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1 SUMÁRIO 1 CONCEITOS DE QUALIDADE DE VIDA .................................................... 2 2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) ........................................... 4 3 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ............................................................... 7 4 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO........................................................ 9 5 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO ......................... 11 6 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO ........................... 13 7 ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO.................................................... 14 7.1 Demografia Do Envelhecimento Populacional No Brasil .................... 16 8 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ............................................................. 19 9 MORTALIDADE ........................................................................................ 20 10 MORBIDADE E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ................................ 21 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 23 11 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................ 26 Fatores Determinantes Do Envelhecimento Saudável.................................... 26 2 1 CONCEITOS DE QUALIDADE DE VIDA Fonte:www.superempreendedores.com A Qualidade de Vida (QV) é um assunto relevante no mundo moderno por ser o produto da interação entre as expectativas e realizações de uma pessoa, podendo somente ser descrita e medida em termos individuais, portanto numa análise subjetiva. Esse assunto está em evidência, utilizado como contexto de pesquisa, servindo como elo entre as áreas especializadas do conhecimento como sociologia, medicina, enfermagem, psicologia, economia, geografia, história social, filosofia dentre outras, sendo, portanto, um tema interdisciplinar. Souza e Guimarães (1999) relatam que cientistas sociais, filósofos e políticos foram aqueles que primeiro partilharam e se interessaram por conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida”. Podemos observar que tratar sobre o tema qualidade de vida, vai além das ciências humanas e biológicas, ampliando medidas que não sejam apenas controle de sintomas e sim diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida. Matos (1996) afirma que para falar de Qualidade de Vida, não se pode deixar de enfocar o campo da motivação humana, buscando com isso, identificar as necessidades para sua realização. Os pesquisadores e estudiosos do assunto trabalham a QV englobando campos distintos como estado físico e habilidades funcionais, estado psicológico e bem-estar, interações sociais, fatores e estados econômicos e/ou vocacionais, estado 3 espiritual e/ou religioso. Contudo, alguns autores, em seus estudos ou pesquisas, avaliam apenas determinados campos considerados pertinentes ao que se vai pesquisar; dessa forma, algumas investigações deveriam ser distinguidas entre si, já que poucas avaliam todos os campos que envolvem qualidade de vida (Spilker, 1996 citado por Souza & Guimarães, 1999:122). Spilker refere ainda que o conceito apresenta três níveis: (1) avaliação total do bem-estar, (2) domínio global (físico, psicológico, econômico, espiritual e social) e (3) componentes de cada domínio. Colocando este conceito em forma de pirâmide, "em sua base estariam os componentes de cada domínio" acima mencionados (3); "no meio da pirâmide" estariam os "domínios globais" (2) ; e, no seu "topo", estaria localizada a "avaliação geral de bem-estar do indivíduo" (1). Este nível mais alto (1) pode ser descrito como a satisfação geral e o sentimento de bem-estar pessoal do indivíduo com sua vida. Para Spilker todos estes componentes podem ser avaliados por testes e escalas em conjunto ou isoladamente. Ramos (1995), por seu lado, também define QV entendendo-a como um conjunto harmonioso e equilibrado de realização em todos os níveis, como: saúde, trabalho, lazer, sexo, família e desenvolvimento espiritual. Bley e Nemazza-Licht (1997) afirmam que existem basicamente quatro campos que compõem a Qualidade de Vida, embora algumas vezes haja divergências quanto à terminologia: 1. Função física e profissional; 2. Função psicológica; 3. Interação social; 4. Sensação somática. Wilheim e Deak (1970 citado em Cardoso, 1999:77), definiram qualidade de vida como "a sensação de bem-estar do indivíduo". Segundo esses autores, esta sensação é proporcionada pela satisfação de condições tanto objetivas (renda, emprego, objetos possuídos, qualidade de habitação) como também as condições subjetivas (segurança, privacidade, reconhecimento, afeto). Podemos avaliar a Qualidade de Vida, então, sob dois aspectos: objetivo e subjetivo. O aspecto objetivo é possível de ser aferido, através das condições de 4 saúde física, remuneração, habitação, e também, por meio daqueles indicadores observáveis e mensuráveis. Já a subjetividade da qualidade de vida busca os sentimentos humanos, as percepções qualitativas das experiências vividas. Dalkey (1972 citado por Cardoso, 1999:76) menciona que quando se fala em Qualidade de Vida, deve-se refletir também sobre os fatores subjetivos (sentimentos), a esperança, a antecipação, a ambição, o nível de aspiração, a ansiedade e a idealizada "felicidade". Deve-se compreender que estas características são as que distinguem o ser humano dos demais animais, pois são estes diferenciais que levam o homem a buscar objetivos e ter perspectivas de futuro em decorrência desses fatores subjetivos. Dalkey destaca, ainda, a necessidade de um estudo sociológico e/ou psicológico. Cardoso (1999) admite que é impossível separar o indivíduo de sua interação com o meio. Desta forma, para esta autora, qualidade de vida diz respeito, justamente, à maneira pela qual o indivíduo interage, levando-se em conta sua individualidade e subjetividade, sua interação com o mundo externo, portanto, a maneira como o sujeito é influenciado e como influencia. "Vida com qualidade" é determinada por uma relação de equilíbrio entre forças internas e externas. 