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A Evolução da Teoria da Personalidade a Psicologia Humanista

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História On line.
http://www.karenhorneycenter.org/ 
Esse é o endereço do site do Karen Horney Psychoanalytic Center (Centro Psicanalitico Karen Horney) de Nova York.
http://www.ship.edu/~cgboeree/horney.html
Esse endereço oferece uma visão geral da vida e do trabalho de Horney.
A Evolução da Teoria da Personalidade: a Psicologia Humanista
A teoria psicanalítica freudiana não permaneceu por muito tempo como a única abordagem para explicar a personalidade humana. Observe se que ao longo da vida de Freud várias alternativas foram oferecidas por Jung e os teóricos psicossociais, bem como pelos leais neofreudianos. O estudo da personalidade, tanto da teoria como da pesquisa, cresceu imensamente, disseminando pela área vários pontos de vista conflitantes. Os livros básicos contemporâneos abordam cerca de 15 a 20 teorias. Embora distintas tanto nos aspectos básicos como nos gerais, essas teorias têm em comum a origem. Todas devem a forma e a origem, até certo ponto, aos esforços de Sigmund Freud para a fundação do sistema.
Freud serviu do lado psicanalítico, assim como Wundt do lado experimental, aos mesmos propósitos na história da psicologia, ou seja, ambos serviram tanto como fonte de inspiração como de força para a oposição. Qualquer estrutura, seja real ou teórica, depende da solidez da fundação. Assim como Wundt, Freud proporcionou uma base sólida e desafiadora para as novas construções. São exemplos de evolução da teoria da personalidade, desde a época de Freud, os trabalhos de Abraham Maslow e Cari Rogers junto ao movimento da psicologia humanista.
No início da década de 1960, menos de duas décadas antes do 100° aniversário da fundação formal da psicologia, a chamada terceira força se desenvolvia dentro da psicologia americana. Essa psicologia humanista não tinha como objetivo uma revisão nem uma adaptação de nenhuma escola de pensamento corrente, como foi o caso dos neofreudianos. Ao contrário, os psicólogos humanistas desejavam suplantar as duas maiores forças da psicologia: o behaviorismo e a psicanálise.
A psicologia humanista enfatiza o poder do homem, bem como as suas aspirações positivas, a experiência consciente, o livre arbítrio (não o determinismo), a plena utilização do potencial humano e a crença da integridade da natureza humana. É fácil perceber como esses temas são bem distintos daqueles abordados no behaviorismo ou na psicanálise.
AS INFLUENCIAS ANTERIORES NA PSICOLOGIA HUMANISTA
Assim como ocorre com todas as idéias, também é possível encontrar indícios anteriores do enfoque da psicologia humanista nos trabalhos de outros psicólogos. Veja Brentano, por exemplo, opositor de Wundt e antecessor da psicologia da Gestalt. Ele criticava o mecanicismo, o reducionismo, a abordagem científica natural da psicologia e aceitava o estudo da consciência como uma qualidade molar e não um conteúdo molecular. Külpe demonstrava que nem toda experiência consciente era passível de redução à forma elementar ou de explicação em termos de respostas a estímulos. James não concordava com a abordagem mecanicista e exigia o enfoque na consciência e no indivíduo como um todo. Os psicólogos da Gestalt defendiam a abordagem psicológica da consciência como um "todo”. Desafiando o domínio do behaviorismo, os psicólogos da Gestalt insistiam na visão da experiência consciente como uma área de estudo legítima e frutífera.
Raízes da posição humanista também podem ser observadas na psicanálise. Adler, Horney e outros teóricos da personalidade discordavam da noção de Freud sobre o domínio exercido pelas forças inconscientes na vida do indivíduo. Esses dissidentes da psicanálise ortodoxa acreditavam no indivíduo como um ser consciente dotado de espontaneidade e livre arbítrio, influenciado tanto pelo presente e futuro como pelo passado. Esses teóricos creditavam à personalidade a força criativa responsável pela própria moldagem.
