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Biofilme 1 📽 Biofilme Biofilmes são comunidades de microrganismos aderidos sobre uma superfície e sobre elas crescem envolto por uma matriz extracelular, eles se caracterizam por microorganismos vivendo em ambientes líquidos contendo superfície, especialmente, não descamativas, assim, se formam naturalmente sobre pedras, canos e até mesmo em superfícies cavidade bucal. 💡 Nunca vamos conseguir acabar com biofilme da nossa boca, pois sepre irá existir uma comunidade microbiana na nossa boca, mas o ideal é que haja mais benéficas (impedem a ploriferação das maléficas) do que maléficas, logo cabe aos indivíduos garantir a harmônia, para que não haja a ploriferação dessas ultimas. Superfícies da cavidade bucal passíveis de colonização Superfícies descamativas: superfície das mucosas dos lábios, bochechas, palato e língua. 💡 As superfícies mucosas são colonizadas por diferentes microrganismos, mas sofrem um processo de descamação contínua da camada superficial do epitélio, o que dificulta o acúmulo e a organização de microorganismos. Superfícies não descamativas: Superfícies mineralizadas dos dentes, como esmalte e dentina. 💡 As superfícies mineralizadas e até mesmo próteses favorecem o acumulo e a organização de microrganismo por não serem superfícies descamativas. Biofilme 2 Biofilme dental A cavidade bucal é colonizada por diferentes micorganismos, os quais são fundamentais para manuntenção do estado de saúde do organismo humano, há uma relação harmonica/simbiose entre a cavidade bucal e a microbiota, no entanto, quando ocorre uma quebra nessa relação, por meio de mudanças na cavidade bucal, há o favorecimento da ploriferação de espécies de microorganismos patogénicos, essa alteração desarmonica/desbiose contribui para o surgimento de doença. O biofilme e a cárie Avaliando-se o perfil de risco de cárie podemos destacar fatores que contibui para a a formação dessa doença, como fatores intrísecos, comportamentais e fatores biológicos, como o biofilme dental. Hipótese da placa ecológica para a cárie dentária e a doenca periodontal Cárie Biofilme 3 Na cárie, repetidas condições de baixo pH no biofilme devido a frequente ingestão de carboidratos, como a sacralose, e a diminuição da limpeza devido a um baixo fluxo salivar ou uma escovação não satisfatória permite com que haja a ploriferação de microorganismos acidogénicos (produtores de ácido) e acidúricos (habitam em meios ácidos), como estreptococos do grupo S. mutans, assim isso favorece um processo de desmineralização e, logo, o estabelecimento da doença cárie (desmineralização > remineralização). 💡 Quando relacionado o biofilme à doença cárie deve se pensar nos fatores de riscos e os fatores de proteção. 💡 As lesões de cárie só ocoreem em locais de estagnação do biofilme dentário. Doença periodontal O aumento do biofilme subgengival induz a uma resposta inflamatória do hospedeiro com o consequente aumento da secreção do fluido gengival, Biofilme 4 sangramento, aumento da temperatura local, do pH e uma redução da oxigenação, o que seleciona bactérias proteolítica e anaeróbicas que poderão potencializar o quadro de inflamação da gengiva, passando de um quandro de gengivite para um quandro de doença periodontal quando há perda dos tecidos periodontais. 💡 Apresentam maiores proporções de bactérias gram - No biofilme relacionado a doença periodontal, a inflamação do tecido gengival leva a formação de bolsas periodontais que servem como sítios para o crescimento de microorganismos anaeróbios e o consequente aumento do fluido gengival irá servir de nutrientes para essas bactérias. Fatores que afeam o crescimento de microrganismos na cavidade bucal A cavidade bucal apresenta condições fisico-químicas que propiciam a colonização e o crescimento de um número grande de microorganismo, dentre os fatores que afetam o crecimento de microrganismos na cavidade bucal tempertura, pH, presença de oxigênio (potencial de redox), nutrientes endógenos e exógenos, defesa do hospedeiro. Temperatura Apesar da cavidade bucal está em contato direto com o ambiente, a temperatura se mantém constante (35-36 C), alterações brucas nessa tempertura interferem em outros parâmetros que influenciam a ploriferação microbiana, como o pH, a atividade iônica, agregação de biomoléculas e a solubilidade de gases. pH O pH do meio norteia a seleção dos microrganismos que estão aptos a colonizar o meio bucal e a se desenvolver, o pH dos diferentes locais da boca reflete o pH da saliva que é próximas da neutralidade (saliva de repouso 6.8), no entanto, em certos ninhos da cavidade bucal, como o biofilme dental exposto frequentimente a carboidratos facilmente fermentáveis, o pH local vai ser ácido favorecencendo, assim, a ploriferação de microrganismos acidogênicos (capazes de produzirem Biofilme 5 ácidos) e também de acidúricos (capazes de sobreviver em meios ácidos), o que colabora para a desmineralização e até mesmo a doença cárie. 💡 Em sítio de inflamação gengival, encontra-se em um pH mais elevado, será favorecido a ploriferação de microrganismos (ex: microrganismo periodonto patogênicos) resistente/tolerantes a um meio alcalino (básico) Presença de oxigênio Apesar da boca estar em íntimo contato com ar atmosférico (concetração de O2 de 20%), a maioria dos microorganismos da cavidade bucal é anaeróbico facultativo (podem crescer na presença ou não de O2) ou anaeróbica estritas (só crescem na alsencia de O2), a ploriferação desse organismos na cavidade bucal se deve a existencia de locais em que a concentração de O2 é reduzida (ex: região do fundo de um sulco gengival). Nutrientes endógenos e exógenos O crescimento dos microrganismos dependem de nutrientes que podem ser endógenos (presentes na saliva, no fluido do sulco gengival, como aminoácidos pepitídeos e carboidratos) ou exógenos (oriundo da dieta do hospedeiro, como os carboidratos fermentáveis, os quais são os que mais interferem na população de microrganismos da cavidade bucal). As bactérias que usam desses carboidratos facilmente fermentáveis produzem, durante a fermentação para obtenção de energia, ácidos que participam do processo de desmineralização. Defesas do hospedeiro Estão relacionadas as propriedades salivares, especialmente, proteínas e glicoproteínas salivares, como componentes de defesas não específicas na saliva há ação das glicoproteínas (mucina, lactoferina..) e de pepitídeos antimicrobianos, já os componentes de defesa específica do hospedeiro que atuam como uma barreira contra microrganismos estão os linfócitos intraepitelias, células de langerhans e himunoglobulina (IgG e a IgA). Composição do biofilme dental Apesar do biofilme conter uma grande diversidade microbiana e componentes celulares, as células microbianas ocupam cerca de 70% do volume do biofilme, o restante é ocupada pela matriz extracelular e pela porção líquida do biofilme dental, ou seja, o fluido do biofilme. A matriz extracelular é composta por polissacarídeos produzidos pelas bactérias ou do próprio hospedeiro, por componentes salivares e do fluido gengival. Biofilme 6 Estágios da colonização da cavidade bucal A microbiota da cavidade bucal começa a ser estabelecida logo após o nascimento e começa a sofrer alterações na quantidade e na diversidade de microorganismos ao longo da vida do hospedeiro. Inicialmente há apenas superfícies mucosas a serem colonizadas posteriormente com a erupção dos dentes essas superfícies mineralizadas também serão colonizadas. A transmissão de diferentes microorganismo para a cavidade bucal ela ocorre constantemente, por um processo de aquisição de microrganismo. No entanto, apenas alguns microorganismo são capazes de colonizar a cavidade bucal devido as especificidades dessa região, estabelecendo, assim, espécies pioneiras. Novas espécies vão gradativamente incorporando nessa comunidade no ambiente bucal, dependendendo da resposta do hospedeiro, levando assim, a uma comunidadeclimax (conjunto de microrganismo presentes na microbiota residente). 