2 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) Fonte: www.salpinx.com.b 5 Segundo Guimarães et al. (2004) a Qualidade de Vida no Trabalho já era discutida na Idade Média: 300 a.C. Ensinamentos de Euclides da Alexandria – Geometria – inspiração para melhoria do método de trabalho dos agricultores da margem do rio Nilo; 287 a.C. Arquimedes – Lei das Alavancas – diminui o esforço despendido por muitos trabalhadores; Século XX Helton Mayo – fala do comportamento humano, motivação dos indivíduos para obtenção das metas organizacionais da Qualidade de Vida do Trabalhador; Maslow fala das necessidades fundamentais: fisiologia, segurança, amor, estima e realização. Década de 90: Handing (1995) relata que o problema começou quando transformamos o tempo em mercadoria, comprando esse tempo e não a produção das pessoas. Quanto mais tempo de venda, mais dinheiro se fará, lembrando das condições acima. As empresas tornaram-se exigentes, querendo menos tempo das pessoas que pagam por hora e mais o seu tempo, que pagam por ano, porque no último caso, cada hora extra durante o ano acaba sendo gratuita (in Guimarães et al., 2004). Os conceitos de Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no Trabalho são diferenciados e exigem esforços no sentido de se aprofundar na literatura científica para compreendê-los, mas entrelaçam-se e revelam grande preocupação com relação ao equilíbrio, satisfação pessoal e profissional, além de bem-estar. Evidenciam, ainda, como harmonizar as emoções e a afetividade, visando a melhoria de condutas pessoais objetivando maior produtividade e qualidade de resultados nas empresas. Lacaz (2000:156) comenta que é: (...) inadmissível falar em qualidade do produto sem tocar na qualidade dosambientes e condições de trabalho, o que seria sobre maneira auxiliado pela democratização das relações sociais nos locais de trabalho. Rosa (1998 citado por Limongi-França, 2003:40) define QVT: Qualidade de Vida é a busca contínua da melhoria dos processos de trabalho, os quais precisam ser construídos não só para incorporar as novas tecnologias como para aproveitar o potencial humano, individual e em equipe. 6 No contexto empresarial ela se insere na qualidade organizacional, no repensar contínuo da Empresa. De Marchi (1998 citado por Limongi-França, 2003:41), um dos fundadores e ex- presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, também define QVT: Nos anos 1998-1999, Qualidade de Vida é estar saudável, desde a saúde física, cultural, espiritual até a saúde profissional, intelectual e social. Cada vez mais as empresas que desejarem estar entre as melhores do mercado deverão investir nas pessoas. Portanto, Qualidade de Vida é um fator de excelência pessoal e organizacional. Cardoso (1999), por seu lado, entende qualidade de vida como harmonia e equilíbrio em todos os níveis de realização de trabalho, saúde, lazer, família, sexo e desenvolvimento espiritual. Também menciona a década de 70 como sendo um marco no desenvolvimento da Qualidade de Vida no Trabalho. O trabalho passou a ser enobrecedor, significativo, um caminho para a auto-realização, crescimento profissional, possibilidade de se obter recompensas intrínsecas e extrínsecas, desenvolver habilidades até então desconhecidas, ter o potencial aumentado proporcionando segurança e satisfação com cada realização. Segundo Dejours (1992:136), as pressões decorrentes das organizações de trabalho são potencialmente desestabilizadoras para a saúde mental do trabalhador. Ele explica a “organização de trabalho” através da divisão do trabalho ou o modo operário descrito como de fato ocorre e associa a idéia de repartição, de responsabilidades, hierarquia e controle. Podemos destacar Tumer e Lawrence (1965 citado por Cardoso, 1999) que apresentaram um estudo do comportamento do trabalhador, cujas tarefas incluíam seis atributos: variedade, autonomia, interação exigida, interação operacional, conhecimento, habilidade e responsabilidade. Finalmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a Qualidade de Vida como: (...) a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus obje- tivos, expectativas, padrões e preocupações. Será está, portanto, a definição adotada por nós. 7 3 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA Fonte: maurosandri.blogspot.com.br A expressão “Saúde e qualidade de vida” está sendo frequentemente pronun- ciada pelos brasileiros nos últimos anos. Mas o que representa esta expressão? O termo “Qualidade de vida” abrange muitos fatores que, em conjunto, ofere- cem ao ser humano condições de vida consideradas satisfatórias. Fatores como uma boa educação, boas condições de moradia, bons empregos, bom convívio social, bem-estar integral, enfim, fatores que aumentam a expectativa de vida e transformam a sobrevivência em algo prazeroso. Por isso, há uma constante busca das cidades brasileiras em proporcionar aos seus habitantes um lugar melhor para viver, podendo chegar a uma competição pela qualidade de vida. Mas é a saúde? Por que a saúde é vinculada à qualidade de vida? De certa forma, a qualidade de vida contém a saúde, mas a saúde não contém a qualidade de vida. Em outros termos, quem tem saúde, não implica em qualidade de vida, mas quem tem qualidade de vida, tem saúde. E a preocupação com a saúde vem crescendo e, atualmente, tem lugar garan- tido nos jornais e revistas, nas reportagens e nos documentários. As academias e spas investem cada vez mais em tecnologias, aparelhos e mão-de-obra. 8 É o auge dos profissionais da saúde, principalmente os personal trainners. Para quem está sedentário há anos e quer iniciar uma atividade física, o personal trainer é um aliado importante. O acompanhamento de um profissional pode evitar futuros des- confortos, como lesões, desmotivação e falta de resultados positivos. E esta procura pela saúde resulta também em uma alimentação balanceada. E, neste caso, o acompanhamento de um profissional da nutrição também é essencial. As dietas malucas baseadas em pouquíssimas calorias, além de não trazerem resul- tados a longo prazo, podem provocar um efeito contrário com o fim da dieta e ainda prejudicam o desempenho no dia-a-dia. E os cuidados com a saúde, vão além da atividade física e nutrição. A função dos governos na promoção da saúde pública também é fundamental. Oferecer condi- ções satisfatórias hospitalares e de saneamento básico são requisitos para garantir um lugar no topo do ranking das cidades brasileiras que apresentam melhor qualidade de vida. Por outro lado, estar em dia com seu cartão de vacinas é papel do cidadão, assim como assegurar a