. 
Os serviços socioassistenciais são distribuídos em dois níveis da proteção 
social: a básica e a especial de média e de alta complexidade, conforme o quadro 1. 
 
 Quadro 1 – Organização dos serviços previstos na Tipificação Nacional. 
Proteção Social Básica Proteção Social Especial 
PAIF; 
 
SCFV; 
 
Serviço de Proteção 
Básica no Domicílio para 
pessoas com deficiência e 
idosos. 
Média Complexidade Alta Complexidade 
PAEFI; 
 
Serviço de Abordagem 
Social; 
 
Serviço de Proteção 
Social a Adolescentes em 
Cumprimento de Medida 
Socioeducativa de LA e 
PSC; 
 
Serviço de Proteção 
Social Especial para 
Pessoas com Deficiência, 
Idosos (as) e suas 
Famílias; 
 
Serviço Especializado 
para Pessoas em 
Situação de Rua. 
 
Serviço Especializado em 
Abordagem Social; 
 
Serviço de Acolhimento 
em Republica 
 
 Serviço de Acolhimento 
em Família Acolhedora; 
 
 Serviço de Proteção em 
Situações de 
Calamidades Públicas e 
de Emergências. 
Fonte: Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais - 2014. 
 
A tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais de 2014, inclui o SCFV 
como um serviço socioassistencial. De acordo com o foco deste trabalho daremos 
ênfase ao SCFV, pois, traz em sua estrutura uma característica singular que é o 
atendimento as necessidades imateriais dos usuários. O SCFV constitui-se como 
diferencial na proteçãosocial básica, sobretudo como campo de atuação profissional 
(BRASIL, 2014). 
19 
 
É realizado de acordo com a faixa etária que varia de 0 (zero) – 60 (sessenta) 
anos ou mais. Com divisão dos grupos de 0 (zero) – 6 (seis) anos; 6 (seis) – 15 
(quinze) anos; 15 (quinze) – 17 (dezessete) anos; 18 (dezoito) – 29 (vinte e nove) 
anos; 30 (trinta) – 59 (cinquenta e nove) anos e 60 (sessenta) anos em diante. Pode 
ser executado nos CRAS e Centros de convivência (BRASIL, 2005). 
O SCFV que atua de forma complementar ao PAIF está entre os objetivos a 
prevenção de situações de risco social, intenciona promover a socialização, 
fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, estimula a reconstrução de 
história de vidas, oportuniza acessos a benefícios, serviços setoriais e 
socioassistenciais, possibilita uma ampla troca de culturas, acesso a arte, esporte e 
lazer. 
É articulado com outros serviços da proteção social básica; assim da proteção 
social especial, serviços de públicos de saúde, esporte, cultura, lazer, educação e 
meio ambiente; conselhos de políticas públicas; conselho tutelar; instituições de 
ensino e pesquisa; e Programas e projetos de desenvolvimento de talentos e 
capacidades (BRASIL, 2014). 
A Resolução de Nº 17, de 20 de Junho de 2011 define a composição da 
equipe de referência do SCFV. Ela é composta por um técnico de referência, sendo 
um obrigatório um profissional de nível superior, podendo ser psicólogo ou 
assistente social. Outras profissões também podem compor a equipe. A Resolução 
de Nº 9, de 15 de Abril de 2014, reconhece o orientador social, profissional de nível 
médio como integrante da equipe de referência do SCFV. 
 
Acolhida; orientação e encaminhamentos; grupos de convívio e 
fortalecimento de vínculos; informação, comunicação e defesa de direitos; 
fortalecimento da função protetiva da família; mobilização e fortalecimento 
de redes sociais de apoio; informação; banco de dados de usuários e 
organizações; elaboração de relatórios e/ou prontuários; desenvolvimento 
do convívio familiar e comunitário; mobilização para a cidadania (MDS, 
2014, p. 12). 
 
A versão de 2014 da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, 
inclui a questão da integração no mercado de trabalho; habilitação e reabilitação de 
pessoas com deficiência, além de sua integração na comunidade; e as faixas etárias 
de 18 (dezoito) a 59 (cinquenta e nove) anos. 
 A Tipificação apresenta a organização dos serviços socioassistenciais em 
toda a sua abrangência, situando todas as características e orientações para sua 
20 
 
organização e execução. Como este trabalho está centralizado no SCFV, é 
relevante, que se compreendam os fundamentos que balizam este serviço. 
Os serviços da Proteção Social Básica visam potencializar a família como 
unidade de referência, fortalecer seus vínculos internos e externos por meio de 
serviços que têm por objetivo a convivência, a socialização, o incentivo à 
participação e o acolhimento de famílias cujos vínculos familiares e comunitários 
encontram-se fragilizados e não foram rompidos (BRASIL, 2005). 
 Segundo a PNAS (BRASIL, 2004), os serviços devem ser executados nos 
municípios de forma direta pelos Centros de Referência de Assistência Social 
(CRAS), podendo serem também executados de forma indireta nas entidades de 
assistência social de abrangência do território dos CRAS. 
 Para complementar o trabalho social com famílias realizado pelo Serviço de 
Proteção e Atenção Integral à Família (PAIF), tem-se na Proteção Social Básica o 
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), objeto de estudo 
neste TCC, que com articulação com o PAIF, objetiva o atendimento das famílias 
usuárias desses serviços, garantindo a matricialidade sociofamiliar da política de 
assistência social, com vistas a prevenir a ocorrência de situações de risco social e 
fortalecer os vínculos familiares e comunitários (BRASIL, 2009). 
Com base na Tipificação, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos – que pode ser ofertado no CRAS, assim como em Centros de Convivência 
ou entidades não governamentais que estejam referenciadas ao mesmo – consiste 
na tentativa de prevenir a violação dos direitos humanos com base na convivência e 
no fortalecimento de vínculos. 
 Os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos são realizados em 
grupos organizados em faixas etárias de forma contínua, preventiva e complementar 
ao trabalho realizado no CRAS com as famílias. Nesses grupos se estimula a troca 
de vivências individuais e coletivas, a autonomia e o desenvolvimento de 
potencialidades, o sentimento de pertencimento, a socialização e, 
consequentemente, a formação de vínculos. As informações sobre os direitos dos 
usuários são trabalhadas para que esses possam enfrentar a vulnerabilidade social 
(MDS, 2009). 
 O SCFV promove o acesso aos benefícios e aos outros serviços 
socioassistenciais, de modo que a rede protetiva seja fortalecida. Não obstante, o 
acesso aos serviços setoriais – tais como à educação, à saúde e à cultura – 
21 
 
