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Saliva O que é? Secreção glandular que banha a cavidade bucal Composição (variável): 99% água e 1% proteínas, compostos orgânicos e íons minerais Saliva total: Saliva + componentes do sulco gengival + células epiteliais descamadas + bactérias bucais Secreção de íons/ Fluídos: processo de absorção e secreção dos eletrólitos: transporte ativo dos ácinos até o lumen. →Sistema de transporte mediados por bombas Na+/K+ ATPase; cotransporte Na+/K+/Cl-; secreção de bicarbonato dirigida por bomba de Na+/H+; secreção de Cl- dirigida por bombas paralelas Na+/H+ e Cl-/HCO3-; canais de Cl- e K+ regulados por Ca2+, fluxo osmótico de água, bombas de K+/H+; e transporte paralelo de Na+ e água. Como ocorre: Transporte ativo: -Aumento da concentração de cálcio na membrana, ativa o canal de cloro que faz com que o cloro vá ao lumen -Esse processo é regulado pelo aumento de Ca2+ (estimulo parassimpático) que ativa o canal de K+, liberando para fora -Ademais a passagem do Cl- permite a passagem do bicarbonato -O potencial negativo pelo Cl- e bicarbonato faz o sódio atravessar as células (através de uma bomba-ATP) -A concentração de sódio, por difusão (para neutralizar a carga negativa do cloro) é aumentada pelo influxo de sódio via ativação das bombas Na+/H+ e Na+/K+/2Cl– cotransportador. -O aumento do sódio acinar ativa o mecanismo de transporte da bomba de Na+/K+ (ATPase), devido à saída ativa de sódio e ao influxo de potássio, restabelecendo os gradientes iônicos originais da célula. -Um gradiente osmótico ocorre, pelo o movimento de cloro e sódio, a agua vai atravessando as células (forma paracelular ou aquaporina) -A concentração de elétron no ácino é mais elevada do que a saliva na boca -A saliva hipotônica (reabsorve eletrólitos, sódio e cloro), secreta K+ e bicarbonato, por conta do paladar (conferir equilíbrio hídrico) -A secreção do bicarbonato depende das mudanças de Na+/H+ e do gradiente do sódio -Os canais de cloro regulam a concentração de bicarbonato na saliva Secreção: neurotransmissores (acetilcolina e noradrenalina) transmitem impulsos nervosos ativando e liberando a saliva com a contração das células mioepiteliais. Reflexo unilateral central no qual o caminho parassimpático libera saliva mais aquosa e menos proteica e o simpático uma saliva mais viscosa e mais proteico. Estímulos: Acetilcolina ou epinefrina se ligam ao receptor muscarínico, da membrana dos ácinos, mudando a conformação / Proteína G ligada ao receptor nos dois, ação da subunidade alfa: Estrutura: formadas por ácinos (80%) e ductos ramificados(20%). Os ácinos podem conter células com características serosa, mucosa ou mista. Células serosas: liberam íons e glicoproteínas com funções enzimáticas, antimicrobiana, quelante de cálcio Células mucosas: ricas em mucinas (glicoproteínas) que tem a função lubrificante, antimicrobiana e participa da formação da PEA Ductos dos ácinos a cavidade bucal: intercalado, estriado e excretório (ESTIMULO PARASSIMPÁTICO) : →Acetilcolina com o contato no receptor muscarinico causa a ativação da proteína G (subunidade alfa) pela substituição de GDP por GTP produz fosfolipase C que promove secreção de eletrólitos e água. →O IP3 é produto da quebra de um lipídio de membrana sob atuação da fosfolipase C. →O IP3 se liga aos receptores do retículo endoplasmático, liberando cálcio armazenado nessa organela. Favorecendo a secreção. (Resposta intracelular IP3: libera Ca2+ (abre o canal de Ca2+)) →Aumento da concentração de Ca2+ (sinalização para que a célula responda jogando potássio para fora e cloro para dentro do lúmen tornando com carga negativa). Assim por difusão o Na+ entra no lúmen para neutralizar a carga negativa. Junto com eletrólitos entra água. →Após manter a estabilidade o K+ entra mantendo a estabilidade. Dentro da célula cinar há a formação de bicarbonato. →No ducto há reabsorção de Na+ e Cl- para ela sair hipotônica por causa do paladar, para poder diferenciar alimentos hipertônicos. (ESTÍMULO SIMPÁTICO – nervosismo: solução mais proteíca - Serosa): →Epinefrina(adrenalina) se liga ao receptor adrenérgico → A adenilato ciclase (enzima-alvo da estimulação simpática) converte o ATP em cAMP (segundo mensageiro). → Todas as atividades do cAMP são mediadas pela proteinoquinase A (PKA), que se torna ativada e fosforila proteínas celulares responsáveis pela síntese e secreção de saliva (proteínas) favorecendo a exocitose. →Joga boa parte de MUCINA (glicoproteína): retem parte da água evitando a desidratação -Saliva não estimulada: corresponde à saliva total presente normalmente na boca em ausência de estímulos exógenos. Produzido pelas glândulas submandibulares (60%), parótida (25%) e sublingual (8%). Redução do fluxo de saliva não estimulada: estresse e sono, acarretando no aumento da concentração de compostos sulfuretos voláteis (degradação de proteínas) que contem enxofre causando o mau hálito. -Saliva estimulada: é aquela secreta em resposta a estímulos exógenos – químicos (gustativos, olfativos, medicamentos) ou mecânicos (mastigação, vômitos). Produzido principalmente pela parótida (50%). A estimulação do fluxo salivar promove limpeza, tamponamento e remineralização dental (devido ao maior pH) Fluxo: o não estimulado apresenta baixa secreção, pH, íons cloro e bicarbonato e a estimulada apresenta alta secreção, pH, íons cloro e bicarbonato, aumentando a capacidade tampão. Capacidade de lavagem (diluição). Alteração salivar: fármacos, idade (xerostomia - sintoma), sexo (homens têm fluxo maior). Teste Hipossalivação: medida do fluxo salivar estimulado e não estimulado, sintomas e sinais, doenças crônicas, fármacos, palpação de glândulas (dor), fricção da mucosa com espelho (adesão). FUNÇÕES E PROPRIEDADES DA SALIVA: manutenção da saúde bucal (proteção dos tec. Moles e duros). Fluido/lubrificação, digestão, ação tamponante, ação remineralizante, limpeza, paladar, balanço hídrico FLUIDO/LUBRIFICAÇÃO: evita irritações mecânicas, térmicas, química e desidratação, fonação. Propriedade lubrificante: mucinas (glicoproteínas hidrofóbicas) sintetizadas pelas glândulas submandibulares, sublinguais e salivares menores DIGESTÃO E PALADAR: a concentração de glicose, bicarbonato e ureia na saliva: sabor doce. A composição hipotônica da saliva: sabor salgado, já que as papilas gustativas que reconhecem esse sabor têm receptores específicos para esses íons 1. Mucinas e outras glicoproteínas: polimorfismo e diferenças funcionais, são hidrofílicas e retêm muita água resistindo a desidratação e sendo efetivas na lubrificação, inibem a adesão de bactérias. 2. Estaterina e proteínas ácidas ricas em prolina: inibe a precipitação espontânea de fosfato de cálcio primária facilitando na adesão de bactérias seletivas ao dente. 3. Amilase: produzidas principalmente pelas glândulas parótidas e submandibular, inativada em pH ácidos. Componentes inorgânicos: 1. H+: diversas fontes, equilíbrio ácido-base (↑ com carboidratos fermentáveis ↓ secreção de saliva). 2. HCO3-: capacidade tampão na saliva estimulada. 3. Ca2+: forte ligação à enzima amilase e ao fosfato (fosfato de cálcio). 4. PO43-: quanto menor o ph do meio, mais fosfato, maior desmineralização. 5. F-: forte ligação ao cálcio formando o fluoreto de cálcio que é um lento liberador de flúor. AÇÃO ANTIMICROBIANA: proteínas com função antimicrobiana evitam o supercrescimento de alguns microrganismos: MUCINAS: secretadas principalmente pelas glândulas menores e a lingual. Lubrificação, proteção contra desidratação e manutenção da viscoelasticidade. Apreendem algumas bactérias e inibem a adesão de células bacterianas a tecidos moles por bloqueio das adesinas na superfície bacteriana, protegendo a mucosa de infecção. LISOZIMA: presente na saliva total, secretada pelas glândulas salivares maiores e menores, age na parede celular de Gram+ em peptideoglicanos. Compostos deácido N-acetilmurâmico e N-acetil- glucosamina unidos por ligações glicosídicas β(1-4). Tendo atividade muramidase, que lhe confere a capacidade de hidrolisar a ligação β(1-4), provocando lise celular. LACTOFERRINA: secretada pelas glândulas salivares maiores e menores e pelos leucócitos salivares. Atividade quelante de ferro (Fe 3+) e inibe a aderência da Streptococcus mutans. Apolactoferrina: efeito bactericida irreversivel PEROXIDASES: Há duas a peroxidase salivar que é secretada da parótidas e submandibulares e mieloperoxidade que é derivada do fluído gengival. Essas enzimas têm funções antimicrobiana e de proteção. Reação da mieloperoxidade: H2O2 + SCN− -> OSCN− + H2O. O OSCN− (inibe a glicólise) tem atividade antimicrobiana contra bactérias aeróbias e anaeróbias e contra vírus. A função protetora das peroxidases está relacionada com a eliminação do H2O2 do meio bucal, evitando o possível efeito tóxico desse composto sobre as proteínas salivares e as células do hospedeiro a-AMILASE E LIPASE: degradação do amido, produzindo maltose, maltotriose e dextrina, e pela limpeza de restos alimentares, além de modular a ligação de bactérias à película, sendo inativada no estômago quando deglutida. Proteínas ricas em prolina e estaterina: ligam ao cálcio, mantendo o estado supersaturado sem precipitação, prevenindo a formação de cálculo. Adere à película salivar, tem importante papel na lubrificação e promove a adesão seletiva de algumas bactérias (S. gordini e A. viscosus) CISTATINA: inibem proteases de origem bacteriana e aquelas produzidas por leucócitos salivares. Podem inibir as proteases bacterianas, antiviral, precipitação de fosfato de cálcio. HISTATINA: inibição da aderência de Streptococcus mutans à película adquirida do esmalte OU tem propriedades