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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
HELOÍSE SERRO MAESTRELLI 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABITAÇÃO COLABORATIVA PARA IDOSOS: UMA ARQUITETURA PARA O 
ENVELHECIMENTO ATIVO. 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2018
HELOÍSE SERRO MAESTRELLI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HABITAÇÃO COLABORATIVA PARA IDOSOS:UMA ARQUITETURA PARA O 
ENVELHECIMENTO ATIVO. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em 
Arquitetura e Urbanismo do Departamento 
Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo– 
DEAAU, da Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná. 
Orientador: Profª Dra. Karina Scussiato 
Pimentel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2018
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
HABITAÇÃO COLABORATIVA PARA IDOSOS: O ENVELHECIMENTO ATIVO ATRAVÉS 
DA AQUITETURA 
 
Por 
 
 HELOISE SERRO MAESTRELLI 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado em 12 de Junho de 2018 como 
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo 
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado. 
 
 
 
 
 
Prof. Fabio Domingos Batista 
FAE - PR 
 
 
 
 
 
Prof. Debora Rocha 
UT FPR 
 
 
 
 
 
Profa. Marcia Prestes 
UTFPR 
 
 
 
 
 
Prof. Karina Pimentel (orientador) 
UTFPR 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
 
Ministério da Educação 
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
Campus Curitiba - Sede Ecoville 
Departamento Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico aos meus amados pais e irmã, que preenchem minha trajetória com esmero 
e apoio incondicional, e a todos os idosos presentes em minha vida. 
 
 
. 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ..................................................................................... V	
RESUMO .............................................................................................................. VIII	
ABSTRACT ............................................................................................................ IX	
1	 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11	
1.1	 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................ 11	
1.2	 HIPÓTESE ................................................................................................... 11	
1.3	 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 11	
1.4	 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 11	
1.5	 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 12	
2	 CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA ........................................................................ 14	
2.1	 O IDOSO, UM OLHAR SOBRE O ENVELHECIMENTO. ............................ 14	
2.2	 A MUDANÇA NO PERFIL FAMILIAR .......................................................... 15	
2.3	 QUEM É O IDOSO? ..................................................................................... 16	
2.4	 QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA E QUARTA IDADE ......................... 17	
2.4.1	 Atividades do idoso ................................................................................... 17	
2.5	 GERONTOLOGIA, O ENVELHECIMENTO ATIVO E O AMBIENTE. .......... 17	
2.6	 TRANSFORMAÇÕES DO ENVELHECER .................................................. 20	
2.6.1	 Transformações biológicas ....................................................................... 21	
2.6.2	 Transformações psicológicas .................................................................... 21	
2.6.3	 Transformações sociais ............................................................................ 22	
2.7	 SIGNIFICADOS DA MORADIA PARA O IDOSO ......................................... 23	
2.7.1	 O Lar ......................................................................................................... 23	
2.7.2	 Pertencimento ........................................................................................... 23	
2.7.3	 Coletividade ............................................................................................... 24	
2.7.4	 Solidão ...................................................................................................... 25	
2.7.5	 Independência E Autonomia ..................................................................... 25	
2.7.6	 Privacidade ................................................................................................ 27	
2.8	 A MORADA DO IDOSO ............................................................................... 28	
2.9	 TIPOLOGIAS E SUAS APLICAÇÕES NO BRASIL ..................................... 29	
2.10	 O COHOUSING COMO MODELO DE HABITAÇÃO INDEPENDENTE E 
COLABORATIVA ......................................................................................... 30	
2.10.1	 Cohousing Para Idosos ............................................................................. 33	
 
 
2.11	 ARQUITETURA E O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL .............................. 35	
2.12	 A ARQUITETURA COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO DO IDOSO .... 37	
2.12.1	 Conforto ambiental .................................................................................... 37	
2.12.2	 Ergonomia ................................................................................................. 37	
2.12.3	 Acessibilidade e desenho universal .......................................................... 38	
3	 ESTUDOS DE CASO ...................................................................................... 41	
3.1	 COMPLEXO SOCIAL DE ALCABIDECHE .................................................. 41	
3.2	 RESIDÊNCIA PARA IDOSOS ...................................................................... 46	
3.3	 CASA PARA A TERCEIRA IDADE .............................................................. 49	
3.4	 CENTRO COMUNITÁRIO URBANO PARA IDOSOS ................................. 53	
4	 INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE ............................................................. 60	
4.1	 OS IDOSOS EM CURITIBA ......................................................................... 60	
4.2	 O BAIRRO MERCÊS ................................................................................... 62	
4.3	 ESCOLHA DO TERRENO ........................................................................... 64	
4.4.	 O TERRENO E O ENTORNO ...................................................................... 66	
4.4.7.	 Cheios e vazios ......................................................................................... 67	
4.4.8.	 Uso e ocupação ........................................................................................ 68	
4.4.9.	 Sistema viário ............................................................................................ 68	
5	 O PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................ 72	
5.1	 SETOR ADMINISTRATIVO ......................................................................... 72	
5.2	 SETOR DE SAÚDE E BEM ESTAR ............................................................ 73	
5.3	 SETOR DE APOIO ....................................................................................... 74	
5.4	 SETOR DE VIVÊNCIA ................................................................................. 75	
5.5	 HABITAÇÃO ................................................................................................. 76	
5.6	 ÁREAS GERAL ............................................................................................ 77	
6	 DIRETRIZES ...................................................................................................80	
6.1	 ANÁLISE DAS CONDICIONANTES ............................................................ 80	
6.1.1	 Condicionantes físicas .............................................................................. 80	
6.1.2	 Condicionantes legais, parâmetros construtivos ....................................... 80	
7. RESULTADOS .................................................................................................. 85	
8. 	 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 88	
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 89	
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
GRÁFICO 1 -	...........................................	Pirâmide Etária do Brasil 2017 e em 2030, 
respectivamente. .............................................................................. 15	
GRÁFICO 2 -	.............................................................	Evolução dos grupos etários no 
Brasil. ............................................................................................... 16	
FIGURA 1 -	 Sobre o envelhecimento ativo. ......................................................... 19	
GRÁFICO 3 -	..................................................................................................	Razão de 
Dependência. ................................................................................... 26	
FIGURA 2 -	 Forma linear de Layout de uma comunidade cohousing ................. 32	
FIGURA 3 -	 Forma central de Layout de uma comunidade cohousing ............... 32	
FIGURA 4 -	 Forma dispersa de Layout de uma comunidade cohousing ............ 33	
FIGURA 5 -	 Forma híbrida de Layout de uma comunidade cohousing ............... 33	
FIGURA 6 -	 Ilustração de um Cohousing para idosos ......................................... 35	
FIGURA 7 -	 Foto .................................................................................................. 41	
FIGURA 8 -	 Foto .................................................................................................. 42	
FIGURA 9 -	 Implantação do complexo social de alcabideche ............................. 42	
FIGURA 10 -	Esquema de implantação. ................................................................ 43	
FIGURA 11 -	Foto .................................................................................................. 43	
FIGURA 12 -	Corte e Elevações. Sem escala. ...................................................... 44	
FIGURA 13 -	planta e Elevações da habitação. Sem escala. ............................... 45	
FIGURA 14 -	Foto .................................................................................................. 46	
FIGURA 15 -	PLANTA GERAL .............................................................................. 46	
FIGURA 16 -	Foto .................................................................................................. 47	
FIGURA 17 -	Foto INTERNA ................................................................................. 47	
FIGURA 18 -	CORTES .......................................................................................... 48	
FIGURA 19 -	ELEVAÇÕES ................................................................................... 48	
FIGURA 20 -	Foto .................................................................................................. 49	
FIGURA 21 -	Localização e setorização do entorno imediato da Casa para a 
Terceira Idade. ................................................................................. 50	
FIGURA 22 -	PLANTA SUBSOLO ......................................................................... 50	
FIGURA 23 -	PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO .................................................. 51	
FIGURA 24 -	PLANTA TÉRREO ........................................................................... 51	
FIGURA 25 -	ELEVAÇÃO POSTERIOR ................................................................ 52	
FIGURA 26 -	ELEVAÇÃO FRONTAL .................................................................... 52	
FIGURA 27 -	CORTES .......................................................................................... 52	
 
