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Direitos Humanos, de Inclusão e do Idoso PROFª. LUDMILA LIMA 2 Imagens retiradas do Google 3 Direitos Humanos e Políticas Públicas Os direitos humanos nascem das necessidades sociais e individuais inerentes à dignidade humana. Saúde, educação, condições de trabalho, meio ambiente, moradia, lazer, transporte, segurança, por exemplo, são temas abarcados nessa categoria. Para que sejam assegurados, o governo se vale de ações que têm como principal objetivo o bem-estar público. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua devida execução em áreas que venham a contemplar a qualidade de vida como um todo. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/politicas-publicas-de-direitos-humanos-devem- levar-em-conta-realidade-brasileira/ Disponível em: https://www.politize.com.br/politicas- publicas/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIu661qpSp8AIVBITICh1Htgn6EAAYAyAAEgLTJPD_BwE Imagem retirada do Google 4 A ONU, pelo menos entre 2017-2021, enumerou algumas questões urgentes relativas a direitos humanos, sugerindo que as ações governamentais se atentem e procurem dar início a soluções para os principais problemas que mais atingem o Brasil: pobreza; desigualdades socioeconômicas; discriminação de gênero, etnia, religião, deficiência, orientação sexual e identidade de gênero; proteção de crianças contra a violência, exploração sexual, trabalho infantil; direitos dos povos indígenas e quilombolas; uso excessivo da força; combate à tortura, por exemplo. Essas questões requerem imediatas soluções para que o respeito ao indivíduo como cidadão brasileiro seja reflexo da eficácia das políticas públicas de direitos humanos, o que se espera de um estado democrático. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/politicas-publicas-de-direitos- humanos-devem-levar-em-conta-realidade-brasileira/ Há uma demanda gigantesca por diversas políticas públicas que solucionem a grande cesta de problemas sociais. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas- mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode%2Dse%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias %20Sociais. Imagem retirada do Google. Organização das Nações Unidas UNIDADE 02 5 Isto posto, as políticas públicas estão diretamente associadas às questões políticas e governamentais que mediam a relação entre Estado e sociedade. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas- mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode%2Dse%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20 Sociais. Para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas os governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas públicas. As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião, nível social ou qualquer outro aspecto. Disponível em: https://www.politize.com.br/politicas- publicas/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIu661qpSp8AIVBITICh1Htgn6EAAYAyAAEgLTJ PD_BwE Imagem retirada do Google 6 Definição de Política Pública Conforme definição corrente, políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição. Disponível em: https://www.politize.com.br/politicas- publicas/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIu661qpSp8AIVBITICh1Htgn6 EAAYAyAAEgLTJPD_BwE Imagem retirada do Google 7 O conceito de políticas públicas pode possuir dois sentidos diferentes: No sentido político: encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo decide o que fazer ou não fazer. No sentido administrativo: encara-se a política pública como um conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo governo. Disponível em: https://www.politize.com.br/politicas- publicas/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIu661qpSp8AIVBITI Ch1Htgn6EAAYAyAAEgLTJPD_BwE Imagem retirada do Google 8 (1) É do olhar técnico-administrativo sobre as demandas sociais e a IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS; (2) Forma-se uma AGENDA de itens que precisam ser trabalhados com urgência e prioridade pelo governo; (3) A FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS é fundamental para que os gestores identifiquem soluções possíveis; (4) Nesta etapa é TOMADA A DECISÃO de qual a solução mais viável; (5) A política pública passa a ser IMPLEMENTADA; (6) É importantíssimo que haja AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO constante por parte dos gestores públicos e da sociedade civil. Só assim é possível observar se a política pública em questão conseguiu ser eficiente, eficaz e efetiva em relação ao problema identificado. (7) A 1ª AVALIAÇÃO é feita pelo próprio governo, verificando que o que foi proposto foi realizado, se tudo ocorreu em conformidade com a lei e os procedimentos adequados e se os resultados esperados foram produzidos. A 2ª AVALIAÇÃO é feita pela população. Os governantes tem o dever de mostrar a todos se cumpriram com aquilo que apresentaram como propostas no momento eleitoral. A população vai, então, julgar se os governantes atenderam ou não as expectativas que geraram quando e apresentaram como candidatos. Isso também faz parte do exercício da cidadania. