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SEDAÇÃO E ANALGESIA

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1 RENAN CORADIN 
SEDAÇÃO E ANALGESIA 
ANALGESIA 
 O que é dor? Experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão 
real ou potencial dos tecidos. Cada individuo aprende a utilizar esse termo através das suas 
experiencias anteriores. 
 A ansiedade e o medo, que podem ser acompanhados ou desencadeados pela dor, podem 
resultar em desorganização psicológica, expressa por pânico, desilusão e até mesmo psicose. 
 Em cuidadosa anamnese e exame físico, realizados pelo socorrista, a identificação da origem 
do estado de ansiedade pode ser o processo doloroso. Nesse caso, o conforto físico e psicológico poderá 
ser conseguido com a analgesia ou reversão da causa de origem da dor. 
 Medida padrão de referência da dor seja o autorrelato do paciente, a incapacidade de se 
comunicar claramente não nega a experiência de dor do paciente ou a necessidade de um manejo 
adequado da dor. Escalas comportamentais de dor validadas fornecem medidas alternativas para 
avaliação da dor naqueles pacientes incapazes de relatar sua dor. 
 A dor intensa afeta negativamente o estado do paciente (por exemplo, instabilidade cardíaca, 
comprometimento respiratório imunossupressão) em adultos criticamente doentes. A implementação 
de protocolos de gerenciamento de dor padronizados e orientados por avaliação melhora os resultados 
da UTI e a prática clínica. 
List of painful ICU procedures 
• Arterial line insertion 
• Peripheral IV insertion 
• Central line insertion 
• Peripheral blood draw 
• Femoral sheet removal 
• Respiratory exercises 
• Mouth care 
• Eye care 
• Mobilization 
• Nasogastric tube insertion 
• Nursing care (bathing, sheet-change, repositioning) 
 
2 RENAN CORADIN 
• Extubation. 
 A importância da avaliação da dor pré-procedimento e da analgesia preventiva, quando 
apropriado, para procedimentos que sabidamente causam dor. De fato, a dor intensa do procedimento 
está associada a eventos adversos graves (por exemplo, taquicardia, bradicardia, hipertensão, 
hipotensão, desnaturação, bradipneia e desconforto do ventilador) que pode ser prevenida com 
avaliação adequada da dor e analgesia preventiva. 
QUAIS SÃO OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA DOR MAIS CONFIÁVEIS E VÁLIDOS PARA 
USO EM ADULTOS CRITICAMENTE DOENTES? 
 Entre os adultos criticamente doentes que são capazes de relatar a dor, a Escala Numérica de 
Avaliação (NRS) de 0-10 administrada verbalmente ou visualmente é uma escala de dor válida e 
viável. 
 
ESCALA DE DOR 
Escala Visual Analógica (EVA): deve ser utilizada em pacientes capazes de comunicar dor. 
Escala BPS (Behavioral Pain Scale) e CP0T: usada em paciente incapazes de comunicar dor, como 
naqueles com sedação moderada a profunda ou com alteração significativa do estado mental. 
CRITICAL-CARE PAIN OBSERVATION TOOL 
 A CPOT é a escala comportamental mais utilizada para a avaliação da dor em pacientes que 
não podem falar. Esse instrumento avalia quatro comportamentos, a saber: 
• expressões faciais; 
• movimentos; 
• tensão muscular; 
• conforto no ventilador. 
 
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 A CPOT pode ser aplicada em pacientes tanto entubados quanto não entubados. Já foi testada 
e validada em diversas populações, e em vários idiomas. Entretanto, uma limitação importante desse 
instrumento é a sua utilização em pacientes portadores de traumatismo cranioencefálico (TCE), os 
quais podem apresentar expressões faciais. 
 
BEHAVIORAL PAIN SCALE- BPS 
 A BPS é a segunda escala mais utilizada na UTI. Avalia três domínios comportamentais, a 
saber: 
• expressão facial; 
• movimento dos MMSS; 
• conforto no ventilador. 
 A implementação da BPS na UTI resultou em melhorias no tratamento da dor e nos desfechos 
dos pacientes. 
 
 
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ANALGESIA 
 Os sinais vitais não devem ser usados isoladamente para o diagnóstico da DOR. Avaliação 
adicional usando métodos apropriados e validados, como o autorrelato de dor do paciente (sempre que 
possível) ou uma escala comportamental . 
 
5 RENAN CORADIN 
 Existem situações para as quais as escalas comportamentais são impossíveis de usar (por 
exemplo, pacientes não responsivos com uma Escala de Agitação-Sedação de Richmond [RASS] ≤ 
−4). 
MONITORIZAÇÃO E MANEJO DA DOR 
MEDIDAS AMBIENTAIS 
• Posicionamento do paciente 
• Mobilização, trocas de decúbito 
• Sondas, cateteres, tubos, fios etc. 
• Procedimento desnecessários 
• Terapias ocupacionais 
• Presença da família. 
 Para pacientes fora da ventilação mecânica ou em ventilação mecânica capazes de se 
comunicar e de relatar a dor, o uso da Escala Numérica de Avaliação (NRS) de 0 a 10 administrada 
verbal ou visualmente é uma escala de dor válida e viável (≥ 4 dor moderada; ≥ 7 dor intensa), 
idealmente aplicada a cada 2 - 4 horas, juntamente com a aferição dos sinais vitais. 
 
 Sugere-se opiáceos como os agentes primários para o tratamento destes pacientes com dor 
moderada a intensa. Na dor moderada opiáceos fracos são sugeridos, tanto administrados por via oral, 
quanto endovenosa. Assim são opções adequadas o uso de codeína ou tramadol. 
 Para dor intensa se sugere uso de opiáceos fortes parenterais, neste contexto uso de morfina 
endovenosa (EV) ou subcutânea ou fentanil EV são opções adequadas. 
 Em situações críticas, onde mensuração frequente da dor pela NRS não é possível, o uso 
preemptivo de opiáceos fracos em doses fixas é uma opção para controle parcial da dor, com uso de 
opiáceos fortes de forma intermitente. 
 