 
FIGURA 28 -	corte transversal ............................................................................... 53	
FIGURA 29 -	perspectiva centro comunitário urbano para idosos em pudu ......... 54	
FIGURA 30 -	perspectiva centro comunitário urbano para idosos em pudu ......... 55	
FIGURA 31 -	plantas - centro comunitário urbano para idosos em pudu ............. 56	
FIGURA 32 -	elevações - centro comunitário urbano para idosos em pudu ........ 57	
FIGURA 33 -	cortes perspectivados - centro comunitário urbano para idosos em 
pudu ................................................................................................. 58	
FIGURA 34 -	perspectiva - centro comunitário urbano para idosos em pudu ....... 58	
FIGURA 35 -	Bairros com maior concentração de Idosos em Curitiba ................. 61	
GRÁFICO 4 -	...................................................	Idosos x Jovens no bairro Mercês em 
Curitiba ............................................................................................. 62	
FIGURA 36 -	A ocupação de curitiba e do Bairro mercês. .................................... 63	
GRÁFICO 5 -	..................	Comparação das pirâmides etárias do bairro Mercês e de 
Curitiba ............................................................................................. 63	
FIGURA 37 -	Bairro Mercês e sua localização em relação à cidade e ao centro de 
Curitiba. ............................................................................................ 65	
FIGURA 38 -	mapa: o terreno e sua localização em relação ao entorno. ............. 66	
FIGURA 39 -	Rua marcelino champagnat. ............................................................ 66	
FIGURA 40 -	mapa: hospitais localizados em um raio de 2 km. ........................... 67	
FIGURA 41 -	mapa: o terreno e a massa construída no entorno .......................... 67	
FIGURA 42 -	mapa: usos do entorno. ................................................................... 68	
FIGURA 43 -	mapa: fluxos viários. ........................................................................ 68	
FIGURA 44 -	mapa: o terreno e a massa construída no entorno .......................... 69	
FIGURA 45 -	MAPa: o TRANSPORTE PÚBLICO. ................................................ 69	
FIGURA 46 -	o terreno.. ......................................................................................... 70	
FIGURA 47 -	o terreno. .......................................................................................... 70	
TABELA 1 -	 áreas do setor administrativo. .......................................................... 72	
GRÁFICO 6 -	..........................................................................................	áreas do setor 
administrativo. .................................................................................. 73	
TABELA 2 -	 áreas do setor de saúde e bem estar. ............................................. 73	
GRÁFICO 7 -	..............................................................	áreas do setor de saúde e bem 
estar. ................................................................................................ 74	
TABELA 3 -	 áreas do setor de apoio. .................................................................. 74	
GRÁFICO 8 -	....................................................................................	áreas do setor de 
apoio. ............................................................................................... 75	
TABELA 4 -	 áreas do setor de vivência. .............................................................. 75	
 
 
GRÁFICO 9 -	....................................................................................	áreas do setor de 
vivência. ........................................................................................... 76	
TABELA5 -	 áreas da habitação. .......................................................................... 76	
GRÁFICO 10 -	.................................................................................................	áreas da 
habitação. ......................................................................................... 77	
TABELA 6 -	 áreas geral. ...................................................................................... 77	
GRÁFICO 11 -	......................................................................................................	áreas 
geral. ................................................................................................ 78	
FIGURA 48 -	mapa: CONDICIONANTES FÍSICAS. .............................................. 80	
FIGURA 49 -	Organização da habitação. .............................................................. 81	
FIGURA 50 -	Programa esquematizado de espaços comuns ............................... 82	
FIGURA 51 -	TRAÇADOS REGULADORES ......................................................... 83	
 
 
 
RESUMO 
Maestrelli, Heloíse S. Habitação Colaborativa e a Saúde Social do Idoso. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo), Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017. 
 
 O aumento da expectativa de vida da população e o seu envelhecimento são 
realidades, e demandam infraestrutura adequada para que a terceira idade tenha 
qualidade de vida no morar. 
 A realidade atual oferece aos idosos, que não tem acolhida familiar, dois 
caminhos, o primeiro é manter sua independência ao morar sozinho à custo da 
solidão, e o segundo é a institucionalização, onde o indivíduo perde sua autonomia e 
privacidade. 
 Com essa pesquisa objetiva-se uma solução na qual o idoso mantenha uma 
vida social ativa e, ao mesmo tempo, sua independência. Também busca-se investigar 
o papel da habitação na busca do envelhecimento ativo, provendo saúde mental, 
social e física induzindo o idoso à uma vida plena, saudável e produtiva. 
 Para isso, fez-se necessário estudar o perfil do idoso e o seu contexto social 
brasileiro, buscando saber quais são as carências decorridas dos processos do 
envelhecer. Além de analisar estudos de casos bem-sucedidos no mundo que 
contribuem para o aprofundamento das particularidades inerentes a este grupo social. 
Após esta análise se propõe uma Habitação Colaborativa Para Idosos. 
 
 
Descritores: Idosos. Habitação Colaborativa. Cohousing. Envelhecimento Ativo. 
Arquitetura. 
 
 
 
ABSTRACT 
Maestrelli, Heloíse S. Collaborative Housing and the Social Health of the Elderly. 
Completion of course work (Bachelor of Architecture and Urbanism) – Architecture 
and Urbanism Course, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2017. 
 
 
 The increase in the life expectancy of the population and their aging are 
realities, and demand adequate infrastructure so that the third age has quality of life in 
the dwelling. 
 The current reality offers the elderly, who do not have family support, two ways, 
the first is to maintain their independence by living alone at the cost of solitude, and 
the second is institutionalization, where the individual loses his autonomy and privacy. 
This research aims at a solution in which the elderly maintains an active social life and, 
at the same time, their independence. It also seeks to investigate the role of housing 
in the search for active aging, providing mental, social and physical health by inducing 
the elderly to a full, healthy and productive life. 
 It was necessary to study the profile of the elderly and their Brazilian social 
context, seeking to know what are the shortcomings of the processes of aging. In 
addition to analyzing successful case studies in the world that contribute to the 
deepening of the peculiarities inherent to this social group. After this analysis, a 
Collaborative Housing for the Elderly is proposed. 
 
Key words: Elderly. Collaborative Housing. Cohousing. Active Aging. Architecture.
 
 
1 INTRODUÇÃO 
INTRODUÇÃO 
 
11 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 
Qual o papel da habitação na construção de um cenário de envelhecimento ativo? 
1.2 HIPÓTESE 
 Uma habitação colaborativa que promova a autonomia das habitações 
individuais com as vantagens da vida em comunidade, onde indivíduos que 
compartilham das mesmas necessidades, podem ajudar uns aos outros. Incluindo 
uma infraestrutura voltada para o idoso atráves da acessibilidade obtida pela 
aplicação de conceitos de desenho universal e por programa voltado às atividades da 
terceira idade. 
1.3 OBJETIVO GERAL 
 Este trabalho tem como objetivo elaborar um modelo de habitação que 
contemple e supra todas as carências do idoso que deseja uma vida independente e 
que busca por um envelhecimento ativo, considerando fatores de ordem social, 
psíquica, cultural e ambiental. Demonstrando, dessa forma, a conveniência de um 
conjunto habitacional geracional, no qual indivíduos que apresentam as mesmas 
necessidades possam partilhar de ambientes comuns que os atendam. O foco, 
contudo, é a restauração da relação da habitação com a vida social e comunitária do 
idoso. 
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Desenvolver um programa arquitetônico para um condomínio habitacional para 
idosos viverem de forma independente, determinando autonomamente o seu 
dia-a-dia. 
• Encontrar uma maneira de adaptar a autonomia das habitações individuais com 
as vantagens da vida em comunidade. 
INTRODUÇÃO 
 
12 
• Incentivar a vida social do idoso, através da criação de uma comunidade 
colaborativa, afastando-o do isolamento que, muitas vezes, vem junto com a 
idade. 
• Promover a consciência do papel do idoso para a sociedade. 
• Buscar por meio desta pesquisa, uma base teórica sobre quais fatores 
influenciam o envelhecimento ativo. 
1.5 JUSTIFICATIVA 
 O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. No Brasil o processo 
iniciou-se a partir de 1960 e as mudanças se dão a largos passos. Em 1940, a 
população brasileira era composta por 42% de jovens com menos de 15 anos 
enquanto os idosos representavam apenas 2,5%. No último Censo realizado pelo 
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010, a população de jovens 
foi reduzida a 24% do total. Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento de 
Curitiba, na cidade na década de 70, para cada idoso havia sete jovens. Em 2005 
esse cenário mudou para três. 
 O IPPUC divulgou em 2017 que o bairro Mercês, um dos mais idosos da 
cidade se mostra defasado quanto à estrutura para os idosos, visto que não existe 
nenhuma habitação de qualquer tipo nas proximidades. 
 Se conclui assim que a forma de habitar do idoso não tem acompanhando o 
aumento de pessoas acima de 60 anos, e por consequência essa população ainda 
carece de edifícios não só residenciais, mas institucionais ou comerciais adequados 
para suas reais necessidades. 
 Diante dessa lacuna de propostas projetuais para as necessidades deste 
grupo social, este trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre o tema da 
arquitetura residencial para idosos, de forma a aprofundar os conhecimentos acerca 
deste nicho de projeto, que embora seja classificado como arquitetura residencial, 
pode agregartambém características de arquitetura voltada para o cuidado da saúde 
e assim, apresenta especificidades que necessitam compreensão diferenciada. 
 
 
 
2 CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
14 
2 CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
2.1 O IDOSO, UM OLHAR SOBRE O ENVELHECIMENTO. 
 Uma cidade amiga do idoso estimula o envelhecimento ativo otimizando 
oportunidades para saúde, participação e segurança, visando o aumento da qualidade 
de vida, adaptando suas estruturas e serviços para que estes sejam acessíveis e 
promovendo a inclusão de idosos com diferentes necessidades e graus de capacidade 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2008). 
 Hoje, as cidades brasileiras,de maneira geral, são pouco amigas dos idosos. 
(BIANCHI, 2013). Nesse país em que os idosos aumentam tanto em quantidade como 
em número de anos, a preocupação com a moradia adequada se torna cada vez mais 
essencial. (SOARES, 2010) 
 Analisando os dados do censo do IBGE (2000), a população idosa brasileira 
chegará a 30 milhões de pessoas em 10 anos e a idade média de vida de 13% de 
toda a população será de 71,4 anos. Isso significa que a chamada quarta idade, 
população acima de 80 anos, também está aumentando. 
 Segundo Camarano, citado por (DUARTE, 2014) a percepção atual da 
sociedade sobre o envelhecimento, é de um sujeito com deficiências em sua 
capacidade física, vivenciando um espaço de ociosidade, que não contribui mais para 
a geração de renda familiar e que necessita de cuidados constantes. Porém, novas 
práticas populacionais, como introdução de antibióticos, vacinação, processo de 
migração de jovens, aumento de separações, recasamentos e aumento da 
escolaridade, estão favorecendo a mudança de valores na sociedade e por 
consequência o entendimento da velhice e do envelhecer. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
15 
GRÁFICO 1 - PIRÂMIDE ETÁRIA DO BRASIL 2017 E EM 2030, RESPECTIVAMENTE. 
 
