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ME_Paisagismo-Tecnicas-e-Projetos (1)

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Material do 
Estudante
Paisagismo: 
Técnicas e
Projeto
Material do 
Estudante
Paisagismo: 
Técnicas e 
Projeto
Editora Senac Rio – Rio de Janeiro – 2019
Material do 
Estudante
Paisagismo: 
Técnicas e 
Projeto
Serviço Nacional de Aprendizagem 
Comercial – SENAC ARRJ
Créditos
Paisagismo – Técnicas e Projeto © Senac, 2019
Direitos desta edição reservados ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – 
Administração Regional do Rio de Janeiro. 
Vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro. 
Senac RJ
Presidente do Conselho Regional: Antonio Florêncio de Queiroz Júnior
Diretora Regional: Ana Cláudia Martins Maia Alencar
Diretor Administrativo-financeiro: Sylvio Britto
Diretora de Educação Profissional: Wilma Bulhões Almeida de Freitas
Editora Senac Rio
Rua Pompeu Loureiro, 45/11 andar
Copacabana – Rio de Janeiro – CEP: 22061-000 – RJ
comercial.editora@rj.senac.br
editora@rj.senac.br
www.rj.senac.br/editora
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
___________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ____________ __________________________________________________________________
S477p
SENAC Rio
Paisagismo : técnicas e projeto : material do estudante / SENAC Rio. - 1. ed. -
Rio de Janeiro : SENAC Rio, 2019.
256 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia
anexos
ISBN 978-85-7756-459-0
1. Jardinagem paisagística. 2. Jardins - Projetos. I. Título.
19-56732 CDU: 712
CDU: 712
___________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ____________ __________________________________________________________________
Conhecendo os Estilos de Jardins
Conteúdo: Flavia Nunes Silva
Padma Ferreira Kukel
Maria de Fátima Gomes Vieira 
Validação Técnica: Padma Ferreira Kukel 
Maria de Fátima Vieira Gomes Vieira
Desenho Básico Aplicado a Paisagismo
Conteúdo: Padma Ferreira Kukel
Maria de Fátima Gomes Vieira
Tulio Galvão Vidal Correa
Validação Técnica: Padma Ferreira Kukel 
Maria de Fátima Vieira Gomes Vieira
Princípios Agronômicos e Botânicos Aplicados ao Paisagismo
Conteúdo: Flavia Nunes Silva
Padma Ferreira Kukel
Maria de Fátima Gomes Vieira
Cláudio da Silva Teixeira 
Validação Técnica: Padma Ferreira Kukel 
Maria de Fátima Vieira Gomes Vieira
Cláudio da Silva Teixeira
Compondo com a Vegetação Paisagística
Conteúdo: Padma Ferreira Kukel
Maria de Fátima Gomes Vieira 
Tulio Galvão Vidal Correa
Validação Técnica: Padma Ferreira Kukel 
Maria de Fátima Vieira Gomes Vieira
Projeto Integrador: Desenho Paisagístico
Conteúdo: Padma Ferreira Kukel
Maria de Fátima Gomes Vieira
Tulio Galvão Vidal Correa
Validação Técnica: Padma Ferreira Kukel 
Maria de Fátima Gomes Vieira
Material adaptado: Curso Básico em Paisagismo Senac Rio
conteúdo: Eng, Agrôn. e Paisagista Sheila Cavalcante 
Paisagista: Luiz Cancio
Desenho Instrucional: Gabriela Dantas
Juliana Garcia
Tuane Oliveira
Copidesque: Aline Ferreira
Projeto Gráfico: Mônica Vaz
Diagramação: Victor Willemsens
Ilustração: Michele Antonio
Validação Técnica: Fabiana Zveiter
Mônica Vaz
Produção Editorial: Andréa Regina Almeida 
Gypsi Canetti 
Michele Paiva
Impressão: Edigráfica Gráfica e Editora Ltda. 
1ª edição: junho de 2019 
As imagens de uso contratualmente licenciado, aqui inseridas, pertencem à G & S Imagens do Brasil Ltda. e são 
utilizadas para fins meramente ilustrativos, o que se aplica, inclusive, a todos os exemplos, modelos e/ou indivíduos 
constantes deste material.
Bem-vindo(a)!
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No curso, você encontrará contribuições valiosas para aprender a 
elaborar desenhos paisagísticos, seja organizando, seja identifican-
do e especificando os tipos de plantas mais adequados à execução e 
à manutenção da beleza de jardins.
Este material didático foi elaborado para orientar e complementar 
sua participação nos encontros presenciais do curso, além de garan-
tir um processo de aprendizagem dinâmico e objetivo. Ele está orga-
nizado em cinco unidades curriculares, que contemplam um conjun-
to de informações e orientações relevantes a fim de contribuir para 
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Desenho Básico 
Aplicado a Paisagismo
O curso Paisagismo: Técnicas e Projeto está organizado em cinco 
Unidades Curriculares. Veja.
Paisagismo: 
Técnicas e 
Projeto
Unidades 
Curriculares
Princípios Agronômicos 
e Botânicos Aplicados 
ao Paisagismo
Compondo com 
a Vegetação 
Paisagística
Projeto Integrador: 
Desenho Paisagístico
Conhecendo os 
Estilos de Jardins
Ic
o
n
o
g
ra
fi
a
Em todo o material, nos momentos oportunos, você encontrará íco-
nes que o ajudarão em seus estudos. São eles:
Saiba mais
Informações acrescidas ao texto com o objetivo de auxiliar a sua 
reflexão sobre o assunto estudado.
Dicas
Este ícone sugere práticas que facilitarão seu trabalho no dia a dia.
Atenção
Este ícone assinala/destaca uma informação de extrema importância.
Exemplificando
Indica um exemplo ou uma situação (case) para que você entenda 
melhor o assunto tratado.
O que é?
Apresenta o significado de palavras utilizadas no texto, a fim de 
facilitar sua compreensão do texto. 
S
u
m
á
ri
o Unidade Curricular 
Conhecendo os Estilos 
de Jardins
17 
Definições 
19 
História dos Jardins 
62 
Estilos de Jardins 
79 
Desenhos Técnicos 
Unidade Curricular 
Desenho Básico 
Aplicado a 
Paisagismo
119
Noções de Botânica 
103 
Conhecendo as Plantas 
128
Clima 
141
Adubação 
135 
Solo 
92 
Vistas Técnicas 
88
Desenhos Paisagísticos 
97 
Tipos de Espécies Vegetais 
em Desenhos Paisagísticos 
99 
Perspectiva 
Unidade Curricular 
Princípios 
Agronômicos e 
Botânicos Aplicados 
ao Paisagismo
148
Irrigação e Drenagem 
152
Controle de Pragas
Paisagismo: Técnicas e Projeto
193
Elementos Compositores 
165 
Paisagismo e os Cinco 
Sentidos 
171 
Princípios de Composição
179 
Estratos Vegetais na 
Composição de Jardins
186
Plantas na Composição de 
Jardins
196
Compondo em Varandas 
e Jardins de Inverno em 
Áreas Internas
213
Iluminação 
227 
Etapas do Projeto 
Unidade Curricular 
Compondo com 
a Vegetação 
Paisagística 
Unidade Curricular 
Projeto Integrador: 
Desenho 
Paisagístico 
Unidade 
Curricular
Conhecendo 
os Estilos de 
Jardins
A Unidade Curricular Conhecendo os Estilos de 
Jardins está desenvolvida em três temas. Veja.
Definições
1. Paisagem
2. Paisagismo
3. Jardim
História dos Jardins
1. O jardim desde os tempos de Adão e Eva
2. Jardins do Mundo Antigo
3. Jardim italiano – Renascimento
4. Jardim francês – Racionalismo
5. Jardim inglês – Paisagístico
6. Jardim japonês 
7. Breve história brasileira
Estilos de Jardins
1. Jardim clássico ou formal
2. Jardim rochoso ou rústico
3. Jardim oriental ou japonês
4. Jardim tropical
5. Jardim contemporâneo
Definições
18 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. Paisagem
Refere-se ao espaço ou à extensãoterritorial abrangida em um lan-
ce de vista. Corresponde a uma vista natural, agradável, ou sua re-
presentação por meio de uma figura, como um desenho, uma pin-
tura ou uma fotografia.
2. Paisagismo
É uma atividade também denominada planejamento paisagístico 
ou arquitetura paisagística. Considera-se arte porque as plantas, 
pela sua diversidade de formas, cores e texturas, têm grande rique-
za plástica que, quando harmonizadas, tornam possível criar com-
posições de valor estético.
3. Jardim
Lugar que transmite harmonia, beleza e satisfação. É dinâmico, 
uma vez que os elementos são modificados pelo clima ou de acordo 
com as estações do ano. Deve sempre atender aos cinco sentidos: 
visão, tato, olfato, audição e paladar. 
Saiba mais
Jardim é uma palavra de 
origem hebraica.
As junções de GAN (pro-
teger, defender) e EDEN 
(prazer, satisfação, encan-
to, delícia) resultam na 
palavra inglesa GARDEN, 
que significa jardim. 
Material do Estudante 19
História dos 
Jardins
20 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Observar a história dos jardins é essencial, pois ela é o espelho 
do relacionamento humano com a natureza. 
1. O jardim desde os tempos de Adão 
e Eva 
No início da Bíblia encontramos 
o ponto de partida para o estu-
do dos jardins. Diferentemente 
da arquitetura, os jardins desa-
pareceram sem deixar marcas, 
então não dispomos de “ruínas 
de jardins”. O conceito bíblico 
de jardim, de algum modo, per-
maneceu em nosso subcons-
ciente como um bem perdido.
Dizemos que um lugar é paradi-
síaco quando apresenta vege-
tação exuberante, frutos, água, 
clima suave e está resguardado 
de certos perigos. Culturas e ci-
vilizações, ainda que diferentes 
entre si, concebem de maneira 
semelhante, quase universal, 
ideias como o paraíso terrenal 
e o Jardim do Éden. Maomé 
descreve ainda mais detalha-
damente o jardim para os fiéis 
islâmicos.
Nesse primeiro jardim bíblico, 
encontramos a maior parte dos 
elementos presentes nos jar-
dins posteriores. Os rios mar-
cam o desenho cruciforme, a 
água é abundante, as árvores 
embelezam e dão frutos, os ani-
mais vivem em perfeita harmo-
nia, toda a criação é exuberan-
te e perfeita, paraíso terrenal.
Material do Estudante 21
A maneira como o homem se relacionava com os recursos naturais 
mudou com o passar do tempo. Observe essa evolução na linha do 
tempo a seguir.
Nesse jardim surgiram os primeiros cercados pré-históricos, em for-
mato de círculo, com a sua carga simbólica e mágica (o sol, a lua e 
a fertilidade). Do círculo, passaram facilmente para o quadrado e 
para o retângulo. 
