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Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 1 GESTÃO DE VENDAS Prof. Rodolpho Britto Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 2 SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................... 3 2. Compra e Venda ................................................................................... 6 3. Características da Força de Vendas ........................................................12 4. Estrutura da Força de Vendas ............................................................... 15 5. Formação de Equipes de Vendas ........................................................... 20 6. Recrutamento e Seleção da Força de Vendas ......................................... 22 7. Treinamento da Força de Vendas............................................................31 8. Motivação ........................................................................................... 35 9. Programação do Trabalho de Vendas..................................................... 37 10. Planejamento de Vendas .................................................................... 40 11. Remuneração da Força de Vendas....................................................... 47 12. Prêmios – Incentivo às Vendas ............................................................ 54 13. Plano de Carreira em Vendas ................................................................59 14. Comunicação em Vendas...................................................................... 62 15. Bibliografia ......................................................................................... 68 Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 3 GESTÃO DE VENDAS INTRODUÇÃO O QUE É VENDA Muitas pessoas consideram vendas e marketing como termos sinônimos. Na realidade, porém, a venda constitui apenas um dos muitos componentes do marketing. No mundo dos negócios, venda pessoal refere-se à comunicação pessoal de informações para persuadir um prospect (cliente potencial) a comprar algum bem, um serviço ou uma idéia, que atenda suas necessidades individuais. TODO MUNDO VENDE Desde pequenos desenvolvemos técnicas de comunicação para tentar abrir o nosso caminho na vida. Você está vendendo, quando quer que alguém faça algo. Quando quer namorar alguém, pedir um aumento de salário, pedir ao professor para aumentar sua nota ou se candidatar a um emprego, você está vendendo. Está usando a sua capacidade de comunicação pessoal para persuadir alguém a agir. Sua capacidade de se comunicar de forma eficaz é uma das chaves do sucesso na vida! EVOLUÇÃO DA ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE O mundo dos negócios passou por muitas mudanças de filosofia e de rumo. Tais mudanças foram ocasionadas em grande parte pela percepção suprema de que as organizações devem estar orientadas para o cliente. Mas, nem sempre foi esse o ponto de vista das empresas. O marketing não voltado para o consumidor teve várias fases importantes, antes do surgimento da atual postura orientada para o cliente. O Conceito de Produção Antes da década de 1930, as empresas estavam basicamente orientadas para a produção. "Sabemos o que as pessoas querem - elas querem o nosso produto", ou "Gosto deste produto, portanto os outros também gostarão" eram frases usadas com freqüência por presidentes de empresa. Naquela época, poucas empresas contavam com um departamento de marketing, e muitas não tinham sequer um departamento de vendas formal. Um engenheiro desenvolvia um produto, o departamento de produção o fabricava, e depois o produto era simplesmente incluído no catálogo, ficando à espera que pessoas o pedissem. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 4 Produção e engenharia determinavam os objetivos e o planejamento da empresa. Os produtos eram vendidos por um preço estipulado pelos executivos de produção e de finanças. Henry Ford, por exemplo, disse que os clientes podiam ter um automóvel de qualquer cor, contanto que fosse preto. O automóvel era um produto novo e empolgante, do qual os consumidores passaram a necessitar. Os americanos compravam todas as unidades que eram produzidas. O Conceito de Vendas No início da década de 1940, ficou claro que a atitude e as necessidades do consumidor haviam mudado. As exigências militares da Segunda Guerra Mundial provocaram a escassez de bens e serviços. Poucos anos depois do final da guerra, o consumidor passara a dispor de grande variedade de escolha de produtos, e as empresas perceberam que era hora de ir atrás do consumidor em vez de esperá-lo vir até elas para comprar. As empresas continuavam produzindo bens sem se preocupar muito com as necessidades do consumidor, mas já admitiam a importância da venda pessoal e da propaganda. Na era pós-guerra, as empresas concentravam-se em divulgar seus produtos, esperando que os vendedores contatassem os clientes e obtivessem os pedidos. Os vendedores, munidos de técnicas de vendas nada sofisticadas, eram solicitados a contatar os clientes potenciais, mostrar-lhes seus produtos e tirar os pedidos. O treinamento de vendas consistia principalmente em passar conhecimento sobre o produto. Os vendedores tinham de contar com seu talento natural para desenvolver e fazer apresentações de vendas. Poucas empresas reconheciam o valor de treinar seus vendedores em técnicas de vendas. Com o passar do tempo, as empresas descobriram que tinham de deixar de se orientar para vendas e se tornar orientadas para o mercado. O Conceito de Marketing Na década de 1950 o foco das atividades de vendas passou das vendas em si para o marketing. Quando o mundo dos negócios percebeu que o marketing tinha uma importância vital para o sucesso da empresa, um pensamento empresarial inteiramente novo começou a se desenvolver, envolvendo três convicções fundamentais: Todo o planejamento e todas as operações da empresa devem estar orientadas para o cliente. A meta da empresa deve ser o volume de vendas com rentabilidade e não apenas o volume de vendas em si. Todas as atividades de marketing da empresa devem ser coordenadas em âmbito organizacional. O conceito de marketing passou então a ser entendido como uma filosofia, onde a satisfação dos desejos dos clientes é a justificativa para a existência de uma empresa. Desta forma, todas as atividades da empresa devem se voltar para a identificação dos desejos dos clientes e para a satisfação desses desejos, de uma forma rentável. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 5 Conceito de Vendas Conceito de Marketing 1. Ênfase no produto. 1. Ênfase nos desejos dos clientes. 2. Primeiro a empresa fabrica o produto e depois define como vendê-lo. 2. Primeiro a empresa identifica os desejos dos clientes e depois determina como fabricar e oferecer um produto que satisfaça aqueles desejos. 3. A administração é orientada para volume de vendas. 3. A administração é orientada para o lucro. 4. Planejamento é de curto prazo, em termos dos produtos e mercados. 4. Planejamento é de longo prazo, feito em termos de produtos novos, mercados de amanhã e crescimento futuro. 5. Enfatiza as necessidades da empresa vendedora. 5. Enfatiza os desejos dos compradores. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 6 GESTÃO DE VENDAS COMPRA X VENDA O AMBIENTE DE MARKETING E A VENDA As empresas estão inseridas em um Ambiente de Marketing, que afeta diretamente as suas vendas e a sua lucratividade. Neste contexto, o Ambiente de Marketing é composto de um Ambiente Externo e um AmbienteInterno. Análise do Ambiente Externo : É o levantamento e análise dos fatores ambientais que afetam a empresa , da forma como podem evoluir e do surgimento de novos fatores que venham a ter influência em sua vida. É a verificação das melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situações. A empresa deve olhar para fora de si, para o ambiente externo onde estão as “Oportunidades e Ameaças”. Oportunidades: São as variáveis externas e não controláveis pela Entidade, que podem criar condições favoráveis , desde que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-las. Ameaças: São as variáveis externas e não controláveis pela Entidade que podem criar condições desfavoráveis para a mesma. A Entidade e o Ambiente Externo Mercado Mão de Obra Empresa Concorrência Consumidores TecnologiaSindicatos Comunidade Sistema Financeiro Fornecedores Governo Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 7 Análise do Ambiente Interno: É a fase em que todos os envolvidos empreendem esforços para ampliar o conhecimento que se tem da Entidade. Nesta etapa se verifica os: Pontos fortes: São as variáveis internas e controláveis que propiciam condições favoráveis para a empresa, em relação ao seu ambiente. Pontos fracos: São as variáveis internas e controláveis que provocam uma situação desfavorável para a empresa, em relação ao seu ambiente. Pontos neutros: São as variáveis identificadas pela empresa, porém, no momento, não existem critérios e parâmetros de avaliação, para classificação como ponto forte ou fraco. Fornecedores abastecem com matéria prima a empresa e seus concorrentes, que utilizam intermediários ou vendem diretamente ao consumidor . Qualquer mudança no ambiente em que a empresa esteja inserida pode acarretar oportunidades ou prejuízos à mesma. AMBIENTE DE VENDAS - Expandido AMBIENTE EXTERNO Fornecedores Consumidores Empresa Concorrentes IntermediáriosFornecedores Consumidores Empresa Concorrentes IntermediáriosFornecedores Consumidores Empresa Concorrentes Intermediários Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 8 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA 1ª ) Etapa : Reconhecimento do problema ou necessidade Ela ocorre quando, a partir de um desejo ou de uma necessidade, o cliente se dá conta de que tem um problema que deve ser resolvido. Assim, ele se vê entre duas situações: a percebida : o problema e a desejada : a solução ou compra . 