O Zeitgeist é sempre influente na organização dos precedentes e das tendências para formar uma visão coesa. A psicologia humanista refletia o sentimento de descontentamento manifestado na década de 1960 contra os aspectos mecanicistas e materialistas da cultura ocidental. A contracultura da época era constituída por estudantes universitários e alternativos “hippies", alguns dos quais adeptos do uso de alucinógenos para estimular e expandir as próprias experiências conscientes. Como grupo,compartilhavam ideais compatíveis com a abordagem humanista da psicologia, ou seja, o enfoque na realização pessoal, a crença na perfeição humana, a ênfase no presente e no hedonismo (a satisfação da procura da satisfação do prazer instintivo), a tendência à exteriorização do self (dar vazão ao conteúdo da mente) e a valorização dos sentimentos em detrimento da razão e do intelecto.
 A Natureza da Psicologia Humanista
 Na visão dos psicólogos humanistas, a psicologia comportamental consistia em uma ( abordagem limitada, artificial e improdutiva da natureza humana. Eles consideravam que o foco no comportamento manifesto era desumanizador e que essa visão reduzia o ser humano ao status de simples animal ou máquina. Discordavam da visão de comportamento do homem como uma forma predeterminada em resposta aos fatos de estímulo da vida. E ainda consideravam o homem um ser muito mais complexo do que ratos do laboratório ou robôs, portanto, não poderia ser analisado de forma objetiva, quantificado e reduzido em unidades de estímulo resposta (E R).
O behaviorismo não era o único alvo de ataque dos psicólogos humanistas. Eles também se opunham às tendências deterministas da psicanálise freudiana e à forma como se minimizava o papel da consciência. Além disso, criticavam Freud por estudar apenas os indivíduos neuróticos e psicóticos. Se os psicólogos concentravam se apenas em estudar a disfunção mental, como seria possível compreender a natureza da saúde emocional e de outras qualidades positivas do homem? Ao abrir mão da análise do prazer, da alegria, do êxtase, da bondade, da generosidade, por exemplo, para estudar o lado obscuro da personalidade humana, a psicologia estava ignorando as virtudes e forças exclusivamente humanas.
Assim, em resposta às limitações observadas tanto no behaviorismo corno na psicanálise, os psicólogos humanistas desenvolveram o que, esperavam se constituiria na terceira força dentro da psicologia. Os trabalhos de Abraham Maslow e de Cari Rogers consistem na melhor expressão da psicologia humanista, apresentando se como estudos sérios dos aspectos ignorados da natureza humana.
História On Line
http://www.ahpweb.org
Esse é o site da Association for Humanistic Psychology (Associação Humanista de Psicologia).
http://www.apa.org/divisions/div32/
Esse é o site da Divisão da Psicologia Humanista da APA.
Abraham Maslow (1908 1970)
Maslow, considerado o pai espiritual da psicologia humanista, provavelmente foi quem mais contribuiu para incentivar o movimento e conferir lhe certo grau de respeitabilidade acadêmica. Dotado do interesse de compreender a capacidade de grandes realizações do indivíduo, estudou uma pequena amostragem de pessoas notáveis para determinar como se diferenciavam daquelas com saúde mental mediana ou normal.
A Biografia de Maslow
Nascido no Brooklyn, em Nova York, Abraham Maslow teve uma infância infeliz; "Minha família era extremamente infeliz", afirmava ele, "e minha mãe era uma criatura horrível" (apud Hoffman, 1996, p. 2). O pai era alcoólatra e mulherengo, e costumava , ficar fora de casa por muito tempo. A mãe, mulher muito supersticiosa, costumava castigar Maslow por qualquer mau comportamento, claramente rejeitando o e demonstrando a preferência pelos dois irmãos mais novos. Maslow lembrava se de uma ocasião em que ela matara dois filhotes de gato que ele trouxera para casa, esmagando a cabeça dos bichinhos contra a parede. Ele jamais a perdou pela forma como ela o tratava. Quando ela morreu, ele se recusou a comparecer ao enterro. Ele dizia: "Toda a força motivadora da minha filosofia de vida e toda a minha pesquisa e teorizaçãotambém têm raízes no ódio e na revolta contra tudo que ela representava" (apud Hoffman, 1988, p. 9).