💡 A comunidade climax não deve ser confundida com a quantidade máxima de microrganismos presentes na cavidade bucal, uma vez que ela é um ambiente dinâmico, ou seja, a todo momento os microorganismos estão se proliferando, assim como removidos e deglutidos. Formação do biofilme A formação do biofilme ocorre em etapas sucessivas, primeiramente os microrganismos se aderem a superfície e em seguida ploriferam de forma organizada e tridimensional. Biofilme 7 💡 A adesão inicial de microrganismo não se dar diretamente a superfície do dente, mas sim a pelicula de saliva que recobre todas as estruturas da cavidade bucal. A película adquirida é formada sobre o dente a partir do contato da saliva com a superfície dentária, essa película é composta por proteínas e íons que interagem com as superfícies bucais formando uma camada proteica acelular. A adesão microbiana ocorre pela interação de adesinas presentes na superfície das células bacterinas com película adquirida, as células microbianas, assim, podem ploriferar, bem como fornecer sítio de ligação para outras bactérias, por meio da interação entre essas adesinas. 💡 O modo seletivo como as bactérias se predem à superfície do dente reflete ao fato da bactéria conter um sistema de reconhecimento que permite que adesinas microbianas possam se ligar ás moléculas complementares (receptoras) na película, alguns tipos microbiano tem mecanismos enzimáticos que permitem o deslocamento de resíduos de um carboidratos de um aminoácidos e se ligar a uma proteína ou glicoproteína da película, assim, não é qualquer microrganismos que consegue se ligar a cavidade bucal, apenas as que desevolvolveram esse mecanismo seletivo. Durante a ploriferação microbiana substância bacterianas e do hospedeiro estão no meio extracelular formando o biofilme. Película adiquirida É uma biopeícula formada pós-eruptivamente pela adsorção de proteínas e glicoproteínas salivares nas superfícies dos dentes. Essa película tem características acelular, amorfa, sem bactérias, origem salivar, espessura (0,01 a 1 um), tempo de formação (1h a 2h) e tem como função de lubrificação, pemeabilidade seletiva, proteção, interferência na adesão dos microrganismo. Composição Biofilme 8 Proteínas, lisoximas, lactoferrina, amilase, IgA, IgG, fosfolipídeos, glicopreoteínas, muitas dessas moléculas apresentam estruturas com cargas - como grupamentos de sulfatos e carboxila orientados para a saliva. 💡 Os esmalte limpo possui em sua superfície grupos de fosfatos acecíveis com cargas negativas que interagem com os componentes salivares de carga positiva, especificamente, com Ca^2+ da saliva formando, assim, a película adquirida. Etapas da formação do biofilme 💡 Após a formação da pelíqula adquirida: 1. Aderência de células bacterianas isoladas (0-4h) 2. Multiplicação das bactérias aderidas formando microcolônias (4-24 h) 3. Sucessão microbiana e co-agregação (1-7 dias) 4. Biofilme maduro (1 semana ou mais) Biofilme 9 💡 Em 5, bactéria estão dispostas a colonizar outros ambientes reiniciando a formação de novos biofilmes. Atividade metabólica das bactérias orais (propriedades dos microrganismos cariogênicos) 💡 A formação de ácido lático ocorre em 1 minuto de exposição do microrganismo ao açucar na cavidade bucal, ou seja, se há ali um biofilme bem desenvolvido no esmalte dentário a produção de ácido lático será muito rápida, logo, é necessária a desorganização do biofilme por meio da escovação. As bacérias orais vivem em um ambiente com escasses de nutrientes, mas elas são exposta as altas concentrações de açucar em determinados momentos ao longo do dia, o que pode representar um perigo para as bacteria orais, pois pode haver a rápida penetração de carboidratos na célula bacteriana e, logo, há formação de níveis tóxicos de intermediários da via glicolítica que iriam se acumular. Assim, os estreptococos orais e outras espécies da cavidade oral conseguem se proteger regulando a velocidade da glicólise, covertendo o ácido pirúvico em produtos finais de outros metabólicos, sintetizando polimêros intra e extra celulares, assim como regulando o transporte de carboidratos. Transporte de açúcares fermentáveis Os microrganismos cariogênicos se diferem dos microrganismos não cariogênicos pela capacidade de transportar rapidamente açucar fermentáveis para o seu interior. Os monossacarídeos e os dissacarídeos são mais fácil de serem metabolizados pela baixo