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A Psicologia Humanista

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22/04/2023, 22:24 A Psicologia Humanista
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02234/index.html# 1/54
A Psicologia Humanista
José Augusto Rento Cardoso
Descrição
A história do desenvolvimento da Psicologia Humanista, considerada a terceira força da Psicologia no
século XX, bem como seus principais representantes e influência na Psicologia atual.
Propósito
A Psicologia Humanista é um movimento da Psicologia dedicado ao estudo dos aspectos saudáveis da
pessoa e dos meios para seu pleno desenvolvimento, sendo seu conhecimento de grande importância para
os estudantes e profissionais da Psicologia na construção do conceito de saúde e visão de ser humano.
Objetivos
22/04/2023, 22:24 A Psicologia Humanista
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Módulo 1
O humanismo e a Psicologia Humanista
Identificar o humanismo e sua relação com a Psicologia Humanista.
Módulo 2
O pensamento de Abraham H. Maslow e Carl R.
Rogers
Reconhecer os pontos centrais do pensamento de Abraham H. Maslow e Carl R. Rogers.
Módulo 3
Carl R. Rogers e a prática psicológica
Analisar as principais contribuições de Carl R. Rogers para a prática psicológica.
Módulo 4
Críticas à Psicologia Humanista
Avaliar as principais críticas à Psicologia Humanista e sua influência na Psicologia moderna.

22/04/2023, 22:24 A Psicologia Humanista
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Introdução
A Psicologia Humanista, considerada a terceira força da Psicologia moderna, surge no contexto da
Psicologia americana como uma resposta e uma alternativa às perspectivas psicanalíticas e
comportamentais (behavioristas). Ela apresentou uma nova visão sobre a pessoa, bem como sobre a
pesquisa psicológica, voltando-se para o estudo dos aspectos saudáveis dos indivíduos e para o potencial
de crescimento deles.
A Psicologia Humanista deixou marcas significativas em diferentes áreas da Psicologia, tais como a clínica,
as teorias da personalidade e os estudos sobre motivação humana, influenciando modelos psicoterápicos e
novos movimentos da Psicologia moderna.
Nesta jornada, vamos compreender melhor a Psicologia Humanista e aprender a olhar a partir dessa
perspectiva, que acredita na motivação humana para a autorrealização, criatividade e bondade, vendo a
pessoa para além de seus instintos e de seu meio.
1 - O humanismo e a Psicologia Humanista
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o humanismo e sua
relação com a Psicologia Humanista.
Humanismo ou humanismos?
Humanismo não é um termo com apenas um significado, pois ele é utilizado em diferentes situações e de
diferentes formas, o que pode gerar certa confusão e dificuldade para compreendê-lo bem.
Nicola Abbagnano, em seu Dicionário de Filosofia, afirma que o termo humanismo pode indicar duas ideias
diferentes: o movimento literário e filosófico com origem na Itália, no século XIV, e que foi de grande
importância para o desenvolvimento da cultura moderna; ou aqueles movimentos da Filosofia que se
centram e possuem, como aspecto fundamental, a natureza humana, seu desenvolvimento e suas
limitações (ABBAGNANO, 2007).
Nogare (1973) compartilha, em parte, o afirmado por Abbagnano, descrevendo três sentidos para o termo
humanismo:
Corresponde ao movimento dos séculos XIII e XIV de retorno à cultura clássica greco-romana,
buscando fazer ressurgir as formas literárias, bem como os valores compartilhados por essas
culturas.
Compreende todas aquelas doutrinas que se debruçam sobre a natureza do homem, sua origem e
seu destino.
Surge como um aspecto prático do segundo, ou seja, que compreende o homem como um fim em si
mesmo, ao qual todas as demais realidades são subordinadas. Nesse sentido, o homem é visto
Histórico-Literário 
Especulativo-filosófico 
Humanismo de caráter mais ético 
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como alguém que nunca pode ser utilizado como meio para algum fim, isto é, como um objeto de
utilidade.
Diante do que foi apresentado, portanto, poderíamos dizer que o mais adequado seria falarmos de
humanismos em vez de humanismo. Entretanto, será que existiria um aspecto compartilhado por todos os
tipos de humanismo?
De certa forma, podemos afirmar que:
Algo comum aos humanismos é demarcar e ressaltar a especificidade do homem
em relação aos demais seres, ou seja, sublinhar que o homem é um ser único e
diferente de todos os outros que habitam em nosso mundo, dotado de uma
dignidade particular.
Temos aqui, então, uma definição do que seria humanismo: o conjunto de saberes (filosófico, artístico,
literário) que busca enfatizar o valor e a dignidade do homem.
Quem é o homem?
Os escritos de Homero podem ser considerados os primeiros materiais encontrados sobre a reflexão do que
é ser homem, tendo na Odisseia e na Ilíada o encontro da metáfora do herói e da jornada humana. Nesses
escritos, que foram considerados a Bíblia para o povo grego, temos já uma reflexão sobre o humano, sobre
seus desafios, dores, medos e destino, bem como ideais de como o homem deveria ser na sua vida
concreta.
Representação da Odisseia, um dos principais poemas épicos da Grécia Antiga, escrita por Homero no século IX a. C.
Ao que parece, a concepção do homem recebe um viés sobre a forma humana, relacionando todo o seu
humanismo e toda a formação humana, o autêntico ser. A vida para o ser humano tem seu drama, e sua
existência precisa ser suportada a aprendida por meio de virtudes (RUIZ, 2019).
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Nogare (1973) afirma que a filosofia e a arte dos gregos possuíam um sentido, e esse sentido era produzir o
homem. Com isso, queremos afirmar que os gregos se preocupavam, tanto na filosofia como na arte, em
como contribuir para o desenvolvimento do homem de forma plena, uma formação humana cercada de
conhecimento, de virtudes, dos valores morais, realizando-se em sociedade e em si mesma.
Muito do pensamento grego influenciará o pensamento cristão e o
desenvolvimento do que podemos chamar de humanismo cristão.
Entretanto, podemos afirmar que esse humanismo cristão, para além de dar ênfase à vida virtuosa, colocará
a essência da pessoa sobretudo na vivência do amor e na relação com Deus. Essa perspectiva, impregnada
de uma quebra de divisões (formação humana individual e formação humana coletiva, na sociedade,
convivendo com o seu meio ecocultural), na qual o homem encontra no outro um semelhante, demarcou a
importância da comunidade e da relação entre as pessoas como caminho para o desenvolvimento
individual e da sociedade.
Embora a influência do humanismo cristão se dê até os dias atuais, na jornada histórica que estamos
realizando, vemos que o Renascimento, com seu retorno ao mundo grego, trouxe novamente a ênfase na
perfeição humana, não mais centrada no amor e na relação com Deus, mas na beleza física e no valor da
individualidade. Com o Renascimento, vemos recolocado no centro da reflexão o homem. Aqui vamos
encontrar aquela principal característica que permeia os diferentes humanismos, qual seja: o homem é o
mais importante ser de toda a criação.
O homem vitruviano, de Leonardo da Vinci, realizada em 1490.
Já chegando ao final de nossa viagem, podemos adentrar a influência das filosofias nascentes do século
XIX, notadamente o pensamento de Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), considerado por alguns como o
fundador do movimento existencialista contemporâneo (PENNA, 1985). O existencialismo colocará em
evidência a reflexão sobre a angústia da existência, sobre a finitude da pessoa, dando ênfase na
dramaticidade do existir. Veremos que, em parte, o existencialismo influencia a Psicologia Humanista, mas
também é criticado por algunsrepresentantes dela pelo seu peso no lado negativo da existência.
Por fim, há que se pontuar também que dois outros movimentos contribuirão para a Psicologia Humanista.
São eles:
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Quão humanista é a Psicologia Humanista?
A Psicologia Humanista surge no contexto da Psicologia norte-americana na segunda metade do século XX,
em um momento em que duas grandes forças se faziam presentes na Psicologia: a Psicanálise e o
Comportamentalismo (Behaviorismo).
Cada uma dessas forças apresentava uma compreensão, ou visão, do funcionamento humano, dando
origem a uma teoria da personalidade, desprendendo-se disso uma metodologia de intervenção clínica, ou
seja, a psicoterapia.
Fenomenologia
Pode ser definida como um método, uma atitude de pensamento, uma tentativa de apreender
fenômenos de forma objetiva. Com a fenomenologia, a experiência subjetiva consciente é
sublinhada como central para compreensão da pessoa, sendo esse aspecto muito presente
na Psicologia Humanista. Exemplo: imagine um guarda-chuva. Ele tem uma haste, e essa
haste é a fenomenologia, um recurso, um método para as abordagens e práticas lidarem com
o indivíduo. A fenomenologia dá a sustentação. A parte de cima, que dá cobertura, é o
movimento humanista, que compreende o indivíduo de maneira única, cada qual com seus
aspectos subjetivos e singulares.
