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MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. André de Faria Thomáz
MACROECONOMIA
Marília/SP
2022
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
07
14
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
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INTRODUÇÃO
Olá Estudante, você sabia que a estrutura macroeconômica está dividida em 
campos de estudo que têm como objetivo principal buscar a estabilidade da economia 
de determinado cenário. Em busca dessa estabilidade, existem os instrumentos 
macroeconômicos na forma de políticas utilizadas pelos governos como, por exemplo, 
as políticas monetária, cambial, fiscal e de renda.
Você sabia que a macroeconomia se preocupa com o reflexo das movimentações 
dos agentes fornecedores e consumidores na estrutura econômica de um determinado 
sistema econômico? Neste capítulo, você aprenderá sobre a macroeconomia, analisando 
as movimentações de agentes fornecedores e consumidores e considerando diversos 
fatores econômicos. Tais análises consideram diferentes cenários, que podem ser 
definidos em termos de regiões, municípios, estados e países.
O sistema econômico pode ser analisado sob aspectos distintos, dando forma 
aos enfoques da ciência econômica. Os termos macroeconomia e microeconomia 
surgiram para dar orientação ao estudo das particularidades existentes na economia e 
no sistema econômico. Sendo assim, segmentando os estudos da economia, podemos 
entender a microeconomia como um ramo de conhecimento da ciência econômica 
que visa a entender ou estudar os problemas de alocação de recursos econômicos, 
ou seja, analisar o comportamento individual dos consumidores e distribuidores. 
Podemos entender a microeconomia, a partir de perspectivas individuais e particulares, 
como o estudo dos movimentos de empresas e consumidores. Os consumidores, à 
medida que aumentam o consumo, maximizam os lucros das empresas fornecedoras; 
da mesma forma, quando diminuem o consumo, reduzem os lucros das empresas. 
Forma-se, assim, uma relação de consumo que estabelece os preços relativos aos 
produtos ou serviços e, ao mesmo tempo, em função da limitação da renda dos 
consumidores, mantém um equilíbrio competitivo nesse cenário de renda e consumo. 
Em suma, a microeconomia, como ramo de estudo da ciência econômica, estuda 
o mercado no que diz respeito às relações de consumo, analisando a atuação 
dos agentes, consumidores e fornecedores a partir de perspectivas individuais. A 
macroeconomia, por outro lado, estuda o relacionamento entre os agentes de um 
determinado sistema econômico, ou seja, analisa as movimentações dos agentes 
fornecedores e consumidores em um determinado cenário, que pode ser definido em 
termos de regiões, países, estados ou municípios.
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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À 
MACROECONOMIA
Introdução
Olá Estudante durante esta aula iremos apresentar informações sobre a origem e 
a evolução da Macroeconomia, bem como seus principais desafios enquanto ciência 
econômica, admitindo sua necessidade a fim de buscar a adoção de políticas que visem 
o equilíbrio econômico e social. Para isso, serão trabalhados os principais problemas 
macroeconômicos, como recessão, desemprego da força de trabalho e inflação, com 
a utilização de seus conceitos e a análise de suas evoluções.
Nessa perspectiva, existem políticas macroeconômicas de curto e longo prazo. As 
políticas de curto prazo estão relacionadas a conjunturas e/ou ciclos econômicos, 
isto é, a flutuações do emprego, desemprego, inflação e deflação. Por outro lado, as 
políticas de longo prazo são voltadas ao crescimento econômico, ou seja: nível de 
vida, desigualdades, distribuição de renda e riqueza etc.
Diante desse cenário, surge o seguinte questionamento: qual é a diferença entre a 
Macroeconomia de curto e longo prazo?
1.1. MACROECONOMIA: ORIGEM E EVOLUÇÃO
Os estudos iniciam-se, agora, a partir da origem e evolução da Macroeconomia. 
Para isso, será abordado o seu nascimento, bem como sua evolução enquanto teoria 
econômica. Assim, serão compreendidos os principais fatores que originaram os 
estudos sobre o tema, como a gênese da história da Macroeconomia e o contexto 
de seu surgimento dentro de um fato marcante da história econômica mundial, 
mudando, assim, a percepção dos agentes econômicos e os governos em relação 
ao funcionamento das economias de mercado.
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1.1.1 O NASCIMENTO DA MACROECONOMIA
A Macroeconomia surgiu em 1933 e foi introduzida pelo economista norueguês 
Ragnar Frisch (1895-1973), também criador da Econometria e ganhador do Prêmio 
Nobel em Ciências, no ano de 1969. O marco do surgimento da Macroeconomia 
ocorreu a partir da publicação, em 1936, da obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro 
e da Moeda, de autoria do economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) 
(PASSOS; NOGAMI, 2016).