antifúngicas, inibindo o crescimento de Candida albicans GLICOPROTEÍNAS SALIVARES: aglutinação de bactérias IMUNOGLOBULINAS: anticorpos gerados pelo sistema imunológico das mucosas (IgA). Essas proteínas agem principalmente na inibição da aderência e colonização bacteriana Tampões: Capazes de resistir a pequenas variações de pH(3,76 – 5,76): tampão bicarbonato, fosfato e proteínas salivares, isso pelo grupamentos que doam prótons (Ao estarem aderidas aos dentes, as proteínas salivares são importantes na proteção das superfícies dentais contra a erosão ácida por meio do tamponamento dos ácidos de bebidas e alimentos) PELÍCULA ADQUIRIDA DO ESMALTE (PAE): Filme de proteínas salivares e outras biomoléculas aderidas à superfície dental que se forma rapidamente após a exposição do esmalte dental à saliva. Constitui uma interface entre a superfície do esmalte e o biofilme dental. Reduz a perda mineral do dente, adere bactérias, protege o esmalte contra abrasão e atração; é formado a partir da atração de moléculas com cargas negativas a camada de hidratação do dente (positiva com íons cálcio) que está ligada ao esmalte (negativo com hidroxiapatita) . Fluoreto: A capacidade remineralizante da saliva é aumentada em muito pela associação com fluoreto (F−). Quando há F− presente na saliva, além da tendência de formação do mineral hidroxiapatita, há também a tendência de formação de fluorapatita, um mineral menos solúvel que o primeiro e, portanto, com uma capacidade de precipitação muito maior. O fluoreto pode ainda ter efeito antimicrobiano, por meio da ligação com o magnésio, evitando que a enzima enolase participe da via glicolítica. Cálcio: O cálcio não ionizado está ligado a compostos inorgânicos, como fosfato, bicarbonato (10 a 20%) e citrato (< 10%), e também a macromoléculas (10 a 30%), como por exemplo estaterina, histidina e proteínas ricas em prolina, inibindo a precipitação de fosfato de cálcio. O cálcio também atua como cofator para a amilase. A concentração de cálcio é maior no biofilme dentário do que na saliva, devido à maior concentração de sítios de ligação para cálcio e à precipitação de sais de cálcio. Fosfato inorgânico: O fosfato tem importante papel na manutenção dos dentes e como nutriente da microbiota bucal. Atividade metabólica das bactérias orais Placa Dental: baixa quantidade de nutrientes e pouca capacidade de metabolizar açúcares e quando as colonizações são expostas a nutrientes desenvolvem defesa para evitar a “morte acelerada por substrato”. Devido essa baixa quantidade de nutrientes, as colonizações presentes competem e prevalecem aquelas que necessitam de menor quantidade de nutrientes (baixa constante de saturação). Microrganismos com alta constante de saturação, apesar de depender de nutrientes no ambiente para seu crescimento elevado, desenvolve-se muito bem em ambientes com excesso de nutrientes e com baixo ph o que não ocorre com a maioria das espécies que têm crescimentos limitados em pH extremos. Níveis de nutrientes na cavidade oral: Geralmente os níveis de nutrientes na cavidade oral são baixos, com pouca glicose, acido lático, piruvato e ureia (sendo essa última hidrolisada pelas bactérias orais gerando amônia e dióxido de carbono). Ação das Glicoproteínas: As glicoproteínas da saliva são fonte importante de açúcar para bactérias orais, degradando em peptideo e aminoácidos. Nutrientes microbianos na cavidade oral -O aparecimento repentino de açúcar é perigoso as bactérias (podem provocar a morte celular-morte celular por substrato) exigindo mecanismos apropriados para se proteger desse perigo Competição microbiana por nutrientes: -Em baixos nível de açúcar somente as bactérias melhor adaptadas sobrevivem -Quando na composição do meio há muito açúcar, as bactérias produzirão produtos ácidos, selecionando as bactérias que se adaptam nesse meio (lactobacillus e estreptoccus mutans) Metabolismo dos carboidratos: pode-se usar peptideos, ácidos carboxílicos e aminoácidos além do açúcar como energia. Capacidade de induzir enzimas apenas quando os substratos estão disponíveis para célula é uma característica de conservação que pode conceder vantagem Açucares da dieta como sacarose, maltose, lactose e frutose e os álcoois de açúcar (sorbitol e manitol) requerem a síntese de enzimas indutiveis para que esses substratos sejam utilizados como energia. Usando duas enzimas: uma de transporte, outra para o convertimento do açúcar Repressão por catabólito: a glicose inibira a indução das enzimas necessárias, mesmo que o açúcar da indução esteja presente Transporte de açúcar: : →O açúcar é transportado para dentro da bactéria por proteínas carreadoras por difusão facilitada até os meios se igualarem e começar a ser transportado por transporte ativo. →Transporte ativo de bactérias acidulentas no meio oral: fosfoenolpiruvato(PEP)- fonte de energia: sistema de fosfotransferase do açúcar(PTS) – transporte e fosforilação do açúcar no meio interno →Explicação: Com o PEP ,o PTS catalisa a fosforilização sequencial das enzimas com proteínas solúveis como a enzima l e HPR, não açúcar específicas, que são necessárias para o transporte de todas as PTS dos açucares. Em muitos casos, a HPR-P gerada da E1-P transfere o grupo fosforil diretamente para a enzima ll, que está ligada a membrana e é açúcar especifica, que, por sua vez, fosforiliza o açúcar que está entrando. Em outros casos transfere para enzima lll, antes da enzima ll. Frutose: 2 sistemas PTS: indutível e o constitutivo Açúcares e álcoois transportado por PTS: glicose, manose, frutose, galactose, sacarose, lactose, maltose, sorbitol, manitol PTS nos S. orais (converte açúcares para a via glicolítica): Glicose-PTS -----> Glicose 6-P Sacarose-PTS ---→ Sacarose-P ---→ (hidrolise) Frutose + Glicose-P Lactose-PTS --→ Lactose-P ----→ Glicose + Galactose 6-P Requerem enzimas adicionais: Sorbitol ----> Sorbitol 6-P ----→ (sorbitol 6-P Desidrogenase) Frutose 6-P Frutose- PTS constitutiva ---→ Frutose 6-P Frutose-PTS indutível ---→ Frutose 1-p ----→ (Fosforilada com ATP) frutose 1,6- bisP(FBP)Xilitol --→ Xilitol 5-P(não metabolizado: inibe o metabolismo) ---→(desfosforilado) Xilitol + Pi (Xilitol vai para fora da célula e reage com a frutose constitutiva) Sistema PTS : Ocorre em baixas quantidades de açúcar e em bactérias com altas afinidades de açúcar → Uma parte do piruvato volta para entrada do açúcar e outra parte para o convertimento de ácido em pouca quantidade (acetato, formato, álcool e H202) →A molécula de açúcar é fosforilizada durante o transporte e o produto da reação geralmente é um intermediário da via glicolítica, que pode ser convertido. O produto da glicose-PTS é a glicose 6-P a lactose-PTS produz a lactose-P que é dividida em glicose e galactose 6-P. →Sorbitol: requer enzima adicional (Ellsor, lllsor, sorbitol 6-P desidrogenase) Essa última converte sorbitol 6-p em frutose 6-p. Recompensar energia →Xilitol: xilitol 5-P, que é desfosforilizado em xilitol e fosfato inorgânico e o xilitol livre é transportado para fora da célula.(ciclo fútil – gasto de ATP) Não tem enzima para adicionar a cadeia, portanto não é metabolizado Reage com a Frutose não constitutiva (não tem substrato) →Frutose PTS indutivel: gera frutose 1-P que entra na via glicolítica após ser desfosforilada em frutose 1,6 bisfosfato na presença de ATP →Frutose PTS constitutiva: gera frutose 6-p (intermediário) Regulação do PTS: Glicose-PTS(transportador de glicose): Excelentes em baixos níveis de concentração de açúcar, pH neutro e em condições de crescimento lento, mas reprimido em baixo pH, altas concentrações de glicose e altos índices de crescimento. Sacarose-PTS: reprimida pela glicose e altos índices de crescimento, bem como pela adição de sacarose Regulação: Componente lll (regula transporte) Outra forma de regulação: Fosforilação do HPr dependente de ATP a partir do PEP, fosfato confinado na histidina no HPr. Em condições de açúcar elevado (elevado: frutose 1,6diP e ATP) a formação de HPr(Ser-P) é estimulada, deixando o HPr indisponível para a fosforilização através do PEP, inibindo a atividade do PTS. Assim o ATP é um inibidor eficaz do transporte de açúcar através do sistema PEP fosfotransferase. O que são enzimas induzidas e constitutivas? (promoção de energia pelo selecionamento) Enzimas Constitutivas: são produzidas quando não há substrato(Glicose, Frutose) Enzimas Induzidas: são produzidas na presença de substrato (monitol, sacarose, frutose, lactose e sorbitol) Sistema Permease: Transporte alternativo de açúcar não PTS: →Glicose também é transportada por permease e fosforilizada por um processo dependente de ATP. →Parece funcionar com altas concentrações de glicose, baixos níveis de pH e altos índices de crescimento. Ocorre por difusão facilitada. Regulação metabólica: a bactéria tem duas enzimas (2 transportes) que mantem a homeostase, uma funciona quando é necessário, isso com base na quantidade de glicose Via Glicolitica: as estreptococos degradarão a glicose 6-P formada após o transporte através da via glicolítica. Via das pentoses também usadas para produzir ribose 5-P e NADPH (parte oxidativa da via das pentoses não vista no estreptococos orais: os S. mutans e S. salivarius que geram NADPH através desidrogenase gliceroaldeído 3-P dependente de NADPH que oxida gliceroaldeído 3-P em glicerato 3-P). ATP gerado pela força motriz do próton usa para movimento flagelar e energia para a célula nos transportes. Em bactérias como estreptococos usa-se a força motriz do próton pode ser gerada pela expulsão de prótons da célula doa associado a membrana H+/ATPase liberando também o acido láctico (efluxo do produto final). Processo importante