higiene pessoal. Então, se você procura saúde e qualidade de vida, saindo de uma rotina se- dentária e uma alimentação desvantajosa, o primeiro passo é a mudança de hábitos. Organize seus horários, procure os profissionais capacitados em suas áreas e mude o seu estilo de vida. Mas faça estas mudanças com acompanhamento profissional, investimentos atuais podem evitar gastos futuros com hospitais, exames e remédios. E o mercado de profissionais da saúde cresce quantitativa e qualitativamente. É importante analisar as melhores opções e verificar onde irá investir o seu dinheiro. Um treinamento físico, por exemplo, deve ser planejado e conferido. É importante este treinamento ser um serviço personalizado, pois cada ser hu- mano possui sua individualidade biológica, sua história de vida e suas formas de mo- tivação. Procure uma equipe de profissionais capacitados e alinhados, pois um profis- sional isolado no mercado de trabalho não conseguirá atender a todas as suas neces- sidades. 9 4 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Fonte: protetoresdapele.org.br Segundo Vandervoort (2000, p. 67) “[...] o aspecto biológico normalmente leva à diminuição das reservas funcionais do organismo. Essas alterações podem ser ob- servadas no organismo do ser humano idoso: muscular, ósseo, nervoso, circulatório, pulmonar, endócrino e imunológico. ”. De acordo com autor supracitado, essas possíveis alterações levam a um de- clínio que variam entre os diversos tecidos e funções, como ainda variam também de um indivíduo para outro. Segundo Guccione (1993), quando alguém é solicitado a imaginar a postura de um idoso, com muita frequência a imagem que surge é a de uma pessoa curvada ou inclinada para frente, que na maioria das vezes, é do sexo feminino e apresenta um alto risco de queda. Para Amâncio (1975), o envelhecimento representa uma etapa do desenvolvimento individual, sendo que a característica principal é acentuada pela perda da capacidade de adaptação, e menor expectativa de vida, isto significa exces- siva vulnerabilidade e reduzida viabilidade diante das forças normais de mortalidade. 10 Pickles et al (1998), considera a população da terceira idade para homens acima de 65 anos e mulheres acima de 60 anos, de acordo com as idades a partir das quais homens e mulheres começam a fazer jus a aposentadoria oficial. Segundo a Lei n° 8.842/94 art. 1 e 2, a política nacional do idoso tem por obje- tivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua au- tonomia, integração e participação efetiva na sociedade; ainda se considera idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade. Segundo Pickles et al (1998), biologicamente somos seres que percorrem o ciclo da vida, interrompido ou não, mas inevitável, que vai do nascimento até a morte; passando pelas seguintes etapas: concepção, desenvolvimento intrauterino, nasci-mento, infância, adolescência, maturidade, velhice e morte. De acordo Petroianu e Pimenta (1999), a velhice não é apenas a deterioração orgânica, mas o que ocorre são perdas físicas, anunciando ou atestando o surgimento de doenças degenerativas, diminuição de força e vitalidades orgânicas. Perdas psíquicas, representadas pelo declínio da memória, diminuição ou anu- lação da vida afetiva, desinteresse em adquirir novos conhecimentos. O envelhecimento é um processo universal, é um termo geral que segundo a forma em que aparece, pode se referir a um fenômeno fisiológico, de um comporta- mento social, ou ainda cronológico, isto é, de idade. É um processo em que ocorre mudança nas células, nos tecidos e no funcio- namento de diversos órgãos. (RODRIGUES; DIOGO, 2000, p. 12). Segundo Petroianu e Pimenta (1999), o crescimento da população idosa deve- se ainda a evolução da medicina. Para Leme (2000), a população vem aumentando rapidamente e por consequência o progressivo aumento da população idosa, este au- mento deve-se as melhores condições de vida, a maior expectativa de vida. O aumento acentuado do número de idosos trouxe consequências para a soci- edade e, obviamente para indivíduos que compõem esse segmento etário. Era neces- sário buscar os determinantes das condições de saúde e de vida dos idosos e conhe- cer as múltiplas facetas da velhice e do processo de envelhecimento. Ver esses fenô- menos simplesmente pelo prisma biofisiológico é desconhecer a importância dos pro- blemas ambientais, psicológicos, sociais, culturais e econômicos que pesam sobre eles. Ao contrário, é relevante ter uma visão global do envelhecimento como processo 11 e do idoso como ser humano. Hoje felizmente, toda a área do saber sobre a velhice encontra-se em grande evolução. (PICKLES et al, 1998, p. 78). A perda de algumas funções fisiológicas é inevitável na pessoa que envelhece, por melhores que sejam seus hábitos de vida. 5 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO Fonte: http://zh.clicrbs.com.br Segundo Guccione (1993), múltiplos problemas poderiam afetar a postura. Três dos fenômenos mais comumente observados na prática da fisioterapia são a depres- são, o delirium (estado confusional agudo) e a demência. De acordo com o autor supracitado (1993), a depressão é o único problema mais comum de saúde mental que acontece no idoso. A depressão altera tanto a pos- tura quanto o afeto geral. Pickles et al (1998), relata que no envelhecimento ocorrem diversas alterações, trazendo ao ser humano, mudanças psicológicas. O estado emocional de um idoso implica contextualização de sua história de vida, suas reações emocionais provavel- mente estão diretamente relacionadas com a vivencia que acumulou no transcorrer de sua existência. 