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RELATORIO DE ESTÁGIO EM SERVIÇO SOCIAL I REALIZADO NO CENTRO DE REFERENCIA DE ASSISTENCIA SOCIAL- CRAS Caeté
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social) – Estágio I
16/11/19
1 INTRODUÇÃO
O relatório a ser apresentado tem, entre outras finalidades, descrever as atividades observadas e experiências adquiridas no decorrer do estágio em Serviço Social I do curso de Bacharelado em Serviço Social, realizado no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Caeté, no turno da tarde na cidade de Bragança-PA. O estágio foi orientado pela tutora do polo local do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, tendo como supervisora de campo a assistente social do CRAS Caeté ), tendo como carga horaria do estágio 160 horas.
O estágio é a chance de integração do estudante em sociedade, oferecendo a adequação social e psicológica á sua futura atividade profissional. Para Francisco e Pereira (2004) o estágio surge como um processo fundamental na formação do aluno estagiário, pois é a forma de fazer a transição de aluno para professor, “aluno de tantos anos descobre-se no lugar de professor”. Esta é uma fase da formação em que o graduando passa por experiências, podendo conhecer melhor sua área de atuação. “O estágio supervisionado consiste em teoria e prática tendo em vista uma busca constante da realidade para uma elaboração conjunta do programa de trabalho na formação do educador” (Guerra, 1995 apud Souza et. al, 2007).
O estágio supervisionado visa estimular a relação teoria e prática fundamentada no princípio metodológico de que o progresso de competências profissionais implica em empregar o conhecimento adquiridos, seja na vida acadêmica seja na vida profissional e pessoal. Este relatório trará informações sobre a instituição concedente do estágio, sua área de atuação, descrição do local de trabalho, descrição das atividades desenvolvidas pelo estagiário, bem como analise das dificuldades.
2. RELATO E ANALISE DO PROCESSO DE TRABALHO
O estágio tem como parâmetro a Lei 8.662 e 19 de janeiro de 1993, que regulamenta a profissão; o Código de Ética Profissional de 1993, com seus onze fundamentos indicando o rumo ético-politico a serem seguidos pela categoria profissional, assim como os princípios a serem buscados; a Resolução CFESS/CREAS n° 533/2008, que regulamenta a Supervisão Direta de Estágio em Serviço Social e a Politica Nacional de Estágio (PNE) instituída pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) no ano de 2010.
Dessa forma, o estágio supervisionado em serviço social é um dos requisitos da matriz curricular do Curso de Bacharelado em Serviço Social, dado que constitui a primeira fase de observação, proporcionando ao aluno aprender a teoria e conecta-la a pratica do exercício profissional. 
O estágio foi realizado no período de 11 de setembro de 2019, de terça a quinta-feira, nos horários de 12h as 18h, no Centro de Referencia de Assistência Social – CRAS Caeté, localizada na Rua Coronel José Caetano, nº1500, Bairro da Aldeia e atualmente esta sob a gestão do coordenador.
O CRAS é uma unidade de proteção social básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), é publico e visa prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidade e risco social, através do desenvolvimento de competências e aquisições, fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. No CRAS, os cidadãos também são orientados sobre os benefícios assistenciais e como podem ser inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
Os principais públicos do CRAS são as famílias e indivíduos em situação de desproteção, pessoas com deficiência, idosos, crianças retiradas do trabalho infantil, pessoas inseridas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros. Ele também dispõe de 4 (quatro) grupos de crianças e adolescentes (de 4 a 6 anos, de 6 a 8 anos, de 8 a 11 anos, e de 11 a 17), grupo de teatro, grupo de mulheres e grupo de idosos.
Durante o estágio supervisionado foram notadas as observações feitas de visitas domiciliares, acolhimentos, atendimentos espontâneos, participação de grupos e ações sociais. 
2.1 PROCESSO DE INSERÇÃO E ATIVIDADES REALIZADAS
O processo de inserção na instituição concedente foi através da Secretaria Municipal de Trabalho e Promoção social (SENTRAPS), por meio da secretária, a qual orientou a quem procurar para admissão do estágio. Compareci no CRAS Caeté e me apresentei a assistente social do local que me recebeu gentilmente e me permitiu começar o estágio naquele dia mesmo, ela me explanou sobre sua área de trabalho, a estrutura física da unidade, corpo de funcionários e finalidades. 