Fonte: IBGE, 2017. 
2.2 A MUDANÇA NO PERFIL FAMILIAR 
 Os dados do censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) mostram que em 2009, havia cerca de 21 milhões de idosos no 
Brasil e, entre 1999 e 2009, o percentual das pessoas com 60 anos ou mais de idade 
no conjunto da população passou de 9,1% para 11,3%. (CAMARANO E PASINATO, 
2004). Para fortalecer esse cenário citamos Kalache (2011) que afirma que número 
de idosos na França dobrou em 120 anos, e no Brasil esse mesmo fenômeno ocorrerá 
em apenas 25 anos. 
 Ao mesmo tempo percebe-se também uma drástica diminuição da 
fecundidade, visto que um terço da população brasileira (35%) não tem filhos, 
enquanto que entre os idosos apenas 6% não tiveram filhos (SOARES, 2010). Para 
Soares (2010), Estes dados trazem à tona o questionamento de como será o 
envelhecer daqueles que possuem poucos familiares para ser responsáveis pelos 
cuidados. 
 De acordo com a Projeção da População no Brasil de 2008 realizada pelo 
IBGE o envelhecimento da população brasileira estará consolidado ainda na década 
de 2030 (IBGE, 2008). E	essa modificação na estrutura etária tem muita influência 
sobre os arranjos familiares. Hoje, jovens tem suas perspectivas de futuro modificadas 
pelo maior acesso às informações, assim, adiam o casamento e a maternidade para 
focar na carreira profissional, constituem famílias menores, em paralelo a um 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
16 
crescimento na taxa de separações. Essas modificações na estrutura da população 
alteram o tradicional apoio familiar à população idosa (CAMARANO et al., 1999). 
2.3 QUEM É O IDOSO? 
 Os idosos, em 1900, eram apenas 3,2% da população geral, 4,7% em 1960 e 
poderão atingir 13,8% no ano de 2025, é esperado que, de 1960 a 2025, a população 
idosa aumente 917% de 1960 para 2025. Em 2001 tínhamos aproximadamente 11 
milhões de pessoas com mais de 60 anos e projeções indicam que seremos o sexto 
país do mundo em número de idosos no ano de 2020, com aproximadamente 32 
milhões de indivíduos (LUISA; BESTETTI, 2006). 
 Estes indivíduos são considerados, tanto a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), quanto o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003), nos países 
em desenvolvimento, aqueles com mais de 60 anos, sendo nomeados como a terceira 
idade (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE., 2013). Com o aumento da população e 
maior expectativa de vida foi criada a quarta idade, que são os idosos com mais de 
90 anos e é estimado que em 2050 chegaremos a ter 130 anos.(BESTETTI; GRAEFF; 
DOMINGUES, 2012) 
GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DOS GRUPOS ETÁRIOS NO BRASIL. 
 
Fonte: IBGE, 2017. 
 
 Todavia, Camarano e Pasinato (2004), contestam que nessa definição não 
estão consideradas questões como a heterogeneidade entre indivíduos, e por isso 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
17 
esta sujeita a incluir indivíduos que não necessitam de tais políticas e deixar de incluir 
aquele que precisam. A heterogeneidade parte do preceito de que as pessoas passam 
por trajetórias de vidas diferentes e que estas desigualdades afetam diretamente a 
condição de vida na terceira idade (NADIN et al., 2011). 
 Na contemporaneidade o envelhecimento demonstra ser um fenômeno 
particular de cada indivíduo. Como consequência, existe a preocupação de repensar 
a velhice como uma etapa de vida que deve ser valorizada, bem como as práticas e 
ações necessárias para modificar a visão existente sobre o idoso, favorecendo, 
portanto, a evolução sobre o conceito do envelhecimento (DUARTE, 2014). É 
necessário entender que o modo como cada indivíduo atravessa esta etapa de vida 
será diferenciado a partir do momento em que ele mantiver ou encontrar um grupo e, 
assim, desenvolver o sentido de pertencimento (PAULA, 2008). 
2.4 QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA E QUARTA IDADE 
 Qualidade de vida é “a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida 
dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação 
a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo 
que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado 
psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua 
relação com características proeminentes no ambiente” (Organização Mundial da 
Saúde, OMS, 1994). À medida que um indivíduo envelhece, sua qualidade de vida é 
fortemente determinada por sua habilidade de manter autonomia e independência. 
2.4.1 ATIVIDADES DO IDOSO 
 Para criar um ambiente que atenda as necessidades do idoso é necessário 
compreender as suas atividades diárias. 
2.5 GERONTOLOGIA, O ENVELHECIMENTO ATIVO E O AMBIENTE. 
 Os idosos tendem cada vez mais a ter vidas mais ativas com maior autonomia 
e independência em suas atividades diárias. A Gerontologia pesquisa as mudanças 
físicas, mentais e sociais nas pessoas com mais idade (BIANCHI, 2013). 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
18 
 A SBGG, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2017) afirma que 
para que o envelhecimento seja uma experiência positiva uma vida mais longa deve 
ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. 
Pode-se fazer assim uma relação com a definição da Organização Mundial da Saúde 
do termo “envelhecimento ativo”, adotado para expressar o processo de conquista 
dessa visão, e o define como “o processo de otimização das oportunidades de saúde, 
participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida 
que as pessoas ficam mais velhas” (OMS, 2004). 
 Entre as preocupações da Gerontologia estão a degradação dos sentidos e 
da mobilidade, experimentadas a partir da meia-idade, que são passíveis de 
retardamento com a prática de exercícios regulares e boa alimentação, que tem na 
Arquitetura um aliado para buscar resultados práticos fortemente ligados ao conforto 
nas vivências diárias (BESTETTI; GRAEFF; DOMINGUES, 2012). Porém a palavra 
‘ativo’ refere-se não somente à capacidade de estar fisicamente ativo, mas também à 
participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis. 
O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e 
a qualidade de vida em todos os âmbitos para todas as pessoas que estão 
envelhecendo. (SBGG, 2017) 
 Uma mudança sobre o conceito envelhecer vem acontecendo devido a 
Gerontologia, o envelhecer é visto como um processo natural, o qual deve ser 
conhecido e interpretado para que os novos limites sejam entendidos e respeitados. 
Assim podemos concluir que a Gerontologia, e o conceito de envelhecimento ativo, 
abrangem o processo do envelhecimento e não somente a velhice, visto que a 
longevidadeé consequência de boa qualidade de vida (Bestetti et al., 2012). 
 Durante esta nova visão do envelhecer manter a autonomia e independência 
é fundamental. Além disto, o envelhecimento ocorre dentro de um contexto que 
envolve outras pessoas. Esta é a razão pela qual interdependência entre gerações 
são princípios relevantes para o envelhecimento ativo (SBGG, 2017). 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
19 
FIGURA 1 - SOBRE O ENVELHECIMENTO ATIVO. 
 
Fonte: Envelhecimento ativo: uma política de saúde / World Health Organization; tradução 
Suzana Gontijo. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 
 