contribui para que os usuários possam acessar de fato os direitos que possuem. 
Assim, objetiva-se que o público alvo do SCFV passe a se reconhecer enquanto 
capaz de realizar escolhas de ordem pessoal e política. Para tanto, a formação de 
um espaço de relações protegidas é essencial para que os indivíduos pensem e 
projetem suas aspirações. 
 Portanto, a convivência possui um caráter político, por possibilitar que os 
mais diversos usuários se relacionem e experimentem uma situação de igualdade e 
passem a compreender o próximo, assim como às instituições em que são 
atendidos. 
 Segundo o MDS (2014, p. 36) “As relações entre pessoas que se aproximam 
por contingências da vida e que estabelecem afinidades eletivas, interesses comuns 
e um cotidiano partilhados são capazes de constituir proteção”. No SCFV os 
indivíduos compartilham de necessidade e anseios, as quais podem ser 
problematizadas, fazendo com que os sujeitos percebam que o problema enfrentado 
não é individual, mas coletivo. 
 A oferta de um serviço da proteção social básica voltado para o 
fortalecimento de vínculos consiste em um desafio de suma importância, pois 
contribui para afirmar que o tratamento às vulnerabilidades no campo das relações 
sociais é uma responsabilidade pública. A Assistência Social como uma política 
pública que visa ao combate das desigualdades sociais possui papel central na 
passagem da perspectiva individual para a coletiva. 
 Dessa forma, o fortalecimento de vínculos é resultado do trabalho social 
voltado às vulnerabilidades sociais das relações sociais. A convivência em si não 
significa o desenvolvimento de potencialidades e proteção. É importante se atentar 
ao fato de que ao conviver, os humanos realizam trocas de vivências e de saberes, 
portanto, se afetam negativa ou positivamente. Dessa forma, podem-se estimular as 
mudanças e a valorização, ou mesmo, gerar relações baseadas na subordinação e 
na desumanização (MDS, 2014). 
 Portanto, é necessário que o SCFV promova encontros nos quais haja a 
troca de saberes construtivos, que promovam a cidadania, o respeito, a 
desconstrução de preconceitos, e a mobilização para o enfrentamento das 
condições de existência vivenciadas pelo público. A realização de encontros, que 
haja informações sobre os direitos e que fomentem o grupo a refletir e a 
problematizar a realidade social, provoca a criticidade dos indivíduos e forma 
22 
 
cidadãos questionadores e interventores das relações sociais aparentemente 
cristalizadas. Fomentar a participação dos usuários nas atividades desenvolvidas 
pelo SCFV imprime uma dimensão educativa e de pertencimento. 
 Os usuários passam a se reconhecer como integrantes da instituição que 
oferta o serviço e como possuidores de poder decisório. Participar é uma relação 
mútua que envolve criticar e ser criticado, vere ser visto. Assim, estimular a 
participação contribui para promover a inserção desse público em espaços de 
tomada de decisão. 
 
3.3 FUNDAMENTOS DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE 
VÍNCULOS 
 
Este tópico apresenta as principais características da organização do SCFV, 
bem como, os eixos norteadores e as concepções que fundamentam a convivência 
e o fortalecimento de vínculos, sobre as quais estão baseados o planejamento e 
execução deste serviço. 
 Conforme descrito pela Tipificação, o SCFV integra a proteção social básica, 
atuando em complemento ao PAIF “possui caráter preventivo e proativo” (MDS, 
2014, p. 9), onde busca promover a expansão da capacidade e potencial humano, 
defender e afirmar os seus direitos, de forma que este obtenha alternativas de 
enfrentamento das vulnerabilidades sociais. 
 Como objetivos gerais visa complementar o trabalho social com as famílias, 
de forma que promova à prevenção da institucionalização e segregação dos seus 
usuários a promoção e acesso aos benefícios socioassistenciais e setoriais; 
possibilitar o acesso às informações sobre direitos e cidadania; oportunizar 
atividades inter-racionais, de forma que haja troca de experiência e vivências; e 
favorecer o acesso a manifestações artísticas, culturais, esportivas e de lazer. 
Para atingir esses objetivos são realizadas oficinas com atividades de 
esporte, lazer, arte e cultura, levando em consideração as especificidades de cada 
faixa etária. Tais atividades são planejadas em conjunto com os usuários e 
fundamentas nos três eixos que norteiam o serviço, sendo estes a convivência 
social, participação e direito de ser (MDS, 2017). 
O principal alvo do atendimento se destina aos usuários que se encontram em 
situação prioritária, aqueles que de vivenciam situações de vulnerabilidades 
23 
 