Personalismo
Também influenciará a Psicologia Humanista. De acordo com Emmanuel Mounier (1905-
1950), principal nome do personalismo, ele é uma filosofia que tem como centro a reflexão
sobre a pessoa considerada livre e criadora. Além disso, enquanto movimento que se
estruturou ao longo de seu desenvolvimento, o personalismo, com Martin Buber (1878-1965),
deu ênfase, por exemplo, à realidade dialógica da pessoa, ou seja, afirmou que ela se realiza e
se desenvolve no encontro autêntico com outra pessoa.
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No que diz respeito à Psicanálise, três aspectos são importantes para a melhor compreensão da sua
influência, ainda que negativa, para o surgimento da Psicologia Humanista.
Em primeiro lugar, a Psicanálise enfatizava a importância do inconsciente na vida consciente e no
comportamento da pessoa. Em síntese, o modelo de funcionamento humano preconizado pelos primeiros
psicanalistas e, principalmente, por Freud, afirmava que o homem é, sobretudo, movido por forças
inconscientes. Como não se lembrar da famosa frase de Freud “o eu não é mais senhor em sua própria
casa” (FREUD, 1917/2010, p. 186), que demonstra esse poder das forças que povoam a vida inconsciente na
determinação da atitude da pessoa?
Sigmund Freud (1856-1939), em 1885.
Em segundo lugar, a Psicanálise apresentava uma visão negativa da pessoa, sobretudo no que diz respeito
a acreditar que os seres humanos são egoístas e que, se fosse possível, utilizariam o outro para o seu
prazer.
Em terceiro lugar, muitos dos estudos iniciais de Freud se debruçaram sobre pessoas acometidas por
doenças mentais, o que gerará a crítica de que a Psicanálise não se preocupava com as pessoas saudáveis,
aquelas bem adaptadas em seu ambiente e, acima de tudo, realizadas.
Com relação ao Comportamentalismo (Behaviorismo), também podemos apresentar três pontos que
contribuíram para a insatisfação dos psicólogos que vieram a construir a perspectiva da Psicologia
Humanista.
Em primeiro lugar, o Comportamentalismo apresentava uma visão do funcionamento do
homem desde uma perspectiva de um organismo reagente a estímulos, ou seja, o homem era
basicamente regido por estímulos-resposta. Nesse sentido, se compreendermos todas as
respostas de uma pessoa a determinados estímulos, podemos chegar a uma previsibilidade
de comportamento.
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Uma rápida olhada nas premissas humanistas permite concluir o quanto tal modelo gerava insatisfação aos
nascentes psicólogos humanistas, avaliando que a aproximação comportamentalista era desumanizadora
e, nesse caso, não zelava pela defesa dos animais.
Esse era o contexto da Psicologia no momento do surgimento da Psicologia Humanista, que, insatisfeita
com as perspectivas e metodologia da Psicanálise e do Comportamentalismo, decidiu se insurgir como
uma terceira força na Psicologia.
Comentário
Inicialmente, os psicólogos humanistas almejavam complementar as teorias anteriores sobre o
funcionamento humano e não as suprimir. Eles queriam propor reflexões sobre as limitações e
possibilidades do método científico no estudo da pessoa, bem como uma nova forma de intervenção clínica
pautada na realidade do encontro entre o terapeuta e o cliente.
Diversos psicólogos se inseriam no movimento humanista: Gordon Allport (1897-1967), Abraham Maslow
(1908-1970), Carl Rogers (1902-1987), entre outros. Cada um deles havia desenvolvido teorias e técnicas
que apresentavam em comum os cinco postulados que se seguem.
O homem sempre é mais do que a soma de suas partes. Para a Psicologia Humanista, a pessoa é
mais complexa do que a soma de seus comportamentos, o que a torna, de alguma forma,
imprevisível. Em outras palavras, ela será sempre um mistério em algum nível.
Em segundo lugar, os modelos de pesquisa do Comportamentalismo almejavam encaixar a
pessoa nos padrões científicos, nos quais a busca por prever todos os comportamentos
baseados em uma relação de causa e efeito era o padrão a ser alcançado na tentativa de
entender o fenômeno humano.
Em terceiro lugar, muitas das pesquisas iniciais do Comportamentalismo se baseavam em
modelos animais, ou seja, as conclusões sobre o comportamento humano se baseavam em
comportamentos de ratos, por exemplo.
Primeiro postulado 
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Por mais que possamos adentrar na compreensão de um mistério, ele sempre tem a possibilidade
de nos surpreender. Para os psicólogos humanistas, a pessoa é dotada dessa possibilidade, ou seja,
por mais que possamos mapear seu comportamento, ela sempre será mais do que a soma deles.
Além disso, os psicólogos humanistas propõem uma visão integral da pessoa, considerando não
apenas seu ambiente, mas sua realidade biopsicossocial-espiritual (ainda que esse espiritual seja no
sentido antropológico e não religioso).
O homem é um ser interpessoal. Com isso, a Psicologia Humanista defende a profunda realidade
relacional da pessoa, ou seja, ela se desenvolve, se cura e se autorrealiza no encontro genuíno com
outras pessoas.
Esse postulado se contrapõe à premissa psicanalítica de que a pessoa sempre tenderá a utilizar o
outro para o seu prazer. Ao contrário, para os psicólogos humanistas somente quando o outro é visto
em sua dignidade de único e particular é que se estabelece uma relação humana.
Para além disso, os psicólogos humanistas acreditavam na bondade da pessoa e naquilo que seria
mais próprio de sua natureza, ou seja, a adoção de comportamentos de gentileza e pró-sociais.
Além disso, os psicólogos humanistas propõem uma visão integral da pessoa, considerando não
apenas seu ambiente, mas sua realidade biopsicossocial-espiritual (ainda que esse espiritual seja no
sentido antropológico e não religioso).
O homem é consciente. Para a Psicologia Humanista, o comportamento da pessoa não é fruto
apenas de uma resposta ao estímulo e tampouco somente uma manifestação do inconsciente.
Os psicólogos humanistas acreditavam que as pessoas buscavam conscientemente seu
desenvolvimento e que não eram apenas regidas pelas forças inconscientes, mas pelo belo, pelo
bem, pelo amor, pela verdade etc.
Segundo postulado 
Terceiro postulado 
Quarto postulado 
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O quarto postulado é um dos que mais geram discussões, pois ele se entrelaça com o anterior: o
homem é livre.
Tanto a Psicanálise quanto o Comportamentalismo (Behaviorismo) adotam uma visão determinista
da pessoa, acreditando que o inconsciente e o ambiente vão determinar o comportamento humano.
Para a Psicologia Humanista o homem é dotado de livre-arbítrio. A partir da influência da
fenomenologia, os psicólogos humanistas vão afirmar que na experiência do sujeito sempre vai
haver a possibilidade da escolha, ou seja, ele terá que decidir o que fazer com a realidade que lhe é
imposta.
O homem é intencional. Com isso, os psicólogos humanistas querem afirmar que a pessoa orienta
seu comportamento, por exemplo, pela busca de valores, e não somente para alcançar o equilíbrio
homeostático.
O comportamento do homem pode ter múltiplas intenções, é complexo e algumas vezes paradoxal,
trazendo à tona uma interioridade que sempre nos desafia em sua compreensão.
Diante desses postulados, podemos perceber que a Psicologia Humanista vai questionar a tentativa de
enquadrar o fenômeno da pessoa no método científico, afirmando que a investigação do humano deve
considerar o quanto tal realidade pode não se deixar apreender pelos métodos da ciência (HOLANDA, 1997).
A Psicologia Humanista também defenderá o estudo do homem saudável, daquelas pessoas que se
mostram criativas, autorrealizadas e autotranscendentes, acreditando ser esse um objeto legítimo de
estudo da Psicologia.
O surgimento da psicologia humanista e
seus postulados
Quinto e último postulado 

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Assista ao vídeo sobre o contexto em que surge a Psicologia Humanista e suas críticas ao Behaviorismo e
Psicanálise, discorrendo sobre os postulados básicos da Psicologia Humanista.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No que diz respeito à definição de humanismo, analise as alternativas a seguir quanto a sua veracidade:
I – O humanismo é um termo inequívoco, tendo apenas uma definição ao longo de toda a história do
pensamento humano.
II – O mais adequado seria que afirmássemos a existência de humanismos em vez de somente um
humanismo, já que existem diferentes acepções para o termo e mesmo diferentes perspectivas dentro
desse movimento.
III – O sentido histórico-literário do termo humanismo se refere ao movimento que buscou, por exemplo,
retomar os gêneros literários das culturas clássicas grega e romana.
