Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE BAIANA DE DIREITO E GESTÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO SOFIA DIDIER SÍNTESES DOS CAPÍTULOS DO LIVRO “O QUE É DIREITO” NOTA: 2,0 Salvador 2022 SÍNTESE DO CAPÍTULO “DIREITO E LEI” O capítulo “Direito e lei” começa com Roberto Lyra citando a falsa imagem do Direito, de como esse se confunde, principalmente quando é associada a palavra lei e trazendo essa exemplificação em diversas línguas. O autor traz que a lei é como algo que sempre emana do Estado e permanece ligada à classe dominante, ficando sob controle daqueles que comandam o processo econômico. A legislação, não é direito puro, é a junção entre o Direito propriamente dito, reto e correto e o Antidireito, a negação do mesmo. A confusão entre o Direito e a lei é vantajosa para o Estado, que na sua posição de privilégio desejaria convencer-nos de que cessaram as contradições, que o poder atende ao povo em geral e tudo que vem dele é jurídico. Lyra traz a arrogância do governo que cede “abertura” inevitável e depois quer controlar o diâmetro; na astúcia que procura separar os “confiáveis” (grupos de pessoas que são vinho da mesma pipa) e os não confiáveis (grupos de pessoas que propõem alguma forma de reestruturação social, mesmo quando o fazem com a recomendação de meios pacíficos). Assim, o Direito resulta aprisionado em conjunto com normas estatais, com a ameaça de sanções organizadas. O autor finaliza o capítulo dizendo que ao buscar o que o Direito é, estamos antes perguntando o ele vem a ser, nas transformações incessantes do seu conteúdo e forma de manifestação concreta dentro do mundo histórico e social. A essência do Direito é o que surge de constante, na diversidade, e que se denomina, tecnicamente, ontologia dialética, como indica o filosofo Lukács, que tem base nos fenômenos e é a partir deles que procura deduzir o “ser” de algo, buscando no interior da própria cadeia de transformações. SÍNTESE DO CAPÍTULO “IDEOLOGIAS JURÍDICAS” O autor inicia o capítulo com o significado inicial da ideologia e sua evolução, como foi de um estudo da origem das ideias e como se representam para o estudo das ideias em si. Entretanto, esse estudo das ideias, segundo o autor, leva a deformações do raciocínio, a imagem mental não é exatamente igual à realidade. Em parágrafo, o autor destaca o surgimento do termo atual de ideologia, “como uma série de opiniões que não correspondem à realidade.” É com essa configuração que surgem as diferentes abordagens, que podem ser reunidas em três modelos principais: a) ideologia como crença; b) ideologia como falsa consciência; c) ideologia como instituição O autor traz o pensamento de Ortega y Gasset, que considera as ideias como algo que adquirimos através dum esforço mental e com maior grau de senso crítico. Já as crenças representam opiniões pré-fabricadas, que nos vem pelo contato com a sociedade. Lyra conclui que nem toda crença é ideologia, mas toda ideologia se manifesta como crença. Entretanto, o autor explica que a ideologia é uma crença falsa que nos leva a uma abordagem de falsa consciência, que “passa a guiar nossas atitudes e raciocínios como “evidências” desvairadas”. Lrya conclui que como as ideologias são o início para outros raciocínios, existe uma falta de senso crítico sobre as ideologias, que reproduzem deformações do raciocínio, levando a uma falsa imagem da realidade. O autor afirma que “a ideologia é cegueira parcial da inteligência entorpecida pela propaganda dos que a forjaram”. A ideologia como falsa consciência, demonstra exatamente essa máscara de ideias pré- concebidas. Já a ideologia como instituição se forma como fato social, esse que é externo, anterior e superior aos sujeitos. O autor conclui que as ideologias jurídicas são, assim, as distorções da realidade benéficas para o grupo dominante, como a burguesia, que se pautava inicialmente nos direitos naturais e quando alcançou seu objetivo, passa a defender o positivismo jurídico. Mesmo com todos esses aspectos, as ideologias jurídicas encerram aspectos particularmente interessantes, pois, além de traduzirem, conquanto deformados, elementos da realidade. SÍNTESE DO CAPÍTULO “PRINCIPAIS MODELOS DE IDEOLOGIA JURÍDICA” Durante o este capítulo, o autor escolhe dois modelos básico que se polarizam os diferentes subgrupos ideológicos, as concepções jurinaturalista e positivista do Direito. Lyra começa abordando o positivismo, esse que se apresenta nas ideologias burguesas. Na proposição latina, o positivismo se define por íustum quia iussum (justo, ordenado), como este não vê como inserir, na sua teoria do Direito, a crítica à injustiça das normas ou proclamando que estas têm toda justiça possível ou que o problema da injustiça “não é jurídico”. Já o jusnaturalismo é o iussum quia iustum (ordenado porque justo), pois é nesse que as normas devem obediência a algum padrão superior, sob pena de não serem corretamente jurídica. Esse padrão é fixo e inalterável e superior a legislação. O autor conclui que o positivismo é uma redução do Direito à ordem estabelecida, enquanto o iurisnaturalismo é, ao contrário, um desdobramento que se apresenta nas normas e como essas devem se apresentar para que sejam validas e legitimas. Em parágrafo, o autor constata