Existe, aqui, um princípio da geometria religiosa, processo em que o 
homem começa a atribuir poderes sobrenaturais às linhas traçadas 
com critérios geométricos e que também atribuía caráter sobrenatu-
ral a certos lugares. Os bosques sagrados abundaram na época pré-
-histórica e sua influência no jardim chegou até os nossos dias.
Ao longo da história, o jardim se expôs como uma composição artís-
tica, sendo complemento da casa ou parte integrante da cidade de 
acordo com diferentes civilizações e culturas.
60.000.000 
anos a.C
Começaram as glaciações, obrigando 
o homem a mudar seu estilo de vida.
O homem já usava a pedra como utensílio, 
como arma, conhecia o fogo, era um 
esperto caçador e colhia alguns vegetais.
O homem passa de caçador nômade a 
pastor, momento em que surgem os 
primeiros modos de agricultura (final 
do Mesolítico).
10.000 anos 
antes da 
nossa era ao 
final do 
Paleolítico
5.000 anos 
(- 4.000 a.C.)
Saiba mais
Surgimento da agricultura
Os animais eram impedi-
dos de fugir e protegidos 
contra a entrada de preda-
dores e inimigos por meio 
de cercas feitas de roche-
dos, pedras empilhadas, 
entre outros. Nesse con-
texto, de algum galho ou 
semente brotaram novas 
plantas, e foi a observa-
ção desse fenômeno pelo 
homem que deu origem à 
agricultura.
22 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Nesse período, apareceram:
2. Jardins do Mundo Antigo 
No Mundo Antigo notava-se a presença de alguns tipos de jardins, 
que eram considerados uma das maravilhas desse período históri-
co. Nesse contexto, destacam-se os seguintes tipos de jardins:
Cercas vivas
Parterres
Grutas
Lagos
Canais
Fontes
Quiosques
Pavilhões
Pérgulas
Esculturas
Topiárias
Saiba mais
Árvore da Vida
No Gênesis aparece “a 
árvore da vida”, daí sur-
ge a presença da árvore 
como um caráter religio-
so ou mágico. A renova-
ção rítmica do Cosmos se 
expressa simbolicamen-
te pela vida, morte e re-
generação da árvore.
Jardim 
egípcio
Jardim da 
Mesopotâmia
Jardim 
persa
Jardim 
grego
Jardim 
romano
Jardim 
islâmico
Jardins 
islâmicos 
na Ásia
Jardins 
hispano- 
-muçulmanos
Jardim 
medieval
Material do Estudante 23
2.1 Jardim egípcio
Em linhas gerais, o jardim egípcio desenvolveu-se de acordo com a 
topografia do Vale do Rio Sagrado (Nilo) e estendia-se em grandes 
planos horizontais, livres de acidentes naturais.
2.1.1 Formato 
A estilização geométrica e a rigidez retilínea, tão características 
dos monumentos egípcios, tiveram sua correspondência nos jar-
dins por meio da simetrização rigorosa dos extensos planos que 
os compunham.
Exemplificando
Tanques, caminhos, can-
teiros, perímetro do jar-
dim, tudo se baseava em 
um traçado retilíneo, se-
gundo proporções numé-
ricas tomadas de acordo 
com os costumes e cren-
ças nas relações entre os 
números e as proporções 
astronômicas. 
2.1.2 Plantas que constituíam o jardim egípcio
As plantas mais comuns eram:
- Palmeiras.
- Lótus.
- Papiros.
- Sicômoros.
- Figueiras.
- Parreiras. 
24 Paisagismo: Técnicas e Projeto
De modo positivo, a natureza viva existiu no Egito por vários milê-
nios. As coleções de sementes encontradas nas tumbas reais nos 
convencem da abundância de vegetais que cultivavam. As regas 
eram realizadas com frequência nos jardins, que se localizavam em 
alturas não atingidas pelas cheias, com água proveniente dos tan-
ques e canais construídos ao nível do rio Nilo.
Entre os elementos construídos podemos citar quiosques e pérgu-
las, estas suportadas por colunas de madeira que eram pintadas 
com cores vivas.
2.2 Jardim da Mesopotâmia
A antiga região que os gregos chamavam de Mesopotâmia ficava si-
tuada entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localiza o Iraque. 
Apesar de ter sido uma potente civilização, comparável apenas ao 
antigo Egito, o jardim mesopotâmico é muito menos conhecido do 
que o egípcio.
2.2.1 Plantas que constituíam o Jardim da Mesopotâmia 
As enchentes e inundações violentas arrastavam água, pedras e bar-
ro, fazendo desaparecer as construções que, geralmente, eram fei-
tas de adobe. Nos baixos-relevos, no entanto, era possível encontrar 
plantas e jardins esquematizados.
Cultivava-se cevada e trigo desde os tempos remotos. Cultivos irriga-
dos por fabulosos sistemas de canais transformavam a Mesopotâmia 
em um imenso jardim agrícola. As plantas estavam relacionadas com 
a religião e eram alvo de adoração como se fossem pequenas deusas.
Material do Estudante 25
2.2.2 Os Jardins Suspensos da Babilônia
O filósofo Estrabão e o imperador Nabucodonosor exerceram impor-
tante influência nesse tipo de jardim. Veja.
Nabucodonosor II (604 – 562 a.C.)
Criador de obras de engenharia e hidráulica, Nabucodonosor foi 
também o fundador dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia, 
obra executada sobre terraços escalonados.
Existem algumas interpretações para a razão dos jardins suspensos: 
• Moradia dos deuses (lugares sagrados ou elevados).
• A esposa persa de Nabucodonosor estaria com nostalgia de 
seu país montanhoso.
• A estrutura em forma de terrações apresentava proteção con-
tra as enchentes dos rios. Em qualquer caso, o zigurate era 
comum nessa época.
Esse jardim foi famoso na antiguidade, nos relatos bíblicos e nas 
descrições dos historiadores gregos, que o incluíam entre as Sete 
Maravilhas do Mundo Antigo.
Estrabão (sec. I d.C.) 
Descreve o jardim suspenso como uma construção em terraços ele-
vados sobre uma plantaquadrada (com 40 metros de comprimento 
lateral, aproximadamente). Os terraços superpostos formavam vá-
rios andares (com até 25 metros de altura, mais ou menos). 
Cada terraço repousava sobre arcadas formadas por sólidos pilares 
ocos, preenchidos com terra vegetal. Máquinas hidráulicas subiam 
a água para cada andar, e o acesso das pessoas era feito por esca-
das em espiral que abraçavam os pilares.
O que é?
Zigurate
Era uma espécie de tem-
plo construído pelos as-
sírios, babilônios e su-
mérios, povos da Antiga 
Mesopotâmia. Essa cons-
trução tinha o formato 
de pirâmide, porém com 
a presença de “degraus”.
26 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2.3 Jardim persa
 
A jardinagem persa está resumida em três elementos: 
O betume era um dos elementos principais para manter a im-
permeabilização dos terraços, acompanhado de uma “capa” 
dupla de tijolos e outra “capa” de chumbo, no qual finalmen-
te se colocava o substrato para o cultivo.
1 2 3
A grande 
admiração pela 
árvore, talvez 
pela aridez da 
terra e pela falta 
de vegetação. 
As plantações 
de árvores 
realizadas 
em forma de 
parques de 
caça, pos-
sivelmente 
em linhas, que 
formam largas 
avenidas para 
cavalgar ou 
passear de 
carro (o Jardim 
de Ciro). 
A valorização da 
água e a grande 
tradição hidráu-
lica dos persas, 
criadores das 
canalizações 
subterrâneas – 
transportavam 
água dos 
aquíferos das 
colinas até 
zonas distantes, 
evitando as 
perdas pela 
areia do deserto 
e a evaporação. 
Algumas dessas 
canalizações 
ainda estão 
sendo utilizadas 
no atual Irã.
Material do Estudante 27
2.3.1 Formato
O jardim persa é constituído por um recinto fechado retangular, 
com dois eixos perpendiculares em cujo cruzamento existe uma 
fonte. Cada eixo é um grande canal com coníferas plantadas no seu 
borde. Os retângulos resultantes inferiores estão divididos em par-
terres, localizados um nível abaixo das avenidas e dos canais, para 
facilitar a irrigação. Nos parterres existem diversas flores e árvores 
frutíferas, como romanzeiro, laranjeira e limoeiro. Os muros estão 
cobertos com rosas trepadeiras.
A análise de um tapete persa torna possível reconstruir um jardim.
 Relembrando... 
Com Adão e Eva o conceito de jardim surge como o paraíso, unindo o 
reino vegetal e animal, além de considerar ainda os aspectos envolvi-
dos na geometria mística.
28 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Esse tipo de jardim, dividido em quatro zonas, é a descrição bíblica 
do paraíso terrenal, cujos quatro rios marcam o desenho crucifor-
me. É a representação do cosmos, o mundo partido em quatro zo-
nas, por quatro rios diferentes. Na interseção se construía um palá-
cio, um pavilhão ou uma fonte, e para isso eram utilizados azulejos 
coloridos que revestiam as paredes e o fundo dos canais e tanques.
Esses jardins exerceram uma influência decisiva nos traçados poste-
riores, especialmente na estética do mundo muçulmano.
2.4 Jardim grego 
 
Com a Grécia inaugura-se o período clássico. Desaparece o colossa-
lismo, o homem passa a ser a medida de todas as coisas e a arqui-
tetura é projetada em harmonia com os homens. Nesse país de civi-
lização avançada, os jardins se caracterizavam por horto-pomares 
e parques arborizados.
2.4.1 Formato
Concebido com certa despreocupação, sua estrutura apresentava 
formas naturais adaptadas à vegetação e à topografia. Tais formas 
Material do Estudante 29
seguiam as curvas de níveis e integravam o entorno com as cons-
truções em um tipo de bosque salpicado de estátuas e construções 
de gênero sagrado ou mítico, em uma espécie de paisagismo primi-
tivo. Fugiam da simetria e da regularidade matemática tão comum 
aos jardins construídos no Egito.
Os jardins, por suas próprias características, não suportam os 
maus-tratos do tempo. Por isso, dos jardins cultivados na Antiga 
Grécia restaram apenas as descrições lendárias, mitológicas e ou-
tras de valor histórico que foram documentadas.
Da mitologia, temos o Jardim das Hes-
pérides, no qual eram cultivadas ár-
vores que produziam ricos “pomos de 
ouro”. Outro jardim foi o de Academus, 
ponto de reunião de professores e fi-
lósofos, germe das futuras Academias.
30 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2.4.2 Como eram as plantas do jardim grego 
Segundo Homero e outros autores, o jardim grego era fechado, uti-
litário; as plantas cultivadas eram dispostas, regular ou irregular-
mente, de acordo com o gosto do proprietário.