A Estão corretas as afirmações I e II.
B Estão corretas as afirmações II e III.
C Estão corretas as afirmações I e III.
D Somente a afirmação II está correta.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A primeira afirmativa incorre no erro de afirmar que o termo humanismo é inequívoco, sendo que
existem diferentes definições para ele. As afirmativas II e III retratam o fato de que existem diferentes
acepções para o termo humanismo, podendo, inclusive, falarmos sobre humanismos, sendo um de
seus sentidos, conforme descreve Nogare (1973), o histórico-literário.
Questão 2
Dentro dos diversos humanismos podemos citar como importante o humanismo cristão, que
influenciou a Psicologia Humanista notadamente na ideia de que:
Parabéns! A alternativa C está correta.
Embora o humanismo cristão tenha enfatizado aspectos como a relação do homem com Deus e
mesmo a importância das virtudes, a sua principal influência na Psicologia Humanista pode ser
E Somente a afirmação I está correta.
A As pessoas devem buscar a Deus para se autorrealizarem.
B O caminho das virtudes é a única forma de alcançar a felicidade.
C
A essência da pessoa é o amor e esse se mostrará nas relações autênticas de pessoa
para pessoa.
D Ao homem é impossível alcançar a felicidade plena nesta terra.
E O homem deve descobrir sua dignidade à luz do amor de Deus.
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percebida pelo reconhecimento do amor e de que as pessoas se autorrealizam e se desenvolvem em
um encontro genuíno com a outra pessoa.
2 - O pensamento de Abraham H. Maslow e
Carl R. Rogers
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os pontos centrais do
pensamento de Abraham H. Maslow e Carl R. Rogers.
Abraham H. Maslow: o pai da Psicologia
Humanista
Embora a Psicologia Humanista seja repleta de vários importantes nomes e, de certa forma, não se
apresente como um movimento unificado, é ponto pacífico que Abraham Harold Maslow foi o fundador dele
(SCHULTZ E SCHULTZ, 2019; FEIST et al, 2015).
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Abraham Harold Maslow (1908-1970) foi um psicólogo americano e fundador do centro de pesquisa
National Laboratories for Group Dynamics.
Maslow, além de ser reconhecido como um dos principais iniciadores do movimento da Psicologia
Humanista, é considerado um dos dez psicólogos mais influentes do século XX (KOLTKO-RIVERA, 2006).
Embora tenha tido uma infância e adolescência marcada pela relação negativa com os pais, ele buscou
desenvolver ao longo de sua vida uma teoria que apontasse para a importância dos vínculos e
reconhecesse os aspectos positivos da pessoa.
Em síntese, Maslow (1970) defendia que as pessoas, em seu estado genuíno, buscariam desenvolver-se
positivamente. Ele afirmava ainda que estudar a saúde e compreender aquelas pessoas que se mostravam
exemplares tanto no nível social quanto em seus ramos de atuação era um importante tópico de estudo
para a Psicologia.
1954
Maslow deu o pontapé inicial da Psicologia Humanista quando desenvolveu uma lista de
correspondência com 125 pessoas, cujo interesse era o estudo científico de temas como os
valores, o crescimento, a autorrealização, o amor e a criatividade (MOSS, 2005).
1961
Foi lançado o Journal of Humanistic Psychology, promovendo o reconhecimento da
Psicologia Humanista como uma área de estudos e pesquisas.
1970
Pode-se dizer que Maslow, ao iniciar esse movimento, definiu alguns pontos importantes: O
primeiro deles foi de que a natureza humana não era somente má e marcada pelo
adoecimento, mas também boa e voltada para o desenvolvimento, para a criatividade, para os
valores etc.
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Comentário
Nesse sentido, Maslow foi um pioneiro na Psicologia da Saúde e, como veremos, um importante nome na
pré-história da Psicologia Positiva, já que ele defendia o estudo das potencialidades humanas, tal como
esse recente movimento da Psicologia moderna.
Maslow (1970, p. 31) afirma que o estudo das pessoas que alcançam a autorrealização “poderá nos ensinar
muito sobre os nossos próprios erros, as nossas deficiências, as direções adequadas em que devemos
crescer”, acreditando que esse estudo pode contribuir para compreender também os problemas e
dificuldades que as pessoas enfrentam.
Isso quer dizer que saúde, doença, felicidade e sofrimento fazem parte de uma
mesma realidade e que não se deve cair no engano de pensar que a saúde
psicológica é a ausência de problemas ou sofrimento. Para Maslow (1970), o
sofrimento também pode permitir o amadurecimento e o desenvolvimento.
O iniciador da Psicologia Humanista criticava os psicólogos de seu tempo por se orientarem sobretudo para
a doença mental e para as pessoas com problemas mentais, bem como por explicarem experiências
humanas elevadas (positivas) como formas de mecanismos neuróticos.
Hierarquia de necessidades de Maslow
Maslow desenvolveu uma das mais importantes teorias da motivação humana.
Sua teoria temalgumas características importantes:
Primeira característica
Ela se apresenta como uma hierarquia de necessidades na qual uma necessidade mais básica deve ser
satisfeita para que se alcance outra.
Segunda característica
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A teoria de Maslow afirma que todas as pessoas são motivadas pelas mesmas necessidades básicas,
ainda que sua expressão possa ter algumas diferenças devido a questões culturais, por exemplo.
Terceira característica
A teoria de Maslow afirma que a não satisfação de alguma dessas necessidades, ou seja, sua privação,
acarreta algum tipo de patologia, seja ela física, emocional ou mesmo existencial.
Veja abaixo uma ilustração representativa da Pirâmide da hierarquia de necessidades de Maslow:
Pirâmide da hierarquia de necessidades de Maslow.
Dito isso, vamos apresentar a hierarquia de necessidades de Maslow:
As primeiras necessidades da hierarquia:
As necessidades �losó�cas
Nelas estão incluídas as necessidades de comida, água, oxigênio etc. A satisfação dessas
necessidades é necessária para que a pessoa possa se motivar para alcançar e satisfazer
outras. Nesse sentido, uma pessoa com fome e sede dificilmente poderia se motivar e se
dedicar a saciar sua necessidade de segurança (a próxima na hierarquia). As necessidades
fisiológicas podem ser completamente satisfeitas, mas são recorrentes, ou seja, em algum
momento terão que ser satisfeitas novamente.
O segundo conjunto de necessidades:
A id d d
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As necessidades de segurança
Sabemos que é importante para a pessoa se sentir segura, tendo controle do seu ambiente e
se sabendo protegida. Na realidade, hoje sabemos que segurança e afeto são primordiais
para o sadio desenvolvimento de uma criança, inclusive em seus aspectos neurofisiológicos.
As necessidades de segurança incluem a segurança física, estabilidade, proteção contra
catástrofes naturais, bem como a existência de uma sociedade segura e de um Estado que
garanta o cumprimento de leis.
O terceiro conjunto de necessidades:
Envolve amor e pertencimento
Constitui os relacionamentos interpessoais, sejam com um parceiro, com uma família ou com
amizades. O afeto é muito importante para a constituição da pessoa. A satisfação das
necessidades de amor e pertencimento está no âmago da saúde mental e mesmo do
tratamento de transtornos mentais, sendo que a inserção das pessoas em grupos que
promovam um suporte social para o tratamento de alguns transtornos é altamente positiva.
O quarto conjunto de necessidades:
De estima
Satisfeitas as necessidades de amor e pertencimento, o quarto conjunto de necessidades na
hierarquia é o das necessidades de estima, que incluem o respeito próprio, a competência e a
confiança em si, sendo que Maslow as divide em dois níveis: reputação e autoestima.
Enquanto a reputação está relacionada à avaliação que a pessoa faz do reconhecimento
alcançado perante as outras, a autoestima engloba as avaliações positivas que ela tem de si
mesma, afetando seu senso de confiança.
O quinto conjunto de necessidades:
D t li ã
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A partir disso, Maslow (1970) identifica um conjunto de características das pessoas que são autorrealizadas
(MASLOW, 1970; FEIST et al, 2015). São elas:
Característica 1
Uma percepção mais eficiente da realidade: têm mais facilidade de distinguir o falso do genuíno, além de
terem menos medo de situações desconhecidas.
Característica 2
Aceitação de si, dos outros e da natureza: menor culpabilização e críticas direcionadas a si mesmo e aos
outros, não cobrando perfeição de si nem dos demais.
Característica 3
Espontaneidade, simplicidade e naturalidade: vivem de forma simples, não buscam construir uma
aparência e nem querem usar “máscaras” para enganar as pessoas.
Característica 4
Autonomia: são autônomas e acreditam em si mesmas para o seu crescimento.
