Buscar

REF 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CASA LAR PARA IDOSOS: NEUROARQUITETURA APLICADA A PROJETOS 
PLANEJADOS 
 
Autor: Vanusa Deolindo da Silva 
Orientador: Thais Mourad 
Curso: Arquitetura e Urbanismo 
 
 
RESUMO 
 
Uma das intenções da produção arquitetônica é produzir espaços em função do ser 
humano que habita o local. Ao abordar projetos voltados para a concepção da 
proposta nos faz refletir sobre a necessidade de buscar a ocupação de espaços com 
características funcionais ao mesmo tempo que o ambiente influencie na saúde física 
e mental do idoso avaliando de que maneira certos fatores arquitetônicos podem 
melhorar a qualidade de vida do mesmo. O estudo através da Neuroarquitetura nos 
leva a planejar espaços eficientes gerando conforto, bem-estar, alinhados as 
necessidades do usuário e consequentemente trazendo melhor qualidade de vida. Ao 
alinharmos os princípios do planejamento do espaço à Neuroarquitetura, adotamos 
conceitos que podem ser alcançados, manipulados e usados, independentemente do 
tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade. Desta forma o trabalho 
visa identificar e tratar o espaço para melhor formatação arquitetônica de uma casa 
para idosos, partindo do princípio que um ambiente bem planejado gera mais 
qualidade de vida para quem habita o mesmo. 
 
Palavras-chave: acessibilidade, arquitetura para idosos, comprometimento funcional, 
psicologia ambiental. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O número de idosos no Brasil cresce ano após ano, nesse contexto nota-se 
uma demanda maior pelas Instituições denominadas “Instituição de Longa 
permanência para Idosos” - ILPI, desafios de grande relevância para a saúde pública, 
conforme o art. 3.º do Estatuto do Idoso. 
Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder 
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, 
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência 
familiar e comunitária. 
Em consequência, ao analisar o serviço oferecido podemos notar, no entanto, 
que a maioria das Instituições existentes não se encontram em condições adequadas, 
seja por sua estrutura física inadequada, espaços insuficientes, mal dimensionados e 
por representar “um lugar de exclusão social”, onde existe uma grande resistência e 
até um certo preconceito em relação a essas Instituições. Gleice Elali em seu artigo 
sobre “Relações entre comportamento humano e ambiência: uma reflexão com base 
na psicologia ambiental”, citou, (Thiabaud, 2004): 
Cada local possui uma ambiência própria que o caracteriza e cuja construção 
é cotidiana. A base dessa ambiência é a articulação entre muitos fatores 
visíveis e invisíveis que impregnam aquele lugar e definem sua identidade, 
influenciando o comportamento das pessoas que vivem no local ou o 
percorrem. Ela é composta por aspectos físicos, culturais, sociais, de uso e 
de temporalidade, entre outros, muitos dos quais operam de modo 
inconsciente (Thibaud, 2004). 
Nesse contexto, podemos perceber que grande parte da população idosa tem 
vida independente e autônoma, porém tem aqueles que por ocorrência adversa 
precisam de cuidados diferenciados necessitando de ajuda para realizar atividades 
diárias. Segundo o IBGE, havia cerca de 10 milhões de idosos em 1990. Em 2000, 
este número foi de 15 milhões de idosos, em 2025 espera-se que alcance a 34 
milhões, dados esses que apontam para necessidade de adaptações a esse novo 
padrão populacional. Em consequência ao aumento na expectativa de vida podemos 
refletir de que maneira a produção arquitetônica pode agregar qualidade aos anos 
adicionais de vida nas ILPI, “Instituição de Longa permanência para Idosos”. Tendo 
em vista as informações acima, a problemática deste artigo se dá através do 
questionamento seguinte: Quais demandas um espaço de lar para idosos deve 
atender? 
Com base nos aspectos acima citados, podemos perceber que a concepção de 
espaços inclusivos voltados ao planejamento, funcionalidade, convívio social, 
incentivo a prática de atividades físicas, intelectual e ocupacional, são fatores que 
podem interferir para que o idoso tenha melhor qualidade de vida nas ILPIs. Dessa 
maneira, a neuroarquitetura tem como finalidade desenvolver projetos capazes de 
impactar o estado físico e emocional das pessoas contribuindo para construção de 
ambientes humanizados. Conhecida como utilização e estudo estratégico do impacto 
do ambiente na forma comportamental dos indivíduos a neuroarquitetura estuda 
através da análise da influência do ambiente na saúde mental dos pacientes. Essa 
ciência trata que o espaço físico possui influência direta no comportamento dos 
 
 
 
 
indivíduos presentes no espaço, em relação ao bem-estar dos mesmos. A pesquisa é 
conhecida também como psicologia ambiental, onde o homem não possui ação 
apenas como usuário passivo do ambiente, mas também como alguém que possui 
ação no ambiente de forma cíclica, assim sendo, o homem muda o meio, essa 
mudança modifica o homem e o homem volta a mudar o meio (MILANEZE, 2013, 
p.59). 
A pesquisa elaborada tem por objetivo contribuir na concepção de espaços 
planejados eficientes, alinhados às necessidades do idoso trazendo qualidade de vida 
através da aplicação dos estudos da neuroarquitetura. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 ENVELHECIMENTO E SUA RELAÇÃO COM O ESPAÇO 
Com o passar dos anos vamos envelhecendo e o corpo vai adquirindo 
alterações morfológicas, bioquímicas, fisiológicas e psicológicas que vão resultando 
em redução da capacidade de adaptação ao ambiente ao seu redor e que pode 
resultar em complicações sérias e até levar a morte (MORIGUTI e FERRIOLLI, 1998). 
 De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), 
“considera-se pessoas idosas, pessoas com a idade cronológica de 60 anos ou acima 
disso”. Com o avanço da ciência e da tecnologia a população de idosos no mundo 
vem crescendo e por isso a busca por um processo de envelhecimento saudável vem 
sendo possibilitada. Assim, as atividades recreativas e os exercícios físicos vem 
sendo gradativamente inclusos, no cotidiano dos idosos. Estas atividades são 
importantes e necessárias no decorrer da vida para pessoas que buscam longevidade 
de forma saudável e melhor expectativa de vida. 
 Pessoas que não praticam atividades físicas estão mais propensas a acidentes 
e riscos durante qualquer atividade diária mesmo que simples, à falta de equilíbrio, de 
força e resistência são fatores essências para a decorrência de acidentes e essas 
inaptidões levam a um aumento do risco de acidentes durante a caminhada em piso 
irregular ou no simples ato de tomar banho. 
 O sedentarismo se agrava ao passar dos anos e a situação tende a ficar cada 
vez pior, os idosos perdem a disposição para praticar atividades físicas e de se 
movimentar. Essa indisposição resulta em um agravante de doenças degenerativas e 
crônicas amplificando casos de pessoas impossibilitadas de realizarem a prática de 
atividades diariamente. 
Com o crescente envelhecimento populacional mundial, temos um aumento da 
prevalência de doenças físicas, mentais e sociais, com intenso comprometimento na 
qualidade de vida desses indivíduos. Quando se pensa em saúde, em gerontologia é 
importante destacarmos as questões ambientais por sua reflexibilidade na saúde 
física e mental assim como o entendimento dessas relações em face desse fenômeno 
(CASSOL, 2012). 
Sobre o meio ambiente, Reigota (2009) o define como um lugar determinado 
e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação com os 
aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural 
e tecnológica e processos históricos e políticos de transformações da natureza e da 
sociedade. 
 