(materiais/relacionais) e situações de risco social. As oficinas são ofertadas pela 
equipe de referência que é composta por orientador social e técnico de referência. O 
orientador social, deve ser responsável por ações ligadas ao desenvolvimento das 
atividades nas oficinas junto aos usuários; e o técnico de referência, além de 
desempenhar as atividades já descritas no trabalho social essencial (MDS, 2017). 
É dentro dessa lógica que está inserido o Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos, e os objetivos desse serviço estão no espaço 
privilegiado da família, onde se busca diminuir os riscos a que os indivíduos 
isoladamente e sem os vínculos fortalecidos estão sujeitos. A segurança do 
ambiente familiar e comunitário fortalecido é importante para que o grupo possa 
nutrir o sentimento de pertencimento. 
Nas atribuições do técnico de referência se destaca o preenchimento do 
Sistema de Informações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
(SISC), que funciona como uma base de dados ligada ao CadÚnico, que tem por 
finalidade acompanhar e monitorar a execução do serviço. Na qual possui 
informações pessoais e endereços dos usuários, assim como informações que 
possibilitam a identificação do grau de vulnerabilidades .Todos os usuários do SCFV 
devem estar registrados no SISC, esse registro é feito através do cadastro com o 
número de identificação social (NIS), é de suma importância o cadastramento, pois, 
o número de usuários cadastrados influencia diretamente no financiamento do 
SCFV, sendo o valor de repasse realizado com base no número de usuários 
cadastrados (MDS, 2017). 
 O Financiamento tem origem do Piso Básico Variável, de acordo com os 
recursos da Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS, que é resultado da união 
de dos recursos destinados ao adolescente (SCFV para 15 -17 anos), ao SCFV para 
crianças e idosos e do serviço socioeducativo do PETI. 
A proteção social pode ser usada como resposta às vulnerabilidades (MDS, 
2012), e ligada tanto ao atendimento das necessidades objetivas quanto subjetivas. 
As objetivas estão ligadas às necessidades materiais e as subjetivas às dimensões 
afetivas, devido situações de violência, discriminação, desvalorização que 
acontecem no ambiente familiar, comunitário e social (MDS, 2017). 
A troca de saberes fortalece os vínculos, conforme que este se envolve obtém 
conhecimento e capacidade de conhecer os seus direitos, lutar por ele, além de 
24 
 
possibilitar uma relação horizontal entre usuários e profissionais, a participação pode 
ser estratégia para o fortalecimento. 
 Portanto, o ser humano não vive isolado, se relacionar com o outro é uma 
questão de sobrevivência, princípio para a socialização, e é na troca de saberes, 
culturas e experiências que o indivíduo molda a sua personalidade. Esse aspecto é 
positivo no sentido que se abre um leque de oportunidades de aprendizado, com 
vista ao crescimento pessoal individual e do coletivo. Lidar com concepções 
diferentes pode ser positivo à medida que promove mudanças, aumenta a 
autoestima, mas também pode ser negativo se produzir desqualificação, sentimento 
de inferioridade e fragilidade dos vínculos (MDS, 2017). 
A realização de um trabalho social voltado para as vulnerabilidades 
relacionais propicia o fortalecimento de vínculos, este deve ser um propósito e com 
base nessa concepção o MDS mostra caminhos para a materialização desses 
objetivos. 
Entre esses caminhos estão às relações de parentescos, que possuem a 
capacidade de proteção, ainda que em alguns casos essa realidade seja diferente; 
relações de amizades são sempre positivas e reduzem os riscos; relações orgânicas 
que através de tarefas em comum criam laços capazes de gerar proteção; de 
cidadania, pois exercer os seus direitos desperta o sentimento de pertencimento e 
promove o exercício do diálogo para a conquista de um objetivo em comum; 
relações com profissionais da Política de Assistência Social, que buscam pautar sua 
atuação na ausência de qualquer tipo de julgamento moral em relação aos usuários. 
O MDS (2017) se propõe a trazer contribuições sobre a concepção de 
convivência e fortalecimento de vínculos, destacando ambos são interligados, de 
maneira que a convivência vem a ser a metodologia usada para fortalecer os 
vínculos e juntos possibilitam a prevenção de riscos e vulnerabilidades. 
 O caminho utilizado para iniciar essa problematização foi a retomada a 
tradição histórica do trabalho social realizado com as famílias, onde a assistência 
social atuava com ações de cunho disciplinador de comportamentos, com destaque 
que, a PNAS ao organizar as ações de proteção social, vem a ser de grande 
contribuição para alteração desse quadro, através do uso de ações de preventivas 
de situações de desproteção. Desproteção que são vivenciadas por usuários que 
passam por situações de vulnerabilidades, que vão além da dimensão material. 
25 
 
 A convivência pode ser usada como metodologia, que apresenta estratégias, 
cuja finalidade é fortalecer vínculos dos usuários, nas relações junto aos amigos, 
família, organizações, territórios e profissionais da política de assistência social 
(XAVIER et al., 2007). 
Conforme a resolução CNAS no 17/11 a equipe do Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos, deve ser composta por um técnico de referência ou 
orientadores sociais do CRAS, com formação em nível superior em Serviço Social 
ou Psicologia. Em uma grande maioria, um assistente social graduado é quem 
coordena as equipes do SCFV. 
 Os assistentes sociais são profissionais de nível superior que integra a 
equipe do CRAS para ser referência aos grupos do SCFV. Além do 
acompanhamento e da execução do serviço, especialmente por meio de 
participação sistemática nas atividades de planejamento e assessoria ao orientador 
social, cabe a estes profissionais assegurar, na prestação do SCFV, aplicação do 
princípio da matricialidade sociofamiliar que orienta as ações de Proteção Social 
Básica da Assistência Social. 
Outro aspecto importante, é o profissional saber se aproximare se adequar 
as condições que se apresentam no município, visto que a forma de abordagem 
metodológica no trabalho social com famílias é de grande complexidade, 
possibilitando assim que, em cada localidade, diferentes subsídios sejam adotados 
pelos profissionais para dar sustentação e coerência ao trabalho desenvolvido, 
sempre seguindo uma linha geral que deve estar em consonância com a Política 
Nacional de Assistência Social (XAVIER et al., 2007). 
O SCFV funciona articulado ao PAIF, o qual possui caráter continuado, e 
abrange projetos e serviços que buscam o desenvolvimento da autonomia familiar 
para o fortalecimento de vínculos e a da função protetiva. Esse serviço contribui para 
o acesso aos direitos e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dos 
usuários (GONDIM, 2013). 
As famílias atendidas em um serviço também podem ser atendidas no outro, 
partindo do princípio das SUAS denominado Matricialidade Sociofamiliar, na qual a 
família é o centro da proteção social. A importância da família é destacada também 
na Constituição e na LOAS, assim como no Estatuto da Criança e do Adolescente e 
no do Idoso. A família, portanto, é a unidade de intervenção da política em questão 
(XAVIER et al., 2007). 
26 
 