De autorrealização
O último, mas não menos importante conjunto de necessidades a serem satisfeitas engloba
as necessidades de autorrealização. Segundo Maslow (1970), as necessidades de
autorrealização incluem a realização de todo o potencial da pessoa e uma experiência de ser
criativa, em seu sentido mais amplo.
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Característica 5
Apreciação do novo: essas pessoas podem observar uma mesma paisagem de forma renovada todos os
dias.
Característica 6
A experiência culminante (experiência de pico): essas experiências, algumas vezes de natureza mais
mística, não se limitam aos aspectos religiosos, podendo ser descritas como todas aquelas experiências
nas quais a pessoa vivenciou algum tipo de transcendência.
Característica 7
Sentimento de pertencimento comunitário: um sentimento maior de unidade com a espécie humana em
geral. Ainda que essas pessoas possam se sentir chateadas ou zangadas com alguém, seu apreço pelo
humano é algo presente.
Característica 8
Relações interpessoais profundas: pessoas autorrealizadas tendem a ter uma experiência profunda em
alguns de seus relacionamentos interpessoais.
A teoria da hierarquia de necessidades de Maslow deu origem à famosa Pirâmide de Maslow, na qual as
necessidades são colocadas graficamente da mais básica até a mais elevada. Essa teoria teve influência
não somente na Psicologia, mas também na Educação e nas organizações, sendo adaptada pela
Administração e pela Gestão de Pessoas para melhor lidar com os colaboradores das organizações.
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Hierarquia das necessidades de Maslow.
Nos últimos anos de sua vida, Maslow começou a desenvolver alguns estudos e sugeriu a criação de uma
quarta força na Psicologia, ao que ele chamou de Psicologia Transpessoal, dedicada ao estudo das
experiências de autotranscedência, as chamadas experiências de pico, e ao mais alto grau de
desenvolvimento humano.
Ainda que muitos temas dessa área tenham sido abordados em outras escolas de pensamento, e mesmo
que o interesse por ela tenha sido retomado nos últimos anos, a Psicologia Transpessoal nunca se tornou a
quarta força defendida por Maslow.
Carl Ramson Rogers e a terapia centrada na
pessoa
Nada é mais importante no processo terapêutico do que a relação entre o terapeuta e o cliente, que é uma
relação de pessoa para pessoa. Certamente, essa poderia ser uma frase para se atribuir a Carl Ramson
Rogers (1902-1987), reconhecido como aquele que traduziu muitas das premissas e ideias da Psicologia
Humanista para o campo clínico.
De fato, Carl Rogers possuía uma ampla experiência clínica, tendo trabalhado durante muitos anos com
jovens delinquentes, o que, posteriormente, influenciou suas conclusões sobre a importância da atenção
positiva incondicional no desenvolvimento sadio da pessoa.
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Carl Ramson Rogers (1902-1987)
De acordo com Feist e colaboradores (2015), Rogers também teve uma infância desafiadora, sobretudo pela
tendência ao isolamento de sua família e a uma educação de cunho religioso muito rígida.
Rogers (1985;2020) desenvolveu uma terapia centrada na pessoa (ou centrada no cliente), também
conhecida como abordagem/teoria centrada na pessoa. Vamos, a partir deste ponto, compreender um
pouco melhor esse modelo terapêutico.
Segundo Rogers (1985;2020), a teoria centrada na pessoa apresenta dois pressupostos amplos:
Tendência formativa
É o processo universal, diz respeito ao processo universal de tendência da matéria, seja ela orgânica ou
inorgânica, em desenvolver-se das formas mais simples paraas formas mais complexas.
Tendência atualizante
É o processo humano ou não humano (animais e plantas) de movimento em direção à realização de todo o
seu potencial. Relaciona-se de modo semelhante à tendência formativa.
No caso da pessoa, a tendência atualizante se manifesta na propensão pelo crescimento e melhoramento
do organismo, ainda que isso possa gerar sofrimento e dor.
Rogers (1985;2020) acreditava, inclusive, que a pessoa possuía todo o necessário para o seu crescimento,
sendo que o papel do terapeuta deveria ser de facilitador para esse desenvolvimento, a partir do encontro
genuíno com o cliente.
A pessoa necessita sobretudo de relações sadias, nas quais haja autenticidade, empatia e consideração
positiva incondicional. Esses são os ingredientes principais que permitem o seu crescimento psicológico e
desenvolvimento pleno. Nas palavras de Rogers:
Se posso proporcionar um certo tipo de relação, o outro descobrirá dentro de si
mesmo a capacidade de utilizar aquela relação para crescer, então mudança e
desenvolvimento pessoal ocorrerão.
(ROGERS, 1985/2020, p. 37)
A tendência atualizante é percebida desde os primeiros estágios do desenvolvimento da pessoa, sendo que
o bebê, ao longo de sua interação com o meio e a partir da tomada de consciência de sua identidade, vai se
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diferenciando de sua mãe (ou cuidador primário) e experimentando diferentes aspectos da realidade que o
levam a um desenvolvimento rudimentar da consciência de si, o que se chama self.
No decorrer de seu desenvolvimento, a pessoa, a partir da tendência à atualização, desenvolve a
autoatualização, ou seja, a tendência a atualizar o self, a desenvolver a si mesmo de forma mais plena.
O self é dividido em dois subsistemas:
Autoconceito
Envolve as diversas experiências e aspectos da pessoa que são percebidos na consciência. Ele não engloba
todo o self, mas apenas aquelas partes que a pessoa toma consciência. Nesse sentido, ao longo da vida
vamos desenvolvendo um autoconceito que pode excluir outros aspectos do nosso self e, algumas vezes,
gerar dificuldades de adaptação e nos relacionamentos.
Self ideal
Engloba a visão de como a pessoa gostaria que fosse o seu self, que características ela gostaria que
fizessem parte dele, ou seja, uma imagem ideal. Aqui podemos falar da relação entre autoconceito e self
ideal. As pessoas saudáveis tendem a ter uma discrepância pequena entre self ideal e autoconceito.
No processo de tornar-se pessoa, a experiência de consideração positiva incondicional é primordial, ou seja,
a pessoa necessita experimentar-se amada, estimada e aceita pelo outro, para assim iniciar o
desenvolvimento da autoconsideração positiva. Durante a infância, em muitos casos, temos a oportunidade
de experienciar a consideração positiva incondicional no amor de nossos pais.
A autoconsideração positiva envolve o processo de valorizar e amar a si mesmo. Desenvolver uma sadia
autoconsideração é parte fundamental do processo de autorrealização, ou seja, realização de todas as
potencialidades da pessoa.
Percebe-se, então, que o processo de autorrealização é construído durante toda a vida, sendo alcançado
principalmente quando na relação com o outro consigo construir uma visão adequada de mim e adoto uma
consideração positiva sobre mim mesmo, bem como adoto essa atitude com os outros.
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Terapia centrada na pessoa
Rogers (1985/2020), ao longo de sua vida, desenvolveu uma rica experiência por meio do contato com seus
clientes, sendo que sua teoria psicoterapêutica em muito se baseia nessas experiências. De acordo com ela,
a pessoa carrega dentro de si o potencial para o crescimento e o amadurecimento, necessitando apenas do
ambiente, ou melhor, do clima psicológico adequado para que esse potencial possa se transformar em
realidade.
De certa forma, essa premissa foi transpassada para a psicoterapia, ou seja, Rogers (1985/2020) vai
entender o processo terapêutico como um encontro de pessoas, no qual o desenvolvimento do cliente se dá
pela posse do terapeuta de três características simples em sua explicação, porém complexas em sua
vivência: ser congruente (ou autêntico), ter aceitação incondicional positiva do cliente e ser empático.
A ênfase na relação leva Rogers (1985/2020) a afirmar que abordagens baseadas somente no treinamento,
no ensino de algo que deva ser utilizado, tendem a ser ineficazes
Mais importante do que as técnicas a serem utilizadas é a pessoa que se
encontrará com o cliente e como ela facilitará o crescimento dele.
Sendo assim, Rogers (1985/2020) vai pontuar que o primeiro aspecto ou condição importante na relação
terapeuta/paciente é a congruência, ou o ser genuíno. Nas palavras do autor:
Descobri que quanto mais conseguir ser genuíno na relação, mais útil esta
será. Isso significa que devo estar consciente de meus próprios sentimentos, o
mais que puder, ao invés de apresentar uma fachada de uma atitude. […] Ser
genuíno também envolve a disposição para ser e expressar, em minhas
palavras, e em meu comportamento, os vários sentimentos e atitudes que
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existem em mim. […] É somente ao apresentar a realidade genuína que está em
mim, que a outra pessoa pode procurar pela realidade em si com êxito.