 Os profissionais da Gerontologia têm uma ampla área de atuação, tendo como 
uma delas a ambientação onde orienta a criação de condições ambientais para uma 
vida com qualidade na velhice, focando os mais variados espaços por onde circulam 
ou vivem pessoas idosas (SBGG, 2017). 
 A Gerontologia Ambiental se concentra na descrição, explicação e 
modificação das relações entre idosos e seus contextos socioespaciais (TOMASINI, 
2005), analisando o psicológico, a situação familiar a cultura e a história do indivíduo 
(GAMA, 2016) em adição ainda trata sobre problemas de aposentadoria, habitação e 
institucionalização (FRAIMAN, 2004, P. 20). Bestetti et al. (2010) ainda ampliam esse 
conceito 
‘A Gerontologia Ambiental analisa as condições de ambiência para utilização 
do espaço construído pelo homem, determinando as condições de conforto e 
segurança, necessárias para o seu bem-estar ao longo do envelhecimento.’ 
 Um dos fatores determinantes para alcançar o envelhecimento ativo é através 
de ambientes físicos adequados à idade e como estes podem representar a diferença 
entre a independência e a dependência para todos os indivíduos, mas especialmente 
para aqueles em processo de envelhecimento. : (MARTIN et al., 2005) 
 As pessoas idosas que vivem em lugares não propícios têm maior chance de 
sofrer isolamento, depressão, menor preparo físico e mais problemas de mobilidade. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
20 
 Segundo MARTIN et al. (2005) os seguintes tópicos são muito importantes 
para que o idoso consiga viver um envelhecimento plenamente ativo: 
• Serviços de transporte público acessíveis são para que pessoas possam 
participar integralmente na vida da família e da comunidade. 
• A localização, incluindo a proximidade de membros da família, serviços e 
transporte pode significar a diferença entre uma interação social positiva e o 
isolamento. 
• Padrões de construção que levem em conta as necessidades de saúde e de 
segurança das pessoas idosas. 
• Apoio social, promovendo que a pessoa tenha contatos. 
• Entre outros, como educação, renda, trabalho, proteção social e saúde do 
corpo e mente. 
 A abordagem do Envelhecimento
Ativo proporciona uma base para o 
desenvolvimento de uma comunidade para a população idosa. Ao reunir saúde, 
participação
e segurança,se oferece uma base para uma construção de qualidade. 
2.6 TRANSFORMAÇÕES DO ENVELHECER 
 Envelhecer é um processo que dura toda a vida, e envolve fatores de ordem 
social, psíquica, cultural e ambiental. Se dá gradualmente e é irreversível: inicia no 
nascimento e se estende até a morte e acontecendo em todas as fases da vida 
(MAZZA; LEFÉVRE, 2004). Com o passar do tempo, as capacidades vão dando 
espaço às limitações, porém, como já exposto anteriormente, esse processo pode ser 
acentuado por fatores externos, como doenças, estresse, má alimentação, etc. 
 Para Elvira C. Abreu e Mello Wagner, citada por Bianchi (2013), as mudanças 
no curso da vida se expressam nos relacionamentos interpessoais, nas atitudes, nos 
sentimentos e no autoconceito dos próprios idosos, podendo o envelhecimento do ser 
humano ser diferenciado em várias “idades”, como: 
1. Idade cronológica: marcada a partir da data de nascimento; 
2. Idade biológica: determinada pela genética e pelo ambiente, diz respeito às 
mudanças do organismo; 
3. Idade psicológica: aquela que envolve as mudanças de comportamento 
decorrente das transformações biológicas do envelhecimento. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
21 
4. Idade social: relaciona-se com normas, crenças, estereótipos e eventos sociais 
que controlam, pelo critério de idade, o desempenho dos idosos. 
 A velhice e o envelhecimento refletem as várias conquistas alcançadas, 
porém, para o idoso, as deficiências que acompanham essa etapa são mais evidentes. 
 O envelhecimento relaciona-se, assim, mais com fragilidade física, 
psicológica, comportamental e conquistas pessoais e familiares. 
2.6.1 TRANSFORMAÇÕES BIOLÓGICAS 
 No aspecto biológico ocorrem alterações na aparência e sistema corporais, 
que acentuam o risco de quedas, pela alteração de postura, e a dificuldade de 
locomoção e de execução de tarefas comuns da vida diária. No aspecto psicomotor, 
são vistas dificuldades na coordenação, na agilidade mental e nos sentidos, e, no 
aspecto psicocognitivo, alterações na memória, inteligência, aprendizagem e tempo 
de reação a um fato.(UJIKAWA, 2010) 
 Abreu (1982) resume de maneira geral os aspectos biológicos da velhice, 
salientando que a silhueta se modifica pelo aumento do peso e pela postura, no rosto 
surgem rugas, os cabelos ficam brancos e começam a cair. A pele perde o viço e se 
pigmenta, sofrendo ainda com a perda de elasticidade. Há uma perda gradual de todos 
os cinco sentidos. 
 A probabilidade de adoecermos aumenta com a idade porque mudanças 
normais associadas ao envelhecimento nos tornam mais vulneráveis a doenças, 
ocorrendo pelas perdas funcionais em todos nossos sistemas vitais (HAYFLICK, 
1997). 
2.6.2 TRANSFORMAÇÕES PSICOLÓGICAS 
 No meio em que vivemos ainda existe um distanciamento físico e social do 
idoso e uma imagem típica e simbólica do envelhecimento: tristeza, angústia e 
isolamento, onde o antigo tem que lutar para encontrar formas de se manter 
significante (GONÇALVES; DUARTE, 2006). 
 Chegar à velhice, para alguns indivíduos, pode ser complicado em termos 
psicológicos. Às vezes vistas como merecido descanso e outras como o início da 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
22 
invalidez. Muitos se sentem diminuídos a partir do momento em que param de 
trabalhar, deixando de ser um provedor, aquele que sustenta o lar, sentindo-se como 
um fardo para suas famílias por precisarem de seu apoio, acarretando uma mudança 
significativa da relação do idoso para com seu próprio círculo de companhia. Entrando 
em conflito com a própria identidade, que, na sociedade, é muitas vezes determinada 
pelo trabalho. (MOREIRA, 2012) 
 Existem diversos fatores que influenciam no equilíbrio psicológico do idoso: 
qualidade de vida, relativa a condições de conforto na moradia, é essencial para a 
saúde de qualquer ser humano. Laços familiares ou de amizade são, também, 
fundamentais para um bom estado emocional. Havendo momentos de lazer, acesso 
à assistência médica e odontológica e possibilidade de enriquecimento cultural, 
estariam atendidos os princípios necessários para um perfeito equilíbrio emocional. 
Tarefas antes fáceis de serem realizadas passam a ser grandes desafios e o próprio 
tempo, que antes parecia passar lentamente, agora parece passar apressado e a 
ânsia de vivê-lo intensamente vai se esvaindo com os empecilhos físicos (desníveis, 
escadas, pisos derrapantes, etc.) e psicológicos (rejeição, desinteresse, abandono, 
impaciência) (BESTETTI, 2006). 
2.6.3 TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS 
 Além das transformações psicológicas e biológicas o envelhecimento 
transforma também as relações do individuo com o meio social. 
A aposentadoria considera que os indivíduos depois de certa idade devem abandonar 
as atividades que os tornam economicamente ativos, alterando a rotina de longos 
anos, reduzindo o ciclo de amizades com a morte de amigos e a afastamento dos 
colegas de trabalho, além da menor disponibilidade financeira, atrapalhando o idoso 
psicológica e socialmente. 
 Com o avanço da idadeas funções sociais do individuo são diminuídas, dada 
pela limitação física que vai sendo imposta pelo tempo. Muitas vezes a pessoa idosa 
forma uma imagem negativa de si própria, resultante de conceitos já enraizados na 
sociedade, sentindo-se velho e sem significado (ROSA, 1983). Para Rauchback 
(1990) o idoso acaba sofrendo conflitos como isolamento, insegurança social, ruptura 
com a vida profissional e preconceito devido ao fato de se sentir diminuído 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
23 
socialmente, então, vira as costas para o mundo que o rodeia, vivenciando 
discriminação pela categoria etária em que se situa. 
2.7 SIGNIFICADOS DA MORADIA PARA O IDOSO 
 Moradia, de acordo com o Dicionário Aurélio, significa “lugar onde se mora ou 
habita, habitação, morada, casa”. Numa visão mais poética, Bachelard (2008) afirma 
que “a casa é o nosso canto no mundo”. A ampla compreensão da palavra “moradia” 
permite afirmar que “ela é muito mais que o lugar do abrigo, é lugar de constituição de 
vida, revelando-se em múltiplas dimensões” (PENZIM, 2001). Nesse capítulo serão 
abordados alguns dos significados que a moradia pode ter na perspectiva do idosos. 
2.7.1 O LAR 
 Um lar não se trata de negócio ou propriedade, é algo mais importante. O lar 
é um refúgio, porto emocional e também um direito humano. Conforme o Pacto 
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais lar é "o direito de todos a 
um padrão de vida adequado para si e sua família, incluindo habitação adequada." 
 Um lar é uma habitação, e como tal deve consistir em elementos de uma 
habitação. Adicionalmente um lar é um espaço emotivo, sugerindo que a conexão 
entre a casa e o indivíduo deve ser profunda. 
 Conclui-se que um lar é um conceito definido por uma métrica quantitativa e 
qualitativa: os objetos de necessidade e os objetos de identidade. Os objetos de 
necessidade compreendem o mínimo de elementos de uma construção (piso, 
paredes, telhado, ...), enquanto os objetos de identidade são definidos pelo indivíduo. 
(LUND, 2017). 
2.7.2 PERTENCIMENTO 
A relação dos idosos com as suas moradias ocorre por meio de marcas 
significativas e pessoais. É o seu meio de proteção e de bem-estar, seu domínio e 
controle, constituindo a expressão de sua identidade (MENDES, 2007). 
Os objetos de identidade são muito pessoais para o indivíduo. Fazem o 
sentimento de pertencimento se fazer presente, decoração, pintura, layout, livros e 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
24 
localização são exemplos de objetos de identidade. Portanto, é melhor sugerir 
diretrizes que permitam flexibilidade para esses objetos. A noção de edifício no qual é 
permitindo que os usuários façam parte da concepção, empodera fortemente os 
indivíduos para que criem espaços altamente personalizados (LUND,2017) 
Ao serem propostos novos espaços de moradia para pessoas idosas, 
devem ser considerados marcos que esses idosos estabeleceram durante toda sua 
vida, para que não ocorra uma perda de identidade com o ambiente construído 
(MENDES, 2005). 
2.7.3 COLETIVIDADE 
Em ‘As éticas da autenticidade’, Charles Taylor introduz o que ele chama 
de ‘três mal-estares da modernidade’. Estas são características e preocupações da 
cultura contemporânea que são o individualismo exacerbado, a primazia da razão 
instrumental e o atomismo político (TAYLOR, 2011). 
A crítica de Taylor ao primeiro dos males, é sobre a perda de propósito, 
que está ligada à constatação de que ‘as pessoas perderam a visão periférica por 
estarem focadas nas suas vidas’. Taylor, assim, questiona o preço que pagamos por 
liberdades individuais o que acaba resultando em solidão e isolamento. (LUND, 2017) 
 A relevância da coletividade na vida do idoso é evidenciada dessa forma. No 
qual fazer parte de um grupo que tem o mesmo propósito conjunto pode trazer 
inúmeros benefícios. 
 No trabalho liderado pelo cientista e professor de psicologia John Cacioppo 
foi apontada a exitência de três dimensões para conexões entre as pessoas: 
• relacionamentos íntimos saudáveis: quando você tem alguém em sua vida que 
sabe exatamente quem você é. 
• conexão relacional: pessoas com quem você tem contatos íntimos que são 
gratificantes. 
• conexão coletiva: que vem da sensação de fazer parte de um grupo ou coletivo. 
 A possibilidade de socialização proporciona momentos de descontração, 
promovendo momentos de esquecimentos das deficiências que a velhice acarreta, 
afastando a tendência à depressão. Por isso, um modelo de habitação em que a 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
25 
coletividade se sobreponha à individualidade traria inúmeros benefícios de ordem 
social para idosos que muitas vezes se isolam no decorrer do envelhecimento. 
2.7.4 SOLIDÃO 
Ao envelhecer sofremos transformações físicas, e sociais, em função 
das perdas e limitações que advêm com a velhice, o que, muitas vezes, leva o ser 
humano ao isolamento social e à solidão (PEDROZO; PORTELLA, 2003). 
A solidão segundo Luft e Guimarães citados Lopes et al. (2009, p.373) é 
o estado de quem se sente só, e se traduz no isolamento. Podendo provocar um 
sentimento de vazio interior proveniente da falta de interação, diálogo e convívio o que 
se dá mais frequentemente com pessoas da terceira idade, afetando diretamente a 
vida diária e do idoso (LOPES; LOPES; CAMARA, 2009). 
Para pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, 
o sentimento de solidão pode aumentar as chances de uma pessoa mais velha morrer 
de forma prematura em até 14% (CACIOPPO, 2017). Isso se dá principalmente pela 
depressão e desmotivação (THOMAZ, 1999) que pode ser decorrência da 
dependência física que afeta a autoestima dos idosos (PEDROZO; PORTELLA, 2003) 
ou pode vir juntamente com a aposentadoria, pela ocorrência do sentimento de 
inutilidade para a sociedade (BIANCHI, 2013). 
Por isso é necessário dar novo significado ao conceito de trabalho, 
criando atividades para que os idosos se sintam ativos e úteis à sociedade, mantendo 
boas perspectivas de vida (LOPES; LOPES; CAMARA, 2009) e também bons 
relacionamentos através de uma vida comunitária baseada no entretenimento e na 
comunicação. 
2.7.5 INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA 
 Segundo dados do IBGE (2010), é nas regiões Sul e Sudeste do Brasil onde 
se encontra a maior porcentagem de idosos morando sozinhos: 52% e 50%, 
respectivamente. E como pode ser visto no Gráfico 3 essa independência tem como 
tendência a ascenção nas próximas décadas. 
 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
26 
GRÁFICO 3 - RAZÃO DE DEPENDÊNCIA. 
 