12 De acordo com Zimermann (2000), essas mudanças psicológicas podem resul- tar em dificuldades de se adaptar a novos papéis, falta de motivação e dificuldades de planejar o futuro, depressão, hipocondria, somatização, paranoia, suicídio, baixa alta imagem e autoestima, necessidade de trabalhar as perdas orgânicas afetivas e soci- ais. Zimermann (2000, p. 57), ainda afirma que: assim como as características físicas do envelhecimento, o caráter psicológico também está relacionado com here- ditariedade, a história e com atitude de cada indivíduo. Sendo assim indivíduos mais saudáveis e otimistas tem mais condições de adaptarem-se as transformações trazi- das pelo envelhecimento. São mais propensas a verem a velhice como um tempo de experiência acumulada, liberdade para assumir novas ocupações. Segundo Gonong (2000), o envelhecimento é uma etapa normal do desenvol- vimento e continuidade da vida de um indivíduo, fazendo com que o ser humano aceite com tranquilidade a sua velhice, e procurar alguma maneira para continuar a ser útil à sociedade, aos familiares e amigos. De acordo com Brouwer (1981), a medida em que as pessoas vivem mais, mu- danças acontecem, as distâncias aumentam, a vida fica mais agitada, o tempo sempre mais curto e as condições econômicas mais difíceis, a sociedade se modifica. Isso exige maneiras diferentes de viver uma grande flexibilidade e capacidade de adapta- ção que nem sempre os velhos têm. “A velhice é um processo contínuo de perdas, em que os indivíduos ficariam relegados a uma situação de abandono, desprezo, de ausência de papeis sociais, e estes fatores levam a construção de uma série de estereótipos negativos em relação aos velhos.” (SILVA, 1999, p. 68). 13 6 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO Fonte: envelhecimentounb94.blogspot.com.br Todo o organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre mu- danças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo multicelular cos- tuma ser dívida em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase re- produtiva e a senescência, ou envelhecimento. Durante a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que o tornam aptos a se reproduzir. A fase seguinte é caracterizada pela capacidade de reprodução do indivíduo, que garante a sobrevivência, perpetuação e evolução da própria espécie. A terceira fase, a senescência, é caracterizada pelo declínio da capacidade funcional do organismo. (IDADE ATIVA, 2004). De acordo com Idade ativa (2004), “o envelhecimento é causado por alterações moleculares e celulares, que resultam em perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo como um todo. ” O envelhecimento é um processo comum a todos os seres vivos, sendo assim, o conhecimento de seus aspectos anatômicos e sua fisiologia. Rebelatto e Morelli, (2004, p. 59), explicam que: Uma vez que envelhecemos, apresentamos perda em estrutura. Essa perda de ordem de 1cm por década aproximadamente começa a acontecer por volta dos 40 14 anos de idade. Essa perda se deve, principalmente, à diminuição dos arcos do pé, ao aumento das curvaturas da coluna e também a uma diminuição no tamanho da coluna vertebral, devido à perda de água dos discos intervertebrais decorrentes dos esforços de compressão a que eles são submetidos. De acordo com Rebelatto e Morelli (2004), o idoso também apresenta algumas alterações características e que podem dar a ideia de sua formação típica. São o au- mento dos diâmetros da caixa torácica e do crânio, a continuidade do crescimento do nariz e do pavilhão auditivo. Ocorre também aumento do tecido adiposo, principalmente em regiões carac- terísticas como a região abdominal. O teor de água corporal diminui, pela perda hídrica intracelular, há perda de potássio. Esses fatos levam o idoso a perder massa corporal, afetando vários órgãos, como os rins e o fígado, mas os músculos são os que mais sofrem com essa perda de massa com o passar do tempo. A pele fica menos elástica por causa da alteração da elastina e ocorre diminui- ção da espessura de pele e do tecido subcutâneo, levando ao aparecimento das ru- gas, ocorrendo também alterações nos melanócitos, que são células que dão a cor à pele, que levam a formação de manchas, hiperpigmentadas, marrons e lisa, principal- mente na face e dorso da mão. 7 ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO Fonte: www.ufpi.br 15 Envelhecimento populacional é definido como a mudança na estrutura etária da população, o que produz um aumento do peso relativo das pessoas acima de de- terminada idade, considerada como definidora do início da velhice. No Brasil, é defi- nida como idosa a pessoa que tem 60 anos ou mais de idade. O envelhecimento po- pulacional é um fenômeno natural, irreversível e mundial. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos proporcionais. Dentro desse grupo, os denominados “mais idosos, muito idosos ou idosos em velhice avançada” (acima de 80 anos), também vêm aumentando proporcionalmentee de maneira mais acelerada, constituindo o segmento populacional que mais cresce nos últimos tempos, sendo hoje mais de 12% da população idosa. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atual- mente existem no Brasil, aproximadamente, 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa pelo menos 10% da população brasileira. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde – OMS, no período de 1950 a 2025, o grupo de idosos no país deverá ter aumentado em quinze vezes, enquanto a população total em cinco. Assim, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcan- çando, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade. É importante destacar, no entanto, as diferenças existentes em relação ao processo de envelhecimento entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Enquanto nos primeiros o envelhecimento ocorreu de forma lenta e associado à melhoria nas condições gerais de vida, no segundo, esse processo vem ocorrendo de forma rápida, sem que haja tempo de uma reorganização social e de saúde ade- quadas para atender às novas demandas emergentes. É função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem idades avançadas com o melhor estado de saúde possível, sendo o envelhecimento ativo e saudável, o principal objetivo. Se considerarmos saúde de forma ampliada, torna-se necessária alguma mu- dança no contexto atual em direção à produção de um ambiente social e cultural mais favorável para população idosa. 16 7.1 Demografia Do Envelhecimento Populacional No Brasil O efeito combinado da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade no Brasil tem produzido transformações no padrão etário da população, sobretudo a partir de meados dos anos de 1980. O formato tipicamente triangular da pirâmide populaci- onal, com uma base alargada, está cedendo lugar a uma pirâmide populacional com base mais estreita e vértice mais largo característico de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento, como demonstram os gráficos a seguir. Esse quadro caracteriza-se pela redução da participação relativa de crianças e jovens, acompanhada do aumento do peso proporcional dos adultos e, particular- mente, dos idosos. Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos de idade corres- pondiam a 26,47% da população total, o contingente com 65 anos ou mais de idade representava 6,53%. Em 2050, o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total. Importante indicador que mostra o processo de envelhecimento da população brasileira é o índice de envelhecimento. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos, havia 24,7 idosos de 65 anos ou mais de idade. 17 Neste período, a proporção de idosos cresceu mais de 170% enquanto a redu- ção da proporção de crianças até 14 anos foi de 42%, conforme se mostra no Gráfico 2, a seguir. Entre 2035 e 2040, haverá mais população idosa numa proporção de 18% su- perior à de crianças e, em 2050, essa relação poderá ser de 100 para 172,7. (Gráfico 3). 18 O Brasil caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais en- velhecido; fenômeno que, sem sombra de dúvidas, implicará na necessidade de ade- quações das políticas sociais, particularmente daquelas voltadas para atender às crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social. Os ganhos sobre a mortalidade e, como consequência, o aumento da expecta- tiva de vida, associam-se à relativa melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, às campanhas nacionais de vacinação, aos avanços tecnológicos da medicina, ao aumento do número de atendimentos pré-natais, bem como ao acompanhamento clínico do recém-nascido e ao incentivo ao aleitamento materno, ao aumento do nível de escolaridade da população, aos investimentos na infraestrutura de saneamento básico e à percepção dos indivíduos com relação às enfermidades. O aumento da esperança de vida ao nascer em combinação com a queda do nível geral da fecundi- dade resulta no aumento absoluto e relativo da população idosa. 19 8 TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Fonte: cuidamos.com O Brasil não é exceção à tendência observada na maioria dos países. Desde a década de 60, observam-se os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional no país, que resultam em alterações nos padrões de ocorrência das en- fermidades. A transição epidemiológica caracteriza-se pela mudança do perfil de morbidade e de mortalidade de uma população, com diminuição progressiva das mortes por do- enças infectocontagiosas e elevação das mortes por doenças crônicas. Além disso, apresenta diversidades regionais quanto às características socioeconômicas e de acesso aos serviços de saúde. A figura a seguir (gráfico 5), apresenta as rápidas mudanças ocorridas no Brasil nas últimas décadas, nas quais a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias caiu de 46% (em 1930) para 5,3% (em 2005), enquanto as mortes por doenças e agravos não transmissíveis chegaram, em 2005, a representar dois terços da totali- dade das causas conhecidas. Nos países desenvolvidos, a transição epidemiológica transcorreu em um período longo, enquanto nos países em desenvolvimento ocorre de maneira rápida, acarretando profundas necessidades de adaptação dos serviços de saúde às novas realidades. 20 9 MORTALIDADE Fonte: www.isaude.net Os agravos decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis têm sido as principais causas de óbito na população idosa, seguindo uma tendência mundial. Quando são analisadas as causas específicas, a doença cerebrovascular ocupa o 21 primeiro lugar em mortalidade no país, tanto em idosos quanto na população geral, e as doenças cardiovasculares, o segundo lugar. Nos países de alta renda e no mundo de uma forma geral, observa-se o inverso quanto a essas duas causas, ou seja, do- enças cardiovasculares, em primeiro, e doença cerebrovascular, em segundo. Vários motivos estão implicados nessa discrepância em relação ao restante do mundo, provavelmente um dos mais importantes seja a alta prevalência de hiperten- são arterial na população brasileira e o não tratamento ou o tratamento inadequado dessa doença, tendo em vista que a hipertensão arterial é o principal fator modificável da doença cerebrovascular. Estes aspectos podem ser apreciados no quadro abaixo (tabela 1). 10 MORBIDADE E USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Considerando o conjunto das principais causas de internação hospitalar, ob- serva-se, também para a morbidade, um predomínio de doenças crônicas não trans- missíveis. Todavia, a pneumonia, causa específica que ocupa o segundo lugar, não se enquadra nesse grupo. Quando se trata de internação hospitalar pelo SUS, várias considerações pre- cisam ser feitas: o número de internações é condicionado à oferta do serviço, não 22 obstante guarda alguma relação com a ocorrência da enfermidade na população; po- dem haver distorções quanto à notificação da morbidade, tendo em vista que o sis- tema que notifica é o mesmo que remunera o prestador do serviço; nem todos os idosos brasileiros são usuários exclusivos do SUS, em média 70% dos idosos brasi- leiros o são, porém há variações regionais consideráveis, com uma tendência de di- minuição desses percentuais de Norte para o Sul do país. Quando se trata de morbidade em idosos, aspectos da condição de saúde e uso dos serviços de saúde na comunidade são extremamente importantes. Ver a ta- bela 2, abaixo. 23 BIBLIOGRAFIA AMANCIO, A. Clínica geriátrica. São Paulo: Atheneu, 1975. AMERICA COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Prova de esforço físico e prescrição de exercícios. Rio de Janeiro: Reuimter, 1994. BARBANTI, J. 