(ROGERS, 1985/2020, p. 37-38)
Ser genuíno, portanto, desafia o terapeuta não somente no sentido de se expressar autenticamente para o
paciente, mas em se conhecer, em ter adentrado no processo de autoconsideração positiva,
compreendendo seus sentimentos positivos e negativos, diminuindo a disparidade entre o autoconceito e o
self ideal e, com isso, conseguindo adotar atitudes adequadas no processo terapêutico com o paciente.
Uma segunda condição apontada por Rogers (1985;2020) é a aceitação incondicional do paciente, que
significa aceitar essa pessoa de forma afetuosa, considerando-a portadora de um valor único que independe
de seus comportamentos, sentimentos ou condição.
Comentário
Essa aceitação incondicional do paciente favorece a experiência de afeto, contribuindo para que ele possa,
pouco a pouco, desenvolver a autoconsideração positiva, tão importante para seu processo de
autoatualização e autorrealização.
Por fim, a última atitude necessária e importante por parte do terapeuta é a escuta empática. Rogers
(1985;2020) manifesta que não é suficiente aceitar o paciente, pois o terapeuta também deve compreendê-
lo. Isso significa compreender os sentimentos e pensamentos do paciente para, assim, favorecer sua
liberdade de explorar toda sua realidade interior, ainda que difícil e assustadora.
A atitude empática, segundo Rogers (1985/2020), também envolve a não realização de julgamentos morais
e o não estabelecimento de diagnósticos, sendo que a ênfase nesse último é uma das críticas feitas pela
Psicologia Humanista.
Na realidade, a Psicologia Humanista vê nos diagnósticos uma rotulação da
pessoa, acabando por prejudicar sua compreensão enquanto realidade única e
dotada de dignidade, aprisionando-a em uma determinada categoria diagnóstica.
Conceitos básicos da teoria de Rogers e a
terapia centrada na pessoa

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Assista ao vídeo sobre os conceitos básicos da teoria de Rogers e a terapia centrada na pessoa
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Abraham Maslow é considerado o pai da Psicologia Humanista. Em suas pesquisas, ele buscou
defender uma modificação de perspectiva quanto aos interesses de estudo da Psicologia. Noque diz
respeito a esses interesses, Maslow defendia que a Psicologia deveria:
A
Manter a ênfase no estudo das pessoas com patologias, buscando formas mais
eficazes de ajudá-las.
B
Adotar uma perspectiva comportamentalista, enfatizando o papel do meio no
condicionamento dos comportamentos do indivíduo.
C
Estudar somente as pessoas autorrealizadas, sendo que as pessoas doentes deveriam
ser objeto de estudo da psiquiatria.
D
Debruçar-se sobre as pessoas saudáveis e autorrealizadas, acreditando que esse
estudo poderia contribuir para melhor compreensão dos erros e dificuldades
vivenciados por elas.
E Focar nos aspectos inconscientes da experiência da pessoa.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Maslow defendia que o estudo das pessoas saudáveis e autorrealizadas deveria ser o foco da
Psicologia, o que o fazia criticar a perspectiva psicanalítica de abordar somente as pessoas com
transtornos mentais ou dificuldades de adaptação. A resposta C, embora pontue a questão do estudo
das pessoas autorrealizadas, também afirma que as pessoas doentes não deveriam ser objeto dos
estudos da Psicologia, algo que não era defendido por Maslow.
Questão 2
Carl R. Rogers é conhecido como o fundador da Terapia Centrada na Pessoa. Dentro desse modelo
terapêutico Rogers estabelece as condições fundamentais para que o terapeuta possa facilitar o
processo de desenvolvimento do paciente. As três atitudes fundamentais do terapeuta para o paciente
são:
Parabéns! A alternativa C está correta.
Rogers defende que o terapeuta, em sua relação com o paciente, deve ser autêntico (apresentar
congruência), aceitar o paciente de forma incondicional, sem efetivar julgamento ou lhe aplicar rótulos,
e ser empático. Essas seriam as condições fundamentais para o efetivo processo terapêutico.
A Congruência (autenticidade), aceitação condicional do paciente, empatia.
B Congruência (autenticidade), aceitação incondicional do paciente, atenção seletiva.
C Congruência (autenticidade), aceitação incondicional do paciente, empatia.
D Escuta ativa, aceitação condicional do paciente, empatia.
E Escuta ativa, congruência (autenticidade), aceitação condicional do paciente.
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3 - Carl R. Rogers e a prática psicológica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as principais
contribuições de Carl R. Rogers para a prática psicológica.
Ênfase na relação terapêutica
O modelo terapêutico de Rogers traz uma grande novidade para a Psicologia. Como já dito anteriormente,
Rogers apresentou três condições necessárias indispensáveis ao terapeuta durante o processo terapêutico.
Elas são a congruência (ou autenticidade) no relacionamento com o paciente, a consideração positiva
incondicional e a atitude empática.
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Essas três condições são uma revolução a título de aspectos a serem considerados pelos terapeutas. Até
hoje, pode-se perceber o quanto tais condições foram assimiladas por outros modelos psicoterapêuticos,
como a terapia cognitivo-comportamental, a terapia comportamental dialética, a terapia de aceitação e
compromisso, entre outros.
A ênfase no relacionamento terapêutico é demarcada em quase todos os modelos psicoterápicos como a
chave para o sucesso da intervenção, sendo em muito influenciada pelas conclusões de Rogers
(1985/2020) sobre o poder do encontro na cura e desenvolvimento da pessoa.
Além disso, a abordagem centrada na pessoa (teoria centrada na pessoa) apresenta uma visão do ser
humano como alguém capaz de dar suporte para o crescimento do outro, bem como uma perspectiva não
patologizante, o que a difere de muitas abordagens atuais.
Terapia comportamental dialética
A terapia comportamental dialética (DBT – Dialectical Behavior Therapy) é um modelo de tratamento
psicoterápico voltado principalmente para casos graves, sendo considerado o padrão de tratamento, por
exemplo, para o Transtorno de Personalidade Borderline.
A DBT se insere na chamada terceira onda das terapias cognitivo-comportamentais, integrando aspectos da
análise do comportamento, da terapia cognitiva e do zen-budismo. Trata-se de uma combinação de técnicas
comportamentais, cognitivas e do zen-budismo, tais como técnicas de relaxamento e de mindfulness
(atenção plena).
DBT
A diversidade de embasamentos teóricos da terapia cognitivo-comportamental é analisada por muitos autores
em três ondas. Sendo a primeira onda predominantemente comportamentalista, a segunda cognitivista e a
terceira se caracteriza por uma sensibilidade especial ao contexto e às funções do fenômeno psicológico..
Saiba mais
A DBT foi desenvolvida pela psicóloga e autora norte-americana Marsha Linehan, cujas primeiras
publicações datam do início da década de 1990. Inicialmente, a DBT foi aplicada em mulheres que
apresentavam altos índices de comportamento suicida. Ao longo dos anos, no entanto, a DBT passou a ser
utilizada nos quadros em que a desregulação emocional é um aspecto central.
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A DBT é um modelo complexo que inclui diferentes modos de tratamento concomitantes, mesclando
estratégias comportamentais e cognitivas, visando contribuir para que o paciente adquira habilidades para
melhor regulação de suas emoções, efetividade nos relacionamentos interpessoais e evitação de
comportamentos de risco.
Dentro dos aspectos importantes no modelo da DBT estão a aceitação incondicional do paciente e a
relação empática, podendo se perceber uma influência da abordagem centrada na pessoa.
Os pacientes, principalmente aqueles que apresentam quadro de transtorno de personalidade borderline,
experimentam sofrimento significativo frente à possibilidade de abandono e rompimento da relação. Por
isso mesmo, a construção de uma sólida relação terapêutica baseada na aceitação e na empatia se faz
necessário, sendo que o paciente necessita experimentar, nessa relação, o suporte de que o terapeuta
estará presente para lhe ajudar a melhor regular suas emoções.
Instabilidade emocional e desordens de personalidade
Na prática clínica, verifica-se que as estratégias de validação, por exemplo, são importantes no modelo de
psicoterapia individual e se caracterizam pela empatia e reforço, por parte do terapeuta, de que a visão do
paciente apresenta aspectos válidos dentro do contexto de vida dele.
Também podemos observar uma genuinidade do terapeuta para com o cliente, o que se mostra de forma
mais clara nas técnicas de autorrevelação, quando o terapeuta apresenta suas vivências com o intuito de
contribuir para o processo terapêutico.
Comentário
A DBT vem sendo cada vez mais estudada no Brasil, sendo que nos últimos anos houve o aumento das
publicações na área.
Terapia baseada em processos
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Tratamentos clínicos efetivos constituem, cada vez mais, um desafio para profissionais psicólogos. Além
disso, modelos psicoterápicos se proliferam, havendo mais de uma centena de propostas, acabando por
prejudicar o status científico da psicoterapia.