para homeostase e regulação do pH. Deixando o ambiente ácido e a bactéria alcalina pelo bombeamento de prótons para fora da célula pelo H+/ATPase e efluxo do produto final. Fluoreto: aumenta a permeabilidade de prótons e inibe a ação do H+/ATPase, inibe a via glicolítica (interação pela enzima enolase), resultando em menos PEP e menos ácido lático Produtos finais metabólicos: Necessidade de conversão de NADH2 em NAD para continuação do ciclo. Piruvato a partir do ácido lático (lactato desidrogenase) nos estreptococos, lactobacilos, actinomicetos e bifidobacterias Condições anaeróbicas (condição de baixo açúcar): estreptococos, lactobacilos e actinomicetos (esse além de ácido succínico de PEP) usam a via piruvato formato-liase (só ativa na ausência de O2) e geram ácido fórmico, ácido acético e etanol (que converte o NAD) como produtos finais. - 1ª piruvato regenera dois NAD formando o etanol, perde-se o substrato Condições aeróbicas (condição de baixo açúcar) os estreptoccocus mutans usam piruvato desidrogenase para converter o piruvato em ácido acético e etanol (que converte o NAD). -Os S.mitis e Streptococci sanguis usam piruvato oxidase com a formação de ácido acético e peroxido de hidrogênio como produto final. -Estreptococos são capazes de fermentar apenas álcoois de açúcar se tiverem oxidase NADH, que regenera o NAD do NADH2 usando o oxigênio como um aceptor de elétrons (acido lático principal produto) -As células preservam o equilíbrio de oxi-redução e maximizam a saída de energia através da regulação da síntese e da atividade do piruvato formato-liase(que é inativa em contato com O2) -Na presença de oxigênio, os estreptococos serão capazes de fermentar apenas álcoois de açúcar se tiverem oxidase NADH, que regenera o NAD do NADH2 usando o oxigênio como um aceptor de elétron (ácido láctico, acido acético e etanol são os produtos formados) Destruição dos produtos finais: Veillonella usam o ácido lático para formar ácido propiônico e acético Destruição dos produtos finais metabólicos: os produtos finais ácidos podem ser degradados posteriormente (ex: ác lático pode ser usado como fonte de energia na produção de outros ácidos ou hidrogênio e O2; ác fórmico e H2 podem ser fonte de energia e doador de elétron em outras reações - contribuições para acidez da placa). Atividade metabólica e níveis de açúcar Quando há muito açúcar: - estreptococos orais e outras bactérias regulam o índice da glicólise, efetuando a conversão eficaz de piruvato em produtos finais metabólicos, sintetizando os polissacarídeos intracelulares e inibindo o transporte de açúcar através do sistema PEP fosfotransferase pela formação de HPr dependente do ATP -Ocorrendo o transporte do açucar principalmente por permeases. -Resulta em altos níveis intracelulares de glicose 6-P, frutose 1,6-diP e baixo nível de fosfato inorgânico (que anula a inibição da piruvato quinase dependente de fosfato). Polissacarídeo de reserva é formado a partir do uso de ATP. Resumidamente: O HPr é fosforilado em forma de Serina, fazendo com que o transporte PTS seja inibido.(frutose 1,6 bisfosfato (FBP)que ativa) -A enzima será ativada pelo nível aumentado de frutose 1,6 diP e rapidamente serão formadas e liberado grandes quantidades de ácido láctico (portões de acido láctico – ativa a enzima lactato desidrogenase). -Essa é uma estratégia para evitar que intermediários se acumulem e captem muita água e provoque a lise da célula. -A piruvato quinase é ativada e da láctico desidrogenase aumenta o índice glicolítico e ajuda o microrganismo a drenar a célula dos glicolíticos intermediários. -Ativa também a via de síntese de polissacarídeos intracelulares mantendo o reservatório de intermediários glicolíticos abaixo dos níveis tóxicos. Além do equilíbrio oxido-redução. Baixo fornecimento de açúcar: -as células apresentam altos níveis intracelulares de fosfato inorgânico e isso resulta em inibição da piruvato quinase promovendo o acumulo de PEP e assegurando o transporte eficaz de açucares através do PTS isso a partir do HPr ligado a Histidina, que auxilia no transporte de Pi. Libera como produtos finais: Acetato, Formato, Etanol e H2O2 de pouco em pouco Resumindo: Frutose 1,6 diP: Falta de açúcar: baixa quantidade de frutose 1,6 diP e inativação daláctico desidrogenase Muito açúcar: alta quantidade de frutose 1,6 diP e láctico desidrogenase ativa e geração de ácido lático e drenagem de compostos intermediários. Defesa contra os efeitos tóxicos dos glicolíticos intermediários em alta concentração: formação de HPr dependente de ATP (Ser-P), que resulta na inibição do transporte de açúcar através do PTS. Atividade metabólica e toxidade do oxigênio: H2O2 perigoso, forma OSCN-(hipotiocianato) que é antimicrobriano, além de inibir a etapa de produção de NADH2 na glicólise catalisada pela gliceraldeído 3-P desidrogenase, inibindo a glicólise e a formação de ácido pela placa bacteriana Metabolismo endógeno: Glicose resultante é consumida rapidamente pela bactérias orais (anaeróbicas), os ácidos fórmicos e acéticos serão os produtos finais predominantes dos endógenos Metabolismo dos compostos de nitrogênio: aminoácidos como fonte de energia. Grupamento arginina é liberado como amônia e isso neutralizara os ácidos formados durante o metabolismo do açúcar efetuando pelo microrganismo. / Ureia clivada, aumentando o pH Metabolismo da SACAROSE em S.mutans -Glicosiltransferase (Gtf) usa a glicose para fazer polissacarídeo, forma as glucanas solúveis (de reserva) e insolúvel(estrutural) -Frutosiltransferase(FtF) usa a frutose para fazer polissacarídeos -Só na sacarose (com a frutose+glicose) isso ocorre -Esses polissacarídeos extracelulares facilitam a formação de biofilme a partir da adesão das bactérias (formação de biofilme sacarose dependente) -Forma mancha branca ativa cariada Metabolismo da SACAROSE e AMIDO em S.mutans SACAROSE= CARIOGENICO SACAROSE+AMIDO= MAIS CARIOGENICO AMIDO= NÃO CARIOGENICO Biofilme -As superfícies mucosas (principalmente microrganismos anaeróbios facultativos) são colonizadas por diferentes microrganismos, mas sofrem um processo de descamação contínua da camada superficial do epitélio, o que dificulta o acúmulo e a organização de microrganismos. O dente é a única superfície não descamativa do organismo humano que fica em contato com o ambiente externo, também é caracterizado pela presença constante de saliva e de fluido do sulco gengival (FSG) que apresenta concentração de proteínas bem superior à da saliva. -Uma característica importante da saliva é sua capacidade de manter o pH bucal próximo da neutralidade, por causa dos tampões bicarbonato e fosfato. -Diversos microrganismos presentes no sulco gengival são proteolíticos e degradam proteínas e glicoproteínas do hospedeiro para obter peptídeos, aminoácidos e carboidratos como nutrientes. NUTRIENTES ENDÓGENOS/ EXÓGENOS: endógenos (presentes na saliva e no FSG, como aminoácidos, peptídeos e carboidratos) ou exógenos (dieta do hospedeiro). Os carboidratos fermentáveis são nutrientes exógenos utilizam esses carboidratos para obtenção de energia, produzindo ácidos como produto final. Na presença de sacarose, as enzimas secretadas por microrganismos, como as glicosiltransferases, podem sintetizar polissacarídeos extracelulares (PECs), os quais modificam a matriz extracelular do biofilme, tornando-o mais cariogênico. O papel dos carboidratos fermentáveis como substrato para a síntese de PECs, é importante para a compreensão da cárie dental DEFESA DO HOSPEDEIRO: glicoproteínas (mucinas), de enzimas (lisozima, lactoferrina, apolactoferrina) e de peptídeos antimicrobianos presentes na saliva (aglutinação de microrganismos, facilitando sua deglutição junto com a saliva). Componentes de defesa específica: linfócitos intraepiteliais, células de Langerhans e imunoglobulinas (IgG e IgA). Na saliva, os componentes de defesa são imunoglobulinas (IgA, IgM e IgG) e o sistema complemento (C3). Quase todos provenientes da FSG liberado na saliva Pq não tratar o biofilme com antibiótico? O biofilme apresenta propriedades diferentes da bactéria livre, pois vivem em comunidade. Apresentando um outro tipo de resistência. Ao aplicar um tipo de antibiótico, ele é quebrado não apresentando um grande efeito. Quem desenvolve um ambiente alcalino para doença periodontal? Bactérias consomem aminoácidos presentes na saliva ou no sangue liberando amônia, que da um caracter alcalino, necessitando estar em desequilíbrio. As bactérias(proteases) para conseguir mais nutriente quebram a estrutura do vaso para receber mais nutriente, ocasionando o sangramento.