 
 
 
Com encontros de espaços que vinculem afetivamente as pessoas e valorizem 
suas trajetórias de vida e seus saberes, busca-se inserir o idoso na discussão e debate 
sobre temas que articulemmeio ambiente e cidadania, garantindo seu direito à 
informação e possibilitando a condição de ser sujeito político na luta pela dignidade 
do envelhecer. 
Segundo Neri (2006), com os avanços científicos e biotecnológicos, a expec-
tativa de vida aumentou, porém um novo desafio surgiu, que é o de acrescentar 
qualidade de vida a esses anos, e para que isso ocorra, uma das possibilidades é a 
inserção do cidadão idoso nas questões ambientais, para atuar como educador e/ou 
educando, e contribuir para o almejado desenvolvimento sustentável. 
 Perda de força muscular, redução hormonal, aumento de pressão, diminuição 
do débito cardíaco, sobrepeso corporal, redução da capacidade funcional dos 
pulmões, são problemas visíveis na vida de um idoso, entre outros. Essas alterações 
resultam em falta de equilíbrio orgânico e comprometem cada vez mais um estilo de 
vida saudável dos idosos. As doenças mais comuns que podem ser relacionadas ao 
processo de envelhecimento de acordo com Leitão (2006, p. 194) são: 
 Artrose: Doença nas articulações caracterizada pela perda da cartilagem e 
reparação óssea. Dentre as alterações patológicas reumáticas a artrose é constituída 
por causar de forma isolada o comprometimento da capacidade locomotora. 
 Osteoporose: Doença osteometabólica que se localiza ou generaliza de acordo 
com a queda contínua da densidade e da massa óssea e das modificações da 
estrutura do tecido ósseo trabecular, que resulta em ossos mais frágeis e aumenta os 
riscos de fraturas. 
 Artrite: Doença caracterizada por estar mais entre as mulheres com causa 
desconhecida, a atrite é progressiva e atinge de forma severa o corpo, causando 
morbidade, incapacidade e mortalidade, seu tempo de redução nos homens é de 4 
enquanto as mulheres podem chegar a terem 10 anos de suas vidas reduzidas. Atinge 
principalmente as articulações, causando deformidades e atingindo órgãos como, 
pulmão, nervos, pele, coração, olhos e tecidos subcutâneos. 
 Doenças Cardíacas: As doenças mais comuns nos idosos são: doenças 
nas válvulas do coração, doenças arteriais coronarianas, insuficiência cardíaca 
arritmias supraventriculares e ventriculares, além de miocardiopatia hipertrófica. 
 Diabetes: O diabetes é uma doença relacionada à falta da produção de insulina 
ou ação da insulina no corpo, que resulta em complicações crônicas e sintomas 
agudos. Esse distúrbio envolve o metabolismo proteico, gorduroso e da glicose pode 
trazer graves consequências tão rápidas quanto o próprio surgimento da doença. 
Atualmente o diabetes é reconhecido como um problema de saúde pública 
pelo crescente número de pessoas que são diagnosticadas com a doença. 
 Hipertensão Arterial: A hipertensão arterial é a doença crônica mais frequente 
e comum no mundo todo. Quando o assunto são os idosos a frequência aumenta de 
forma significativa, o que faz necessária grande demanda de assistência médica, 
por suas complicações particulares a acidentes vasculares cerebrais. 
 
 
 
 
Entre os processos de doenças quando relacionadas aos idosos as quedas 
passam a ser um dos fatores mais comuns que pode ser visto como um fator único de 
várias causas, as desordens ao caminhar e a falta de equilíbrio fazem com que as 
quedas passem a ser mais frequentes e podem resultar em traumatismos ou lesões 
mais graves, como lesões físicas e perdas funcionais por longos períodos sem 
mobilidade que tornam os idosos dependentes e incapacitados. 
Uma casa segura consiste em uma residência planejada com a finalidade de 
minimizar ao máximo o risco de acidentes, implantando um novo conceito que visa 
oferecer segurança, conforto, independência e qualidade de vida aos idosos. 
Fazendo-se uma análise minuciosa de cada ambiente, podem-se diagnosticar as 
dificuldades existentes no desempenho das tarefas realizadas em cada espaço 
específico. 
As atividades que se realizam nos dormitórios, em geral, são: dormir, 
descansar, ver televisão, ler, escrever, escolher a vestimenta. Portanto, os quartos de 
dormir devem ser amplos, arejados, bem-iluminados, confortáveis e dispor de janelas 
que se voltem a vistas interessantes como forma de estímulos positivos, pois o contato 
com o exterior pode influenciar de forma positiva no estado emocional do indivíduo. 
Devem ser alegres, arrumados e sempre limpos, de forma a evitar o acúmulo de 
poeiras. Quevedo (2002) lembra que se deve também considerar a facilidade de 
manejo e operacionalidade das janelas. O mobiliário deve apreciar o uso para pessoas 
em cadeira de rodas, pois é muito comum a necessidade deste equipamento na idade 
avançada. 
Com relação aos guarda-roupas, deve-se considerar uma altura de no máximo 
1.40m (QUEVEDO, 2002), com iluminação interna para facilitar a visualização. A 
cama deve ter uma altura adequada ao seu usuário, de modo que o indivíduo possa 
apoiar os pés no chão quando sentado e evitar a hipotensão postural (tontura), além 
de possuir cabeceira, permitindo que a pessoa possa recostar-se. Deve-se evitar o 
uso de cortinas muito longas devido ao risco que estas apresentam de tombos, 
tropeços, bem como colchas que sobram panos no piso, pelo mesmo motivo. 
De acordo com (QUEVEDO, 2 002), o banheiro é um dos locais onde se 
registram os mais altos índices de acidentes, principalmente por tratar-se de áreas 
molhadas. Para o planejamento adequado desses ambientes, deve-se levar em conta 
o uso de cadeiras de rodas, planejando-se espaço suficiente para manobras e 
considerando ser esse equipamento muito utilizado pelos idosos. 
O banheiro deve ser equipado com barras de apoio e tapetes com ventosas, 
de modo a evitar escorregões. As bacias devem ficar a uma altura de 48 cm do piso, 
de modo a facilitar seu uso (QUEVEDO, 2002), bem como os deslocamentos de 
cadeiras de rodas para as bacias sanitárias. O piso deve ser antiderrapante e a altura 
do divibox não deve ser maior que 1,5 cm a fim de evitar tombo e tropeços. 
Assim como os banheiros, as cozinhas são locais bastante perigosos para os 
idosos, pois, além de também serem áreas molhadas, apresentam vários riscos de 
acidentes, incluindo quedas e queimaduras. A pesquisa aborda os idosos ativos que 
moram nas suas residências e muitas vezes preparam suas refeições. Os perigos se 
apresentam a partir do momento que se entra na cozinha. É comum o uso de tapetes 
 