Essa realidade foi um desafio para os psicólogos humanistas, incluindo Carl
Rogers. Como desenvolver uma abordagem científica do tratamento de uma
pessoa, podendo generalizar achados, mas sem perder a especificidade e a
particularidade de cada indivíduo.
Vale lembrar que Rogers (1985;2020) foi, sobretudo, um psicólogo clínico, sendo que sua experiência se
formou dentro desse contexto em que o encontro entre pessoas era o caminho para o desenvolvimento e a
cura do cliente.
O desafio de desenvolver uma ciência (Psicologia) quepossa realizar generalizações sem desconsiderar a
realidade (única e particular) da pessoa ainda ecoa na Psicologia moderna, se inserindo na questão da
pesquisa de base nomotética e da pesquisa de base idiográfica. Vamos falar um pouco desses modelos de
pesquisa. A pesquisa de base nomotética tem como objetivo alcançar dados e realizar generalizações,
sendo o padrão de grande maioria das pesquisas científicas de viés quantitativo.
No entanto, observando a proposta de Rogers, podemos verificar que ele, além de se posicionar reticente
quanto aos diagnósticos, enfatizava a realidade particular e individual de cada pessoa como ponto central a
ser considerado, não havendo generalizações.
Essa forma de aproximação faz parte da chamada pesquisa de base idiográfica, na qual o fenômeno em
particular deve ser observado e estudado, levando em consideração seu contexto específico. Essa tensão
entre uma abordagem nomotética, quantitativa e idiográfica, mais qualitativa, ganha grandes proporções em
alguns contextos.
O olhar para a particularidade da pessoa vem sendo retomado, de alguma forma,
pelo modelo da Terapia Baseada em Processos.
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Segundo Barthel, Hofmann e Hayes (2021) a terapia baseada em processos busca responder à pergunta de
quais processos biopsicossociais devem ser abordados com um cliente em concreto visando retratá-lo da
maneira mais eficiente possível.
Embora os modelos-padrão de tratamento psicoterápico ainda sejam preferidos por operadoras de saúde,
percebe-se que eles nem sempre são efetivos.
Comentário
Há uma variável fundamental que é a unicidade e a particularidade da pessoa, por isso mesmo, ainda que se
possa desenvolver modelos padronizados de intervenção, deve-se também apontar a importância da
realidade individual.
Sendo assim, a terapia baseada em processos busca, por um lado, considerar tratamentos efetivamente
comprovados, mas, por outro, não renuncia à avaliação individual, observando a realidade concreta da
pessoa e buscando oferecer tratamentos cada vez mais personalizados.
A terapia baseada em processos também traz esperança para um modelo mais integrativo, algo que a
Psicologia Humanista já defendia como necessário para melhor lidar com a complexidade e o mistério
humanos.
In�uências rogerianas em outras áreas
A influência de Rogers não se reduziu ao campo da psicoterapia e, quiçá, da Psicologia, sendo que a
Educação, a Administração, a Gestão de Pessoas, o Serviço Social e outras áreas se viram influenciadas
pela Abordagem Centrada na Pessoa.
Rogers (1985/2020) manifestou acreditar que a relação terapêutica é apenas um tipo de relação, pontuando
que se as atitudes de congruência, aceitação positiva incondicional e empatia fossem desenvolvidas em
outras relações, o crescimento e o desenvolvimento da pessoa se dariam. Nas palavras do autor:
Há todas as razões para se supor que a relação terapêutica constitui apenas
um exemplo das relações humanas, e que a mesma legitimidade rege todas
essas relações. Dessa forma, parece razoável levantar a hipótese de que se os
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pais criarem com seu filho um clima psicológico do tipo que descrevemos,
então a criança se tornará mais autodirigida, socializada e madura.
(ROGERS, 1985/2020, p. 42)
No campo da Educação, uma das influências de Rogers foi naquilo denominado por ele mesmo de ensino
centrado no aluno. Essa perspectiva se baseava nos princípios terapêuticos da abordagem centrada na
pessoa aplicados a educação.
Segundo Pinheiro e Batista (2018), no ensino centrado no aluno se faz importante que este último apreenda
o tema estudado como algo relevante para ele, sobretudo por meio da facilitação do professor nesse
encontro.
Rogers (1985;2020) não deixa de ser polêmico ao propor o ensino centrado no aluno, já que afirma que
exames e títulos deveriam ser dispensados, pois não apontam para aquilo que é mais importante no
processo de aprendizagem: a experiência do aluno de aprendizado autodescoberto e auto apropriado.
Outro campo de estudo influenciado por Rogers foi o do aconselhamento psicológico. Segundo Scorsolini-
Comin (2014) o aconselhamento psicológico surgiu no início do século XX tendo uma aproximação mais
tecnicista e objetiva da realidade humana, acreditando que, por meio da mensuração das características da
pessoa, se poderia alcançar um plano para ela se adaptar e lidar com suas disfuncionalidades.
Scorsolini-Comin (2014) define o aconselhamento como:
[...] uma tecnologia de ajuda e cuidado utilizada em situações diversas que
envolvem o manejo de crises e em que se busca a adaptação, a autonomia, a
maior capacidade de se tomar decisões e também o crescimento pessoal.
(SCORSOLINI-COMIN, 2014, p. 194)
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Rogers (1985/2020) atuou no aconselhamento em parte de sua vida, entretanto, em seus primeiros anos de
desenvolvimento da abordagem centrada na pessoa, criticou esse viés mais psicométrico de condução do
aconselhamento, trazendo a perspectiva do encontro e as atitudes indispensáveis do terapeuta para essa
área.
O aconselhamento psicológico é muito utilizado em abordagens visando a ajuda de pacientes com
dependência química, bem como situações de crise, como a vivenciada com a pandemia de covid-19.
A aplicação da abordagem centrada na pessoa também é vista nos mais diversos
tipos de grupos, tais como grupos escolares, grupos de pessoas com doenças
específicas e grupos de encontro, sendo uma forma de facilitar o processo de
autoaceitação por meio da aceitação incondicional que as diferentes pessoas do
grupo vão pouco a pouco compartilhando.
Uma outra influência do pensamento de Carl Rogers pode ser vista naquilo que se denominou Psicoterapia
Humanista-Existencial. Existem discussões sobre a junção dessas duas perspectivas. O próprio Maslow
(1970), embora reconhecesse o papel do existencialismo na Psicologia Humanista, criticava alguns
aspectos desse movimento, como, por exemplo, a ênfase na dramaticidade da vida. No entanto, a
psicoterapia humanista-existencial constituiu a reunião de diferentes nomes sob uma perspectiva
psicoterapêutica. Esse foi o caso de Viktor Frankl que, como pode ser visto em outra jornada (A Psicologia
Existencial), foi o fundador da Logoterapia e da Análise Existencial.
Em síntese, as premissas de Rogers, sua ênfase na relação de pessoa para pessoa e sua contínua crença no
potencial de desenvolvimento humano constituem aspectos duradouros na história da Psicologia,
retomados ao longo do seu desenvolvimento na empreitada contínua de tornar mais pessoa cada ser
humano.
A in�uência do pensamento de Carl Rogers
em outras áreas
Neste vídeo o especialista discorre sobre as influências do pensamento de Carl Rogers, em outras áreas
como na Educação, no aconselhamento psicológico.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
No que diz respeito às influências de Rogers nas práticas profissionais atuais, podemos afirmar que:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A
As influências de Rogers foram pequenas, limitando-se a sua visão de pessoa como ser
que busca se desenvolver necessitando apenas de uma relação humana favorável.
B
Não houve influências de Rogers nas práticas profissionais atuais, pois sua teoria não
possui quaisquer fundamentos científicos.
C
As influências de Rogers podem ser vistas em todos os modelos psicoterapêuticos que
assimilaram, principalmente, a aceitação incondicional do cliente como atitudefundamental do terapeuta.
D
Sua influência é grande, sobretudo pela ênfase dada na relação terapeuta-paciente,
sendo que a relação terapêutica é algo demarcado como fundamental na maioria das
psicoterapias atuais.
E
Sua influência limitou-se às terapias de perspectiva existencial, não alcançando outros
modelos psicoterápicos.
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A letra A incorre no erro de afirmar que a influência de Rogers foi pequena e limitada à visão de pessoa.
A letra B também erra quando afirma não haver influência e ao associar esse fato à falta de fundamento
científico da teoria. A letra C realiza uma generalização indevida, já que nem todos os modelos
assimilaram as ideias de Rogers. A letra D reconhece que a influência é grande, sobretudo no aspecto
da relação terapêutica, sendo de fato algo perceptível e, portanto, sendo a alternativa correta. A letra E
também erra ao associar a influência às terapias existenciais.