Figura 01: Importância da Economia
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
Cabe salientar que o contexto do surgimento da Macroeconomia é o meio da maior 
crise mundial do capitalismo, conhecida como a grande depressão, que se iniciou 
no ano 1929 e perdurou até 1941. Nesse cenário, os economistas confiavam que as 
economias de mercado tinham a capacidade de autorregular-se, por meio de uma 
mão invisível. Acreditava-se que a oferta cria sua própria demanda, isto é, tudo que 
era produzido era vendido (Lei de Say), e que os preços e salários eram capazes de 
se ajustarem no mercado, garantindo o equilíbrio econômico e o pleno emprego.
Entretanto, em 1929, o mercado não foi capaz de se autorregular, pois havia um 
excesso de oferta e um desemprego alarmante. Nesse contexto, surge o pensamento 
Keynesiano, destacando que, às vezes, a mão invisível falha e, quando isso acontece, 
em um cenário de desemprego, falta de recursos, os governos podem intervir, por 
meio de políticas fiscais e monetárias, a fim de melhorar os resultados do mercado.
https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
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Para que se entenda como Keynes foi importante para a evolução da teoria 
macroeconômica, serão apresentados os números assustadores que levaram a grandes 
discussões sobre o porquê de a mão invisível não funcionar. Conhecida como o maior 
choque da economia moderna, a grande depressão provocou queda na produção 
industrial, entre 1930 e 1932, de 50% nos Estados Unidos, de aproximadamente 30% na 
França, de quase 10% na Inglaterra e de cerca de 40% na Alemanha (SAMPAIO, 2016).
Ademais, a deflação, nunca vista antes, atingiu as economias industrializadas, com 
preços caindo mais de 30% nos Estados Unidos e na Alemanha, mais de 40% na 
França e quase 25% no Reino Unido. Isso tudo sem falar no desemprego, que alcançou 
patamares superiores a 24% nos Estados Unidos e Europa (SAMPAIO, 2016).
Nesse panorama, a principal contribuição de Keynes foi a fantástica formade 
olhar para a Macroeconomia e para a política macroeconômica. Antes de Keynes, os 
economistas e as autoridades econômicas aceitavam os altos e baixos dos ciclos 
econômicos como algo inevitável.
Os altos e baixos na economia são conhecidos como ciclos econômicos. Nesse 
sentido, como é possível entender a política keynesiana em relação à temporalidade?
Todavia, com sua obra, Keynes deu um enorme salto intelectual ao apresentar 
dois argumentos: “é possível a persistência de desemprego alto e de capacidade 
subutilizada nas economias de mercado; e as políticas fiscais e monetárias do governo 
podem influenciar a produção e, assim, reduzir o desemprego e encurtar as recessões 
econômicas” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Houve impacto das ideias de Keynes, ao serem apresentadas pela primeira vez 
em um cenário de plena depressão. Notadamente, em um primeiro momento, essas 
ideias ori- ginaram muita controvérsia e discussão. Entretanto, após “a Segunda Guerra 
Mundial, a economia keynesiana passou a dominar a Macroeconomia e a política 
governamental” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Desde aquela época, “novos desenvolvimentos incorporando condicionantes da 
oferta, expectativas e visões alternativas sobre a dinâmica dos preços e dos salários 
cor- roem o anterior consenso keynesiano” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328). 
Apesar de um pequeno número de economistas da contemporaneidade acreditar 
que a ação do governo possa eliminar os ciclos econômicos (como a economia de 
Keynes), “nem a ciên- cia econômica nem a política econômica foram as mesmas 
desde a grande descoberta de Keynes” (SAMPAIO, 2016, p. 328).
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1.1.2 EVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÔMICA
Antes dessa depressão, os economistas clássicos dominavam o pensamento 
econômico, dando ênfase à autorregula cão do mercado, isto é, sem a necessidade 
de interfência do governo, as economias conseguiam utilizar, de forma eficiente, os 
recursos e promover o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Assim, os economistas clássicos acreditavam na plena flexibilidade de preços e 
salários, que sempre iriam ajustar-se ao mercado, atestando o equilíbrio no mercado 
de trabalho e o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Ainda, os clássicos admitiam, 
que a demanda ou procura agregada de bens e serviços, constituída por despesas 
com bens de consumos e gastos em investimentos, não era um fator decisivo do 
nível de produto.
