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PRÁTICA 9 DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM REGIME TRANSIENTE ANA CAROLINA MAZI PIZZO JULIANA BOTA KELLEN LECHINOVSKI MONISE FERNANDA MACIEL MELIN OLIVIA ELIAS 1. INTRODUÇÃO No estudo da transferência de calor, um importante caso a ser focado é o que ocorre entre sólidos e líquidos, onde o sólido sofre uma brusca mudança em seu ambiente térmico, provocada por um fluido. Essa transferência ocorre por convecção do fluido ao sólido e por condução dentro do sólido. Para o estudo de sistemas que combinam condução e convecção, deve-se fazer o uso do número de Biot, que é usado para definir o método a ser utilizado na solução de problemas de transferência de calor, e está representado pela Equação 01(2). Bi = ℎ 𝐿𝑐𝐾 (01) Onde h: coeficiente médio de transferência de calor; K: condutividade térmica do sólido; Lc: dimensão característica de comprimento. Uma vez que o número de Biot for menor que 0,1, a resistência à condução no interior do sólido é muito menor que a resistência à convecção na interface com o fluido. Assim sendo, a hipótese de que haja uma distribuição de temperatura uniforme no interior do sólido é razoável. 1. INTRODUÇÃO Considerando que a temperatura seja uniforme do interior do sólido durante todo o processo de troca de calor e que suas propriedades físicas sejam constantes, utiliza-se a equação: Onde: To é a temperatura inicial; Cp é a capacidade calorífica do sólido e ρ é a massa específica do sólido. O experimento tem como objetivo analisar a transferência de calor entre um fluido e sólidos com diferentes geometrias e determinar o coeficiente de transferência de calor. 2. OBJETIVO Avaliar a transferência de calor entre um fluido aquecido e corpos sólidos de diferentes materiais e tamanhos, determinando os valores experimentais de coeficiente de transferência de calor para cada caso analisado. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais A unidade experimental consiste basicamente de um sistema de escoamento de água, circuito para aquecimento da água e circuito de medida de temperatura. •Dois reservatórios cilíndricos; • Uma bomba centrífuga; • Tubos para o escoamento da água; • Uma válvula tipo gaveta; • Tubulação para retorno da água mediante drenagem; • Tanque de aquecimento 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais • Tanque de imersão dos corpos ; •Suporte para resistência; •Medidor de temperatura e chave seletora; •Suporte dos corpos de prova; •Água para preencher os tanques do equipamento; •Cinco termopares; •Quatro corpos de prova, sendo uma placa de cobre, uma placa, um cilindro e uma esfera de alumínio. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.2. Métodos •Primeiramente mediu-se as dimensões dos corpos de prova fornecidos com um paquímetro; •O medidor de temperatura foi ligado e a chave seletora foi posicionada no número correspondente ao termopar a ser usado; •Ligou-se o banho termostático e acompanhou-se a temperatura da água no reservatório B, até que a temperatura chegasse em mais ou menos 70ºC; •Acoplou-se o segundo termopar no primeiro corpo de prova e realizou-se a imersão do corpo de prova no interior do reservatório B com o auxílio de um suporte; •Mediu-se a temperatura inicial do corpo de prova; 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.2. Métodos •Posicionou-se a chave seletora da bomba centrífuga na posição III e ligou-a para ocorrer a imersão do corpo de prova; •Parou de medir quando o corpo de prova equilibrou-se com a temperatura da água; •Desligou-se a bomba centrífuga; •Retirou-se o corpo de prova do recipiente B, mantendo-o apoiado no suporte; •Repetiram-se os passos para todos os outros corpos de prova. 