Questão 2
A terapia baseada em processos é uma abordagem atual que vem afirmando a importância de
tratamentos personalizados para alcançar maior efetividade. Essa afirmativa se relaciona com a
seguinte ideia presente no pensamento rogeriano:
Parabéns! A alternativa C está correta.
A terapia baseada em processos vem afirmando a importância de se considerar a particularidade das
pessoas e seu contexto para o sucesso dos tratamentos, sublinhando a necessidade de se considerar
A
O processo terapêutico é sobretudo um conjunto de técnicas que são validadas pela
constante testagem e generalização.
B
O processo terapêutico tem como objetivo o alcance de uma hipótese diagnóstica para,
então, se selecionar os tratamentos com base em evidências.
C
A terapia é, sobretudo, um encontro de pessoa com pessoa, sendo que esse encontro
particular e único é o caminho para a cura e o desenvolvimento do cliente.
D
O desenvolvimento de técnicas e seu ensino deve ser o foco dos que buscam atuar no
campo da psicoterapia.
E
A base para a efetividade dos processos terapêuticos se encontra nas pesquisas
nomotéticas.
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as pesquisas de base idiográfica. Nesse sentido, enfatizam o valor da pessoa e o quão importante é
considerar essa realidade única na construção de modelos de tratamento.
4 - Críticas à Psicologia Humanista
Ao �nal deste módulo, você será capaz de avaliar as principais críticas à
Psicologia Humanista e sua in�uência na Psicologia moderna.
Críticas à Psicologia Humanista
Como foi dito, a Psicologia Humanista surgiu como uma resposta ao inconformismo provocado pelas
abordagens psicanalíticas e comportamentalistas vigentes na Psicologia da metade do século XX. Somente
por isso, já se poderia esperar um conjunto de críticas ao pensamento desenvolvido por essa abordagem.
Muitas das premissas, objetos de estudo e preocupações da Psicologia Humanista eram vistas com maus
olhos pelos psicólogos da época.
Comentário
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Tanto Maslow (1970) quanto Rogers (1985;2020) relatam dificuldades que enfrentaram em seus centros
acadêmicos quanto à aceitação de suas ideias.
Embora Maslow (1970) tenha se preocupado em promover uma postura integralista, enfatizando a
importância de considerar os aspectos negativos e positivos da existência, bem como em complementar os
aspectos pontuados pela Psicanálise e pelo Comportamentalismo, a Psicologia Humanista acabou, com o
tempo, sendo criticada por ambas as escolas.
Apresentaremos a seguir críticas gerais ao movimento da Psicologia Humanista e, posteriormente, às
teorias de Maslow e Rogers.
Psicologia Humanista não é cientí�ca
Provavelmente esta é uma das mais fortes críticas ao movimento da Psicologia Humanista, ou seja, de que
ela não teria alcançado o status de científica.
Essa crítica se manifesta concretamente quando tratamentos que são ditos baseados em evidência
substituem, por exemplo, uma abordagem centrada na pessoa, como anteriormente já foi apresentado.
Comentário
Ela também é utilizada para justificar o declínio da Psicologia Humanista em muitos grandes centros
acadêmicos, sendo uma cadeira relegada à margem em muitas instituições.
Entretanto, Castañon (2007) traz uma interessante reflexão ao dilema vivenciado pela Psicologia
Humanista. Segundo esse autor, os pressupostos filosóficos da ciência moderna são:
O realismo ontológico, ou seja, a crença de que o objeto de estudo existe independente da
mente do pesquisador que o estuda.
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Aqui se tem o grande problema para a Psicologia Humanista. Por um lado, os psicólogos humanistas
queriam, de alguma forma, construir conhecimentos válidos cientificamente, por outro, a realidade de seu
objeto de estudo, qual seja, a pessoa, tornava difícil essa empreitada.
Isso porque, por mais que se possa estudar o comportamento humano em termos de causa e efeito, não é
possível isolar todas as variáveis internas e externas que afetam esse comportamento, tais como o sentido
das experiências e da própria vida, que são aspectos da realidade individual de cada pessoa.
Não há como quantificar de forma integral as nossas experiências individuais.
Vejamos um exemplo interessante. Se eu mostro para um conjunto de dez pessoas uma cartolina azul e
pergunto qual é a cor da cartolina, é provável que a maioria deles, senão todos, responda que é azul.
Entretanto, se pergunto de zero a dez qual a intensidade desse azul, é possível que eu obtenha até cinco
intensidades diferentes.
A regularidade do objeto, que significa que alguns aspectos desse objeto de estudo devem
permanecer estáveis.
O otimismo epistemológico, que quer dizer que é possível alcançar conhecimento do
fenômeno estudado utilizando-se o método adequado.
Os pressupostos lógicos, ou seja, a possibilidade de se construir argumentos sólidos por
meio da lógica clássica.
O representacionismo, que afirma a possibilidade de, através da linguagem, representar o
mundo de forma adequada e estável.
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Essa experiência, a qual podemos chamar Qualia, aponta para uma realidade mais particular e não
quantificável da pessoa, mas que a Psicologia Humanista defende que seja abordada.
Acreditar e defender que a pessoa é um ser consciente, auto orientado e criativo envolve dizer que, por mais
que os comportamentos, traços de personalidade e vivências emocionais de um indivíduo possam ser
mapeados, ele sempre pode vir a surpreender e a adotar um comportamento diverso.
Esse é o dilema vivenciado pela Psicologia Humanista que, posteriormente, foi corrigido, ou pelo menos
teve uma tentativa de correção na Psicologia Positiva, como você verá antes do fim desta jornada.
Qualia
Termo utilizado para definir características ou qualidades subjetivas da experiência.
Críticas à teoria de Abraham Maslow
Fora a crítica geral à Psicologia Humanista, que se estendeu obviamente ao pensamento de Maslow, duas
críticas foram mais fortemente dirigidas a aspectos centrais de sua teoria.
A primeira delas diz respeito à hierarquia de necessidades de Maslow. Conforme apresentado
anteriormente, Maslow (1970) afirmava que as necessidades se apresentavam de forma hierárquica, na qual
havia a necessidade de satisfação do nível inferior para se alcançar o nível superior.
Uma pessoa somente conseguiria avançar para o nível das necessidades de segurança se tivesse suas
necessidades fisiológicas satisfeitas, e assim por diante. Entretanto, essa hierarquização foi criticada,
afirmando-se que não necessariamente essas necessidades deveriam ser satisfeitas de forma hierárquica e
colocando-se outrosaspectos que podem modificar tal estrutura de necessidades.
Exemplo
Algumas pesquisas apontaram, por exemplo, que as pessoas em campo de concentração muitas vezes
renunciavam a suas necessidades básicas para satisfazer necessidades mais elevadas na hierarquia. Em
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situações extremas, como no caso de guerras, as pessoas não necessariamente satisfazem as suas
necessidades seguindo a hierarquia da pirâmide de Maslow.
Por outro lado, retirando essas situações mais extremas, a teoria das necessidades de Maslow apresenta
certa coerência, pois, no dia a dia, é comum observar que as pessoas que não têm atendidas suas
necessidades mais básicas não conseguem se dirigir às necessidades mais elevadas. Alguém com pouca
disponibilidade de alimentação dificilmente será capaz de se dedicar à ciência política.
Uma outra crítica se dirige à pesquisa de Maslow (1970) sobre pessoas autorrealizadas. Primeiramente, os
críticos afirmaram que Maslow, na sua busca por essa categoria de pessoas, usou critérios particulares
seus, ou seja, baseou-se na sua avaliação subjetiva de pessoas que seriam autorrealizadas.
Além disso, a replicação das pesquisas voltadas para a questão da autorrealização se viu prejudicada,
notadamente devido à falta de clareza inicial em sua definição, como apontam Feist e colaboradores.
(2015).
Críticas à teoria de Carl R. Rogers
Além das críticas generalizadas para o movimento da Psicologia Humanista, Rogers sofreu algumas críticas
em relação aos termos que fazem parte da teoria centrada na pessoa – tais como autoconsideração
positiva, funcionamento pleno e tornar-se pessoa –, que afirmavam que eles eram vagos e pouco
científicos.
Atenção
Outro aspecto notório é a resistência dos terapeutas posteriores que utilizavam a abordagem centrada na
pessoa em buscar algum tipo de evidência para sua prática, bem como a aplicação aos mais diversos tipos
de população com transtornos.
O próprio Rogers (1985;2020) manifestou que sua prática e pesquisas iniciais tinham sido restritos a um
pequeno grupo de pessoas que nem sempre apresentam quadros psicopatológicos graves. Entretanto, isso
não necessariamente invalida a terapia centrada na pessoa no tratamento dos mais diversos transtornos,
sendo necessário, entretanto, maiores pesquisas.