 
 
 
espalhados neste espaço. Outro problema bastante comum é o hábito de subir em 
bancos para alcançar utensílios localizados em armários altos. 
Outra tarefa que demanda bastante atenção é a cocção. Queimaduras são 
bastante frequentes nos idosos devido à falta de firmeza nas mãos e à falta de 
atenção. Na análise ergonômica feita por Guimarães et al. (2000), Diagnose 
Ergonômica em Cozinha Para Idosos, as autoras colocam que os principais problemas 
de uma cozinha, são: a falta de uma ventilação apropriada, equipamentos de difícil 
manuseio e falta de apoio adequado. 
As características físicas são definidas como todas as qualidades físicas que 
possam ser desenvolvidas através de treinamento. No âmbito das valências físicas 
podemos classificar resistência, agilidade, força, equilíbrio e coordenação motora. 
Para idosos equilíbrio e força são capacidades de maior importância já que as 
mesmas interferem diretamente na realização de movimentos do dia a dia e na 
locomoção. 
 Equilíbrio: É a capacidade de manter a posição do corpo sobre determinada 
base de sustentação, sendo essa subdividida em estática que é quando uma pessoa 
se encontra imóvel e controlando a oscilação da postura ou dinâmica quando ocorrem 
mudanças corporais e ajude de manutenção do centro de gravidade. 
 Força: A força nos músculos é definida como o ato de ser forte, que se define 
na capacidade do músculo de produzir resistência a um esforço máximo ou tensão 
ativa, sendo uma característica humana com o qual se move uma massa. 
 Este conceito de força é bem amplo e abrangente, é definido pela 
incapacidade, desvantagem, deficiência, assim como fatores com autonomia e 
independência,trabalhando mais na falta de capacidade funcional. Pode ser definida 
também como dificuldade ao desempenhar certas atividades do cotidiano ou pela 
impossibilidade de desempenhá-las. A capacidade funcional é influenciada por fatores 
demográficos socioeconômicos, psicossociais e culturais. Mudanças no estilo de vida, 
como a prática de exercícios físicos e alimentação regulada, e a falta de vícios são 
essenciais para controle e apoio da capacidade funcional (ROSA et. al., 2003). 
 Para Borges, Lazaroni e Silva (2012), o treinamento funcional busca melhorar 
a capacidade funcional, através de exercícios que proporcionam melhorias no controle 
corporal, do equilíbrio e contribuem no desenvolvimento da consciência, reduzindo a 
incidência de lesões e efetivando os movimentos. 
As alterações físicas durante o envelhecimento são visíveis e os resultados do 
processo de envelhecimento é a redução das capacidades físicas do indivíduo, como 
agilidade, força muscular, coordenação, flexibilidade, equilíbrio entre outras. 
Alterações da anatomia fisiológica como concentração do tecido adiposo, redução da 
elasticidade muscular e vascular, hipotrofia muscular e cerebral, o corpo tende a 
diminuir o cálcio nos ossos, densidade óssea, desvios de coluna, volume respiratório, 
altura, consumo máximo de oxigênio, frequência cardíaca máxima, debito cardíaco. 
Entre as alterações psicossociais estão a ocorrência a baixa autoestima, depressão e 
isolamento social (MAZINI FILHO et. al., 2009). 
 
 
 
 
Segundo Matsudo (2006) a diminuição da força e da massa 
musculoesquelética são os fatores principais pela redução da funcionalidade do 
indivíduo e da sua mobilidade. De acordo com a ACSM – AMERICAN COLLEGE OF 
SPORTS MEDICINE (2003) a Figura 01, explica de forma simplificada os efeitos 
ocorridos durante o processo de envelhecimento. 
Figura 1: Efeitos durante o envelhecimento. 
 
Fonte: Adaptado de ACMS, 2003. 
Durante o processo de envelhecimento podem ser observados diversos 
declínios nos componentes da capacidade funcional do indivíduo, em especial está a 
diminuição da força muscular, que resulta a perda da autonomia do idoso para a 
realização de tarefas comuns no dia a dia. Segundo Matsudo (2004) as atividades 
diárias são as principais determinantes da capacidade do idoso de viver de forma 
independente. 
São classificadas como atividades da vida diária sentar-se, tomar banho, se 
vestir, levantar, assim sendo, todas aquelas atividades necessárias para os cuidados 
pessoais básicos para o dia a dia, existem também as atividades instrumentais da vida 
diária que são atividades de maior complexidade que completam o quadro de 
independência do idoso entre estas estão, fazer compras e limpar a casa (MATSUDO, 
2004). A partir desta observação é possível perceber se o idoso pode ou não viver de 
forma independente de outra pessoa. 
De acordo com Matsudo (2001) a capacidade funcional pode ser definida no 
potencial em que os idosos apresentam para atuar e tomar decisões em suas vidas 
sem o auxílio de outra pessoa. As informações produzidas pelo processo de avaliação 
são o que define se a capacidade funcional do idoso está de acordo com as suas 
necessidades. De acordo com Guimarães et al. (2004) o idoso que busca preservar e 
fazer a manutenção das suas capacidades podem desenvolver sozinhos as atividades 
do seu cotidiano e com isso prolongar a sua independência. 
 
