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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular Lisossomos e Endossomos O sistema de endomembranas é responsável pela síntese, destinação e degradação de macromoléculas. A degradação de macromoléculas fica por conta do sistema endossômico lisossômico. São organelas com características morfológicas e dimensões variáveis. São delimitados por membrana, com proteínas altamente glicosiladas, proporcionando proteção. Além disso, possui hidrolases ácidas em seu lúmen (40 tipos) como proteases, nucleases, glicosidases, lipases, fosfolipases, fosfatases, sulfatases, etc.) Estão presentes em todas as células animais e tem atividade ótima em pH ácido (entre 4,5 e 5). Sua principal função é a digestão celular, eliminando organelas e moléculas citoplasmáticas, degradando material oriundo de endocitose e autofagia (moléculas, outras células e microrganismos). As hidrolases ácidas fazem disgestão de proteínas, lipídeos, ácidos nucleicos e oligossacarídeos. Toda enzima hidrolítica enviada ao lisossomo possui um fosfato adicionado pelo Golgi em uma manose (M6P: manose- 6-fosfato). Ocorre primeiro a adição do fosfato na manose formando M6P, na rede CIS do Golgi. Logo depois, a M6P na enzima lisossomal é reconhecida por receptores de M6P na rede TRANS do Golgi, de onde brotam vesículas (pH 6,5 a 6,7) contendo enzimas marcadas com M6P (participação de clatrinas). Ao fundir com um endossoma tardio (lisossomo imaturo) a manose-6-fostato se separa do receptor por conta do ambiente ácido (pH 5,5 a 6,0) e, além disso, o lúmen do endossoma possui enzimas fosfatases que vão degradar o fosfato, impedindo a conexão com os receptores. No endossoma tardio, por conta do seu ambiente ácido, ocorre a dissociação da hidrolase ácida se seu receptor. As fosfatases lisossomais removem o fosfato da manose (perda de afinidade com o receptor). Além disso, ocorre a reocupação do receptor de M6P para a rede TRANS do Golgi. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular 1) Brotamento de vesículas (clatrinas) contendo enzimas marcadas com M6P (receptores para M6P - rede TRANS do Golgi; 2) Desorganização do revestimento de clatrina e reciclagem de proteínas de revestimento; 3) Vesículas se fundem com endossomos tardios (ph baixo) e fosfatases removem P da manose; 4) Endossomos se fundem com lisossomos (finalização da digestão) e receptor para M6P é reciclado para o Golgi; 5) Enzimas lisossomais podem ser secretadas para o meio extracelular, via secreção constitutiva; 6) Receptores de manose são enviados para a membrana plasmática; 7) Enzimas lisossomais recuperadas por endocitose mediada por receptor e encaminhadas aos endossomas tardios. Existem alguns lisossomos especializados em exocitose, ou seja, exercem funções fora da célula de origem. Como exemplo, tem-se: Melanossomos: lisossomos contendo pigmentos (melanócitos) que sofrem exocitose e são incorporados pelos queratinócitos; Osteoclastos: lisossomos contendo enzimas que fazem a remodelação óssea; Espermatozoides: enzimas acrossômicas. Defeitos nas hidrosilases lisossomais levam a doenças de armazenamento nos lisossomos. Doença de Gaucher: ocorre devido à ausência de beta-glicosidase, levando ao acúmulo de esfingolipídios. Essa doença causa esplenomegalia, cirrose, anemia, fragilidade óssea, convulsões e necessita de terapia de reposição enzimática (TRE); Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular Tay-sachs: Se desenvolve devido à falta de beta-hexosaminidade levando ao acúmulo de gangliosídeo. Essa doença é fatal, por conta da perda progressiva de funções neuronais no SNC, provocando morte ainda na infância. A endocitose é um processo pelo qual as células capturam fluidos, macromoléculas e até mesmo outras células. Fagocitose (“o comer celular”); Pinocitose (“o beber celular”); Endocitose mediada por receptores (presença de receptores nas fossas de clatrinas). É um processo constitutivo e inespecífico. Ocorre a formação de fossas de clatrinas e posteriormente, vesículas pinocíticas com líquido extracelular e substancias dissolvidas. A membrana não encolhe porque existe o ciclo endocítico exocítico que devolve conteúdo membranar. A macropinocitose diz respeito ao processo de internalização de grande quantidade de meio extracelular. Ocorre devido o rearranjo de filamentos de actina para formar o macropinossomo. É diferente da pinocitose porque não há revestimento de clatrinas e também de fagocitose pois não engloba somente objetos sólidos. Nutrição de células cancerosas; Internalização de patógenos, bactérias, vírus e protozoários; Células dentríticas - apresentação de antígenos; Recaptação de neurotransmissores e receptores. Calvéolos: regiões de invaginações na membrana plasmática com a presença de calveolinas (proteínas estruturais mantidas e organizadas por balsas lipídicas). Ausência de clatrinas. Proteínas receptoras transmembrana; Fossas revestidas de clatrina; Ligações e concentração de moléculas-carga a serem interiorizadas; Mecanismo seletivo de concentração que aumenta a eficiência da internalização em mais de 100X; Fossa de clatrina pode conter até 1.000 receptores variados. Mutações no receptor de LDL leva a hipercolesterolemia familiar (FH): Ausência do receptor; Enovelamento não adequado (degradação); Redução de afinidade com LDL; Defeitos no processo de endocitose. Heterozigotos para essa doença tem desenvolvimento precoce de doenças cardiovasculares 10 anos antes do restante da população, enquanto homozigotos tem ataque cardíaco fatal antes dos 20 anos de idade. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular A fagocitose serve para alimentação de protozoários, células de defesa (macrófagos e neutrófilos), internalização de organismos invasores, células em apoptose ou até mesmo outras células e formam um vacúolo chamado de fagossomo, dependente de reorganização de filamentos de actina. A fagocitose requer ativação de receptores para iniciar a resposta que leva à fagocitose. Ocorre a polimerização localizada de filamentos de actina para a formação de pseudópodos. Interiorização de material extracelular; Formação de vesículas endocíticas; Vesículas endossomais com lúmen progressivamente mais ácido; Reciclagem de membrana plasmática. As vesículas endocíticas encaminham o material para endossomos iniciais (ou precoces) que ficam próximos à membrana plasmática com pH 6,5 onde ocorre a separação entre receptores e moléculas endocitadas. Os endossomas tardios ficam próximos ao Golgi e ao núcleo com pH entre 6,0 e 5,5 e recebem o conteúdo dos endossomas iniciais e inicia o processo de digestão. Além disso, recebem enzimas hidrolíticas da rede TRANS do Golgi. Os endossomos de reciclagem carregam receptores e membranas de volta para a membrana plasmática. Existem teorias sobre a origem dos lisossomos, uma vez que eles podem surgir da fusão de endossomas tardios com lisossomos pré-existentes ou da acidificação progressiva do endossoma tardio. Quais são os destinos possíveis de estruturas receptoras endocitadas? 1) Reciclagem: devolvidos ao mesmo domínio de membrana através de vesículas transportadoras, como receptor de LDL, receptor de transferrina, etc. Os endossomos de reciclagem podem regular a concentração de receptores de membrana plasmática, como os receptores de glicose. 2) Transcitose: transportados para outro domínio de membrana através de vesículas de transporte, como anticorpos do TGI para a corrente sanguínea. 3) Degradação: os receptores podem ser degradados pelos lisossomos, regulandoo número de receptores celulares (receptores de opióides e fatores de crescimento). Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular Como os receptores transmembranas podem ser digeridos? Corpos multivesiculares: invaginação da membrana do endossomo, em regiões onde as proteínas transmembranas a serem digeridas estão localizadas. Isso é essencial para a completa digestão das proteínas de membranas endocitadas (receptores). Domínios citosólicos das proteínas transmembranas não seriam hidrolisados. Via secretora construtiva: essa via opera continuamente, inserindo lipídeos e proteínas de membranas. Além disso, secretam componentes da MEC como proteoglicanos, glicoproteínas e fibras elásticas e colágenos. Via secretora regulada: estoque de vesículas secretoras no citosol. Liberam seu conteúdo após o sinal específico, como hormônios, neurotransmissores, enzimas digestivas, etc. A exocitose é importante para eventos importantes e essenciais, como: Citocinese; Fagocitose; Reparo da membrana plasmática; Celularização. Além disso, esse processo faz parte da sinapse, comunicação neuronal: Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM I - Biologia Celular 1) Entrega de componentes da membrana da vesícula sináptica para a membrana plasmática pré-sináptica; 2) Endocitose de componentes da membrana da vesícula sináptica para formar novas vesículas sinápticas diretamente; 3) Endocitose de componentes da membrana da vesícula sináptica e entrega ao endossomo; 4) Brotamento da vesícula sináptica a partir do endossomo; 5) Carregamento de neurotransmissores para a vesícula sináptica; 6) Secreção de neurotransmissores por exocitose em resposta a um potencial de ação; As células nervosas (e algumas células endócrinas) contêm dois tipos de vesículas secretoras. Como todas as células secretoras, essas células empacotam proteínas e neuropeptídeos em vesículas secretoras para a liberação pela via secretora regulada. Adicionalmente, entretanto, elas fazem uso de outra classe especializada de vesículas secretoras minúsculas chamadas de vesículas sinápticas. As vesículas sináticas armazenam neurotransmissores como acetilcolina, glutamato, glicina e ácido gama- aminobutírico (GABA), que são mediadoras da rápida sinalização da célula nervosa para sua célula-alvo nas sinapses químicas. Quando um potencial de ação chega a um terminal nervoso, ele causa um influxo de Ca2+ através dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem, o que aciona as vesículas sinápticas a se fundirem com a membrana plasmática e liberar seu conteúdo ao espaço extracelular. Essa fusão acontece devido a proteínas SNARES que fazem ancoragem da vesícula com a membrana plasmática. Único mecanismo apropriado para remover organelas inteiras ou grandes adregados proteicos. Organelas obsoletas ou senescentes; Estresse celular; Proteínas citosólicas solúveis; Baixa disponibilidade de nutrientes; Desenvolvimento embrionário. Acredita-se que podem agir como fonte de membrana para a formação do fagossomo: Complexo de Golgi; RER; Membrana plasmática; Endossomos de reciclagem; Mitocôndrias.
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