Fonte: IBGE, 2017. 
 
Para que a pessoa idosa possa ser independente, seu local de moradia 
deverá permitir manter sua autonomia com segurança. Ele deverá compensar as 
deficiências visuais, de locomoção, de audição e/ou a redução de sua capacidade 
física com modificações específicas e de bom senso. 
Manter a pessoa idosa restrita a seus aposentos é restringir suas 
relações sociais. As edificações devem permitir que os usuários realizem suas tarefas 
com conforto, ou seja, sem grande esforço, e assim contemplar todos os sentidos, 
como o visual, o olfativo e o tátil (HERTZBERGER, 1999). 
 Na mesma medida, o espaço urbano e as edificações devem estar aptos para 
permitirem o uso e o acesso destes cidadãos de forma confortável e segura. A 
conscientização destes valores por parte dos administradores e planejadores do 
espaço urbano e dos projetistas e financiadores das edificações torna-se, portanto, 
primordial para oferecer uma qualidade de vida adequada a uma população em franco 
processo de envelhecimento. 
Preservar a capacidade funcional de conduzir a nossa própria vida, 
decidindo, atuando e utilizando as habilidades que temos para desempenhar as 
atividades rotineiras, iá, sem dúvidas, permitir viver uma velhice mais satisfatória. 
(FALCÃO, 2016). 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
27 
2.7.6 PRIVACIDADE 
 A privacidade, por definição, é a capacidade da sociedade de permitir que as 
pessoaspossam disponibilizar suas informações a quem queiram e da maneira que 
queiram. 
 Os espaços habitacionais apresentam grande complexidade, ambientes 
precisam ser acessíveis, principalmente para idosos, com amplas circulações, fáceis 
de ser encontrados, mas ao mesmo tempo deve haver alguma barreira para acesso, 
nem que seja visual, para garantir a privacidade. Precisam também ser comunicantes, 
pois é interessante ver e gozar do espaço exterior, saber do correr do dia, olhar para 
a vegetação e respirar ar puro, além de que em determinados espaços — como 
varandas e terraços — é agradável pôr-se à vontade. Entretanto, se esse ambiente 
se comunica diretamente com o exterior e principalmente com o espaço público de 
uma rua. 
 É possível perceber níveis de privacidade variados se forem considerados os 
vários níveis de hierarquia urbana, partindo do espaço semipúblico — como sendo a 
área comum da edificação — até se chegar à unidade individual, conforme descrição 
a seguir, e tomando como base conceitos estabelecidos por Coelho (2000): 
a. Espaço semipúblico ou privado de um grupo — área de lazer do conjunto 
ou mesmo da edificação que precisa de privacidade em relação ao 
espaço público da rua, que pode ser fornecida por meio de barreiras 
visuais, como sebes ou muros. Proporcionar vários locais para 
encontros, exercícios e contemplação gera qualidade ao convívio. A 
organização desse lugar pela colocação de barreiras impermeáveis, 
semipermeáveis e permeáveis reflete as diversas possibilidades de 
encontros. 
b. Espaço privado familiar — refere-se à residência, que, por meio de seu 
zoneamento, permite áreas bem-definidas de convívio e intimidade. 
Essas áreas podem ser diferenciadas pela separação espacial dos 
cômodos, pela organização de mobiliário ou pela direção de olhar do 
usuário. Em toda edificação e mesmo nas unidades ou compartimentos 
deve haver em seu interior áreas privadas, livres dos olhares externos, 
por meio da porta de entrada ou janelas, atentando também para a 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
28 
iluminação, necessária, de ruas ou corredores, de modo a não afetar seu 
morador enquanto em repouso noturno ou diurno. “Uma adequada 
territorialidade oferece proteção e reforça a situação de predomínio de 
um espaço arquitetônico” (COELHO, 2000, p. 278) de qualidade, onde 
o usuário o considera como “seu lugar”. 
 A privacidade, entretanto, chama a atenção pela coabitação, em uma mesma 
unidade, de pessoas diferentes, que não se conheciam até então, mas que mantêm 
em seu território sua identificação, já que o ser humano necessita e gosta de ter sua 
individualidade preservada. 
 A convivialidade traz incorporada a camaradagem, a ajuda mútua, que “exige 
uma continuidade de substituição das expectativas que vão sendo ultrapassadas por 
novas expectativas e a constância de aprendizado de comportamentos adequados” 
(COELHO, 2000, p. 221). Esse aprendizado muitas vezes estimula o idoso, mas em 
outras situações pode ser constrangedor, como na questão do espaço pessoal, que 
envolve situações culturais, e pelo aumento da distância interpessoal, que extrapola 
também componentes não verbais e de tato, como o olhar. 
2.8 A MORADA DO IDOSO 
 Em seus artigos publicados em ‘Por Uma Arquitetura’ de 1922, Le Corbusier 
já sugeria que condomínios com serviços de manutenção seriam inevitáveis, através 
da constatação de que os ‘domésticos estão ficando raros’. Essa solução de habitação 
com a ajuda dos avanços tecnológicos permite uma flexibilização do espaço e apesar 
de trazer soluções de economia de tempo, seu custo não é compatível com a realidade 
da maioria dos brasileiros (BESTETTI, 2006). 
 Para Bestetti (2006) a recente mudança de postura profissional acarretada 
pela globalização da internet permite produções à distância, flexibilizando espaços e 
dando resolução à alguns tipos de problemas familiares. Verifica-se dessa forma duas 
possibilidades de benefício através dessa nova configuração de trabalho: os 
indivíduos aposentados podem manter suas atividades intelectuais e agilizar suas 
vidas através de diversas comodidades, que vão de serviços bancários a pedidos de 
refeições, sem esquecer do importante contato com parentes e amigos como 
coadjuvante contra a solidão. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
29 
 Porém, fatores tais como a diminuição no tamanho das famílias, assim como 
a dispersão de parentes e, até mesmo, o conflito de gerações que deterioram as 
relações intrafamiliares, determinam que a solução seja a moradia em conjuntos 
residenciais apropriados. 
 Segundo Nunes (2003), nos países desenvolvidos, o número de idosos em 
residências coletivas de tipo asilar chega a 11% já no Brasil não chega a 1,5%, mas 
a tendência é o aumento. 
 As instituições asilares, normalmente remetem a edifícios com estrutura 
hospitalar e representam muitas vezes o único destino de idosos sem auxílio familiar 
ou sem renda compatível com uma vida independente. Porém existem diversas 
alternativas de acomodação: 
 
• Moradia assistida: combina cuidados domésticos, pessoais e de saúde, 
definidos de acordo com os indivíduos que necessitam de assistência com 
atividades normais diárias e promovendo o máximo de independência. 
 