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 Para paciente com uso frequente de opiáceos fortes agentes poupadores de opiáceos como 
analgésicos simples (paracetamol e dipirona, dexmedetomidina, clonidina) podem ser utilizados para 
redução da dose e frequência de administração de opiáceos. 
Analgesia em pacientes sob ventilação mecânica incapazes de se comunicar, onde pode-se 
observar comportamento. 
• A Behavioral Pain Scale (BPS) em pacientes intubados com valor ≥ 3 indica dor e ≥ 5 indica dor 
significativa. 
• A Critical-Care Pain Observation Tool (CPOT) com valor > 3 indica dor. 
• Para estes pacientes opiáceos EV contínuos são medicamentos primários para controle da dor, 
devendo as doses serem ajustadas para manter BPS < 5 ou CPOT < 3. Para tanto, dá-se preferência 
para opiáceos fortes de meia-vida curta como fentanil, remifentanil ou sufentanil. Na carência 
destes, morfina pode ser utilizada de forma contínua ou como doses fixas intermitentes. 
Estratégias multimodais para redução de opiáceos podem ser utilizadas com o uso de 
dextrocetamina em dose analgésica ou dexmedetomidina EV contínuos. 
• Sugere-se ainda bolus de opiáceo forte, antes de bolus de sedativos, se dissincronia na ventilação 
mecânica (após otimizar a mesma) ou agitação psicomotora. 
ANALGESIA MULTIMODAL 
• Vários analgésicos concomitantes . 
• Diferentes mecanismos de ação 
• Diversas vias de administração 
• Diminui a dose de cada um deles Minimiza os efeitos adversos. 
 
 
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MONITORIZAÇÃO E MANEJO DA DOR 
• Os opioides continuam a ser um pilar para o tratamento da dor na maioria dos ambientes de UTI. 
• No entanto, seus efeitos colaterais preocupam os médicos devido a importantes preocupações de 
segurança, como sedação, delírio, depressão respiratório e imunossupressão, podem prolongar o 
tempo de permanência na UTI e piorar o desfecho do paciente pós-UTI 
MEDICAMENTOS 
 Paracetamol: 
 Deve ser usado como adjuvante de um opioide (em vez de um opioide sozinho) para o controle 
da dor em adultos criticamente doentes? Uso do paracetamol como adjuvante de um opioide para 
diminuir a intensidade da dor e o consumo de opioides para o controle da dor em adultos criticamente 
doentes. 
 Cetamina: 
 A Cetamina deve ser usada como adjuvante de um opioide (em vez de um opioide sozinho) 
para o controle da dor em adultos criticamente doentes? A cetamina, ketamina ou quetamina é um 
hipnótico que também tem certo grau de analgesia, devido às suas propriedadesbloqueadoras do 
receptor N - metil - D -aspartato (NMDA) e potencial para reduzir o risco de hiperalgesia opioide, foi 
avaliada em adultos no pós-operatório como uma estratégia para melhorar o alívio da dor e reduzir a 
necessidade de opióides. Causa liberação adrenérgica endógena que, geralmente, suprime a própria 
vasodilatação e causa taquicardia e hipertensão. 
 Nome comercial: Ketamin® (cloridrato de cetamina). Apresentação: 50mg/ml (ampolas de 2ml 
e 10ml). Sedação leve: 0,05 até 0,3 mg/kg, EV. 
 Pega 2ml (100mg) e dilui pra 10ml = 10mg/ml. Adulto normal de 70kg na dose de 0,1 = 7mg 
por dose. Faz 1ml (10mg) e vai titulando a sedação 
 Analgesia em pronto socorro: 0,05 a 0,2 mg/kg, EV. 
 Faz 0,05mg/kg e observa, pode repetir essa dose até 4 vezes para analgesia adequada. Quando 
usar? Se você não puder ou não quiser fazer opioide ou quando o paciente continua com dor apesar de 
doses altas de opioide. 
Gabapentina, Carbamazepina e Pregabalina 
 
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 Um medicamento para dor neuropática (por exemplo, gabapentina, carbamazepina e 
pregabalina) deve ser usado como adjuvante de um opioide (em vez de um opioide isolado) para o 
controle da dor em adultos criticamente doentes? 
 Recomendamos o uso de medicação para dor neuropática (por exemplo, gabapentina, 
carbamazepina e pregabalina) com opioides para tratamento da dor neuropática em adultos 
criticamente doentes (forte recomendação, qualidade moderada de evidência. 
• Gabapentina – iniciar com 300 mg/dia VO/VS. 
• Carbamazepina-iniciar com 100 mg/dia VO/VS. 
• Pregabalina 150 mg/dia VO/VS. 
• Para o manejo da dor neuropática em pacientes críticos. 
• Opção também para dor pós-operatória. 
• Limitar a dose de Gabapentina se disfunção renal. 
Lidocaína IV 
 Lidocaína IV deve ser usada como adjuvante de um opioide (em vez de um opioide isolado) 
para o controle da dor em adultos criticamente doentes? 
 Recomendação: Não sugerimos o uso rotineiro de lidocaína IV como adjuvante à terapia com 
opioides para tratamento da dor em adultos criticamente doentes (recomendação condicional, baixa 
qualidade de evidência). 
 Neste momento, as preocupações com a segurança superam os benefícios teóricos de seu uso 
na população geral de UTI adulto. 
• Nome comercial: Xylestesin® (cloridrato de lidocaína) . 
• Apresentação: Ampola de 20mg/ml (2%) – 5ml Frasco-ampola de 20mg/ml (2%) – 20ml 
• Início de ação: 45 a 90 seg, EV. 
• Efeito máximo para IOT: 1 a 2 min, EV. 
• Diluição bolus: pura ou diluída. 
• Intubação: Dose 1,5 a 2 mg/kg, EV. 
• Manutenção: 1mg/kg/hora por até 48 horas (se houver necessidade de passar de 48 horas o ideal 
é seguir as concentrações de doses plasmáticas). 
AINE’s 
 
