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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA - CAMPUS SSA PEDRO ROCHA FERREIRA FILHO RELATÓRIO Cromatografia em coluna Salvador - BA 2022 PEDRO ROCHA FERREIRA FILHO RELATÓRIO Cromatografia em coluna Trabalho apresentado pelo aluno Pedro Rocha F. Filho da turma 8833 ao departamento de química como atividade pontuada do curso técnico integrado de química do IFBA - Salvador para a disciplina de Química Orgânica prática sob supervisão do docente Marcus Bahia Salvador - BA 2022 Página 2. SUMÁRIO: 1. OBJETIVO(S)……………………………………………………..……..……...página 4 2. PARTE EXPERIMENTAL……………………………………………….……..página 4 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES………………………………………………página 5 4. CONCLUSÃO……………………………………………………..……..……..página 10 5. REFERÊNCIAS……………………………………………………..……..…...página 11 6. ANEXO……………………………………………………..……..……..……...página 12 Página 3. 1. OBJETIVO(S): Realizar a separação de compostos orgânicos em mistura por cromatografia em coluna. 2. PARTE EXPERIMENTAL: 2.1. MATERIAIS E REAGENTES: Tabela 1: Materiais utilizados na execução da prática de cromatografia. Vidraria Reagente Outros Bastão de vidro Ác. Acético 50%v/v (CH3COOH) Algodão Béquer Água Destilada (H2O) Pipeta de pasteur Coluna cromatográfica Amostra (Azul de metileno (C16H18ClN3S) + alaranjado de metila (C14H14N3NaO3S)) Etanol. 99,8% (CH3CH2OH) Sílica Gel 60 (SiO2) Fonte: Manual de Química Orgânica. 2.2. METODOLOGIA: Cromatografia em coluna utilizada para a separação dos compostos orgânicos alaranjado de metila e azul de metileno em uma mistura. 2.3. PROCEDIMENTO: 1) Com a torneira fechada, adicionou-se uma pequena porção da fase móvel e um pedaço de algodão. Esse chumaço foi pressionado, no fundo, com um bastão de vidro longo até que não houvesse mais bolhas de ar no algodão. Evitou-se pressionar demais para não impedir a saída da fase móvel; 2) A coluna foi empacotada com uma suspensão formada por sílica gel e fase móvel. O enchimento foi feito aos poucos até a altura desejada; Página 4. 3) Para que houvesse um melhor empacotamento, durante o enchimento bateu-se suavemente na coluna com uma mangueira de silicone; 4) A cada adição a torneira foi aberta para que a fase móvel fosse recolhida à medida que se adicionou a suspensão. A fase móvel recolhida foi reutilizada; 5) O enchimento foi feito com cuidado para evitar que a coluna secasse; 6) Deixou-se o nível da fase móvel próximo do nível da sílica gel (cerca de 5 mm); 7) A amostra foi aplicada no topo da coluna. Em seguida, abriu-se a torneira para que a amostra fosse adsorvida. Cuidando-se para que a coluna não secasse; 8) Completou-se a coluna com a fase móvel; 9) Iniciou-se a eluição monitorando a coluna visualmente; 10) A coluna foi abastecida com a fase móvel novamente toda vez que o nível desta esteve próximo do nível do adsorvente. Cuidando-se para que a coluna não secasse; 11) Coletou-se as frações em frascos, de acordo com o monitoramento da coluna (por coloração). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Após a amostra de cor verde, composta por alaranjado de metila e azul de metileno, ter sido adicionada na coluna cromatográfica já empacotada (sílica gel 60+ etanol), adicionou-se à coluna etanol 99,8%. Logo após a adição do etanol na coluna cromatográfica pode-se perceber a eluição do alaranjado de metila, que se apresentou em um tom amarelado enquanto era eluído pelo etanol através da coluna. O azul de metileno se mantém adsorvido pela fase estacionária, e isso poder ser percebido pela cor azulada presente no início da coluna (sílica gel 60 + etanol 99,8%). A imagem 1 apresenta o alaranjado de metila no momento em que começou a ser extraído da amostra. Página 5. Imagem 1: Alaranjado de metila no início de sua extração Fonte: Imagem autoral. No anexo 1 pode-se observar o alaranjado de metila sendo