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Luiza Marinho Motta – 2021 Tricomoníase Reino Protozoa = Protozoários Movimentação flagelar (filo); 4-6 flagelos; membrana ondulante e corpo parabasal (ordem). REINO Protozoa FILO Sarcomastigophora ORDEM Trichomonadida FAMÍLIA Trichomonadidae GÊNERO Trichomonas ESPÉCIES: Trichomonas vaginalis Trichomonas tenax Trichomonas hominis Aspectos epidemiológicos ❖ Distribuição mundial; sobretudo jovens e adultos; 15-49 anos. Alta prevalência ~ 101 milhões de casos. Associada à diversidade de parceiros sexuais; não excluindo casos de parceiro único. Doença venérea; causa vulvovaginite não-viral. Relação com fatores socioeconômicos, como educação sexual. Modos de infecção • Relação sexual (IST); • Parto; • Roupas íntimas, toalhas contaminadas (até 24h); • Fômites (espéculo vaginal em clínicas ginecológicas. Formas de vida Não possui cisto! Trofozoíto: é forma infectante. Presente em secreções vaginais, prostáticas e urina (transmissão) – vagina e orifício ureteral. Sofre divisão binária assexuada. Não possui mitocôndria; função das vesículas de hidrogenose. Ciclo biológico ❖ Monoxênico. Transmissão simples, sobretudo por via sexual (indivíduo não infectado para infectado). Trofozoíto sofre múltiplas divisões no sentido longitudinal. Luiza Marinho Motta – 2021 Local de infecção: trato geniturinário M e F. Fisiologia ❖ Parasito anaeróbio facultativo; Glicose, maltose e galactose como fontes de energia; Sem mitocôndrias, apresenta hidrogenossomos = vesículas com hidrogenases para formação de ATP e H2. Mantém glicogênio em reserva, levando a alterações no ambiente vaginal (ph). Transmissão Homem/mulher e mulher/mulher. Homens são vetores → ejaculação; tricomonas na mucosa da uretra. Transmissão não sexual é rara. Roupas de cama, assentos de vasos sanitários, artigos de toalete, águas de piscinas, roupas íntimas. • Tricomonose neonatal – contaminação durante o parto. Formas clínicas Assintomática - Mulheres (~50%); importância diagnóstica! - Homens em sua maioria. Ocasionalmente: uretrite, epididimite e prostatite; redução da motilidade dos sptz. Sintomática ❖ Incubação de 5-28 dias (50% dos pacientes) Mulheres: secreção vaginal do tipo bolhosa, odor fétido, edema ou eritema e ph vaginal > 5,0. Lesões cervicais vulvares, uretrite, dor abdominal baixa, disúria e dispareunia. Colpitis maculares: lesão característica, com pontos hemorrágicos (“em morango”). Tricomonas e HIV ❖ Transmissão 8x MAIOR. Tricomonas induz quimiocinas (IL-1, IL-6 e IL-10) e aumenta a susceptibilidade pelo HIV por conta da resposta imune celular. Ocorre infiltração de leucócitos, LTCD4+ e macrófagos = alvos para HIV. Pontos hemorrágicos facilitam a entrada do vírus. Complicações • Transmissão e aquisição de HIV (recomendado screening anual e no pré- natal); • Doença inflamatória pélvica (DIP); • Aumento do risco e desenvolvimento de câncer cervical (lesões grandes ou frequentes); • Infertilidade feminina e masculina; • Nascimento pré-termo e baixo peso. Patogênese - Interação do parasito com céls epiteliais da mucosa vaginal; - Evasão do sistema imune do hospedeiro; - Estabelecimento sobre a microbiota. Mecanismos de escape Relacionado à resposta imune adaptativa e humoral do hospedeiro (lise de células B e T); Luiza Marinho Motta – 2021 Degradação de NETs (armadilhas compostas por proteína, DNA liberadas pelo neutrófilo para matar parasito); evasão da trogocitose dos neutrófilos, melhorar adesão às células do hospedeiro e aumento de citocinas anti-inflamatórias (IL-10) e diminuição de inflamatórias (IL-8 e IL-17) = tolerância imunológica. Parasito pode se revestir de antígenos do hospedeiro, não sendo reconhecido. Diagnóstico Clínico: história clínica; Vaginite, secreções, dor abdominal, colpitis macularis (colposcopia). Laboratorial: coleta de amostra; • Homem – coleta de sêmen ou urina pela manhã; secreção prostática e material subprepucial. • Mulher – coleta do material vaginal; higiene vaginal não deve ser feita de 18-24h anteriores; identificação de trofozoítos em amostras úmidas coletadas; ph vaginal > 4,5 e PMN (polimorfonuclear); cultura em meio específico (swab). DNA: técnica PCR. Diagnóstico diferencial Infecções bacterianas (diarreia aguda ou infecções vaginais: vaginose bacteriana e candidíase. Infecções cervicais: gonorreia e clamídia. Causas não infecciosas: vaginite atrófica (pós- menopausa); corpo estranho; irritantes; vaginite autoimune (inflamatória descamativa). Tratamento Feito em pacientes sintomáticos e seus parceiros (para evitar recorrência). Metronidazol (95% de cura) → tricomoníase, vaginites, giardíase e amebíase. ❖ Em gestantes utilização de creme vaginal. Profilaxia Utilização de preservativos; número de parceiros sexuais e tratamento dos casos assintomáticos. Educação sexual.
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