 
 
 
Santarém et al., (2007) descreve as capacidades físicas como equilíbrio, 
flexibilidade, força, coordenação e agilidade como capacidades que tendem a sofrer 
redução na sua capacidade máxima durante o período de envelhecimento e é comum 
em pessoas idosas. 
2.2 IDOSOS NO BRASIL E SEUS PRIMEIROS ESPAÇOS 
 Como ocorreu em vários países, as primeiras instituições ou lares para atender 
aos idosos no Brasil também eram para a moradia e acolhimento de grupos sociais 
marginalizados. Nesses grupos apenas os idosos que não possuíam abrigo eram 
incluídos, assim, apenas essa parcela da população idosa possuía atendimento 
dessas instituições, ainda que estes não possuíam seus atendimentos exclusivos. 
 Santos (2007) apud Araújo et al., (2010) descrevem a Casa dos Inválidos, no 
ano de 1790 no Estado do Rio de Janeiro, como a primeira instituição para os idosos 
criada no Brasil. Essa iniciativa ocorreu por parte do Conde de Resende, entre vice-
rei, com intuito de acolhimento dos soldados idosos. Essa casa realizou seu 
atendimento até o ano de 1808, quando esse lar foi alterado para casa particular do 
médico de D. João, em razão da vinda da família real ao Brasil. Dessa forma, os 
residentes foram deslocados para a Santa Casa de Misericórdia. Mesmo que o 
conceito não fosse no modelo assistencial para a velhice como um todo, de modo 
geral, mais sim para atender militares na terceira idade como categoria à parte, essa 
instituição pode ser definida como um marco na medida em que foi o primeiro instituto 
de responsabilidade estatal sobre a velhice. 
 Alguns anos depois no ano de 1868, foi criado o Asilo dos Inválidos da Pátria, 
no Rio de Janeiro, na Ilha de Bom Jesus, também para militares com algum tipo de 
invalidez. Como descreve Santos (2007, p.12), nesse período a invalidez 
principalmente no aspecto do trabalho era associada de forma frequente à velhice até 
meados do século XIX em que os idosos sem amparo da sociedade entram na 
categoria dos indigentes, junto com os outros indivíduos compreendidos como 
incapazes para o trabalho. Em uma sociedade orientada por valores evangélicos e 
cristãos, esse grupo era objetivo de tolerância e piedade social, atendidos por 
instituições de caridade como a Santa Casa da Misericórdia. 
 Os conceitos de higiene difundidos após a segunda metade do século XIX 
tiveram como resultados intervenções sanitárias nas cidades, em instituições que 
acolhiam indigentes e em um início de sua divisão e classificação dentro destes 
ambientes. No ano de 1890 o Visconde Luiz Augusto Ferreira D’Almeida criou o Asilo 
São Luiz para a Velhice Desemparada, no Estado do Rio de Janeiro, se tornando o 
primeiro asilo desenvolvido com intuito de atender os indivíduos idosos. O intuito era 
reunir alguns dos funcionários idosos da fábrica de tecidos “São Lázaro”, porém ao 
passar dos anos esse local foi ganhando notoriedade e apoio das irmãs religiosas do 
Sagrado Coração de Jesus e de empresários, passando assim a acolher idosos de 
toda sociedade. No ano de 1909, foi desenvolvido um pavilhão para atender todos os 
idosos que tivessem interesse de viver lá mediante pagamento mensal. O asilo ainda 
existe, está localizado em uma chácara no estado do Rio de Janeiro e o modelo 
arquitetônico aderido é o pavilhonar, com intuito de se ofertar espaços verdes e livres 
entre uma edificação e outra. Conforme pode ser observado nas Figuras 2 e 3. Na 
Figura 4 é possível analisar o Lar Harmonia que também é um lar para idosos no Brasil 
atuante desde 1994 e constituída legalmente em 23 de janeiro de 1995. Sua escritura 
 
 
 
 
de Constituição de Fundação e transcrição de seu Estatuto Social estão registrados 
no Cartório do 1º. Ofício de Registro Civil de Pessoas Jurídicas de Salvador, sob o nº. 
4867, Livro A-5, e aprovada pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Na figura 5 é 
possível observar o lar de idosos em Perafita está localizado na Vila Perafita da cidade 
de Matosinhos, Portugal, e foi projetado pelo Grupo Iperforma. O lar de idosos em 
Perafita está inserido no Centro Social e Paroquial Padre Ângelo Ferreira Pinto junto 
à igreja local e conta com uma área de implantação com 840 m² e área de construção 
de 3.515 m² (VILELA, 2016). 
Figura 2 - Implantação do Asilo São Luiz, Rio de Janeiro. 
 
 Fonte: BIANCHI, 2013. 
 Figura 3 - Asilo São Luiz 
 
 Fonte: site da Casa São Luiz. 
A Fundação Lar Harmonia foi criada em 1994 e constituída legalmente em 23 
de janeiro de 1995. Sua escritura de Constituição de Fundaçãoe transcrição de seu 
Estatuto Social estão registrados no Cartório do 1º. Ofício de Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas de Salvador, sob o nº. 4867, Livro A-5, e aprovada pelo Ministério Público 
do Estado da Bahia (LAR HARMONIA). 
 
 
 
 
 Figura 4 – LAR HARMONIA 
 
 Fonte: http://www.larharmonia.org.br/a-fundacao/ 
 Figura 5 – LAR DE IDOSOS EM PERAFITA 
 
 Fonte: VILELA, 2016 
 
De acordo com Araújo et al., (2010, p.253), até que mais asilos nestas 
características fossem criados, os idosos sem amparo continuavam a ser atendidos 
por instituições genéricas para indivíduos indigentes. Foi com as alterações 
demográficas que a velhice, a proteção de seus direitos e sua inclusão social 
passaram a ganhar maior destaque. A partir da década de 1970 ações em prol dos 
idosos, além das instituições de asilo, começaram a ser aplicadas no Brasil em escala 
nacional. No ano de 1974 foi fundado o amparo previdenciário para os indivíduos com 
idade superior a 70 anos por lei nº 6.179 no dia 11 de dezembro no ano de 1974 e 
desde este momento outros direitos dos idosos começaram a ser defendidos através 
de legislação pela Constituição de 1988, considerando assim uma Política Nacional 
do Idoso, compreendido no Estatuto do Idoso que contém também outras leis. 
http://www.larharmonia.org.br/a-fundacao/
 