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Confort, em 1979, conceituou o processo de envelhecimento como "a redução dos mecanismos de ma- nutenção da homeostasia em condição de sobrecarga funcional" (CONFORT, 1979). Em síntese, o envelhecimento pode ser entendido como um processo de redu- ção da reserva funcional, sem comprometer, na quase totalidade dos mecanismos, a função necessária para as atividades do cotidiano. A existência de uma limitação fun- cional evidente, mesmo em um nonagenário, deve ser entendida, portanto, como o efeito de um processo fisiopatológico (senilidade ou envelhecimento secundário), por- tanto de uma doença mais do que uma evolução atribuível ao processo natural de envelhecimento (senescência ou envelhecimento primário). Saudável: atributo de quem tem saúde, termo ainda entendido como "ausência de doenças". Assim fosse, contando com as técnicas diagnósticas atuais e com o aumento da expectativa de vida do ser humano, seriamos todos "condenados" a não ter saúde, portanto seríamos considerados insanos já nas primeiras décadas de vida. Fácil é perceber que, à medida em que envelhece, o homem vai acumulando doenças crônicas que farão parte, com grande frequência, do seu patrimônio pessoal durante toda a existência. Por outro lado é absolutamente patente que as doenças crônicas causem suas principais consequências quando cursam de forma descontro- 27 lada ou descompensada. Há, portanto, nítida diferença entre o portador de hiperten- são arterial sistêmica (HAS) devidamente tratada e aquele que mantém níveis pres- sóricos elevados. Assim, com o intuito fundamental de distinguir estas condições, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1947, definiu que "saúde é um estado de pleno bem estar físico, psíquico e social" (OMS, 1947). Resume, portanto, nesta frase, as condi- ções adequadas de vida para um ser humano em qualquer idade, cultura ou perfil socioeconômico. No que diz respeito ao idoso, fica claro que este estado de saúde deve coexistir com a existência de uma ou mais doenças crônicas. Estudos realizados no município de São Paulo revelaram que 78% dos idosos tinha pelo menos uma doença crônica que necessitava de um tratamento medicamen- toso. Estes dados são compatíveis com os do Instituto Nacional de Saúde americano (NIH,2000), de que 3/4 da população idosa americana tem pelo menos uma doença crônica e que destas, mais da metade (56%) tem duas ou mais doenças crônicas (Bodenheimer; Wagner; Grumbach, 2002). Torna-se necessário, portanto que haja a possibilidade de minimizar os efeitos deletérios da doença para que possa ocorrer para a maioria dos idosos uma perspec- tiva de experimentar um envelhecimento saudável. Se por um lado isto é um anseio de todo indivíduo que almeja possuir sua au- tonomia e independência durante toda a vida, este também é uma necessidade das Instituições de Saúde que entendem ser impossível para qualquer tipo de economia ou de desenvolvimentopolítico social a manutenção da saúde de uma população ex- ponencialmente crescente e com índices de comodidades muito elevados. Muitas são, portanto, as estratégicas recomendadas para a Promoção do En- velhecimento Saudável. Em 1992 a OMS, por intermédio da Organização Pan Ameri- cana de Saúde (OPAS) recomendou que a "Promoção da Saúde do Idoso seja reali- zada por ações interdisciplinares" e que "estas ações sejam dirigidas, especifica- mente, para reduzir, nesta população, o risco de adoecer e de morrer" (OPAS, 1992). Estas recomendações corroboram o nosso conceito de atuação neste sentido identificando-o como Senecultura (termo proposto em 1985), que ao nosso ver é "o conjunto de ações interdisciplinares que contribuem efetivamente para Promoção de Saúde do Idoso" (Jacob-Filho, 1998). 28 Fica evidente que não é possível realizar esta proposta sem a cooperação das diferentes áreas profissionais envolvidas com o envelhecimento. Neste mister, o ge- rontologia assume, muitas vezes o papel fundamental para a eficácia da intervenção. Ao nosso ver "seria impossível que um profissional reunisse o conhecimento e habilidade para atender adequadamente o idoso" e que torna a promoção do enve- lhecimento saudável um desafio interdisciplinar para os períodos presente e futuro (Jacob-Filho, 1984). Não temo afirmar que, se o século XX caracterizou-se pela grande revolução etária da população do mundo, o século XXI será caracterizado pela solução dos pro- blemas que este fenômeno determinou. Para tal, muitas possibilidades de atuação em diferentes fases do desenvolvimento terão que ser rapidamente implementadas. No cenário atual, a população que apresenta maior crescimento relativo, seja nos países desenvolvidos, seja nos em desenvolvimento, são os "muito idosos" (pes- soas com 80 ou mais anos). A título de exemplo, na década de 1991 a 2000, esta faixa etária apresentou, no Brasil (segundo o IBGE), um crescimento de 63% en- quanto que a população nestes 19 anos cresceu apenas 3% (IBGE, 1999; 2000). Importante frisar que é exatamente nesta faixa etária que ocorrem as maiores complicações das doenças crônicas mal cuidadas. Dados recentes da professora Le- brão (Projeto SABE, 2003) e da OMS revelaram que, dentre os muitos idosos, haver incapacidade para realizar todas as atividades de vida diária (AVD) superior a 75% e para as atividades instrumentais (AIVD) de mais de 80% (labrão; Duarte, 2003). Cabe ressaltar que estas limitações tornam inviável a permanência destes oc- tagenários em seu meio ambiente se não houver a existência da figura do cuidador, elemento crítico para a manutenção da integridade física e emocional deste longevo, mas que pode, em muitos casos inexistir, o que favorece a opção familiar pela institu- cionalização. Acredito que estas considerações iniciais possam justificar a busca universal por soluções que visem a prevenção e/ou a recuperação da saúde com vistas a pre- servar a funcionalidade de quem envelhece. Enumero adiante as ações que vem sendo propostas não apenas para atender as expectativas manifestas pela OPAS de reduzir a morbimortalidade para tornar o envelhecimento uma fase incluída no cenário evolutivo do ser humano saudável. 29 Avaliação Global do Idoso (AGI) Esta atitude, por muitos interpretada como procedimento puramente mecânico está sendo entendida como uma importante ferramenta para atuar preventivamente nos diferentes fatores de risco da saúde do idoso. Em uma comparação sobre a efi- cácia da AGI aplicada sistematicamente a uma população americana, comparando-a a um grupo-controle para o evento "institucionalização", demonstrou-se que houve nítida redução (28%) desta ocorrência dentre os submetidos a AGI (LUK; OR; WOO, 1998). A importância deste impacto foi comparada, pelos autores, ao uso de betablo- queador no período após o Infarto Agudo do Miocardio (IAM), que reduz risco de novo IAM em 26% dos casos e da terapia adjuvante à mastectomia por câncer de mama, que reduz a recidiva em 29%. Na AGI podem ser detectadas muitas das particularida- des que determinarão má evolução futura. A funcionalidade dos membros superiores avaliada sistematicamente por um teste simples e prático proposto por Guralnik (1995) revelou fortes indícios de quem, na evolução, foi encaminhado a um nursing home em uma grande população americana (Guralnik; Ferruci; Simonsick, 1995). Uma vez de- tectada a limitação, opta-se