• Moradia Independente: é um espaço de moradia para idosos que devem ou 
não suprir serviços de hospitalidade ou suporte. 
 
• Moradia Congregada: é similar à moradia independente exceto por prover 
serviços de conveniência. 
 
• Comunidade de Cuidado Contínuo a Aposentados: são conjuntos residenciais 
que oferecem diversos níveis de assistência, incluindo moradia independente, 
moradia assistida e clínica de enfermagem. 
 
• Clínicas: são serviços de enfermagem especializados destinados a idosos que 
necessitam de cuidados clínicos por 24 horas. 
2.9 TIPOLOGIAS E SUAS APLICAÇÕES NO BRASIL 
 Vinagre (2016) conceitua os tipos de habitações destinadas para idosos mais 
frenquentes no Brasil: 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
30 
 
• República: É alternativa de residência para idosos independentes, organizados 
em grupos, viabilizada em sistema de autogestão, com número de moradores 
previamente estabelecido, que possuam recursos financeiros próprios. O 
serviço tem por objetivo proporcionar condições para que os idosos se 
organizem e encontrem uma alternativa habitacional diferente da 
institucionalização nos moldes asilar. 
 
 
• Casa-lar: Instituição mantida por órgãos governamentais e não 
governamentais, integrada por idosos, sob sistema participativo, em caráter 
residencial, tendo por objetivo a promoção do bem-estar e da autonomia do 
idoso, com capacidade máxima para 12 (doze) residentes. 
 
 
• Instituição de longa permanência: destinada a proporcionar atenção integral em 
caráter residencial, com condições de liberdade e dignidade. 
 
• Condomínio: Conjunto de unidades residenciais autônomas, distribuídas de 
forma vertical ou horizontal em terreno comum, obedecidas às prescrições para 
condomínio de acordo com a legislação federal em vigor. 
2.10 O COHOUSING COMO MODELO DE HABITAÇÃO INDEPENDENTE E 
COLABORATIVA 
 Cohousing é o termo reduzido para ‘collaborative housing’ (habitação 
colaborativa). É um tipo de moradia que redefine o conceito de comunidade para a 
vida contemporânea. (PURVIS, 2008) 
 Com o isolamento e falta de praticidade da moradia da família tradicional foi 
insituído como modelo que combina a autonomia das habitações individuais com as 
vantagens da vida em comunidade. Cada proprietário tem uma residência privada, 
mas também compartilha uma extensa gama de espaços, incluindo cozinha, área de 
refeição, salas para a realização de pequenos trabalhos, lavanderia, quartos de visita, 
entre outros. Embora cada residência seja projetada para ser autossustentável, onde 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
31 
todos têm sua cozinha individual, os ambientes compartilhados têm um papel 
importante quanto a razões sociais epráticas. 
 Pioneiro na Dinamarca no início da década de 1970, chegou aos Estados 
Unidos duas décadas depois. Onde hoje existem 115 comunidades que abrigam cerca 
de 2.700 famílias. Embora cada comunidade seja única, a maioria das comunidades 
compartilha um conjunto de princípios: 
• O envolvimento dos residentes no processo de planejamento; 
• Uma casa comunitária e outras instalações e terrenos de propriedade conjunta; 
• Um layout físico que encoraja a interação (Figuras 2, 3, 4 e 5); 
• E o gerenciamento colaborativo da comunidade. 
 O tamanho dessas comunidades é variável, mas normalmente considera-se 
de 15 a 40 famílias um número ideal para preservar laços sociais. As unidades 
habitacionais são menores do que as tradicionais, e podem ser individuais ou não, de 
propriedade ou alugada, dependendo dos desejos e das necessidades dos residentes. 
 Quando de propriedade, como é frequentemente o caso, a estrutura 
imobiliária é geralmente a de um desenvolvimento de condomínio, em que as 
unidades individuais são de propriedade do agregado familiar e a comunidade 
compartilha a propriedade de instalações comuns e terrenos comuns. 
 Algumas das características atribuídas à cohousing conforme identificado por 
McCamant e Durrett (p.38-41) incluem: processo de participação; projeto de bairro 
intencional; instalações comuns; juntamente com o encorajamento da interação 
humana, o apoio para os membros desfavorecidos da sociedade e a consciência 
ambiental (George 2006). 
 Estes princípios não são exclusivos ao cohousing e podem ser atribuídos a 
todos os tipos de comunidades intencionais. Segundo a definição de Mazo uma 
comunidade intencional o ambiente de vida onde as significativas relações com os 
vizinhos são a norma e não a exceção, onde as pessoas experimentam um 
compromisso com algo maior do que os seus interesses individuais. Como um termo, 
comunidade intencional refere-se a um grupo de pessoas que intencionalmente se 
organizaram com o objetivo de criar, construir e viver em comunidade. 
 As três características que diferenciam cohousing de outras comunidades 
intencionais (embora algumas outras comunidades possam incluir uma variação de 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
32 
alguma destas características) são: estrutura não hierárquica, propriedade 
compartilhada de recursos comunitários e rendas separadas. 
 Embora relativamente novo no cenário residencial, o cohousing está 
emergindo como um arranjo de vida atraente para os idosos. Tanto o design físico 
como o a prática de cuidar dos vizinhos à medida que envelhecem torna esta forma 
de habitação "colaborativa" adequada para aqueles que desejam envelhecer entre 
amigos. 
FIGURA 2 - FORMA LINEAR DE LAYOUT DE UMA COMUNIDADE COHOUSING 
 
Fonte:http://coho.pbworks.com/w/page/8213114/Privacy%20and%20Community%20in%20Co-
Housing 
FIGURA 3 - FORMA CENTRAL DE LAYOUT DE UMA COMUNIDADE COHOUSING 
 
Fonte:http://coho.pbworks.com/w/page/8213114/Privacy%20and%20Community%20in%20Co-
Housing 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
33 
FIGURA 4 - FORMA DISPERSA DE LAYOUT DE UMA COMUNIDADE COHOUSING 
 
Fonte:http://coho.pbworks.com/w/page/8213114/Privacy%20and%20Community%20in%20Co-
Housing 
FIGURA 5 - FORMA HÍBRIDA DE LAYOUT DE UMA COMUNIDADE COHOUSING 
 
Fonte:http://coho.pbworks.com/w/page/8213114/Privacy%20and%20Community%20in%20Co-
Housing 
2.10.1 COHOUSING PARA IDOSOS 
 Para Lung (2017), muitos idosos vivem em lugares que não atendem suas 
necessidades básicas. O automóvel tornou-se uma extensão da família, visto que 
dirigir é um pré-requisito absoluto para que as pessoas possam gerenciar negócios, 
comprar ou participar de atividades sociais. Com o envelhecimento, nossos corpos, 
mentes envelhecem também, atividades antes consideradas fáceis, já não são tão 
simples 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
34 
 O cohousing se apresenta como solução para dois dos grandes problemas 
enfrentados pela terceira idade: a solidão e o desejo de permanecer morando em sua 
casa, com sua privacidade respeitada (LUNG, 2017). 
 A maior parte das opções de hospedagem disponíveis para os idosos hoje 
tendem a isolá-los e desencorajar a atmosfera de comunidade. Apesar de existirem 
opções variadas de habitação para os idosos, como a casa de repouso, estas não 
conseguem suprir ou compensar a manutenção do conforto, controle e independência. 
(DURRET, 2009). 
 Segundo Purvis (2008), o cohousing para idosos incorpora todos os princípios 
do modelo intergeracional, mas com recursos especificamente orientados para 
acomodar as necessidades de pessoas com mais idade, tanto em suporte à saúde 
quanto no projeto. Adotando elementos de desenho universal e acessibilidade. As 
unidades em si são muitas vezes menores e os quartos na casa comunitária podem 
acomodar a família visitante ou ser usados como estúdios para cuidadores. 
 Além do desenho físico, as comunidades idosas se diferenciam na medida em 
que os residentes definem sua abordagem coletiva ao envelhecimento na 
comunidade, incluindo os limites do cuidado compartilhado que eles estão dispostos 
a fornecer uns aos outros. O cuidado compartilhado é um modelo de apoio mútuo de 
vizinhança que pode ajudar a combater o isolamento e promover o envelhecimento 
positivo e ativo. Incentivando a independência através da conscientização de que 
somos todos interdependentes. (RODMAN, 2013) 
 Embora o custo de uma unidade seja o mesmo com ou ligeiramente superior 
às unidades comparáveis na vizinhança, os custos globais podem ser menores visto 
a economia de energia, refeições, amenidades compartilhadas e a ocupação de 
terrenos mais próximos aos centros urbanos, o que diminui o custo com transporte 
para acessar importantes destinações na vida do idoso, como hospitais, mercados e 
correios (PURVIS, 2008), 
 Talvez o fator mais importante, seja que o cohousing para idosos permite que 
os moradores vivam de forma independente e evitem os cuidados institucionais por 
mais tempo do que seria possível em muitas comunidades convencionais, sem deixar 
de ter uma vida em sociedade. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
35 
FIGURA 6 - ILUSTRAÇÃO DE UM COHOUSING PARA IDOSOS 
 