Menino magricela com um nariz enorme, Maslow sentia se inferiorizado diante das outras crianças. Os pais muitas vezes chamavam a atenção para a sua feia aparência , humilhando o por causa do nariz e dos movimentos desajeitados do corpo. Com 17 anos, Maslow estava convencido de que "jamais havia visto uma pessoa tão feia” (apud Nicholson, 2001, p. 81). Afirmava haver sofrido na infância de um gigantesco complexo de inferioridade, que tentou compensar desenvolvendo habilidades esportivas. Quando percebeu que não conseguia ser aceito ou estimado como desejava nos esportes, voltou se para os livros. Matriculou se na Cornell University e chegou a afirmar que o primeiro curso de psicologia que ali freqüentara cujo professor era Titchener, era "horrível e desanimador e não tinha nada a ver com pessoas, por isso, fiquei horrorizado e me afastei do curso" (apud Hoffman, 1988, p. 26). Maslow transferiu se para a University of Wisconsin, obtendo o Ph.D. em 1934.
No início, Maslow fora um entusiasmado behaviorista watsoniano, convencido de que a abordagem científica natural mecanicista proporcionava todas as respostas para os problemas do mundo. Então, uma série de experiências pessoais levou o a perceber que o behaviorismo era limitado demais para lidar com os persistentes problemas do homem. Foi profundamente afetado pelo nascimento do filho, no inicio da Segunda Guerra Mundial, e pelas leituras de filosofia, da psicologia da Gestalt e da psicanálise. Maslow também foi influenciado pelo contato com os psicólogos europeus fugidos da Alemanha nazista e instalados nos Estados Unidos, tais como Adler, Horney, Koffka e Wertheimer. A grande admiração que tinha pelo psicólogo da Gestalt, Max Wertheimer, e pela antropóloga Ruth Benedict motivou o a realizar o primeiro trabalho sobre as características das pessoas auto realizadoras e psicologicamente saudáveis. Maslow considerava Wertheimer e Benedict modelos de excelência da natureza humana.
Maslow começou a lecionar na Brooklyn College, onde suas primeiras tentativas de humanizar a psicologia resultaram em conseqüências negativas, com a comunidade psicológica behaviorista acabar por isolá lo. Embora os estudantes simpatizassem com suas idéias, os demais professores seus colegas, evitavam no. Era considerado excessivamente ortodoxo, totalmente fora do compasso do behaviorismo, psicologia dominante na época. Os editores das principais publicações recusavam se a publicar seu trabalho. Foi na Brandeis University, entre os anos de 1951 e 1969, que Maslow desenvolveu e aprimorou sua teoria, divulgando a em uma série de livros populares. Apoiou o movimento do grupo de sensitividade e, em 1967, foi eleito presidente da APA.
Na década de 1960, Maslow tornou se celebridade, um herói do movimento da contracultura, atingindo finalmente a adulação tão almejada desde a juventude. "Os jovens consideravam o trabalho de Maslow extremamente interessante, e muitos o viam como um verdadeiro guru" (Nicholson, 2001, p. 86). Maslow finalmente foi compensado, do ponto de vista adleríano, pelo sentimento de inferioridade da infância. 
A Auto Realização
Na visão de Maslow, cada indivíduo é dotado de propensão inata à auto realização .(Maslow, 1970). Esse estado, o mais elevado das necessidades humanas, envolve o uso ativo de todas as qualidades e habilidades, além do desenvolvimento e da aplicação plena do potencial individual. Para o indivíduo sentir se auto realizado, primeiro é necessário satisfazer às necessidades mais inferiores na hierarquia inata e cada uma deve ser satisfeita antes que a próxima nos motive.