por qual medida seria a mais conveniente para eliminar o fator de risco ou reduzir a sua progressão. A título de exemplo, as fases iniciais da Doença de Parkinson ou a sarcopenia acentuada podem, muitas vezes, não ser manifestas como sintomas e passarem de- sapercebidas ao olhar menos sensibilizado. Em uma AGI sistemática, esta limitação tornar-se-á evidente e o tratamento será iniciado precocemente, seja ele medicamen- toso ou não. Da mesma forma visão, audição, equilíbrio, cognição, humor, sono, au- tonomia e independência, estado nutricional, continência urinária e fecal, rede de su- porte social, auto avaliação da saúde, perspectivas futuras, enfim todos os parâmetros determinantes do "estado de pleno bem-estar físico psíquico e social" devem ser co- nhecidos para que seja possível, na cronologia indicada, intervir adequadamente. Estímulo à atividade física regular 30 Infelizmente, embora tenhamos cada vez mais evidência a favor dos efeitos preventivos dos exercícios em relação aos principais fatores de riscos para as doen- ças comuns à segunda metade da vida, vemos com pesar um progressivo sedenta- rismo sendo incorporado aos hábitos e costumes do homem moderno. Quem poderia supor, há algumas décadas que teríamos que atuar contra o sedentarismo infanto- juvenil. Estudos recentes demonstram que a obesidade é muito mais uma condição da atividade do que de um aumento expressivo da ingestão calórica. Há nítida corre- lação entre o peso corporal e o tempo em que o indivíduo permanece diante de uma tela, seja ela de televisão ou de computador. Se isto é preocupante entre os mais jovens, é ainda mais entre os idosos, pois esta progressiva redução da mobilidade que caracteriza os hábitos da maioria das pessoas que envelhecem torna-se um dos principais motivos para o incremento da sarcopenia e das limitações funcionais. Há tanto interesse em modificar esta condição de imobilismo que campanhas voltadas para o estímulo à prática de atividade física regular estejam ocorrendo a nível local ("Agita São Paulo") ou no mundo (Carta a Heidelberg), entre outros. O estímulo, porém, para hábitos de vida mais sedentários (elevadores, esteiras rolantes, controles remotos, entregas a domicílio, compras pela internet, trabalho e educação à distância) são importantes opositores a esta intenção. Salienta-se que, para os idosos há o agravante de encontrar os ambientes favoráveis para a prática de exercícios. Ao nosso ver, mais do que construir opções apropriadas que dependam de recursos financeiros e políticos poucos disponíveis, há que se "customizar” os am- bientes já existentes. Temos recomendado que idosos interessados em iniciar um pro- grama de atividades físicas, façam suas caminhadas em segurança nas alamedas das galerias e shoppings centers antes da abertura das lojas. Em mais de um deles já ocorreu, por iniciativa das empresas locais, a contratação de um Professor de Educa- ção Física ou de uma Fisioterapeuta para orientar os exercícios que precedem e su- cedem a caminhada. Obviamente não é a solução que nos satisfaz, mas é com cer- teza um passo importante da mobilização de um segmento em busca de novas op- ções em favor da sua saúde. Deste ponto para a busca por exercícios mais específicos para cada demanda ou necessidade, teremos um caminho bem mais curto e favorecido. Cabe aos profis- sionais a responsabilidade de incentivar com as evidências já suficientemente dispo-31 níveis, que a atividade física faça parte do cotidiano de quem pretende ter um enve- lhecimento saudável. Em recente manifestação do professor Keneth Cooper, defensor contumaz dos exercícios aeróbicos na proteção do sistema cardiovascular nas déca- das de 70/80, hoje um praticante confesso dos exercícios resistidos por entender que esta composição é a que melhor protege e recupera a funcionalidade do idoso. Do alto dos seus 78 anos conclui "quem não tiver tempo para realizar atividades físicas vai ter que encontrar tempo para cuidar de suas doenças". Mudanças de hábitos deletérios Não há dúvida atuais quanto à importância da interrupção de tabagismo em qualquer idade. Os benefícios são evidentes a partir da oitava semana de abstinência. Não há motivo, pois para se admitir que o tabagismo possa ser indiferente para quem fuma há seis décadas. Entendo que quem justifica a manutenção por ser este "o seu único amigo" ou "o último prazer que lhe resta" é portador de um distúrbio afetivo sintomático e necessita ser tratado como tal. Uma abordagem adequada não só inter- romperá a exposição ao tóxico como propiciará um retorno ao equilíbrio psíquico e ao convívio social independente de subterfúgios prejudiciais à saúde. A mesma forma se encontra o conhecimento sobre o alcoolismo. Especial aten- ção deve ser dada a esta prática em idosos quando muitas vezes retomam ou se iniciam nesta condição como substituto dos seus desajustes psíquicos e sociais. Por outro lado tem sido demonstrado que o uso moderado de bebidas alcoólicas em es- pecial o vinho (mais ou menos 150 a 200ml dia) pode ser acompanhado de menor incidência de doenças cardiovasculares e neurológicas. No nosso entendimento, as controvérsias com relação a ser este um fator causal ou meramente marcador do equilíbrio emocional (nem falta nem exagero) ainda não nos permite identificar esta prática com recomendável. Devem ser entendidas também como hábitos deletérios, aquelas que ocupam demasiado tempo no cotidiano das pessoas. São, em geral, ati- vidades que impedem uma agradável distribuição dos papéis profissionais e sociais e que no futuro, quando interrompidas, vão causar importante transtorno no estado de saúde, conforme a definição da OMS. São bons exemplos aqueles que se destinam, fundamentalmente, a um só ob- jetivo profissional ou a cuidar de seus dependentes (filhos ou parentes enfermos). 