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 Pergunta: Um AINE seletivo para COX-1 deve ser usado como adjuvante de um opioide (em 
vez de um opioide sozinho) para o controle da dor em adultos criticamente doentes? 
 Recomendação: Sugerimos não usar rotineiramente um AINE seletivo para COX-1 como 
adjuvante à terapia com opioides para tratamento da dor em adultos criticamente doentes 
(recomendação condicional, baixa qualidade de evidência). 
Opioides 
 Um opioide (vs nenhum opioide) deve ser usado para adultos criticamente doentes submetidos 
a um procedimento? 
 Um opioide de alta dose (vs um opioide de baixa dose) deve ser usado para adultos criticamente 
doentes submetidos a um procedimento? 
 Sugerimos o uso de um opioide, na dose efetiva mais baixa, para tratamento da dor processual 
em adultos criticamente doentes. 
OPIOIDES 
 Os opioides são drogas que interagem com os receptores mu, kappa e delta. Atuam no sistema 
nervoso central, no processamento da informação da dor, produzindo analgesia. Algum grau de 
sedação é conseguido, mas não produzem inconsciência, a não ser com altas doses. Não produzem 
efeito depressor no miocárdio. 
 Todos, com exceção da meperidina, provocam bradicardia. Todos diminuem a resistência 
vascular sistêmica por diminuição da atividade simpática. 
• Tramadol 
• Morfina 
• Fentanil 
• Oxicodona 
• Metadona 
• Remifentanil 
OPIOIDES – FENTANIL 
Nome Comercial: Fentanila® (citrato de fentanila). 
Indicação: indução e manutenção da anestesia. 
 
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Farmacocinética: início de ação: 1-2 min (EV) – 40 segundos já observamos efeitos; pico de ação: 3-
10 min (IV); duração: 0,5-1h (IV); ligação proteica: 80%; metabolizado no fígado e excretado pela 
urina. 
Farmacodinâmica: agonista receptor de opioides (µ); analgesia; sonolência; miose; redução do FSC, 
da FC e da PA; retenção urinária; constipação; apneia; broncoespasmo; rigidez muscular; aumento do 
ADH; prurido; náuseas e vômitos. Interações: anti-histamínicos; barbitúricos; anestésicos inalatórios; 
benzodiazepínicos são potencializados. 
• Nome Comercial: Fentanila® (citrato de fentanila) 
• Apresentação: ampolas de 2ml, 5ml e 10ml. Cada ml sempre tem 50mcg de fentanil. 
• Diluição bolus: puro. 
• Intubação: 100 a 200mcg ou 2-5mcg/kg. 
• Analgesia para sedação: 1 a 2ml EV. 
• Manutenção IOT BIC: 50 a 200mcg/h puro. 
Solução padrão: 
• 50ml fentanil puro [50mcg/ml] 1-2ml/h 
• 50ml fentanil 450ml soro [5mcg/ml] 10ml/h até 20ml/h 
Eventos adversos: 
• Hipotensão e bradicardia. 
• Sonolência, sedação, borramento visual. 
• Constipação, náuseas, vômitos, retardo do esvaziamento gástrico. 
• Rigidez muscular (tórax rígido). 
• Depressão respiratória e apneia 
Cuidados especiais 
 Pode causar rigidez muscular generalizada (também conhecida como “tórax rígido”) 
impedindo a abertura da boca e ventilação do paciente (manual ou espontânea). Quanto maior a dose 
e mais rápida a administração, maior a chance da rigidez. → Bloqueador Neuromuscular. 
Antídoto: Naloxona (Narcan 0,4mg amp 1ml) 
Dose: 01 ampola EV. 
MORFINA 
 
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• Opioide bastante utilizado no mundo para tratar dor aguda. Muito seguro e eficiente. 
• Nome comercial: Dimorf® (sulfato de morfina). 
• Apresentação: Dimorf 10mg injetável (ampola 1ml). 
• Dimorf 1mg/ml injetável (ampola 2ml). 
• Dimorf 0,2mg/ml injetável (ampola 1ml) – usada nas raquianestesias. 
• Início de ação: 5 a 10 min, 
• EV. Efeito máximo de ação: 20 minutos, EV. 
• Duração: 30 minutos, EV. 
• Diluição bolus: diluir para 1mg/ml. 
• Dose: 2-3mg em bolus EV a cada 2-5 minutos até alívio da dor 
• Manutenção analgésica BIC: 2-4mg/hora, EV. 
 Solução padrão: 2ml morfina de 10mg (20mg) 98ml soro [0,2mg/ml]. Iniciar a 10ml/h (máximo 
20ml/h). Usar preferencialmente de forma intermitente e com intervalos curtos: 2 a 4 mg EV cada 2 a 
4 h. Se disfunção renal: reduza 50% da dose. 
Eventos adversos raros: 
• Hipotensão por liberação histaminérgica e erupção cutânea. 
• Depressão ventilatória. 
• Constipação, náuseas, vômitos, retenção urinária. 
Contraindicações: 
• NÃO faça em insuficiência renal grave (clearance de creatinina < 30). 
• Insuficiência renal leve ou moderada faça metade da dose que você faria. 
• O grande risco aqui é acumular os metabólitos ativos, não é nem a própria morfina! 
• A meia vida passa de 2-5 horas pra 27-50 horas, aí sim pode dar muito colateral, inclusive 
depressão respiratória. 
• Nos pacientes nefropatas graves evite essas medicações: morfina, tramal, oxicodona e codeína (a 
codeína vira morfina no final). 
Cuidados especiais: 
• Não ultrapassar 4mg/h pela toxicidade devido ao acúmulo de metabólito ativo (morfina 6-
glucuronide) na presença de insuficiência renal e/ou hepática. 
• Pacientes com insuficiência renal e/ou hepática devem ser manejados com muito cuidado. 
 
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• O fentanil tem melhor perfil farmacocinético para tratar doentes com essas comorbidades (dose 
de fentanil de 10-50mcg de cada vez até alívio dos sintomas). 
• 15-20mg de morfina e a dor não passa, é melhor mudar de opioide para outra classe de analgésico 
porque pode ser dor neuropática e os opioides não tratarão esse tipo de dor (associar doses baixas 
de lidocaína/cetamina/sulfatode magnésio/clonidina). 
NALOXONA 
Os antagonistas dos narcóticos são utilizados para: 
• reversão da depressão respiratória, 
• rigidez muscular; 
• cólica biliar. 
 A naloxona é um antagonista competitivo em todos os receptores opióides. O antagonista 
também reverterá a analgesia do paciente, o que pode provocar alterações graves de frequência 
cardíaca e pressão arterial. 
OPIOIDES REMIFENTANIL 
 Opioide ultra potente com meia vida mais rápida de todos. Efeito marcante, porém fugaz. O de 
melhor farmacocinética para infusão contínua, mas não é disponível em todos os hospitais brasileiros 
• Nome comercial: Ultiva® (cloridrato de remifentanila) Apresentação: frasco-ampola 2 mg (pó 
liofilizado) 
• Início de ação: 30 seg, EV. 
• Efeito máximo: 40 seg, EV. 
• Duração: 3-5min. 
• Diluição bolus: sempre diluir. 
Intubação: 2mcg/kg. 
• Manutenção IOT BIC: 0,05-0,3mcg/kg/min 
• Solução padrão bomba de seringa: 2mg remifentanil - 40ml SF0,9% [50mcg/ml] Iniciar a 10ml/h 
• Solução padrão bomba de equipo: 4mg de remifentanil 80ml de SF0,9% [50mcg/ml] Iniciar a 
10ml/h. 
Eventos adversos: 
• Hipotensão, bradicardia (muito comuns). 
 