As necessidades propostas por Maslow, na ordem de prioridade de satisfação, são as fisiológicas, de segurança, de pertinência e de amor, de estima e de auto realização.
Na sua pesquisa, Maslow procurou identificar as características das pessoas com a necessidade de auto realização satisfeita e, assim, consideradas psicologicamente saudáveis. De acordo com a sua definição, essas pessoas não apresentam neuroses. Geralmente estão na meia idade ou em faixa etária superior e representam cerca de 1% da população. Dentre as personalidades com características de auto realização estudadas por Maslow mediante a análise das biografias e de outros registros escritos, estão o físico Albert Einstein, a escritora e ativista social Eleanor Roosevelt e o cientista afro americano George Washington Carver.
Os indivíduos dotados da característica de auto realização apresentam em comum as seguintes tendências:
percepção objetiva da realidade;
plena aceitação da própria natureza;
compromisso e dedicação a algum tipo de trabalho;
simplicidade e naturalidade do comportamento;
necessidade de autonomia, privacidade e independência;
experiências de "pico" ou místicas intensas;
empatia e afeição pela humanidade;
resistência ao conformismo;
estrutura de caráter democrático;
atitude de criatividade; e	
alto grau do que Adler chamava de interesse social.	
Maslow acreditava que os pre requisitos para a auto realização eram o amor suficiente na infância e a satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança nos primeiros dois anos de vida. Se a criança for segura e confiante nesse período (não era o caso de Maslow), assim o será na vida adulta. Sem o amor, a estabilidade e o respeito por parte dos pais, será difícil o indivíduo na vida adulta atingir a auto realização.
Necessidade de auto realização.
Necessidade de estima (de si e dos outros ).
Necessidades de pertinencia e amor.
Necessidade de: segurança, ordem e estabilidade.
Necessidade fisiológicas: comida, água e sexo.
	 
]
No trecho a seguir extraído do livro de Maslow, Motivation and personality, ele descreve três características encontradas nos estudos realizados com personalidades auto realizadas. Observe a linguagem relativamente simples e não técnica do livro e como Maslow se baseou nos trabalhos de William James e Alfred Adler para sustentar seu ponto de vista.
Texto Original
Trecho sobre a Psicologia Humanista, Extraído de Motivation and Personality (1970), de Abraham Maslow
Constante e renovada contemplação. A pessoa auto realizadora é dotada da maravilhosa capacidade de contemplar repetidas vezes, de modo renovado e até mesmo ingênuo, as coisas simples da vida, com admiração, prazer, surpresa e até êxtase, mesmo que as outras pessoas vejam essas experiências como corriqueiras. (...) Assim, para esse indivíduo, qualquer pôr do sol é tão belo quanto o primeiro testemunhado, qualquer flor tem um encanto deslumbrante, mesmo já tendo visto milhares de flores. O milésimo bebê parece lhe um ser tão milagroso quanto o primeiro visto. Mesmo depois de 30 anos de casamento, contínua a considerar se uma pessoa de sorte e a se surpreender, como há 40 anos, com a beleza da esposa, mesmo ela estando com 60 anos. Para essas pessoas, até mesmo o trabalho cotidiano rotineiro ou cada momento do ato de viver pode ser excitante, emocionante e arrebatador. Essas sensações intensas não ocorrem o tempo todo; elas surgem ocasionalmente nem sempre, no entanto, nos momentos mais inesperados. A pessoa pode atravessar o rio de balsa dezenas de vezes e na décima primeira travessia reviver intensamente as mesmas sensações, a mesma reação diante da beleza e igual excitação como da primeira vez em que pisara na embarcação.
Observam se algumas diferenças entre as escolhas dos objetos de contemplação. A inclinação de alguns indivíduos é pela natureza. Outros, principalmente por crianças e, para alguns, especialmente por música de boa qualidade. No entanto, é possível afirmar que todas resultam em êxtase, inspiração e intensidade das experiências básicas da vida. Nenhum desses indivíduos, por exemplo, terá esse mesmo tipo de reação por freqüentar uma danceteria, obter muito dinheiro ou até mesmo por se divertir em uma festa.