2ª) Etapa : Busca de informações O comprador começa, de forma consciente ou inconsciente, a buscar dados que possam ajudá-lo na decisão de compra. Na busca ativa de dados, o comprador conversa com amigos sobre o assunto, faz telefonemas à empresa vendedora e busca folhetos promocionais nos pontos-de-venda. 3ª ) Etapa : Avaliação de alternativas Neste ponto não existe nenhuma regra que predomine; o comprador acaba desenvolvendo a sua própria técnica, que pode ser exclusivamente emocional,um misto de racional e emocional ou somente racional. Muitas vezes o mesmo comprador executa duas formas de avaliação simultaneamente sobre o mesmo produto ou produtos distintos. 4ª ) Etapa : Decisão de compra Nesta fase o comprador realiza a opção pela compra ou não. A decisão pode ser influenciada por atitudes de outros compradores, como as que expressam o contentamento ou frustração pela compra anterior de um produto ou serviço semelhante. 1 5 4 2 3 Reconhecimento do problema ou necessidade Busca de informações Avaliação de alternativas Decisão de compra Avaliação da compra Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 9 Além da comparação de opiniões, outro tipo de avaliação também pode ocorrer, tais como aumento de preços, perda de emprego e postura comprometedora de um vendedor. 5ª ) Etapa : Avaliação da compra Reflete o sentimento do consumidor após a compra. A postura que o comprador terá após a realização da compra será reflexo direto de sua satisfação ou insatisfação com o produto ou serviço adquirido. Existindo o sentimento pós-compra positivo,as possibilidades de ocorrer uma nova compra são extremamente maiores. Se a sensação for negativa, o consumidor inicialmente tenderá a devolver ou abandonar o produto. Se permanecer uma grande frustração, as conseqüências para a organização poderão ser mais desastrosas, pois ela não estará perdendo somente um comprador, mas poderá estar se envolvendo em disputas jurídicas ou que envolvam a imprensa e sua imagem. Influências no processo de compra Influências Pessoais Idade Ocupação Condição Econômica Estilo de vida Personalidade Motivação Percepção Aprendizagem Crenças e atitudes Influências Sociais Cultura Classes, papéis e posições sociais Grupos de referência Família Processo de Compra Influências de Marketing Produto Preço Promoção Praça / Ponto-de-venda Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 10 COMO IDENTIFICAR PRINCIPAIS NECESSIDADES DE COMPRA Você precisa identificar as necessidades de compra mais importantes para o cliente. Como fazer isso? Ouça: Os clientes potenciais podem deixar escapar observações importantes. Dicas Observe: Observar os clientes potenciais; estudar o seu ambiente. Como as pessoas se vestem, onde moram ou trabalham, etc. Combine: O profissional de vendas competente consegue conversar com os outros, ouvir o cliente potencial, sondar com perguntas, fazer observações oportunas - tudo no esforço de descobrir as necessidades do cliente potencial. Faça perguntas: Perguntas costumam trazer à tona necessidades que o cliente potencial desconhece ou que não mencionaria. Converse com outras pessoas: Perguntar a outras pessoas sobre as necessidades do cliente potencial. Por exemplo, pergunte à secretária do gerente se ele está satisfeito com a copiadora. Empatia: Olhar a situação a partir da perspectiva do cliente. Desenvolver a habilidade em intuir como a outra pessoa se sente, com a finalidade de vender produtos e serviços. A empatia faz você se colocar no lugar do cliente Empatia é a capacidade de identificar e entender os sentimentos, as idéia, e a situação de outra pessoa. Muitas das barreiras de comunicação podem ser superadas quando você se coloca no lugar do comprador. A empatia é também manifestada pela demonstração de sinceridade e interesse do profissional de vendas pela situação do comprador. A desenvolvimento de confiança mútua cria amizade Os profissionais de vendas que desenvolvem um relacionamento mútuo de confiança com seus clientes só podem ser bem-sucedidos. Esse tipo de relacionamento acaba se transformando em grande credibilidade e até mesmo em amizade. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 11 Marketing de Relacionamento e as Vendas Personalizadas Defrontando-se com uma intensa concorrência, as empresas atuais estão tentando aprimorar seu desempenho em todas as dimensões de suas operações. Para isso, os vendedores precisam conhecer as necessidades de seus clientes e ser capazes de descobrir como ajudá-los a resolver seus problemas. As empresas estão descobrindo que é mais difícil desenvolver ou sustentar vantagens competitivas baseadas em produtos. A maioria das vantagens com base em produtos logo é copiada pelos concorrentes. Assim, as empresas devem concentrar-se nos componentes de valor agregado de suas ofertas. Componentes de valor agregado são os que diferenciam e valorizam o produto, como informações e serviços. Para conhecer as necessidades dos clientese lhes oferecer soluções de valor agregado para seus problemas, os vendedores devem desenvolver relacionamentos estreitos e de longa duração com eles. Esses relacionamentos são erguidos sobre cooperação, confiança, dedicação e compartilhamento de informações. O processo pelo qual uma empresa constrói relacionamentos de longo prazo com clientes objetivando a criação de vantagens competitivas mútuas é chamado de marketing de relacionamento ou venda de relacionamento. Os vendedores que se dedicam à venda de relacionamento concentram seus esforços em desenvolver a confiança dos clientes por um extenso período de tempo. A venda de relacionamento é diferente da tradicional venda de transações, na qual os vendedores focalizam a venda imediata e por uma só vez de algum produto. O vendedor de hoje fornece informações profissionais aos clientes, as quais os ajudam a tomar decisões para a aquisição de produtos e serviços, no sentido de atingir seus objetivos de curto e longo prazo, prestando serviços de atendimento e acompanhamento para garantir a satisfação com a compra. Isso é que constrói a fidelidade do cliente - um relacionamento. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 12 GESTÃO DE VENDAS CARACTERÍSTICAS DA FORÇA DE VENDAS O que faz um profissional de vendas? As funções ou atividades de um profissional de vendas podem variar de empresa para empresa, dependendo de suas vendas envolverem ou não produtos ou serviços, das características de mercado e da localização dos clientes. O profissional de vendas funciona como um gerente de território - planejando, organizando e desempenhando atividades que aumentam as vendas e os lucros de uma dada área. Um território de vendas abrange determinado grupo de clientes dentro de uma certa área geográfica. Como responsável por um território o profissional de vendas desempenha as seguintes funções: 1. Criar novos clientes. Para aumentar as vendas e substituir os clientes que vão sendo perdidos no decorrer do tempo. 2. Vender mais para a clientela atual. As vendas de amanhã vêm das vendas para novos clientes e de vender de novo para os clientes atuais. 3. Construir relacionamentos de longo prazo com os clientes. Conseguir a oportunidade de vender mais produtos para um cliente atual, por ter um relacionamento comercial positivo e profissional com pessoas e Organizações. 4. Trazer soluções para os problemas do cliente. Clientes têm necessidades que precisam ser atendidas e problemas que precisam ser resolvidos. 5. Prestar serviço aos clientes. Atender às reclamações, devolução de mercadorias, oferecer amostras, sugestão de oportunidades de negócios , etc. 6. Ajudar a clientela a revender os produtos para os clientes dela. Ajudar os atacadistas e varejistas a revender os produtos que compraram. 7. Ajudar os clientes a usar os produtos depois da compra. O trabalho do profissional de vendas não acaba no fechamento da venda. Muitas vezes é necessário demonstrar ao cliente como obter o máximo benefício do produto. 8. Consolidar o bom conceito da empresa junto ao cliente. O trabalho de vendas é orientado para pessoas, o que implica o contato pessoal com o cliente. Muitas vendas dependem, em certo grau, da amizade e da confiança. O profissional de vendas precisa desenvolver um relacionamento comercial pessoal e amistoso com todos que possam influir na decisão de compra. Essa parte intrínseca do trabalho do profissional de vendas requer integridade, padrões éticos elevados e um sincero interesse pelo atendimento das necessidades do cliente. 9. Fornecer informações de mercado a empresa. Profissionais de vendas trazem às suas empresas informações sobre assuntos tais como atividades da concorrência, reações dos clientes aos produtos ou políticas da empresa, reclamações relativas a produtos ou políticas, oportunidades de mercado e também sobre as atividades de seu trabalho. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 13 Por que escolher a carreira de vendas? Grande variedade de empregos disponíveis nessa área; Liberdade de trabalhar por conta própria; Desafio de vender; Oportunidade de progresso dentro da empresa; Recompensa proveniente da carreira de vendas. Sucesso em vendas - O que é necessário? Amor pela profissão; Disposição para trabalhar com afinco; Necessidade de ter sucesso; Otimismo; Conhecimento do trabalho; Uso adequado do tempo de vendas; Capacidade de fazer perguntas ao cliente e ouvi-lo; Prestar serviços ao cliente; Estar preparado física e mentalmente para o trabalho. Características da Força de Vendas - A força de vendas é quase que inteiramente responsável pela implementação no mercado das estratégias de marketing de uma empresa. - Os representantes ele vendas, quando empregados, estão entre os poucos funcionários autorizados a utilizar verbas da empresa. São responsáveis por utilizar o dinheiro da empresa com entretenimento, acomodações, alimentação, transportes e outras despesas empresariais. Sua eficácia no desempenho dessas atribuições influencia significativamente os custos de marketing e os lucros. - A equipe de vendas representa a empresa junto aos clientes e à sociedade em geral. As opiniões sobre a empresa e seus produtos são formadas com base nas impressões deixadas por essas pessoas em seu trabalho e nas atividades externas. - Os vendedores são responsáveis pela transmissão de informações sobre as necessidades e os problemas de clientes aos diversos departamentos das empresas. - Os vendedores operam com pouca ou nenhuma supervisão, exigindo um alto grau de motivação. Para ter sucesso nas vendas precisam trabalhar duro física e mentalmente, terem iniciativa, criatividade e persistência. Precisam apresentar soluções inovadoras para problemas difíceis. Como nem sempre conseguem efetuar a venda, devem ser capazes de superar o sentimento negativo proveniente de “perder uma venda". Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 14 - Um vendedor precisa de mais tato e traquejo social do que outros funcionários do mesmo nível na organização. Muitos cargos de vendas exigem que o vendedor conviva socialmente com os clientes, que muitas vezes estão em nível superior. Um bom traquejo social também pode ser necessário na relação com "clientes difíceis". - Os cargos de vendas geralmente requerem muitas viagens e períodos de afastamento de casa e da família. Isso representa um desgaste (físico e emocional) a mais sobre os vendedores, que já enfrentam muitas pressões. MACROFUNÇÕES DE VENDAS TAREFAS Previsões de Vendas Orçamento de Vendas Objetivos Metas e Quotas Estratégias Zoneamento de Vendas Dimensionamento Força de Vendas Relatórios Comerciais Recrutamento e Seleção de Equipes Vendas Provimento de Lideranças Motivação de equipes Remuneração da Força de Vendas Avaliação de desempenho Treinamento e Reciclagens Planos de Carreira da Força de Vendas Táticas, Técnicas e Processos de Vendas Convenções e Reuniões de Vendas Pasta de Vendas Material de apoio à vendas - Impressos , Stands, Quiosques Promoções e Demonstrações dos produtos Planejamento de Vendas Administração da Força de Vendas Desenvolvimento da Força de Vendas Comunicação de Vendas Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 15 GESTÃO DE VENDAS ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDAS ESTRUTURA ORGANIZACIONAL – MARKETING X VENDAS Pequenas empresas ou aquelas que prestam serviços e focam o conceito de vendas . As atividades de marketing são desenvolvidas por uma assessoria da área de vendas. Empresas maiores que atuam sob a ótica de marketing, onde vendas é uma atividade componente e importante. ESTRUTURA DA FORÇA DE VENDASA empresa pode escolher a estrutura adequada para sua força de vendas, como equipe própria, representantes e equipe mista: representantes em algumas áreas e vendedores próprios em outras. Força de Vendas Direta A empresa utiliza com exclusividade vendedores próprios, que devem visitar diretamente os clientes da empresa. Vantagens: a) A empresa ou os produtos que ela oferece podem não ser, em dado momento, interessantes para os representantes de vendas (venda indireta). b) A equipe própria tende a ser mais barata quando há venda a grandes clientes, pois, nessa hipótese, o representante tem, via de regra, um percentual de comissão fixa sobre as vendas. O custo da equipe própria tende a ser decrescente com relação ao volume dos negócios com os grandes clientes. Vendas Presidência Presidência Marketing Vendas Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 16 c) Os vendedores da empresa são mais facilmente direcionados, controlados e motivados. d) Há algumas áreas ou mercados em que é difícil encontrar representante. Força de Vendas Indireta A empresa utiliza vendedores de seus representantes, ou distribuidores, ou os chamados vendedores autônomos, sem vínculo trabalhista com a empresa. Vantagens : a) Tamanho da empresa: Uma equipe própria de vendas representará sempre um custo fixo com encargos sociais também fixos. Somente através da relação custo-benefício estará a empresa em condições de avaliar o dilema representantes versus equipe própria de vendas. Será que o volume de produção da empresa justifica o custo fixo de uma equipe própria? b) O bom relacionamento dos representantes com os clientes existentes no mercado constituirá sempre um dilema: de quem são os clientes, da empresa ou dos representantes? c) Os representantes são pagos somente à base de comissão: não há salários ou encargos fixos. O custo é variável. Não havendo venda, não há custo para a empresa. d) Os produtos de venda sazonal provocam custos fixos quando há uma equipe própria de vendas: Os custos são variáveis, de acordo com a venda sazonal, quando a empresa trabalha com representantes. Força de Vendas Interna A força de vendas interna abrange todas as atividades relacionadas às formas de atendimento e abordagem do cliente no ambiente interno da empresa. Elas oferecem a possibilidade de utilização de diversos recursos que favorecem e influenciam a decisão de compra, como no caso de estandes de vendas instalados em revendedores ou showrooms montados para ambientar e expor de forma adequada os produtos e serviços oferecidos por uma determinada empresa. Um outro fator que vem fazendo com que as empresas invistam cada vez mais nas vendas internas é o crescente custo das visitas externas - devido a fatores como transporte, hospedagem e alimentação. Os vendedores internos exercem suas atividades nas próprias empresas, ou seja, internamente, dando suporte e atendimento aos clientes que procuram a Organização. Força de Vendas Externa Abrange toda e qualquer forma de atendimento e abordagem aos clientes e consumidores que se dê no ambiente externo à empresa. Os vendedores externos são profissionais que desenvolvem o trabalho de campo, visitando os clientes já existentes, para tirar novos pedidos e repor estoques, e prospectando novos clientes no ambiente externo à empresa. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 17 Vendedores técnicos Alguns produtos altamente sofisticados exigem profundos conhecimentos técnicos por parte do vendedor para compreender a necessidade do cliente e poder desenvolver um projeto adequado, que de fato atenda às suas necessidades. As empresas que possuem este tipo de produto costumam contratar pessoas com formação técnica ou especialistas que,além de vender também estão aptos a prestar todo tipo de assistência técnica aos compradores. Vendedores- balconistas Responsáveis pelo atendimento de todo possível cliente que entre no estabelecimento, dando todo tipo de orientação e assistência que possa ajudá- lo em sua decisão de compra. Motoristas-vendedores Algumas empresas trabalham com o sistema de pronta entrega de mercadorias,ou seja,a reposição das mercadorias que estão faltando no ponto- de-venda é feita de forma imediata pelo motorista-vendedor, quando ele está fazendo uma visita. Este sistema é muito utilizado por distribuidores de balas, doces, biscoitos e refrigerantes. Vendedor autônomo São vendedores que atuam em pontos especiais, no sistema porta a porta, ou ainda em vendas por telefone, comercializando produtos que adquirem de fabricantes ou comerciantes . Não possuem qualquer tipo de vínculo com as empresas cujos produtos vendem. Representantes comerciais autônomos O representante pode ser tanto um vendedor profissional, como uma empresa de serviços especializada que vende o produto para o fabricante ou revendedor. Possuem contrato assinado de representação que regulamenta seus direitos e deveres para representar um produto, uma marca ou serviço. Apesar de perarem em nome da empresa, não possuem vínculo empregatício e são comissionados. Operadores de telemarketing Vendedores que atuam no atendimento a clientes por telefone, tanto ativamente, ligando diretamente para os clientes, cadastrados ou não, para tentarem efetuar a venda, como de forma receptiva, atendendo às ligações dos interessados nos produtos que estão vendendo. Cerca de 75% dos operadores de telemarketing são do sexo feminino. Corretores ou Agentes Atuam como facilitadores de uma transação. Promovem a aproximação do comprador com o vendedor , intermediando a negociação. Costumam receber um percentual do valor da transação, pago por aquele que os contratou, como no caso de corretores de imóveis, seguros e café. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 18 Propagandistas São muito utilizados pelas indústrias farmacêuticas, na qual desenvolvem seu trabalho, principalmente, com a classe médica. Visitam os consultórios médicos para divulgar os medicamentos já existentes ou apresentar algum novo lançamento do laboratório que representam. Nestas visitas, apresentam a posologia do medicamento e entregam aos médicos algumas amostras gratuitas. O propósito dessa atividade é influenciar o médico na prescrição do medicamento para os seus pacientes. Não realiza venda direta, podendo visitar eventualmente as principais farmácias e drogarias de sua área de atuação a fim de informar o lançamento de algum novo medicamento, acelerando a compra do medicamento,por parte do farmacêutico no distribuidor de medicamentos. Consultores ou Assessores Técnicos Trabalham dando retaguarda à equipe de vendas, interna ou externa, prestando esclarecimentos e dando informações e orientações técnicas sobre o produto, tanto para os revendedores, como para os consumidores. Este serviço pode ser fator determinante no momento de decisão da compra. Assistentes de vendas São responsáveis pelo trabalho de retaguarda que é dado a equipe de vendas externa e interna,por exemplo, agendando visitas, acompanhando as entregas dos pedidos, anotando recados, esclarecendo dúvidas, agilizando o trâmite de documentos para abertura e aprovação de crédito e prorrogando prazos de faturas. Promotores de vendas Atuam no ponto-de-venda abordando de forma direta os consumidores, para promoverem a experimentação do produto. Eles fazem uma breve explanação dos benefícios e das qualidades que o produto que estão promovendo , indicando o local onde o produto se encontra disponível. Demonstradores São profissionais treinados e qualificados pelas empresas, geralmente fabri- cantes, para demonstrarem o uso e a praticidade de um determinado produto. Os demonstradores são muito utilizados pelos fabricantes em feiras, exposições, congressos e também no próprio ponto-de-venda. Consultoras de beleza Geralmente do sexofeminino , são treinadas e qualificadas pelos fabricantes de produtos de beleza para entenderem e avaliarem a real necessidade de cada usuário, para só então recomendar-lhes o produto mais adequado. Procuram vender o conceito e os benefícios que se tem ao adquirir o produto certo, por um preço justo e por meio de um atendimento personalizado. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 19 FORÇA DE VENDAS – “Estruturas alternativas” Força de vendas estruturada por Território Cada vendedor trabalha em um território exclusivo para representar toda a linha de produtos da empresa. Vantagens: a) Definição clara de responsabilidades . Por ser a única pessoa que trabalha no território, recebe os créditos ou as reclamações dos clientes da área, à medida que seu esforço pessoal para vender faz a diferença. b) Responsabilidade territorial aumenta o incentivo do vendedor para cultivar as empresas locais e os relacionamentos pessoais. c) As despesas de viagem são menores porque cada vendedor viaja dentro de área geográfica limitada. Tamanho de território: Os territórios podem ser planejados para proporcionar potenciais iguais de vendas ou carga de trabalho igual gerando as mesmas oportunidades de ganhos e meios de avaliar o desempenho. Formato do território: Os territórios são formados pela combinação de unidades menores, como cidades ou estados, até que eles constituem um território com determinado potencial de vendas ou carga de trabalho. Força de vendas estruturada por Produto A importância de os vendedores conhecerem bem seus produtos, somada ao desenvolvimento de divisões e gerências de produtos tem levado muitas empresas a estruturar suas forças de vendas por linhas de produtos. A especialização por produtos é particularmente garantida quando eles são tecnicamente complexos, não relacionados ou numerosos. Força de vendas estruturada por Mercado Forças de vendas por setores industriais ou por linhas de clientes. Forças de vendas separadas podem ser estabelecidas para setores industriais diferentes e, mesmo, para clientes diferentes. Vantagem Cada força de vendas pode desenvolver um profundo conhecimento sobre as necessidades específicas de seus clientes. Desvantagem Surge quando os vários tipos de clientes estão dispersos por todo o país. Isto exige extensos deslocamentos de cada uma das forças de vendas da empresa. Estruturas complexas de Força de vendas Quando uma empresa vende ampla variedade de produtos e muitos tipos de clientes situados em ampla área geográfica, freqüentemente, combina-se diversos princípios de estruturação da força de vendas. Os vendedores podem ser especializados por território-produto, território- mercado, produto-mercado e assim por diante. Dessa forma, um vendedor pode reportar-se a um ou mais gerentes de linha ou de assessoria. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 20 GESTÃO DE VENDAS FORMAÇÃO DE EQUIPES DE VENDAS Gerenciando a Equipe São as pessoas que fazem o negócio. São elas que dão vida, inteligência, emoção e ação para a empresa. São elas que garantem a dinâmica do negócio. Nenhuma empresa consegue funcionar sem as pessoas. Mais do que isso: Proporcionam a excelência, a qualidade, a produtividade e a competitividade da empresa. Construa a sua Equipe Uma excelente equipe não é formada ao acaso. Ela precisa ser construída dia-a-dia. Isso requer um grande investimento de tempo e de concentração por parte de um Gestor de Vendas. Construa a sua Equipe - Ações 1. Escolha da equipe: Recrutar e selecionar os candidatos que farão parte de sua equipe. Esteja sempre atento às pessoas que podem ajudá-lo a alcançar o sucesso nas vendas. Procure cercar-se de talentos. 2. Treinamento: Treinar e capacitar as pessoas para que elas possam exercer suas atividades. O treinamento não deve ser eventual - dedicar algumas horas diárias para desenvolver sua equipe de vendas. 3. Desenho das atividades: Definir o que cada pessoa deverá fazer, como avaliar seu desempenho e integrar suas atividades com as demais da empresa. 4. Distribuição das posições: Os membros são designados para suas posições de acordo com suas habilidades, competências e tipos de personalidade. Supervisores de vendas, vendedores que atuam internamente e os que atuam fora da empresa. Os que vendem para pessoa jurídica e os que vendem para pessoa física. Os funcionários que atuam na retaguarda, no suporte às vendas. Os papéis devem ser esclarecidos para que possam desempenhar bem suas funções. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 21 5. Liderança: Conduzir sua equipe de vendas. Orientar, definir rumos e metas, ajudar as pessoas a ultrapassar suas dificuldades e desafios, monitorar o trabalho delas, impulsionar e motivar a equipe. Deixe o comando e a hierarquia e dê liberdade e autonomia às pessoas, apontando as metas e os resultados que devem alcançar. 6. Metas e Cotas claras: Devem ser bem definidas e entendidas por todos. Cada vendedor deve ser apoiado por toda equipe e pelos funcionários do apoio/suporte às vendas. 7. Motivação: Motivar a equipe. Utilize meios financeiros: prêmios, recompensas, participação nos resultados diretos e no alcance de objetivos. Utilize meios não financeiros: reconhecimento público pelo desempenho alcançado. 8. Remuneração: Defina um sistema de recompensas com base no desempenho individual e grupal. A remuneração é um importante motivador. 9. Avaliação do desempenho: Avalie o desempenho continuamente. Avaliações semanais, mensais, semestrais, etc.. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 22 GESTÃO DE VENDAS RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DA FORÇA DE VENDAS RECRUTAMENTO DE VENDEDORES Perfil Todo o processo de constituição de uma adequada força de vendas tem início no traçado do perfil do vendedor e prossegue através do recrutamento. Fontes de recrutamento Um dos aspectos importantes da atividade de recrutamento consiste na iden- tificação, seleção e manutenção das fontes que podem ser utilizadas como mananciais de candidatos. Fontes primárias Escolas : Escolas técnicas, escolas de comércio e faculdades podem constituir excelente fonte para o recrutamento de vendedores de alto nível. Própria empresa: Uma das fontes que muitas empresas negligenciam, mas que pode, em certos casos, propiciar ótimos resultados . Uma das vantagens é a melhoria do clima de trabalho, uma vez que essa política abre perspectiva de melhoria salarial, já que estes funcionários já estão ambientados na Entidade. Empresas concorrentes: O que se procura obter quando se utiliza essa fonte de recrutamento é a possibilidade de aproveitamento imediato do elemento selecionado. Não só a empresa é dispensada de oferecer um treinamento longo, como também pode beneficiar-se dos contatos já estabelecidos por esse vendedor. Outras empresas: Outras empresas não necessariamente concorrentes podem ser usadas como fonte de recrutamento. Fontes secundárias Agências de seleção: O principal problema decorrente da contratação de uma agência de seleção, para executar trabalho de recrutamento, reside no entendimento pela agência sobre as características básicas/experiênciasque os candidatos devem apresentar. Associações de classe: Constituem uma fonte secundária que pode ser usada no recrutamento de vendedores, uma vez que são mantidos fichários contendo os dados essenciais dos vendedores interessados em ofertas de emprego. Processo de recrutamento (veículos): Diversos são os veículos que podem ser usados no processo de recrutamento; entre eles: 1) Jornais - É feito por intermédio de anúncios (fechados ou abertos). Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 23 2) Cursos, palestras e conferências - Esse processo de recrutamento é geralmente utilizado quando as fontes de recrutamento são as escolas e institutos. 3) Contatos pessoais - Para muitas empresas, são considerados o processo mais eficiente de recrutamento. Geralmente, é dirigido para a fonte constituída de empresas concorrentes ou outras empresas. Grande número desses contatos pessoais é realizado pelos vendedores da empresa que, no exercício de suas atividades, conhecem vendedores que poderiam ser atraídos para o novo emprego. 4) Internet - Cada vez mais utilizados sites que oferecem profissionais, de toda formação. SELEÇÃO DE VENDEDORES Processo de seleção O processo de seleção de vendedores começa com a composição do anúncio de recrutamento, especialmente no caso de anúncios abertos. A seleção de candidatos se fará observando as características desejadas pela empresa. a) características avaliadas por descrição de experiência passada; b) características avaliadas por testes. Responsabilidade pelo processo de seleção A responsabilidade compete ao departamento de vendas, pois certas características só podem ser avaliadas por intermédio de entrevistas realizadas por pessoas experientes em vendas. Etapas no processo de seleção 1. Ficha de solicitação de emprego Objetiva conseguir do candidato uma série de informações iniciais sobre as quais se desenvolverá a primeira parte do processo seletivo (primeira triagem - dados pessoais, por exemplo) 2. Entrevistas preliminares A primeira é denominada entrevista preliminar, para verificar incorreções ou falha de informação no preenchimento da ficha de inscrição. Nesta oportunidade é feita uma primeira avaliação com relação à sua apresentação, maneira de falar, vestir-se e outros traços pessoais . 3. Curriculum Solicitado para que sejam obtidos dados mais completos sobre sua vida e uma idéia mais correta de suas aptidões. 4. Exame das referências fornecidas As referências pessoais são de natureza bancária ou comercial que espelham a situação financeira do candidato e alguns traços de sua personalidade. 5. Entrevistas Técnicas (Realizadas pelos Gestores da Vendas) Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 24 O candidato é examinado quanto às experiências profissionais mencionadas em seu curriculum. 6. Testes psicotécnicos de inteligência e de personalidade Os testes de inteligência procuram medir os tipos de inteligência: verbal, espacial, abstrata e social. Os de personalidade procuram avaliar o conjunto das características que marcam o comportamento de uma pessoa. 7. Exame médico Para vendas é de maior importância, em virtude do dinamismo requerido do vendedor. Perfil I - Características da personalidade “Fatores Mentais” Percepção a) No diálogo mantido com o possível cliente, procura descobrir seus motivos de compra, seus sentimentos e suas características pessoais; b) Observando no ponto-de-venda espaços para exposição e promoção de produtos; c) na criação de uma atmosfera promocional no ponto-de-venda favorável à empresa, aos produtos e ao cliente; d) na análise da atuação da concorrência. Memória Lembrar-se do tamanho das embalagens, dos pontos básicos da política de vendas da empresa (preços, descontos especiais etc.), bem como das características centrais do produto ou serviço (nome e usos, principalmente) Associação de idéias Criar na mente do comprador, através de idéias comparativas sobre qualidade, benefícios e vantagens, uma imagem receptiva para seus produtos e serviços. Imaginação Argumentar de modo positivo, fazendo com que essa mesma "qualidade" seja demonstrada através de uma linguagem rica e figurada. O desempenho do vendedor é, então, analisado em função da "imagem" positiva que consegue criar junto ao cliente. Abstração Conseguir separar seus argumentos em função das razões de compra do cliente. Traduz-se na concentração mental seletiva que sabe fazer no diálogo mantido com o cliente. Concentrando-se nos argumentos e respostas adequados, ganha tempo e torna a visita mais eficaz. Atenção A atenção exige do vendedor concentração e cuidadoso exame de detalhes, evitando pré-julgamentos de coisas e fatos não analisados de modo conveniente e completo. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 25 Linguagem Empregar palavras, frases e expressões corretas e eficazes. Habilidade de expressar-se de forma convincente, viva e dinâmica. Quando falamos, produzimos em quem nos ouve uma série de reações. Assim, o cliente aceitará ou recusará o que o vendedor lhe comunica, via de regra, não tanto pela idéia formulada, mas pela forma como foi exposta. Ter idéias claras para si mesmo e para seu cliente. Eliminar do vocabulário as expressões imprecisas, rotineiras e indefinidas, substituindo-as por palavras ricas, significativas, precisas e diretas, pois são essas as que vendem, realmente. “Fatores Morais” Honestidade A honestidade é determinada pelo cumprimento correto dos deveres e obrigações próprios à função de vendas, tornando o vendedor digno da confiança e do respeito de seus clientes. As promessas, afirmações e outros compromissos assumidos pelo vendedor têm maior ou menor eficácia segundo sua integridade moral. Se o vendedor é visto pelo comprador como uma pessoa sincera, pontual e cumpridora dos compromissos assumidos, obviamente os negócios deverão aumentar. Perseverança Empenharse a fundo por seus produtos diante das eventuais dificuldades e objeções levantadas pelo provável cliente. Insistir com tato, mas com decisão, a fim de obter o pedido do comprador. Superar a si mesmo, desenvolvendo uma argumentação que supera as inúmeras objeções e desculpas do cliente para não adquirir seus produtos e serviços. Entusiasmo Consiste em trabalhar no que se gosta de fazer, convencendo sua clientela sobre os méritos de seus produtos e serviços. Poderoso instrumento de venda, que deve ser incorporado à personalidade do vendedor de forma permanente,estitimulando o desejo de compra do cliente. “Fatores Físicos” Saúde O vendedor necessita ter boa resistência física e equilíbrio do seu sistema nervoso, dadas as inúmeras dificuldades enfrentadas no dia-a-dia . Aparência pessoal As primeiras impressões são as que mais influenciam o possível cliente, que costuma transferir a impressão que tem do vendedor para a empresa e para os produtos que este vende. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 26 II - Idade e sexo São dois importantes itens de avaliação . As variáveis idade e sexo são analisadas sob a forma de condições físicas, culturais e sociais. Dependendo do mercado, do produto e do processo de comercialização estas variáveis são pré-determinantes na seleção. III - Educação Considerado a formação academica (2º gráu , 3º gráu etc..), além das aptidões (cursos, seminários, palestras etc.) . IV - Experiência O tempo de duração no exercício de determinada função pode ter influência em seu desempenho, embora, por vezes, essa variável não tenha nenhum peso considerável no mérito do avaliado. Quando considerada, a experiência profissional anterior é observada sob os aspectos : tipos de produtos , variedades, mercados explorados, técnicas de vendas empregadas, processos de comercialização praticados, dentre outras . Descrição de Cargo – Vendedor a) Título do Cargo: Vendedor. b) Vinculação Hierárquica: O vendedor responde hierarquicamente perante o supervisor de vendas. c) Descrição Sumária do Cargo: O vendedor tem como atividade básica a responsabilidade setorial pela conse- cução quantitativa e qualitativa das quotas de vendas que lhe foram designadas pelo supervisor. d) Função Principal: Atividade direta de vendas traduzida na obtenção do pedido, após argumentar com o cliente sobre as vantagens de sua oferta. e) Funções Complementares: . Verificação e acompanhamento dos estoques em poder da clientela. . Verificação e acompanhamento das atividades da concorrência no ponto-de- venda. . Verificação e acompanhamento da concessão de crédito ou seu cancelamento à clientela. . Vender a idéia de campanhas promocionais junto ao cliente. . Cuidar da boa apresentação e efetiva presença dos produtos no ponto-de- venda. . Descobrir e explorar a clientela potencial. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 27 . Providenciar, quando necessário, troca de mercadoria imprópria para o consumo. . Criar, como representante da empresa, uma imagem positiva junto à clientela e aos consumidores finais. f) Avaliação de Desempenho: A avaliação de desempenho do vendedor será feita pelo seu supervisor de ven- das imediato, fundamentada: . na presente descrição de cargo; . no estabelecimento de padrões de desempenho constantes nas instruções complementares; . na consecução quantitativa e qualitativa das quotas de vendas; . na qualificação profissional adquirida no treinamento. Periodicidade da Avaliação: A avaliação de desempenho do vendedor ocorrerá sempre que, se fizer necessária e, regularmente, a cada 3 ou 6 meses. SUPERVISORES DE VENDAS O supervisor de vendas é o elemento que deve obter diretamente de vendedores, promotores e demonstradoras o empenho na obtenção dos resultados esperados para a sua supervisão de vendas. Seu posicionamento na Estrutura Organizacional da Empresa é de intermediário entre a gerência comercial e as equipes de vendas, verdadeiro canal de comunicação ligando os que estão acima e os que estão abaixo dele na hierarquia da organização de vendas da empresa. Recrutamento e seleção Muitas empresas adotam a prática de recrutar supervisores de vendas a partir de seus próprios quadros internos, mormente entre os vendedores. Nem todo excelente vendedor pode transformar-se num eficiente supervisor, mesmo submetido a um adequado e dinâmico programa de treinamento. Por esse motivo, é recomendável submeter o candidato a supervisor a uma série de testes específicos, bem como observá-lo atentamente na fase de experiência funcional, a fim de evitar-se a desagradável situação de dispensá-lo por inca- pacidade profissional logo após ter sido promovido. Outras empresas, para evitar tais situações, preferem contratar supervisores de fora. Essa medida poderá desestimular a equipe de vendas em matéria de oportunidade de fazer carreira em vendas. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 28 Treinamento O supervisor de vendas bem qualificado profissionalmente é aquele que recebe da gerência de vendas treinamento principalmente baseado nas seguintes áreas de conhecimento: . Plano de Trabalho . Conhecimentos sobre Mercado, Produtos e Institucional . . Administração de recursos humanos (em nível de supervisão de vendas) . Liderança aplicada à supervisão de vendas. . Técnica de Vendas (Vendedores promovidos à supervisores) Descrição de Cargo – Supervisor de Vendas a) Título do cargo: Supervisor de vendas. b) Vinculação hierárquica: Gerente de vendas. c) Descrição sumária do cargo: Responsável pela coordenação do conjunto de atividades da equipe sob sua liderança, visando à consecução dos programas de vendas para a sua zona de trabalho, responsabilizando-se pelos resultados atingidos. d) Função principal: Dirigir e motivar a equipe, visando à consecução das metas setoriais de ven- das, de promoção e de demonstração. e) Funções complementares: Assessorar a gerência de vendas na elaboração de previsões de vendas. Desenvolver com os liderados, programas promocionais. Planejar as ações de sua equipe, objetivando as metas estabelecidas. Avaliar os Planos e Roteiros de trabalho de sua equipe. Dirigir a execução, no nível de território de vendas, dos planos de ven das, de promoção e de demonstração. Determinar quotas individuais de vendas para sua equipe. Avaliar o desempenho dos membros de sua equipe de trabalho. Propor à gerência de vendas aumento de salários, transferências, admissão e demissão de integrantes de sua equipe de vendas. Proporcionar treinamento e reciclagem ao pessoal da equipe. Manter contatos periódicos com a clientela, seja acompanhando os membros da equipe, seja em visitas isoladas. Coordenar reuniões de trabalho com os integrantes da equipe. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 29 f) Avaliação de desempenho: Feita pelo Gerente de Vendas/Comercial, regularmente à cada 6 meses, mediante entrevistas e aplicação de formulários específicos de desempenho. Padrões de desempenho do Supervisor de Vendas “Quantitativos”: . Atingimento/ Superação de quotas de vendas. . Orçamento - Despesas de vendas. . Margem de contribuição. . Participação de mercado. . Índice de eficácia de cobertura de vendas. . Média de visitas da equipe e por vendedor. . Relação do número de visitas/número de pedidos. . Desempenho do custo por visita. “Qualitativos”: . Qualidade das vendas (Produtividade) . Preenchimento de propostas, contratos/pedidos (percentual de erros). . Manutenção de sentimento de equipe (espírito de união) . Adaptabilidade da equipe às mudanças constantes nos processos. . Nível técnico de sua equipe GERENTE DE VENDAS É o profissional responsável pela comercialização dos produtos da empresa, planejando as operações, organizando a força de vendas, desenvolvendo estratégias e controlando as ações, visando à consecução das metas e políticas de vendas . Descrição do cargo - Gerente de Vendas a) Título do Cargo: Gerente de Vendas ou Gerente Comercial b) Vinculação hierárquica: Diretor de Marketíng ou Diretor Presidente c) Descrição Sumária do Cargo: Responsável pelo desenvolvimento e coordenação do programa de vendas da empresa. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 30 d) Função Principal: Dirigir e motivar os recursos humanos da unidade de vendas, visando à con- secução dos objetivos e metas de vendas da empresa e) Funções Complementares: Planejar, organizar e controlar todas as atividades da unidade de vendas da empresa. Dirigir a execução, a nível nacional, dos planos de vendas, de promoção e de demonstração. Determinar as zonas de vendas da empresa, bem como as quotas a serem dis- tribuídas entre os integrantes das equipes. Definir os canais de distribuição da empresa. Estabelecer as estratégias necesárias para que essas metas possam ser alcan- çadas. Possibilitar uma estrutura organizacional de vendas capaz de viabilizar as metas da unidade comercial da empresa. Avaliar o desempenho de supervisoresde vendas e acompanhar a avaliação de vendedores, promotores, demonstradoras e pessoal administrativo da unidade. Admitir e demitir vendedores, promotores, demonstradoras e pessoal admi- nistrativo da unidade e propor ao diretor de marketing admissão, promoção e demissão de supervisores de vendas. Recomendar e implementar a política de pessoal a ser adotada (recrutamento, seleção e treinamento), bem como propor reajustes salariais para seus colaboradores. Manter contato com os principais clientes da empresa e acompanhar, quando necessário, os supervisores e os demais integrantes das equipes na visitação à clientela. Promover reuniões de trabalho com os supervisores e, quando necessário, estendê-las aos demais integrantes do departamento. Padrões de desempenho do Gerente de Vendas “Quantitativos” . Consecução das metas de vendas, por produtos e geral, da área comercial da empresa. . Cumprimento do orçamento de vendas estabelecido. “Qualitativos” . Qualidade das vendas – produtividade . . Adaptabilidade das suas equipes de vendas às mudanças constantes nos processos. . Nível técnico de suas equipes. . Estratégias implementadas. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 31 GESTÃO DE VENDAS TREINAMENTO DA FORÇA DE VENDAS Abrangência 1) Sobre a empresa Temas institucionais, nos quais se incluem a história e os objetivos da empresa, o esquema de organização e as linhas de autoridade, os nomes dos chefes, a estrutura, os principais produtos e o volume de vendas é apresentado com a idéia de desenvolver respeito, lealdade e senso de oportunidade do indivíduo. 2) Produtos. Como são produzidos os produtos , suas utilizações e benefícios para os clientes. Garantias e assistência técnica. 3) Política de Vendas Conhecimento da política de preços adotada pela empresa. Aplicação adequada dos descontos progressivos. Formas de pagamento. Utilização de ofertas especiais em promoção, prêmios, concursos, bonificações em produtos. Garantia de fornecimento e entrega regular das mercadorias vendidas. 4) Clientes Os diferentes tipos de clientes, suas necessidades, motivos e hábitos de compra. 5) Concorrência Saber detectar a presença de concorrentes no ponto-de-venda; Identificar concorrentes diretos e indiretos para seus produtos ou serviços; Descobrir a política de vendas da concorrência; Analisar os pontos fortes e as falhas dos produtos concorrentes Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 32 6) Procedimentos de campo Como dividir seu tempo entre clientes ativos e clientes potenciais (fazer novos clientes). Como preparar os roteiros e relatórios de visitas. Como preencher o formulário de pedidos (propostas, contratos etc) Como preencher a ficha / manter cadastro do cliente. Como gerar indicações para novas prospecções. 7) Território de vendas Conhecer os limites de seu território, os clientes potenciais e atuais etc. 8) Administração do tempo Orientação sobre cumprimento dos roteiros de visitas para evitar perda de tempo por falta de programação. 9) Habilidades Pessoais Reciclagem sobre comunicação interpessoal. Postura, ouvir os clientes. Sentir as pessoas. 10) Apresentações de venda Aprender os argumentos de venda e forma de demonstração de cada produto. Utilização da Pasta de Vendas. 11) Técnicas de vendas Pré-Abordagem A pré-abordagem indica a fase na qual o vendedor se documenta, obtendo o maior número possível de dados acerca dos clientes que visitará em determinado período. A consulta permanente, por parte do vendedor, ao fichário da clientela é um dos indicadores para que o supervisor possa melhor verificar e acompanhar o trabalho do avaliado na pré-abordagem. Planejamento antecipado que o vendedor faz de suas visitas em termos de distância entre os clientes visitados, horários de visita, estratégia de vendas a seguir e roteiros adequados de visitação. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 33 Abordagem Inicial A atuação do vendedor no contato inicial com o cliente pode ser traduzida na maneira de observar as reações do comprador, na escolha do vocabulário adequado para o início do diálogo de vendas. Nesse momento, o vendedor não deve dizer nada que possa ser mal interpretado, limitando-se a amenidades, pois seu objetivo é criar um clima de simpatia logo no início da visita. A conduta do vendedor, no contato inicial com o cliente, deve ser a mais correta possível, evitando-se situações desagradáveis e constrangedoras, muitas vezes produto da distração e negligência . Motivos de Compra Esta fase do diálogo de vendas consiste em descobrir, no momento certo, as razões de compra do possível cliente. Saber distinguir a segurança, o orgulho, a simpatia, a curiosidade e outros motivos de compra do cliente é sinal de percepção acentuada no desempenho profissional do vendedor. Argumentação de vendas Descobertos os motivos de compra do cliente, compete ao vendedor bem qualificado argumentar em função desas mesmas razões do comprador. Deve convencer o cliente sobre os benefícios, as vantagens e os pontos altos de sua oferta. Demonstração O vendedor habilidoso sabe distinguir a apresentação rotineira e sem vida de um produto de uma demonstração eficaz que convence o comprador em dúvi- da. Deve preparar cuidadosamente todo o material necessário à demonstração (produto, folhetos, instruções de uso etc.). Usar corretamente a Pasta de vendas, que poderá ser de importante consulta na venda. Destacar os valores, méritos e vantagens de seu produto. Utilizar vocabulário rico e dinâmico, escolhendo as palavras e expressões mais significativas em relação ao produto demonstrado. Empenhar-se na conquista da confiança do cliente. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 34 Contorno às objeções Inicialmente o vendedor deve estudar e relacionar antecipadamente as objeções mais comuns formuladas, seguidas das respectivas respostas. Outro aspecto relevante é o seu comportamento, ouvindo e dando a máxima importância às objeções apresentadas, pois assim as conhecerá melhor e estará em condições de poder refutá-las com segurança. O principal a ser considerado é distinguir uma objeção autêntica de uma desculpa apresenta da pelo cliente. Em função da objeção feita usar sua habilidade em descobrir que sentimentos, idéias ou temores levaram o comprador a formulá-la. Só então poderá localizar, com segurança, o verdadeiro motivo da resistência apresentada pelo cliente para resistir à compra. O preço é uma das objeções mais levantadas pelo cliente no diálogo de vendas. Atuando como um profissional que conhece seu produto ou serviço, o vendedor trata a questão do preço como elemento complementar da argumentação de vendas, descrevendo, em primeiro plano, os benefícios, as vantagens e os "pontos altos" de sua oferta. Descobertas as verdadeiras causas da objeção, utilizar argumentação direta, clara, sem discutir ou polemizar, procurando anular as resistências apresentadas pelo cliente mediante a exposição dos benefícios e das vantagens do produto. Fechamento da Venda O vendedor eficaz escolhe o momento certo para propor a venda e obter o almejado pedido. Se desenvolveu uma demonstração convincente de sua oferta, terá facilitado a decisão final do cliente. Atuando com serenidade e confiança não deve pressionar o possível cliente no momento da conclusão da venda, mas procurar, com tato, convencê-lo acerca das vantagens de sua oferta. Um aspecto importante a ser considerado na fase de conclusão da venda é criar uma atmosfera que leve o cliente a convidá-lo a voltar ao ponto-de-venda em outras ocasiões, além de indicá-lo a outras pessoas. Treinamento de Supervisores Baseado nas seguintes áreas de conhecimento: Plano de Trabalho Conhecimentos sobre Mercado, Produtos e Institucional . Administração de recursos humanos (em nível de supervisão de vendas) Liderança aplicada à supervisão de vendas. Técnica de Vendas (Vendedores promovidos à supervisores) Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 35 GESTÃO DE VENDAS MOTIVAÇÃO A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. Em seu sentido original, a palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é incentivado, estimulado ou energizado por algum tipo de motivo ou razão. Motivo, motor e emoção são outras palavras que têm a mesma raiz. O comportamento humano sempre é motivado. Sempre há um motor funcionando, que movimenta o comportamento humano. O estudo da motivação busca entender quais são as forças que movem as pessoas nas diferentes dimensões do comportamento - pensamento, ação e palavras. O que é que faz nosso motor funcionar? A motivação é um processo que tem três propriedades: Direção: o objetivo do comportamento motivado. Intensidade: a magnitude ou força dos motivos. Permanência: o tempo durante o qual a motivação se manifesta. No campo da pesquisa, o estudo da motivação tenta explicar as forças ou motivos que influenciam o desempenho das pessoas em situações de trabalho. Uma vez que o desempenho das pessoas no trabalho depende, em parte, de sua motivação, e o desempenho da Organização depende do desempenho das pessoas, a compreensão desse processo é de grande importância na administração das Organizações. O desempenho na realização de qualquer tipo de tarefa ou objetivo é influenciado por inúmeras forças. Entre elas estão as forças chamadas motivos, que produzem a motivação para o trabalho. A motivação para o trabalho é resultante de uma interação complexa entre os motivos internos das pessoas e os estímulos da situação ou ambiente. Motivos internos são as necessidades, aptidões, interesses, valores e habilidades das pessoas. Os motivos internos fazem cada pessoa ser capaz de realizar certas tarefas e não outras; sentir-se atraída por certas coisas e evitar outras; valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. Motivos externos são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a pessoa persegue. Os motivos externos satisfazem necessidades, despertam sentimentos de interesse ou representam recompensas desejadas. São motivos externos todas as recompensas e punições oferecidas, os valores do meio social, as oportunidades de carreira e muitos outros componentes da situação de trabalho. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 36 Motivação em Vendas Todas as ações humanas começam pela motivação. As pessoas agem de uma determinada maneira, porque estão motivadas. Motivação é o desejo de empreender esforço para atender ao surgimento de uma necessidade (STATON; SPIRO, 2000) Motivação é um termo originado da palavra em latim movere, que significa mover, que em seu campo semântico possibilita incluir outros fatores pelos quais o comportamento humano é afetado. Motivação é estímulo, intensidade, direção e persistência do esforço direcionado a tarefas profissionais ao longo de um período (FUTRELL, 2003). Motivação é o conjunto de necessidades, metas, desejos e forças positivas ou negativas que impelem ou afastam um indivíduo em relação a certas ações, atividades, objetos ou condições. Em termos de vendedores, a motivação é o ímpeto que os mantém produtivos ano após ano (CHURCHILL ; PETER, 2003). O trabalho de campo é freqüentemente frustrante, pois os vendedores geralmente trabalham sozinhos, com horários irregulares e estão quase sempre longe de casa, defrontando-se com vendedores agressivos e competitivos (KOTLER,2000) A natureza do cargo de vendas, a individualidade dos vendedores, a diversidade das metas da empresa e as contínuas mutações do mercado tornam a motivação dos profissionais de vendas uma tarefa difícil e importante (STANTON; SPIRO, 2000). Os vendedores não podem ser motivados, a menos que o queiram. O desafio da gerência é identificar, compreender e canalizar a motivação que seus vendedores possuem. O desejo de empreender esforço para atender a uma necessidade é o que denominamos motivação (STANTON; SPIRO, 2000). Quanto mais alta é a motivação do vendedor, maior é seu esforço. Este esforço maior conduzirá a um melhor desempenho, um melhor desempenho, a maiores recompensas, maiores recompensas levarão a uma maior satisfação e uma maior satisfação, por sua vez, reforçará a motivação (CHURCHILL, FORD e WALKER). Que a motivação eficaz leva ao sucesso nas vendas vários gestores concordam, mas quais são os fatores determinantes? Segundo Stanton e Spiro (2000) o problema resume-se em encontrar a combinação certa de fatores motivadores para qualquer grupo de vendedores, pois a motivação é difícil face à natureza singular do cargo de vendas e por cada vendedor ser um indivíduo que reage de modo diferente a um determinado motivador. O desempenho de um profissional de venda pessoal é uma função de três classes de fatores: motivação, conhecimento e habilidades, além de estratégia de venda (RYANS; WEINBERG, 1995). Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 37 GESTÃO DE VENDAS PROGRAMAÇÃO DO TRABALHO DE VENDAS A programação do trabalho da equipe de vendas pode ser caracterizada como um processo sistemático pelo qual o supervisor estabelece os passos a serem dados pelos membros do grupo, bem como determina as responsabilidades dos vendedores, promotores e demonstradoras, de modo que os objetivos da equipe sejam atingidos plenamente. O supervisor programa seu trabalho ao elaborar, por exemplo, roteiros de visitas da equipe de vendas à clientela, ou estabelecer que tipos de promoção e de demonstração devem acompanhar a estratégia de vendas na área sob sua responsabilidade mercadológica. Vantagens da programação Para o supervisor de vendas, a programação de suas atividades tem, entre outras, as seguintes vantagens: Define os objetivos prioritários de vendas, de promoção e de demonstração a serem alcançados por sua equipe . Estabelece metas, dando orientação para sua execução. Permite adotar diferentes graus de flexibilidade quanto à aplicação de instrumentos necessários para alcançar as metas. Permite visão antecipada dos recursos humanos materiais e financeiros disponíveis para a consecução dos objetivos de vendas da equipe. A programação do trabalho elimina perdas de tempo e valoriza o rendimento das atividades dos membros da equipe. Para o melhor proveito de sua programação, o supervisor de vendas necessita: Considerar seu grupo como um todo, embora deva levar em conta as diferenças individuais de seus integrantes; Desdobrar os planos gerais de vendas das empresa em fases de execução mais simples e adaptáveis ao seu setor de trabalho; Resolver problemas de ordem variada (materiais, humanos e financeiros, principalmente) com isenção, tendo em vista os objetivos de vendas da empresa e as metas de sua equipe. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 38 ZONAS DE VENDAS Zonas de vendas - Fixação A responsabilidade sobre o zoneamento de vendas é do Gerente de Vendas. A atribuição do supervisor de vendas é determinar e transmitir aos integrantes do grupo quais são as zonas de vendas sob sua coordenação direta . Razões para uma cuidadosa distribuição de territórios de vendas: O trabalho de vendas, de promoção e de demonstração torna-se mais fácil de avaliar, pois os membros da equipe têm responsabilidades definidas em determinada área de atuação. A designação de zonas de vendas traz, como benefício, o trabalho bem estruturado entre os clientes do território. Possibilita enfrentar a concorrência com maior objetividadee empenho. Facilita, para o supervisor, o trabalho de comparar, entre si, o desempenho de cada membro da equipe. Torna viável a utilização, das informações sobre custos de vendas para determinar o benefício que se pode obter em cada roteiro. Possibilita melhor controle das atividades dos membros do grupo. Extensão dos Territórios de vendas - Fatores Os fatores para se determinar a extensão de cada território de vendas são: Número total de possíveis clientes dentro da área geográfica comercial a ser trabalhada. Grau de sofisticação da oferta e tempo médio necessário para efetuar uma venda. Número de prováveis clientes que poderão ser visitados diariamente. Tempo necessário para o vendedor percorrer a zona de vendas, considerando-se as facilidades de transporte. Número médio de visitas que um vendedor pode fazer em determinado prazo (semana, quinzena, mês etc.). Periodicidade necessária para visitar os clientes mais importantes (duas vezes por semana, semanalmente, quinzenalmente etc.). Tipo de concorrência a ser enfrentada. Métodos de distribuição adotados pela empresa. Classe de produtos/serviços a serem vendidos. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 39 Territórios de vendas - Formas Zona : Circular Uma “Zona Circular” com o vendedor fixado no centro oferece duas vantagens: O círculo facilita ao vendedor o preparo de um plano itinerário que exija um mínimo de idas e vindas. Ele viaja num círculo e, quando termina, volta ao seu local de origem. vendedor não está muito longe de qualquer de seus clientes, quando precisar fazer alguma viagem especial. Zona : Folha de Trevo Uma Zona sob a forma de “Folha de Trevo” , com o vendedor localizado no centro, permite que ele viaje numa série de curvas em torno de sua zona. Se as folhas de trevo forem do mesmo tamanho, o vendedor pode sair cada segunda-feira e terminar uma parte do trevo na sexta-feira, à noite, voltando para casa. Além do mais, o custo de viagens especiais é baixo porque os clientes não se encontram distantes. Zona : Cuneiforme Uma Zona “Cuneiforme” que irradia uma área metropolitana central é muitas vezes empregada quando uma área urbana é muito grande para que um vendedor a controle. Tende também a equilibrar as visitas rurais e urbanas entre os vendedores. Sua maior desvantagem é que coloca o vendedor muito longe de alguns de seus clientes. Ao fazer visitas especiais a esses compradores, sua volta à sede representaria um longo caminho sem visitas. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 40 GESTÃO DE VENDAS PLANEJAMENTO DE VENDAS I - POTENCIAIS & PREVISÕES 1. Previsão da demanda de mercado É o "volume total que seria comprado por um grupo definido de consumidores, numa área geográfica definida, num tempo definido, num ambiente de marketing considerado em um programa de marketing.” O Gerente de Vendas necessita conhecer as tendências do crescimento do PIB, da inflação, bem como a interdependência entre a renda pessoal e outras medi- das econômicas que possam influenciar na demanda de seu produto. 2. Previsão do potencial de mercado Indica "as vendas estimadas de um produto ou de uma linha de produtos, para um ramo de negócios num mercado, durante um período determinado". 3. Fixação do potencial de vendas Parcela do potencial de mercado que uma empresa individual espera alcançar". 4. Previsão de vendas É a estimativa financeira ou em unidades, das vendas para um determinado período futuro, sob um programa proposto.” Pode ser para um produto como para uma linha de produtos, para o mercado total ou apenas para uma parcela deste. É determinada em bases inferiores ao potencial de vendas, porque depende do plano de marketing da empresa , não se tratando de uma estimativa de vendas sob condições ideais. Viabiliza o desenvolvimento do planejamento e do orçamento de vendas. É a partir das estimativas de vendas, para determinado período, que os vários setores da empresa programam suas atividades e ajustam suas necessidades para o referido período. Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 41 Método das “Médias Móveis” Utiliza-se dados do passado recente para realizar projeções para o futuro, baseando-se na divisão simples destes dados. Exemplo: Meses Volume Vendas (mil reais) Jan 39 Fev 40 Mar 44 Abr 50 Mai 45 Jun 52 Método da “Média Ponderada” Utiliza-se dados do passado recente para realizar projeções para o futuro, agregando-se representatividade a cada período, tornando um mais importante que outro.Exemplo: Meses Volume Vendas Peso (mil reais) Jan 39 6 Fev 40 5 Mar 44 4 Abr 50 3 Mai 45 2 Jun 52 1 Método da “Opinião da Força de Vendas” Utiliza-se a visão das equipes de vendas. Baseado nas perspectivas e projeções que a equipe possui para o futuro, valorizando-se a sensibilidade e conhecimento dos vendedores (feeling). Método de “Julgamento dos Executivos” É um dos mais pessoais. A previsão de vendas é estruturada exclusivamente pelo feeling do profissional, fruto da experiência que possuino setor, no mercado e no produto e na intuição destes executivos. Média mensal: 39+40+44+50+45+52 = 45 6 Venda Julho: 51 40+44+50+45+52+51 = 47 6 (nova previsão mensal) (39x6)+(40x5)+(44x4)+(50x3)+(45x2)+(52x1) 6+5+4+3+2+1 234+200+176+150+90+52 = 42,95 21 (nova previsão mensal) Prof. Rodolpho Britto Gestão de Vendas 42 Método de “Vendas Passadas” É uma projeção das previsões de vendas com base nas médias de índices já ocorridos. Utiliza-se variações das vendas passadas, que receberam maior ou menor influência de fatores sazonais e cíclicos, para verificar quais podem ser repetidos e afetar as previsões futuras. II - OBJETIVOS DE VENDAS A fixação de objetivos consiste na “determinação dos resultados de vendas que se pretende atingir” . Esses resultados devem ser específicos, coerentes e atingíveis pelas unidades da empresa, com o máximo de eficicácia e rentabilidade. A elaboração do Plano de Vendas constitui-se num trabalho cuidadoso e coordenado, do qual participam ,praticamente , todas as áreas da empresa. Os objetivos podem ser quantitativos ou qualitativos Objetivos Quantitativos - Exemplos a) Aumentar em 5%, no próximo ano, a participação no mercado' do produto “X”. b) As despesas de vendas devem ter como teto 20% do faturamento bruto de cada Unidade da Empresa. c) A receita de vendas para o próximo semestre deve superar em 10% a receita obtida nos últimos seis meses. d) As despesas promocionais no ponto-de-venda, deverão representar 2% do faturamento bruto de cada Unidade da Organização. e) Manter a participação de 10% do produto Y na região Norte/Nordeste, até o final do próximo ano. Objetivos Qualitativos a) Todos os pontos-de-vendas da empresa, até o final do 1° semestre do próximo ano, deverão expor mercadorias com os novos equipamentos projetados, em áreas reformadas, de acordo com as especificações determinadas. b) As reclamações encaminhadas pela clientela deverão ser prontamente respondidadas e atendidas com presteza, quando for procedente. c) Em todos os clientes onde houver produtos concorrentes
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