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• Náusea e vômito. 
• Rigidez muscular (mesmo raciocínio do fentanil). 
• ANTÍDOTO: Naloxona (Narcan 0,4mg amp 1ml) 
• Dose: 01 ampola EV . 
AGITAÇÃO / SEDAÇÃO 
SEDAÇÃO 
1. aplicação de sedativo visando aliviar sensação física (p.ex. de dor). 
2. diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo "só com s. consegue relaxar e 
dormir". 
3. Moderação de hiperatividade orgânica. 
 A sedação requer três elementos: comunicação, compaixão e competência no uso de técnicas e 
agentes sedativos. 
 O desafio do médico na urgência, muitas vezes, é promover uma adequada sedação, sem que, 
no entanto, se produza significante depressão da consciência ou alterações respiratórias e ou 
cardiovasculares. Esse ato é considerado um exercício da arte médica. 
 Sedativos são frequentemente administrados a pacientes críticos para aliviar a ansiedade, 
reduzir o estresse de ser ventilado mecanicamente e prevenir danos relacionados à agitação. Esses 
medicamentos podem predispor os pacientes ao aumento da morbidade. 
 O profissional de saúde deve determinar a indicação específica para o uso de sedativos. Se for 
necessário um sedativo, o estado atual de sedação do paciente deve ser avaliado e reavaliado com 
frequência usando escalas válidas e confiáveis . 
 Em pacientes críticos, farmacocinética e farmacodinâmica imprevisíveis secundárias a 
interações medicamentosas, disfunção orgânica, absorção e ligação proteica inconsistentes, 
instabilidade hemodinâmica e acúmulo de drogas podem levar a eventos adverso. 
 Sedação leve (ansiólise): é um estado provocado por drogas no qual o paciente responde a 
comando verbal. Há prejuízo da coordenação e da cognição, e não há instabilidade cardiovascular ou 
depressão respiratória. 
 
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 Sedação moderada (“consciente”): é um estado de diminuição do nível de consciência no 
qual o paciente responde aos comandos verbais ou à estimulação tátil leve. Há ventilação espontânea, 
e a via aérea é mantida livre pelo próprio paciente. A função cardiovascular é geralmente mantida. 
 Sedação profunda: é um estado de diminuição do nível de consciência induzido por drogas 
no qual o paciente responde reflexamente apenas a estímulos dolorosos ou repetidos. Pode haver 
prejuízo na função respiratória, podendo haver necessidade de assistência pelo médico. A função 
cardiovascular está geralmente mantida. 
 Anestesia geral: corresponde à perda da consciência induzida por drogas na qual o paciente é 
incapaz de despertar mesmo mediante estímulos dolorosos. A capacidade para manter a ventilação está 
prejudicada. A função cardiovascular pode estar prejudicada. 
POR QUE SEDAR? 
• Diminuir o consumo de oxigênio (choque) 
• Controle da ansiedade e agitação 
• Melhorar sincronia com ventilador 
• Tratamento da SDRA Grave 
• Hipnose (Amnésia) 
• Induzir sono 
• Controle da pressão intracraniana. 
 A sedação-analgesia permite aos pacientes suportar procedimentos desagradáveis, mediante 
alívio da dor, do desconforto e da ansiedade e pode permitir imobilidade a pacientes não-cooperativos 
para determinados procedimentos. 
 O socorrista deve lembrar-se de que quando se tenta produzir certo grau de sedação, deve-se 
estar preparado para assistir a um paciente que evolua para uma sedação mais profunda do que a 
pretendida. 
AGITAÇÃO / SEDAÇÃO 
 O gerenciamento da sedação e analgesia do paciente para aliviar a ansiedade e a dor e facilitar 
a ventilação mecânica é um dos papéis-chave no cuidado do paciente criticamente enfermo. Neste 
sentido a primeira regra é tratar a dor antes. 
 
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 Analgesia adequada é um componente essencial no tratamento / prevenção da agitação, mesmo 
antes do uso de sedativos, uma vez que a dor é um dos principais motivos de agitação nestes pacientes 
e múltiplos são os fatores que desencadeiam dor nesta população. 
QUANDO INDICAR E COMO ADMINISTRAR SEDATIVOS E ANALGÉSICOS? 
• Deve-se realizar a utilização de sedação e analgesia durante ventilação mecânica para auxiliar no 
controle da ansiedade, agitação e dor. A sedação adequada auxilia a promoção da tolerância do 
paciente ao ventilador, aos procedimentos terapêuticos e diagnósticos. 
• Recomenda-se que o nível de sedação seja leve a moderado para permitir mobilização precoce. 
• Pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) grave (P/F < 100) e/ou com 
necessidade de curarização e/ou posição prona deverão ser sedados com alvo de RASS -4 a -5. 
• A sedação profunda deverá ser mantida pelo menos até a suspensão do BNM. Após a suspensão 
do BNM, a redução da sedação deverá ser realizada conforme a melhora clínica do paciente. 
MONITORIZAÇÃO DA SEDAÇÃO 
• A profundidade da sedação deverá ser monitorizada através de escalas. Sugerimos 
preferencialmente o uso da escala RASS - Richmond Agitation-Sedation Scale. 
• Deve ser monitorizada de 4/4h pela equipe médica e/ou de enfermagem. Sugerimos que a sedação 
deva ser monitorizada, no mínimo, duas vezes ao dia. 
• A sedação profunda no ambiente de terapia intensiva está associada a aumento do tempo de 
ventilação mecânica, aumento do tempo de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e 
internação hospitalar e aumento da mortalidade. Por isso, atualmente, está indicada apenas em 
casos selecionados. 
 