A assistente social me pediu que assistisse ao encontro do grupo de mulheres prendadas que estavam ocorrendo quinzenalmente, dirigido pela a orientadora social na área de atividades ao lado do prédio principal do CRAS. As mulheres do grupo participaram, naquele dia, de uma roda de conversas para debater as causas do suicídio (Devido à campanha do setembro amarelo). No dia seguinte pude acompanhar o encontro dos grupos de crianças e adolescentes (de 7 a 17 anos) que participavam de atividades esportivas, que ocorrem as quintas-feiras.
Na semana seguinte pude presenciar mais sobre o trabalho da assistente social dentro do CRAS, na terça e quarta-feira (17 e 18/09) pude observar os atendimentos espontâneos, orientações a usuários que buscavam informações sobre benefícios e encaminhamentos ao Cadastro Único para atualização cadastral. Na terça-feira pude também participar de uma ação de sensibilização aos moradores do município sobre as consequências da esmola, com a temática “Não Dê Esmola. Sua Esmola Me Mantem Nas Ruas”. Na quinta-feira (19/09) o carro foi disponibilizado para que as visitas domiciliares pudessem ser feitas, por tanto acompanhei a assistente social nas visitas de dois usuários cadastrados no Programa de Atendimento Integral à Família (PAIF) e no reconhecimento e cadastro de um novo usuário no bairro da Aldeia.
A assistente social me convidou para participar, na sexta-feira (20/09), da ação CRAS na comunidade que visa levar a garantia de direitos às comunidades do meio urbano e rural do município convidando a população local para participar e conhecer os Serviços Públicos de Garantia de Direitos Sociais, o Projeto Itinerante e aproveitar dos serviços levados a eles.
Na terceira semana houve a paralização geral da assistência na terça-feira (24/09), por tanto não houve expediente. Quarta feira (25/09) a assistente social me deu orientações sobre o funcionamento do CRAS, com os programas e serviços disponibilizados pela Secretaria Municipal de Promoção Social (SEMTRAPS), para que eu pudesse ter amais informações do local de estágio. Na quinta-feira (26/09) participei da III Conferencia Municipal de Politicas para as Mulheres em Bragança-PA na atribuição de convidada, neste dia houve palestra, apresentação teatral do grupo do CRAS Ajuruteua e a Apresentação dos cinco eixos a serem discutidos e avaliados junto aos delegados credenciados participantes.
Na quarta semana aconteceu à capacitação dos funcionários do CRAS, o que fez com que todos os atendimentos e grupos fossem suspensos. Isso foi necessário para melhor as aptidões dos funcionários. Na quinta-feira (03/10) observei a uma orientação ao usuário sobre o que seria necessário para dar entrada no Benefício de Proteção Continuada (BPC), houve também, neste dia, um cadastro no Programa de Atendimento Integral à Família (PAIF) para que a assistente social pudesse fazer o acompanhamento da família. 
Na quinta semana ocorreu atendimentos espontâneos do BPC para a usaria mostrar o laudo a assistente social e um atendimento com encaminhamento ao CadÚnico para atualização do cadastro. Na quarta-feira os atendimentos e grupos foram suspensos pela coordenação do CRAS Caeté e na quinta foi realizada uma orientação ao usuário sobreo BPC e um encaminhamento ao CadÚnico para atualização.
Na sexta semana sucedeu-se uma mudança nos horários de funcionamento do CRAS, depois de uma reunião com a Secretaria Municipal de Trabalho e Promoção Social (SEMTRAPS) para tratar sobre a falta de verbas repassada para a assistência e o fato de muitos servidores estarem com os salários atrasados, foi decidido a necessidade de cortes no corpo de funcionários da assistência. Assim o CRAS Caeté teve que passar a funcionar apenas no período da manha, modificando o horário de estágio de 12h as 18h para 7h30min as 13h30min.
Nesta semana, terça e quarta-feira (15 e 16/10) acompanhei aos atendimentos espontâneos, orientações e encaminhamentos para o CadÚnico, houve também usuários requisitado cestas básicas (eles foram informados da falta de cestas desde o mês de junho). Na quinta feira (17/10) participei da primeira entrega dos alimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do ano de 2019 a usuários cadastrados no PAIF na cidade e no interior.