A descrição de Homero do Jardim de Alcino 
reproduz a horta e o pomar que cons-
tituíam, em conjunto, os jardins 
gregos. Eles apresentavam carac-
terísticas simples, naturais e não 
tinham a simetria dos jardins 
egípcios.
Esses jardins eram um prolonga-
mento das casas, e a construção 
de colunas e pórticos fazia uma 
ligação entre o ambiente interior 
e o exterior. Neles eram culti-
vadas plantas para consumo, 
como: maçãs, peras, azeitonas, 
uvas e hortas.
O que é?
Botânica
É a parte da biologia que 
estuda as plantas. Con-
siste no estudo da mor-
fologia e da fisiologia dos 
vegetais.
Material do Estudante 31
Os jardins, também presentes na mitologia grega, são mencionados 
como lugares onde os deuses e deusas visitavam a Terra.
Podemos afirmar que tudo na paisagem da Grécia é um jardim 
cheio de grutas, fontes, bosques com árvores sagradas, estátuas, 
templos, passeios etc. 
2.5 Jardim romano 
Os romanos reuniram, em apenas um, os três tipos de jardins ante-
riores: dos egípcios, a geometria; dos gregos, um pouco de huma-
nismo; e dos asiáticos, os perfumes, jogos de água e pavilhões.
Os jardins aparecem nas ruínas romanas – essa é a primeira vez que 
se dispõe de descrições escritas, planos e ruínas físicas. 
2.5.1 Origem do jardim de pequena escala, próximo à 
residência
O desenvolvimento desse jardim indica, provavelmente, a ideia de pá-
tio, um recinto protegido e seguro, uma tradição entre os povos medi-
terrâneos. Temos de levar em conta ainda o modelo do bosque sagra-
do persa (para a caça), o passeio meditativo e a invocação religiosa. 
Saiba mais
Os gregos e a botânica 
Os gregos não se destaca-
ram como jardineiros mas 
como botânicos e natura-
listas. Teofrasto escreveu 
dez tomos de uma História 
das plantas (372-287 a.C.); 
podendo ser considerado 
o pai da Botânica. Escre-
veu, também, sobre téc-
nicas de horticultura, pro-
cedimentos para superar 
condições negativas do 
meio, pragas e doenças.
Saiba mais
As obras dos renascen-
tistas e dos ilustradores 
do séc. XVIII são modifi-
cações do traçado básico 
do jardim romano, assim 
como na atualidade o 
jardim paisagístico recebe 
a mesma influência, com 
evocações a paisagens, 
simbolismos, arquitetura, 
escultura (muitas delas 
saqueadas da Grécia) etc.
32 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2.5.2 Origem do jardim de grande escala
O bosque sagrado e o pátio são estruturas do jardim romano, com 
todas as variantes e modificações que ocorreram no transcurso do 
tempo. Essas são as estruturas básicas dos jardins adotadas por 
toda a humanidade.
Com a introdução de colunas e pórticos, as vivendas romanas se 
abrem para o jardim. O horto tradicional perde seu caráter religioso 
e econômico, passa a orientar-se para o naturalismo e para a sa-
tisfação das novas necessidades de luxo e exotismo. A casa vai se 
transformando progressivamente até se converter em uma vila. 
2.5.3 Formato
• Estátuas isoladas que formam grupos distribuídos pela com-
posição paisagística, muitas delas saqueadas da Grécia.
• A arte da topiaria representava elementos decorativos (es-
tátuas, animais etc.) esculpidos em plantas. Eram utilizadas 
flores do campo, mas predominavam as plantas verdes.
• A água afigurava-se em fontes, cascatas, lagos e com um sis-
tema completo de irrigação. Nos pátios ajardinados de pe-
quenas proporções das cidades romanas surgiu uma forma 
decorativa de pintura ilusionista/naturalista. Eram executa-
das nos muros, com a técnica da perspectiva e representa-
vam áreas com gramados, árvores, flores, arbustos, fontes e 
animais, dandoaos olhos a ilusão de ampliação do espaço.
2.5.4 Desenvolvimentos no período
• Estrutura urbana de tipo regular, na qual aparecem espaços 
destacados para um tratamento com jardins públicos. 
• Vilas rurais, como a Villa Adriana em Tivoli e as Villas de Plinio 
em Roma, longe das cidades, que íam um retiro para a recep-
ção de amigos, produção de obras literárias ou apenas para 
contemplação. Essas propriedades eram naturalmente patri-
mônio das classes dominantes. Plinio possuía, no séc. I d.C., 
mais de quinhentos escravos e três propriedades, uma na ci-
dade e duas no campo.
Material do Estudante 33
A forma de vida se desenvolvia 
nas terras secas e áridas da 
Arábia, onde a população era, 
principalmente, nômade. Para 
o homem do deserto, o oásis 
marca um conceito fundamental 
para a compreensão do 
paraíso corânico, mas com a 
insegurança diante dos animais 
ferozes ou tribos inimigas.
2.6 Jardim islâmico
Voltamos à ideia paradisíaca como a origem da formação dos jar-
dins e a integração ideológica entre os povos diferentes que assimi-
laram o maometismo. O Corão é a revelação divina por meio de Ma-
omé e, para o crente, o paraíso corânico é uma fonte de inspiração 
artística e uma meta desejável, mas inalcançável na terra.
2.6.1 Formato
No jardim muçulmano, encontram-se água abundante, vegetação, 
frutos, aromas, cores, sombra, som das águas, arquitetura e pers-
pectiva. É mantida a tradição do jardim para o prazer e o espaço é 
tido como puro, geométrico, regular e fechado. 
Desde o Gênesis, vemos o mundo dividido em quatro partes por 
dois eixos perpendiculares.
O pátio é considerado característica essencial do jardim islâmico.
34 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Saiba mais
As cidades de Agra e Délhi 
foram os principais cen-
tros da arte muçulmana 
na Índia.
Saiba mais
O mausoléu A Tumba de 
Humayún é o mais antigo 
da Índia (1508-56).
Outro importante mauso-
léu é o Taj Mahal, obra de 
Shah Jahan (1592-1666). 
Esse monumento foi re-
sultado de seu grande 
amor pela esposa persa 
Mumtaz Mahal. Segundo 
a lenda, a imperatriz es-
colheu o lugar com base 
em um sonho, e o impera-
dor, um ano após a mor-
te trágica da esposa, deu 
início às obras no lugar 
escolhido. O Taj Mahal foi 
construído em 22 anos, de 
1632 a 1654.
2.7 Jardins islâmicos na Ásia
Na Índia, o islamismo foi adotado no século XI. Com isso, houve um 
choque de tendências. 
• Corrente vinda do deserto (esquemática).
• Corrente adaptada a uma natureza excessiva.
A arquitetura e a influência do paraíso persa são destaques no jar-
dim islâmico desenvolvido pelos mongóis. Havia três tipos: 
1. Palácios.
2. Jardins em torno dos mausoléus.
3. Jardins do paraíso (char bagh).
Os mausoléus 
O esquema do mausoléu era condizente com um grande recinto 
quadrado, dividido com precisão geométrica, à imagem do univer-
so ordenado. No centro, a tumba levantava-se sobre os quatro rios 
representados por canais. O jardim paraíso era um paralelogramo 
com quatro quadros em cada plano. A água dominava todos os jar-
dins. No núcleo do char bagh havia um canal central e muros altos 
que o protegiam dos ventos.
2.8 Jardins hispano-muçulmanos 
Os muçulmanos conquistaram a Espanha no ano 711 e permanece-
ram na península sete séculos, até serem expulsos pelos reis cató-
licos.
O jardim era tido como um paraíso e um isolamento, e a vegetação, 
considerada produtora de alimento ou puro prazer.
Esses jardins apresentam:
• Ordenação do espaço como contraposição à extensão aberta 
do deserto.
• Essência romana do pátio.
• Forma fechada e íntima que compõe parte do conceito total 
do edifício.
Material do Estudante 35
2.8.1 Formato
Eram utilizados materiais pobres, que combinavam as cores e as 
texturas. A água é o eixo da composição: tanques fontes, aspersores 
e cascatas, cuja evaporação aliviava o clima quente. Coexistiam a 
simetria e a assimetria. 
Córdoba 
O Pátio de los Naranjos (ano 786), na mesquita de Córdoba, é, talvez, 
o jardim de estrutura mais antiga de todos os hispano-muçulmanos. 
Os jardins dos Nazaríes de Granada, os de Alhambra e o Generalife 
são os mais conhecidos. Esses jardins tiveram acréscimos com as con-
quistas cristãs e nos períodos renascentista, romântico e moderno.
36 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Alhambra
Em Alhambra destaca-se seu 
recinto amuralhado, compos-
to de quatro pátios-jardins: o 
Adarve, o Machuca, o dos Ar-
rayanes (ou Comares) e o dos 
Leões.
O Pátio dos Arrayanes é um 
perfeito exemplo de pátio-jar-
dim retangular. Forma-se pela 
geometrização e pela síntese 
da linha reta. Em torno desse 
eixo, organiza-se o espaço con-
templativo, com água, pedra e 
vegetação linear.
O Pátio dos Leões, ao contrá-
rio, apresenta um aspecto mais 
íntimo e privado. Tem dimen-
sões reduzidas e pouca vege-
tação. No centro, há uma fon-
te da qual saem quatro canais 
com doze leões. Nele, centra-se 
todo o conjunto de Alhambra, 
que é uma representação do 
jardim corânico.
Material do Estudante 37
Pátio da Acequia 
O Pátio da Acequia é o melhor exemplo existente de pátio-jardim 
islâmico. A vegetação acompanha um eixo definido que serve 
como centro unificador de toda a composição.
Generalife 
O jardim de Generalife é um palácio-jardim (século XV) com aspecto de vila campestre. Está estruturado 
em vários pátios de níveis distintos, o que facilita a irrigação e as perspectivas. Cada recinto tem uma 
personalidade própria, sem deixar de formar uma sequência global.
38 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2.9 Jardim medieval
Depois da queda do Império Romano, o luxo e o requinte foram 
abandonados; tornou-se a viver a economia rural e a simplicidade 
de hábitos.
As igrejas e os mosteiros constituíram-se em centros de toda a ati-
vidade social, qualquer espaço útil recebia seu uso funcional, como 
a obtenção de alimentos ou ervas.
O que era necessário para a subsistência dos monges deveria ser 
obtido no próprio convento. A água e o horto passaram a ocupar o 
primeiro lugar.
A arte dos jardins, como também outras manifestações culturais 
ficaram adormecidas com o fim do Império Romano.
As plantas medicinais eram valorizadas e apareceram os jardins 
botânicos, como o de Carlos IV de Praga.