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Psicologia positiva: um ressurgimento de
premissas da psicologia humanista
No final do século XX, a Psicologia moderna viu o nascimento de um novo movimento, impulsionado pelo
então presidente da Associação Americana de Psicologia, Martin Seligman (2002). Esse movimento se
chamou Psicologia Positiva.
Os nomes iniciais da Psicologia Positiva manifestavam que a Psicologia do século XX, devido a uma série
de acontecimentos, teria se esquecido de alguns pontos de pesquisa importantes, tais como a saúde
mental e o desenvolvimento pleno das pessoas, comunidades e instituições.
Nesse sentido, a Psicologia Positiva afirma que a Psicologia deve se voltar para
estudar aquilo que faz a vida valer a pena de ser vivida, apontando como legítimos
campos de estudo os valores e virtudes humanas, o bem-estar subjetivo, os
relacionamentos positivos, o sentido de vida etc.
Os objetivos de estudo da Psicologia Positiva são, portanto, as experiências subjetivas positivas, os traços
individuais positivos e as instituições positivas, havendo grande número de pesquisas nessas três áreas.
Você já deve notar que o que a Psicologia Positiva vem defendendo foi anteriormente pontuado como
importante pela Psicologia Humanista. De fato, Abraham Maslow é considerado um importante
representante da pré-história da Psicologia Positiva.
Na realidade, Maslow já se perguntava “o que é o normal” (1954, p. 171), pontuando a preocupação pelo
estudo das pessoas ditas saudáveis. Além disso, ele (1954) pontua a normalidade em termos de valores,
afirmando que é importante para a Psicologia voltar-se para essa realidade.
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[...] um verdadeiro esforço por construir uma Psicologia dos valores que possa
servir, em última instância, como guia prático para as pessoas e, também,
como marco teórico de referência para professores de Filosofia e outros
especialistas.
(MASLOW, 1954, p. 172)
A Psicologia Positiva tem exatamente esse objetivo, ou seja, estudar as pessoas saudáveis, felizes,
criativas, bem como os relacionamentos positivos, as instituições que levam ao florescimento das pessoas,
as escolas que contribuem para o bem-estar de seus alunos e as comunidades que ajudam no crescimento
de seus membros.
O grande ponto da Psicologia Positiva é a afirmação de que todos esses estudos
devem ser realizados desde uma perspectiva científica, ou seja, buscam utilizar o
que existe de melhor nas metodologias ditas científicas para melhor compreender
o lado positivo da vida humana.
A Psicologia Positiva teve um enorme desenvolvimento ao longo dos últimos 20 anos. Inicialmente, ela
procurava servir de ajuda para que as pessoas pudessem ter uma vida mais realizada, ou seja, ela se voltava
para a promoção e potencialização de aspectos positivos da pessoa.
Nos últimos anos, a Psicologia Positiva também vem desenvolvendo intervenções para pessoas que
apresentam algum transtorno mental, dando origem ao que hoje vem sendo chamado de Psicoterapia
Positiva (RASHID; SELIGMAN, 2019).
Para a Psicologia Positiva as pessoas felizes e, por que não dizer, autorrealizadas, apresentam
relacionamentos positivos, realização, engajamento, experiências de flow, emoções positivas e sentido de
vida.
Flow
Tipos de experiências em que a pessoa se entrega totalmente à vivência com sensação de prazer e energia
positiva.
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Exemplo do piezômetro.
Além disso, a Psicologia Positiva defende que as virtudes e forças pessoais são os ingredientes principais
para uma vida feliz, tendo realizado uma ampla pesquisa e estabelecendo as seis virtudes consideradas
ubíquas na história, ou seja, presentes na maior parte das culturas e manifestações religiosas. São elas:
sabedoria e conhecimento, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência.
Segundo os estudos da Psicologia Positiva, as pessoas devem conhecer quais são
suas forças pessoais vinculadas às seis virtudes mencionadas anteriormente e
praticar aquelas que se apresentam como principais em sua personalidade.
A Psicologia Positiva vem ampliando e mantendo o legado da Psicologia Humanista. Mesmo enfrentando
críticas, esse movimento tem crescido de maneira significativa em todo o mundo e ampliado sua influência
para a Educação, a Economia, a Psiquiatria e a Neurociência.
In�uências da psicologia humanista na
psicologia positiva
Neste vídeo o especialista discorre sobre as influências da Psicologia Humanista no surgimento e nos
postulados da Psicologia Positiva.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dentre as críticas à Psicologia Humanista, uma das mais contundentes se dirige a seus status de
ciência. No que diz respeito a essa crítica podemos afirmar que:
A
A Psicologia Humanista apresentou fortes evidências científicas de sua validade,
entretanto, houve pouca aceitação pela comunidade científica da época devido ao
domínio da Psicanálise e do Comportamentalismo.
B
A Psicologia Humanista, haja vista sua aproximação ao fenômeno humano, enfrentou o
dilema de como atender a pressupostos científicoscomo a regularidade do objeto e se
manter fiel à premissa do mistério da pessoa e sua irredutibilidade a um mecanismo
estímulo-resposta.
C
Os psicólogos humanistas descartavam completamente o valor da ciência, não
querendo se adaptar a ela.
D
A Psicologia Humanista não conseguiu financiamentos que permitissem reproduzir
pesquisas para corroborar ou desmentir suas hipóteses.
E
A Psicologia Humanista decidiu não assumir a missão da ciência moderna devido às
resistências ao modelo comportamentalista.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A letra A erra ao afirmar que a Psicologia Humanista apresentou fortes evidências científicas de sua
validade, sendo que as pesquisas na área foram, de alguma forma, incipientes na época. A letra B é a
correta ao apontar a dificuldade de atender ao pressuposto de regularidade do objeto e a realidade da
pessoa de não ser completamente previsível em seu comportamento. A letra C erra tendo em vista os
psicólogos humanistas se preocuparem, de alguma forma, em como suas ideias seriam científicas. A
letra D erra ao vincular o problema à questão somente de financiamentos para pesquisas. A letra E erra
ao vincular o problema a não seguir o modelo comportamentalista, sendo que embora houvesse
críticas ao Comportamentalismo, não foi essa a dificuldade quanto ao status de ciência.
Questão 2
A Psicologia Positiva vem sendo apontada como um movimento que ressurge com as principais
premissas da Psicologia Humanista. Entretanto, a Psicologia Positiva demarca que há uma importante
diferença entre ela e sua influência mais antiga, ou seja, a Psicologia Humanista. Essa diferença
consiste em:
A
A Psicologia Positiva não se interessa pelos temas da saúde psíquica e
desenvolvimento da pessoa como a Psicologia Humanista.
B
A Psicologia Positiva concorda com as teses psicanalíticas e comportamentalistas, ao
contrário da Psicologia Humanista.
C
A Psicologia Positiva se esforça por abordar seus temas seguindo uma rigorosa
metodologia científica, algo não realizado pela Psicologia Humanista de forma
consistente.
D
A Psicologia Positiva não concorda com as rotulações diagnósticas, ao contrário da
Psicologia Humanista.
E
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A letra A erra tendo em vista que a Psicologia Positiva se interessa pelos temas da saúde psíquica e
desenvolvimento da pessoa. A letra B erra, pois a Psicologia Positiva também critica as teses
psicanalíticas e algumas comportamentalistas. A letra C está correta, já que a Psicologia Positiva tenta
se esforçar para usar o padrão científico em suas pesquisas e teses. A letra D erra, pois a Psicologia
Positiva não é contrária às hipóteses diagnósticas. A letra E erra ao afirmar que a aproximação é com a
Psicologia Existencial, pois embora haja pontos de encontro entre essas duas, as teses da Psicologia
Humanista são muito mais retomadas pela Psicologia Positiva.
Considerações �nais
Como você pôde observar, a Psicologia Humanista foi um importante movimento na História da Psicologia
que desafiou as perspectivas psicanalíticas e comportamentalistas vigentes na época, apresentando uma
alternativa interessante de aproximação e entendimento do ser humano.
A Psicologia Humanista permitiu à Psicologia observar o lado saudável e positivo da vida humana, bem
como, atualmente, por meio da Psicologia Positiva, adentrar no estudo científico da felicidade e do
florescimento, expandindo-se para a construção de uma sociedade na qual os indivíduos possam alcançar
seu pleno desenvolvimento, ou seja, possam efetivamente se tornar pessoas.
Podcast
Agora, o especialista José Augusto Cardoso finaliza com uma reflexão sobre a importância da Psicologia
Humanista nos diversos campos de atuação da Psicologi
A Psicologia Positiva, na realidade, se aproxima mais da Psicologia Existencial do que
da Psicologia Humanista.

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