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Ana Luiza Cardoso - Pediatria I Infecções Congênitas Sífilis Congênita • Disseminação hematogênica do T. pallidum a partir da infecção materna • Transmissão vertical ocorre principalmente intraútero • Fisiopatologia: - As gestantes nas fases primárias e secundárias da doença apresentam risco de transmissão vertical de 70-100%. Essas taxas reduzem no quadro tardio da doença - O risco de transmissão aumenta com a idade gestacional • Quadro clínico: - As manifestações podem ser divididas em: precoces e tardias - PRECOCES: maioria das crianças é assintomática ao nascer. o A maior parte das lesões surge até os 3 meses de idade, sendo a maioria ainda nas primeiras 5 semanas. o Lesões de sífilis congênita precoce são o resultado da infecção ativa. o Lesões cutâneo-mucosas: o As lesões são tipicamente maculopapulares, com coloração vermelho-acobreada, tornando-se mais amarronzada com o passar dos dias. Essas lesões são mais evidentes nas mãos e pés. Costumam ser bolhosas e são denominadas de pênfigo sifilítico, também acometendo a região palmoplantar. o Essas bolhas podem se romper, evidenciando uma área desnuda, que evolui com maceração e formação de crostas o Placas mucosas e condiloma plano: as placas mucosas podem ser evidenciadas ao redor da cavidade oral e na região genital. o As lesões do condiloma plano podem ser evidenciadas após os primeiros dois ou três meses de vida. o Alterações ectodérmicas: processo esfoliativo das unhas, perda de cabelo e sobrancelhas. o Rinite. o Lesões ósseas: o As alterações ósseas acometem até 80% das crianças não tratadas o Costumam ser múltiplas e simétricas. Mesmo sem tratamento, costumam resolver-se espontaneamente nos primeiros 6 meses da vida da criança o Alterações da sífilis cogênita: - Periostite - Osteocondrite - Sinal de Wimberger à rarefação localizada na margem superior interna da tíbia bilateralmente, tendo como significado uma inflamação da metáfise - Pseudoparalisia de Parrot é causada pela recusa da criança em movimentar a extremidade o Sistema Hematopoiético o A presença de anemia, trombocitopenia e leucopenia ou leucocitose são achados comuns. A anemia hemolítica com Coombs negativo é um achado típico, sendo grave nas formas mais precoces da sífilis congênita. o Sistema Nervoso: o neurossifils pode desenvolver-se mesmo na ausência de outras manifestações clínicas o Lesões oculares: coriorretinite o Outras: hepatoesplenomegalia // sd nefrotica ou sd nefrítica // adenopatia // miocardite. - TARDIAS: tipicamente associadas com o processo de cicatrização das lesões encontradas na sífilis precoce e com reações a um processo inflamatório persistente ainda em curso. o Sequelas da periostite na fase aguda: bossa frontal (fronte olímpica); espessamento da junção esternoclavicular (sinal de Higoumenáki); arqueamento da porção media da tíbia o Anormalidades dentárias: dentes de hutchinson e molares em formato de amora o Face: maxilar curto, nariz em sela com ou sem perfuração do septonasal; rágades (por fissuras peribucais) o Articulação de Clutton (derrame articular estéril nos joelhos). o Ceratite intersticial, coroidite, retinite, atrofia óptica com possível evolução para cegueira. o Lesão de 8º par craniano, levando à surdez e à vertigem. A sífilis poderá afetar a audição por lesão do VIII par, uni ou bilateral. A tríade de Hutchinson é caracterizada por ceratite, alterações dentárias e surdez. o Hidrocefalia o Deficiência intelectual • Alterações laboratoriais: - Pesquisa direta do treponema: não é realizada habitualmente Ana Luiza Cardoso - Pediatria I - Avaliação sorológica: treponemicos e não treponemicos à um resultado reagente no teste não treponêmico em crianças menores de 18 meses é valorizado quando o título encontrado for maior do que o materno em duas diluições. (VDRL do sangue periférico) - Outros: rx