Fonte: Improvistos, 2017. 
2.11 ARQUITETURA E O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL 
 O perfil da população brasileira vem se transformando nas últimas décadas, 
tornando essencial a realização de um estudo sobre as políticas sociais atuais e sobre 
as demandas futuras da sociedade. (SCHUSSEL, 2013) 
 Schussel ainda descreve sobre a existência de duas perspectivas principais 
sobre envelhecimento. Na primeira o idoso é dependente e vulnerável 
economicamente, fisicamente e socialmente, gerando uma discussão sobre o custo 
dessa parte da população para o Estado, resultando no pensamento de que “mesmo 
que o envelhecimento seja desejável sob a perspectiva dos indivíduos, o crescimento 
da população idosa pode acarretar um peso sobre a população jovem, e o custo de 
sustento dela pode vir a constituir uma ameaça ao futuro das nações”(CAMARANO e 
PASINATO, 2004). E a segunda sendo o conceito de ‘envelhecimento ativo’, que é 
definido pela OMS na década de 1990 como “o processo de otimização das 
oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a 
qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 2003). 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
36 
 O decréscimo da capacidade física na velhice pode ser um elemento gerador 
da dependência, como resultado do desequilíbrio entre a experiência da limitação 
funcional, as demandas do ambiente e as expectativas pessoais para o desempenho 
nas atividades da vida diária (BESTETTI; GRAEFF; DOMINGUES, 2012). 
 No ‘Guia Global: Cidade Amiga do Idoso’ é explanada a relação direta entre 
uma moradia apropriada e acesso a serviços comunitários e sociais que influenciem 
a independência e a qualidade de vida dos idosos (OMS, 2008) 
 O Plano Internacional de Ação sobre o Envelhecimento,adotado nas 
assembleias sobre o envelhecimento populacional da Organização das Nações 
Unidas, de Viena, em 1982, e de Madrid, em 2002, estabelece três objetivos principais 
no que se refere à moradia e condições de vida, o envelhecimento na comunidade em 
que se viveu, levando devidamente em conta as preferências pessoais e as 
possibilidades no tocante à moradia acessível para idosos. 
• Objetivo 1: Promover o envelhecimento na comunidade em que se viveu, 
levando devidamente em conta as preferências pessoais e as possibilidades 
no tocante à moradia acessível para idosos. 
• Objetivo 2: Melhoria do projeto ambiental e da moradia para promover a 
independência de idosos considerando suas necessidades, particularmente 
dos que apresentam incapacidades. 
• Objetivo 3: Melhorar a disponibilidade de transporte acessível e 
economicamente exequível, para os idosos 
 No mesmo documento que a moradia e o ambiente são de suma importância 
para os idosos principalmente pela acessibilidade e segurança, tendo como ônus o 
investimento financeiro que os idosos devem fazer para manter um lar em que a 
segurança emocional e psicológica esteja presente. Uma moradia satisfatória pode 
trazer benefícios para a saúde e o bem-estar. 
 Com saúde física e mental, segurança, e participação na sociedade como 
nova perspectiva, modifica o ponto de vista sobre o idoso, de uma política baseada 
nas necessidades das pessoas mais velhas, para uma política baseada nos direitos 
humanos destas pessoas, ou seja, de agentes passivos para protagonistas de suas 
histórias(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2008). Incentivando a participação 
ativa dos idosos na sociedade e auxiliando na sobrevivência. 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
37 
2.12 A ARQUITETURA COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO DO IDOSO 
2.12.1 CONFORTO AMBIENTAL 
 Para as questões de conforto ambiental, a NBR 15220 (2003), que trata do 
desempenho térmico de edificações, classifica a cidade de Curitiba como zona 1, e a 
estratégia para obtenção de conforto sugerida é aberturas médias para ventilação e 
que seja permitida a entrada da luz do sol durante o período de frio. As vedações, 
parede e cobertura, devem ser leves. 
 A norma também sugere que a forma, a orientação e a implantação da 
edificação, além da correta orientação de superfícies envidraçadas, contribuiria para 
otimizar o seu aquecimento no período frio através da incidência de radiação solar. A 
cor externa dos componentes também desempenha papel importante no aquecimento 
dos ambientes através do aproveitamento da radiação solar. 
2.12.2 ERGONOMIA 
 A ergonomia é uma ciência multidisciplinar, que através, de conhecimentos 
de diversas áreas analisa a relação do homem com o ambiente ao seu redor e com o 
trabalho (PASCALE, 2002). Buscando adequar os ambientes e seus equipamentos às 
características antropométricas, fisiológicas, comportamentais, de gênero, idade, e 
capacidades das pessoas. A ergonomia visa melhorar a qualidade de vida estudando 
as dimensões do corpo humano, mas também o ambiente físico e seus fatores, e 
como estes influenciam na qualidade de vida dos indivíduos. Tendo como 
preocupação as diferenças e limitações de cada pessoa e qual a capacidade dela de 
interagir com o meio. 
 Os equipamentos, sistemas e tarefas devem atender 95% da população e 
com o envelhecimento a postura e os movimentos sofrem alterações que influenciam 
o desempenho das atividades (HAZIN, 2012). Mostrando dessa forma a importância 
da ergonomia para a terceira idade. 
 Segundo Pasquale (2002) em países como Japão e Holanda é fundamental 
levar a ergonomia em consideração em todos os projetos, incluindo dessa forma, os 
menos capacitados em todos os âmbitos da cidade. Já no Brasil, a percepção da 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
38 
velhice como fim da fase produtiva é com âmbito de correção, que adapta os espaços 
já existentes ao uso do idoso. 
 Com a aplicação da ergonomia em projetos voltados para os idosos a 
consequência será um ambiente seguro e confortável, que torne as limitações trazidas 
pela idade menos impactantes na qualidade de vida. 
2.12.3 ACESSIBILIDADE E DESENHO UNIVERSAL 
“Muita gente espera viver vidas longas e realizadas, mas poucos devem 
admitir envelhecer quando isso envolve deterioração nas suas habilidades 
físicas e mentais. Quando isso é agravado por um desenho inadequado no 
ambiente construído, a mobilidade pessoal pode facilmente ser reduzida, e o 
medo de acidentes – particularmente de quedas – irão justificadamente inibir 
o estilo de vida de muitas pessoas no envelhecimento. (...).” (HARRISON, 
2001) 
 
 Os idosos podem apresentar diversos tipos de deficiências; visuais, auditivas, 
sensoriais e físicas, todas são despertadas naturalmente pelo processo do envelhecer 
e podem acarretar diversos tipos de adversidades para a vida do indivíduo. 
 No Brasil, cerca de 30% das pessoas idosas caem pelo menos uma vez ao 
ano e o risco aumenta nas pessoas acima de 85 anos (INSTITUTO DE CIÊNCIAS 
BIOMÉDICAS ABEL SALAZAR, 2014). Essas quedas muitas vezes provocam 
fraturas, que geram declínio funcional, risco de novas quedas, depressão e até 
aumento da mortalidade. Esses efeitos evidenciam a importância da insersão dos 
conceitos de acessibilidade, que de acordo com a Lei Brasileira da Inclusão é a 
possibilidade de acesso com segurança e autonomia de espaços, mobiliários, 
equipamentos urbanos, edificações, transporte, informação e comunicação; e do 
desenho universal que por sua vez é a forma de se conceber produtos, ambientes, 
programas e serviços para que possam ser usados, por todas as pessoas, sem 
necessidade de adaptação ou projeto específico (ONU, 2009). Tornando o projeto um 
espaço pensado para todos, e ajudando na garantia de uma cidade inclusiva. 
 Projetar de acordo com o desenho universal é fazer uso das normas de 
acessibilidade em todos os projetos, facilitando a circulação e o uso de qualquer 
pessoa, garantindo a inclusão social. Não só as moradias, mas todos os espaços 
devem ser seguros para todos, ter facilidades que permitam adaptações, boas 
condições de visibilidade que permitam que as pessoas idosas não precisem de tanta 
CONCEITUAÇÃO TEMÁTICA 
 
39 
atenção e força para se locomoverem, além de ter dimensões que possam atender a 
maioria da população. 
 A NBR 9050 define acessibilidade como a “possibilidade e condição de 
alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de 
edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (ABNT, 2004). 
Para Bestetto, a falta de alguns sentidos ou a mobilidade comprometida de pessoas 
com necessidades especiais têm nas especificações de acessibilidade a garantia de 
conforto e segurança, fator fundamental em projetos arquitetônicos para a construção 
de espaços que visam ao bem-estar, ao protagonismo e à participação. 
 Para Harrison (2001), o projeto de habitações adequadas para pessoas 
idosas deve apoiar a manutenção da independência pessoal e da dignidade. Para 
alcançar esse estado o desenho universal e a acessibilidade devem ser considerados 
na concepção dos espaços, reduzindo os efeitos das deficiências, sendo essas 
passageiras ou não e garantindo a segurança e evitando incidentes. 
 