(fator de virulência) Adesão das células bacterianas: ocorre nas primeiras 4 horas 1- Os microrganismos pioneiros (Adesão a película): predominantemente encontrados são Streptococcus, em particular S. salivarius, S. mitis e S. oralis(Imunoglobulina A - IgA, dificulta a adesão de microrganismos à mucosa). - Espécies pioneiras possuem IgA protease o que dribla o sistema de defesa - a microbiota pioneira modifica o meio, promovendo a condição para colonização de outras espécies, ocorre interação por adesinas (proteínas de membrana que fazem o reconhecimento) e metabólitos que alteram o pH e o Eh Colonizadores iniciais: S. sanguis, S. oralis e S. mitis biovar 1/ A microbiota inicial é composta ainda por Actinomyces sp. e bactérias gram-negativas 2- Sucessão e coagregação microbiana (liga-se as proteínas pioneiras): Inicia-se a produção da matriz extracelular (rica em polissacarídeos, proteínas, lipídios, água e íons) e de moléculas que tornam os microrganismos hábeis para se comunicarem. -Proteínas, frequentemente enzimas, formadas na placa dentária são fatores de virulência para a sobrevida e a proliferação bacteriana, como as glicosiltransferases (GTFs), que catalisam a formação de matriz de polissacarídeo extracelular e a lactato desidrogenase (LDH), que está envolvida na glicólise e é responsável pela perda metabólica (liberação de ácido), o que pode causar cárie dentária Temperatura: influenciam a proliferação microbiana, como pH, atividade iônica, agregação de biomoléculas e solubilidade de gases. / Bolsas periodontais apresentam 39C de temperatura pH: O pH do meio norteia a seleção dos microrganismos aptos para colonizar a boca e se desenvolver. Não tem influência do pH no interior da bacteria Inflamação: pH neutro. PRESENÇA DE OXIGÊNIO – POTENCIAL DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO: a maioria dos microrganismos da cavidade bucal é anaeróbia facultativa ou anaeróbia estrita. A proliferação dos microrganismos anaeróbios facultativos e estritos se deve à existência de locais em que a concentração de oxigênio é reduzida. O potencial de oxidação-redução governa a sobrevivência de microorganismo (redox[Eh]) – quanto menor [Eh], mais propicio para anaeróbios. 3- Comunicação: As bactérias gram-positivas (bactérias que sobrevivem em ambiente ácido) comunicam-se entre si por meio de um peptídio pequeno (camada de lipopolissacarídeo ativa o sistema imune) -(Peptídio de competência sinalizadora – CSP): mutação no genoma da bactéria e controle do biofilme -Bactérias gram-negativas estabelecem mecanismos quorum sensing. Amadurecimento da microbiota: placa dominada por Actinomyces (A. viscosus e A. naeslundii) Lacunas determina a quantidade de nutriente que pode penetrar na placa, bem como o potencial da saliva de limpar os produtos metabólicos que são deletérios ao hospedeiro, sendo estes parâmetros importantes para a fisiologia e a sobrevida da população microbiana. A penetrabilidade da placa dentária determinará ainda a efetividade de agentes terapêuticos antimicrobianos Gram-negativos: associados a doença periodontal e são colonizadores terciários. Maturação ocorre o descolamento dos microrganismos. A questão de ter biofilme não gera a carie/periodontite, precisa haver um desequilíbrio. A variedade de microrganismos não gera a cárie, só a desproporção de indivíduos. Bebes: Primeiros meses de vida: anaeróbios Gram-negativos e Prevotella melaninogenica. Durante a erupção da dentição decídua: impacto ecológico significativono ambiente bucal e na sua microbiota residente O que é biofilme? Comunidade de microrganismos caracterizada por células que estão aderidas a uma superfície ou entre si e imersas em uma matriz extracelular de substâncias poliméricas. Os microrganismos se organizam tridimensionalmente, os polímeros da matriz compreendem principalmente polissacarídeos, proteínas e ácidos nucleicos, os quais podem ser de origem microbiana e/ou do hospedeiro. **Etapas para formação: adesão inicial na película de saliva que recobre todas as estruturas bucais pela interação de adesina que se ligam às proteínas da película, crescimento e adesão de colonizadores secundários, presença de matriz extracelular entremeando as células bacterias Quorum sensing: sistemas de comunicação Hipóteses das doenças bucais: apenas alguns microrganismos seriam responsáveis por gerar doença (placa específica); muitos microrganismos diferente são responsáveis por gerar doença (placa inespecífica); a mudança no equilíbrio da microbiota residente do biofilme pode predispor ao desenvolvimento de doença (placa ecológica). 1- CÁRIE DENTAL: Doença dependente de biofilme e de sua frequente exposição a carboidratos fermentáveis, fonte de energia e liberam ácidos para o meio como produto final do metabolismo. Bactérias associadas à doença são Streptococcus mutans e Lactobacillus. Quando a fonte de carboidrato for sacarose, além da produção de ácidos pelas bactérias, polissacarídeos extracelulares (PECs) são sintetizados por enzimas bacterianas (glicositransferases e frutosiltransferases) que hidrolisam polissacarídeos solúveis e insolúveis(glucanos) Biofilme mais poroso: é mais cariogênico, pois permite a difusão dos açúcares para seu interior, o que possibilita que as bactérias tenham nutrientes e produzam ácidos, e também dificulta a remoção dos ácidos pela saliva. Os PECs insolúveis alteram a matriz extracelular, tornando-a mais volumosa e porosa, e contribuem também para a adesão de novos microrganismos. Os PECs solúveis, por sua vez, atuariam como fonte de reserva energética para a manutenção da viabilidade das células bacterianas em períodos de ausência de exposição a carboidratos. Permite a agregação ilimitada das bactérias Propriedades de S. mutans que contribuem para a cariogenicidade do biofilme: Acidogenicidade, Aciduricidade (tolerar ambiente ácido), Produção de polissacarídeos extracelulares (PECs), Produção de polissacarídeos intracelulares 2- DOENÇAS PERIODONTAIS: O acúmulo de biofilme na região do sulco gengival e interações complexas entre os mediadores da resposta imune do hospedeiro e o biofilme são necessárias para essa progressão. Na periodontite, a resposta imune do hospedeiro é alterada de modo que a maior parte dos danos nos tecidos se deve a uma inflamação exacerbada. A inflamação local devido ao acúmulo de biofilme provoca aumento do fluxo do FSG e eventual sangramento, o que proporciona proteínas e glicoproteínas como nutrientes, e também ferro e moléculas contendo grupo heme (transferrina e hemoglobina) como novos substratos para o metabolismo bacteriano. Adicionalmente, o local fica privado de oxigênio (diminui o Eh), o que favorece a proliferação de microrganismos anaeróbios. O metabolismo proteolítico causa aumento do pH local. 3- CANDIDOSE BUCAL: um organismo saudável possui muitos fungos naturalmente no meio bucal, quando ocorre um desequilíbrio no meio o Candida spp. é favorecido e adere por adesinas a mucosa, podendo adentrar no sangue e ativar o sistema imunológico. Tem a capacidade de mudar a sua morfologia para favorecer a penetração no epitélio como hifas, disseminar melhor como levedura e aumentar sua resistência contra o sistema imune como hifas sendo resistente a fagocitose, medicamentos e alterando expressão de genes que alteram antígenos e adesinas. O baixo fluxo salivar, próteses, dieta rica em carboidratos, doenças endócrinas, pacientes imunocomprometidos, uso de antibióticos, deficiência nutricional, uso de corticoides inalatórios predispõem o desenvolvimento da doença. 4- Halitose bucal: saburra lingual (retenção alta devido a presença de papilas e baixo oxigenação. O biofilme formado sobre a língua não é facilmente removido devido às irregularidades de sua superfície. As inúmeras áreas de retenção fornecem um ambiente com menor concentração de oxigênio (baixo Eh), favorecendo a proliferação de bactérias Gram- - negativas anaeróbias Exemplo de uma gengivite progredindo para Periodontite (não precisa ser necessariamente nessa ordem): Periodontite: Biofilme + recrutar o sistema imune adaptativo Falta de O2: Sobrevive as anaeróbias causando um desequilíbrio além da resposta inflamatória e aumenta o GCF(pus) Medicamento que estimula a vasoconstricção as bactérias aeróbias são afetadas causando um desequilíbrio, logo que há uma favorecimento de bactérias anaeróbicas. Aumento da permeabilidade vascular: Aumenta a chance de receber resposta imune adaptativa e consequentemente a periodontite. Interações químicas entre o dente e os fluídos orais Esmalte dental: tecido acelular altamente mineralizado composto principalmente por material inorgânico, estruturados em cristais de hidroxiapatita Dentina/Cemento: cristais de hidroxiapatita estão entremeados por uma rede de fibras de colágeno tipo I, além da dentina conter túbulos dentinários que a atravessam, com os prolongamentos citoplasmáticos dos odontoblastos localizados na polpa. Contêm quase dez vezes mais matéria orgânica do que o esmalte. MINERAIS DA ESTRUTURA DENTAL Constituída por uma hidroxiapatita biológica (Ca10 (PO4)6 (OH)(CO3)(F)(Na)(Cl)(Mg)(K)) Concentração de F−: No esmalte é maior na superfície externa e menor no seu interior; na dentina, a concentração desse íon é maior na junção amelodentinária e na superfície pulpar; e, no cemento, essa concentração é maior do que na dentina radicular. Apatita carbonatada fluoretada: O mineral dental formado pré-eruptivamente é melhor descrito como uma apatita carbonatada fluoretada, cuja fórmula estequiométrica é: ↳ os íons F- substituem as OH-, CO3²- substitui OH- e fosfato e Mg2+ e Na+ se incorporam na estrutura. ↳ o mineral heterogêneo que tem tanto hidroxiapatita e fluorapatita ➤ Tipos de água de hidratação em tecidos mineralizados dentais: A água de hidratação é aquela ligada à matéria orgânica A água semicristalina é aquela que forma uma camada de hidratação ao redor dos cristais, servindo como ligação para o hidrogênio, ocorre a difusão de íons pelo esmalte nos dois sentidos, saída e entrada. Fluorapatita: mineral muito similar à hidroxiapatita, no qual os íons hidroxila estão substituídos por íons flúor. Como o íon flúor é menor do que o íon hidroxila, a estrutura mineral apresenta um melhor arranjo dos íons, o que caracteriza a menor solubilidade da fluorapatita em relação à hidroxiapatita. Aplicação de géis com flúor: “fluorapatita” – fluoreto incorporado firmemente no mineral Quando o pH ficar entre 5,5 e 4,5, a presença do íon flúor irá interferir no processo de desmineralização, precipitando minerais na forma de apatita fluoretada [Ca10(PO4)6F2], enquanto que a hidroxiapatita da estrutura dental está sendo solubilizada pelo baixo pH . O carbonato (CO2-): pode ocupar o lugar do fosfato ou da hidroxila na estrutura química