ossos longos, eletrólitos, avaliação do liquor, hemograma, perfil hepático, avaliação audiologica e oftalmogica • Tratamento: primeiro devemos avaliar a adequação do tratamento da gestante. Para o MS, o tratamento materno adequado é o tratamento completo para estágio clínico de sífilis com benzilpenicilina benzatina, iniciado até 30 dias antes do parto. • Gestantes que não se enquadrarem nesses critérios serão consideradas como tratadas de forma não adequada. • Os esquemas indicados para o tratamento são os seguintes: • Benzilpenicilina potássica/cristalina 50.000 UI/kg, intravenosa, de 12/12 horas na primeira semana de vida, de 8/8 horas após a primeira semana de vida, por dez dias (é necessário reiniciar o tratamento se houver atraso de mais de 24 horas na dose); • Benzilpenicilina procaína 50.000 UI/kg, intramuscular, uma vez ao dia, por dez dias (é necessário reiniciar o tratamento se houver atraso de mais de 24 horas na dose); • Benzilpenicilina benzatina 50.000 UI/kg, intramuscular, dose única. - • Acompanhamento: - Avaliações mensais até o 6 mês e bimestrais do 6 ao 18º mês - Realizar teste não treponêmico com 1, 3, 6, 12 e 18 meses, interrompendo quando se observar resultados negativos em dois exames consecutivos; - Espera-se que os testes não treponêmicos declinem aos três meses de idade, devendo ser não reagentes aos seis meses nos casos em que a criança não tiver sido infectada; s testes treponêmicos podem ser realizados a partir dos 18 meses. - Um teste treponêmico reagente após os 18 meses idade (quando desaparecem os anticorpos maternos transferidos passivamente no período intrauterino) confirma o diagnóstico de sífilis congênita. Um resultado não reagente não exclui sífilis congênita nos casos em que a criança foi tratada precocemente; Ana Luiza Cardoso - Pediatria I - Nas crianças com sífilis congênita, recomenda-se o acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por dois anos; - Liquor alteradoà reavaliação liquórica a cada seis meses, até a normalização. Rubéola Congênita • O termo síndrome da rubéola congênita refere-se aos defeitos presentes em RN de mães que apresentaram infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação (deficiência auditiva, catarata, defeitos cardíacos etc.) • Fisiopatologia: - A infecção intrauterina pode levar à reabsorção do embrião (quando a infecção é muito precoce), abortamento espontâneo, natimorto, infecção da placenta sem manifestações no feto ou infecção da placenta e do feto. - Esta infecção fetal poderá resultar em vários tipos de malformações, dependendo da fase da gestação em que ocorreu a viremia. - A infecção adquirida após o quarto mês de gestação, em geral, não se encontra associada a malformações fetais, nem à persistência do vírus. • Quadro clínico: - Mais de 50% dos RN infectados intraútero são assintomáticos no período neonatal. - As manifestações clínicas encontradas podem ser transitórias, permanentes ou terem início tardio. o Deficiência auditiva: é a manifestação mais comum da rubéola congênita. É provocada por alterações degenerativas da cóclea e do órgão de Corti (neurossensorial), geralmente bilateral; o Restrição ao crescimento intrauterino; o Malformações cardíacas: as principais cardiopatias congênitas associadas à rubéola são a persistência de canal arterial e a estenose de artéria pulmonar; o Malformações oculares: são mais frequentes as lesões que afetam a acuidade e a área macular. Catarata bilateral na metade das vezes, glaucoma (precoce ou tardio), retinopatia (aspecto de "sal e pimenta", por alteração no crescimento da camada pigmentar da retina) e microftalmia podem estar presentes; o Alterações neurológicas: microcefalia, meningoencefalite, tetraplegia espástica, retardo do desenvolvimento psicomotor; diabetes mellitus insulino-dependente, encontrado em até 20% dos adultos com o diagnóstico de rubéola congênita • Laboratório - IgM +, confirma o caso - Se houver um resultado com IgM negativo e IgG positivo, recomenda-se o acompanhamento dos títulos deIgG e o pareamento com os títulos maternos. A detecção do RNA viral é possível por técnica de PCR. A pesquisa pode ser feita em vários líquidos orgânicos, como secreções de orofaringe, urina e liquor. - Outros exames indicados incluem: hemograma, testes de função hepática, radiografia de ossos longos, fundoscopia, audiometria, exames de neuroimagem (ultrassonografia de crânio, tomografia computadorizada de crânio), estudo do liquor e ecocardiograma. • Tratamento: - não existe tratamento medicamentoso para a síndrome da rubéola congênita. - A catarata e a cardiopatia são as manifestações clínicas passíveis de correção cirúrgica. - A principal forma de prevenção da doença é a vacinação. Toxoplasmose Congênita • Toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório, que ocorre naturalmente em vários animais. A infecção congênita ocorrerá após infecção materna primária durante a gestação • Fisiopatologia - Ao adquirir a infecção primária, a mãe infecta o seu feto na maioria das vezes pela via transplacentária. - Quanto mais precoce a idade gestacional, menor é a probabilidade de transmissão, porém mais grave é o quadro clínico. O contrário ocorre no final da gestação, quando há uma maior probabilidade da infecção, porém com consequências menos graves. - A necrose tissular é a lesão provocada pelo T.gondii. Na infecção congênita pode ocorrer acometimento sistêmico de pulmões, coração, ouvido, rins, musculo estriado, intestino, suprearrenais, pâncreas, testículos, ovários, olhos e SNC - A meningoencefaleite evolui com necrose, calcificações e formação de cistos em parênquima cerebral - A hidrocefalia é causada pelo processo inflamatório com fenômenos obstrutivos e destruição do tecido cerebral • Quadro clínico: - 70% dos RN à assintomáticos ao nascimento - 10% à manifestações graves nos primeiros dias de vida Ana Luiza Cardoso - Pediatria I - Lesões No Sistema Nervoso Central o Geralmente são resultantes de uma infecção nas fases iniciais da gestação. o São encontradas alterações liquóricas, calcificações intracranianas, hidrocefalia, convulsões e microcefalia. A hidrocefalia tipo obstrutiva é considerada a manifestação neurológica clássica mais comumente encontrada na toxoplasmose congênita. o As crises convulsivas podem fazer parte da clínica destes pacientes, podendo também ocorrer retardo do crescimento, opistótono, dificuldade de deglutição e paralisia de membros. o As alterações liquóricas são identificadas em pelo menos 50% à proteinorraquia > 1 g/dl é um marcador de doença neurológica grave. - Lesões Oftalmológicas o Aceita-se que todos os indivíduos com infecção intraútero que não sejam adequadamente tratados vão evoluir com lesões oftalmológicas até a idade adulta. o As lesões são localizadas na retina e na coroide, podendo complicar com iridociclite, catarata, glaucoma, estrabismo, nistagmo e descolamento de retina. o A coriorretinite (retinocoroidite) é o comprometimento clássico mais frequente na toxoplasmose congênita, sendo uni ou bilateral. o As lesões ativas podem curar com ou sem tratamento em poucas semanas ou meses, mas tendem a ser recidivantes e podem levar a sequelas graves. A doença ocular é recorrente e progressiva. o A microftalmia ocorre quando as lesões são muito graves. o O estrabismo e nistagmo podem ocorrer como sinais precoces e persistentes. - OUTRAS o Podemos encontrar hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, trombocitopenia, anemia, pneumonite, miocardite, síndrome nefrótica e alterações ósseas. o A tétrade de Sabin é caracterizada por coriorretinite, calcificações intracranianas, hidrocefalia ou microcefalia e deficiência intelectual. - Em resumo: a toxoplasmose congênita caracteriza-se por hidrocefalia, corioretinite, calcificações