A experiência (mística) de pico. Essas expressões subjetivas chamadas experiências místicas, tão bem descritaspor William James, são razoavelmente comuns para esses indivíduos, embora não para todos. As fortes emoções descritas na seção anterior às vezes tornam se suficientemente intensas, caóticas e generalizadas para serem chamadas de experiências místicas.
O interesse e a atenção sobre esse assunto foram inicialmente despertados em mim pela descrição feita por esses indivíduos da sensação do orgasmo sexual em termos mais ou menos familiares que, mais tarde, me lembrei terem sido usados por vários escritores para descrever o que eles chamavam de experiência mística. Observou se a mesma sensação do horizonte infinito se abrindo diante dos olhos, o sentimento nunca antes vivido de ser ao mesmo tempo mais vigoroso e mais impotente, a sensação total de êxtase, encantamento e admiração, a perda da noção do tempo e do espaço e, finalmente, a convicção de haver experimentado algo extremamente importante e valioso, de modo que a pessoa se sinta de alguma maneira transformada e fortalecida por essas experiências até mesmo na vida cotidiana.
É importante desvincular essas experiências de qualquer referência teológica ou sobrenatural, embora por milhares de anos fossem vinculadas. Por se tratar de experiência natural, bem de acordo com a área de atuação da ciência, chamo a de experiência de pico.
Também aprendemos com essas pessoas que tais experiências podem ocorrer em menor grau de intensidade. A literatura teológica tem geralmente assumido uma diferença absoluta e qualitativa entre a experiência mística e as demais. Assim que desvinculada da referência sobrenatural e estudada como um fenômeno natural, torna se possível situar a experiência mística em uma série contínua do intenso ao brando. Descobrimos, então, que a experiência mística branda ocorre para muitos, talvez até para a maioria dos indivíduos; e, para as pessoas favorecidas, com freqüência, talvez até mesmo diariamente.
A mística aguda ou a experiência de pico parece ser uma extrema intensificação de qualquer das experiências em que há perda de si ou transcendência da experiência, por exemplo, a centralização do problema, a concentração intensa, (...) a experiência sensual intensa, o desfrute profundo e altruístico de uma música ou uma arte.
O interesse social {Gemeinschaftsgefuehl). Essa palavra, inventada por Alfred Adler, é a única disponível para descrever perfeitamente o tempero dos sentimentos pela humanidade expressos pelas pessoas com características de auto realização. Essas pessoas têm pelo ser humano em geral o profundo sentimento de identificação, compaixão e afeto, apesar de ocasionais raiva, impaciência ou repugnância descritas a seguir. Por causa desses sentimentos esses indivíduos possuem um verdadeiro desejo de contribuir com a raça humana. É como se fossem todos membros de uma única família. O sentimento dessas pessoas em relação aos irmãos seria de total afeição, mesmo que sejam tolos, fracos ou até mesmo detestáveis. Eles seriam perdoados mais facilmente que os estranhos.
Se a visão do individuo não for suficientemente geral e não for propagada durante um longo período, talvez ela não enxergue esse sentimento de identificação com a espécie humana. A pessoa auto realizadora é, afinal de contas, bem diferente das outras no pensamento, no impulso, no comportamento e na emoção. Em resumo, em alguns aspectos básicos, ela se parece com um forasteiro em uma terra de estranhos. Bem poucos a compreendem, mas muitos gostam dela.
Ela se sente muitas vezes aflita, amargurada e até mesmo irada pelas limitações dos. indivíduos medianos; enquanto para ela esses indivíduos medianos normalmente são apenas simples ameaças, outras vezes se tornam verdadeiras tragédias. Às vezes, não importa quão distante ela esteja desses indivíduos, ainda nutre um sentimento subjacente básico„ de bondade por essas criaturas com as quais deve se preocupar, se não por condescendência, pelo menos por se saber capaz de realizar muito mais do que elas, de enxergar coisas que elas não conseguem ver, porque a verdade tão clara para ela é, para a maioria das pessoas, obscura ou oculta. Esse comportamento é o que Adler chamou de atitude de irmão mais velho.