Escritas de destaque:
• 1260: São Alberto de Magno escreve De Vegetabilibus como 
um testemunho de época.
• 1304: surge o Opus Ruralium de Petrus Crescencius, que abor-
da a manutenção dos gramados.
• 1467: Colonna escreve O sonho de Polifilo, no qual descreve, 
em detalhes, um jardim imaginário. Esse livro aparece como 
um estandarte dos humanistas do século XV e será a base dos 
novos jardins do Renascimento.
Material do Estudante 39
2.9.1 Vegetação e formato
As características básicas do jardim medieval são: 
• Planta quadrangular.
• Espaço fechado.
• Sentido utilitário das plantas. 
O centro do jardim é ocupado pelo elemento água, por meio de uma 
fonte ou poço que simboliza o centro da vida e facilita a irrigação 
em qualquer parte. 
Em torno desse centro simbólico e funcional há quatro canteiros 
geométricos separados entre si por caminhos. Alguns desses ca-
minhos exibiam plantas trepadeiras que formavam túneis. Cultiva-
vam-se ervas aromáticas e medicinais, temperos, algumas plantas 
frutíferas, uma pequena horticultura e também algumas flores.
O simbolismo tinha grande importância e acreditava-se que plantas 
medicinais guardavam propriedades químicas e mágicas. Algumas 
flores representavam o simbolismo religioso, como as rosas verme-
lhas, que remetiam ao amor divino.
Saiba mais
• Na Idade Média os 
jardins quase desapare-
ceram, ficando reduzidos 
a áreas confinadas em 
claustros destinadas ao 
cultivo.
• O banco com grama 
surge como uma evolução 
do banco de pedra.
• O labirinto aparece 
no século XII. Algumas ve-
zes aberto, em outras fe-
chado, simboliza sempre 
a busca.
• O jardim urbano não 
existe e, espontaneamen-
te, surgem espaços onde o 
povo se encontra.
40 Paisagismo: Técnicas e Projeto
3. Jardim italiano 
– Renascimento
O Renascimentosignifica uma 
oposição à Idade Média e traz 
de volta os tempos clássicos. 
Da Grécia herdou o espírito; 
de Roma, as formas artísticas. 
Tem como características o cul-
to à vida, ao amor e à natureza, 
como na época clássica.
3.1 Formato
O jardim do Renascimento é 
uma interação de várias cor-
rentes complexas e numerosas, 
cujas ideias vêm de Florença a 
Roma. O século XIV é o princí-
pio desse movimento na Itália, 
haja vista que uma vida urbana 
se desenvolve nas suas cida-
des-estados e a sociedade se 
distancia do conceito medieval. 
Na segunda metade do século 
XIV foi surgindo uma ligação en-
tre a edificação e a vegetação, 
expressa nos pórticos e galerias 
com arcos. Houve tentativa de 
unificação de várias perspecti-
vas em uma só linha visual, um 
primeiro domínio dos desníveis 
do terreno e das escadarias.
Alberti escreveu De re aedifica-
toria, um tratado de arquitetu-
ra que analisa a coordenação 
do jardim e da paisagem. Nele, 
estão resumidos os escritos de 
Plínio sobre parterres, estatuá-
ria e plantação de árvores que 
se uniam entre si. A obra apre-
senta características para esse 
tipo de jardim. 
Vila D’este
Material do Estudante 41
São elas:
• Implantação de regras matemáticas sobre como ordenar um 
jardim (Alberti e Francisco de Giorgio).
• Transferência para o jardim das regras guiadas para a cons-
trução do Palácio. 
• Desenho de uma planta para o jardim, como feito para a casa.
• Perspectiva sempre linear, em busca da direção mais favorá-
vel e precisa, sempre com um ponto de princípio e outro de 
término.
• O jardim como transição entre a arquitetura e a natureza.
• A vegetação sempre verde, perene, compacta, com aspecto 
definitivo (cipreste, pinus), massa uniforme que pode ser con-
trolada. As flores ficam reduzidas aos jardins secretos. 
• A água aparece de modo artificial ( jogos de água), como fon-
tes, cascatas e espelhos d’água. Tem representação escultóri-
ca, sendo Netuno a mais comum.
• A estatuária tem importância na decoração: bustos, colunas, 
baixo-relevo, balaustradas, jarros, grutas etc.
Exemplificando
Locais em que aparecem 
o jardim italiano:
• Villa Caprarola.
• Villa Lante.
• Projetos de Giacomo 
da Vignola.
• Villa Medici de Miche-
lozzo.
• Jardins de Boboli (Pa-
lácio Pitti) de Amman-
nati.
• Villa d’Este, em Tivoli, 
construída pelo Car-
deal Hipólito d’Este.
Villa D’este. O terreno, em níveis, facilita um jogo de vistas em uma grande exten-
são, ordenado por parterres e em torno de um eixo principal, que unia o palácio, e 
outro transversal, que separava a parte plana da mais acidentada.
O resultado é uma composição fechada, harmonicamente organiza-
da em terraços onde todos os espaços ficam definidos.
O jardim, fragmentado e concebido como uma verdadeira composi-
ção arquitetônica, é um complemento do palácio.
42 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Saiba mais
Vicino Orsini
Homem interessado em 
ciências ocultas, filosofia, 
mitologia clássica e outras 
matérias, que claramente 
se baseiam no jardim.
As linhas do desenho se 
perderam, restaram al-
guns grupos de estátuas e 
massa de vegetação. Seu 
traçado fugia às regras de 
harmonia que dominavam 
o Renascimento italiano. A 
vegetação era plantada de 
maneira desordenada. Ao 
subir uma colina, cabeças 
decapitadas emergiam do 
solo, chegando ao plano 
no qual existe um templo 
renascentista dedicado à 
sua mulher.
Encontra-se, também, 
uma grande cabeça com 
a boca aberta para simu-
lar a entrada do inferno. 
Ao que tudo indica, o pro-
jeto baseia-se na fábula 
dos gigantes que atacam 
o Olimpo. O jardim está 
mais próximo de um bos-
que sagrado do que de um 
jardim renascentista.
3.1.1 Localização do jardim italiano
Villa Orsini
A Villa Orsini é denominada O inferno da Bomarzo, no norte de 
Roma. Seu proprietário, Vicino Orsini, é, possivelmente, o autor do 
projeto. 
3.1.2 Fim do jardim italiano
Com a morte de Giacomo Barozzi Vignola, começa a desaparecer o 
jardim italiano como arte nacional e diferenciada. O contato com 
outras nações faz com que seu período inicie com esplendor, co-
piando e produzindo um ecletismo que se desvirtua do original (um 
barroco inicial). 
Como exemplo desse estilo de jardim temos Villa Aldobrandini e 
Villa Borghese.
4. Jardim francês – Racionalismo
No século XVI, as pequenas propriedades da França conservam a 
associação utilitário-ornamental. Numerosos tratados de agricul-
tura, que dedicam um capítulo ao jardim ornamental, aparecem 
nesse período. 
Os jardineiros aprendem a desenhar parterres de boj e de plantas 
aromáticas, modelam árvores e arbustos em formas geométricas 
ou figurativas. Tudo segundo o ritmo e a harmonia inspirados nas 
regras descritas por Alberti.
Mudança nos jardins Amboise, Blois e Gaillon
Seduzido pelos jardins de Poggioreale, perto de Nápoles, Carlos VIII 
regressa à França com um grupo de artistas italianos e transforma 
os jardins Amboise, Blois e Gaillon.
Os jardins, ainda fechados, não têm relação com a arquitetura dos 
palácios e castelos.
Material do Estudante 43
O jardim de Villers-Cotterêts
O jardim de Villers-Cotterêts apresenta, pela primeira vez na França, 
uma avenida de árvores de grande porte, formada pelos italianos 
residentes no país. Os artistas franceses inauguram uma tradição 
de viagem de formação à Itália, regressando com um conhecimento 
teórico e referências das obras visitadas.
4.1 Formato
O relevo na França, menos acidentado que na Itália, deixava os 
platôs com pequenos desníveis, o que possibilitava uma vista do-
minante de todo o conjunto de parterres. A água formava grandes 
espelhos em canais sobre os eixos ou em canais transversais. 
Nos cenários dos jardins de Vaux-le-Vicomte, cada visitante tinha 
direito aos efeitos surpreendentes dos princípios ópticos. Le Nôtre 
colocou, no extremo de cada parterre, um grande espelho d’água 
quadrado, com o objetivo de conseguir uma ilusão.
Versalhes: a influência do rei sobre os aspectos do jardim 
O rei Luís XIV, monarca absoluto conhecido como rei Sol, tinha três 
preocupações:
• Manter o poder.
• Distrair a corte e dominá-la.
• Organizar suas aventuras amorosas.
Saiba mais
André Le Nôtre era filho 
de jardineiros que traba-
lhavam com os melhores 
especialistas da França 
nos jardins do Palácio das 
Tulherias.
Le Nôtre passou a fre-
quentar os ateliês do 
Louvre e tinha grande ha-
bilidade com o desenho. 
Passou seis anos com Si-
mon Vouet – artista de 
Luís XIII –, dominava os 
problemas e teorias da 
perspectiva e estudava 
as Leçons de perspective 
positive, de Jacques du 
Cerceau. Nesse tratado, 
o autor representava os 
edifícios e as paisagens 
segundo as regras de uma 
ciência absoluta.
A construção de grutas nos jardins se popularizou na França, assim 
elas passaram a ser apreciadas por muitas pessoas e construídas 
com maior frequência.
Aquele que viesse do edifício, enxergaria como se as grutas re-
pousassem sobre os espelhos. Chegando ao canal, o observador 
voltaria a vista para contemplar o palácio e receberia outra surpre-
sa: a fachada seria inteiramente refletida no espelho d’água.
44 Paisagismo: Técnicas e Projeto
O jardim do rei absoluto não de-
veria ter limites ou, ao menos, 
não deveria demonstrá-lo. A 
cidade de Versalhes constituiu 
um salto qualitativo na história, 
superando Vaux-le-Vicomte. Le 
Nôtre obteve uma importância 
mais expressiva do que os ar-
quitetos Le Vau e Mansart.
Versalhes tinha um terreno com 
vários desníveis, pouca vegeta-
ção e áreas constantemente 
inundadas.
Material do Estudante 45
Em síntese, podemos descrever Versalhes do seguinte modo: 
• Terraço com extensos gramados, composto de grande espe-
lho d’água fronteiriço à longa fachada de 670 m do palácio e 
pelo magnífico tapete de relva (tapete verde).
• Enquadrado entre dois maciços de árvores, entrecortadas por 
fontes e pequenos e frondosos bosques, que se dividem em 
avenidas em forma de estrelas.
• Grande canal ao fundo em formato de cruz.