Dessa forma, é importante que o trabalho realizado com os usuários insira 
seus familiares e compreenda que ambos trazem consigo um acúmulo na vivência. 
Não obstante, os componentes da família devem ser concebidos como sujeitos de 
direitos e de escolhas de forma ativa, capaz de tomarem as próprias decisões. 
De acordo com Xavier et al. (2007), a família provê os cuidados aos seus 
membros e media suas relações com a sociedade, para tanto, também necessita ser 
cuidada. As mudanças ocorridas na sociedade contemporânea interferem 
diretamente nas famílias, as quais materializam esses impactos por meio da pobreza 
e da exclusão social, por exemplo. 
 
3.4 QUESTÃO SOCIAL E O SERVIÇO SOCIAL 
 
O Serviço Social é considerado como uma profissão histórica, que no começo 
era vinculada a Igreja católica, tendo uma visão de caridade, assim com muitas lutas 
e conquistas, aprimorando suas práticas profissionais. 
Nesse contexto é importante afirmar que o Serviço Social é uma profissão 
regulamentada pela Lei n° 8662/93, de 07 de junho de 1993, com alterações 
determinantes pelas resoluções CFESS n° 290/94 e n° 293/94, e balizada pelo 
Código de Ética, aprovado através da resolução CFESS n° 273/93, de 13 de março 
de 1993. 
Pautado no código de ética profissional e da Lei 8.662/93 que regulamenta a 
profissão, é marcado pelas profundas mudanças no modo de produzir, distribuir e 
acumular riquezas, onde segundo avalia Mota (2010, p.22), “mais do que nunca, o 
contraste entre o crescimento vertiginoso das riquezas e a persistência ou ampliação 
do pauperismo é assustador”. 
Assim, o profissional de Serviço Social em Instituições de Acolhimento a 
Idosos tem como prerrogativa se posicionar contra o abandono, desigualdade e 
vulnerabilidade social, onde os idosos têm seus direitos violados, seja por ação ou 
omissão do Estado, familiares ou comunidade, cabendo o profissional fazer a 
intervenção necessária para assim garantir o bem-estar do idoso institucionalizado. 
 
A questão social diz respeito ao conjunto das expressões das 
desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, 
impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua gênese no caráter 
coletivo da produção, contraposto á apropriação privada da própria 
atividade humana – o trabalho-, das condições necessárias á sua 
27 
 
realização, assim como de seus frutos. É indissociável da emergência do 
“trabalhador livre”, que depende da venda de sua força de trabalho como 
meio de satisfação de suas necessidades vitais (IAMAMOTO, 2001, p. 17). 
 
 
A atuação do profissional de Serviço social é de extrema importância no 
enfrentamento das expressões da questão social, podendo desvelar a realidade 
concreta diante das complexidades existentes. Assim, construindo estratégias que 
envolvem as particularidades do usuário que estão em situação de vulnerabilidade 
ou exclusão social. 
Dessa forma as atribuições do assistente social no âmbito profissional são de 
coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas e projetos 
na área de Serviço Social, com prestação e elaboração de pareceres, parcerias e 
contatos institucionais dentre outros. Ressalta-se, então, a importância do 
incremento de atividades para que a pessoa possa envelhecer em boas condições e 
permanecer ativa, conseguindo manter as relações com as pessoas. 
O trabalho do assistente social pode produzir resultados concretos nas 
condições materiais, sociais e culturais da vida de seus usuários, em seu acesso e 
usufruto de políticas sociais, programas, serviços, recursos e bens, em seus 
comportamentos, valores, seu modo de viver e de pensar, suas formas de luta e 
organização, suas práticas de resistência (YASBEK, 2002). 
Também são atribuição do profissional garantir o direito ao acesso as políticas 
públicas dos idosos institucionalizados, levando em consideração a articulação com 
outros profissionais e com a instituição. 
Assim, com as inúmeras conquistas que a profissão alcançou durante sua 
trajetória profissional, a luta continua constante em vários setores, principalmente 
em relação ao papel e atribuições do assistente social no âmbito profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
 A realização de uma pesquisa deve trazer a partir de seus resultados, 
contribuições práticas e teóricas para a área que está sendo realizada. Quanto 
maiores forem essas contribuições, tanto para os profissionais quanto para a 
comunidade em geral, maior será a relevância daquilo que foi proposto, por isso é 
importante pensar nas contribuições e justificativa do trabalho. 
 Partindo para a justificativa dessa pesquisa, podemos destacar que esse 
trabalho traz algumas contribuições, tendo em vista que é importante ampliar os 
conhecimentos sobre a questão da atuação do assistente social no Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Assim entende-se que o 
assistente social pode contribuir significativamente para o desenvolvimento social 
dos usuários do SCFV, portanto, é fundamental que isso seja cada vez mais 
trabalhado do ponto de vista teórico e prático. 
 O assistente social em suas atribuições pode atuar em diversas área e 
setores na sociedade, em diversas instituições diferentes, sendo então o Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) um desses campos importantes 
de atuação. A partir desses aspectos, surgiu o interesse para pesquisar esse tema, 
como uma necessidade de ampliar os conhecimentos envolvendo a atuação no 
referido serviço. 
 O CRAS é uma instituição social muito importante para todos, tendo em vista 
que é a partir dos serviços que são oferecidos por essas unidades que muitos 
ganham acesso a direitos básicos e com isso podem exercer a sua plena cidadania. 
Levando em consideração que o Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos (SCFV) são direcionados aos usuários do CRAS, é importante conhecer 
principalmente o papel do assistente social dentro desse sistema para orientar as 
familias sobres seus direitos. 
 Mediante esses aspectos, como a vulnerabilidade social de determinados 
indivíduos de diferentes faixas etárias, torna-se fundamental conhecer mais da 
atuação do assistente social no campo em questão. Assim, essa pesquisa irá 
contribuir para o maior reconhecimento da área, irá trazer contribuições teóricas 
importantes para que possamos conhecer a importância de sua atuação no SCFV. 
 