 
3 ESTUDOS DE CASO 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
41 
3 ESTUDOS DE CASO 
3.1 COMPLEXO SOCIAL DE ALCABIDECHE 
FIGURA 7 - FOTO 
 
Fonte: Architizer,2017. 
 
Arquitetos: Guedes Cruz Arquitetos 
Localização: Alcabideche, Portugal 
Área: 9956.0 m² 
Ano do projeto: 2012 
 
 Vencedor da categoria ‘Saúde e Bem-estar’ dos prêmios Architizer 2014, o 
projeto é constituído por 52 unidades habitacionais térreas destinadas a idosos e uma 
edificação central, que possui três pisos elevados e um subterrâneo. 
 A análise nessa pesquisa é direcionada, sobretudo, na relação entre os 
espaços de habitação e a implantação. 
 O terreno tem uma área de 12 876 m², sendo que a área construída éde 
aproximadamente 10 000 m². O complexo remete um estilo de vida Mediterrâneo, no 
qual espaços ao ar livre de ruas, praças e jardins são como uma extensão da casa. 
 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
42 
FIGURA 8 - FOTO 
 
Fonte: Architizer,2017. 
 
 As habitações estão organizadas em uma malha regular com modulação de 
7,5 m por 7,5 m em com ruas de diferentes larguras entre elas, gerando espaços 
reservados para os pedestres que gozam da proteção da sombra proporcionada pelas 
casas durante o dia, e à noite são guiados pela luz das casas emitem. 
FIGURA 9 - IMPLANTAÇÃO DO COMPLEXO SOCIAL DE ALCABIDECHE 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
43 
 Analisou-se também o diálogo entre as moradias e o edifício central, que serve 
como casa de apoio, e seus ambientes, que inclui áreas sociais, piscina, área de 
refeição, área de enfermagem com quartos individuais, área para pacientes 
acamados, um espaço ecumênico e que também inclui um sistema de produção de 
eletricidade com uma instalação fotovoltaica. 
FIGURA 10 - ESQUEMA DE IMPLANTAÇÃO. 
Fonte: Archdaily, 2017 
FIGURA 11 - FOTO 
 
Fonte: Architizer,2017. 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
44 
FIGURA 12 - CORTE E ELEVAÇÕES. SEM ESCALA. 
 
 
 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
 
 Como pode ser visto na Figura 12, as casas são constituídas por uma caixa 
de concreto aparente que contém as áreas de vivência, sala e cozinha, quarto e 
banheiro. E por uma caixa em que o material, “plexiglass”, um material translúcido, 
semelhante a um acrílico, que reflete os raios solares por ser branca, é impermeável. 
 Conforme o esquema da Figura 13, essas caixas acendem no final do dia 
permitindo que os usuários circulem à noite. No caso de uma emergência, os usuários 
podem acionar um sistema de alarme que avisa uma estação de controle localizada 
no edifício central e a luz da cobertura em forma de caixa se transforma: de branca se 
torna vermelha. 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
45 
FIGURA 13 - PLANTA E ELEVAÇÕES DA HABITAÇÃO. SEM ESCALA. 
 
Fonte: Archdaily, 2017Esquemas de conforto térmico e ambiental. 
 
 
 
Fonte Archdaily, 2017 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
46 
3.2 RESIDÊNCIA PARA IDOSOS 
FIGURA 14 - FOTO 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
 
Arquitetos: Óscar Miguel Ares Álvarez 
Localização: Valladolid, Spain 
Área 2000.0 m² 
Ano do Projeto: 2016 
Fotografias: Jesús J. Ruiz Alonso / Pedro Iván Ramos Martín 
 
 A residência para idosos de Aldeamayor de San Martín está localizada em um 
terreno e árido. Por isso, os arquitetos tentaram fazer com que o projeto aliviasse a 
ação da natureza e do sol, e que permitissem a relação entre os moradores. 
FIGURA 15 - PLANTA GERAL 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
47 
 Segundo a plataforma Archidaily, a face exterior é simples e dura como o 
deserto que rodeia o edifício, contrastando com o interior amável e complexo. A 
análise da presente pesquisa foi centrada na disposição das habitações, que são 
como células que se aglutinam de forma orgânica ao redor de um pátio, formando 
áreas intersticiais e de relação. O percurso formado pelos espaços entre essas 
habitações é um lugar rico em cores e espaços, permitindo uma relação próxima entre 
os moradores, se distanciando da clássica configuração deste tipo de centro, mais 
parecida com sombrios hospitais do que com edifícios agradáveis e acolhedores. 
FIGURA 16 - FOTO 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
FIGURA 17 - FOTO INTERNA 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
48 
FIGURA 18 - CORTES 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
 
 Essas células habitacionais que configuram os percursos internos do edifício 
e convivem com as áreas comuns como sala de atividades, academia, refeitório, 
consultas médicas e o grande salão onde criou-se uma espacialidade e iluminação 
natural a fim de gerar um ambiente aconchegante. 
 
FIGURA 19 - ELEVAÇÕES 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
49 
 Já sobre a materialidade, a obra foi feita através do uso de materiais simples 
e de baixo custo, sem ostentações de geometria, espacialidade, luz e um cuidado no 
tratamento cromático e nas texturas a fim de criar um interior acolhedor. 
3.3 CASA PARA A TERCEIRA IDADE 
Arquitetura: BCQ Arquitetura 
Localização: Barcelona, Espanha 
Ano do projeto: 2008 
Área do terreno: 1144 m² 
FIGURA 20 - FOTO 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
 
 Embora, seja um centro dia e não uma moradia a Casa para a Terceira Idade 
é um exemplo muito interessante que foi implantado em uma praça na área urbana 
de Barcelona, conforme a imagem da implantação (Figura 20). 
 A forma de implantação da casa permite uma maior integração com a praça e 
com a rua, tornando o ambiente convidativo. Os arquitetos salientaram que o objetivo 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
50 
principal foi conseguir um local agradável aos idosos, onde eles pudessem se 
encontrar para conversar. A praça teve a inserção de bancos e mesas sob as árvores, 
locais agradáveis para o convívio em área livre, além da instalação de guarda-corpo. 
FIGURA 21 - LOCALIZAÇÃO E SETORIZAÇÃO DO ENTORNO IMEDIATO DA CASA PARA A 
TERCEIRA IDADE. 
 
Fonte: Google Earth modificada pelo autor. Acesso em 28 de maio de 17. 
FIGURA 22 - PLANTA SUBSOLO 
 
 
Fonte: Archdaily, 2017./ 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
51 
FIGURA 23 - PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
 
FIGURA 24 - PLANTA TÉRREO 
 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
 
 A forma arquitetônica do edifício apresenta pureza e equilíbrio das linhas e 
dos volumes, jogo de cheios e vazios e utilização de diversas texturas e materiais que 
remetem a um espaço que possui equilíbrio formal e que proporciona qualidade visual, 
sensorial e experimental. 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
52 
FIGURA 25 - ELEVAÇÃO POSTERIOR 
 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
FIGURA 26 - ELEVAÇÃO FRONTAL 
 
Fonte: Archdaily, 2017 
FIGURA 27 - CORTES 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
 
 Optou-se pela escolha de materiais e acabamentos conhecidos, 
aconchegantes e confortáveis, tais como a cerâmica e madeira, que, em geral, 
produzem uma imagem de arquitetura doméstica e familiar. O resultado estimado foi 
um edifício confortável para os idosos, onde possam se identificar. 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
53 
 Algumas das atividades incluídas no projeto são biblioteca, pequeno auditório 
para palestras, sala para assistir à TV, para jogo de cartas e espaço para a prática de 
atividades físicas. 
FIGURA 28 - CORTE TRANSVERSAL 
 
Fonte: Archdaily, 2017. 
3.4 CENTRO COMUNITÁRIO URBANO PARA IDOSOS 
Arquitetura: Waijun Lee, Malasya 
Localização: Pudu, Malasya. 
Ano do projeto: 2015 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
54 
FIGURA 29 - PERSPECTIVA CENTRO COMUNITÁRIO URBANO PARA IDOSOS EM PUDU 
 
Fonte: Behance, 2017. 
 
 Um centro comunitário é um espaço público que oferece serviços básicos para 
a comunidade local. Segundo o autor, Pudu é uma cidade em processo de 
envelhecimento, assim como a população Brasileira, o programa oferece 
principalmente espaços e serviços voltados para os idosos. 
 Em um cohousing, existe uma edificação central na qual os espaços 
compartilhados pela comunidade se encontram, a casa comunitária. No centro 
comunitário projetado por Lee, como pode ser observado na figura 30 vemos um 
grande número de amenidades destinadas principalmente aos idosos: área 
administrativa, quartos para visita, área de estar, escritórios para alguel, sala de 
reunião, espaço de refeição, espaço para leitura, área de espera e de interação social, 
espaços ao ar livre, sala de aula multiuso, sala de aula de culinária, sala multimídia, 
biblioteca, terraço multiuso, espaço multiuso, café, hall principal, espaço de 
armazenamento, lojas e banheiros. 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
55 
FIGURA 30 - PERSPECTIVA CENTRO COMUNITÁRIO URBANO PARA IDOSOS EM PUDU 
 
Fonte: Behance, 2017. 
ESTUDOS DE CASO 
 
 
56 
FIGURA 31 - PLANTAS - CENTRO COMUNITÁRIO URBANO PARA

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