que as normas constituem, para o positivismo, o completo Direito. O Direito quando falado por positivistas, refere-se ao único sistema de normas, onde o pensamento e a prática jurídica interessassem somente a alguns órgãos do poder social. O autor cita três espécies de positivismo: a) legalista; b) historicista ou sociologista; c) psicologista. Em parágrafo, o autor aborda o direito natural que se apresenta em três formas, onde, em todas, procuram estabelecer o padrão jurídico, destinado a validar as normas e produzi-las, ou explicar o motivo de não valerem; a) direito natural cosmológico; b) direito natural teológico; c) direito natural antropológico. O direito natural sempre deixa lugar para as “concretizações”, onde os preceitos atribuídos à natureza, a Deus ou ao próprio esforço racional, conciliam o padrão absoluto e as leis vigentes, porém, o direito natural é preso à noção de princípios “imortais”. É possível concluir, ao final do capítulo, a dominação classística, pois é clara a natureza e posição dos grupos e pessoas e como estes encarnam a ordem listo é, antes de tudo, a classe dominante, onde o Estado é somente um porta-voz. SÍNTESE DO CAPÍTULO “SOCIOLOGIA E DIREITO” No quarto capítulo de seu livro, Lyra conclui que os positivistas conservam a tendência a enxergar todo o Direito na ordem social estabelecida pela classe dominante ou com leis através do Estado. Os iurisnaturalistas insistem na necessidade de um critério de avaliação das normas para medir a legitimidade da origem e conteúdo, porém, não conseguem determinar um padrão da medida. Lyra ainda traz que a antítese ideológica só iria se dissolver quando buscado, no processo histórico-social, aquele padrão. Assim, as ideologias agora cumprem rever a realidade sem distorção, procurando assim, a essência do fenômeno jurídico. O autor destaca as duas maneiras de ver as relações entre Sociologia e Direito: a que origina uma Sociologia Jurídica e a que produz a Sociologia do Direito, as duas são interligadas. A Sociologia do Direito estuda a base social de um direito específico, como por exemplo a análise da maneira porque nosso direito estatal reflete a sociedade brasileira em suas linhas gerais. A Sociologia Jurídica, examina o Direito em geral, como um elemento do processo sociológico, como exemplo o estudo do Direito como instrumento, de controle, mudança e sociais. Lyra discute as duas posições fundamentais da Sociologia Geral: a sociologia da estabilidade, harmonia e consenso, onde as normas se baseiam na harmonia das relações sociais; b) asociologia da mudança, conflito e coação, é centrifugo, as relações são estáveis e questionam as normas. O capítulo termina com constatação de que é necessário desenvolver uma dialética social do Direito para um aperfeiçoamento. Conclui que o Direito não é norma. SÍNTESE DO CAPÍTULO “A DIALÉTICA SOCIAL DO DIREITO” O autor começa explicando que nenhuma sociedade vive em isolamento e que, atualmente, com o avanço da tecnologia, o contacto é imediato e universal. Ele relata que existe um grande intercambio entre as sociedades, inclusive de produtos ideológicos. Já, dentro de cada sociedade a disputa interna está entre os grupos dominantes e os dominados. Ao longo do capítulo, Lyra traz nove pontos sobre a “essência” do Direito, enquanto parte de uma dialética social: I - O Direito não se limita a aspecto interno do processo histórico. Tem raiz internacional, e é com esse aspecto que se definem os padrões de atualização jurídica, seguindo critérios mais avançados. II – A verdade é que o direito entre nações luta para não ficar preso ao sistema de forças dominantes, e em que pesem as felizes contradições a sua forma interestatal (entre Estados) reproduz, no ângulo externo, a obstrução. III - IV – Afirma que cada sociedade, em particular, estabelece o seu modo de produção, inaugura, com cisão de classes, uma dialética, jurídica também. V – A organização social adquire um perfil jurídico, na medida em que apresente um arranjo legitimo ou ilegítimo, espoliativo, opressor, esmagando direitos de classes e grupos dominados, assim inserido o problema jurídico do sistema. VI – O controle social global é a central de operações das normas dominantes, do e no setor centrípeto, dinamiza em aspectos, não isentos de contradições, a organização social militante. Assim é que surgem as leis. Este ponto (VI) na sua teia de normas em ação, é o único focalizado pelo positivismo, como se ali estivesse todo o Direito. VII – A persistência da cisão de grupos e classes em dominadores e dominados, a dialética cria, paralelamente à organização social. VIII – A coexistência conflitual de serie de normas jurídicas, dentro da estrutura social. Se releva reformista e revolucionário. IX – Radica neste ponto o critério de avaliação dos produtos jurídicos contrastantes, a síntese jurídica O Direito não “é”, ele “vem a ser”, e é por isso que o revolucionário de ontem é conservador de hoje e o reacionário de amanhã. Direito e justiça caminham enlaçados. O Direito se apresenta como positivação da liberdade conscientizada e conquistada nas lutas sociais e fórmula os princípios supremos da Justiça Social que nelas se desvenda. O reino da libertação, onde os limites são determinados pela própria liberdade.
Compartilhar