extraído ao longo de sua eluição. O que acontece é que as moléculas de sílica gel formam ligações covalentes entre si, e quando ligadas, apresentam uma cama de oxigênio em sua superfície. Esse oxigênio se liga rapidamente com o hidrogênio presente no ar. Dessa maneira a representação esquemática da superfície de sílica gel se dá por: Imagem 2: representação esquemática da superfície de sílica gel. Fonte: File:Schematic silica gel surface.png O átomo de oxigênio presente na molécula de OH ligada ao átomo de silício apresenta uma carga parcial negativa por ser mais eletronegativo que o hidrogênio, dessa maneira, esse oxigênio atrai com facilidade cargas de íons positivos, e por conta de a molécula OH apresentar alta polaridade atrai também moléculas polares. Página 6. Assim, a sílica tem uma capacidade alta de adsorver íons positivos e moléculas polares, sendo também pouco efetiva na adsorção de íons negativos. O alaranjado de metila é um sal orgânico e analisando sua estrutura (Imagem 3) observamos que nela encontram-se cátions (Na+) e ânion (restante do composto). O ânion desse sal é a maior parte de sua estrutura, e sua cadeia carbônica tem uma carga formal negativa, desse modo a sílica não adsorve o alaranjado com facilidade. Imagem 3: Estrutura molecular do alaranjado de metila Fonte: https://www.emdmillipore.com No caso do etanol, a sua molécula possui uma hidroxila que produz na molécula um momento de dipolo negativo, e a outra parte da molécula (CH3CH2) um momento de dipolo positivo. Mesmo tendo somente parte da sua molécula polar o etanol interage suficientemente bem com o alaranjado de metila a ponto de eluir o mesmo. As interações entre o alaranjado e o etanol se dão entre através de ligações íon-dipolo e ligações de hidrogênio, onde os íons do alaranjado são atraídos pelos pólos do etanol. Tendo pouca interação com a sílica, o alaranjado é eluído. O alaranjado de metila extraído da amostra foi depositado em um béquer, sem qualquer influência do azul de metileno em sua coloração. O azul de metileno se manteve adsorvido pela sílica durante toda a eluição do alaranjado de metila (Imagem 4). Após isso foi adicionado na coluna 10 mL de uma solução 50% v/v de água e etanol, a fim de introduzir um solvente mais polar na coluna, para fazer a transição para o ácido acético, que apresenta alta polaridade, com o intuito de aumentar a efetividade da coluna. O azul de metileno sofreu influência física durante a adição da solução, tendo sua forma deformada, por conta do impacto da solução com os compostos dentro da coluna (anexo 2), essa deformação não influenciou de maneira Página 7. significativa a efetividade da coluna. O azul de metileno manteve-se adsorvido pela sílica após a adição da solução 50% v/v água e etanol. Imagem 4: Azul de metileno adsorvido pela sílica após eluição do alaranjado de metila Fonte: Imagem autoral. Analisando a estrutura do azul de metileno (imagem 5) percebemos a presença de um íon positivo em sua cadeia carbônica, o S+ que confere carga formal positiva para a mesma. O azul se apresenta adsorvido pela sílica justamente por possuir concentração de cargas positivas em seu radical orgânico, que constitui a maior parte do composto. Imagem 5: Estrutura molecular do azul de metileno. Fonte: https://revistas2.uepg.br A carga positiva do azul interage por força eletrostática, através de uma ligação iônica, com o oxigênio desprotonado presente na superfície da sílica semelhante como demonstra a imagem 6, enquanto os hidrogênios parcialmente positivos presentes no NH2 de suas extremidades interagem com o oxigênio Página 8. parcialmente negativo que está no OH presente na superfície da sílica, formando ligações de hidrogênio, que é uma ligação forte. Dessa maneira o azul de metileno interage muito bem com a superfície da sílica, ficando adsorvido na mesma, sendo necessário um solvente