32 Adequação nutricional A longo tempo sabemos (mas pouco aplicamos) que há uma necessidade nu- tricional para cada fase da vida ou cada condição funcional. O envelhecimento é um dos grandes exemplos desta condição. Além de se tratar de um processo de hetero- geneidade funcional, onde mesmo gêmeos univitelinos que envelhecem em condições diversas, tornar-se-ão incomparáveis nas décadas futuras. Encontraremos em uma população de mesma idade, uma grande gama de situações em que a dieta deverá ser adaptada. Com isto, quero enfatizar que não existe uma "dieta ideal para o idoso". São razoavelmente estudadas, quais as necessidades alimentares para cada compo- nente e em que condições devem ser limitadas ou suplementadas. Não raramente, porém, encontramos, mesmo em ambientes funcionalmente financeiramente favore- cidos, a existência de desnutrição proteica, porque foram oferecidos ao idoso nos úl- timos anos os "alimentos mais leves" constituídos em geral de carboidratos. Fatores outros como a dentição, as possibilidades de compra e de preparo do alimento, a necessidade de viver e de cozinhar sozinho, os distúrbios de humor e as alterações do aparelho digestivo, em meio aos efeitos deletérios da diminuição do apetite, secre- ção de saliva e paladar criam um cenário muito favorável ao prejuízo nutricional. Desta condição para o comprometimento da saúde, o a evolução é certa e ime- diata. As consequências estruturais (osteoporose, sarcopenia e atrofia do tecido sub- cutâneo) e funcionais (imunidade, locomoção, controle da temperatura) são frequen- temente relacionadas aos mecanismos fisiopatológicos da quase totalidade das do- enças que acometem o idoso. Não creio haver qualquer estratégia de prevenção e/ou planejamento terapêutico, mormente em idosos, que possa prescindir da adequação nutricional. Importante salientar que estas recomendações, à semelhança da atividade física, devem partir de um basal comum à maioria das pessoas mas deve atender às características individuais de cada idoso. Respeitar os valores culturais, hábitos, pre- ferências e condições econômicas são as particularidades que identificam o profissi- onal capacitado a atuar nesta faixa etária. A opção de obter, da alimentação, uma interessante opção de busca pelo prazer pode, muitas vezes, ser a porta inicial da solução de importantes conflitos sociais. Bom exemplo desta capacidade tem sido 33 evidenciada por estudos realizados com a introdução de animais domésticos na resi- dência de quem vive sozinho ou em instituições de longa permanência (ILP), denomi- nada pet therapy. Observa-se, em consequência, incremento da condição nutricional (companhia para comer e ter que preparar o alimento) e das atividades físicas (ter que levar o animal passear, ao veterinário, ao pet shop) e da autoestima. Postergar o início das doenças Este é um dos aspectos mais interessantes a ser incluído entre os indivíduos que visam o envelhecimento saudável. Se, por um lado, estamos cientes da grande probabilidade de sermos portadores de doenças crônicas na fase intermediária da vida, não há porque esperá-las passivamente para depois trata-las Quem melhor pos- tulou esta possibilidade foi Fries (1980) demonstrando que o aumento da expectativa de vida de uma população enferma produz "aumento de vida com doença" o que pouco contribui para o bem-estar do indivíduo ou da sociedade. Por outro lado, os procedimentos que visam produzir os fatores de risco têm por objetivo postergar o aparecimento das doenças nos geneticamente predispostos fazendo com que se manifestem mais tardiamente ou não tenham a possibilidade de se manifestar. Bons exemplos são o controle da obesidade nas pessoas de maior risco para diabete, a restrição de sal para os propensos a HAS ou uso de meias elás- ticas para quem descende de portadores de varizes dos membros inferiores. Assim podemos almejar em breve, quando pudermos detectar os determinantes genéticos para cada enfermidade, quais as principais estratégias a que cada um deve aderir. Por enquanto nos valemos das informações advindas dos antecedentes familiares e do conhecimento sobre incidências e prevalência de cada enfermidade em cada fase da vida. Nem todos necessitam de tudo, mas a possibilidade de prevenir a ocorrência precoce de uma enfermidade crônica trará inigualável benefício quanto à possibilidade das futuras complicações. Segundo Fries, mesmo quando há alguma perda na expec- tativa de vida total, a compressão da morbidade terá grande benefício na ampliação do período de vida sem doença e sem grandes limitações (FRIES, 1980). Ampliação da rede de suporte social 34 Mesmo quando tivermos, em futuro próximo, a aplicação de grande parte des- tas medidas de Promoção do Envelhecimento Saudável, haverá um momento em que o idoso tornar-se-á mais limitado e dependente de outrem. Nesta fase da vida, serão de grande valia todos os laços afetivos e sociais que cultivou durante a sua existência. Será impactante em qualquer fase desta evolução, mas principalmente na etapa mais avançada, que hajam pessoas interessadas em tornar este período o mais confortável possível. Surpreende-se, em geral, quem dele participa, com a quantidade de ações simples e protetoras de bem-estar que se pode incluir nesta fase da vida. Estudos muito bem conduzidos têm demonstrado que a magnitude da Rede de Suporte Social tem sido um dos fatores mais relevantes na Qualidade de Vida do idosono extremo da sua longevidade. Com esta explanação sobre o tema limitada pelo tempo e pelas condições emo- cionais em que foram escritas, fica claro, espero eu, que a Promoção do Envelheci- mento Saudável seja uma das grandes, senão a maior, prioridade para as Instituições de Saúde no transcorrer deste século, pois sua implementação implica em cuidar de todas as condições de saúde do ser humano desde a sua concepção, visto que cada passo precedente foi e será fundamental na condição posterior do indivíduo que en- velhece. Na sua mais recente reunião sobre o tema (Genebra, 2002), a OMS manifes- tou-se a respeito das políticas de saúde objetivando o envelhecimento ativo e propôs, como diretrizes, ações que vão desde o cuidado da gestante para propiciar o melhor desenvolvimento intrauterino do futuro idoso até o estímulo para que este, nas fases mais avançada de sua vida, possa fazer uso dos instrumentos que a sua comunidade tem a lhe oferecer (OMS, 2002). 35 Bibliografia Bodenheimer, T.; Wagner, E.H.; Grumbach, K. Improving Primary Care for Pa- tients with Chronic Illness. Journal of the American Medical Association, v.288, 2002. p.1775-9. Confort, A. The biology of senescence. Third Edition. New York, Elsevier, 1979. p. 27-42. Fries, J.F. Aging, natural death, and the compression of morbidity. New Englan Journal of Medicine, 303, 1980. p.130-136. Guralnik, J.M.; Ferruci L.; Simonsick E.M. Lower-extremity function in persons over the age of 70 years as a predictor of subsequent disability. 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