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A literatura infantil brasileira - do século XIX ao século XX

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24/04/2022 18:48 AVA UNINOVE
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César Borges (1824-1891), comO livro do povo(1861); Abílio Antônio Marques Rodrigues
(1826-1873), que publicouO método Abílio(1869); Hilário Ribeirode Andrada e Silva
(1847-1886), comA Série Instrutiva(1882); Júlia Lopesde Almeida (1862-1934), com a
A literatura infantil brasileira - do
século XIX ao século XX
APRESENTAR UM PANORAMA HISTÓRICO DA LITERATURA INFANTIL NO CONTEXTO BRASILEIRO PARA
PERMITIR A REFLEXÃO SOBRE SUA TRAJETÓRIA E QUESTIONAR SEUS RUMOS NO MOMENTO
BRASILEIRO PRESENTE, BEM COMO A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA LITERATURA INFANTIL ÀQUELES
PROFISSIONAIS VINCULADOS À ÁREA DA EDUCAÇÃO, EM PARTICULAR À PEDAGOGIA.
Entre o século XIX e o século XX: 
a literatura infantil brasileira
Continuemos, nessa aula, nosso percurso histórico pelas trilhas da Literatura Infantil conhecendo suas
bases mais significativas, a fim de entendê-la melhor no contexto contemporâneo brasileiro.
 
Com o movimento cultural Renascentista, na Europa Ocidental (séculos XV e XVI), novos valores e
concepções de mundo emergiram. É o momento de transição entre uma visão cristã teocêntrica (centrada
em Deus) e uma nova série de descobertas científicas (Galileu, Copérnico, Kepler), conquistas de terras pela
expansão marítima e reformas religiosas (Lutero e o protestantismo; o catolicismo e a contrarreforma) que
começam a delinear uma visão de mundo centrada na racionalidade do homem (antropocentrismo), a qual
resulta na ascensão de uma civilização humanista (baseada na antiguidade greco-romana e adaptada ao
Cristianismo), liberal e burguesa, com novos costumes de higienização e civilidade, segundo um modelo
educacional da nobreza culta  (BOTO, 2002, apud FERNANDES, 2008).
 
Com a popularização do papel no século XIV e a invenção da imprensa no século XV, surge o livro em série,
propagando novas ideias e extinguindo a função dos copistas.
Alguns livros e autores se destacam:
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obraContos Infantis(1886); Zalina Rolim(1869-1961) e Francisca Júlia (1871-1920), com
as obrasLivro das crianças(1897) eO livro da Infância(1899).
 
Outros nomes de grande destaque no universo escolar, durante o entre-séculos, foram:
Felisberto de Carvalho (Livros de Leitura e Série Didática/1890); Romão Puiggari (Coisas
Brasileiras/1893); Romão Puiggari e Arnaldo de Oliveira Barreto (Série Puiggari/
Barreto/1895); Arnaldo de Oliveira Barreto (Cartilha das Mães/ 1895); João Kopke (Livros
de Leitura/1895); Fausto Barreto e Carlos Laet (Antologia Nacional/1895); e Figueiredo
Pimentel (Contos de Carochinha/1896).
(FERNANDES, 2008)
O século XX: literatura brasileira 
e novas perspectivas para o século XXI
No início do século XX, o principal escritor de destaque para a literatura infantil brasileira foi Olavo Bilac
(1865-1918), em uma linha nacionalista ufana, de um idealismo de época, evocando o amor à pátria e o
militarismo. Um dos principais livros é Através do Brasil (1910), escrito com o educador Manuel Bonfim,
seguindo o gênero da viagem pedagógica, que conta a história de irmãos órfãos e um amigo que viajam
pelo país, passando em especial pelas terras do São Francisco e experimentando suas transformações
históricas, geográficas e dramáticas.
Segundo Marisa Lajolo (1982 apud FERNANDES, 2008), Bilac e Bonfim detinham "a faca e o queijo na mão:
além de uma edificante tarefa patriótica, uma promissora fonte de renda, assegurada pela facilidade com
que seus livros seriam adotados".
Com Monteiro Lobato (1882-1948), entretanto, divide-se o Brasil de ontem e o Brasil de hoje. Lobato
alcança "o caminho criador que a literatura infantil estava necessitando. Rompe, pela raiz, com as
convenções estereotipadas e abre as portas para as novas ideias e formas que o nosso século exigia"
(COELHO, 1991 apud FERNANDES, 2008). Lobato estreia no gênero infantil em 1921, com o livro A Menina
do Narizinho Arrebitado, que abre caminho para diversos outros livros que contam as histórias da turma
do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Rompendo com o modelo europeu, Lobato enfatizava a necessidade de se
criar uma Literatura Infantil nacional.
 
Com inúmeras aventuras, as narrativas de Lobato se constroem com elementos da história, da tradição oral,
das lendas e dos mitos, buscando "redescobrir realidades estáticas, cristalizadas pela memória cultural, e
dar-lhes nova vida, em meio às reinações do pessoal que vive no Sítio do Pica-Pau Amarelo" (COELHO,
1991, p. 230 apud FERNANDES, 2008).
 