 
29 
 
4.1 RELEVÂNCIA TEÓRICA 
 
A experiência do estágio é essencial para a formação integral do aluno, 
considerando que cada vez mais são requisitados profissionais com habilidades e 
bem preparados. Ao chegar à universidade o aluno sedepara com o conhecimento 
teórico, porém muitas vezes, é difícil relacionar teoria e prática se o estudante não 
vivenciar momentos reais em que será preciso analisar o cotidiano (MAFUANI, 
2011). 
O Estágio Supervisionado é uma experiência em que o aluno mostra sua 
criatividade, independência e caráter. Essa etapa lhe proporciona uma oportunidade 
para perceber se a sua escolha profissional corresponde com sua aptidão técnica. 
Esta atividade é oferecida nos cursos de licenciatura a partir da segunda metade dos 
mesmos, quando o graduando já se encontra inserido nas discussões acadêmicas 
para a formação docente e ela é apenas temporária. 
O estágio supervisionado vai muito além de um simples cumprimento de 
exigências acadêmicas. Ele é uma oportunidade de crescimento pessoal e 
profissional. Além de ser um importante instrumento de integração entre 
universidade, escola e comunidade (FILHO, 2010). 
O Estágio Supervisionado é muito importante para a aquisição da prática 
profissional, pois durante esse período o aluno pode colocar em prática todo o 
conhecimento teórico que adquiriu durante a graduação. Além disso, o estudante 
aprende a resolver problemas e passa a entender a grande importância que tem o 
educador na formação pessoal e profissional de seus alunos. 
 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 
 
 O Centro de Referência de Assistência Social - CRAS é uma unidade de 
proteção social básica do SUAS, que tem por objetivo prevenir a ocorrência de 
situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio do 
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos 
familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. 
Esta unidade pública do SUAS é referência para o desenvolvimento de todos 
os serviços socioassistenciais de proteção básica do Sistema Único de Assistência 
Social - SUAS, no seu território de abrangência. Estes serviços, de caráter 
30 
 
preventivo, protetivo e proativo, podem ser ofertados diretamente no CRAS, desde 
que disponha de espaço físico e equipe compatível. Quando desenvolvidos no 
território do CRAS, por outra unidade pública ou entidade de assistência social 
privada sem fins lucrativos, devem ser obrigatoriamente a ele referenciados. 
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) é o principal 
serviço ofertado, pois garante o direito à convivência familiar e assegura a 
matricialidade sociofamiliar no atendimento socioassistencial. Além do PAIF, o 
CRAS também possui outros serviços exemplos os Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos e o Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para 
Pessoas com Deficiência e Idosas. 
Por meio do CRAS a população tem acesso aos seguintes benefícios: 
Benefício de Prestação Continuada (BPC);Benefícios Eventuais;Benefícios de 
Transferência de Renda 
Assim, o papel do CRAS – Maranhão que fica localizado na Rua Antônio 
Mentros, Nº 2030, no bairro Cruzeiro, próximo a Assembleia de Deus Montese na 
cidade de Itapipoca – CE é a oferta de serviços, visando garantir as condições 
fundamentais para que as famílias e os indivíduos desenvolvam a capacidade de 
superar sua situação de vulnerabilidade social potencializando a família como 
referência, fortalecendo seus vínculos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.gesuas.com.br/blog/trabalho-social-com-familias-no-paif/
https://www.gesuas.com.br/blog/beneficio-de-prestacao-continuada/
31 
 
5 OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
Os objetivos da pesquisa são uma das questões mais importantes de um 
trabalho cientifico, tendo em vista que são eles quem direciona o autor a respeito do 
que pretende realizar, o que se busca, onde pretende chegar com a temática de 
pesquisa que está sendo proposta. Diante desses aspectos, a seguir 
apresentaremos os objetivos geral e específicos de pesquisa. 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
 
Conhecer as contribuições do assistente social no âmbito do Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Conhecer a relação que pode ser estabelecida entre o trabalho de assistência 
social e os usuários do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 
(SCFV); 
 Apresentar a atuação do assistente social frente as problemáticas sociais nos 
serviços SCFV, serviços ofertados pelo Centro de Referência da Assistência 
Social (CRAS); 
 Destacar a importância do assistente social no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos para a redução das vulnerabilidades sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
6 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
A metodologia de um trabalho científico é muito importante para estabelecer o 
caminho e os mecanismos utilizados para responder a problemática de pesquisa e 
alcançar os objetivos que foram propostos para o trabalho. 
Desse modo, entende-se que a metodologia apresenta todo o processo 
utilizado pelo autor para chegar aos resultados do trabalho, o que reforça a 
credibilidade e aceitação das informações e dos próprios resultados apresentados 
ao longo do trabalho 
A seguir será mostrado como foi realizado a metodologia deste trabalho sobre 
o tema em foco. 
 