• Perspectiva retilínea com visão panorâmicados terraços e es-
cadas, que se desdobram suavemente e acompanham o de-
clive do terreno. 
• A vista encontra a natureza livre e canalizada pelas árvores, 
perdendo-se ao fundo do canal sobre um horizonte de prada-
rias. Outras perspectivas secundárias também são observa-
das do castelo.
• O jardim se completa com a decoração escultórica (jarros, vasos 
de bronze, taças de mármore com baixo-relevo alegórico etc.).
Além de Versalhes, existem outros locais que apresentam essas ca-
racterísticas de jardim, tais quais: Trianon, Clagny, Chantilly, Fon-
tainebleau, Meudon, Saint-Cloud e Sceaux.
Fontainebleau
46 Paisagismo: Técnicas e Projeto
5. Jardim inglês – Paisagístico
Compreende-se o jardim inglês como uma reação imediata/ins-
tantânea contrária aos excessos do racionalismo do jardim francês 
logo que termina a “era Le Nôtre”. 
O jardim inglês recebeu grande influência do jardim oriental (chi-
nês), praticado de maneira espontânea.
O Conselheiro Bacon é considerado a primeira pedra do jardim in-
glês, apesar do seu ecletismo.
O plano de mudança para o jardim inglês resume-se à obtenção de 
um visual agradável para cada mês, não somente pelas formas das 
flores ou frutos, mas também pelas folhas, pelas cores em contraste, 
pela textura etc., que representam a base do paisagismo moderno.
Saiba mais
Francis Bacon
Filósofo e ensaísta inglês, 
conhecido como Bacon de 
Verulâmio, barão de Veru-
lam (ou Verulamo, ou ain-
da Verulâmio) e Visconde 
de Saint Alban.
Material do Estudante 47
5.1 Influências no formato do jardim inglês
Observe a evolução do jardim inglês no esquema a seguir.
John Parkinson
A Garden of Pleasant Flowers (Um jardim de flores agradáveis), pri-
meiro grande livro sobre jardins da Inglaterra. Descreve quase mil 
flores, ervas, vegetais e árvores frutíferas. Inclui mais de 800 xilo-
gravuras, nomes de plantas latinos e familiares, descrição física e 
indicação das origens das plantas.
Mais adiante, outras publicações de botânica aplicada e obras dedi-
cadas ao cultivo de plantas com uma grande parte descritiva foram 
tornando-se comuns em razão dos descobrimentos dos botânicos 
nas colônias, que eram cada vez mais numerosas. 
No princípio do século XVIII, surgiram condições para uma nova for-
ma radicalmente distinta:
• Inglaterra obteve poderio marítimo e sua monarquia constitu-
cional correspondia a uma bandeira de liberdade diante das 
monarquias absolutistas de outros países europeus (França 
e Espanha) que, do ponto de vista colonial e comercial, eram 
seus grandes rivais.
• O local tinha condições climáticas, geográficas e culturais da 
Inglaterra, portanto bastante diferentes da francesa e italiana.
• Com o custo elevado da manutenção e conservação de jardins 
recortados, compostos por desenhos e formatos artificiais, os 
ingleses propuseram o jardim paisagístico, que deveria imitar 
a natureza em seu traçado livre e sinuoso.
O jardim inglês imita a paisagem natural, logo o desenho é 
simplificado.
John Parkinson 
1567
1650
1685
1748
1682
1745
Stephen Switzer 
1715
1783
William Kent
Lancelot Brown 
48 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Stephen Switzer
Abordava que “(...) a arte do desenho de jardim consista em que as 
formas se ajustem ao conjunto, e o conjunto se adapte à natureza e 
aos usos do lugar”.
Em sua atuação, conservava certas normas de regularidades e for-
mas geométricas, segundo as quais o jardim deveria utilizar curvas 
e a plantação das árvores deveria ser irregular.
William Kent 
Era pintor, jardineiro e reformou o parque Stowe. Apropriou-se do 
ha-ha e de construções clássicas distribuídas na paisagem que re-
cordavam as vistas dos pintores. Considerava a natureza um jardim 
que necessitava de um leve retoque.
O jardim inglês é descrito como um desenho livre, que possibilita 
à imaginação seguir os meandros das correntes de água, colinas e 
sinuosas plantações espontâneas.
Material do Estudante 49
Lancelot Brown 
Foi considerado pelos seus admiradores o melhor representante do 
paisagismo. Não participa do paisagismo pitoresco de Kent nem do 
jardinismo de Humphry Repton, paisagista inglês que pintava a pai-
sagem antes de implantá-la. 
Aos 24 anos, responsável pelos jardins de Stowe, ele modificou os 
planos de Kent e foi contratado para novos projetos, como Warwi-
ck Castle, Croome Court – este último durou 25 anos e ambos se 
mostraram bons exemplos de projetos que duravam vários anos. O 
serviço, em geral, tratava-se de uma remodelação do terreno, novas 
plantações e recondução da água. 
Os projetos de Brown reduzem a diferença entre o natural e o cria-
do pelo paisagista. Nesse sentido, os pintores, inicialmente, con-
templavam vistas naturais, reproduziam-nas nas telas e serviam de 
inspiração para os paisagistas, que planejavam paisagens que dife-
riam cada vez menos do natural e passavam a ser referência para 
esses mesmos pintores.
Warwick Castle 
50 Paisagismo: Técnicas e Projeto
6. Jardim japonês 
O jardim chino-japonês tem início aproximado em 1.200 a.C. e apre-
senta mudanças de estilo que não são tão aparentes como as produ-
zidas nos jardins do Ocidente.
A observação da natureza deriva da doutrina budista e é vinculada, 
diretamente, à residência, lugar de contemplação.
O jardim é um espaço estético de evolução histórica, dividido em 
diferentes etapas.
O jardim reproduz a 
ideia do paraíso; 
influência chinesa.
1185
1332
1615
1888
1332
1615
A influência zen, 
favorecida pela 
chegada ao poder dos 
samurais 
Shogun-Ashikaga, com 
o surgimento dos 
jardins de areia e dos 
jardins do chá.
Época de 
YEDO-HEDO, jardim 
paisagístico.
Características gerais:
• Pintura como base de inspiração. 
• Abstração, que pode estar vinculada a diferentes objetivos: 
místico, contemplativo e de recriação.
• Elementos da paisagem (pedra, água, vegetação, modulação 
do terreno, casa etc.) são incorporados ao jardim com uma 
reflexão filosófica sobre seu caráter ou procedência.
Material do Estudante 51
6.1 Jardim-paraíso 
Na cidade de Quioto, esse tipo de jardim passa por alterações no 
seu formato em momentos históricos. Veja.
O jardim Ryoan-ji, no mosteiro de Daiju, é um jardim de meditação. 
Situa-se no interior de um recinto arquitetônico (dois lados com-
postos de edifícios e dois lados compostos de muros), tem uma su-
perfície de 30 m x 10 m e está integrado por 15 pedras, agrupadas 
em formação de 5, 2, 3, 2, 3. Foi desenhado por Senshui e Soami.
O jardim Kinkaku-ji é o reflexo da consideração japonesa e respei-
to ao paraíso. O pavilhão está situado sobre a água e é um obser-
vatório do lago, dividido em duas partes: paisagem próxima e pai-
sagem distante.
Já o jardim Daisen-in, em Quioto, atribuído a Saomi, em forma de 
L (9,14 m x 4, 50 m), almeja a recriação de uma paisagem miniatura 
por meio da colocação das pedras sobre uma base de areia.
6.2 Jardins secos
Ainda em Quioto, registram-se os seguintes acontecimentos:
Muso Soseki foi o criador do jardim de Saiho-ji, que significa a mu-
dança e a aparição do jardim-paraíso. Conhecido como jardim do 
musgo, contém, em sua parte inferior, um jardim seco. O conjunto 
do jardim evoca a eternidade. É um caminho de pregação e medi-
tação, é o paraíso que representa o Sanzen Sekai (mundo eterno).
1339
1394
1450
1513
52 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Material do Estudante 53
6.3 Jardins do chá
Em 1583, a democracia da época Momoyama é responsável pela di-
fusão da cerimônia do chá. Na realidade, a cerimônia consiste em 
um pavilhão e um espaço anexo a ele, cujo percurso se faz indivi-
dualmente.
6.3.1 Formatos
O Katsura (1579-1647), obra de Kobori Enshu, tem extensão de 4 
ha (quatro hectares), sendo que um sexto dele é ocupado por um 
lago. Apresenta caminhos sinuosos, diversificação e importantes 
elementos ornamentais. Em 1770, pedras marcam diversos cami-
nhos do jardim. 
O conjunto contém diversos pavilhões de chá com seus jardins cor-
respondentes. Os elementos vegetais são tratados para valorizarsuas qualidades estéticas individuais.
7. Breve história brasileira 
Principais acontecimentos:
• Na primeira metade do século XVII, o príncipe Maurício de 
Nassau ordenou que se providenciasse a urbanização dos nú-
cleos de Olinda e Recife. Nas casas, a única preocupação em 
relação às plantas era com sua utilidade como alimento, com 
características aromáticas ou na medicina caseira.
• No período colonial, em ambiente rural, um quintal rodeava 
a casa-sede da propriedade agrícola. A parte frontal quase 
sempre era um grande terreiro limpo e varrido, onde se seca-
va café e se realizavam festas e danças. O pomar situava-se 
nos fundos e tinha dimensões pequenas.
• Nos engenhos de açúcar de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, 
Sergipe e Bahia, o tratamento paisagístico marcava o conjun-
to como o coração da propriedade rural, pelo contraste esta-
belecido entre diversas variedades de frutas dos pomares e, 
também, pela presença de plantas embelezadoras para que-
brar a monotonia dos canaviais circundantes.
• Surgem alguns jardins ligados à arquitetura religiosa nos 
claustros dos mosteiros e conventos.
54 Paisagismo: Técnicas e Projeto
7.1 Jardins públicos
Os primeiros jardins públicos surgiram no fim do período colonial. 
Um bom exemplo é o Passeio Público do Rio de Janeiro, o primeiro 
deles a ser construído por Mestre Valentim durante o vice-reinado 
de D. Luís de Vasconcelos. O jardim sofreu profundas modificações 
na segunda metade do século passado pelas mãos do botânico fran-
cês Auguste François Marie Glaziou, que veio para o Brasil a convite 
de Dom Pedro II, ocupou o cargo de diretor de Parques e Jardins da 
Casa Imperial e inspetor dos jardins municipais do Rio de Janeiro. 
Reformou o Passeio Público, os jardins da Quinta da Boa Vista e do 
Campo de Santana.
Logo após a chegada da corte, foi criado o Jardim Botânico do Rio 
de Janeiro, inicialmente um horto de aclimatação de espécies asso-
ciado às plantações de chá. Nessa época, chega ao Brasil a palmeira 
imperial (Roystonea regia), originária das Antilhas.