da hidroxiapatita (especialmente considerando o tamanho do íon, maior do que a hidroxila), tornando o local que contém o carbonato mais instável e, portanto, mais solúvel. Os cristais de hidroxiapatita biológica do esmalte de dentes decíduos apresentam maior concentração de carbonato em relação aos dos dentes permanentes, sendo esta uma das explicações para a maior velocidade de progressão de lesões de cárie nos primeiros. O mineral da dentina radicular possuiuma alta concentração de CO 2-, o que modifica as propriedades de resistir durante quedas de pH. DENTINA: A exposição da dentina representa a interação de um tecido mais solúvel com os fluidos bucais, no caso da dentina os cristais são formados em meio a uma matriz colágena, além do o mineral da dentina possuir maior conteúdo de carbonato o que explica sua maior solubilidade em relação ao esmalte. Um pH, na faixa de 6,2-6,3, já é capaz de solubilizar o mineral da dentina, enquanto o mesmo valor estimado para a solubilidade do esmalte é de 5,5 Uma vez que o mineral da dentina tenha se dissolvido, ele deixa exposto a rede de fibras colágenas, que será degradada por colagenases presentes no biofilme bacteriano ou mesmo por enzimas latentes na dentina, que são ativadas em condições de baixo pH (metaloproteinases). O QUE É PRODUTO DE SOLUBILIDADE? Uma constante que expressa a concentração máxima de íons que se dissolve do sólido até ser atingido o equilíbrio de solubilidade. Se o meio estiver subsaturado em relação ao mineral, este tenderá a se dissolver, e se estiver supersaturado, haverá a tendência de precipitação mineral. Na condição de saturação, o mineral está em equilíbrio com o meio. O QUE É PRODUTO DE ATIVIDADE IÔNICA(PAI)? Atividade dos íons componentes de um determinado mineral, quando livres em solução aquosa O QUE É GRAU DE SATURAÇÃO? Relação entre o produto de atividade iônica e a constante do produto de solubilidade, para um determinado mineral. Quando o produto de atividade iônica é maior do que o produto de solubilidade, a solução está supersaturada em relação ao mineral em questão; quando o produto de atividade iônica é menor do que a constante do produto de solubilidade, a solução está subsaturada em relação ao mineral; e quando o produto de atividade iônica é igual a constante do produto de solubilidade, a solução está exatamente saturada em relação ao mineral. 1. Saturação: atividade dos íons=solubilidade da hidroxiapatita. 2. Subsaturação / pH baixo: na presença de ácidos eles reagem com os íons fosfato e hidroxila que a hidroxiapatita libera diminuindo a atividade dos íons e fazendo com que mais hidroxiapatitas se dissolvam para atingir o equilíbrio. 3. Supersaturação / ph alto: a atividade dos íons está superior e o ph deve ser gradualmente diminuido até atingir o ph crítico ou através do resfriamento (hidroxiapatita são mais solúveis em água fria). Em solução supersaturada muitos sais estão presentes e ocorrerá a precipitação de novos cristais se o nível de supersaturação for alto o suficiente. A presença de pirofosfato e outras proteínas salivares podem inibir o crescimento além dos cristais crescerem até atingirem seu tamanho natural máximo (maturação de Ostwald). FLUORAPATITA E FLUORETO DE CÁLCIO: REAÇÃO DO FLÚOR COM O MINERAL DENTAL Maturação pós-eruptiva: trocas diárias com o meio tornam a superfície do esmalte gradativamente mais resistente O resultado da reatividade do fluoreto com o esmalte ou dentina é a formação de dois produtos de reação: o fluoreto firmemente ligado (fluorapatita) e o fluoreto fracamente ligado (tipo fluoreto de cálcio) (“CaF2”): funciona como um reservatório de fluoreto, dissolvendo-se ao longo de semanas ou meses e fornecendo íon flúor para atuar na des-remineralização dental. Ele disponibiliza F− para o fluido do biofilme formado sobre o esmalte e a dentina, controlando a desmineralização e promovendo a remineralização dental. A formação desses produtos ocorre como função inversa do pH porque, ao se aplicar um produto acidulado no esmalte e na dentina, haverá maior dissolução dos minerais dos dentes, liberando mais Ca2+ para reagir com o F− e formar mais produtos de reação. Também haverá maior formação na dentina do que no esmalte, pois a dentina disponibiliza mais Ca2+ para reagir com o F− da aplicação do que o esmalte. Essa reação também ocorre em maior intensidade no esmalte e na dentina que apresentam lesão de cárie do que nos íntegros (sadios), por causa da maior área de reação. Essa reação também depende da solubilidade do sal de F− presente no veículo de aplicação. Fluorapatita: permanece incorporada ao mineral Propriedade dos dentes: ➤ Densidade: o esmalte é um sólido microporoso, com densidade de 2,9 a 3 g/cm³, a dentina e o cemento têm densidade menor, de 2,14 e 2,03 g/cm³. ➤ Reatividade: A aplicação de fluoreto em alta concentração provoca uma reação química com o esmalte e a dentina, tendo maior reatividade na dentina e em lesões de cárie ↳ Dois tipos de F- podem ser formados, FA e fluoreto de cálcio (mais de 90%, principal objetivo da aplicação de flúor) ↳ CaF2 é fracamente ligado pois não é estável no meio bucal, sendo dissolvido pela saliva. É considerado um reservatório de F-, pois o disponibiliza para o fluido de biofilme sobre o esmalte e a dentina. ➤ Permeabilidade: determinada pelo conteúdo orgânico e de água, que forma uma matriz entre os cristais de apatita, por onde se difundem íons e moléculas solúveis. ↳ O esmalte se comporta como uma membrana semipermeável, limitando a passagem de água, íons e moléculas menores. ↳ Os prolongamentos odontoblásticos permitem a passagem de íons, água e moléculas de diferentes tamanhos. ↳ Os íons podem se difundir pelo espaço interprismático. Porém, a difusão de F- é dificultada pela sua reatividade, por isso se encontra na superfície. ↳ O iodeto se difunde por todo o esmalte, atingindo a polpa. ↳ O processo de difusão está relacionado com o processo de cárie dental, pois os ácidos produzidos se difundem pelo espaço interprismático, atingindo os cristais de apatita. ↳ A orientação dos prismas (paralelamente ao seu eixo longitudinal) favorece a desmineralização ácida na região central, mantendo o esmalte interprismático. ➤ Dureza: proporcional ao conteúdo mineral dos dentes. - Dureza do esmalte: 320 a 350 kg/mm³ - Dureza do cemento e dentina: 40 a 60 kg/mm³ ➤ Solubilidade: A relação de equilíbrio dos minerais da estrutura dental com o meio bucal é dada pela relação entre o produto de atividade dos íons componentes da hidroxiapatita biológica nos fluidos bucais (saliva e/ou fluido do biofilme) e a constante de seu produto de solubilidade. → Estrutura mineral com fluído passando entre os dentes, fazendo trocas. Quando ácido ocorre a desmineralização. Por isso há a hidroxiapatita biológica, pois entra os íons presentes no interior. O efeito do pH na solubilidade da hidroxiapatita está demonstrado abaixo: Quando há queda de pH, a concentração de PO 3- (fosfato totalmente dissociado), o íon comum do produto de solubilidade da hidroxiapatita, se transforma nas formas menos dissociadas de fosfato. Essa subsaturação momentânea do meio fará com que mais hidroxiapatia se dissolva para manter o equilíbrio. Além disso, a hidroxila também diminui sua atividade à medida que o pH abaixa. Solubilidade ácida: A solubilidade de um material pouco solúvel depende do grau de saturação (GS) da solução em relação à constante do produto de solubilidade (Kps) desse mineral. ↳ Quando o produto de atividade iônica (PAI) é igual ao Kps (PAI=Kps) o GS=1, portanto, a solução está saturada em relação ao Kps desse mineral. ↳ há equilíbrio entre o mineral sólido e os íons que o compõem dissolvidos em solução, não havendo perda nem ganho mineral. ↳ Quando o GS<1, a solução está subsaturada em relação ao mineral, havendo uma tendência de que os íons do mineral se dissolvam. ↳ Quando o GS>1, a solução está supersaturada em relação ao mineral, havendo uma tendência de precipitação sobre o mineral do dente. ↳ Kps HA: 10^-117 M^18 / Kps FA: 10^-121 M^18 (menos solúvel) ↳ A solubilidade do mineral do dente é inversamente proporcional ao pH do meio ↳ pH crítico subsaturado HA: 5,5 / pH crítico subsaturado FA: 4,5 ↳ O pH crítico supersaturadode FA é 5,5, significando que enquanto há desmineralização de HA, ocorre formação de FA no dente. (Aumento de flúor) ↳ Pelo menor tamanhos dos cristais, menor nível de organização e maior concentração de CO3^2-, a dentina e o cemento tem pH crítico da saliva menor que no esmalte. ↳ As fibras de colágeno da dentina e do cemento são metabolizadas pelas bactérias, expondo os cristais de apatita ↳ Não há pH crítico fixo para lesões erosivas, dependendo da concentração de íons da solubilidade de HA. Solubilidade quelante: molécula capaz de formar complexos com cátions, como Ca^2+, Al^3+, Mg^2+. ↳ O EDTA, forma complexos solúveis com o cálcio. Quando adicionado na solução, diminui a concentração desse íons, deixando o PAI(menor)<Kps da HA, deixando a solução subsaturada e promovendo a dissolução do mineral. ↳eficiência desmineralizante do EDTA dependerá do seu pH, da concentração, da temperatura e do tempo de contato ➤ Adsorção: O esmalte é um sólido eletricamente negativo, por conter íons PO4^3- em sua superfície. ↳ Quando em contato com a saliva, os íons Ca^2+ se ligam ao fosfato, invertendo a polaridade e adsorvendo moléculas negativas. A PAE é composta de estaterina, histatina, proteínas ricas em prolina, histatina, mucina, amilase e IgA secretória. Mecanismo de ação do fluoreto Pq o FA não tem ação remineralizante? O termo fluoreto refere-se ao flúor na forma iônica, ou seja, F−. O único agente importante no controle de cárie é