 
 
 
Dessa forma o tema “velhice” começou a ganhar cada vez mais evidência na 
sociedade de modo geral, através da promoção de eventos e seminários, de projetos 
de integração social, de campanhas educacionais do governo, da criação de 
conselhos estaduais do idoso, de programas de preparação para a aposentadoria 
entre outros. Em razão disso, outros meios de apoio ao idoso foram tomando forma 
com seus respectivos espaços como: universidades de ensino para idosos, centros e 
grupos de convivência, centros-dia e clubes. 
2.3 SIMETRIA, FRACTAIS E PROPORÇÃO ÁUREA NA NEUROARQUITETURA 
 Desenvolvido por Benoít Mandelbrot no ano de 1975, o termo fracta consiste 
em resultados de formas repetidas em tamanhos variados, se associando à proporção 
Áurea, onde a derivada de uma constante real algébrica com valor de 1,618 se 
encontra e está presente em várias formas da natureza, na música, obras de arte e 
na arquitetura (LA FUENTE, 2013). A proporção áurea é um retângulo que se separa 
em outros retângulos internos formando assim um modelo de fractal e também 
desenho especial. 
A Neuroarquitetura afirma, em linha com a Gestalt, que nossos sentidos 
percebem de forma não cognitiva essa harmonia arquitetônica derivada do 
uso da simetria, da proporção áurea e do fractal. Essa atração que temos 
pelos fractais e pela proporção áurea não é um resultado consciente. É como 
se fossemos programados para responder positivamente a tais 
características, algo mais ligado aos sistemas límbico e reptiliano do que ao 
córtex, a parte cognitiva e racional do cérebro. 
 
Está proporção áurea se faz presente em obras como o Phartenon na Gécia, 
no famoso quadro da Monalisa de Leonardo da Vinci, entre outros. Dessa forma a 
proporção Áurea se faz presente em diversas obras, os fractais também, é possível 
citar outras obras famosas como a Ópera House de Sydney na Australia, onde o 
conjunto de arcos da cobertura cria a composição e também o Disney Concert Hall, 
na cidade de Las Vegas nos Estados Unidos. 
De acordo com Gonçalves e De Paiva (2017), as composições fractais afetam 
a capacidade do homem de recriar mentalmente o que é tipicamente límbico e afetivo, 
neste processo que ocorre inconscientemente o homem recria figuras e encaixa peças 
sem organização obedecendo a um padrão desenvolvido pelo próprio cérebro de 
forma instintiva. Mesmo que não se tenha razão ou lógica nas peças sobrepostas, o 
córtex inicia uma busca imparável para encontrar um motivo, enquanto este processo 
ocorre, o sistema límbico apenas se emociona em procura de memórias já vistas ou 
vividas, e simultaneamente o sistema reptiliano pode produzir sensações como 
questionamentos e arrepios em relação à segurança do local. Segundo GONÇALVES; 
DE PAIVA (2017). 
Em conjunto a isso existe o Primingi que atua de modo parecido conforme 
Gonçalves e De Paiva descrevem: 
Priming é o processo inconsciente de detectar objetos ou identificar palavras 
que conhecemos. O conceito de priming, já usado no marketing, é simples: 
certas “pistas” apresentadas a um indivíduo podem afetar seu 
comportamento sem que ele tenha nenhuma consciência nem da “pista” 
apresentada nem da alteração do seu comportamento. GONÇALVES; DE 
PAIVA (2017). 
 
 
 
 
No ambiente da arquitetura uma das possibilidades de se aplicar o Priming se 
apresenta em elevadores onde muitos deles possuem espelhos e isso possui uma 
explicação. Os espelhos permitem uma sensação de maior espaço, fazendo com que 
o ambiente espelhado passe a percepção de ser maior em dimensão, diminuindo 
assim a sensação claustrofóbica e o vandalismo. Ao analisar o seu reflexo é possível 
que a mente desenvolva a sensação de não se estar só, uma vez que isso ocorre 
existe a sensação de segurança no espaço habitado. As características arquitetônicas 
influenciam diretamente o comportamento humano e por essa razão é válido que o 
priming seja explorado dentro destes espaços, possibilitando assim a priorização das 
técnicas sempre em função do bem-estar dos usuários. 
 O arquiteto tem como objetivo solucionar problemas através de intervenções 
no ambiente físico que possuam agir de maneira sutil no inconsciente dos indivíduos, 
através de soluções invisíveis e visíveis. Para isso, é de suma importância que se 
conheça as necessidades dos usuários que irão aproveitar o espaço, bem como o seu 
comportamento. Assim sendo, quais os valores serão priorizados no conceito de um 
lar para idosos. 
 A iluminação dos locais, seja fornecida pela luz artificial ou natural, possui papel 
fundamental na qualidade dos espaços em função do bem-estar do morador, sendo a 
análise da iluminação devendo ser realizada de forma individual para cada usuário. A 
luz possui influência direta no ciclo psicológico e fisiológico dos indivíduos. 
De acordo com Vasconcelos (2004), o idoso necessita de pelo menos três vezes mais 
luminosidade do que um indivíduo jovem para que suas atividades sejam realizadas, 
em razão da diminuição da capacidade visual negativa ou positivamente. 
Quando de forma negativa, os sons podem resultar em alterações de humor, 
estresse, irritabilidade e desconforto, quando de forma positiva pode auxiliar em outros 
sentidos, mudanças positivas emocionais e de humor. Os sons vindos de elementos 
naturais, principalmente pela água como cascatas e fontes, possuem efeitos relaxante 
e calmante, podendo ser utilizado em ambientes externos e internos, e trazem 
respostas emocionais, além de mudanças positivas de humor (BERTOLLETI, 2011). 
Ainda segundo o autor o aroma é outro aspecto de suma importância para a qualidade 
dos ambientes. Através do cheiro, o morador pode de forma rápida liberar estímulos 
ao cérebro que rementem a possíveis lembranças do passado. Quando os cheiros 
são agradáveis, é possível que se resulte em melhor sensação de bem-estar e 
redução do estresse, além de relaxar e acalmar. No entanto, quando são 
desagradáveis é possível acelerar a respiração e como consequência resultar em 
aumento dos batimentos cardíacos, gerando assim sensação de mal-estar. 
 Bertolleti (2011) descreve que composições cromáticas podem ter influência 
direta nas sensações térmicas dos ambientes. As cores frias podem resultar em 
sensação de frio quando comparadas a ambientes onde são compostos por cores 
quentes. Outro fator determinante para a qualidade de vida dos moradores de lares 
permanentes é a acessibilidade. De acordo com Bins Ely (2009) o termo 
acessibilidade passa o pressuposto de ausência de barreiras que possam dificultar ou 
impedir o deslocamento com autonomia e segurança, o que resultaem garantia da 
inclusão social de qualquer cidadão que possua a sua capacidade de mobilidade 
diminuída que é o caso dos idosos. 
 