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AGITAÇÃO / SEDAÇÃO 
 Despertar diário é definido como um período de tempo, a cada dia, durante o qual a medicação 
sedativa de um paciente é descontinuada e os pacientes podem acordar e atingir a excitação e/ou alerta, 
definidos por ações objetivas, como abrir os olhos em resposta a uma voz, seguindo comandos simples 
e/ou tendo uma pontuação na Escala de RASS de –1 a +1 → sedação leve. 
DEXMEDETOMIDINA 
• Analgesia e sedação com pouca depressão respiratória. 
• Também é um alfa-2-agonista e causa bradicardia e hipotensão em BIC, causa hipertensão em 
bolus (não indicado). 
• Pode aumentar o débito urinário em BIC. 
Farmacocinética: 
• Início de ação: < 5 min (IV). 
• Pico de ação: < 20-30 min; ligação proteica: 94%; metabolização hepática; meia-vida contexto 
sensível - varia de 25 min a 120 min para infusões de 1 h e de 87 min a 250 min para infusões 
com duração maior que 6 h. 
 
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Farmacodinâmica: ação central em receptores α2 -agonistas; sedação; cefaleia; zumbido; efeito 
simpaticolítico; redução da PA e da FC; boca seca; redução do ACTH; redução do ADH; redução da 
insulina; aumento do LH; anemia; redução de tremores. 
Contraindicações: doença do nó sinusal; bloqueio AV 1º e 2º graus; hipovolemia. 
Interações: aumento do efeito sedativo de fármacos depressores do SNC. 
Atenção: bradicardia em associação com opióides, betabloqueadores ou ambos; reduz requerimentosde agentes anestésicos e melhora o controle da hipertensão perioperatória; incompatível em soluções 
que contêm anfotericina ou diazepam; não deve ser utilizado no mesmo acesso venoso de sangue e 
plasma por incompatibilidade. 
• Nome Comercial: Precedex® (cloridrato de dexmedetomidina). 
• Apresentação: frasco-ampola de 2ml com 100 mcg/ml (200mcg totais). 
• Início de ação: 6 min. Efeito máximo: 20-30 minutos. 
• Duração: 2 horas. Diluição bolus: não fazer em bolus. 
• Dose inicial: 1mcg/kg EV - infundir em 10min. 
• Manutenção IOT BIC: 0,2 a 0,7mcg/kg/h EV. 
• Solução padrão: 2ml dexmedetomidina (200mcg total) + 98ml soro [2mcg/ml] . 
• Iniciar a 10ml/h. 
• Essa dose mínima de 10ml/h equivale a 0,3mcg/kg/h para um adulto de 70kg. 
Eventos adversos: 
• Hipotensão e bradicardia. 
• Sedação. 
Cuidados Especiais: 
• Monitorização: durante a infusão pode ocorrer hipotensão e/ou bradicardia. 
• Controlar pressão arterial, frequência cardíaca, especialmente na hipovolemia 
• A dose de ataque deve ser administrada LENTAMENTE em 10 minutos. 
• Esta dose é considerada opcional quando o paciente irá receber infusão contínua. 
• A administração crônica de dexmedetomidina para sedação de pacientes entubados (>24 horas) 
está associada a taquifilaxia (precisa de doses maiores pra obter o mesmo efeito. 
 
 
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PROPOFOL 
• Hipnótico utilizado para tirar a consciência durante intubação e manutenção do tubo, também 
utilizado em sedações leves. 
• Tem marcante potencial hipotensor, porém doses pequenas já causam excelente hipnose. 
• Farmacocinética: início de ação: < 45 seg; pico de ação: 1-2 min; duração: 10-15 min; ligação 
proteica: 95%; metabolizado no fígado e excretado pela urina. 
• Farmacodinâmica: depressão do SNC; dose-dependente por aumento da ação GABAérgica; 
redução da FC; débito cardíaco; ventilação e miocárdica. 
• Nome Comercial: Diprivan® / Lipuro® / Propovan® . 
• Apresentação: 1% (10 mg/mL). ampola 10ml, 20ml ou seringão de 50ml. 2% (20 mg/ml). 
seringão de 50 ml. 
• Início de ação: 20 a 40 seg, EV. 
• Efeito máximo para IOT: 1 min, EV. 
• Duração: 5 a 10 min, EV. 
• Diluição bolus: puro. 
• Intubação: 0,5 a 2mg/kg, EV. 
• Sedação leve: 0,5 a 1mg/kg, EV. – 
• Manutenção de IOT: 25 a 150 mcg/kg/min (puro), EV. 
• Solução padrão: 50-100ml de propofol puro [10mg/ml] Iniciar a 10ml/h até 50ml/h 
Eventos adversos comuns: 
• Hipotensão, queimação ou dor no local da aplicação. 
• Bradicardia por cardiodepressão ou taquicardia compensatória. 
• Apneia obstrutiva (muito comum) e acidose respiratória (por hipopneia). 
Eventos adversos raros: Soluços, broncoespasmo, pancreatite, náuseas e vômitos. Anafilaxia, eritema 
(pode ficar vermelho no trajeto da veia), urticária, prurido. Convulsão, priapismo, síndrome de infusão 
do propofol (SIP), arritmias. 
Síndrome de Infusão de Propofol: 
• Síndrome clínica, que consiste em acidose metabólica, insuficiência cardíaca, arritmias e parada 
cardíaca. 
 