mais polar do que o etanol para uma eluição efetiva do mesmo. Imagem 6: Mecanismo de adsorção proposto do azul de metileno pelo composto PMF- Si Fonte:https://www.scielo.br/ Após o escoamento da solução etanol e água adicionou-se uma solução de ácido acético e água50% v/v, que foi capaz de eluir o azul de metileno e extraí-lo da coluna (imagem 7). Imagem 7: Azul de metileno sendo extraído da coluna cromatográfica. Fonte: Imagem autoral. O azul de metileno extraído foi depositado em um béquer. O azul de metileno foi atraído pelo ácido acético por conta da alta polaridade desse ácido pois em sua estrutura há o grupo funcional carboxila, que, além da hidroxila OH, tem ligação dupla entre um carbono e um oxigênio. Devido a sua Página 9. geometria os vetores se somam e o seu momento de dipolo é bastante polarizado, tendo sua nuvem eletrônica desbalanceada, o ácido acético interage com o azul de metileno e permite sua extração. Apesar de ser um ácido fraco, a sua ionização também contribui para a eluição do azul de metileno, tendo o seu ânion (CH3COO-) exercendo força eletrostática sobre o enxofre positivo presente na molécula de sílica. O etanol, apesar de também possuir grupo OH, não tem a ligação dupla entre um carbono e um oxigênio em sua molécula, além de ter parte da sua cadeia carbônica apolar. Os compostos extraídos da amostra foram armazenados em diferentes béqueres, como pode ser visto na imagem 8. Imagem 8: Compostos extraídos da amostra, por cromatografia, separados em béqueres. Fonte: Imagem autoral. 4. CONCLUSÃO: A separação dos compostos da amostra a partir do método de cromatografia em coluna foi realizada com sucesso. A ordem de eluição dos compostos da amostra expõe a influência da estrutura e interações entre estes compostos, a fase móvel e a fase estacionária. O experimento ressalta como a análise estrutural de substâncias permite a previsibilidade de sua solubilidade e ainda de seu comportamento cromatográfico. Página 10. 5. REFERÊNCIAS: 1. DEGANI, Ana Luiza G.; CASS, Quezia B.; VIEIRA, Paulo C.; CROMATOGRAFIA: UM BREVE ENSAIO. Cromatografia, sílica, fase móvel, fase estacionária, N°7, p. 1-5, maio 1998 2. RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994. SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995. MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002. 3. COLLINS, Carol H.; BRAGA, Gilberto L.; BONATO, Pierina S. Coord.; Introdução a Métodos Cromatográficos. – 7.ed. – Campinas, SP: Editora da UNICAMP, p. 59-70, 1997. 4. Cromatografia em coluna; Passei direto, dísponivel em: https://www.passeidireto.com/arquivo/52525901/cromatografia-em-coluna. Acesso em: 05/04/2022 5. File:Schematic silica gel surface.png ; WikiMedia Commons, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Schematic_silica_gel_surface.pngAcesso em: 05/04/2022 6. Methyl orange solution 0.1% ; Millipore Sigma, dísponivel em: https://www.emdmillipore.com/US/en/product/Methyl-orange-solution-0.10-0,MDA_C HEM-101323?ReferrerURL=https%3A%2F%2Fwww.google.com%2F&bd=1. Acesso em: 05/04/2022 Página 11. https://www.passeidireto.com/arquivo/52525901/cromatografia-em-coluna https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Schematic_silica_gel_surface.png https://www.emdmillipore.com/US/en/product/Methyl-orange-solution-0.10-0,MDA_CHEM-101323?ReferrerURL=https%3A%2F%2Fwww.google.com%2F&bd=1 https://www.emdmillipore.com/US/en/product/Methyl-orange-solution-0.10-0,MDA_CHEM-101323?ReferrerURL=https%3A%2F%2Fwww.google.com%2F&bd=1 6. ANEXO: Anexo 1: alaranjado de metila sendo extraído ao longo de sua eluição Fonte: Colagem e imagens autorais. Anexo 2: Azul de metileno deformado na coluna cromatográfica. Fonte:Imagem autoral. Página 12. Anexo 3: Compostos da amostra separados em béqueres diferentes. Fonte: Colagem e imagens autorais. Página 13.
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