Figura 02: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/apresenta%c3%a7%c3%a3o-estude-professora-4158205/
Não obstante, segundo a Lei de Say, de fato, se as economias se comportassem 
de acordo com esses pressupostos, os níveis de produto e emprego já estariam 
determinados e a competição ajudaria a manter ou direcionar a economia para o 
pleno emprego. Por exemplo, se a quantidade ofertada superasse a demandada, a 
competição forçaria os preços para baixo, até garantir que todos os bens fossem 
comprados pelos consumidores. Nesse sentido, por algum motivo, se os trabalhadores 
estivessem desempregados, eles iriam competir por trabalho, oferecendo-se para a 
função por um salário mais baixo.
Além disso, Keynes tratou da rigidez salarial, chamando a atenção dos sindicatos. 
A rigidez salarial levaria ao desemprego involuntário, ou seja, quando os trabalhadores 
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procuram empregos, e não encontram. Nessa perspectiva, a economia operaria abaixo 
do pleno emprego.
Keynes enfatiza, ainda, que os níveis de produto e emprego são determinados 
pela demanda agregada. Diferentemente, os economistas clássicos enfatizavam que 
a oferta cria sua própria demanda. Para Keynes, a demanda agregada é constituída 
pela demanda dos consumidores, das firmas, do governo e das exportações líquidas.
De fato, para Keynes, o valor do produto total é decorrente do valor total da renda 
e do nível de emprego, que são determinados pela demanda agregada. Aqui, Keynes 
refuta a Lei de Say, pois, para ele, a crise ocorre pela insuficiência de demanda. Se 
não há for- ças que promovam o pleno emprego de forma automática, é necessária 
a intervenção do governo, a fim de melhorar os resultados do mercado.
A intervenção do governo, para Keynes, seria por meio de política fiscal e monetária 
expansionista. Esse argumento leva ao fim o não intervencionismo da economia na Era 
Clássica, que se iniciou em 1776 com Adam Smith e a publicação de seu trabalho A 
Riqueza das Nações. Assim, o discurso de que o governo poderia intervir na economia 
para prevenir ou enfrentar as recessões econômicas foi tão bem aceito que tal conjunto 
de ideias foi denominado Revolução Keynesiana, sendo adotado por inúmeros países.
Nesse sentido, passou-se a acreditar que o combate a recessões poderia ser realizado 
por meio de políticas fiscais e monetárias. Com isso, a maioria das economias cresceu 
rapidamente, sem grandes problemas macroeconômicos, como recessão e inflação, 
até os anos de 1970 (PASSOS; NOGAMI, 2016).
De fato, a partir de 1970, muitos países passaram por um fenômeno chamado 
estagflação, isto é, uma combinação de estagnação econômica (crescimento baixo 
ou negativo e elevado desemprego) com alta inflação. Nesse momento, houve uma 
contrarrevolução, na qual surgiram os monetaristas (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Os monetaristas, em oposição ao pensamento keynesiano, passaram a argumen- tar 
que a economia de mercado é autorreguladora, isto é, se não houver intervenção do 
governo, tende a voltar ao pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Por outro lado, os 
keynesianos acreditavam que os desequilíbrios exigiam intervenções governamentais.
Cabe ressaltar que, para os monetaristas, a inflação é um fenômeno essencialmente 
monetário e a moeda é a variável mais importante na determinação da demanda 
agregada da economia (PASSOS; NOGAMI, 2016). Nessa perspectiva, para combater 
a inflação, é necessário um controle efetivo do estoque de moeda.
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Ademais, as mudanças na política monetária, como aumentos na oferta de moeda, 
podem estimular a demanda agregada e ter um impacto na economia no curto prazo. 
Por outro lado, no longo prazo, ocorreria o processo inflacionário (PASSOS; NOGAMI, 
2016). Dessa forma, para os monetaristas, a moeda seria perniciosa, pois eles defendiam 
que as flutuações econômicas podem ser resultado de alterações na oferta de moeda. 
Notadamente, para os monetaristas, uma oferta de moeda estável seria o verdadeiro 
segredo da estabilidade econômica.
Já entre as décadas de 1970 e 1980, surgem as escolas das expectativas racionais, 
lideradas por Robert Lucas e Robert Barro. Tais escolas ficaram conhecidas como os 
novos clássicos, sustentando que a economia é autorreguladora e que as políticas 
governamentais não são eficazes para estabilizá-la.
A ideia das expectativas racionais dos novos clássicos consiste em afirmar que as 
pessoas e empresas obtêm suas expectativas com relação ao futuro de forma racional. 
Por isso, as políticas econômicas não têm tanto efeito como o previsto, visto que as 
pes-soas constroem suas expectativas com base no passado e no futuro, por causa 
do acesso à grande quantidade de informação. Sendo assim, conforme o caminhar 
da economia, os agentes econômicos são capazes de prever as ações do governo. 