Comentários
A metodologia de pesquisa e os dados de Maslow foram considerados falhos porque a amostragem de indivíduos analisada foi considerada pequena demais para permitir o tipo de generalização feita. Além disso, esses indivíduos foram selecionados de acordo com critérios subjetivos próprios de saúde psicológica, baseados em seus conceitos ambíguos e inconsistentes. Maslow concordava em que a sua investigação não atendia o rigor exigido na pesquisa científica, mas argumentava não existir outra forma de avaliar a auto realização. Ele se referia a esse trabalho como preliminar e continuou convencido de que essas conclusões seriam um dia confirmadas.
Estudos posteriores realmente confirmaram algumas características do indivíduo com sentimento de auto realização e a ordem das necessidades na hierarquia elaborada por Maslow. Por exemplo: os pesquisadores constataram que as pessoas com alto grau de satisfação das necessidades de segurança, pertinência e estima tinham menor probabilidade de apresentar comportamentos neuróticos se comparadas com as insatisfeitas. Ademais, as pessoas com grau elevado de auto estima se apresentam igualmente na mensuração da autovalorização, da autoconfiança e da competência. Mesmo assim, a maioria dos aspectos da teoria de Maslow apresenta pouca ou nenhuma confirmação científica. Com base exclusivamente na intuição, no entanto, muitos executivos adotam o conceito de auto realização como método de motivação e satisfação profissional dos funcionários. A teoria de Maslow também foi aplicada na educação, na medicina e na psicoterapia.
História On Line
http://www.ship.edu/~cgboeree/maslow.html
Esse site oferece uma visão geral da vida e do trabalho de Maslow.
http://www.psy.pdx.edu/PsiCafe/KeyTheorists/Maslow.htm
Esse endereço contém informações sobre a vida, o trabalho, as teorias e a aplicação das idéias de Maslow na educação e no ambiente profissional. Além disso, inclui o texto completo do seu trabalho a respeito da motivação, publicado em 1943.
Carl Rogers (1902 1987)
Carl Rogers é mais conhecido por sua abordagem popular da psicoterapia chamada de terapia centrada na pessoa. Ele também elaborou uma teoria da personalidade com base em um único fator motivacional semelhante ao conceito de auto realização de Maslow, mas, ao contrário dele, as idéias de Rogers não resultaram do estudo de pessoas emocionalmente saudáveis, e sim da aplicação da terapia centrada na pessoa nos seus pacientes dos centros de aconselhamento da universidade.
O nome da terapia de Rogers expressa sua visão da personalidade humana. Ao colocar a responsabilidade pela melhora na pessoa ou no paciente, e não no terapeuta (como incorre na terapia ortodoxa), Rogers assumia que as pessoas seriam capazes, consciente e racionalmente, de mudar os próprios pensamentos e comportamentos do indesejável para o desejável. Não acredita no indivíduo permanentemente reprimido por forças inconscientes ou por experiências da infância. A personalidade é moldada pelo presente e pela maneira como o indivíduo percebe a circunstância.
A Biografia de Rogers
Cari Rogers nasceu em Oak Park, Illinois, em um bairro afastado de Chicago. Seus pais adotavam visões estritamente fundamentalistas que, nas palavras de Rogers, mantiveram no reprimido por toda a infância e adolescência. Suas crenças religiosas e a eliminação de qualquer expressão emocional forçaram no a viver sob um código que não via como seu. Disse, mais tarde, que essas restrições deram lhe motivos para a sua revolta, embora a rebeldia tenha demorado a chegar.
