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Distopias Testiculares

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1 Eduarda Rebés Müller 
Distopias Testiculares 
 
CONCEITOS 
 Criptorquidia: parada da migração do testículo para o escroto 
 Ectopia testicular: testículo fora do canal inguinal 
 Testículo retrátil: o testículo já descido retrai intermitentemente. Ora está no escroto, ora está no canal 
inguinal. 
 Anorquia: ausência de testículos 
 Monorquia: presença de apenas um testículo 
 
 
1: ectópico | 2: criptorquídico 
 
MECANISMOS 
 Gene SRY: diferenciação da gônada em testículo 
 Células de sertoli → produzem a substância inibidora mülleriana → promove a involução do ducto 
paramesonéfrico → regressão dos órgãos femininos e diferenciação em órgão masculino 
 Hipotálamo → GnRH → hipófise → LH e FSH → células de Leydig → testosterona → maturação do ducto 
mesonéfrico (ducto de Wolff), epidídimo, canal deferente, vesículas seminais e demais caracteres sexuais 
masculinos 
 
 
 
 
 
2 Eduarda Rebés Müller 
DESCIDA TESTICULAR 
1ª fase: trans abdominal 
 Testículo se move para a pelve próximo ao anel inguinal interno por volta de 28 semanas de IG (obs: bebês 
que nascem antes de 28 semanas podem nascer sem o testículo descido) 
 
 
 
2ª fase: inguinal e escrotal 
 Migração do gubernáculo e do testículo a partir da região inguinal em direção ao escroto 
 25ª a 35ª semana 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 RN a termo: 3% 
 Prematuro: 33% 
 < 1500g: 60-70% 
 
Testículos não posicionados no escroto 
 Não palpáveis: 32,8% 
 Palpável no anel inguinal externo: 11,8% 
 Acima do anel inguinal externo: 34,7% 
 No escroto superior: 15,3% 
 Ectópico: 5,4% 
 
DISTOPIA TESTICULAR UNILATERAL 
 Em 10% dos casos há associação com disfunções hipotálamo-hipófise, genéticas ou embrionárias 
 Anomalias associadas: 
o Hipospádia ou micropênis: aumentam a probabilidade de diagnóstico de anomalias da diferenciação 
sexual (ADS) 
o Processos vaginalis patente 
o Anomalias do epidídimo 
o Paralisia cerebral 
o Defeitos da parede abdominal: gastrosquise, onfalocele, Eagle-Barrett (ou Prune Belly) 
 
 
 Hipospádia Gastrosquise Onfalocele Prune Belly 
 
 
 
3 Eduarda Rebés Müller 
DIAGNÓSTICO 
Anamnese 
 Desde quando notaram ausência do testículo? 
 Alguma vez foi visualizado no escroto? 
 Foi observada alguma tumoração na região inguinal? Crural, perineal? 
 
Exame clínico 
 Palpação escrotal: 
o Manobra: distensão do escroto pelo septo interescrotal 
o Palpação crural e do períneo 
o Palpação da região inguinal 
 Inspeção do saco escrotal: 
o Pregas e corrugações: comparando com lado contralateral 
o Inspeção do períneo, região inguinal e crural 
 Manobra de ordenha e manobra da posição agachada 
 
Exames de imagem 
 Poucas informações adicionais 
 Ultrassonografia: 
o Sensibilidade: 45% | especificidade: 78% 
o Não localiza testículo não palpável, não exclui testículo intra-abdominal, não modifica o manejo 
 
Testículos impalpáveis bilaterais 
Teste de estímulo agudo com gonadotrofina coriônica humana (hCG) → avaliar anorquismo bilateral 
1) Dosar LH e FSH 
2) Empregar a dose de 2.000 UI/kg/dia por 3 dias consecutivos 
3) No 6º dia, dosar LH, FSH e testosterona 
→ Se FSH ↑ e < 9 anos: anorquia 
→ Se FSH e LH normais e ↑ testosterona: exploração cirúrgica ou laparoscópica bilateral 
 