o flúor na forma iônica, então o fluoreto ligado a estrutura dental, ou seja, o enriquecimento do dente com flúor não tem efeito anticárie significativo, já que o flúor não está na forma iônica Flúor: apenas ameniza as consequências da doença, não cura a doença. O consumo excessivo de açúcar que é o problema. EFEITO FÍSICO-QUÍMICO DO FLUORETO: A presença de fluoreto reduz a dissolução mineral, já que parte dos íons Ca2+ e PO 3− que seriam perdidos para o meio retornam para a estrutura mineral dos dentes pela precipitação de um mineral menos solúvel, a FA. Então, físicoquimicamente, havendo fluoreto no meio bucal, a desmineralização será menor do que aquela ocorrida na ausência de fluoreto. O resultado, como em uma equação matemática simples, é uma diminuição da perda mineral total. A presença de fluoreto favorece a capacidade remineralizadora acelerando a reparação da perda mineral ocorrida anteriormente A capacidade do fluoreto de potencializar a precipitação de minerais na estrutura dental tem relação com o produto de solubilidade da FA: uma constante da ordem de 10−121 M18 FA é 10 mil vezes menos solúvel do que a HA: - Nunca haverá no dente FA pura, ou seja fluoreto não aumenta a resistência do dente, o que ocorre é que ele reduz a progressão de cárie pela presença de fluoretos livres. - Ao avaliar a resistência do esmalte humano à desmineralização e a de um tubarão, sendo esse último composto essencialmente por fluorapatita: em condições cariogênicas e sem fluoreto no meio bucal, o dente humano perdeu mais mineral. Mas com fluoreto no meio a perda do humano foi menor do que a do tubarão. isso conclui que o fluoreto é importante na prevenção contra a cárie na forma de íon e não associado ao dente. Meio bucal ácido: quando o meio bucal atinge um pH inferior a 5,5 (pH crítico para dissolução do esmalte), há dissolução da HA porque o meio se torna subsaturado em relação a esse mineral. Entretanto, havendo fluoreto no meio, o mineral se tornará subsaturado em relação à FA somente em pH inferior a 4,5. Portanto, na faixa de pH entre 4,5 e 5,5, ocorrem os eventos de redução da desmineralização descritos. Ou seja, entre pH 4,5 e 5,5, ao mesmo tempo em que o dente perde Ca2+ e PO 3− na forma de HA, ele ganha esses íons como FA. Por isso, diz-se que o fluoreto muda o pH crítico de dissolução do esmalte, que passa de 5,5 para 4,5. Quando o pH se eleva novamente a patamares acima de 5,5: O meio, que já é supersaturado em relação à FA, volta a ser supersaturado em relação à HA. Assim, há potencialização da remineralização, pois minerais à base de HA e FA se precipitam no esmalte desmineralizado (efeito do fluoreto na ativação da remineralização). OUTROS EFEITOS ANTICÁRIE DO FLUORETO O fluoreto deixa a estrutura mineral dos dentes menos solúvel a ácidos, isto é, mais resistente ao processo de desmineralização? Infelizmente, tal efeito não é observado porque, apesar de haver incorporação de fluoreto na estrutura mineral dos dentes – seja durante a formação dos dentes, seja durante os processos de desmineralização e remineralização –, nunca haverá no dente FA pura MEIOS DE USO DE FLUORETO 1-MEIOS DE USO COLETIVO: fluoreto ao tratamento da água de abastecimento público 2-MEIOS DE USO INDIVIDUAL: Uso de dentifrício e bochecho fluoretados Fluoreto presente no biofilme remanescente, não totalmente removido pela escovação: é o local onde exercerá suas funções de controle da desmineralização e promoção da remineralização dental. O fluoreto penetrará na forma iônica, e também poderá ser retido por ligação a íons cálcio adsorvidos na superfície aniônica de bactérias ou componentes da matriz extracelular; também pode haver a formação de sais de fluoreto de cálcio (CaF2) MEIOS PROFISSIONAIS DE USO DE FLUORETO: gel, a espuma e o verniz fluoretado, cuja concentração de fluoreto varia entre 9.000 e 22.500 ppm F. A quantidade de “CaF2” formado sobre as superfícies dentais é dependente da concentração de fluoreto solúvel presente no meio profissional utilizado, do tempo de reação e do pH. Ionômero de vidro: Materiais como os cimentos de ionômero de vidro incorporam e se recarregam com os íons flúor disponibilizados na boca após o uso de outras fontes de fluoreto, como dentifrício fluoretado, fazendo o fluoreto ser liberado constantemente a partir do material restaurador. A combinação dos meios de uso individual e profissional não oferece vantagens adicionais ao uso único e frequente do dentifrício fluoretado. Termos: Tópico: quando não se engole Sistêmico: quando é engole (água) Metabolismo e toxicidade do fluoreto O metabolismo (ou farmacocinética) do fluoreto pode ser dividido em quatro etapas: absorção, distribuição, incorporação e eliminação: Toda vez que o fluoreto solúvel é ingerido, ele é rapidamente absorvido no estômago e cai na corrente sanguínea. Do plasma sanguíneo, ele é distribuído para os diferentes tecidos do corpo, sendo incorporado nos tecidos mineralizados (nos dentes em formação e continuamente nos ossos). O fluoreto absorvido e não incorporado nos tecidos mineralizados é eliminado do organismo principalmente por via urinária. VIA GASTRINTESTINAL: O processo de absorção gastrintestinal do fluoreto ocorre por difusão passiva, e o pH é um fator importante na difusão do fluoreto para o sangue. Na boca, em pH 7, 99,9% do fluoreto está na sua forma dissociada de íon flúor (F−). Quando o fluoreto chega no estômago, cujo pH é extremamente ácido (1-2), ele é naturalmente convertido na sua forma não dissociada de HF (H+ + F− ->HF, pKa 3,45), que facilmente se difunde pela bicamada lipídica das células do estômago e cai na corrente sanguínea (forma iônica). FATORES QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO POR VIA: GASTRINTESTINAL: Além do pH, outros fatores que podem influenciar a absorção de fluoreto ingerido oralmente são os seguintes: Presença de cátions divalentes ou trivalentes, Conteúdo gástrico e Solubilidade do sal de F ingerido. Hidróxido de alumínio – Al(OH)3: medicamento antiácido, é capaz de reduzir a biodisponibilidade de F no organismo. A ingestão de alguns cátions leva à formação de sais de baixa solubilidade, reduzindo a taxa de absorção gastrintestinal do fluoreto.Refeição: Se fluoreto for ingerido até 15 minutos após uma refeição, haverá uma redução significativa na absorção de flúor. Ingestão de dentifrício: Quando é estimada a dose de flúor (mg F/kg/dia) a que crianças são submetidas pela ingestão de dentifrício fluoretado, deve ser considerada a concentração solúvel de fluoreto presente, e não a total declarada na embalagem. INCORPORAÇÃO: o fluoreto é distribuído para todos os tecidos e órgãos, e se incorpora nos tecidos mineralizados devido a sua afinidade por cálcio. Os tecidos moles não acumulam fluoreto. EXCREÇÃO: Ao chegar aos túbulos renais, parte do fluoreto é reabsorvida e volta para o sangue. O grau de reabsorção renal de fluoreto é dependente do fluxo urinário e do pH. A administração de soro bicarbonatado eleva o pH urinário e reduz a reabsorção renal de fluoreto, favorecendo sua excreção. O baixo pH urinário favorece a formação de HF e o processo de reabsorção de F INTOXICAÇÃO AGUDA: ingestão de uma grande quantidade de F−, de uma só vez, podendo causar desde irritação da mucosa gástrica até a morte, dependendo da dose. A hipocalcemia é considerada a uma das consequências mais sérias da intoxicação aguda por fluoreto, sendo caracterizada pela queda abrupta dos níveis de cálcio no sangue. O EFEITO DA DOSE: a dose de 5 mg F−/kg de peso corporal, denominada dose provavelmente tóxica (DPT), seria adotada como o limite de risco de intoxicação aguda. INTOXICAÇÃO CRÔNICA (FLUOROSE DENTAL E ESQUELÉTICA): A toxicidade crônica por fluoreto é o efeito sistêmico resultante da ingestão diária de pequenas quantidades de F, durante o período da amelogênese (que produzem uma matriz extracelular que contém 25% de proteínas), ou seja, apenas dentes em formação durante o período da exposição são afetados. -Aspecto estriado esbranquiçada porque vai sendo degradado o colágeno para ser substituído. Fluor quela os elétrons do ameloblasto (Mg...) causando a falta de ganho de mineral. →Essa matriz proteica é enzimaticamente removida, gerando um produto final contendo menos de 1% de proteínas. Ao mesmo tempo em que as proteínas são removidas da matriz, o esmalte sofre mineralização pela deposição de íons cálcio e fosfato (processo de maturação). Se durante o processo de degradação das proteínas da matriz do esmalte houver fluoreto presente no líquido tecidual, a reabsorção das proteínas da matriz é inibida, prejudicando a mineralização do esmalte. Se durante o processo de perda proteica houver fluoreto presente a mineralização do esmalte é prejudicada e o esmalte formado torna-se mais proteico e mais poroso nessas condições que reflete diferentes graus de opacidade. Por conta disso sua resistência mecânica é baixa . Também pode ser desenvolvido após erupcionar por produtos da dieta. Com relação a dose de risco o valor é 0,07 mgF/dia/kg. Os principais meio associados com o risco de fluorose dental é a dieta e dentifrícios fluoretados. ** Não confundir: com traumas ou intrusão dos dois incisivos decíduos pois estes possuem opacidades não fluoróticas arredondadas e bem-delimitadas; com mancha branca de cárie pois se restringem a regiões com acúmulo de biofilme como cervical e oclusal. Fluorose: hipomineralização do esmalte, que pode apresentar desde um aumento de opacidades difusas pela coroa dos dentes, nos casos mais brandos, até um aspecto esbranquiçado e com perda de estrutura, nos casos mais graves. As opacidades não fluoróticas são arredondadas e bem- delimitadas. - Risco de