Era uma criança solitária que lia muito. Acreditava que o irmão mais velho era preferido dos pais. Resultado: Rogers sentia se em constante disputa com o irmão. A solidão o levou a depender das próprias experiências, mas, mesmo assim, não conseguia se libertar das crenças dos pais. Quando estava com 12 anos, a famíliamudou se para uma fazenda, onde Rogers desenvolveu um forte interesse pela natureza. Lia sobre as experiências agrícolas e sobre a abordagem científica na solução dos problemas. Embora a leitura o ajudasse a canalizar a vida intelectual, sua vida emocional estava em constante turbulência. Ele afirmou: "Minhas fantasias durante esse período eram realmente bizarras e provavelmente seriam classificadas como esquizofrênicas por um especialista, mas felizmente jamais tive contato com um psicólogo" (Rogers, 1980, p. 30).
Aos 22 anos, durante uma conferência estudantil cristã realizada na China, finalmente se libertou do código fundamentalista dos pais e adotou uma filosofia de vida mais liberal. Convencera se de que as próprias pessoas deviam dar rumo às suas vidas com base na própria interpretação dos acontecimentos e não dependerem da visão dos outros. Convencera se, ainda, de que cada um deve empenhar esforços para tornar se uma pessoa melhor. Esses conceitos tornaram se a base da sua teoria da personalidade.
Rogers recebeu o Ph.D em psicologia clínica e educacional, em 1931, da Teacher College da Columbia University. Permaneceu nove anos na Society for the Prevention of Cruelty to Children (Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra a Criança), trabalhando com jovens delinqüentes e desprivilegiados. Em 1940, iniciou a carreira acadêmica, lecionando na Ohio State University, University of Chicago e University of Wisconsin. Durante esses anos, desenvolveu e aprimorou a sua teoria e o seu método de psicoterapia.
É importante ressaltar que as experiências clínicas de Rogers, durante a época em que desenvolvia a sua teoria, foram realizadas em sua maior parte com os estudantes universitários do centro de aconselhamento. Dessa forma, o tipo de pessoa tratada consistia basicamente de jovens inteligentes e extremamente comunicativos. Os problemas, em geral, estavam relacionados com questões de ajuste e não de distúrbios emocionais graves. Essa população de pessoas era bem distinta daquela tratada por Freud ou por outros psicólogos clínicos de consultórios particulares.
A Auto Realização
A maior força motivadora da personalidade é o impulso para a realização do self (Rogers, 1961). Embora essa ânsia pela auto realização seja inata, pode ser incentivada ou reprimida por experiências da infância e por aprendizagem. Rogers enfatizava a importância da relação entre mãe e filho por ela afetar o senso de self em evolução da criança. Se a mãe satisfaz a necessidade de amor do bebê, que Rogers chamou de atenção positiva, ele provavelmente terá um personalidade saudável.
Atenção positiva: amor incondicional da mãe pelo bebê.
Se a mãe condiciona o amor pelo filho a um comportamento adequado (atenção positiva condicional), ele internalizará essa sua atitude e desenvolverá condições de valor. Nesse caso, a criança se sentirá valorizada somente sob determinadas condições e tentará evitar comportamentos considerados reprováveis. Conseqüentemente, a noção de si mesma não se desenvolverá plenamente. A criança não será capaz de expressar todos os aspectos de si própria porque aprendeu que alguns desses comportamentos produzem rejeição.
Desse modo, o principal requisito para o desenvolvimento da saúde psicológica é a atenção positiva incondicional na infância. O ideal seria que a mãe demonstrasse o amor e a aceitação à criança, independentemente do seu comportamento. A criança que recebe atenção positiva incondicional não desenvolve condições de valorização e assim não terá de reprimir nenhuma parte emergente de si. Somente dessa maneira a pessoa eventualmente é capaz de obter a auto realização.
A auto realização consiste no mais elevado nível da saúde psicológica. O conceito de Rogers é semelhante, em princípio, ao de Maslow, embora ambos divirjam em algumas características das pessoas psicologicamente saudáveis. Para Rogers, as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam essas características:
mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e de novidades;
tendência a viver plenamente cada momento;
“ capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas;
senso de liberdade em pensamento e ação;
alto grau de criatividade; e
a necessidade contínua de maximizar o seu potencial.