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas-mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode- se%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20Sociais. 9 Participação Social Para que as políticas públicas sejam formuladas e implementadas a fim de beneficiarem a sociedade é preciso que haja participação ativa por parte dos cidadãos e cidadãs. O Estado deve dispor dos mais diversos mecanismos de participação social para que a população esteja cada vez mais próxima das etapas que compõem o ciclo de políticas públicas – ou seja, exercendo o controle social. A Lei de Acesso à Informação e o Orçamento Participativo são dois grandes exemplos de instrumentos fundamentais para a participação social. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas- mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode- se%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20Sociais. Imagem retirada do Google 10 Lei de Acesso à Informação • Lei de Acesso à Informação: A LAI (nº 12.527/15) garante o direito ao acesso à informação pública. De acordo com a lei, todos os cidadãos e cidadãs podem solicitar qualquer tipo de informações e dados para todos os poderes do Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo) e em todas as esferas (federal, estadual e municipal) por meio dos pedidos de acesso à informação. A lei também determina prazo para que o poder público forneça a resposta. Além disso, a LAI incentiva que os órgãos públicos disponibilizem informações de forma ativa, por meio dos Portais de Transparência e botões de Acesso à Informação nas páginas institucionais. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de- politicas-publicas-mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode- se%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20Sociais. Imagem retirada do Google 11Orçamento Participativo • Orçamento Participativo: O orçamento participativo é um instrumento importantíssimo para que os cidadãos e cidadãs estejam próximos do destino orçamentário de sua cidade. Através de assembleias abertas (organizadas pelo poder público e/ou conselhos participativos) a população tem espaço para decidir sobre as prioridades dos recursos públicos quanto aos investimentos em obras e serviços por parte das prefeituras municipais. Além disso, o mecanismo permite maior transparência dos gastos públicose reforça a importância da prestação de contas por parte dos gestores. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas- mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode-se%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20Sociais. Imagem retirada do Google 12 Regularmente os cidadãos e cidadãs participam de procedimentos democráticos (eleições) a fim de eleger representantes que demonstram ser capazes de gerenciar os problemas detectados e garantir da melhor forma possível o bem-estar social. A compreensão do funcionamento do Estado passa a se tornar essencial para que os cidadãos e cidadãs possam identificar quais órgãos e instituições são responsáveis por determinados aspectos da formulação e implementação das políticas públicas, bem como possam avaliar o trabalho desempenhado pelos servidores públicos envolvidos no processo e, finalmente, exercer o controle social sobre o Estado. Disponível em: https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de- politicas-publicas-mlg2/#:~:text=Nesse%20sentido%20pode- se%20concluir,Direito%20e%20das%20Ci%C3%AAncias%20Sociais. Imagem retirada do Google 13 Exemplificação de Políticas Públicas Um programa da Prefeitura que esteja beneficiando seu bairro, por exemplo, é uma política pública. A educação e a saúde são direitos universais, assim, para assegurá-los e promovê-los estão constituídas pela Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde, por exemplo. Disponível em: https://www.politize.com.br/politicas- publicas/?https://www.politize.com.br/&gclid=EAIaIQobChMIu661qpSp8AIVBITIC