6.1 QUANTO A NATUREZA, ABORDAGEM E OBJETIVO 
 
 Como ponto de partida metodológico desse trabalho, partimos do 
levantamento bibliográfico para oferecer o suporte teórico necessário para a 
realização da pesquisa. Assim, será realizada a consulta bibliográfica a autores que 
tratam da temática, que podem contribuir positivamente com informações 
importantes para o desenvolvimento do trabalho. 
Quanto a natureza e abordagem o trabalho foi desenvolvido por meio de 
pesquisa bibliográfica, de base qualitativa, e classificada quanto aos objetivos como 
exploratória e descritiva, onde foi realizado um estudo sobre a atuação do assistente 
social no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos - SCFV. 
De acordo com Silva e Menezes (2005, p. 20), a pesquisa qualitativa 
“considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um 
vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não 
pode ser traduzido em números”. 
 Conforme mencionado a pesquisa qualitativa tem a sua relevância 
reconhecida no que diz respeito ao estudo das relações sociais, levando-se em 
conta principalmente a pluralização da vida em sociedade que tem como 
consequência as mudanças sociais aceleradas. 
Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva. 
Exploratória pois, segundo Severino (2007, p. 123) “busca apenas levantar 
informações sobre determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, 
33 
 
mapeando as condições de manifestação desse objeto”. E descritiva, por utilizar 
técnicas de coleta de dados e preocupar-se em analisá-los e interpretá-los. 
 
6.2 PARTICIPANTES 
 
 Os participantes foram dois assistentes sociais que trabalham no Centro de 
Referência da Assistência Social (CRAS) Maranhão, atuando no Serviço de 
Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), buscando assim dados 
relevantes para a realização das discussões ao longo da pesquisa. 
 
6.3 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS 
 
Os instrumentos foram a busca de publicações indexadas na base de dados e 
recursos informacionais tais como: Google Acadêmico, SciELO, e documentos 
fornecidos pela instituição em parceria com a supervisora de campo. 
Utilizou-se também como instrumento a observação e uma entrevista 
estruturada foi composta de 06 questões, onde dois assistentes sociais froam 
entrevistados, no mês de maio no período da manhã. 
 
6.4 PROCEDIMENTOS DE TRATAMENTOS DE COLETA DE DADOS 
 
É importante destacar que foi realizada uma pesquisa campo, que tem como 
principal instrumental de pesquisa a entrevista com 06 perguntas, que foi 
direcionado para dois assistentes sociais que trabalham no Centro de Referência da 
Assistência Social(CRAS) atuando especificamente no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV), buscando assim dados relevantes para a 
realização das discussões ao longo da pesquisa. 
A partir da aplicação da entrevista que foi realizada no dia 19 de maio do ano 
corrente, os dados colhidos foram analisados a partir de uma perspectiva qualitativa, 
ou seja, discutindo esses dados, fazendo uma análise a partir da perspectiva prática 
apresentada pelos sujeitos de pesquisa, levando em consideração também os 
autores teóricos que contribuem para a compreensão do tema. Com tudo isso se 
espera alcançar os objetivos propostos e resolver a problemática da pesquisa. 
 
34 
 
7 ANÁLISE DOS DADOS 
 
O presente capitulo permitirá conhecer os lócus da pesquisa, estrutura, 
resposta das entrevistas potencialidades e vulnerabilidades, bem como, apresentará 
também o que foi apreendido com a pesquisa. 
 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
Aprender é uma atividade dinâmica e como tal exige movimento, demanda 
não fique parado, mas que se envolva, interaja e movimente pelos temas a serem 
aprendidos. “A verdade não está parada, esperando ser encontrada; toda verdade é 
verdade andando, e nos cabe tão somente andar com ela. ” (BERNARDO, 2000, p. 
41). 
A apresentação do discurso também observou dados referentes aos fatores 
externos de influência que se estabelecem durante a entrevista. A opção por discutir 
os possíveis fatores que podem influenciar, ou melhor, interferir a conduta 
profissional durante a entrevista do assistente social, partiu da leitura de autores 
que, ao discutirem o instrumento entrevista, enfocaram preocupações com o 
ambiente de sua realização. 
 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS 
 
A análise dos dados objetiva na compreensão do que foi coletado, podendo 
confirmar ou não as conjecturas iniciais da pesquisa, bem como pode ainda ampliar 
a compreensão do que se pretende analisar para além do que se pode verificar nas 
aparências do fenômeno. A análise e sistematização dos dados coletados mediante 
a realização das entrevistas semiestruturadas são etapas intimamente relacionadas. 
Em seguida foram realizadas as entrevistas semiestruturadas com os sujeitos 
envolvidos, seguida da análise dos dados em consonância com os teóricos 
escolhidos. As entrevistas captaram o sentido, a interpretação que os sujeitos dão 
as suas práticas. 
A análise parte, também, do relato de duas assistentes sociais cuja prática 
profissional é composta por experiências nos CRAS. Com vistas a manter o sigilo 
35 
 
profissional das entrevistadas, foram chamadas de assistente social 1 e assistente 
social 2. 
Embora o objetivo deste item não seja o de analisar a política de assistência 
social, mas sim de traçar análises críticas acerca da prática profissional nos grupos 
de convivência desenvolvido nos CRAS, especificamente no uso do instrumento 
entrevista pelos assistentes sociais, é necessário destacar que para que esses 
profissionais, minimamente, atinjam os objetivos inerentes à política, além da 
capacidade técnica, que a seguir discutiremos com referência à tríade das 
dimensões do fazer profissional, também se faz indispensável reconhecer, mesmo 
que de forma sucinta, as particularidades dessa política. 
 