20 RENAN CORADIN 
• Em adultos é mais raro, procurar não ultrapassar 40-50ml/h por longos períodos de infusão. O 
artigo que fala sobre essa precaução cita dose máxima de 5mg/kg/h por até 48h. 
ETOMIDATO 
 Hipnótico especialmente usado nos pacientes chocados, coronariopatas ou com algum tipo de 
fragilidade hemodinâmica pelo seu mínimo efeito cardiovascular. 
 Farmacodinâmica: potencializa a ação do GABA ; redução do FSC e das mioclonias; redução 
da PIO, da RVS; afeta pouco a PA; redução do volume corrente e da FR, podendo ocasionar apneia; 
redução da adrenoesteroidogênese. 
• Nome comercial: Hypnomidate® (etomidato). 
• Apresentação: 2mg/ml (ampola 10mL total de 20mg). 
• Início de ação: 20 a 45 seg, EV. 
• Efeito máximo para IOT: 2,7 min, EV. 
• Duração: 5 a 10 min, EV. 
• Diluição bolus: puro ou diluído em soro. 
• Intubação: 0,3mg/kg EV. 
• Sedação leve: não recomendado. 
• Manutenção de IOT: não recomendado. 
Eventos adversos comuns: 
• Dor no local da aplicação (bem comum). 
• Mioclonias (movimentos esqueléticos de contração por inibição de estruturas subcorticais, não 
são convulsões). 
• Quanto maior a dose e maior a velocidade de injeção, mais mioclonias. 
• Movimentos oculares descontrolados. 
MIDAZOLAN 
 Um benzodiazepínico muito usado e disponível no Brasil inteiro. Possui diferentes 
propriedades de acordo com a progressão da dose: ansiólise, amnésia e hipnose. A característica de 
amnésia em doses baixas é excelente e, mesmo que você não atinja a hipnose, o paciente não vai 
lembrar. 
 
 
21 RENAN CORADIN 
Farmacocinética: início de ação: < 5 min (IV); pico de ação: < 1h; duração: 2-4h; rápida oxidação 
hepática e excreção urinária. 
Farmacodinâmica: aumenta a inibição neural centralmente mediada pelo GABA; sedação; amnésia; 
delirium; redução do FSC, da CMRO2, do débito cardíaco, da FR, do volume corrente, da apneia. 
Propriedade relaxante muscular; soluço. 
Contraindicações: glaucoma de ângulo fechado; hipotensão (choque). 
Interações: reduz o requerimento de anestésicos inalatórios; potencializa a ação depressora dos anti-
histamínicos e tranquilizantes; reduz o clearance: eritromicina e álcool e reduz o delirium ocasionado 
pela cetamina. 
Atenção: o uso concomitante com anestésicos e opióides aumenta a depressão respiratória. 
• Nome comercial: Dormonid® / Dormire® (midazolam) 
• Apresentação: Ampola 15mg/3ml-- Ampola 5mg/5ml--Ampola 50mg/10mL (5mg/mL); 
• Início de ação: 30 a 60 seg, EV. 
• Efeito máximo para IOT: 3 a 5 min, EV. 
• Duração: 15 a 45 min se IV/IM, 2 a 6 horas VO/retal. 
• Diluição bolus: puro ou diluído - Intubação: 0,1 a 0,3mg/kg EV. 
• Sedação Leve: 2mg a cada 2 minutos, EV. 
• Manutenção de IOT: 0,1 a 0,3 mg/kg/h EV. 
Solução Padrão: 
• 20ml midazolam 5mg/ml (total 100mg) 
• 80ml soro [1mg/ml] 
• Iniciar a 10ml/h até 21ml/h EV. 
Eventos adversos: 
• Hipotensão, taquicardia, Bradipneia, diminuição do volume corrente , Soluços, Euforia, 
movimentos tônico-clônicos, agitação, hiperatividade. 
• Em sedações para procedimentos pode acontece de você atingir um grau moderado de sedação e 
alguns pacientes ficam agitando de vez em quando (não tem como prever quem vai fazer isso e 
quem não vai). 
 
 
22 RENAN CORADIN 
Cuidados especiais: 
• Insuficiência hepática grave (benzodiazepínicos não são indicados para usar em pacientes com 
insuficiência hepática grave, pois eles podem causar encefalopatia). 
• A insuficiência hepática grave reduz o clearance de midazolam EV com um aumento subsequente 
da meia-vida. Portanto, os efeitos clínicos podem ser mais intensos e prolongados; - 
• Midazolam (e qualquer benzodiazepínico) está associado com maior risco de delirium e maio 
tempo para extubar o paciente. 
• Antídoto: Flumazenil (Lanexat 0,5mg ampola de 5ml). 
SULFATO DE MAGNÉSIO 
 Analgesia por antagonismo NMDA, também pode aumentar o efeito de bloqueadores 
neuromusculares. 
• Sempre associado – fentanil. 
• Nome comercial: Hypomagne® (sulfato de magnésio) Apresentação: Flaconetes ou ampolas 10ml 
de 10% (100mg/ml) ou 50% (500mg/ml). 
• Início de ação: 2 min, EV. 
• Efeito máximo: 3 a 4 min, EV. 
• Duração: 30 min, EV. 
• Diluição bolus: sempre diluído. 
• Dose analgésica: 30 a 50 mg/kg em 5 minutos. 
• Manutenção BIC: 6 a 20 mg/kg/h 
• Solução padrão: 20ml sulfato de magnésio 50% (2 ampolas 50%) 80ml soro [100mg/ml] Iniciar 
a 10ml/h (1g/h) 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNM) 
 O paciente precisa estar inconsciente sempre que estiver sob efeito dos bloqueadores 
neuromusculares. Por isso, geralmente, ele é feito por último na sequência rápida de IOT. A exceção 
é na técnica timing, quando fazemos um BNM intermediário ou lento como primeira droga na 
sequência, mas ele só vai agir depois do hipnótico. 
 Indicações: intubação traqueal; relaxamento muscular intra-operatório e melhores condições 
para ventilação mecânica. 
 