Rogers descrevia as pessoas plenamente funcionais como sendo realizadoras e não realizadas, para indicar que a evolução do self está em constante andamento. Essa ênfase na espontaneidade, na flexibilidade e na capacidade contínua de crescimento está perfeitamente expressa no título do livro mais famoso de Rogers: On becoming a person (1961).
Comentários
A psicoterapia centrada na pessoa, de Rogers, provocou grande impacto na psicologia. Sua teoria da personalidade foi igualmente bem recebida, especialmente devido à ênfase importância do próprio indivíduo. Os críticos salientavam a falta de especificidade Acerca do potencial inato de auto realização e a aceitação das experiências conscientes subjetivas excluindo as influências inconscientes. A teoria e a terapia geraram muita pesquisa de apoio e são amplamente empregadas nos ambientes clínicos.
Rogers foi influente no movimento do potencial humano da década de 1960 e em parte da tendência geral de humanização da psicologia. Foi eleito presidente da APA em 1946 e recebeu o Prêmio de Destaque pela Contribuição Científica e de Destaque Profissional.
História On Line
http://www.wynja.com/personality/rogersff.html
Esse site contém uma discussão acerca da teoria da personalidade de Rogers.
http://www.ship.edu/~cogboeree/rogers.html
Esse endereço apresenta uma visão geral da vida e do trabalho de Rogers.
0 Destino da Psicologia Humanista
O movimento da psicologia humanista formalizou se com a criação de sua revista e de sua associação de uma divisão da APA. A revista Journal of humanistic Psychology foi lançada em 1961, a American Association for Humanistic Psychology (Associação Americana de Psicologia Humanista) foi criada em 1962, e a Division of Ilumanislic Psychology (Divisão de Psicologia Humanista), da APA, em 1971. A revista The Humanistic Psychologist tornou se a publicação oficial da divisão em 1989 e, em 1986, o departamento de arquivos de psicologia humanista foi criado na University of Califórnia, em Santa Bárbara. Desse modo, ficavam evidentes os traços distintivos de uma escola de pensamento coerente. Os psicólogos humanistas ofereciam urna definição da psicologia distinta das demais forças da área (behaviorismo e psicanálise) e possuíam o que toda escola de pensamento se vangloriava de ter: uma convicção apaixonada de ser o melhor caminho para a psicologia.
Apesar desses atributos característicos, a psicologia humanista efetivamente não se tornou uma escola de pensamento. Esse foi o julgamento dos próprios psicólogos humanistas mais de 20 anos após a evolução do movimento. Um psicólogo afirmou: "A psicologia humanista foi uma grande experiência, mas uma experiência fracassada, já que não existe uma escola de pensamento humanista na psicologia, nem existe urna teoria reconhecida como filosofia da ciência" (Cunningham, 1985, p. 18). Cari Rogers concordou: "A psicologia humanista não provocou um impacto significativo na psicologia geral. Somos vistos com relativamente pouca importância” (apud Cunningham, 1985, 1 16). Mesmo passados 10 anos do rígido julgamento de Rogers acerca do destino da psicologia humanista, um psicólogo, avaliando a psicologia geral, descreveu a como surpreendentemente não afetada” pelas questões da psicologia humanista, observando sua exclusão das publicações, dos créditos pelas pesquisas, dos cursos universitários é dos padrões de licenciamento e de credenciamento (Aanstoos, 1994, p. 2).	
Por que a psicologia humanista continuou separada da parte principal e aceita do pensamento psicológico? Uma das razões seria a de que a maioria dos psicólogos humanistas atuava na psicologia clínica e não nas universidades. Ao contrário dos acadêmicos, os humanistas dasclínicas particulares não conseguiam realizai pesquisas com a mesma intensidade, publicar trabalhos ou orientar novas gerações de estuda de pós graduação para dar continuidade à sua tradição.

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