7.3 RESULTADOS 
 
No total foram realizadas as entrevistas com dois assistentes sociais que se 
dispuseram a participar da pesquisa. Inicialmente foram apresentados os objetivos 
da pesquisa e solicitado dos mesmos que, espontaneamente, participassem da 
pesquisa como entrevistados. 
Antes da realização da entrevista foi entregue aos participantes o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido explicando quais os direitos dos mesmos e onde 
suas entrevistas seriam colocadas. Seguindo o roteiro de entrevista, as entrevistas 
foram gravadas no gravador digital, e posteriormente transcritas e analisadas “(...) 
gravação permite contar com todo material fornecido pelo informante, o que não 
ocorre seguindo outro meio” (TRIVIÑOS, 2006, p.148). 
No que diz respeito ao tempo de graduação os assistentes sociais possuem 
mais de um ano e meio de atuação na área e no máximo dois anos de formados. 
Mesmo com pouco tempo de atuação Iamamoto (2009), chama atenção para o fato 
dos assistentes sociais serem, capazes de decifrar uma dada realidade, e a partir 
dessa realidade construir sua proposta de trabalho de forma criativa, preservando e 
efetivando direitos, a partir das demandas que surgem no cotidiano. Quanto à 
instituição de formação os dois formados em uma instituição particular. 
Acerca da importância do Social nos serviços executados no CRAS a maioria 
considera este importante, pois organiza os trabalhos e orienta sobre os direitos 
sociais. No depoimento a seguir é apresentada a opinião de uma das entrevistadas 
36 
 
sobre a importância do assistente social na execução dos serviços ofertados no 
CRAS: 
“Orienta, também é um mediador. Busca ajuda por meio das políticas 
públicas. O cuidado, o diálogo, acolhida. Ser um profissional do Serviço 
Social é muito importante, pois buscamos melhorias, pois somos mediador, 
pacificador, nos casos de violação dos direitos do cidadão nas questões 
políticas, desigualdades e justiça social”. (Assistente Social 1). 
 
De acordo com seu cotidiano de trabalho quais são as principais demandas 
colocadas pela instituição para os assistentes sociais no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV)? 
 
 “Fazer com que aconteça, mesmo com falta de recursos muitas vezes”. 
(Assistente Social 1). 
“Concordo as vezes precisamos arcar com um todo por falta de lanches, 
facilitadores entre mais, até os mesmos facilitadores estão divididos em 
outros CRAS do município, acho que mais ruim é a falta recursos tanto 
humano como material” (Assistente Social 2). 
 
A dinâmica do trabalho dentro da instituição faz a diferença no decorrer de 
cada estratégia analisada eticamente para solucionar os problemas apresentados. 
Porém permite que abstração do trabalho em equipe trouxesse resultados positivos, 
que o caráter social entre trabalho realizados com responsabilidades por parte deste 
profissional respeitando as particularidades de cada um. 
Como é organizado o trabalho do assistente social no Serviço de Convivência 
e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)? 
 
“Os técnicos ficam divididos com os grupos por faixa etária, e trabalham 
junto com os facilitadores e orientadores juntos produzem como serão 
trabalhados no decorrer das atividades ofertadas”. (Assistente Social 1). 
“Apenas acrescentar que mesmo com os grupos divididos o trabalho é 
equipe, quando um preciso todos estão juntos para planejar e fazer 
acontecer”. (Assistente Social 2). 
 
Tendo como importância geral o CRAS, equipamento considerado a “porta de 
entrada” desse novo modelo de assistência social, a cerca das reflexões e 
questionamentos do atendimento disponibilizado às famílias beneficiárias. Onde há 
importância de uma visão holística sobre a visibilidade e à subjetividade das famílias 
atendidas, a fim de que elas próprias avaliem os atendimentos que recebiam. 
Sabemos que cada instituição segue uma ordem de rotina, na qual serve para poder 
organizar o serviço que a instituição fornece para a população, sabendo disso foi 
37 
 
lançado a seguinte pergunta: Quais ações você realiza no Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV)? 
 
“Atividades com os grupos de criança e adolescentes, brincadeiras”... 
(Assistente Social 1). 
“Interação e convivência com grupo dos idosos, palestra, passeios, 
dinâmicas etc.”. (Assistente Social 2). 
 
De acordo com IAMAMOTO (2016), o Serviço Social é representado pela a 
formulação, e planejamento para a execução de políticas publicas voltada a questão 
social e técnica do trabalho como: ação sócioeducativo na prestação de serviço 
social voltado aos direitos violados do cidadão. A lei n. 8.662 de 07 de junho 1993, 
que regulamenta a profissão,referente aos artigos 4º e 5º sobre as competências e 
atribuições, privativas a assistência social. 
Quais os instrumentos e técnicas de trabalho utilizado por você para a 
realização no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV)? 
 
“Planejamento, cronograma, relatórios, realização das atividades em grupo”. 
(Assistente Social 1). 
“Trabalhamos com cronograma para efetivação das atividades com os 
grupos”. (Assistente Social 2). 
 
As assistentes sociais utilizam diversos instrumentos e técnicas de trabalho 
que os ajudam a conduzir seu atendimento e realizar o acompanhamento das 
famílias e usuários. O prontuario da familia por exemplo, são importantes para o 
registro de informações colhidas durante o atendimento, a visita domiciliar possibilita 
a assistente social estar mais próxima ao usuário, entendendo melhor sua real 
situação e sua realidade fora do espaço da instituição. 
Quais os principais limites impostos ao seu exercício profissional no serviço 
de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV)? 
 
“Falta de recursos, o que mais dificulta” (Assistente Social 1). 
“Falta de mais espaço, facilitadores, recurso humanos etc., trabalhamos 
apenas com eu temos, muitas vezes arcando de nossos bolsos”. 
 
 
Segundo as assistentes sociais, as mesmas apontam dificuldades diante os 
insumos disponíveis para trabalharem de maneira coerente e com qualidade na 
instituição que enfrentam cada dia com os usuários que o procuram para resolver 
seus problemas de forma rápida e dando a garantia da organização de segmentos 
ao serviço. 
38 
 
Diante dos limites impostos quais as possibilidades que você encontra para 
realizar no serviço de convivência e fortalecimento de vínculos (SCFV). 
 