h1Htgn6EAAYAyAAEgLTJPD_BwE Imagem retirada do Google Vídeo: O que são Políticas Públicas? Canal: Diocese Divinópolis https://www.youtube.com/wat ch?v=Raa6v3TfLQc 14 Imagens retiradas do Google https://www.youtube.com/watch?v=Raa6v3TfLQc 15 Novo Fundo de Financiamento Estudantil O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação (MEC), instituído pela Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, que tem como objetivo conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC e ofertados por instituições de educação superior não gratuitas aderentes ao programa. O novo FIES é um modelo de financiamento estudantil moderno, que divide o programa em diferentes modalidades, possibilitando juros zero a quem mais precisa e uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do candidato. O novo FIES traz melhorias na gestão do fundo, dando sustentabilidade financeira ao programa a fim de garantir a sustentabilidade do programa e viabilizar um acesso mais amplo ao ensino superior. Disponível em: http://portalfies.mec.gov.br/ Imagem retirada do Google 16 Direitos Humanos e Formação Jurídica Direitos Humanos devem ser protegidos e propagados para que se haja de fato a garantia da dignidade da pessoa humana. Isto posto, os direitos humanos devem ser trazidos como centro de toda interpretação normativa e atividade jurídica. 17 18 Controle Judicial das Políticas Públicas Na busca da concretização dos direitos humanos assegurados pela Constituição Federal de 1988, a judicialização das políticas públicas tornou-se uma realidade no direito brasileiro. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/502928/000991428.pdf?sequence=1&isAllowe d=y A judicialização é o PODER JUDICIÁRIO voltar sua atuação sobre políticas públicas, que outrora era apenas encargo do Legislativo e do Executivo. Importante destacar que na judicialização o Poder Judiciário é devidamente provocado a se manifestar e o faz nos limites dos pedidos formulados. Disponível em: https://www.politize.com.br/judicializacao-e-ativismo- judicial/#:~:text=A%20judicializa%C3%A7%C3%A3o%2C%20portanto%2C%20significa%20que,Congress o%20Nacional%20e%20Poder%20Executivo. Imagem retirada do Google 19 A judicialização, portanto, significa que algumas questões de grande repercussão política ou social estão sendo resolvidas pelo Poder Judiciário, e não pelas instâncias políticas tradicionais, como Poder Legislativo (no Congresso Nacional) e Poder Executivo. Disponível em: https://www.politize.com.br/judicializacao-e-ativismo- judicial/#:~:text=A%20judicializa%C3%A7%C3%A3o%2C%20portanto%2C%20signifi ca%20que,Congresso%20Nacional%20e%20Poder%20Executivo. Isso reforça a imagem do Poder Judiciário ser considerado o guardião da Constituição Federal. Imagem retirada do Google 20 Não é difícil de perceber que não só atualmente, mas ao longo da história, o Poder Judiciário tem sido muito aplaudido e também bastante criticado por suas tomadas de decisões, especialmente quando estas envolvem questões de cunho político, de implementação de políticas públicas ou escolhas morais em temas controversos na sociedade. Disponível em: https://www.politize.com.br/judicializacao-e-ativismo- judicial/#:~:text=A%20judicializa%C3%A7%C3%A3o%2C%20portanto%2C %20significa%20que,Congresso%20Nacional%20e%20Poder%20Executivo. Imagem retirada do Google 21 A atuação do Poder Judiciário fez com que, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) passasse a opinar sobre situações polêmicas como: • União homoafetiva (O STF determinou que a união homoafetiva - entre pessoas do mesmo sexo - seja reconhecida e produza os mesmos efeitos jurídicos da união estável estabelecida entre homem e mulher). • Pesquisas em célula-tronco embrionárias (O STF decidiu que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, tampouco a dignidade da pessoa humana). • Aborto de feto anencefálico (O STF julgou procedente o aborto nos casos de anencefalia, reconhecendo direito de escolha da gestante, que poderá optar em realizar o aborto ou não, sendo necessário apenas laudo médico). VISTO NA AULA 02 Imagens retiradas do Google 22 Pesquisas em célula-tronco embrionárias Há quem se posicione de forma contrária ao entendimento do STF: Imagem retirada do Google 23 Direitos Humanos e Democracia Maioria decide - governo em que o povo exerce a soberania. Sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas (Direito de voto). “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.” – Abraham Lincoln (1809 – 