4. RESULTADOS Corpo de prova Dimensões (m) Comprimento Largura Espessura Diâmetro Placa de cobre 0,1504 0,1020 0,0118 Placa de alumínio 0,1520 0,1020 0,0130 Cilindro de alumínio 0,1530 0,0512 Esfera de alumínio 0,0504 Tabela 1: Dados obtidos através dos corpos de prova. Tabela 2: Cálculo da área superficial e Volume dos corpos esféricos. Corpo de prova Área (m²) Volume (m³) Placa de cobre 0,03731 0,00020 Placa de alumínio 0,03735 0,00020 Cilindro de alumínio 0,02491 0,02082 Esfera de alumínio 0,00798 0,00007 4. RESULTADOS Cálculo do coeficiente médio de transferência de calor Cálculo de α utilizando a equação: ρCobre: 8933 Kg/m³ ρAlumínio: 2702 Kg/m³ CpAluminio: 903 J/Kg . K CpCobre: 385 J/Kg . K I. t1= variação de 4 à 100 segundos; II. t0= 0; Legenda: A: Placa de Cobre B: Placa de Alumínio C: Cilindro de Alumínio D: Esfera de Alumínio Unidade de α: 1/s Alpha A B C D 0,008193 0,000198 0,000072 0,000011 0,010001 0,000293 0,000138 0,000125 0,008693 0,000322 0,000202 0,000278 0,006893 0,000338 0,000247 0,000329 0,005515 0,000347 0,000265 0,000336 0,004720 0,000346 0,000283 0,000343 0,004046 0,000346 0,000300 0,000341 0,003540 0,000346 0,000309 0,000340 0,003147 0,000346 0,000318 0,000339 0,002832 0,000346 0,000318 0,000339 0,002574 0,000346 0,000318 0,000339 0,002360 0,000346 0,000318 0,000339 0,002178 0,000346 0,000318 0,000339 0,002023 0,000346 0,000318 0,000339 0,001888 0,000346 0,000318 0,000339 0,001770 0,000346 0,000318 0,000339 0,001666 0,000346 0,000318 0,000339 0,001573 0,000346 0,000318 0,000339 0,001490 0,000346 0,000318 0,000339 0,001416 0,000346 0,000318 0,000339 0,001349 0,000346 0,000318 0,000339 0,001287 0,000346 0,000318 0,000339 0,001231 0,000346 0,000318 0,000339 0,001180 0,000346 0,000318 0,000339 0,001133 0,000346 0,000318 0,000339 Tabela 3: Cálculo de α para os 4 corpos de 4 à 100 segundos. Legenda: A: Placa de Cobre B: Placa de Alumínio C: Cilindro de Alumínio D: Esfera de Alumínio Unidade de h: W/K.m² h (coeficiente de transferencia térmica) A B C 150,285 2,534 147,309 183,432 3,751 281,593 159,440 4,124 412,717 126,442 4,327 503,985 101,153 4,441 539,468 86,571 4,428 576,221 74,204 4,428 612,752 64,929 4,428 630,935 57,714 4,428 649,064 51,943 4,428 649,064 47,221 4,428 649,064 43,286 4,428 649,064 39,956 4,428 649,064 37,102 4,428 649,064 34,629 4,428 649,064 32,464 4,428 649,064 30,555 4,428 649,064 28,857 4,428 649,064 27,338 4,428 649,064 25,971 4,428 649,064 24,735 4,428 649,064 23,610 4,428 649,064 22,584 4,428 649,064 21,643 4,428 649,064 20,777 4,428 649,064 h médio 60,674 4,309 589,563 Tabela 4: Calculo de h para os corpos de 4 á 100 segundos. Legenda: A: Placa de Cobre B: Placa de Alumínio C: Cilindro de Alumínio D: Esfera de Alumínio Unidade de ln θ: Adimensional ln θ A B C D -3,76E-07 -3,71E-08 -8,08E-04 -8,87E-08 -7,53E-07 -7,41E-08 -1,62E-03 -1,77E-07 -1,13E-06 -1,11E-07 -2,42E-03 -2,66E-07 -1,51E-06 -1,48E-07 -3,23E-03 -3,55E-07 -1,88E-06 -1,85E-07 -4,04E-03 -4,44E-07 -2,26E-06 -2,22E-07 -4,85E-03 -5,32E-07 -2,63E-06 -2,59E-07 -5,65E-03 -6,21E-07 -3,01E-06 -2,97E-07 -6,46E-03 -7,10E-07 -3,39E-06 -3,34E-07 -7,27E-03 -7,98E-07 -3,76E-06 -3,71E-07 -8,08E-03 -8,87E-07 -4,14E-06 -4,08E-07 -8,89E-03 -9,76E-07 -4,52E-06 -4,45E-07 -9,69E-03 -1,06E-06 -4,89E-06 -4,82E-07 -1,05E-02 -1,15E-06 -5,27E-06 -5,19E-07 -1,13E-02 -1,24E-06 -5,65E-06 -5,56E-07 -1,21E-02 -1,33E-06 -6,02E-06 -5,93E-07 -1,29E-02 -1,42E-06 -6,40E-06 -6,30E-07 -1,37E-02 -1,51E-06 -6,77E-06 -6,67E-07 -1,45E-02 -1,60E-06 -7,15E-06 -7,04E-07 -1,53E-02 -1,69E-06 -7,53E-06 -7,41E-07 -1,62E-02 -1,77E-06 -7,90E-06 -7,78E-07 -1,70E-02 -1,86E-06 -8,28E-06 -8,16E-07 -1,78E-02 -1,95E-06 -8,66E-06 -8,53E-07 -1,86E-02 -2,04E-06 -9,03E-06 -8,90E-07 -1,94E-02 -2,13E-06 -9,41E-06-9,27E-07 -2,02E-02 -2,22E-06 Tabela 5: Calculo de ln θ para os corpos de 4 á 100 segundos . Legenda: A: Placa de Cobre B: Placa de Alumínio C: Cilindro de Alumínio D: Esfera de Alumínio Unidade de Bi: Adimensional Tabela 6: Calculo de Bi para todos os 4 corpos. Calculo de Biot A B C D 150,285 2,534 147,309 0,222 183,432 3,751 281,593 2,556 159,440 4,124 412,717 5,689 126,442 4,327 503,985 6,740 101,153 4,441 539,468 6,885 86,571 4,428 576,221 7,029 74,204 4,428 612,752 6,986 64,929 4,428 630,935 6,965 57,714 4,428 649,064 6,944 51,943 4,428 649,064 6,944 47,221 4,428 649,064 6,944 43,286 4,428 649,064 6,944 39,956 4,428 649,064 6,944 37,102 4,428 649,064 6,944 34,629 4,428 649,064 6,944 32,464 4,428 649,064 6,944 30,555 4,428 649,064 6,944 28,857 4,428 649,064 6,944 27,338 4,428 649,064 6,944 25,971 4,428 649,064 6,944 24,735 4,428 649,064 6,944 23,610 4,428 649,064 6,944 22,584 4,428 649,064 6,944 21,643 4,428 649,064 6,944 20,777 4,428 649,064 6,944 h médio 60,674 4,309 589,563 6,445 Bi 0,00081 0,00010 2,07916 0,00023 Gráficos comparativos de ln θ por tempo y = -9E-08x - 3E-10 R² = 1 -1,00E-05 -9,00E-06 -8,00E-06 -7,00E-06 -6,00E-06 -5,00E-06 -4,00E-06 -3,00E-06 -2,00E-06 -1,00E-06 0,00E+00 0 20 40 60 80 100 120 Placa de Cobre Gráficos comparativos de ln θ por tempo y = -9E-09x + 1E-10 R² = 1 -1,00E-06 -9,00E-07 -8,00E-07 -7,00E-07 -6,00E-07 -5,00E-07 -4,00E-07 -3,00E-07 -2,00E-07 -1,00E-07 0,00E+00 0 20 40 60 80 100 120 Placa de Alumínio Gráficos comparativos de ln θ por tempo y = -0,0002x + 6E-06 R² = 1 -2,50E-02 -2,00E-02 -1,50E-02 -1,00E-02 -5,00E-03 0,00E+00 0 20 40 60 80 100 120 Cilindro de Alumínio Gráficos comparativos de ln θ por tempo y = -2E-08x + 5E-10 R² = 1 -2,50E-06 -2,00E-06 -1,50E-06 -1,00E-06 -5,00E-07 0,00E+00 0 20 40 60 80 100 120 Esfera de Alumínio 5. DISCUSSÕES Comparação dos valores de h(médio) para os diferentes corpos: O cilindro de alumínio não deve ser levado em conta pois o seu número de Biot encontrado foi superior do que 0,1, nesse caso, o cilindro de alumínio não atende a hipótese de Biot. Ou seja, os valores calculados para h médio, não leva em consideração a resistência a condução de calor no interior do sólido Se tratando dos corpos de alumínio (esfera e cilindro) eles sofreram uma pequena variação do h(médio) devido ao elevado Cp. Desvio Padrão de h(médio) na esfera : 0,869 W/K.m² Desvio Padrão de h(médio) na placa : 0,2014 W/K.m² 5. DISCUSSÕES Se tratando do corpo de cobre (placa) sofreu uma grande variação, comparado aos corpos de alumínio, do h(médio) devido ao baixo valor de Cp. •Desvio Padrão de h(médio) na placa de cobre : 36,88 W/K.m² 6. CONCLUSÃO De acordo com o experimento realizado, foi possível observar que objetos de cobre apresentam menor resistência a transferência de calor que os de alumínio, além disso, objetos que possuem maior razão Volume/Área apresentam maior resistência a troca de calor, portanto, o maior coeficiente de transferência de calor encontrado foi o do cilindro de alumínio, porém ele deve ser desprezado pois seu número de Biot foi superior a 0,1, sendo assim, a placa de cobre possui o maior coeficiente, o que condiz com a literatura devido as característica anteriormente mencionadas.
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