peso molecular do que o amido, pois esse polissacarídeos, primeiramente, precisa sofrer a ação das amilases salivar, gerando maltose que poderão ser aproveitadas. As enzimas das vias de energia dos microrganismos, são de extrema impotância para o transporte de carboidratos nas células deles, elas podem ser construtivas (presentes sempre nos microrganismos) e as indutiveis (são sintetizadas apenas na presença de substratos). Assim, os substratos (sacarose, maltose, lactose/ glicose, manose, frutose, galactose/sorbitol e manitol) necessitam de enzimas indutíveis para Biofilme 10 que haja o transporte e conversão do glicose em outros substratos que participem na via glicolítica. 💡 O sistema de fosfotransferase (PTS) é fundamental para a célula bacteriana, uma vez que a molécula de açucar é fosforilada durante o transporte e o produto é um intermediário da via glicolítica ou pode ser convertido nele. Na S. Mutans esse sistema é ativado quando há baixa concentração de açucar em uma condição de pH neutro e inibido em altas concentrações de açucares, pH baixo e altos indices de crescimento, uma vez que a grande quantidade de ATP produzida sob essas condições ela vai induzir a fosforilação de rezina presente na HPr que vai tornar ela indisponível para participar desse sistema. Outra forma do substrato entrar na célula é a fosforilação direta da glicose. Produtos finais metabólicos (destino dos piruvatos) Os destinos dos piruvatos depende das condições do meio, com o tipo de microrganismo, quantidade e o tipo de açucar disponível, assim como a presença de CO2. Em altos níveis de glicose há a formação do ácido lático a partir do piruvado pela ação da enzima da lactato desidrogenase será realizada preferencialmete pelo estreptococos e lactobasilos. Biofilme 11 Em níveis baixos de glicose outras vias serão utlizadas, como a via piruvato formatoliase formando ácido acético, formato e etanol. 💡 Resumo: Em condições de excesso de carboidratos, o ácido lático é o produto final glicolítico predominante. Formato, acetato e etanol são produzidos principalmente sob condições de limitação de carboidratos. O sorbitol, álcool de açúcar, em situações de excessos e aneróbica, a cada sorbitol é formado 3 moléculas de NAD reduzido (NADH), nesse caso a reação da enzima lactato desidrogenase não preservaria o equilíbrio de oxidoredução na célula, então ele deve utilizar a via piruvato formatoliase para oxidar as moléculas de NADH que foram geradas a NAD. Logo, a produção formatato, acetato (menor que etanol) e etanol. Biofilme 12 O Sorbitol em condições de excesso e aeróbica, os estreptocoocos só conseguem utilizar esse substrato na presença de NADH oxidase, utilizando o O2 como aceptor final de hidrogênio, assim o ácido lático é formado. Polímeros intra e extracelular Os carboidratos fermentáveis da dieta influenciam na população dos microrganismos, as bactérias utilizam esses carboidratos não só para obtenção de energia produzindo ácido, como também para sintetizar polímeros extracelulares de adesão que modificam a matriz extra celular do biofilme tornando ele mais poroso e cariogênico. Na presença de sacralose, as enzimas (glicosiltransferase) do grupo S. mutans se adsorvem a película adquirida e sintetizam esses polimeros a partir da sacralose. 💡 Como exemplo de polimeros extracelulares têm-se os glicanos (dextrano e mutano), os quais são homopolissacarídeos de glicose,possuem cadeias ramificadas, são soluveis em águas no caso do dextrano e insolúveis em água no caso dos mutanos. Esse polimero, justifica a aderência dos m.os. (S. mutans) às superfícies lisas dos dentes. Assim como, há também os levanos que são cadeias homogênias de frutose, com ligações (beta-2,6), alto peso molecular e é fonte reserva de carbono para os m.os. Biofilme 13 💡 Resumo: O biofilme mais poroso é mais cariogênico, pois permite a difusão dos açucares para seu interior que possibilita que as bactérias tenham nutrientes e produzam ácidos, e também dificultam a remoção de ácidos pela saliva. Propriedades de S. mutans que contribuem para a cariogenicidade do biofilme
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