Consequentemente, tais ações tornam-se ineficazes (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Considerando uma economia que esteja indo em direção a uma recessão, os preços 
e salários tendem a cair, porém, se houver uma política expansionista, os preços não se 
reduzirão, visto que os agentes econômicos, ao identificarem a política expansionista, 
acredi- tam que haverá um aumento da demanda. Com isso, os preços permanecerão 
altos e um aumento na oferta monetária irá pressiona-los, gerando inflação.
Num período maisrecente, nasceu outra escola de pensamento: os defensores do 
ciclo real de negócios, argumentando que os choques da economia são tecnológicos 
e, sendo assim, não são os choques de demanda ou choques políticos que explicam 
as flutuações econômicas (PASSOS; NOGAMI, 2016). Surgiram, também, os 
neokeynesianos, tentando colocar as ideias fundamentais de Keynes em um esquema 
teórico mais sólido.
Por fim, nasceram os defensores do papel das instituições e da tecnologia, 
denomina- dos institucionalistas. Fazem parte dessa corrente de pensamento John 
Kenneth Galbraith, Thorstein Veblen, dentre outros, que centravam sua análise no 
papel desempenhado pelas instituições no processo de formação de preços e de 
alocação de recursos.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA 
Nesse contexto, surge uma alternativa à visão clássica: a obra de Keynes. Tal 
obra sustentava a ideia de que a economia poderia atingir o equilíbrio por meio da 
intervenção do governo, para direcionar a economia para o pleno emprego. Keynes 
buscou mostrar que não há perfeita flexibilidade de preços e salários e que o pleno 
emprego de recursos não estaria garantido. 
ANOTE ISSO
Ainda, conforme os economistas clássicos, a renda das pessoas era direcionada 
para a aquisição de bens e serviços. Caso parte dessa renda fosse poupada, a 
poupança seria canalizada para se adquirir títulos. O volume de poupança, então, 
correspondia ao volume de fundos financeiros, que seriam emprestados a outros 
agentes econômicos para se adquirir bens de capital. Assim, as flutuações na 
taxa de juros asseguravam que toda poupança planejada fosse emprestada. 
Nesse sentido, os clássicos acreditavam que a produção criava a oferta e, então, 
a demanda equivalente. Tal pensamento foi aceito até 1930, porém, com a grande 
depressão, surgiram as insatisfações em relação à teoria clássica, principalmente a 
de que a economia operava no pleno emprego e que não haveria capacidade ociosa 
nas empresas. Na verdade, a teoria clássica não podia explicar, e muito menos 
oferecer, alternativas para a economia sair do desemprego.
https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA
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CAPÍTULO 02
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
Introdução
Prezados Estudantes, neste momento iremos conversar sobre as flutuações 
econômicas, abordaremos alguns aspectos do Produto Interno Bruto (PIB) real e 
potencial, com ênfase nos principais problemas macroeconômicos, como: recessão, 
desemprego da força de trabalho e inflação. Notadamente, será trabalhada em conjunto 
a Macroeconomia de curto prazo, e também serão compreendidos os aspectos dessa 
política em longo prazo. 
2.1 OS DESVIOS DO PIB REAL EM RELAÇÃO AO PIB POTENCIAL
Tendo em vista o nascimento e a evolução da teoria em questão, você, provavelmente, 
já percebeu ao menos alguns dos principais objetivos e instrumentos das políticas 
macroeconômicas. Os principais objetivos são: crescimento do nível de produção, 
elevação do nível de emprego e níveis de preços estáveis, ou seja, uma economia livre 
da recessão, desemprego e sem significativas variações de preços. Para isso, existem 
instrumentos, como a política fiscal e a política monetária.
Nessa perspectiva, o sucesso econômico depende da condução do nível de produção 
de bens e serviços numa economia. Como medida para esse nível de produção, existe 
o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é a quantificação do valor de mercado de todos 
os bens produzidos num país durante um ano, como habitação, educação, alimentos, 
cerveja, automóveis, concertos, passeios, dentre outros.
Existem duas formas de medição do PIB: o PIB real e o PIB nominal. O PIB real é 
calculado a preços constantes ou invariáveis, levando em consideração a quantidade 
produzida e eliminando os efeitos da inflação. Já o PIB nominal é medido a preços 
correntes de mercado, isto é, no ano em que o produto foi produzido e comercializado.
Dessa forma, o processo de crescimento econômico ocorre a partir de um cresci- 
mento contínuo no longo prazo do PIB real e uma melhoria dos padrões de vida de 
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uma população. O PIB potencial representa o nível de produção sustentável máximo 
que uma economia pode alcançar (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Ao se comparar a diferença entre o PIB real e o PIB potencial, há o hiato do produto. 
Por que calcular o hiato do produto?