Nesse período, surgem outros locais com jardins públicos, como: 
• Belém.
• Olinda.
• Ouro Preto.
• São Paulo.
Em princípios do século XIX, por meio de D. João VI, é dada autori-
zação para abrir os portos a outras nações. Paralelamente, na Eu-
ropa, iniciava-se a ampliação do conhecimento humano no campo 
das ciências naturais.
7.2 Plantas do jardim brasileiro
Nos primeiros anos do século XIX, houve um intenso trânsito pelo 
interior do país, quando botânicos, zoólogos, geólogos e diversos 
outros cientistas ligados à natureza cruzavam o Brasil em todas as 
direções. Nesse movimento, estavam envolvidos: Spix e Martius (Ba-
viera), George Gardner (Escócia), Georg Langsdorff (Prússia), Augus-
te de Saint-Hilaire (França) e o príncipe Wied-Neuwied (Alemanha).
Material do Estudante 55
Jardim Botânico - Rio de Janeiro
56 Paisagismo: Técnicas e Projeto
O que é?
Autóctone
Que é natural da região 
onde habita ou se encontra.
Algumas plantas levadas para a Europa retornaram ao Brasil mais 
tarde como “novidades importadas”, tais quais as buganvílias, que 
foram descobertas nas ilhas da Guanabara, e outras plantas exóti-
cas, de origem asiática, africana, do Caribe e da América Central. 
Algumas, como a amendoeira e espatódea, passaram a fazer parte 
das nossas paisagens.
7.3 Parques e jardins
Rio de Janeiro
Em meados do século passado, como parte integrante da missão 
artística e científica francesa, chega ao Rio de Janeiro o engenheiro 
hidráulico Auguste Marie François Glaziou, convidado por D. Pedro 
II para ocupar o lugar de diretor-geral de matas e jardins. 
Nesse período, destacam-se os parques do Campo de Santana e da 
Quinta da Boa Vista, projetos situados no Rio de Janeiro, com clara 
inspiração no jardim paisagístico.
Ainda no século passado destacou-se o trabalho do Parque Lage 
(1840), obra do paisagista inglês John Tyndale.
O Rio de Janeiro foi o primeiro a utilizar, com propósitos intencio-
nalmente plásticos, elementos da flora autóctone em uma compo-
sição artística.
Em meados do século XX, Roberto Burle Marx valorizou, de maneira 
nunca antes lograda, a utilização do elemento vegetal nativo.
O reflorestamento das áreas da Tijuca e das Paineiras com árvores 
autóctones, em sua maioria, seria outro exemplo se a preocupação 
não tivesse sido apenas de proteção aos mananciais, com vistas ao 
abastecimento de água para o Rio de Janeiro. Desse modo, o reflo-
restamento configura uma preocupação técnica, não paisagística.
Georg Marcgraf
(1638 e 1644)
No Brasil Holandês, 
Herbarium Vivum Brasiliense 
reuniu uma coleção de 
plantas secas, hoje 
guardadas no Museu 
Botânico de 
Copenhague.
Alexandre
Rodrigues Ferreira
(1783 e 1792)
Viajou ao Brasil durante o 
reinado de D. Maria I, “com a 
missão de recolher e aprontar 
todos os produtos dos três 
reinos da natureza que 
encontrasse e remetê-
-los ao Real Museu 
de Lisboa”.
Frei Leandro do 
Sacramento 
(Por volta de 1788)
Coordenou os trabalhos 
de levantamento da flora 
fluminense, que resulta 
em uma coleção de 1.640 
desenhos e descrições 
de plantas dessa 
região.
Material do Estudante 57
Campo de Santana
Quinta da Boa Vista
58 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Material do Estudante 59
Parque Lage
60 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Fatos históricos importantes desse período:
• Os jardineiros portugueses, franceses e alemães tentaram 
trazer para os jardins um pouco da terra natal com rosas, dá-
lias, crisântemos etc.
• A Praça Paris, no Rio de Janeiro, de influência europeia, ser-
viu de modelo para a maioria das cidades. 
• A simetria se tornou quase obrigatória na composição das 
praças do interior.
• Roberto Burle Marx retornou ao Brasil em 1929, no momento 
em que construíam os jardins da Praça Paris. Foi convidado 
para fazer os jardins da casa da família Schwartz ( já demo-
lidos), na Rua Tonelero, Rio de Janeiro, projetada por Lucio 
Costa e Gregori Warchavchik. 
Jardins tropicais
A residência modernista de Gregori Warchavchik, em São Paulo, foi 
o primeiro jardim tropical brasileiro, elaborado por Nina Klabin.
No período de 1934 a 1937, Burle Marx exerce as funções de diretor 
de parques de Recife, projeta e executa os primeiros jardins com um 
sentido ecológico, relacionando diversas formações fitogeográficas 
do Brasil. Em 1943, sua associação com o botânico Mello Barreto 
acentuou e consolidou essa tendência. Nesse período, ele realizou 
diversas excursões pelo interior do país e definiu as diretrizes bási-
cas para o estabelecimento de uma nova solução de uso da vegeta-
ção tropical em projetos de paisagismo.
Material do Estudante 61
Aterro de Copacabana 
Vista aérea de Copacabana
Alargamento da Av. Atlântica, Rio 
de Janeiro-RJ, 1970
62 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Estilos de Jardins
Material do Estudante 63
1. Jardim clássico ou formal
1.1 Características gerais
• Linhas geométricas e simetria de traçado.
• Estilos francês e italiano.
• Plantas monocromáticas ou de cores vibrantes e diversificadas.
64 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1.2 Composição vegetal
• Ciprestes.
• Arbóreas. 
• Buxos recortados.
• Roseira.
• Glicínia e hera.
• Plantas de forração anuais, responsáveis pela cor do jardim.
Material do Estudante 65
1.3 Materiais e elementos de composição
• Figuras de topiaria (esculturas vegetais).
• Estátuas, chafarizes e fontes.
• Jarros e vasos com plantas recortadas.
• Escadarias.
• Acessos marcados por arcos e pérgolas.
• Mobiliário rebuscado.
• Cercas de ferro e balaustradas de concreto.
66 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2. Jardim rochoso ou rústico
2.1 Características gerais
• Jardim monocromático, porém rico em texturas.
• Traçado de formas livres.
• Terrenos acidentados, pois são considerados os mais apro-
priados para implantação. 
• Paisagem árida com presença de sol e pouca água.
• Gramas utilizadas como contenção do terreno.
Material do Estudante 67
2.2 Composição vegetal
• Árvoresirregulares, disformes e com ramos retorcidos.
• Algumas palmeiras de regiões áridas, como carnaúba e urucuri.
• Flores anuais responsáveis pela cor nesse tipo de jardim: on-
ze-horas, flor-da-fortuna, dedo-de-moça, cactáceas, suculen-
tas, iúcas, gazânia, echevéria, agaves e babosas. 
68 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Saiba mais
A presença da madeira 
também se evidencia no 
mobiliário e nos elemen-
tos construtivos, que po-
dem ser compostos até 
mesmo de pedaços de 
troncos sem nenhum tra-
tamento. 
2.3 Materiais e elementos de composição
• Pedras, pedriscos, seixos, manchas de areia, tijolo e argila ex-
pandida.
• Cascas de árvore e serragem.
• Madeira em toras, bolachas, painéis e decks. 
• Vasos de barro.
3. Jardim oriental ou japonês
3.1 Características gerais
• Os aspectos visuais, como texturas e cores, são tidos como 
menos importantes. 
• A reflexão filosófica e o culto à natureza, sem se preocupar 
com a simetria, são uns dos seus principais fundamentos.
• Reúne muitos simbolismos que transmitem paz e espirituali-
dade, fazendo, com isso, um convite à contemplação.
• Seus caminhos são sempre tortuosos para não quebrar a inte-
gração. 
Material do Estudante 69
• Pedras dispostas em número ímpar, preferivelmente três, cin-
co ou sete (considerados os números da felicidade), sugerem 
que a própria natureza as colocou ali.
• Laguinhos, riachos ou cascatas simbolizam a superação. 
• Luminárias de pedra representam o espírito bom e iluminado.
• Plantas de grande beleza ocupam lugares de destaque.
3.2 Composição vegetal
• Arbóreas, como cerejeira-do-japão, macieiras e extremosas 
rosa, lilás e branca, bambu, grama-preta, camélias, azáleas 
arbustivas e anãs, magnólia arbustiva branca, bordo japonês, 
ardísia, jasmim, íris, glicínias, tuias e nandinas. 
• Ondulações no terreno.
• Grama-japonesa (zoysia tenuifolia) ou areia bem grossa e 
branca para integrar o conjunto.
 
3.3 Materiais e elementos de composição
• Pequenos lagos, cascatas, riachos com seixos e tanques.
• Pontes de madeira, passarelas de tronco ou de pedra.
• Cercas de bambu e/ou madeira.
• Lanternas de pedra.
• Pedriscos brancos e pedras.
• Carpas em lagos, dando colorido ao jardim.
• Rochedos, areias penteadas, cascalho e seixos.
70 Paisagismo: Técnicas e Projeto
4. Jardim tropical
4.1 Características gerais
• Integração perfeita com a arquitetura modernista.
• Caracterizado pelo traçado informal, com caminhos sinuosos 
e pouco marcados, avessos à poda e à simetria.
• Principal elemento de composição: plantas exuberantes, de 
cores vibrantes que se adaptam a pleno sol ou à meia sombra, 
atuando o gramado como elemento fundamental na integra-
ção dos diversos espaços verdes.
Material do Estudante 71
4.2 Composição vegetal
• Árvores frondosas, como flamboyant, jasmim-manga e pal-
meira.
• Plantas arbustivas, como filodendro, bananeira ornamental, 
helicônia, costela-de-adão, hibisco, estrelítzia, dracena, pri-
mavera, gardênia, beri, orquídeas, bromélias, samambaias e 
avencas.
HelicôniaStrelitzia
Costela-de-adão
Jasmim
Samambaia
72
4.3 Materiais e elementos de composição
• Presença de água em piscinas, lagos, espelhos d’água, fontes, 
cascatas e riachos.
• Pedras em manchas e arremates de lagos.
• Revestimento em tijolos, seixos, madeiras, pedras, placas de 
concreto e grama.
• Pérgolas em madeira com a função de sustentar a vegetação.
• Decks de madeira.
• Mobiliário em madeira ou pedra.
• Vasos de barro e fibra de coco, substituindo o xaxim.
Paisagismo — Ténicas e Projeto
Material do Estudante 73
5. Jardim contemporâneo
5.1 Características gerais
• Forte influência dos jardins japoneses, franceses e america-
nos. 