 
 
 
 Segundo Milaneze e Vazin (2016), ao se idealizar um projeto de arquitetura 
para lar de idosos é de suma importância que se conheça os aspectos técnicos e 
específicos quanto as exigências necessárias para que se possa atender as 
necessidades dos indivíduos por um todo, bem como as normas de acessibilidade, 
como também é necessário entender que os usuários em questão são pessoas de 
idade avançada e necessitam de propostas distintas do que se costuma planejar ou 
projetar para pessoas saudáveis e jovens. 
 A NBR 9050 (2015) define a acessibilidade como 
A possibilidade e condições de alcance para utilização, com segurança e 
autonomia, de edificações, mobiliários e equipamentos urbanos e pode ser 
verificada de diversas maneiras. Quando se pensa no deslocamento de 
idosos com mobilidade física reduzida, a preocupação é a garantia da 
inclusão social com segurança e conforto mediante a suspensão de barreiras 
e obstáculos, sendo fator determinante na qualidade de vida dos idosos. 
Para realizar o atendimento das necessidades físicas dos moradores, a norma 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9050 se refere a respeito da 
acessibilidade às edificações, espaços e equipamentos urbanos, mobiliário, deve ser 
aplicada a todos os projetos e oferece as devidas especificações para serem 
aplicadas aos espaços. 
3. METODOLOGIA 
 A metodologia utilizada foi de caráter exploratória por meio de dados 
bibliográficos e documentais, utilizando-se de artigos, livros e materiais relacionados 
ao tema. A pesquisa possui natureza qualitativa e opinativa, na concepção das 
informações, com análises de estudos de casos. Nesse método de revisão as 
narrativas possuem natureza opinativa, pois a seleção do texto utilizado na pesquisa 
foi realizada segundo a opinião do autor com a intencionalidade de reforçar o seu 
ponto de vista, não seguindo um critério sistemático ou quantitativo para esta seleção 
(BERNARDO, NOBRE, JATENE, 2003). 
O estudo ocorreu no mês de maio de 2021, com base nos resumos disponíveis 
em meio eletrônico. Os títulos e os resumos de todos os artigos identificados na busca 
eletrônica foram revisados. Todos os artigos que preencheram o critério de inclusão, 
quando possível, foram obtidos integralmente para melhor compreensão. 
Para a apresentação dos artigos selecionados, elaborou-se um formulário 
composto pelos itens título do periódico, ano, autoria, país de origem e contribuições 
para o estudo. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados nos idiomas 
português, anais de congressos ou conferências, inglês e espanhol; artigos com 
disponibilidade de resumos e artigos publicados entre 1980 e 2016; 
Os critérios de exclusão foram: livros, editoriais, relatórios técnicos e científicos 
e documentos ministeriais; artigos repetidos nas diferentes bases de dados e artigos 
que não estavam direcionados para a temática do estudo. 
4. Discussão de Resultados 
É indispensável que sejam considerados os aspectos subjetivos como a 
memória e a percepção em projetos que se destinam ao atendimento de indivíduos 
 
 
 
 
que já alcançaram a terceira idade, tendo em vista que o idoso se identifica e se 
apropria do espaço em que convive. Dessa forma contribui-se para que o mesmo 
desenvolva uma identificação com o local, podendo assim este espaço influenciar 
diretamente em sua saúde mental e física. 
Os ambientes que melhor apresentam respostas devem ser capazes de 
produzir a sensação de acolhimento e segurança. No entanto vale ressaltar que existe 
a necessidade de que o ambiente continue sendo estimulante e desafiador para o 
indivíduo, evitando que este ambiente crie constrangimento e ao mesmo tempo seja 
capaz de produzir conforto aos idosos. Os ambientes preferíveis são aqueles que 
permitem a acessibilidade em sua utilização, o que torna o processo de deslocamento 
fácil principalmente ao que se refere à conveniência, conforto e a possibilidade de se 
escolher, além de proteção e segurança. 
A iluminação destes espaços deve ser definida com cuidado redobrado em 
projetos que envolva ou seja direcionado a indivíduos idosos, tendo em vista que o 
processo de envelhecimento resulta em perdas sensoriais e cognitivas, principalmente 
em relação a visão, uma vez que o envelhecimento interfere a visão bem como a 
iluminação. Ao se compreender sobre ambientes direcionados aos idosos, é de suma 
importância que se mescle entre iluminação artificial e natural, ofertando assim ao 
usuário melhor proveito da luz natural. 
É de suma importância os espaços externos que usam totalmente a iluminação 
natural, o que pode influênciar na maior capacidade funcional dos idosos, tendo em 
vista que existe a possibilidade de desenvolvimento de desconforto em razão de 
iluminação em excesso ou iluminação deficiente. A luz solar é capaz de estimular 
também sistemas neuro-endócrinos e carcadianos, e a homeostase do organismo, 
assim sendo, capacitam o organismo a se manter em equilíbrio. 
Vale resaltar que a mudança de um ambiente para o outro não possua uma 
grande diferença de iluminação, tendo em vista que essa diferenciação rápida de 
luminosidade pode resultar em uma cegueira momentânea em idosos, resultando 
assim em possíveis acidentes e desconforto. Outro fator relacionado ao entendimento 
e interpretação do idoso em relação a iluminação é o efeito sombra e luz, que em 
diversos casos possui influência no campo visual do idoso que por sua vez acaba 
enxergando a luz como piso e a sombra como um buraco. 
A coloração dos ambientes desenvolvidos para idosos também exige atenção 
e são de suma importância, tendo em vista que as cores usadas de forma correta, 
podem criar ambientes que passam ao indivíduo sensação de bem-estar, além de 
uma possível melhoria na qualidade de vida. É necessário que exista atenção ao uso 
de cores em conjunto, tendo em vista que existe a possibilidade dessa junção de cores 
resultar em um ambiente que acarrete da falta de concentração dos idosos que 
possuem algum déficit cognitivo, é importante considerar que nem sempre os idosos 
conseguem assimilar a quantidade de estímulos resultantes desse conjunto. 
Entretanto, isso não significa que os ambientes devem ser trabalhados apenas com 
uma cor, até porque isto pode tornar difícil para o idoso a orientação no espaço, tendo 
em vista que as cores são relevantes na contribuição de orientação, e funcionam como 
uma referência para indivíduos idosos. 
 