De acordo com Dornbusch, Fischer e Startz (2013), o hiato do produto é a diferença 
entre o produto real e o produto potencial, isto é, o que a economia poderia produzir 
no pleno emprego, dados os recursos existentes. Assim:
Hiato do produto = produto real – produto potencial.
Tal fato pode ser observado na figura “PIB real e potencial nos Estados Unidos”.
O PIB real e potencial nos Estados Unidos”, o hiato do produto nos anos de 1930 
a 1940 e perceba que o PIB real estava muito abaixo do PIB potencial. Quando isso 
ocorre, tem-se como consequência um desemprego elevado. Ainda na referida figura, 
após 1940, o PIB real ficou acima do PIB potencial. Nesse caso, quando a produção 
cresce acima do produto potencial, a inflação dos preços tende a aumentar.
Notadamente, o produto potencial é determinado pela capacidade de produção da 
economia, a qual depende destes fatores: capital, trabalho, terra e eficiência tecnológica. 
Assim, o PIB potencial tende a crescer de forma gradativa, uma vez que os fatores de 
produção variam lentamente ao longo do tempo.
Em contrapartida, o PIB real está sujeito a grandes variações cíclicas. Logo, durante 
as recessões cíclicas, ele cai abaixo do seu potencial, aumentando o desemprego 
(SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Nesse sentido, a inflação, o crescimento e o 
desemprego estão relacionados ao ciclo econômico, que é um padrão de expansão 
e contração da atividade econômica ao longo de uma trajetória de crescimento 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013), conforme apresentado na figura “Ciclos 
econômicos”.
A atividade econômica é alta em rela- ção à tendência; em um vale cíclico, é atingido 
o ponto baixo na atividade econômica. Todos (inflação, crescimento e desemprego) 
possuem padrões cíclicos” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 14). É importante, 
agora, prestar atenção no comportamento do produto (PIB) em relação à tendência 
do ciclo econômico.
Essa trajetória de tendência do PIB seria a trajetória que ele tomaria se os fatores 
de produção fossem plenamente empregados. Mas não é isso que ocorre o tempo 
todo, pois o PIB varia constantemente, ou seja, a população aumenta, os empresários 
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adquirem máquinas e equipamentos, o conhecimento melhora, enfim, todos esses 
recursos aumentados permitem que o nível do produto cresça.
Em contrapartida, os fatores de produção não são empregados o tempo todo, 
visto que, para isso, todas as pessoas teriam que estar trabalhando, em média, de 8 
a 16 horas por dia. Em “termos econômicos, há o pleno emprego de trabalho quando 
todas as pessoas que querem um emprego podem encontrá-lo em um intervalo de 
tempo razoável”.
Nessa perspectiva, o hiato do produto permite mensurar o tamanho de seus desvios 
cíclicos, em relação ao produto potencial, ou da tendência do produto (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013). Assim, para buscar equilíbrio econômico de curto prazo e 
controlar o hiato do produto, é necessário evitar as grandes variações cíclicas do PIB 
real. Para isso, o governo pode utilizar dois instrumentos: a política fiscal e a política 
monetária.
A política fiscal utiliza impostos e gastos do governo. Os gastos do governo 
correspondem às compras governamentais, gastos com bens e serviços e transferência 
de rendas (aposentadorias, seguro desemprego e bolsa família). Dessa forma, uma 
ampliação das despesas do governo influenciao nível global de despesa da economia, 
bem como o PIB. Por causa do peso dos gastos do governo na economia, um aumento 
desses implica uma elevação do PIB. Por outro lado, uma redução das despesas 
reduz o PIB.
Existem, ainda, os tributos que afetam a economia, visto que os impostos influenciam 
as rendas das pessoas e, por sua vez, o consumo (SAMPAIO, 2016). Nessa perspectiva, 
deixar as pessoas com maior ou menor renda disponível provoca efeitos relevantes na 
economia. Por exemplo, o governo pode tentar estimular a economia com desemprego 
de recursos, ou seja, por meio de uma redução dos impostos, ampliando a renda 
disponível para as famílias para que elas passem a ter mais renda para gastar ou 
poupar. Sendo assim, essa medida provoca um crescimento do PIB. Em contrapartida, 
um aumento no imposto leva a um efeito contrário, reduzindo, assim, o PIB.
Por outro lado, existe a política monetária, considerada o segundo instrumento mais 
importante da política macroeconômica (SAMPAIO, 2016). Tal política é conduzida pelo 
governo por meio da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário.