1865), presidente dos Estados Unidos. As democracias se apresentam em vários graus diferentes de desenvolvimento. Imagem retirada do Google 24 A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948, após o fim da 2ª Guerra Mundial. Ela delineia os direitos humanos básicos e foi criada com o intuito de estabelecer uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações. O objetivo é construir um mundo pacífico, evitando guerras e promovendo a paz e a democracia. Não é possível existir democracia sem direitos humanos. Só existe democracia se existir pluralidade. Democracia só é possível com garantia de direitos fundamentais. Toda pessoa tem direito a ter direitos. Fonte: Agência Senado Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/12/10/democracia-so-e- possivel-com-garantia-de-direitos-fundamentais-dizem-debatedores Imagem retirada do Google 25 Imagem retirada do Google. INTERVALO 26 27 O Acesso à Justiça no Estado Democrático de Direito Ao se falar sobre a prestação de acesso no tocante à efetivação dos direitos fundamentais, imperativo se torna a abordagem acerca do acesso à justiça, já que são conceitos que estão essencialmente interligados. Muito se fala em justiça; muito se estuda sobre justiça; muito se sente sobre justiça. Porém, não se trata de um conceito que pode ser facilmente definido. Trata-se de uma concepção com elevada carga de abstração e subjetivismo, o que por si só já exprime a complexidade de seu exame. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/55962/o-acesso-a-justica-na-perspectiva-do-estado- democratico-de-direito28 Em uma visão sobre direitos humanos justiça pode ser entendida como um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio que, por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a#:~:text=Justi%C3%A7a%20 %C3%A9%20um%20conceito%20abstrato,envolvidas%20em%20determi nado%20grupo%20social. A Deusa da Justiça (Thêmis) tem sua origem na mitologia grega. Thêmis significa “lei divina”. Venda: Simboliza a imparcialidade, ausência de preconceitos. Balança: Simboliza o equilíbrio. Espada: Simboliza o poder. Imagem retirada do Google. 29 30 O Brasil constitui um Estado Democrático de Direito, de acordo com o Art. 1º da nossa Constituição Federal. O Princípio do Acesso à Justiça tem como objetivo garantir que todos aqueles que necessitem do amparo do Poder Judiciário possam ter acesso ao mesmo sem restrição de qualquer natureza como, por exemplo, econômica. O Princípio da Assistência Jurídica Integral e Gratuita, constante no Art. 5º, inc. LXXIV, da Constituição Federal de 1988, serve de base para o princípio do Acesso à Justiça, buscando garantir que aqueles que não possam arcar com todas as despesas processuais (incluindo taxas, custas processuais, perícias, honorários advocatícios, entre outros) sem comprometer sustento próprio ou de sua família possam, também, ter acesso à Justiça, de forma equânime, para defender direito seu ou de terceiro. Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/o-estado-democratico-de- direito-e-a-efetividade-do-acesso-a-justica-um-estudo-sobre-a-assistencia-juridica-integral-e-gratuita-com- fulcro-na-constituicao-federal-e-na-lei-1-060-50/ Imagem retirada do Google. 31 Considerando que segundo a Constituição Federal o Brasil é um Estado Democrático de Direito e que os princípios ora estudados constituem direitos e garantias fundamentais, deve-se se atentar que para sermos efetivamente um Estado Democrático de Direito estes princípios devem ser respeitados e efetivados de forma plena. Para tal, é necessário que a Justiça seja garantida a todos de forma equânime, ou seja, que os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos sejam respeitados pelas autoridades competentes. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/o-estado-democratico-de-direito-e-a- efetividade-do-acesso-a-justica-um-estudo-sobre-a-assistencia-juridica-integral-e-gratuita-com-fulcro-na-constituicao- federal-e-na-lei-1-060-50/ O Estado, por intermédio de seus órgãos, e pelos instrumentos por ele utilizados, deve estar voltado à justiça. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/55962/o-acesso-a-justica-na-perspectiva-do-estado-democratico-de-direito 32O Acesso à Justiça no Estado Liberal Com o advento do iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII, surgiu a ideologia liberal. A partir dela, foram desenvolvidas inúmeras teorias, tanto políticas, quanto econômicas, que, favoráveis à liberdade dos indivíduos em seu grau máximo, defendiam que se limitasse o poder de interferência dos Estados na vida e nas escolhas de seus cidadãos. Assim, segundo John Locke, considerado pai do liberalismo, cabia somente aos governos garantir três direitos básicos aos homens: vida, liberdade e propriedade. Adam Smith, pioneiro do liberalismo econômico, defendeu a não-intervenção estatal na economia, em sua obra “A Riqueza das Nações”. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado- liberal-diferenca/Imagens retiradas do Google. 33 Em um Estado liberal não se pode garantir como direito algo que dependa da força de trabalho alheia. Desse modo, saúde e educação, por exemplo, não são considerados direitos, mas, sim, mercadorias. Além disso, os liberais acreditam na autorregulação dos ciclos econômicos. Os mercados seriam capazes de se ajustar por conta própria. Logo, intervenções do Estado são prejudiciais à economia dos países. Defende-se o livre mercado e a concorrência. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado-liberal- diferenca/ Imagens retiradas do Google. 34 É possível afirmar que, até os primeiros anos do século XX, os Estados liberais, tendo o Reino Unido e os Estados Unidos como principais representantes, prevaleceram no mundo ocidental. No entanto, a Primeira Guerra Mundial (1914-1919) e a crise econômica de 1929 abalaram as estruturas político- econômicas vigentes até então. Assim, surgiu uma brecha para a ascensão de propostas alternativas. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e- estado-liberal-diferenca/ No Estado Liberal o acesso à justiça era limitado e as lutas sociais foram decisivas para a aceleração da passagem do Estado Liberal para o Estado Social. Imagens retiradas do Google. 35O Acesso à Justiça no Estado Social Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Estado norte-americano passou a aderir com mais intensidade aos ideais intervencionistas, adotando a doutrina keynesiana. Um modelo análogo foi posto em prática por países europeus. Deu-se a esse modelo o nome de welfare state (Estado de Bem-Estar Social, também chamado de Estado Social). Trata-se de um governo protagonista na manutenção e promoção do bem-estar político e social do país e de seus cidadãos. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado- liberal-diferenca/ Imagens retiradas do Google. 36 No Estado de bem-estar social, é dever do governo garantir aos indivíduos o que se chama, no Brasil, de direitos sociais: condições mínimas nas áreas de saúde, educação, habitação, seguridade social, entre outras. Ademais, em momentos de crise e de desemprego, o Estado deve intervir na economia de forma que se busque a manutenção da renda e do trabalho das pessoas prejudicadas com a situação do país. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado-liberal- diferenca/ Desta forma, o acesso à justiça no Estado Social deveria ser garantido de modo pleno, uma vez que é dever do Estado promover o bem estar social, embora se saiba que há inúmeras falhas na prestação da justiça por parte do Estado. Somente há bem estar social quando há justiça. Imagens retiradas do Google. 37 Hoje, não é mais possível catalogar um Estado como “liberal” ou “de bem-estar social”, de forma binária. A escala é gradual: há países menos liberais e, portanto, mais voltados à categoria de bem-estar social, e vice- versa. Uma das maneiras mais utilizadas para que se determine a posição de cada país nessa escala é avaliando as suas “despesas de bem-estar social” (gastos relativos ao produto interno bruto [PIB] com as áreas de bem-estar social). Alguns países de alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) possuem altas despesas sociais, como Suécia, Dinamarca e Alemanha, assim como há países de alto IDH que gastam pouco nessas áreas, a exemplo de Coreia do Sul, Irlanda e Nova Zelândia. Dessa forma, não é possível afirmar que um modelo funcione melhor do que o outro: há diversos outros fatores que podem ser determinantes na qualidade de vida de um país. Disponível em: https://www.politize.com.br/estado-de-bem-estar-social-e-estado- liberal-diferenca/ Adam Smith (Estado Liberal) John Maynard Keynes (Estado Social) Imagens retiradas do Google. 