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rompe-se com a obraOu isto ouaquilo. E, em Vinícius de Moraescom a publicação da
obraA arca de Noé(1970). Nessa obra, Vinícius explorao jogo sonoro, a perspectiva infantil
assumida pela voz poética, o humore aproveita recursos típicos da poesia popular como a
quadra, a redondilhae a rima nos versos pares, além da temática animal, um dos temas de
maior empatia junto as crianças (2008).
Cecília Meireles  (1901-1964) foi outra célebre escritora de textos infantis no século XX. Em 1924,
publica  Criança meu amor, obra de abertura da poetisa dentro do gênero infantil (FERNANDES, 2008).
Cecília Meireles, Monteiro Lobato e Vinícius de Moraes foram responsáveis pela renovação da literatura
infantil brasileira, integrando uma nova maneira de expressão artística na linguagem infantil com os
valores moralizantes tradicionais e novas propostas de formação. A importância do lúdico como
característica da expressividade da literatura infantil é marcante. Segundo Fernandes (2008), o paradigma
utilitarista e moral-cívico de Meireles.
Na segunda metade do século XX, "sobretudo com a difusão das novas pesquisas psicolinguísticas em torno
do ludismo" (Dewey, Montessori, Declory, Claparède, Piaget, Vigotski) "e da socialização infantil, inicia-se
uma forma diferente de conceber a literatura infantil e o seu papel" (FERNANDES, 2008), o que tem
consequências como a reestruturação de leis e documentos do Ministério da Educação (COELHO, 1991 apud
FERNANDES, 2008).
 
A necessidade de inserir brincadeiras, imagens, canções e jogos é trazida para a linguagem literária voltada
para crianças. A transformação da literatura em quadrinhos para uma literatura produtora de super-heróis a
partir da década de 1940 também 
é marca dessas transformações entre o maravilhoso, a ciência e a indústria cultural.
 
José Paulo Paes é um exemplo de poeta que conceituou a literatura infantil como "brinquedo" ou "jogo",
partindo de uma tradição de pensamento sobre a linguagem literária, mas de certa forma marcando a
linguagem infantil. Vejamos o famoso poema Convite (PAES, 1996, p. 14):
Poesia 
é brincar com palavras 
como se brinca 
com bola, papagaio, pião. 
 
Só que 
bola, papagaio, pião 
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de tanto brincar 
se gastam.
As palavras não: 
quanto mais se brinca 
com elas 
mais novas ficam.
Como a água do rio 
que é água sempre nova.
Como cada dia 
que é sempre um novo dia. 
 
Vamos brincar de poesia?
Nas décadas de 1950 e 1960, a literatura infantil se afasta do realismo pedagógico dos anos 1930 e 1940 e
redescobre a fantasia com autores como Lúcia Machado de Almeida (Aventuras de Xisto, 1957), Ana Maria
Machado, Lygia  Bojunga, Ziraldo, Ruth Rocha, Luís Camargo, Ricardo Azevedo etc.
 
Segundo Coelho (1991 apud FERNANDES, 2008), a literatura infantil atual não é detentora de um ideal
absoluto, apesar de trazer certas características que podem ser destacadas, como a  literatura realista
(testemunho do cotidiano, costumes, hábitos, curiosidades), a  literatura fantasista (mundo maravilhoso,
imaginário ou onírico); a literatura híbrida (anula o limite entre real e imaginário) e o Realismo Mágico (o
fantástico é introduzido no cotidiano da criança).
 
As perspectivasatuais da literatura infantil incluem uma preocupação com a era virtual, seja como crise,
seja como renovação. No fim da década de 1940, Cecília Meireles já falava sobre certos perigos das imagens
televisivas na formação do leitor, imagens que pela facilidade acabam ou substituindo os livros ou
subvertendo valores humanos, distorcendo-os: "Dentro da subversão, palpitam infâncias: infâncias que
assistem de olhos assombrados cenas que nenhum autor se atreveria a contar-lhes. Cenas vivas e vividas –
não escritas. Se o que lê não se esquece, como esquecerá o que se vê? (MEIRELES, 1984, p. 134 apud
FERNANDES, 2008).
 
Coelho (2003 apud FERNANDES, 2008), fala sobre sites, blogs, jogos e demais locais da internet que podem
levar a um processo de alienação e desvalorização da leitura como fonte imprescindível de conhecimento e
formação humana. Por outro lado, há opiniões de que a internet também deve ser lida como um texto
plurissignificativo (FERNANDES, 2008).
 
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Uma discussão interessante a ser proposta, portanto, é a busca de argumentos a favor e contra o acesso das
crianças à internet em relação ao acesso aos livros infantis, de modo a compreender melhor quais são os
discursos e qual a importância de cada um de seus aspectos, tanto para pensarmos no que é a literatura
infantil, seja como prática literária, seja como produto de um contexto atual, quanto em sua relação com as
necessidades formadoras pedagógicas.
1. Conheça um pouco da história da Profª. Dra. Nelly Novaes Coelho, uma das pesquisadoras
responsáveis pela implementação da disciplina Literatura Infantil em cursos de Pedagogia, por
meio de entrevista concedida à revista Dialogia, da UNINOVE. 
Disponível em: https://periodicos.uninove.br/index.php?
journal=dialogia&page=article&op=view&path%5B%5D=816&path%5B%5D=696
(http://www4.uninove.br/ojs/index.php/dialogia/article/viewFile/816/696).
REFERÊNCIA
COELHO, Nelly Novaes. Livro em crise? A pedagogia do texto X a pedagogia da imagem. In: ______.
AMARILHA, Marly (Org.).  Educação e Leitura.  Trajetórias de sentidos. João Pessoa: Ed. da
UFPB¿PPGED/UFRN, 2003.
______. Panorama histórico da literatura infantojuvenil. São Paulo: Ática, 1991.
FERNANDES, Hercília M. A lírica pedagógica de Cecília Meireles em "Ou isto ou aquilo" (1965): instrução e
divertimento. Caicó-RN: UFRN, 2006, 69 p. (Monografia) ¿ Curso de Especialização  em Educação Infantil,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
LOBATO, Monteiro. Narizinho, a menina do nariz arrebitado. São Paulo: Globo, 2010.
PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1996.
http://www4.uninove.br/ojs/index.php/dialogia/article/viewFile/816/696

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