• Elementos formais de correntes ecléticas e modernistas.
• Liberdade de composição, com traçado que pode ser simétri-
co ou assimétrico. 
• Integração entre jardim e edificação, formando simbologias.
• Em muitos casos, a vegetação é empregada em pequena 
quantidade, de modo a destacar-se quase como uma escultu-
ra, tais quais as topiarias. Ela também pode compor com ma-
ciços de vegetação, criando um impacto visual que depende 
dos cenários projetados. 
• O mobiliário tem destaque na composição do cenário, sendo 
mais utilizados os de madeira, aço e plástico.
74 Paisagismo: Técnicas e Projeto
5.2 Composição vegetal
• Arbóreas, como jasmim-manga, palmeiras, bambu-mossô, 
estrelítzia, bromélia, agapanto, lança e espada-de-são-jorge, 
buxo e fícus recortados, cicas e fórmio.
• Vegetação com afinidades e compensação, ou seja, florescem 
em diferentes épocas do ano.
Material do Estudante 75
5.3 Materiais e elementos de composição
• Revestimentos em cerâmica, seixos (principalmente bran-
cos), vidro, madeira, pedras e pastilhas de vidro.
• Fontes e espelhos d’água com formas geométricas.
• Vasos de formas geométricas com topiaria ou plantas escul-
tóricas.
• Esculturas de aço, pedra e concreto.
• Iluminação direcionada, marcando a vegetação.
76 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Unidade 
Curricular
Desenho 
Básico 
Aplicado a 
Paisagismo
A Unidade Curricular Desenho Básico Aplicado a 
Paisagismo está desenvolvida em cinco temas. Veja.
Desenhos Técnicos
1. O desenho e o traço à mão livre 
2. Desenho aplicado a paisagismo
Desenhos Paisagísticos
1. Planta de situação
2. Planta de localização
Vistas Técnicas
1. Caminhos e pisos
Tipos de Espécies Vegetais em Desenhos Paisagísticos
1. Espécies vegetais em desenhos paisagísticos
2. Estudando a vegetação: técnicas de representação gráfica
Perspectiva
1. O que é perspectiva 
Material do Estudante 79
Desenhos Técnicos
80 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. O desenho e o traço à mão livre 
Para o paisagista, é fundamental o trabalho com desenho à mão 
livre. Ele deve ser treinado para representar em esboços/croquis as 
ideias de projetos, para que se aproximem cada vez mais do que foi 
pensado. Nesse processo, é necessário ter uma precisão objetiva e 
representar, o mais próximo possível, o objeto observado. 
Para o desenvolvimento de traços, é preciso observar, além da pre-
cisão, a espessura, a hierarquia e os grafites.
• Espessura: está relacionada ao peso que se deseja atribuir ao 
traço para representar um objeto ou expressar uma ideia de 
projeto.
• Hierarquia: propicia utilizar intensidades diferentes de tra-
ços para conferir maior realidade ao desenho e diferenciar 
planos em distâncias distintas do observador.
• Grafites: a existência de grafites de vários tipos possibilita, 
por meio da escolha, chegar ao resultado desejado. 
Os grafites variam quanto a sua dureza em categorias classificadas 
nas séries H e B, acompanhados de numeração que indica sua intensi-
dade nessa classificação, sendo H o mais duro e B o mais macio. 
Os grafites mais usados em desenhos de interiores são H, HB e B; 
HB é o mais comum entre os profissionais da área por ser um grafite 
intermediário.
Veja a tabela de grafites das séries B e H mostrados na figura a seguir.
Fonte: PPT da aula de Des. Básico da Prof. Carla Canella. 
O hábito de desenhar ajuda o aluno a perceber melhor os detalhes 
do que está observando.
O que é?
Croquis
São desenhos feitos à 
mão, sem instrumentos 
específicos, para repre-
sentar uma ideia, um ob-
jeto ou um ambiente da 
maneira mais clara pos-
sível. Em um croqui não 
importa a precisão da 
informação, e sim a pre-
cisão da ideia.
Material do Estudante 81
2. Desenho aplicado a paisagismo
O projeto paisagístico é composto de várias etapas que são consi-
deradas muito importantes em todo o seu desenvolvimento. Veja 
quais são.
Nas pranchas estão as representações gráficas que constituirão o pro-
jeto paisagístico, nas plantas constam as espécies vegetais que serão 
usadas e no memorial descritivo emprega-se o detalhamento, com 
justificativas e instruções para implantação e manutenção do jardim.
2.1 Instrumentos de desenho
Além do croqui e do desenho de observação, são utilizadas algumas 
ferramentas e regras na elaboração dedesenhos técnicos. Para o 
projeto paisagístico, não esgotaremos todas as informações relati-
vas a desenho técnico, mas vamos nos munir de informações, fer-
ramentas e técnicas que são fundamentais para a representação de 
um projeto paisagístico.
Pranchas com 
desenhos Plantas
Memorial 
descritivo 
82 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Algumas dessas ferramentas são:
Folha de papel-manteiga 
ou vegetal A3
Lápis de desenho com grafites 
H, HB, 2B, 4B e 6B
 Borracha branca macia
Apontador
Gabaritos e curva francesa
Régua paralela
Material do Estudante 83
Transferidor e compasso
Lápis de cor
Guache
Giz pastel
Canetas hidrocor
Escalímetro
84 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2.1.1 Régua T e esquadros 
Como utilizar
Observe a posição correta da lapi-
seira para obter um desenho com 
maior precisão. 
PUXE, NÃO EMPURRE
Material do Estudante 85
2.1.2 Escalímetro
Como utilizar
2.1.3 Traços e linhas
Linhas de contorno
• Contínuas. 
• Utilizadas para representar artefatos no interior da planta.
• A espessura varia com a escala e a natureza do desenho. 
• Representação: 
Linhas internas
• Contínuas. 
• Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno.
• Representação: 
30
29
28
27
26
25
10
5
01:20
0
1m
1m
86 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Linhas situadas além do plano do desenho
• Tracejadas.
• Têm o mesmo valor que as linhas de eixo.
• Representação: 
Linhas de projeção
• Compostas de traço e dois pontos. 
• Indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, mar-
quises, balanços, entre outros. 
• Em projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de 
contorno.
• Representação: 
Linhas de eixo ou coordenadas
• Utilizadas para indicação de zonas em plantas muito grandes, indi-
cação de eixos de simetria e eixos de peças em desenhos de detalha-
mento.
• Compostas de traço e ponto. 
• Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior às linhas internas e 
com traços longos.
• Representação: 
Linhas de cotas
• Contínuas. 
• Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou 
coordenada.
• Representação: 
Linhas auxiliares
• Utilizadas para auxiliar a realização de desenhos, além de suporte à 
representação de letras e números nas cotas e no preenchimento de 
pranchas.
• Contínuas. 
• Indicadas para construção de desenho, guia de letras e números. 
• Podem ser mantidas ou apagadas após serem utilizadas.
• O traço é o mais leve possível.
• Representação: 
Fonte: Adaptação do Prof. Luís Greno.
Atenção
Fique atento às normas:
• NBR 8403/1984: apli-
cação de linhas em dese-
nhos (tipos e larguras das 
linhas).
• NBR 6492/1994: re-
presentação de projetos 
de arquitetura.
• NBR 10068/1987: fo-
lha de desenho layout.
Material do Estudante 87
2.1.4 Carimbo
Veja, a seguir, um exemplo de carimbo.
A figura abaixo apresenta a localização do carimbo na folha:
(ALTURA DA LETRA DO CARIMBO = 3 mm)
185
01
01
20
54
Quadro da folha
(Margem do desenho)
Limite da folha
(Margem da folha)
Carimbo
Número da folha
Número do projeto
543535
7
178
CENTRO POLITÉCNICO SENAC – TÉCNICO EM DESIGN DE INTERIORES
NOME DO ALUNO
NOME DA DISCIPLINA
TRABALHO EXECUTADO
ESCALA: ....... DATA: ..../..../.... MÓDULO NOME DO PROFESSOR
10
10
10
10
10
7
50
carimbo
88 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Desenhos 
Paisagísticos 
Material do Estudante 89
Desenhos 
Paisagísticos 
1. Planta de situação
A planta de situação é a locação do terreno dentro de uma área, 
seja loteamento urbano, seja rural. Sua finalidade básica é repre-
sentar o formato do lote e os elementos que identifiquem a confor-
mação da quadra. 
2. Planta de localização
A planta de localização tem sua importância para o entendimen-
to da locação de nossa edificação e demais elementos no terreno. 
Nela, determinamos os limites do terreno com o passeio e a rua, o 
contorno externo da edificação no terreno ou, ainda, inserimos a 
vista da planta de cobertura que abrange sempre a vista superior.
Nessa prancha, informamos:
• Cotas gerais do terreno e cota da rua.
• Indicação geográfica do norte. 
• Nome das ruas. 
• Número do lote e indicação de elementos topográficos.
90 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Nessa planta aparecem todos os elementos que compõem a implan-
tação do terreno, como áreas de lazer, passeios, acessos, muros, equi-
pamentos etc. 
Nunca esquecer a indicação da posição do norte.
O que devemos representar em um desenho paisagístico? 
Relacionamos, a seguir, elementos que deverão aparecer na repre-
sentação gráfica de um desenho paisagístico.
• Linhas de delimitação do terreno. 
• Linhas de delimitação do passeio. 
• Contorno do perímetro da edificação – quando utilizada a 
planta de cobertura, as linhas do perímetro da cobertura e 
edificação devem ser tracejadas.
• Desenho de muros, acessos, elementos construtivos, calça-
das, canteiros, árvores, arbustos, cercamentos, entre outros. 
Material do Estudante 91
Em relação às informações que farão parte do desenho, sempre evi-
denciar: 
• Cotas gerais do terreno.
• Cotas gerais e parciais da edificação, bem como suas distân-
cias em relação ao terreno. 
• Indicação geográfica do norte.
• Indicação dos canteiros e espécies vegetais.
• Indicação de acessos de veículos e pedestres.
• Título do desenho, nome da planta e escala indicada.
• Outros dados que se fizerem necessários.
Atenção
• Igualmente ao que foi 
estudado em uma fase 
anterior, a hierarquia 
dos traços deve obede-
cer à posição de cada 
elemento e sua distância 
em relação ao campo de 
visão do observador. 
• Quando possível, po-
sicionar cotas na parte 
externa do desenho. 
Caso contrário, elas 
poluem o projeto e 
confundem as infor-
mações.
• Os elementos proje-
tados no terreno po-
dem receber hachuras, 
texturas e colorização 
para diferenciar cada 
tratamento ou mate-
rial que os constituem. 
92 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Vistas Técnicas 
Material do Estudante 93
As vistas técnicas destinam-se a informar a posição relativa à altura 
de elementos no ambiente a ser estudado. Pode-se utilizar o croqui 
de uma vista para realizar um levantamento.