Você já deve ter notado como o Banco Central do Brasil aumenta e reduz a taxa 
de juros da economia. O Banco Central afeta a economia ao determinar as taxas de 
juros de curto prazo e também pela compra e venda de títulos públicos. Por exemplo, 
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para segurar a inflação, o governo pode decidir aumentar a taxa de juros. Dessa forma, 
as pessoas serão incentivadas a deixarem de consumir e a aplicarem o dinheiro em 
títulos públicos. Com a aquisição de tais papéis, “retira-se” o dinheiro de circulação. 
Nesse caso, a pessoa, incentivada pelo aumento dos juros, pode deixar de comprar 
um caro zero para adquirir títulos.
Por outro lado, se a economia estiver em recessão e o governo decidir estimular 
o con-sumo, ele pode reduzir a taxa de juros, tornando os títulos públicos não tão 
atrativos assim, o que faria com que as pessoas pudessem preferir a moeda para 
realizar as transações ao invés de adquirir títulos. Assim, Samuelson e Nordhaus 
(2012) afirmam que a política monetária tem um efeito importante tanto sobre o PIB 
real quanto sobre o PIB potencial.
2.2 MACROECONOMIA DE CURTO E LONGO PRAZO
A história econômica, ao ser observada, é descrita conforme o desempenho 
macroeconômico das economias. O qual pode ser analisado conforme as relações 
entre a demanda e a oferta agregada, uma vez que tais relações explicam as principais 
tendências de variações nos preços, quando se leva em consideração o equilíbrio do 
mercado de bens, financeiro e de trabalho, o que pode ser observado, na figura “Oferta 
e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”.
Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas. 
Pense que o nível da oferta agregada é a quantidade de bens que a economia pode 
produzir, de acordo com os recursos e a tecnologia disponíveis. Por outro lado, o nível de 
demanda agregada é a demanda total por bens de consumo, por novos investimentos, 
por bens adquiridos pelo governo e por bens líquidos a serem exportados.
A Oferta e Demanda agregadas determinam as principais variáveis macroe conômicas, 
observe, os principais determinantes que afetam a atividade econômica global. Do lado 
esquerdo, estão as variáveis que determinam a demanda e a oferta agregadas. No 
centro, mostra-se como elas interagem entre si. Finalmente, o lado direito apresenta 
o resultado em termos de produto, emprego, nível de preços e comércio externo.
Apesar da oferta agregada, as empresas estão, em geral, dispostas a venderem tudo 
o que puderem pelo maior preço possível (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Assim, 
durante uma expansão, as empresas se esforçam para entregar todos os produtos 
demandados. Em contrapartida, em tempos de contração de demanda, as empresas 
podem perceber que possuem excesso de capacidade e de custos.
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Figura 01: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-troca-moeda-economia-5723747/
Nesse sentido, a produção nacional e o nível geral de preços dependem do comporta- 
mento da oferta e também da demanda agregada (DA). Na parte de cima da figura 
“Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”, 
tem-se a demanda agregada, que é igual ao total da despesa em bens e serviços, 
dependendo do nível de preços e das políticas fiscal e monetária.
A demanda agregada é composta por consumo, investimentos, gastos do governo 
e exportações menos importações.
Assim, a demanda agregada é afetada pelos seus componentes e pelas variáveis 
exógenas, como o gasto do governo. Nesse sentido, quando há um equilíbrio entre 
oferta e demanda agregada, a produção nacional e o nível de preços estão estabelecidos 
no patamar em que há consumidores dispostos para a compra e empresas dispostas 
para a venda.
Desse modo, a relação de oferta agregada reflete os efeitos do produto sobre o 
nível de preços e decorre do equilíbrio no mercado de trabalho, isto é, da relação entre 
o nível de preços, o nível de preços esperado e o nível de produção. Por outro lado, a 
relação de demanda agregada reflete o nível de preços sobre o produto.
No curto prazo, as variações no produto da economia são causadas tanto por variações 
na oferta agregada quanto na demanda agregada. Ao se analisar, no curto prazo, as 
curvas de OA e DA, verifica-se que a curva de oferta agregada é horizontal. 
No médio prazo, o produto é determinado pelo equilíbrio no mercado de trabalho, no 
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qual a velocidade do ajuste de preços é resumida na curva de Phillips, que relaciona 
inflação e desemprego. Por isso, as curvas de oferta e demanda agregada possuem 
uma inclinação intermediária.
Assim, em uma economia com capacidade de produção fixa, “no longo prazo, o nível 
de produto é determinado somente por considerações por parte da oferta. Basicamente, 
o produto é determinado pela capacidade produtiva da economia” (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013, p. 6). O nível de preços é determinado pela demanda em 
relação ao produto que a economia pode ofertar. A seguir, há a figura “Oferta agregada 
e demanda agregada: longo prazo”.