Na sétima semana observei os encaminhamentos ao CadÚnico, uma solicitação de cesta básica, um atendimento espontâneo sobre o BPC, orientações do Bolsa Família E do BPC. Na quinta-feira (24/10) foi disponibilizado o carro para as visitas domiciliares, assim foram feitas duas visitas psicossociais, uma das visitas foi a duas irmãs que precisavam de assistência sobre o como proceder com o irmão que morava com elas e possuía um distúrbio psicológico que o estava tornando violento, a outra visita foi a uma senhora que passou por tratamentos psicológicos, mas estes foram interrompidos e ela precisava de um encaminhamento para retoma--lo em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Em seguida ocorreram duas visitas de descumprimento do Bolsa Família na comunidade rural do Treme.
Na oitava semana assisti a encaminhamentos ao CadÚnico, atendimento social, um cadastro do PAIF, uma orientação, um encaminhamento para o CREAS (relacionamento abusivo). Na quarta-feira (30/10) participei de uma ação de garantia de direitos da criança e do adolescente ao acesso á educação e demais politicas públicas no bairro do Marrocos em Bragança-PA. Quinta-feira (31/10) o carro foi disponibilizado para as visitas domiciliares de acompanhamento do PAIF na cidade e nas vilas do Jiquirí e Vila-Que-Era.
No dia 01/11 sexta-feira a assistente social Rayana Leite me convidou para participar de uma ação social na vila do Acarajó. Ação essa que visa levar a garantia de direitos às comunidades do meio urbano e rural do município.
Na nona semana ocorreram atendimentos sociais, informações a usuários sobre o BPC, Bolsa Família, encaminhamentos para o CadÚnico. Na quinta-feira (07/11) acompanhei a assistente social e o coordenador do CRAS Caeté Francisco Dyanes Rocha Cunha a Defensoria Publica para protocolar um ofício. Em seguida seguimos, já sem o coordenador, ao Centro de Recuperação Regional de Bragança a procura de documentos de um dos detentos para anexar junto aos documentos da filha dele no pedido do Beneficio de Proteção continuada (BPC).
Na decima e ultima semana do estágio supervisionado acompanhei orientações a usuários sobre o 13º do Bolsa Família, informação sobre a retirada de curatela de uma senhora de 87 anos, informação sobre a entrega do PAA, cadastro do PAIF, informações sobre documentos para o INSS. Informações sobre a retirada do NIS, atendimento espontâneo do BPC.
2.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SUPERVISÃO
	O estágio é de grande relevância no processo de aprendizagem do acadêmico, mostrando que a teoria aliada com a pratica engrandece muito o acadêmico, visto que o acompanhamento dos atendimentos faz o estagiário ter uma nova perspectiva ao olhar o serviço social, uma opinião mais critica, expondo uma recente ou real conjuntura da profissão.
	A carreira em serviço social tem como essência a coletividade e a inserção do individuo na sociedade, o profissional atua no combate às desigualdades da sociedade, acompanhando, analisando e propondo soluções para melhorar as condições de vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos. No entanto, em contato com a realidade factual e contraditória da carreira, possibilitando que se adentre na pratica profissional.
2.2.1 Auto Avaliação
Dentro do meio universitário, o acadêmico no decorrer de seu estágio consagra o mundo acadêmico com o mundo real das diversas faces da questão social, as quais buscam por uma atuação competente por parte do assistente social de forma que, o estagiário ao acompanhar estes momentos, vivencia a aprendizagem e reflete mais profundamente sobre o exercício da profissão. 
Segundo BURIOLLA (1995, p.13) “o estágio é concebido como um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem do fazer concreto do Serviço Social, onde um leque de situações e de atividades de aprendizagem profissional se manifesta para o estagiário, tendo em vista a sua formação”. Através da observação se distingui o real domínio de instrumentos práticos e teóricos são essenciais para o desempenho profissional, beneficiando o conhecimento e estimulando o desenvolvimento na área profissional, sendo uma das fases mais importantes na formação acadêmica, observar o processo da profissão, auxilia na formação de um bom profissional para o futuro.
É demasiadamente importante destacar que o serviço social dentro da assistência por si só não resolve os conflitos e nem substitui a necessidade de mais profissionais das variadas áreas, capazes de oferecer auxilio para aqueles que necessitam nas mais diversas questões sociais.
