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DIREITO DO CONSUMIDOR 1 PRÁTICAS COMERCIAIS - PRÁTICAS ABUSIVAS, COBRANÇA DE DÍVIDAS E BANCOS DE DADOS E CADASTROS PRÁTICAS COMERCIAIS Conceito: Segundo o Código de defesa do consumidor, são 5, sendo elas: 1. Oferta 2. Publicidade 3. Práticas abusivas: estão previstas nos artigos 39 a 41 do Código de Defesa do Consumidor, as hipóteses lá fixadas, são apenas exemplificativas. Tratam-se de condutas antiéticas e desleais do fornecedor que violam os bons costumes comerciais. Exemplos dados pelo legislador: A - Condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos. É possível a limitação quantitativa em casos de iminência de esgotamento e em promoções especiais; B - Recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes, estabelece não ser possível a recusa de fornecimento de produtos ou serviços a clientes tendo disponibilidade para tanto; C - Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço, inexistindo prévia solicitação, os produtos encaminhados são equiparados a amostras grátis. Ainda, de acordo com a Súmula 532 do STJ além de multa administrativa o envio de cartão de crédito sem solicitação é ilícito indenizável (dano moral); D - Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; E - Exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; F - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes, ainda nesta hipótese, o artigo 40 do Código de Defesa do Consumidor, ratifica tal ideia, determinando que o orçamento deve ser prévio, e que este documento vincula as partes, não podendo ser alterado sem prévia consulta ou autorização do consumidor, se no orçamento não houver prazo, o mesmo terá validade de 10 dias; DIREITO DO CONSUMIDOR 2 G - Repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; H - Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); I - Recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; J - Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Exemplo: aumento do prelo de máscaras descartáveis em razão da pandemia; K - Deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; L - Aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido; M - Permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. Exemplo: limitação feita pelos órgão competentes durante a pandemia. 4. Cobrança de dívidas Fundamento legal: artigos 42 e 42-A do CDC. Conceito: A cobrança é lícita, porém, deve-se observar os limites para a sua finalidade e a boa- fé. Ainda, de acordo com o artigo 187 do Código Civil, comete ato ilícito aquele que ao exercer um direito que é seu, extrapola os limites estabelecidos pela função econômico daquele direito ou a boa-fé. A cobrança de dívidas é permitida, não sendo lícito: A. expor o devedor ao ridículo; B. Constrangimento; C. Ameaça. Observação¹: Em caso de cobrança indevida, a pessoa que efetuou o pagamento tem o direito a repartição (devolução) e, o credor deste valor pago indevidamente, tem o dever de devolver o valor de forma singela (sem juros e ou correções). Agora se a cobrança indevida DIREITO DO CONSUMIDOR 3 for por agir do fornecedor, a devolução deve ser em dobro além dos juros e correção, salvo hipóteses de engano justificável. IMPORTANTE: O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 71, pactua o abuso na cobrança de dívida como um ilícito. Observação²: Corte de serviços essenciais pelo inadimplemento é possível, desde que haja notificação prévia e deve ser observado as 10 teses do STJ sobre o assunto, vejamos: 1. É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente o usuário, desde que precedido de notificação; 2. É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que precedido de notificação; 3. É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o direito à saúde e à integridade física do usuário; 4. É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de notificação e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de serviços indispensáveis à população; 5. É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente unidade de saúde, uma vez que prevalecem os interesses de proteção à vida e à saúde; 6. É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplência do usuário decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a interrupção pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo; 7. É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por débitos de usuário anterior, em razão da natureza pessoal da dívida; 8. É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais; 9. É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito decorrer de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada unilateralmente pela concessionária; 10. O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que originou o débito, e não sobre outra unidade de consumo do usuário inadimplente. DIREITO DO CONSUMIDOR 4 5. banco de dados e cadastros de consumidores: existem 3 espécies de cadastros, vejamos: A. Previsto no artigo 44 do Código de Defesa do Consumidor: cadastro de reclamações fundamentas (exemplo: Procon); B. Cadastro positivo previsto na Lei 12414/11, histórico de crédito, demonstrando um bom relacionamento com seus créditos, antigamente o legislador exigia que o cadastro positivo fosse autorizado, contudo, em 2019 foi retirada a necessidade dessa autorização, sendo possível ao cliente solicitar a sua retirada. ATENÇÃO: em cadastro negativo, só pode constar as informações por 5 anos, no cadastro positivo o prazo é de 15 anos. C. Cadastro negativo: visa deter o superendividamento, em que sem, as pessoas poderiam efetuar diversos empréstimos, aquisições, se tornando insolvente (artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor). Prazo máximo de informações é de 5 anos. O devedor tem o direito de ser informado da negativação do seu nome de forma prévia, pelo órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito, sob pena de ser indevida a restrição no nome, sendo dispensável o aviso de recebimento dessa notificação. Os órgãos mantenedores são considerados entidades de caráter público, com o fim tão somente da utilização do habeas datas na situação cabível, visto que o habeas datas tem expressa aplicação às entidades públicas.Havendo a prescrição da cobrança, o nome não pode permanecer negativado. A inscrição do nome do devedor no cadastro de proteção ao crédito poderá ser mantida independente da prescrição executiva, que é diferente da prescrição da cobrança. Súmula 385 do STJ estabelece que, da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. Súmula 548 do STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito. OBSERVAÇÕES FINAIS Crimes contra os consumidores: 1. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros, previsão do artigo 72 do Código de Defesa do Consumidor; 2. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata, previsão no artigo 73 do Código de Defesa do Consumidor.
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