23 RENAN CORADIN 
 Os BNM bloqueiam a transmissão deimpulsos na junção neuromuscular, assim paralisando a 
musculatura esquelética. Bloqueiam a ligação da acetilcolina (Ach) na placa motora, seja por ligar-se 
aos receptores colinérgicos (bloqueadores despolarizantes) ou por criar inibição competitiva com o 
receptor de Ach na placa motora. Em UTIs apresentam algumas indicações, que devem ser 
criteriosamente avaliadas. 
• Falência respiratória necessitando de intubação imediata. 
• Hipoxemia grave e refratária. Contribui na diminuição do trabalho respiratório e consumo de 
oxigênio por abolir o tônus muscular. Pode apresentar maior benefício nos casos de dissincronia 
com o ventilador mecânico (VM) . 
• Tremor no tratamento por hipotermia após parada cardíaca. 
• Situações em que movimentos involuntários ou dissincronia com o VM possam ser deletérios: 
• Tétano ou síndrome neuroléptica maligna 
• Hemoptise severa ou sangramentos controlados 
• Aumento grave da pressão intracraniana 
• Aumento grave da pressão intra-abdominal. 
ATRACÚRIO 
 Bloqueador neuromuscular adespolarizante de ação intermediária, mais antigo que o 
cisatracúrio, porém com boa função de bloqueador. Possui a possibilidade de causar liberação 
histaminérgica, ocasionando hipotensão e rash cutâneo onde foi injetado, é um colateral pouco 
frequente, mas que deve estar presente em suas hipóteses diagnósticas sempre. 
• Nome comercial: Tracrium® (besilato de atracúrio). 
• Apresentação: Ampola de 10mg/ml (2,5ml e 5ml). 
• Início de ação: 2,5 minutos, EV. 
• Efeito máximo: 3 a 5 min, EV. 
• Duração: 20 a 30 min, EV. 
• Diluição bolus: puro. 
• Intubação: 0,5 mg/kg, EV. – 
• Manutenção IOT bolus: 0,1 mg/kg a cada 20 a 30 minutos, EV. – 
Manutenção IOT BIC: 5-12 mcg/kg/min 
• Solução padrão: 50ml atracúrio puro [10mg/ml] Iniciar a 3ml/h 
• 25ml atracúrio 75ml SF0,9% [2,5mg/ml] Iniciar a 10ml/h até 20ml/h. 
 
24 RENAN CORADIN 
Eventos adversos: 
• Hipotensão, vasodilatação, taquicardia e bradicardias. - Hipoventilação, apneia, broncoespasmo e 
laringoespasmo. 
Cuidados especiais: 
• O metabólito primário do atracúrio é a laudanosina, estimulante cerebral. Com infusões 
prolongadas, as concentrações sanguíneas deste metabólito podem atingir valores que provocam 
convulsões. 
• Estabilidade pós diluição por 24 horas em temperatura ambiente. 
• Não deve se fazer IM. 
• Pode causar liberação histaminérgica, injetar lento e olhar o braço e tórax do paciente para ver se 
não ocorre rash cutâneo. - Pode causar broncoespasmo e hipotensão (liberação histaminérgica 
mais severa). Ficar atento. 
CISATRACÚRIO 
 Bloqueador neuromuscular mais seguro e refinado que o atracúrio, com quase ou nenhum efeito 
colateral (a não ser alergia). Muito seguro, porém de ação intermediária, o que pode demorar até 5 
minutos pra ter um bom efeito. 
• Nome comercial: Nimbium® (besilato de cisatracúrio). 
• Apresentação: Nimbium 2mg/ml injetável (ampola 5 e 10ml). 
• Início de ação: 3min (0,2mg/kg) a 5 min (0,1mg/kg), EV. 
• Pico de ação: 3 a 5 min, EV. 
• Duração: 30min (0,1mg/kg) a 70 min (0,2mg/kg), EV. 
• Diluição bolus: puro. - Intubação: 0,1 a 0,2 mg/kg, EV. 
• Manutenção IOT bolus: 0,02 a 0,03 mg/kg para 20 minutos adicionais de bloqueio. 
• Manutenção IOT BIC: 1-4mcg/kg/min, EV. 
• Solução padrão: 40ml de cisatracúrio puro [2mg/ml] 4-6ml/h 
• 25ml de cisatracúrio 25ml de soro [1mg/ml] Iniciar a 10ml/h. 
Eventos Adversos: 
Poucos colaterais, só terá algo se for alérgico. 
 
 
25 RENAN CORADIN 
Contraindicações: 
Hipersensibilidade ao Cisatracúrio, Atracúrio ou ácido benzenossulfônico. 
PANCURÔNICO 
Farmacocinética: início de ação: 3-4 min (IV); ligação proteica: 87%; metabolizado pelo fígado; 
Farmacodinâmica: liga-se, competitivamente, a receptores colinérgicos (placa motora), 
antagonizando a ação da ACh; pode elevar a pressão arterial, a frequência cardíaca e o débito cardíaco 
(efeito vagolítico); fraqueza muscular e apneia; rash e prurido. 
Contraindicações: distúrbios hepatorrenais; insuficiência cardíaca congestiva com doença coronária 
e sensibilidade a BNM esteroidais. 
Atenção: reduzir a dose em pacientes com alterações nas funções hepática, renal ou ambas. Útil em 
pacientes com FC baixa (sem doença cardíaca). 
• Nome: Pavulon® ou Pancuron® (brometo de pancurônio). 
• Diluição bolus: puro. 
• Intubação: 0,08 a 0,12 mg/kg, EV. 
• Manutenção IOT bolus: 0,01mg/kg a 0,02mg/kg a cada 40 a 60 min. 
• Manutenção IOT BIC: 1-2mcg/kg/minuto (0,06-0,12mg/kg/hora). 
• Essa dose mínima de 10ml/h equivale a 1mcg/kg/min para um paciente de 70kg. 
• Bloqueador neuromuscular adespolarizante de ação intermediária que ganhou espaço na sequência 
rápida de intubação sendo o principal “concorrente” da succinilcolina. 
• Em regra, não apresenta nenhum colateral preocupante. 
• Farmacocinética: início de ação: 1 min (IV); pico de ação: 2-3 min (IV); duração: 45-90 min 
(IV); ligação proteica: 82%; metabolização hepática predominante e renal (secundária). 
• Farmacodinâmica: liga-se, competitivamente, a receptores colinérgicos (placa motora), 
antagonizando a ação da ACh; raramente causa reação alérgica; fraqueza muscular e apneia. 
ROCURÔNIO 
• Nome: Esmeron® / Rocuron® (brometo de rocurônio) 
• Diluição bolus: puro. 
• Intubação: 0,6 -1,2 mg/kg, EV. 
• Manutenção IOT bolus: 0,15mg/kg (podendo ser repetido quando necessário). 
 