CIRURGIA 
 Padrão-ouro 
 Abordagem inguinal ou escrotal alta 
 Laparoscopia no diagnóstico do testículo impalpável 
 
Orquiopexia 
 Alocar o testículo na posição habitual 
 Não deve ser realizada antes dos 6 meses de idade, pois os testículos podem descer espontaneamente durante 
os primeiros meses de vida 
 A evidência de mais alta qualidade recomenda orquiopexia entre 6 e 12 meses de idade 
 
Abordagem cirúrgica para correção da criptorquidia: 
 Testículos palpáveis: incisão arqueada na prega abdominal inferior 
 
 
 
 
 
 
 
4 Eduarda Rebés Müller 
 Individualização e abertura da aponeurose do oblíquo externo e anel inguinal externo 
 
 
 
 Identificação do saco herniário, separação das estruturas do cordão e abertura até o anel inguinal interno 
 
 
 
 Ressecção de saco herniário, ligadura próximal (sutura contínua, fio absorvível) 
 
 
 Incisão transversa da bolsa escrotal, cria-se um plano entre a pele e a dartos, fixação do testículo (sutura 
descontínua, fio absorvível) 
 
 
 
Manobras 
 Prestiss: 
o O cordão passa por baixo dos vasos epigástricos 
o O anel inguinal superior pode ser aberto para possibilitar a mobilização retro-peritoneal 
 Técnica de Fowler Stephens: 
o Ligadura dos vasos espermáticos 
o Irrigação dependente dos vasos cremastéricos e do gubernáculo 
o Contraindicação: cirurgia inguinal prévia 
 Técnica de Bianchi: 
o Indicada para testículo criptoquídico distal ao anel externo 
o Em lactentes 
o Técnica 1: incisão escrotal alta → confecção de bolsa subdártica → qssistente fixa o testículo com a mão 
→ cirurgião faz dissecção romba ascendente para criar túnel 
o Técnica 2: identificação do nervo ileoinguinal → fibras do cremáster e saco herniário separados dos 
elementos do cordão → ligadura do saco herniário → orquidopexia tradicional 
 
 
 
5 Eduarda Rebés Müller 
Taxas de sucesso 
 Orquidopexia com testículos palpáveis: 80-90% 
 Técnica inguinal: 60-88% 
 Técnica suprainguinal: > 95% 
 Fowler-Stephens: 67-96% 
 Laparoscópica: 80-95% 
 Fowler-Stephens por laparoscopia: >96% 
 
Laparoscopia 
 Se os vasos terminam em fundo cego: biópsia! 
 Vanishing testis → vasos gonadais terminando em fundo cego e ducto deferente bem formado → achado 
cirúrgico de testículos não palpáveis 
 
 
 
Obs: aproximadamente 50% dos testículos intra-abdominais estão próximos ao anel inguinal. Os outros 50% 
são localizados próximos aos vasos ilíacos ou mais alto. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
 Medicação mínima nas primeiras 24-48 horas 
 Manter a incisão inguinal seca e coberta por 48h 
 Evitar: atividade físicas e brincadeiras (bicicleta, futebol, etc) por 2 semanas 
 
COMPLICAÇÕES 
 Infertilidade: 
o Quando cirurgia unilateral: 33% 
o Quando cirurgia bilateral: 66% 
 Associação com persistência do conduto peritoniovaginal (~ 90%) 
 Torção testicular: mobilidade 
 Trauma 
 Efeitos psicológicos 
 Malignidade: risco relavito 6x maior (bilateral e intra-abdominal) 
 Azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen) 
o Criptorquidia unilateral: 13% | bilateral: 89% 
o Causa mais comum de azoospermia no adulto 
o Risco: 2%/mês de perdas de células germinativas e 1%/mês de depleção de células de Leydig 
o Risco aumentado de depleção de células germinativas de 50% em testículo impalpável

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