 
 
 
Os tons vibrantes e quentes como laranja, vermelho e amarelo são indicados 
para ambientes desenvolvidos para idosos, tendo em vista que são cores estimulantes 
e encorajam os idosos a se manterem mais ativos, enquanto que as cores frias como 
verde e azul possuem melhor capacidade para redução de estresse e tensão. 
Mais que apenas padrões de necessidades básicas e de habitação, os lares 
para idosos devem funcionar como um “lar”, um local de reconhecimento, de 
aconchego, integração e afeito do idoso com a sociedade, mantendo assim a 
identidade e particularidade de seus residentes. 
Existe a necessidade de que os ambientes sejam distintos aos ambientes 
hospitalares e possuem personificação individual, para que os idosos tenham 
reconhecimento de si dentro do espaço. Tornar possível ao idoso que o mesmo 
preencha seu espaço com móveis e outros objetos pessoais com intuito de suprimir 
sua ausência de casa e que o ambiente se torne a sua casa. Essas técnicas facilitam 
o reconhecimento dentro do espaço, tendo em vista que isso será capaz de auxiliar 
de forma positiva na integração do idoso com o ambiente. 
Ambientes com maior planejamento possuem a capacidade de influenciar de 
forma positiva na vida de seus usuários, principalmente quando são indivíduos que já 
alcançaram a terceira idade e necessitam de melhores cuidados, levando em 
consideração que seus sentidos e funçõesjá não possuem a mesma funcionalidade 
como antes. Os ambientes de casa lar para idosos devem ser capazes de oferecer 
além do cuidado especializado, um ambiente aconchegante, familiar, humanizado e 
afetuoso, tendo em vista que este ambiente será um lar para o idoso, onde ele passará 
a grande parte do seu e provavelmente até seus últimos anos. 
É de grande importância que a identidade e individualidade dos moradores 
sejam preservadas, e que o atendimento de suas necessidades e vontades possam 
ser atendidas sempre que possível. Outro ponto importante é a possibilidade de 
integrar os residentes idosos que não fazem parte da instituição. O fato de tornar 
possível que idosos não residentes tenham acessos aos lares em atividades 
desenvolvidas dentro do ambiente, auxilia bastante na aceitação do ambiente e na 
qualidade de vida de ambos. 
Na Figura 6 é possível observar um exemplo de lar para idosos que se mostrou 
eficaz no Brasil. Localizado na cidade de Curitiba na região Sul do país, a casa de 
repouso Lar Elissa Village é 5 estrelas conta com 6 mil m² de área construída em meio 
a um espaço de 296 mil m² envolto pela natureza. 
Figura 6 – Lar Elissa Village 
 
 
 
 
 
Fonte: gazetadopovo.com.br 
 Considerado o primeiro lar para idosos 5 estrelas, o lar busca atender de forma 
sofisticada os idosos que se hospedarem, com atendimento luxuoso e profissional, 
tratando assim dos idosos da melhor forma possível buscando trazer além de cuidado 
o real prazer em se viver durante a terceira idade. O espaço instiga os idosos a 
participarem de atividades de modo coletivo, a inspiração veio do ramo hoteleiro com 
a proposta de oferecer as facilidades de um hotel, trazendo conforto e requinte, em 
uma moradia assistida. 
Construído em um espaço de 300 mil m² envolto pela natureza com belas 
paisagens, o empreendimento possui 6.000 m² de área construída e conta com 74 
apartamentos com suítes individuais, biblioteca, salão de beleza, espaços multiuso 
com salas de jogos, cinema, varanda para atividades de artes, espaço ecumênico, 
academia, piscina aquecida com elevador para os idosos dependentes, pista de 
caminhada, solarium, horta, jardinagem e restaurante. 
 
Projetado por Flavia Ranieri, arquiteta e urbanista brasileira que tem criado 
ambientes residenciais, de hospitalidade e comerciais com foco em consumidores 
longevos, bem como uma crescente coleção de produtos para esse público. A Figura 
6 e 7 podemos observar as plantas humanizada envolto pela natureza, são espaços 
planejado trazendo harmonia com entorno. Dessa forma e possível notar que o projeto 
foge totalmente dos moldes tradicionais hospitalares, e traz um conceito de conforto 
e bem-estar ao indivíduo que necessita dos serviços de um lar para idosos. 
 
 
 
 
 
 
 Figura 6 – Planta Humanizada 
 
 Fonte: gazetadopovo.com.br 
 Figura 7 – Planta Humanizada 
 
Fonte: gazetadopovo.com.br 
 
 
 
 
5. Conclusão 
Frente a realidade e do dia a dia dos indivíduos que passam sua vida em 
cidades e locais privados de liberdade, é essencial que a arquitetura trate o presente 
tema de modo detalhado e específico, não apenas com base em análises e 
observações empíricas, mais sim de experiências fundamentadas e teóricas com base 
cientifica. A neuroarquitetura é um tema recente que ainda possui vasta amplitude a 
seu respeito a ser explorada, uma vez que seu conceito se encontra em 
desenvolvimento de pesquisa. Os testes baseados na literatura são existentes em 
diversas áreas como psicologia, arquitetura e medicina, todas associadas a 
neuroimagem. 
De modo corporativo o tema se faz ainda mais útil em razão do tempo de 
permanência das pessoas dentro desses lares e ao longo da vida em ambientes de 
trabalho, o que muda completamente o comportamento do usuário em relação a sua 
mente e ao comportamento. Quando o ambiente é precário de planejamento e 
arquitetura fica ainda mais difícil que os colaboradores consigam aplicar a saúde e o 
auxílio necessário a indivíduos idosos. Dessa forma esses ambientes podem vir a 
gerar problemas psicológicos graves como depressão, estresse, ansiedade, que além 
de causar malefícios mentais graves ainda prejudica a saúde física de quem 
necessita. 
A Neuroarquitetura e suas teorias não sugere que ideias criativas sejam 
retiradas dos projetos, ela busca sugerir o uso de ideias criativas como uma 
ferramenta nova e de suma importância na criação dos espaços para idosos. O 
ambiente para idosos deve ser projetado de acordo com as necessidades de seu 
público, tipos de atividades desenvolvidas e condições climáticas, tendo em vista que 
cada ambiente possui a necessidade de diferentes aplicações e técnicas que 
possuem coerência e subjetividade. 
Ao elaborar um projeto o arquiteto responsável pelo desenvolvimento desta 
estrutura para idosos deve possuir vasto conhecimento, tendo em vista que são 
inúmeras as ferramentas de auxilio que podem ser utilizadas, buscando técnicas e 
projetos de acordo com a situação desejada. Principalmente é importante que o 
arquiteto esteja atento para as atividades que serão desenvolvidas e os desejos dos 
indivíduos que já possuem experiências em lares para idosos. É importante que se 
preserve nestes espaços a saúde e a qualidade de vida, além da comunicação. 
6. Referências 
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Exercise and physical 
activity for older adults. Medicine & Science in Sports & Exercise, 2003. 
ARAÚJO, Claudia Lysia de Oliveira; SOUZA, Luciana Aparecida de; FARO, Ana 
Cristina Mancussi e. Trajetória das instituições de longa permanência para idosos 
no Brasil. História da Enfermagem: Revista Eletrônica (HERE), Brasília, v. 1, n. 2, p. 
250-262, jul.-dez. 2010. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade 
a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. 
 