A Oferta agregada e demanda agregada: longo prazo”, há o diagrama da oferta e de 
demanda, agregada com uma curva de oferta agregada vertical. Na curva de oferta 
agregada (OA), está representada, a cada nível de preços, a quantidade de produto 
que as empresas estão dispostas a ofertar (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). 
Com isso, a posição da curva de oferta agregada depende da capacidade produtiva 
da economia.
Na curva de demanda agregada (DA), está apresentado, a cada nível de preços, 
o nível de produto no qual os mercados de bens e os mercados monetários estão, 
simultaneamente, em equilíbrio (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). A posição da 
curva de demanda agregada depende das políticas monetárias e fiscais e do nível de 
confiança do consumidor. A interseção da oferta agregada com a demanda agregada 
determina preço e quantidade.
Em longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical. O produto está atrelado à 
posição em que essa curva de oferta atinge o eixo horizontal. O nível de preços, por 
sua vez, pode assumir qualquer valor” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 
7). Logo, no longo prazo o produto é determinado somente pela oferta agregada, e 
os preços são determinados pela oferta agregada e pela demanda agregada. Cabe 
ressaltar que, no longo prazo, conforme ocorre o crescimento econômico, a curva 
de oferta, geralmente, move-se para a direita em ordem de pequenas porcentagens.
Ademais, os movimentos na demanda agregada podem ser pequenos ou gran- 
des. Logo, a única fonte possível de inflação elevadaestá em grandes movimentos de 
demanda agregada, que se deslocam, cruzando a curva de oferta agregada na verti- cal 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). Diante disso, serão abordadas essas relações 
no decorrer do texto. Por isso, o escopo deste material está limitado ao estudo da 
Macroeconomia de curto e médio prazo.
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2.3 DESEMPREGO E PRODUTO
Neste tópico, será trabalhada a relação entre o mercado de trabalho, o produto e 
a determinação de preços e salários. Por isso, é importante frisar que alterações na 
renda interferem na demanda por bens e que variações na demanda por bens levam 
a mudanças no produto, as quais, por sinal, interferem diretamente na renda.
Como a mão de obra é um fator de produção, alterações nos salários podem levar 
a mudanças no nível de preços e também do produto. Para entender essa dinâmica, é 
necessário trazer o conceito de oferta e demanda para o mercado de trabalho. Ao se 
pensar pela lei da oferta, quanto maior a oferta de trabalho, considerando a demanda 
constante, menor serão os salários. Logo, quanto maior o desemprego, menor tende 
a ser o salário.
O contrário é verdadeiro, pois quanto menor a oferta de trabalho, maior tende a ser 
o salário. Ainda, se houver um aumento na demanda por mão de obra, mantendo-se 
a oferta constante, o salário tende a subir. Por outro lado, se houver uma redução da 
demanda por mão de obra, os salários tendem a cair (BLANCHARD, 2004).
Pense que as empresas podem demitir em função de uma queda na demanda ou 
reduzir o número de contratações. Se as empresas, inicialmente, optarem pela redução do 
número de contratações, isso levará a uma maior concorrência no mercado de trabalho.
Em contrapartida, se a decisão for demitir, haverá a possibilidade de os que estão 
empregados perderem o emprego, o que pode levar a um alto desemprego e a uma 
piora na situação dos trabalhadores. A probabilidade de que os trabalhadores venham 
a perder o emprego é maior e, se eles ficarem desempregados, há uma probabilidade 
de permanecerem no desemprego por um período mais longo (BLANCHARD, 2004).
Figura 02: Equilíbrio da Oferta e Demanda
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Assim, considerando a lei da oferta e da demanda no mercado de trabalho, é possível 
inferir que um aumento na taxa de desemprego afeta os salários. Logo, a determinação dos 
salários depende do nível de desemprego, de forma que o nível de desemprego enfraquece 
o poder de barganha do trabalhador, forçando-o a aceitar um salário mais baixo.
Outro fator que pode afetar os salários é o seguro-desemprego, visto que quanto melhor 
ele for, mais as pessoas tenderão a abrir mão do emprego em prol de consegui- rem o 
benefício, o que pode levar a um maior desemprego. Pense que se o seguro-desemprego 
não existisse, o indivíduo, para não ficar desempregado, aceitaria qualquer salário. No 
entanto, com o seguro-desemprego, o trabalhador tenderia a escolher um trabalho que 
oferecesse um salário melhor, para que não fosse necessário abrir mão do benefício em 
prol de um emprego, uma vez que o benefício de seguro desemprego tende a elevar os 
salários.
Agora, imagine que as empresas produzam bens utilizando o trabalho como o único 
fator de produção, embora seja preciso destacar que elas utilizam máquinas e precisam 
de uma infraestrutura. Porém, para efeito de exemplo, considere somente a mão de obra. 
