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Análise de Conjuntura Internacional - Fundamentos teóricos-metodológicos; - Mistura de conhecimentos e descobertas; - Leitura da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse; Não é neutra → objetiva, mas sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos Atividade cotidiana de tomada de decisão - tarefa complexa - +complexo + difícil coletar informações perceber - informação é imperfeita compreender - elementos de riscos (variáveis) descobrir relações - hipóteses Utilidade prática nas RI → subsidiar a atividades dos atores políticos - dar informações sobre a tomada de decisão para que o ator decida sua ação Faz análise quem faz política, mesmo sem saber → é um ato político Análise de conjuntura política pode ser definida como leitura da realidade em movimento Ferramentas para análise Cada uma merece um tratamento à parte, mas no conjunto elas poderiam ser estudadas como elementos da peça de teatro *foram usadas por Marx em seu estudo da revolução francesa no 18 Brumário 1º Acontecimentos - What fatos (instantes temporais do dia) X acontecimentos (ganha sentido específico para um ator específico) - aqueles que adquirem um sentido especial para um país, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa - 1º distinguir fato de acontecimento; - 2º distinguir acontecimentos segundo sua importância – relativo e depende da óptica de quem analisa (boa p/ um, ruim p/ outro) 2º Cenários - Where “Palcos de teatro”; São móveis, específicos ou não, um ou mais; Relação de poder serão distintas dependendo do cenário – particularidades dos diferentes cenários 3º Atores - Who Peça de teatro = ator é alguém que representa um papel dentro de um enredo - identificação dos sujeitos ativos que intervém: indivíduos, classe social ou instituições - unidade elementar da vida social = Ação Humana (oportunidade - quais escolhas eu tenho? X desejos - o que eu quero?) - utilidade → desejos + oportunidades + valores - um ator pode representar um povo mas ser figurante; o que leva um ator a tomar uma decisão → racionalidade → teoria da escolha racional ● duas últimas dependem das três primeiras 4º Relação de poder - how Relação dos atores – confronto; coexistência; cooperação ou domínio; igualdade x subordinação x competição Identifica por meio de indicadores quantitativos - economia/recursos - caso de uma eleição - números de votos - menos visíveis – movimento social ou político emergente?? - sofrem mudanças (nada é garantido) 5º Articulação entre estrutura e conjuntura – why Há uma relação com a história, passado, relações sociais, econômicas, políticas ao longo do processo mais longo - identificar e entender - “pano de fundo”, “fio condutor” - relação de causalidade - evidências hipóteses Natureza imprevisível da ação política A — — —> B Análises de conjuntura são sempre parciais 1- Lógica do poder – ponto de vista do poder dominante (análise conservadora) 2- Transformação – ponto de vista da oposição ao poder dominante (movimentos populares, classes subordinadas) Althusser: pensamento conjuntural não é um processo sem sujeitos, ele só faz sentido para os atores que intervém ou querem se posicionar em relação aos acontecimentos Fundamentos teóricos-metodológicos Dicas para fazer uma análise de conjuntura - Levar em conta as articulações e dimensões locais, regionais, nacionais e internacionais dos fenômenos, dos acontecimentos, dos atores, das forças sociais - Decompor a situação ou objeto nos seus elementos - Partir do mais universal para o mais particular – recorte - Definir um conjunto de categorias analíticas - Estabelecer o grau de importância dos aspectos que o analista queira analisar Estados Falidos Séc XX - ordem mundial liberal liderada pela Grã-Bretanha Estados totalitários (URSS, Alemanha) x Estados não totalitários Anos 80/90 - renascimento das ideias liberais Definição marxista Estados como espaço onde ocorre luta de classe com dominação de uma classe sobre (burguesia/proletariado) Definição contratualista Contrato Social A soberania é exercida pela definição de normas - assegura sua obediência - financiar seu financiamento Definição Weberiana Definiu o Estado como “uma comunidade humana que reivindica (com sucesso) o monopólio do uso legítimo da força física dentro de determinado território” - Estado como instituição — há uma disputa do Estado - Estado definido em termos dos meios — não dos fins - Estado como a relação de dominação de homens sobre homens — legitimidade dentro do Estado; impor vontade mesmo que haja resistência - Recurso específico - Legitimidade - nem sempre é aceito pacificamente - Estado como uma relação de associação política - Luta pelo poder político - poder – impor a própria vontade, em uma relação social mesmo diante de resistência - A soberania é exercida pelo monopólio legítimo da força Francis Fukuyama - Conservadorismo norte-americano – republicano/liberal - O fim da história e o último homem 1992 - Construção de Estados: governo e organização no séc XXI-2004 - definição weberiana de Estado - séc XX: contestações ao papel do Estado — estado autoritário/centralizador/+ ativo/interventor da economia; esq:urss e dir:alemanha nazista; não autoritário→eua + europa ocidental; estado liberal→anos 80 neoliberalismo, não interventor, privatização EUA é um Estado fraco?? fraco em políticas públicas, forte em instituições eficientes Estado - escopo - das atividades do Estado - diferentes funções e metas assumidas pelos governos - funções mínimas X intermediárias X ativistas (Banco Mundial 1997) Força - do poder do Estado - Capacidade do Estado de planejar e executar políticas e fazer respeitar as leis - administrar com eficiência - controlar a corrupção - transparência das instituições O Escopo do Estado Funções mínimas: prover bens públicos puros; defesa,lei e ordem; direitos de propriedade; gerenciamento macroeconômico; saúde pública; melhorar equidade Funções intermediárias: cuidar de fatores externos; educação, meio ambiente; regulamentar monopólios; superar educação imperfeita; seguros, regulamentação financeira; seguro social Funções ativistas: política industrial; redistribuição de riqueza Matriz de Estatidade: Força X Escopo não é estático, países mudam de quadrante Q.1=economia liberal = escopo menor (compromissos mínimos) força maior (cumpre muito bem) ex: EUA Q.2=justiça social = escopo maior força maior (muitos compromissos cumpridos) ex: Noruega, França Q.3=Estado falido=menos compromisso e não cumpre ex: Somália Q.4=se propõe a fazer muito, mas não faz nada ex: Brasil, Am.Latina, países em desenvolvimento Estados Frágeis, Fracos, Falidos “Falta de capacidade institucional para implementar políticas e forçar o respeito a estas, com frequência causada pela subjacente falta de legitimidade do sistema político como um todo” Fukuyama Intervenções Anos 1990: questão humanitária Pós 11/set: dimensão de segurança - evitar o surgimento de futuras ameaças Construção de Estados 1- Reconstrução pós-conflito Estabilidade, policiamento, ajuda humanitária, assistência técnica 2- Criação de instituições estatais auto-sustentadas 3- Fortalecimento de Estados fracos Há autoridade estável, mas não consegue executar determinadas funções Mercado Global de Terras e Expulsões - Aquisição de terras de um país por governos e/ou empresas estrangeiras; - Transferência de direitos de uso, controle ou posse da terra por meio de venda, arrendamento ou concessão - Não é um fenômeno novo 2006 - aumento do volume; expansão geográfica e diversidade de compradores - 200 milhões de hectares (2006-2011) - África > América > Ásia - pq?para quem?onde? Causas - Demanda por cultivos industriais e de alimentos; - Aumento da demanda + elevação dos preços dos alimentos = terra se torna um investimento desejável especulação - Regime da Dívida Regime da dívida Anos 1980 - consequência não planejada dos programas do FMI e Banco Mundial Prioridade ao pagamento da dívida + abertura de mercado→ enfraquecimento do Estado + empobrecimento classe média + enfraquecimento manufatura nacional → privatização Dados Uso da terra - +35% biocombustíveis; +10% cultura alimentar… Onde - Sudão, Moçambique, filipinas - maioria africano — Brasil e Argentina Quem compra - China, Arabia Saudita, Brasil, UAE, Coreia do Sul, Índia, EUA – + empresas privadas > estatal > fundo investimentos > privado com público Componente do Mercado: infraestrutura de serviços para venda/arrendamento - Instrumentos legais → novos tipos de contratos - leis - Contabilidade - Seguros Expulsões - Migrantes rurais (desalojados): peq. agricultores e peq. cidades para favelas - “perseguidas” - economia de subsistência → miséria e fome - Terra morta ←→ flora e fauna X monocultura (degradação ambiental) - toxicidade da terra e da água Questões/Expulsões - Acesso dos pequenos produtores ao mercado de terras - Violência no campo - Agrotóxicos/poluição - Reforma agrária/Redistribuição de terras - Questão indígena - Degradação do meio ambiente/agroecologia - Fenômenos das corporações anônimas Caso da Vale (em Moçambique) “True corporations” ou empresas de controle difuso ex: Samarco → join venture Vale + BHP Billiton (anglo-australiana) Quem controla estas companhias e deve ser responsabilizado por suas ações? Vale=”sem dono”/polarizado → Bradespar + Mitsui + BNDESPAR + sociedade sem controle Cooperação Sul-Sul →parcerias com África, consistia em: exploração dos recursos naturais e incentivo ao agronegócio consequência: degradação ambiental e expulsão de comunidade tradicionais “para cada problema africano existe uma solução brasileira” Ação da Vale 2000 - início do processo de internacionalização Exploração do carvão desde 2004 em Moatize - “corredor logístico” - controle da ferrovia / 805 da terra ocupada - mineração Investimento: US$ 8,5 bilhões = 60% do PIB de Moçambique → regime de dívida - poucas áreas de preservação ambiental Instalação da Vale em Moçambique - Vitória sobre a concorrência internacional → empenho do Itamaraty e perdão da dívida de Moçambique com Brasil - Contrato de 25 anos → isenções tributárias; 4 milhões de toneladas exportadas