 
 
 
Disponível em: < http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-
2015.pdf>. Acesso em 11/05/2021 
BERTOLETTI, Roberta. Uma Contribuição da arquitetura para a reforma 
psiquiátrica: estudo no Residencial Terapêutico Morada São Pedro em Porto 
Alegre. Florianópolis, SC, 2011. 
BIANCHI, Siva Alves. Qualidade do Lugar nas Instituições de Longa Permanência 
para Idosos — Contribuições Projetuais para Edificações na Cidade do Rio de 
Janeiro. Tese (Doutorado Ciências em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. 
BINS ELY, Vera Helena Moro. A Moradia está Adequada às Necessidades do 
Idoso? In: IV WORSHOP DE ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – 2009, jul, 
2009. 
BORGES, G.; LAZARONI, M.; SILVA, B. A Utilização do Treinamento Funcional 
na Melhora das Capacidades Físicas, Força e Equilíbrio, no Idoso. 2012. 
CASSOL, Paulo B. A gerontologia interface o meio ambiente como estratégia no 
cuidado e promoção da saúde. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e 
Tecnologia Ambiental, v. 6, n. 6 p. 1043-1048, 2012. 
GONCALVES, Robson; DE PAIVA, Andreia. Triuno – Neurobusiness e Qualidade 
de Vida. 1º ed. Brasil: Clube de Autores, 2017. 
GUIMARAES, Guilherme Veiga et al. Reabilitação física no transplante de 
coração. Rev Bras Med Esporte [online]. 2004. 
GUIMARÃES, L. B.; OLIVEIRA, R.; MORAES, A. Diagnose Ergonômica em Cozinha 
para Idosos. 2000. p.20-27. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Síntese e 
Indicadores Sociais. 2010. Disponível em: 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminim
os/sinteseindicsociais2017/SIS_2017.pdf. Acesso em: 11/05/2021. 
FUNDAÇÃO LAR HARMONIA. Disponível em: http://www.larharmonia.org.br/a-
fundacao/. Acesso em 21/06/2021. 
LEITÃO, Lúcia. Espaço do abrigo? Espaço do afeto! In: PROJETO DO LUGAR: 
COLABORAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA, ARQUITETURA E URBANISMO, 2002, 
Rio de Janeiro: Contra Capa, 2002. p. 365-369. 
MATSUDO, S. M. Avaliação do idoso: Física e Funcional. 2º ed. Londrina: 
Midiograf, 2004. 
MATSUDO, S. M. M. Envelhecimento e atividade física.Londrina: Midiograf, 2001. 
Matsudo, S.M.; Matsudo, V.K.; Neto, T.L.B. Impacto do envelhecimento nas variáveis 
antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira 
de Ciências e Movimento, v.8, n.4, p.21-32, 2004. 
http://www.larharmonia.org.br/a-fundacao/
http://www.larharmonia.org.br/a-fundacao/
 
 
 
 
MAZINI FILHO, Mauro Lúcio et al. Análise da interferência da prática da 
hidroginástica no desempenho das AVD’s em indivíduos idosos. Revista digital. 
Buenos Aires. Junho, 2009. 
MILANEZE, G. L. S.; VAZIN, T. Acessibilidade em instituições de longa permanência 
para idosos (ILPI’s), com base na análise de instituições em criciúma – SC. In: 
ENCONTRO NACIONAL DE ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2016, 
Recife. Anais eletrônicos Recife: ENEAC, 2016. 
MILANEZE, Giovana Letícia Schindler. Contribuições para projetos de arquitetura 
das instituições de longa permanência para idosos (ILPI), com base na análise 
de instituições em Criciúma - SC. 2013. 
MORIGUTI, J.; LUCIF JR, N.; FERRIOLLI, E. Nutrição para idosos. São Paulo: Roca, 
1998. 
NERI, Anita L. Desenvolvimento e Envelhecimento: perspectivas biológicas, psico-
lógicas e sociológicas. 2. ed. São Paulo: Papirus, 2006. p. 11-35. 
QUEVEDO, A. M. F. Residências para Idosos: Critérios de Projetos. Rio Grande do 
Sul, 2002. Porto Alegre, 2002. 
REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 
2009. 
ROSA, T.E.C. et al. Fatores determinantes da capacidade funcional entre 
idosos. Revista Saúde Pública 2003; 37(1):40-8. 
SANTARÉM, J. M. Musculação em todas as idades - 1ED - SP - editora Manole 
Ltda - 200 pág, 2007. 
SANTOS, Claudia Rodrigues de Souza. O idoso no Brasil: da velhice desamparada 
à velhice dos direitos? Rio de Janeiro: UCAM, 2007. 
THIBAUD, Jean-Paul. O Ambiente Sensorial das Cidades: Para uma abordagem 
de ambiências urbanas. In: Tassara, E. T. O; Rabinovich, E.P.; Guedes, M. C. 
(Eds.) Psicologia e Ambiente. São Paulo: Educ. 2004. 
 
VASCONCELOS, Renata Thaís Bomm. Humanização de ambientes hospitalares: 
características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior. 2004. 
VILELA, Renata S. Envelhecimento ativo: moradia para o idoso. 2016. Artigo 
(Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do 
Centro Universitário Moura Lacerda, Centro Tecnológico, São Paulo, 2016.

Continue navegando