Não obstante, se a mão de obra é um fator de produção, o custo para produzir algum 
bem é o salário (W) do trabalhador. De acordo com Blanchard (2004), para a empresa 
calcular o preço (P) do seu produto, levará em consideração a margem de lucro (m) que 
deseja obter e também o valor dos salários. 
Perceba que os preços possuem uma relação direta com o salário, visto que à medida 
que o salário aumenta, os preços também aumentam, e vice-versa. 
A razão entre o nível de preços e salários é resultante do processo de formação de preços 
das empresas, que é igual a um mais a margem de lucro, ao se pensar que os salários 
são nominais. Uma elevação na margem de lucros das empresas leva a um aumento de 
preço, o que provoca uma redução no salário real (BLANCHARD, 2004).
Como os salários são fixados por um determinado período, durante um tempo, mesmo 
que haja um aumento de preço, os salários, normalmente, não serão reajustados, ou seja, 
esse reajuste demora um tempo. Portanto, como os preços dos produtos dependem dos 
salários e da margem de lucro, uma margem de lucro maior leva a um salário real menor.
Ademais, o equilíbrio do mercado de trabalho requer que o salário real escolhido na 
determinação dos salários seja igual ao salário real resultante da fixação dos preços. Esse 
equilíbrio, então, determina a taxa de desemprego (BLANCHARD, 2004).
Assim, a taxa de desemprego permite identificar se a economia está operando acima 
ou abaixo de seu nível normal de atividade. Nesse sentido, um alto crescimento do produto 
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leva a uma queda da taxa de desemprego. Por outro lado, o baixo crescimento está asso- 
ciado a uma elevação da taxa de desemprego.
Não obstante, um aumento no produto leva a um aumento do nível geral de preços, o 
que implica em um aumento do emprego. Um aumento do emprego, porém, leva a uma 
redução do desemprego e, portanto, a uma queda da taxa de desemprego (BLANCHARD, 
2004), tendo vista que uma queda da taxa de desemprego leva a um aumento dos salários 
nominais. Logo, um aumento dos salários nominais implica em um aumento dos preços 
definidos pelas empresas, o que equivale a um aumento do nível de preços (BLANCHARD, 
2004).
Cabe ressaltar que há uma dinâmica sobre as expectativas de aumento de preços. 
Por exemplo, um nível esperado de preços mais elevado provoca um nível de preços 
correntes, proporcionalmente, mais alto, ou seja, se o nível de preços esperados dobrar, o 
nível de preços correntes irá dobrar (BLANCHARD, 2004). Esse efeito acontece por meio 
dos reajustes salariais.
Se os responsáveis pelos reajustes dos salários tiverem expectativas de aumento 
de preços, eles estabelecerão salários nominais mais altos. Por sua vez, isso levará as 
empresas a fixarem preços mais elevados (BLANCHARD, 2004). Assim, a relação entre o 
produto e o nível de preços, para um dado valor de nível de preços esperados, é representada 
pela curva OA (oferta agregada.
Dessa forma, a curva, na figura “Oferta agregada” tem três propriedades: primeira- 
mente, uma oferta agregada possui inclinação ascendente, de forma que um aumento 
do produto leva a um aumento do nível de preços; em segundo lugar, a curva de oferta 
agregada passa pelo ponto A, no qual o produto (Y) é igual ao seu produto natural (Yn) 
e o seu nível de preços (P) é igual ao nível de preços esperados (Pe); por fim, aumentos 
no nível de preços farão com que a curva de oferta agregada desloque-se para cima, e a 
queda nos preços levará a um deslocamento da curva para baixo.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4 
A Macroeconomia é diferenciada pelos economistas entre de médio e de longo 
prazo. A Macroeconomia de curto prazo considera os preços e salários fixos. 
Portanto, analisa os ciclos econômicos bem como os fatores que estabelecem o 
produto, determinado pela demanda. Assim, muitos fatores afetam a demanda, 
desde a confiança do consumidor até as políticas fiscais, monetárias e cambiais.
https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4
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ANOTE ISSO
Já a Macroeconomia de médio prazo estuda o que determina o produto, como 
recursos tecnológicos, estoque de capitais e força de trabalho. No longo prazo, os 
preços e salários são flexíveise o produto é determinado pelos fatores de produção. 
Assim, são estudadas as relações entre crescimento econômico, renda e riqueza, 
distribuição de renda e a razão de alguns países serem ricos enquanto outros são 
pobres. Para isso, as políticas econômicas de longo prazo, comumente, focam em 
fatores como instrução, pesquisa, poupança e papel do governo. 
	INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
	FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS

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