adquirir cárie não é diferenciado -Na fluorose essa matriz proteíca é removida gerando um produto final contendo menos de 1% de proteínas, assim a reabsorção das proteínas da matriz é inibida, prejudicando a mineralização do dente (maior porosidade) Muito flúor: interage com o cálcio, pode causar problemas na contração muscular, além disso, pode danificar enzimas O flúor não atua sobre o fator etiológico Aspectos clínicos e histopatológicos da cárie dentária ➤ A cárie dentária é resultado de um processo de interação entre o biofilme bacteriano, dieta cariogênica e os tecidos mineralizados dentais. ESTÁGIOS INICIAIS DO DESENVOLVIMENTO DA LESÃO DE CÁRIE: →A lesão de cárie coronária inicia-se no esmalte. → Apesar da alta justaposição cristalina, este tecido é permeável. → Trocas iônicas ocorrem entre o esmalte e o ambiente da cavidade bucal (saliva e biofilme), sendo a substância líquida intracristalina a condutora destas trocas. Quando o dente é coberto por biofilme, e ocorre um desequilíbrio nas trocas iônicas entre o mineral do esmalte e o fluido do biofilme, observamos modificações morfológicas na estrutura do esmalte dentário: →A área de dissolução do esmalte é caracterizada pelo aumento da porosidade do tecido, formando uma área denominada de zona translúcida externa. →Na observação ultraestrutural, os cristais de apatita diminuem de tamanho, aumentando os espaços entre eles, que são preenchidos por água e proteínas. Zona translúcida: →A primeira zona da lesão de cárie. →Com a pausa no processo de desremineralização, a camada mais superficial da lesão sofre processo de remineralização fazendo com que os cristais aumentem de tamanho (40 e 80 nm); entretanto, a porosidade desta zona é maior do que a do esmalte hígido (> 1%). →Esta camada é denominada de zona superficial. →Com a continuação do processo de desre-mineralização, a zona translúcida vai se internalizando acabando por se constituir na zona mais interna da lesão. →No decorrer do processo ocorre a formação de mais duas zonas: a zona do corpo da lesão e a zona escura (cristais que variam de 50 a 100 nm, apresentando porosidade de 2 a 4%) O pH do biofilme que reduz, é preciso ter biofilme para ter cárie. PQ há o Desequilíbrio: pq gera muito H+ deixando o meio ácido, que reagira com o fosfato e hidroxila pH= 5,5 : ESMALTE MESMA CONCENTRAÇÃO DO MEIO Aumento de OH-: Desloca o equilíbrio para a formação da hidroxiapatita Poros: espaços entre os cristais de HA e os prismas. Esses espaços abertos, refere-se que os prismas perderam o tamanho do corpo Lesão de cárie começa no interior, inicialmente subsuperficial(lesão ainda não é evidente). Pelo fato de o interior apresentar mais poros, sofrem maior os problemas da cárie Pq acontece subsuperficialmente? Ácido atua nas primeiras vezes na superfície, caso seja uma hidroxiapatita carbonada. A solubilidade da superfície e a baixa solubilidade vai ser mantida (ausência de Fluor). A maior perda acontece subsuperficialmente, mais para dentro (dentina e polpa) logo nos primeiros processos. A lesão tem o formato triangular No corpo da lesão já pode sentir dor por causa dos processos dos odontoblastos O ácido gerado pelas bactérias do biofilme: penetra no interior da lesão por meio dos poros da camada superficial, ocorrendo desmineralização da camada mais interna da lesão (subsuperficial). -Corpo da lesão apresenta poros maiores © Na dentina: →Nos primeiros estágios das alterações decorrentes da doença cárie (desmineralização) no esmalte já se observa os seus efeitos na dentina: →O líquido intercristalino transmite o dano ao tecido dentinário que responde prontamente. →Os odontoblastos tornam-se cuboides e apresentam-se cada vez em menor número. →A zona de pré-dentina é reduzida drasticamente. →A zona acelular bem definida na polpa dentária normal desaparece como resposta ao dano. →Também se observa na matriz dentinária um aumento crescente na proporção de proteínas responsáveis pelos processos de mineralização dentinária, por exemplo, colágeno tipo I, fosfoforina e sialoproteína dentinária. A sintetização ativa destes elementos está relacionada à formação de novo tecido dentináriocom o objetivo de reparar o dano. →A esclerose ou obliteração dos túbulos dentinários tem o objetivo de bloquear o dano à polpa dentária. Esta esclerose tubular pode ser resultado tanto da mineralização inicial do espaço intertubular seguido da calcificação do processo odontoblástico como pode ser uma calcificação inicial intracitoplasmática seguida de uma mineralização periodontoblástica secundária. →Quando a lesão (tecido desmineralizado) alcança a junção amelodentinária, ocorrem os primeiros sinais de desmineralização da dentina, mesmo ainda sem a presença da cavidade de cárie. A dor é causada pela dor do ácido no odontoblastos Lesão interproximal →O biofilme acumula-se sobre a superfície dentária por um certo período de tempo, provocando a desmineralização dos tecidos duros dentais. Tais bactérias penetram na estrutura porosa da lesão, mesmo em lesão sem a presença de cavidade. →A penetração bacteriana pode ocorrer tanto no esmalte como na dentina. Quando ocorre a quebra da camada superficial e a formação de cavidade, aumenta a quantidade de bactéria no interior da lesão. →Quando a cavidade atinge a dentina, há penetração de bactérias nos túbulos dentinários. - A dentina já percebe a invasão e começa a produzir a dentina terciária, pela ação dos odontoblastos, para evitar a invasão na polpa Ameloblasto vai sintetizar o colágeno que vai fazer parte da matriz do esmalte e dentina. Células de origem epitelial, que apresentam funções de síntese, secreção e maturação do esmalte dental. Refere-se a célula responsavel pela formação do esmalte e da membrana de Nasmith. O ameloblasto possui uma prolongação, a qual secreta o esmalte, que denomina-se “processo de Tomes”, ou processo do ameloblasto. Odontoblasto fica voltado para a polpa é uma célula alongada. É uma célula responsável pela síntese ou produção da dentina, a camada situada na parte de baixo do esmalte, sua principal função é a dentinogênese. Formação de dentina terciária na área da região afetada. Este tecido é formado internamente na região da polpa com o objetivo de afastar o dano do tecido pulpar. Após a formação da cavidade: Do interior para a superfície podemos observar: zona de desmineralização profunda, zona de desmineralização superficial e, mais externamente, a zona de destruição e desorganização total ou também chamada de zona de peptonização A Dentina infectada engloba a zona de peptonização e a zona de desmineralização superficial. A Dentina contaminada engloba a zona de desmineralização profunda e a zona de dentina hipermineralizada (esclerose de túbulos). Lesões sem cavidade e lesões com presença de cavidade apresentam bactérias no seu interior. A presença de bactéria no interior das lesões não impede a sua inativação, uma vez que o biofilme externo pode ser controlado CONTROLE DA LESÃO: COM OU SEM CAVIDADE→ Quando as variáveis envolvidas na doença cárie são de alguma forma controladas, o processo de perda mineral (processo de cárie) tende a paralisar. →Esta inativação promove o desgaste da camada porosa superficial e um polimento do tecido afetado, resgatando uma camada interna de esmalte com maior resistência e menor porosidade. LESÕES OCLUSAIS: Medidas para controle do biofilme: Transformação das fissuras em sulcos; Restaurações preventivas; Selantes de fóssulas e fissuras. A lesão de cárie de superfície oclusal, histologicamente, mostra-se como duas lesões semelhantes às de superfície lisa localizadas em cada lado da fissura. Com o progresso da lesão, estas duas lesões iniciais se unem formando uma só lesão LESÕES RADICULARES: Quando a retração da gengiva ocorre por trauma, doença periodontal ou pelo processo fisiológico do envelhecimento, e consequente exposição da porção radicular, esta superfície pode também ser envolvida no processo da doença cárie. A lesão radicular inicia-se no cemento progredindo rapidamente para a dentina. Constituem-se canais que permitem a penetração facilitada dos Cárie Radicular: muito mais ampla do que profunda. O pouco de mineral perdido, diminui a superfície ao odontoblasto. Na raiz há muito mais sensibilidade Com cárie os odontoblastos agem na proteção, formando uma matriz. A esclerose com o fechamento total dos túbulos dentinários encurta os prolongamentos dos odontoblastos. Quando a dentina está exposta, estímulos externos (como uma bebida fria) ativam os nervos no núcleo do dente, causando uma dor aguda breve, característica da sensibilidade nos dentes. microganismos. Lesões ativas apresentam tecido amolecido, e as lesões inativas são pigmentadas e endurecidas. Lesão de carie começa subsuperficialmente, se não tem a superfície lesada pode tratar de forma não invasiva. Quando tem lesão interproximal, a lesão da superfície vai aparecer maior em quantidade na superfície. Formação do biofilme dental cariogênico e o desenvolvimento de lesões de cárie A adesão inicial de microrganismos na superfície dental: →ocorre pela interação de receptores presentes na superfície microbiana com a película adquirida. →adesão é específica, com microrganismos pioneiros nos biofilmes em formação. →comunidade pioneira dá lugar a um biofilme mais complexo em cima deles (agregação), da produção de matriz extracelular e da multiplicação da microbiota melhor adaptada à condição ambiental à qual o biofilme está exposto A maior resistência a antimicrobianos dos biofilmes explicado por: →Limitações de difusão ou reação do agente antimicrobiano com o biofilme →Diferentes fenótipos expressos ao longo do biofilme, podendo apresentar áreas com