38 Adam Smith (Estado Liberal) John Maynard Keynes (Estado Social) 39Os Sistemas Mundiais de Acesso Coletivo à Justiça O problema do acesso coletivo à justiça tem sido objeto de estudos em diversos países, sendo possível identificar três sistemas que apresentam diferentes soluções: a) Publicista: A legitimação para defender os interesses metaindividuais* é confiada a órgãos públicos. Países escandinavosadotam esse sistema, por exemplo. *Interesses metaindividuais são aqueles que ultrapassam a seara do indivíduo e tem consequências para um grupo de pessoas ou mesmo para toda a sociedade. b) Privatista: Confere a legitimação para defender interesses à iniciativa dos próprios particulares. Países de common law (Inglaterra, por exemplo) adotam esse sistema, por exemplo. c) Associacionista: É fundado no reconhecimento da capacidade dos grupos sociais ou associações privadas para representar, em juízo, os interesses públicos ou metaindividuais. Tal sistema é o que conta com um número crescente de adeptos e tem sido adotado na maioria dos países do continente europeu e em alguns países latino-americanos. Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/104849/2009_leite_carlos_acesso_coletivo.pdf?seq uence=1&isAllowed=y Imagem retirada do Google. 40O Sistema Brasileiro de Acesso Metaindividual à Justiça O direito brasileiro, segundo parece, adotou solução eclética, na medida em que harmonizou os três sistemas já mencionados. E isto porque, no nosso ordenamento, a legitimação ad causam em tema de interesses metaindividuais é conferida: a) Aos Órgãos Públicos: Com destaque para a atuação do Ministério Público (AULA 07). b) Às Associações Civis: Uma associação civil é uma organização privada que tem personalidade jurídica e não tem fins lucrativos. Essas associações são formadas por indivíduos que trabalham em conjunto com uma finalidade social, educacional, cultural ou outra. c) Ao Cidadão: Com destaque na ação popular. Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/104849/2009_leite_carlos_acesso_coletivo.pdf?sequen ce=1&isAllowed=y Disponível em: https://conceito.de/associacao-civil Imagem retirada do Google. 41Os Conflitos Envolvendo Questões Religiosas com Violações aos Direitos Humanos Os conflitos gerados por pretextos religiosos são grandes problemas da nossa sociedade. Todavia, não é exclusividade dos dias atuais as guerras em nome da religião. Desde as civilizações mais antigas, esses conflitos têm causado inúmeras mortes e dividido os povos ao redor do mundo. Disponível em: https://www.usjt.br/blog/entenda-por-que-os-conflitos-religiosos-devem-acabar/ Infelizmente, ainda em pleno XXI há pessoas ou grupos que se mostram intolerantes em aceitar que pessoas sigam religião diversa da que ele(s) acredita(m). Imagem retirada do Google. 42Liberdade Religiosa e Constituição Federal A liberdade religiosa é garantida pela CF/88 e está descrita no artigo 5º, em seu inciso VI, nos seguintes termos: “Inciso VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” Esse inciso garante que todos os brasileiros e estrangeiros que moram no Brasil são livres para escolher sua religião, praticar e professar sua crença e fé, seja num ambiente doméstico ou em um lugar público. Isso significa que os governos não podem agir no sentido de obrigar as pessoas a adotarem uma ou outra religião ou de proibir os cidadãos de seguirem uma crença e participarem de cultos, por exemplo. Assim, os brasileiros e estrangeiros que se encontrem no território nacional, devem ter a liberdade de escolher sua religião. E é claro, também é um direito de todos optar por não seguir uma religião se assim desejarem. A CF/88, ao garantir a liberdade de consciência, além de prever a liberdade para as pessoas escolherem sua religião e exercerem a sua fé, garantiu também o direito de não ter religião ou de ter convicções filosóficas que não estejam vinculadas à alguma religião. Disponível em: https://www.politize.com.br/artigo-5/liberdade-religiosa/ Imagens retiradas do Google. 43Liberdade Religiosa e Covid-19 Com o cenário da Covid-19 e a adoção de medidas de prevenção de combate à contaminação, muitos fiéis alegam que sofreram e continuam a sofrer restrições à sua liberdade religiosa. “Art. 5º, inciso VI, CF/88 – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” Imagens retiradas do Google. 44 Imagens retiradas do Google. 45 Perseguição aos Cristãos Pesquisa Datafolha publicada em 2020 pelo jornal "Folha de S.Paulo" aponta que 50% dos brasileiros são católicos, 31%, evangélicos e 10% não têm religião. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/13/50percent- dos-brasileiros-sao-catolicos-31percent-evangelicos-e- 10percent-nao-tem-religiao-diz-datafolha.ghtml Portanto, 81% da população brasileira é cristã. Em pleno século XXI cristãos são presos e encarcerados, sequestrados e executados pelo fato de professarem a crença em um único e soberano Deus. Isso se mostra uma afronta à liberdade religiosa, prevista na Constituição Federal de 1988. Imagem retirada do Google. 