Trabalho em grupo, assim se torna mais fácil o trabalho, mesmo diante das 
dificuldades por falta de recursos (Assistente Social 1). 
O trabalho em equipe! E as parcerias de outros setores (Assistente Social 
2). 
 
Diante de todas as ponderações até aqui apresentadas, para concluir, fazem-
se referência à Lewgoy e Silveira (2007), especificamente em relação ao potencial 
da entrevista no âmbito da prática na assistência social, por considerarmos que os 
CRAS, por serem porta de entrada da demanda da assistência social, têm objetivos 
para os quais intervir exige muito mais que o conhecimento da PNAS ou de um 
Projeto Profissional, mas, principalmente, exige que a articulação entre as três 
dimensões básicas do exercício profissional se realize afastando dicotomias entre a 
teoria e a prática e reconhecendo o campo de possibilidades que os instrumentos 
interventivos para uma atuação consciente diante das situações de vulnerabilidade 
dos usuários. 
 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Como podemos perceber através das repostas, nem sempre as condições de 
trabalho do assistente social nos CRAS se dão em conformidade com as leis que 
regem a atividades desses profissionais. 
O assistente social é um profissional cuja atribuição tem cunho interventivo, 
graças à formação multidisciplinar das ciências humanas e sociais que possibilitam 
análise e intervenção de situações adversas, como em situações que reflitam 
realidade social presentes em determinados contextos e ambientes sócias. 
Iamamoto (2008 p.199) diz que para “compreender a metodologia do Serviço 
Social não se deve percebê-la separada da sociedade, pois ela diz respeito ao modo 
de ler, interpretar e se relacionar com a realidade social”. Isso mostra a importância 
e atenção que o Serviço Social deve à formação profissional para atuar nas 
instituições procurando não só entender a realidade na qual o indivíduo está 
inserido, mas está presente para conhecer as necessidades e o contexto social e 
dinâmica das instituições vinculadas a sociedade civil, política, as articulações e as 
39 
 
relações das distintas camadas da sociedade, a fim de defender áreas da 
assistência, pesquisa e educação com a finalidade de apresentar propostas 
concretas aos usuários. 
 Percebe-se que o assistente social precisa, também, de um embasamento 
teórico metodológico, cuja direção aponte para o compromisso da transformação 
atual na ordem societária, para lutar por direitos e qualidade nos serviços prestados 
a comunidade. 
É perceptível ao adentrar a instituição, que os funcionários são extremamente 
conectados com os usuários, onde consequentemente há uma eficácia no Serviço 
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que é o foco da instituição, sendo 
esse serviço desenvolvido conforme parâmetros metodológicos conforme orientação 
técnica. 
Verifica-se com a entrevista a existência de um déficit orçamentário e a 
dificuldade que os profissionais encontram para atender toda a demanda existente, 
visto que o governo libera verba para mínimos sociais, que se aplica em pagamento 
de funcionários e manutenção do espaço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
8 CONCLUSÃO 
 
Com base nas reflexões realizadas nessa monografia, mesmo diante dos 
desafios enfrentados no cotidiano do assistente social, na luta para a efetivação da 
Política de Assistência Social como política pública, estes profissionais são 
chamados tempo todo para pensar estratégias que venham somar ao seu trabalho. 
Os documentos normativos da Política de Assistência Social criados ao longo 
dos anos, como proposta de aprimoramento da política foram de suma importância 
para o avanço da política, mas suas propostas precisam ser materializadas de forma 
integral. 
As expressões da questão social gerada em decorrência do capitalismo são 
alvos da atuação profissional, estas são apresentadas pelos os usuários e 
instituições como forma de demandas que necessitam de intervenção por parte dos 
profissionais. Estas podem ser aparentes ou implícitas dentro das necessidades 
apresentadas pelos usuários ou instituições, a intervenção profissional deve atender 
aos interesses institucionais e ao compromisso profissional. O que gera um desafio 
para a prática profissional, como pensar ações e estratégias que venham de 
encontro a ambas requisições. 
Pois, o assistente social está inserido na divisão social do trabalho, a qual 
vende sua força de trabalho para sua sobrevivência e também assume o 
compromisso com o Projeto Ético Político, em defesa das lutas da classe 
trabalhadora, sendo as suas ações norteadas pela a Lei de Regulamentação da 
profissão e o Código de Ética do Assistente Social. 
Para a execução da sua prática, são necessárias estratégias que venham 
somar aos enfrentamentos dos desafios no espaço ocupacional decorrente da 
ofensiva neoliberal, a defesa da singularidade do serviço social, a prestação de um 
serviço de qualidade aos usuários e a formação de uma nova ordem societária. 
Os serviços socioassistenciais do SUAS são espaços privilegiados para esses 
objetivos, especificamente Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, 
que traz no seu núcleo a prevenção das situações de vulnerabilidades e risco social, 
rompimento dos vínculos familiares e comunitários. Ao pensar estratégias para o 
desenvolvimento das ações, se mostra como grande aliada em razão das suas 
características. 
41 
 
As estruturas do SCFV foram analisadas com base nos documentos 
normativos do MDS, para compreensão da sua forma de organização e situar esse 
campo de atuação profissional. 
Entende-se com o presente trabalho que o Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos é de suma importância para o desenvolvimento da 
sociedade, pois o objetivo é prevenir, trabalhar para que a violação de direitos não 
aconteça e para que os vínculos familiares sejam fortalecidos, em todas as faixas 
etárias, desde crianças a idosos. 
Dessa forma, o alcance dos objetivos propostos pela Tipificação fica 
comprometidos, refletindo em um Serviço fragmentado, com práticas que por vezes 
podem reproduzir o assistencialismo e preconceitos, com a falta de estrutura

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