microrganismos mais resistentes ou mais suscetíveis ao agente →Taxa de crescimento lenta quando comparada a células isoladas →Possibilidade de inativação ou neutralização do agente antimicrobiano por enzimas produzidas por algumas das espécies presentes na comunidade. COMPOSIÇÃO E DINÂMICA DE ÍONS MINERAIS NO BIOFILME DENTAL Composição do biofilme: →Células microbianas ocupam 70% do volume do biofilme e resto ocupa a matriz extracelular e porção líquida do biofilme dental (fluido do biofilme). Composição da matriz extracelular: → polissacarídeos produzidos pelas bactérias, → outras macromoléculas → elementos derivados da saliva e fluido gengival. Compartimentos que compõem o biofilme dental podem ser divididos em: →sólido (compartimento que contém todas as células microbianas e a porção da matriz extracelular que não é solúvel) →líquidos (a fração líquida que permeia as células e a matriz extracelular) →importante no processo físico-química da cárie O que dependerá a prevalência destes biofilmes: →fatores ambientais → (biofilme supra x subgengival; regiões interproximais, oclusais ou livres; etc.) com a dieta do indivíduo CONCENTRAÇÃO DE CÁLCIO, FOSFATO E FLUORETO NO BIOFILME E SUA IMPORTÂNCIA NA MANUTENÇÃO DOS MINERAIS DENTAIS ➤ Os íons presentes de forma livre no biofilme dental determinam se o dente irá ganhar ou perder minerais. A concentração de íons cálcio, fosfato e hidroxila no fluido do biofilme reflete sua concentração na saliva, pois esta banha continuamente o biofilme e o enriquece com os íons minerais naturalmente presentes em sua composição. →A equação representa o equilíbrio entre os minerais da estrutura dental (fórmula química da hidroxiapatita [HA]) e os íons dissolvidos no fluido do biofilme. →A Concentração desses íons no fluido do biofilme é normalmente maior do que na saliva, uma vez que o fluido é o compartimento que está em íntimo contato com o dente, e recebe diretamente os íons dissolvidos da estrutura dental ou dos reservatórios presentes na porção sólida do biofilme Na porçãosólida do biofilme dental, íons Ca++, PO4 e [F-] ficam retidos de diferentes formas: →Devido as elevadas cargas negativas (fosfato e carboxílicos) na superfície bacteriana e proteínas da matriz extracelular, cátions como o cálcio são naturalmente adsorvidos a elas, permanecendo retidos por atração de cargas distintas. →interação ocorre principalmente com (PO 3-) ou (COO-) nas bactérias/proteínas →Pelo fato de o cálcio (íon divalente), interage também com íons fluoreto que ficam retidos no biofilme por “pontes” de cálcio Princípio básico da formação de cálculo: →A supersaturação de fosfatos de cálcio no biofilme pode levar a sua mineralização (princípio de cálculo). Ambos os reservatórios de minerais descritos (biológico e mineral precipitado) são capazes de liberar esses íons mediante uma queda de pH: →Minerais contendo fosfato são naturalmente solúveis em ácido; além disso, as interações iônicas entre Ca++ e cargas negativas em bactérias e proteínas podem ser suplantadas pela interação de íons H+ com essas cargas negativas, liberando Ca (e F- ligado a ele) para o fluido do biofilme →Assim, durante uma queda de pH no biofilme, espera-se um aumento natural na concentração de íons cálcio, fosfato e fluoreto no fluido do biofilme dental, que podem então funcionar como tampões minerais (funcionando como tampões durante uma queda de pH) →Sendo alvo de pesquisas para diminuir a cariogenicidade do biofilme dental →Assim, clinicamente, o enriquecimento do biofilme com cálcio e fosfato tem limitada ação anticárie. Representação esquemática das formas de retenção de íons cálcio, fosfato e flúor no biofilme dental. São chamados de reservatórios biológicos os íons ligados em bactérias e proteínas A possibilidade de aumentar o reservatório de fluoreto no biofilme pode interferir em sua cariogenicidade: →Concentração alta por várias horas INTERAÇÃO AÇÚCAR E BIOFILME DENTAL →A queda instantânea do pH no biofilme dental e não na saliva decorre do fato de que as bactérias estão concentradas no biofilme EFEITO IMEDIATO O efeito é mais acentuado e rápido na exposição a carboidratos simples e rapidamente fermentáveis (glicose, frutose e sacarose) e menos acentuado e mais lento mediante a exposição a polissacarídeos da dieta, como o amido Curva de Stephan: →drástica queda do pH do biofilme, atingindo-se o pH mínimo em cerca de 5 a 10 minutos. →a queda de pH é menos acentuada e o retorno mais rápido na arcada inferior do que na superior, pelo maior acesso à saliva no primeiro →exposição contínua: o pH mínimo será atingido e mantido durante o período de tempo em que o substrato acidogênico estiver disponível →Mais saliva: menor o efeito →Raramente o pH fica abaixo de 4, pois organismos acidúricos como Streptococcus mutans e lactobacilos não conseguem manter seu metabolismo em pH extremo. O metabolismo do biofilme durante os períodos de “miséria” Representação esquemática da dissolução de minerais precipitados no biofilme e liberação de íons cálcio e fluoreto ligados a bactérias/proteínas durante a queda de pH pela fermentação de açúcares. Os íons H+ são capazes de deslocar íons cálcio e fluoreto ligados a radicais negativos na superfície de bactérias e proteínas da matriz extracelular. Além disso, a condição de subsaturação pelo baixo pH dissolve minerais fosfatados precipitados no biofilme. Os íons são liberados para o fluido do biofilme →requer o máximo aproveitamento dos nutrientes disponíveis, ocorrendo o direcionamento do metabolismo para a produção de ácido acético, fórmico e etanol, o que gera mais energia (na forma de ATP). → Caracteristica de bactérias acidogênicas que sobrevivem →Após a fase do pH mínimo, se inicia a elevação, que ocorre pela lavagem dos açúcares e ácidos produzidos e pelo tamponamento destes. ↳ O biofilme também contém espécies que são capazes de metabolizar nutrientes e gerar produtos que elevam o seu pH, como amônia. Hipótese da placa ecológica: frequente exposição a açúcares fermentáveis cria diversos episódios de pH ácido no biofilme, que por sua vez selecionam microrganismos ácido-tolerantes (acidúricos), causando uma modificação ecológica do biofilme (de uma microbiota compatível com saúde bucal para uma microbiota cariogênica) ↳ o pH em jejum de indivíduos que estão expostos constantemente à açúcares fermentáveis é mais baixo dos que não estão Os polissacarídeos capazes de funcionar como reserva durante o período de jejum são de dois tipos: →intracelulares: Os polissacarídeos intracelulares são polímeros de glicose (tipo glicogênio) sintetizados a partir de açúcares que são captados pelas bactérias, mas não chegam a ser quebrados para a produção de ácidos (Durante o rápido metabolismo que ocorre diante da exposição do biofilme a açúcares, é normal que parte seja armazenada na forma de polissacarídeos de reserva) →extracelulares: (característica da sacarose) produzidos por enzimas extracelulares secretadas do biofilme (glucosiltransferases e frutosiltransferases) →seu substrato exclusivo é a sacarose →A glucosiltransferase irá sintetizar polissacarídeos de glicose, transferindo esse monossacarídeo da sacarose para o polímero em formação →a frutosiltransferase irá sintetizar polissacarídeos de frutose, polimerizando unidades desse monossacarídeo obtidas a partir da quebra da sacarose POLÍMEROS DE GLICOSE (GLICANOS): formados pela enzima glicosiltransferase, apresentando-se como uma massa gelatinosa extracelular sobre a superfície da bactéria. Podem apresentar a maioria das ligações na posição α-1.6, sendo denominados “dextranos”, ou predominância de ligações α-1.3, sendo chamados “mutanos”. Os mutanos são altamente insolúveis e rígidos e podem formar agregados fibrosos enquanto os dextranos formam cadeias flexíveis, sendo mais solúveis. POLÍMEROS DE FRUTOSE (FRUTANOS): formados pela enzima frutosiltransferase, são polímeros extracelulares de frutose bastante solúveis, com ligações β-2.6. Estes polímeros são formados em uma extensão menor do que os glicanos. EFEITO NA ESTRUTURADA MATRIZ DO BIOFILME Um tipo de polissacarídeo produzido por glucosiltransferases não funciona como reserva →mutano →Polissacarídeo insolúvel: é capaz de aumentar a cariogenicidade do biofilme pela modificação da matriz extracelular do mesmo, se torna mais pegajosa (capaz de facilitar a aderência de microrganismos no biofilme), volumosa e porosa →uma vez produzido, não mais será removido do biofilme (já que não é metabolizado, pois no biofilme não há produção da enzima mutanase para sua degradação); pode ser desintegrado por meio de ações mecânicas, como a escovação AÇÚCARES DA DIETA E POTENCIAL CARIOGÊNICO Sacarose é o único açúcar que é substrato para a síntese de polissacarídeos extracelulares que modificam a estrutura da matriz do biofilme →Lactose não é tanto pq há Ca e fosfato em sua composição →Amido não é tanto pois precisa ser hidrolisado (maior o grau de gelatinização do amido, mais suscetível ele estará à degradação enzimática, aumentando o seu potencial cariogênico.) →Ambos afetam a dentina Açúcares da dieta e potencial cariogênico: sacarose lidera, pois é o único açúcar substrato para síntese de polissacarídeos (estruturais ou de reserva), além de ser fermentável. A lactose não possui potencial de baixar o pH para desmineralizar o esmalte, apenas dentina, então pode causar cárie em dentina e raiz expostas. O amido é um polissacarídeo de glicose que é hidrolisado na cavidade bucal por amilase salivar para fornecer produtos fermentados, também é cariogênico para a dentina. PROGRESSÃO DE LESÕES DE CÁRIE Depende: Idade do biofilme, Frequência
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