26 RENAN CORADIN 
• Manutenção IOT BIC: 4-16mcg/kg/minuto (0,24-0,96mg/kg/hora). 
• Solução padrão: 20ml rocurônio 80ml SF 0,9% [2mg/ml] Iniciar 10ml/h ou 50-100ml rocurônio 
puro [10mg/ml] 2-4ml/hr. 
• Essa dose mínima de 10ml/h equivale a 4mcg/kg/min para um paciente de 70kg. 
Eventos adversos: 
• Bloqueio neuromuscular prolongado. 
• Exantema ou edema no local da injeção, prurido. 
Contraindicações: 
• Hipersensibilidade ao rocurônio ou ao íon brometo. 
• Há casos de anafilaxia com rocurônio que foi tratada com Sugammadex. 
Cuidados Especiais: 
• Em pacientes com disfunção hepática ou renal a duração de ação da droga pode ser mais longa. 
Antídoto: Sugammadex (Bridion®) 
• Frasco-ampola de 100mg/ml (2ml por ampola, total 200mg) 
• Reverter rocurônio injetado há mais de 20 minutos = 1-2 ampolas - Reversão de rocurônio que 
acabou de ser injetado = 4 ampola 
SUCCINILCOLINA 
Nome Comercial: Quelicin®, Succitrat® (cloreto de suxametônio). Apresentação: Pó liofilizado com 
100mg ou 500mg. 
Diluição bolus: sempre (geralmente para 10ml totais). 
Intubação: 1 a 2 mg/kg, EV para adultos. 
Eventos adversos: 
• Bradicardia (especialmente em crianças) com repetidas doses, infusão contínua ou doses maiores 
que 4mg/kg. 
• Hipercalemia transitória, hipertermia maligna. 
• Mialgia ao despertar. 
 
27 RENAN CORADIN 
Indicação: intubação traqueal, principalmente em sequência rápida. Farmacocinética: início de ação: 
1-2 min (IV); duração: 6-12 min (IV); rapidamente hidrolisada pela colinesterase plasmática. 
Farmacodinâmica: liga-se, competitivamente, a receptores colinérgicos nicotínicos (placa motora), 
antagonizando a ação da ACh; fraqueza muscular e apneia; aumento da pressão intracraniana, pressão 
intraocular e pressão intragástrica; arritmias; aumento do K+ em pacientes acamados ou com 
imobilidade prolongada; miofasciculações e mialgias. 
Contraindicações: miopatias; desordens na colinesterase plasmática e hipertermia maligna. 
Interações: bloqueio prolongado com anestésicos inalatórios; inibidores da colinesterase; antibióticos; 
anticonvulsivantes; lítio; magnésio; bloqueadores dos canais de cálcio e lidocaína. 
Atenção: considerar utilizar fármacos anticolinérgicos previamente pela potencial influência 
arritmogênica vagal. 
Doses: Indução - 0,5-1,5 mg.kg-1 IV Manutenção - não recomendada 
USO DE NEUROLÉPTICOS COMO ADJUVANTE 
 Uma das principais causas de agitação na UTI é a ocorrência do delirium. O uso de neuroléptico 
para controle dos sintomas de delirium, além do uso de analgesia regular, pode reduzir a necessidadede sedativos, reduzir tempo de internação e facilitar o desmame ventilatório. 
 Recomenda-se o monitoramento do delirium diariamente através de uma escala validada (por 
exemplo: Confusion Assessment Method for the ICU - CAM-ICU ou Intensive Care Delirium 
Screening Checklist - ICDSC) e que terapias não-farmacológicas de prevenção do delirium sejam 
estabelecidas precocemente. 
 Os principais neurolépticos disponíveis no Brasil e estudados no ambiente de terapia intensiva 
são: haloperidol, quetiapina, olanzapina e Risperidona. 
DELIRIUM 
 Síndrome neurocomportamental causada pelo comprometimento transitório da atividade 
cerebral, secundário a distúrbios sistêmicos. 
• 10 a 70% dos pacientes acima de 65 anos 
• Até 80% dos pacientes sob ventilação mecânica 
• Fator de risco para perdas de dispositivos 
• Aumento da mortalidade. 
 
28 RENAN CORADIN 
 
Tratamento do Delirium 
 
 O haloperidol é o mais utilizado para pacientes críticos, porém está associado a maior presença 
de efeitos extrapiramidais e seu uso prolongado deve ser monitorado. O seu efeito sedativo inicia-se 
cerca de 20 minutos após administração, devendo-se respeitar este período de resposta à dose. 
 
 
 
29 RENAN CORADIN 
 O uso de neurolépticos, particularmente por via EV, deve ser realizado com cautela nos 
pacientes com risco de arritmia ou intervalo QT longo (QTc > 460ms). Doses elevadas devem ser 
utilizados com os pacientes monitorizados. 
SEQUÊNCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO 
A técnica associa a utilização de um sedativo de ação rápida a um bloqueador neuromuscular. 
 
 
 
30 RENAN CORADIN 
 
 
 
 
31 RENAN CORADIN 
ANALGESIA PARA CARDIOVERSÃO 
PREPAROS INICIAIS 
 Deve ser realizado a monitorização cardíaca do paciente e explicar para ele como será o 
procedimento. O oxímetro de pulso deve ser conectado para vigilância da saturação de oxigênio. O 
paciente deve estar com um bom acesso venoso. Não esquecer de verificar se o paciente possui prótese 
dentária. 
PRÉ-OXIGENAÇÃO E MANEJO DAS VIAS AÉREAS 
 É muito importante que o paciente seja pré-oxigenado por pelo menos 03 minutos antes da 
cardioversão. O uso da máscara facial convencional pode ser utilizada para a manutenção da ventilação 
espontânea. Raramente é necessário a assistência por ventilação manual. Pacientes com obesidade 
mórbida ou apnéia obstrutiva do sono é indicada que seja colocado na posição semi-inclinada para o 
procedimento (30 graus). 
 O cuidado da pré-oxigenação antes do procedimento deve-se principalmente para evitar uma 
das complicações mais frequentes que é a hipóxia secundária a sedação. 
 Dica valiosa: colocar a máscara facial com alto fluxo (08 litros/minuto) e solicitar para o 
paciente inspirar e expirar bem profundamente, devagar, por 05 a 06 vezes. 
SEDAÇÃO 
• Midazolam 3-5 mg bolus (repetir até sedação); 
• Etomidato 20 mg bolus (2 min após Fentanil); 
• Propofol (0,5 a 1,0 mg/Kg), com doses suplementares adicionais conforme necessário 
(0,25mg/Kg). 
• Analgesia: Fentanil 1-2 μg/kg; Morfina 1-2 mg. 
ALGORITMO DE ANALGO-SEDAÇÃO BASEADO EM ALVO – EINSTEIN. 
 
 
32 RENAN CORADIN

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