46Exemplos de Conflitos Religiosos pelo Mundo Israel e Palestina: É um dos conflitos religiosos mais emblemáticos do mundo. A guerra é fruto da disputa pela Terra Prometida, onde hoje é Jerusalém. Nenhum dos dois Estados abre mão de ter o controle sobre o território. Afeganistão: Há centenas de anos que o território do Afeganistão sofre com guerras por motivações religiosas. Atualmente, o conflito maior é entre o Regime do Talibã, formado por fundamentalistas muçulmanos, e a Aliança do Norte, formado por pessoas que querem combater muçulmanos radicais. Nigéria: O continente africano é marcado por uma diversificação cultural ampla. São vários povos com tradições e religiões específicas. Isso faz com que o território nigeriano seja alvo constante de disputas entre esses diversos povos. As principais disputas se dão entre os cristãos do país e os seguidores do Islamismo. Iraque: Mesmo após a retirada das tropas americanas do solo iraquiano, os conflitos internos do país não cessaram. As organizações se dividem entre xiitas e sunitas, que são seitas distintas dentro do Islamismo. Os conflitos armados das milícias do país matam centenas de pessoas anualmente. Sudão: A tensão entre muçulmanos e não-muçulmanos no Sudão já levou milhares de pessoas ao óbito. Disponível em: https://www.usjt.br/blog/entenda-por-que-os-conflitos-religiosos-devem-acabar/ 47 Inafiançável: Que não admite livramento por fiança. Imprescritível: Que não prescreve, ou seja, pode ser pleiteado a qualquer tempo. Imagem retirada do Google. 48 A Concessão de Refúgio no Brasil • O que é? A concessão de refúgio é uma proteção legal que o Brasil oferece a cidadãos de outros países que estejam com fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas que contrariem os interesses de grupos à frente de um Estado, ou ainda, que estejam sujeitos, em seu país, a grave e generalizada violação de direitos humanos. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-refugio Imagem retirada do Google. 49 • Como solicitar refúgio no Brasil? Para solicitar refúgio no Brasil é preciso estar em território nacional. A qualquer momento pode procurar a Polícia Federal e pedir o refúgio para adquirir a proteção do governo brasileiro. Disponível em: http://pensando.mj.gov.br/refugiados/informacoes/ Imagem retirada do Google. 50 A solicitação de refúgio é inteiramente gratuita e pode ser feita diretamente pelo interessado. Não é necessária a presença de advogado. A solicitação de refúgio pode ser feita na área de fronteira ou dentro do território brasileiro. O ingresso irregular no território não constitui impedimento para o estrangeiro solicitar refúgio às autoridades competentes. Toda informação prestada pelo solicitante de refúgio será confidencial e não será compartilhada com as autoridades do seu país de origem. Disponível em: http://pensando.mj.gov.br/refugiados/informacoes/ Comitê Nacional paraos Refugiados – CONARE. Imagem retirada do Google. 51 A Concessão de Asilo Político no Brasil No caso do asilo ele se dá por motivo especialmente de perseguição política. O asilo é uma instituição que visa à proteção frente a perseguição atual e efetiva. O asilo pode ser solicitado no próprio país de origem do indivíduo perseguido. Para solicitar asilo, o estrangeiro deve procurar a Polícia Federal no local onde se encontra e prestar declarações, onde serão justificados os motivos da perseguição que sofre. O processo, então, é submetido ao Ministério das Relações Exteriores para pronunciamento. A decisão final é proferida pelo Ministro da Justiça. Posteriormente, o asilado é registrado junto à Polícia Federal, onde presta compromisso de cumprir as leis do Brasil e as normas de Direito Internacional. Disponível em: https://www.migrante.org.br/refugiados-e-refugiadas/das-diferencas-entre-os-institutos- juridicos-do-asilo-e-do- refugio/#:~:text=O%20asilo%20%C3%A9%20uma%20institui%C3%A7%C3%A3o,de%20origem%20do%20indiv% C3%ADduo%20perseguido. Imagem retirada do Google. 52 53Ementa da Unidade de Ensino 3 – concluída! É proibida a reprodução do conteúdo desse material em qualquer meio. Esse material contém conteúdo autoral e citações com suas respectivas referências bibliográficas. *** LEMBRAMOS QUE ESSA DISCIPLINA NÃO SE MANIFESTA DE MODO FAVORÁVEL OU CONTRÁRIO A PARTIDOS POLÍTICOS E DEMAIS ASSUNTOS AFINS. OS PROTAGONISTAS DESSA MATÉRIA SÃO OS ALUNOS. 54
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