2.2.2 Avaliação das Condições Institucionais
A instituição observada para a realização do estágio atende a área de proteção social básica, com seus servidores e usuários, ou seja, engloba as demandas sociais e familiares, funciona em um imóvel locado pela prefeitura municipal, devido a não possuir uma sede própria, é uma unidade estruturada e organizada com uma recepção, duas salas para atendimentos aos grupos de usuários, uma sala de atendimentos psicossociais, uma cozinha, uma copa e uma área de atividades para socialização das equipes. Porem devido a falta de verbas repassadas para as unidades de assistência os grupos de usuários tiveram que ser suspensos por tempo indeterminado, além do corte e realocação de funcionário que fez com que o CRAS passasse a funcionar apenas no período da manha, diminuindo o numero de atendimentos a serem realizados e contando com apenas uma assistente social. 
Por isso, é de grande importância ressaltar a necessidade de uma melhora no que se diz respeito ao trabalho dos profissionais na assistência, para que os indivíduos que procuram ajuda possam contar com pessoas aptas a ajudarem e a fornecer orientações de forma a esclarecer e apoia-los.
2.2.3 Avaliação da Dinâmica De Supervisão
A supervisão de campo é de imprescindível importância para o processo de amadurecimento profissional do estagiário, inicialmente porque é no começo do estágio onde o aluno se mostra mais inseguro e com muitas duvidas, e é nesse período que muitas dessas duvidas serão sanadas, e a construção da identidade profissional se torna possível, através do acompanhamento e do diálogo na relação supervisor-estagiário, isso permite a construção de novos conhecimentos de forma conjunta.
 Para Pacchioni, (2000. P. 154): “A aprendizagem não é algo unilateral, mas um processo de integração mútua. Ensinar e aprender são experiências indissociáveis do agir humano, se referem a continuidade do aprendizado”. Ensinar não é apenas transmitir conhecimento, mas sim compartilhar conhecimento, ter consciência do inacabamento dos seres humanos de do processo de aprendizagem, estar aberto para o dialogo e, respeitar as diferenças e autonomia dos que estão sendo ensinados.
 Foi dessa forma que a supervisora de campo agiu, esclarecendo duvidas e dividindo experiências, colocando-se a disposição e sempre passando as informações de forma correta e coerente, agindo de forma objetiva e acima de tudo ética.
3 CONCLUSÃO
Através desse relatório pude comprovar que o estágio supervisionadoem serviço social é muito mais que o cumprimento de uma “atribuição privativa do assistente social” segundo seu código de ética, mas deve ser um espaço que de oportunidade a vivencia da práxis, com compromisso e disposição para desvelar as complexidades da realidade em que atua, pois consiste em ajudar na formação do acadêmico, conforme os conhecimentos que são absorvidos durante esse processo.
Além disso, consiste em o supervisor estar preparado para dar um suporte indispensável que o estagiário necessita como dúvidas e questionamentos que são constantes durante essa fase. Fazendo-se necessário manter sempre uma boa relação e um dialogo saldável entre supervisor e estagiário, de maneira que todas as duvidas e questionamentos sejam sempre esclarecidos quando necessário.
Assim, o estágio assume esse momento de grande relevância para o ensino e aprendizagem, deste modo pode-se entender melhor a dinâmica do trabalho, ao mesmo tempo em que oportuniza uma visão mais ampliada sobre a pratica profissional.
REFERÊNCIAS
ABEPSS – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. Politica Nacional de Estágio. Ano 2010
BURIOLLA, Marta Alice Feiten. O Estágio Supervisionado. São Paulo: Cortez, p.14, 1995.
Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/cras. Acessado em 11/12/2019 as 15h e 00min
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do Assistente Social. 1993
IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM CURSOS DE LICENCIATURA. Disponível em: https://www.webartigos.com/artigos/importancia-do-estagio-supervisionado-em-cursos-de-licenciatura/27432/. Acessado em 10\12\2019 às 21h e 57min.
O CFESS. DISPONÍVEL EM: http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess. Acessado em 11/12/2019 às 13h e 44 min.
Resolução 533/2018. Regulamenta a supervisão direta de estágio no serviço social.
Pelos Caminhos Do Estágio Supervisionado Em Serviço Social. https://ojs.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/viewFile/438/425. Acessado em 12/12/2019 as 14h e 59min
Prefeitura Municipal. https://www.braganca.pa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/1247-prefeitura-de-braganca-divulga-a-2-lista-de-candidatos-do-programa-minha-casa-minha-vida-residencial-antonio-pereira-barros. Acessado em 11/12/2019 as 14h e 30min