anualmente; BRA - insumo para indústria siderúrgica Política de Remoções Reassentamentos das comunidades locais - 3165 famílias expulsas de suas terras; 10 mil impactadas de outras formas; refugiados do Malawi; reassentamentos fraudulentos p/ regiões distantes do país Violação de DHs (HRW) - falta de água potável; saneamento inadequado; insegurança alimentar; separação de famílias; descumprimento de promessas sobre qualidade das casas/solo agricultura/emprego Protestos - repressão policial (força de intervenção rápida); manifestações/greves; Rio+20: denúncia das violações de DH e danos ambientais Contrastes Crescimento econômico; aumento do PIB em 7%; ¾ determinados por essas grandes empresas; 42% analfabetismo; 25% fome; IDH: 0,393 Caso da Samarco em Mariana Samarco: join venture VALE + BHP Billiton capital aberto em bolsas de valores + empresa anglo-australiana, maior mineradora governo federal e o BNDESpar; do mundo Valespar - fundos de investimentos Licenciamento ambiental - 2015 Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional do Senado - projeto para acelerar liberalização de licenças ambientais para empreendimentos de infraestrutura estratégicos para o interesse nacional - grandes empreiteiras e mineradoras - financiadoras de campanha eleitorais Multas - IBAMA + governo MG/ES: 60 multas = R$ 552 milhões - Valor pago: 1% do valor total - Excesso de recursos judiciais + poucas autoridades que julgam ações administrativas Quem deve ser responsabilizado? Criação da Fundação Renova: assumir o ônus da tragédia + outro nome na mídia Cumprimento de 5% das recomendações do IBAMA “Arquitetura da impunidade” Modelo Swat/Fofa Avaliação de cenários antes de tirar o projeto do papel; buscando uma escolha com mais chance de acerto Força/Fraqueza - análise interna (pontos positivos e negativos); análise externa (oportunidade e ameaças) Interno: controle de tudo que envolve (localização, tempo, reputação, recursos, etc) Externo: política, crises econômicas, desastres ambientais, leis, etc - poder de barganha, comportamento, concorrentes, barreiras… Visão interna e externa - estabelecer prioridades Força - o que fazemos bem? o que diferencia dos outros? Fraqueza - o que poderia melhorar? quais recursos poderiam melhorar? Oportunidade - há lacunas que pode preencher? quais são as metas? Ameaça - quais os obstáculos/barreiras? Guerra na Ucrânia Interesses dos atores em disputa Rússia - questão territorial (Crimeia), independência das províncias, evitar entrada da Ucrânia na OTAN, discursos para desumanizar os adversários (ex: nazistas na Ucrânia) Ucrânia - manter a soberania, território e independência EUA/UE - trazer a Ucrânia para sua zona de influência, EUA-bilateral - documentação para entrada da Ucrânia na UE (nada concreto ainda) - 2 possibilidades de domínio da Rússia nas áreas separatistas (independência pró-Rússia ou anexação territorial para Rússia) incerteza Geopolítica - petróleo e gás (sanções exceto no gás) - muito dependente do gás russo (logística - dutos) TPI - Crimes de Guerra (indíviduo) → Ucrânia se compromete/não assina:Rússia - 1º denúncia, 2º investigação, 3º julgamento; 4º decisão – julgamentos conhecidos por serem muito longos (de muitos anos) e complexos imigração e racismo -polônia (ponte p/ Europa); cidadãos africanos refugiados da Ucrânia -terrorismo- narrativa civilizatória - visão ocidental colocando Rússia como algo medieval/bárbaros Ajuda Humanitária propaganda com sentimento paternalista Sistema Global de Ajuda - Construção da imagem da pobreza - Ajuda humanitária como dever dos que tem bom coração – argumento moral - O ícone da caridade é sempre o mesmo: desamparado, indefeso, dependente - Paternalismo X parcerias - Ajuda emergencial X indústria da ajuda (constante) Contexto - Criação das instituições internacionais - Plano Marshall - ONU: Lacuna no financiamento - Contribuições mandatórias → contribuições voluntárias - Abre espaço para atores privados *países não desenvolvem através da ajuda humanitária Atores Sistema Global de Ajuda Relações verticais: doador x recebedor Relações laterais: entre doadores e atores privados Neocolonialismo/veículo hegemônico? Caridade como estilo de vida Impactos no comércio local Documentário pró-capitalista e pró-mercado Indústria Humanitária Multiescalar Pessoas como objetos, e não sujeitos da ajuda humanitária Clientes X protagonistas “Filantropia Capitalista” Razão humanitária como um argumento moral Objetivos geopolíticos, comerciais e de segurança Benefícios para setor privado: - Reputação internacional - Responsabilidade social - Fortalecimento de sua marca - Visibilidade - Acesso ao sistema ONU Problema/questões: - Influência na tomada de decisão - Doadores estabelecem os termos da ajuda - Características: pragmático, solução de problemas, flexível, eficiente, não burocrático - Quantidade/Qualidade da ajuda - Condicionalidade: positiva X negativa - Falta de transparência - Discurso dos Estados Falidos - Discurso dos “Estados ausentes” ou do “vácuo de poder”
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