Veja, a seguir, exemplos de vistas técnicas.
Saiba mais
As vistas técnicas também 
podem ser chamadas de 
elevações.
94 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. Caminhos e pisos
O que é preciso saber sobre desenho de pisos e texturas
O projeto técnico utiliza texturas para definir pisos e materiais uti-
lizados. As mesmas texturas podem ser reproduzidas nas paredes 
para representar diferentes situações.
Quais são os tipos de pisos usados em paisagismo?
• Pedras em diferentes formatos e paginações, como ardósia, 
quartzos, granitos, pedras portuguesas (de cor branca, preta, 
bege e vermelha), pedriscos, britas e areias.
• Madeiras e cascas.
• Decks. 
• Cerâmicas.
• Porcelanatos.
• Pisos cimentícios.
• Vidros.
• Pisos intertravados.
• Pisos emborrachados.
Material do Estudante 95
96 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Tipos de Espécies 
Vegetais em 
Desenhos 
Paisagísticos 
98 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. Espécies vegetais em desenhos 
paisagísticos
• Árvores de copa rala.
• Árvores de copa densa.
• Coníferas.
• Palmeiras.
• Maciços de flores.
• Arbustos diversos.
• Maciço de cerca viva.
• Forrações e gramados.
2. Estudando a vegetação: técnicas 
de representação gráfica
Nessa parte dos seus estudos, você vai realizar um conjunto de ativi-
dades com auxílio do instrutor. Fique atento a todas as orientações.
Perspectiva 
100 Paisagismo: Técnicas e Projeto
 1. O que é perspectiva 
A perspectiva é uma maneira de representação que mostra o objeto 
como ele é, com suas três dimensões, proporcionando uma visão 
da volumetria.
Unidade 
Curricular
Princípios 
Agronômicos 
e Botânicos 
Aplicados ao 
Paisagismo
A Unidade Curricular Princípios Agronômicos e 
Botânicos Aplicados ao Paisagismo está desenvolvida 
em sete temas. Veja.
Conhecendo as Plantas
1. Botânica
2. A evolução do reino vegetalNoções de Botânica
1. Sistemática vegetal
2. Nomenclatura botânica
3. Fitogeografia
Clima
1. Clima e luminosidade
2. O mapeamento das sombras
3. Maquete esquemática
Solo
1. Tipos de solo
2. Perfil do solo com suas camadas
3. Coleta e análise do solo
4. Correção do solo
5. Composição para plantio em vasos ou jardineiras: 
misturas de solo
Adubação
1. Adubação orgânica
2. Adubação verde
Irrigação e Drenagem
1. Irrigação
2. Drenagem
Controle de Pragas
1. Controle natural de pragas
2. Inseticidas caseiros
Material do Estudante 103
Conhecendo as 
Plantas
104 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. Botânica
É a parte da biologia que estuda as plantas, ou seja, é o estudo da 
morfologia e da fisiologia dos vegetais. 
As partes que compõem uma planta são: 
Conheça, a seguir, cada uma dessas partes detalhadamente.
1.1 Raiz
É um órgão, subterrâneo ou não, que tem função de fixação e absorção.
Folha
Fruto
Flor
Caule
Raiz
Material do Estudante 105
1.1.1 Tipos de raízes
Pivotante: a planta tem uma raiz principal, da qual partem raízes 
laterais que, por sua vez, também ramificam. 
Exemplo: feijão, laranjeira, goiabeira e outras.
106 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Fasciculada: a raiz parte de um mesmo ponto e tem formato de 
cabeleira. 
Exemplo: milho, grama e outros.
Material do Estudante 107
1.1.2 Especialização de raízes
Velame: armazena a água que não pode retirar do solo. 
Exemplo: orquídea.
Adventícia: nasce nos caules e folhas e é independente da raiz primária.
Exemplo: unha-de-gato.
108 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Escora: são raízes a princípio adventícias, que servem posterior-
mente de sustentáculos. Sua principal função é aumentar a susten-
tação da planta, com sua penetração no solo.
Exemplo: certas espécies do gênero Pandanus.
Tabular: raízes compostas por ramos muito longos para suportar o 
peso da planta. Auxiliam a fixação da planta no solo e, por meio de 
seus poros, possibilitam a absorção de oxigênio.
Exemplo: sumaúma da Amazônia.
Material do Estudante 109
Tuberosa: especializada no armazenamento de grandes quantida-
des de substâncias nutritivas.
Exemplo: cenoura.
Respiratória: garante a aeração em pântanos e terrenos pouco 
arejados.
Exemplo: siriúba Avicennia tomentosa, planta comum nos manguezais.
110 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1.2 Caule
É um órgão vegetal, normalmente aéreo, cuja função é dar suporte 
às folhas, aos órgãos reprodutores e à condução da seiva bruta e 
elaborada. 
Veja os tipos a seguir.
Tronco: caule com ramificação.
Exemplo: amendoeira.
Estipe: caule sem ramificação.
Exemplo: coqueiro.
Material do Estudante 111
Colmo: caule com nós e entre-nós aparentes. 
Exemplo: bambu.
1.2.1 Especialização do caule
São variações caulinares com a finalidade de manter a sobrevivência 
do vegetal. 
Veja exemplos.
Trepadeiras (volúvel e sarmentosa)
112 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Rizoma (samambaias, avencas e outras)
Bulbo (tulipas, açucena, cebola e outras)
Tubérculo (batata-inglesa)
Material do Estudante 113
1.3 Folha
As folhas têm as funções de respiração, proteção e 
fotossíntese. 
Veja ao lado as partes que compõem a folha.
1.4 Flor 
É responsável pela reprodução sexuada dos vegetais 
superiores.
Conheça as partes de uma flor.
Limbo
Pecíolo
Bainha
Corola
(Pétalas)
Cálice
(Sépalas)
Pedúnculo
Androceu 
(Estames)
Receptáculo
Gineceu 
(Carpelos)
114 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1.5 Fruto 
 O fruto é o ovário após a fecundação, com as sementes já formadas 
pelo desenvolvimento dos óvulos. Tem a função de facilitar a dis-
persão das sementes. 
Conheça as partes de um fruto.
Endocarpo
Semente
Epicarpo 
Mesocarpo 
Material do Estudante 115
Semente
1.6 Semente 
A semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação, que contém 
o embrião, com ou sem reservas nutritivas, e é protegido pelo tegu-
mento. 
A semente tem a função de reprodução de plantas que produzem 
flores.
116 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2. A evolução do reino vegetal 
Sem dúvida, o conhecimento da sistemática botânica não é indis-
pensável ao paisagismo, mas existem alguns grandes grupos cuja 
identificação na prática é interessante para entender melhor o de-
senvolvimento da planta, enraizamento, estrutura aérea, obtenção 
de mudas, sementes etc. 
Conheça esses grupos e suas classificações a seguir.
Briófitas (musgos)
As briófitas (ou musgos) são grupos de plantas verdes, sem raízes (mas 
com um rizoide composto de absorventes) e também sem um verda-
deiro caule ou folhas. São desprovidas de um sistema vascular, motivo 
pelo qual se desenvolvem preferencialmente em locais úmidos.
Material do Estudante 117
Pteridófitas (samambaias) 
As pteridófitas foram os primeiros vegetais vasculares, isto é, do-
tados de vasos e divididos em raiz, caule e folhas. Essas caracterís-
ticas possibilitaram a elas atingir maiores dimensões do que qual-
quer outra planta terrestre existente até então, transformando-as 
nas primeiras plantas a abandonar por completo o meio aquático. 
Angiospermas e gimnospermas 
Diferenciam-se quanto ao posicionamento dos órgãos reproduto-
res, produzem flores e frutos com características próprias. 
118 Paisagismo: Técnicas e Projeto
Angiospermas (mono e dicotiledônia) 
Plantas que produzem flor com fruto protegido, atualmente desig-
nadas Magnoliophytas (mais de 200 mil espécies).
Gimnospermas 
Plantas com “sementes nuas” ou sem flores verdadeiras, como os 
pinheiros (cerca de 700 espécies conhecidas). 
Hoje em dia, as gimnospermas são designadas Pinophytas. 
Monocotiledôneas e dicotiledôneas
Têm características diferentes ainda na fase embrionária (dentro 
das sementes) que vão determinar o tipo de raiz, as estruturas aére-
as (caules e ramos) e certas características das folhas, importantes 
na composição de jardins.
Monocotiledôneas 
(liliopsida)
Dicotiledôneas 
(magnoliopsida)
As monocotiledoneas costumam 
ter um só cotilédone, raiz 
fasciculada (cabeleireira) e 
folhas paralelinérveas.
Pertencentes à divisão 
Magnoliophyta, ou plantas 
com flor, que têm dois ou 
mais cotilédones. Outras 
características incluem raiz 
axial e folhas com nervação 
reticulada.
Material do Estudante 119
Noções de Botânica
120 Paisagismo: Técnicas e Projeto
1. Sistemática vegetal
É a parte da botânica que tem por finalidade agrupar as plantas den-
tro de um sistema, levando em conta suas características morfológi-
cas externas, suas relações genéticas e suas afinidades. 
Classificação em botânica
É a ordenação das plantas em categorias hierárquicas, conforme 
suas afinidades ou seu grau de parentesco. Cada espécie é classi-
ficada dentro de um gênero, cada gênero dentro de uma família, 
as famílias estão subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma 
classe e cada classe a uma divisão.
Toda essa organização em hierarquia corresponde a um reino. Veja.
Saiba mais
Lineu (1707-1778)
É considerado o “pai” da 
botânica moderna e autor 
de Species Plantarum, em 
1753.
Reino
Divisão
Classe 
Ordem
Família 
Gênero
Espécie 
Material do Estudante 121
A seguir, você conhecerá os elementos principais dessa classificação.
• Família: os gêneros estão contidos em um grupo mais abran-
gente denominado família. Esse agrupamento é feito em fun-
ção das características botânicas de cada planta. A família é 
composta de vários gêneros, embora algumas delas possam 
apresentar apenas um. As palavras que denominam as famí-
lias de plantas quase sempre terminam em “aceae”.
Exemplo: Bromeliaceae (família das bromélias).
• Gênero: é caracterizado dentro de uma família de plantas por 
uma hierarquia maior e quase sempre homogênea nos seus 
caracteres. 
Exemplo: Bromélia.
• Espécie: as diferentes plantas de um gênero denominam-se 
espécies e estabelecem distinções dentro de uma hierarquia 
menor. O nome da espécie vem logo após o do gênero, for-
mando com este um binômio.
Exemplo: Aechmea chantinii (espécie).
122 Paisagismo: Técnicas e Projeto
2. Nomenclatura botânica

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