intracranianas e elevada proteinorraquia. • Diagnóstico LABORATORIO BIOIMAGEM OUTROS Isolamento direto do parasito (não rotina) Raio-x de crânio Anatomopat da placenta Teste de aglutinação ISAGA (padrão-ouro) USG de crânio Estudo do liquor ELISA igM por captura TC crânio Oftalmoscopia IFI OU ELISA IgG RNM crânio Audiometria com emissões otoacústicas (EOA) e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) IgA sérica RX tórax HMG, TGO TGP, UR, CR Teste de avidez IgG Ecocardiograma Eletroencefalograma PCR - Avaliação da resposta humoral: o IgM à detectados com 2 semanas, pico em torno de 1 mês após infecção/ Não atravessa a placenta. Pode estar negativo, mesmo na presença de infecção fetal / Pode estar positivo, mesmo sem infecção fetal, devido à contaminação com sangue materno o IgA à Detectada no inicio da infecção, cai rapidamente, ate em torno de 7 meses / possui maior sensibilidade para o RN que o IgM o IgE à sobe e desce rapidamente em menos de quatro meses o IgG à detectado com apenas duas semanas. Apresentam um pico em 1 – 2 meses e persistem para vida toda Ana Luiza Cardoso - Pediatria I • Conduta • Tratamento - Sulfadiazina 100 mg /kg/dia VO 12/12h - Pirimetamina 2 mg/kg/d VO por 2 dias, cada 12 horas e posteriormente, 1 mg/kg/dia, dose única diária - Acido Folínico 5- 10 mg 3x/semana. Manter por 1 semana após retirada da pirimetamina o Sulfadiazina + pirimetanina _ acido flínico são usados por 6 meses sob monitorização hematológica semanal no primeiro mês e depois mensal. o No segundo período, nos últimos 6 meses, a sulfadiazina é usada diariamente e a pirimetamina em dias alternados, 3x/sem o SE comprometimento SNC (proteína >1g/dl) e ou ocular à adiciono prednisona 0,5 mg/kg/dose a cada 12 h, VO, geralmente por 4 semanas #BONUSS: Ana Luiza Cardoso - Pediatria I CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA: • Conceito - CMV pertence à família herpesviridae à o homem é o seu único reservatório • Fisiopatologia - Após a infecção primaria, há o estabelecimento de um período de latência, sendo possível a sua reativação e é possível a reinfecção. Podemos ter infecção fetal mesmo em uma gestante previamente imune para o CMV. - As crianças podem ser contaminadas precocemente de três modos: durante a vida intrauterina (infecção congênita); pela exposição às secreções genitais durante o parto (intraparto); ou no período pós-natal precoce, pelo leite materno. - A distinção entre uma infecção congênita e as infecções perinatais é importante em termos de prognóstico e determinação do seguimento das crianças em longo prazo. - A maior gravidade da infecção sobre o feto ocorre quando a transmissão ocorre em fases iniciais da gestação, ao passo que a maior probabilidade de contaminação se dá no último trimestre. - A infecção congênita encontra-se associada à eliminação do vírus pelo RN em sua urina e saliva durante vários anos, o que pode ter papel no ciclo de transmissão do agente • Quadro Clínico - Mais comum: petéquias, icterícia colestática e hepatoesplenomegalia, podendo ou não estar acompanhadas de manifestações neurológicas. - Outras: microcefalia, perda auditiva neurossensocial, restrição do crescimento intrauterino. A infecção congênita por CMV é a principal causa de surdez neurossensorial de causa viral na infância. O envolvimento ocular (coriorretinite e atrofia do nervo óptico) pode ocorrer nas crianças sintomáticas, sendo raro naquelas assintomáticas. A coriorretinite pelo CMV não é progressiva, enquanto a surdez neurossensorial pode ser. • Diagnóstico / laboratório - Imagem à Quando sintomático: As lesões incluem lisencefalia com afilamento do córtex cerebral, hipoplasia cerebelar, ventriculomegalia, calcificações periventriculares, atraso na mielinização, alterações de substância branca, distúrbios de migração neuronal, como a polimicrogiria e ocasionalmente esquizencefalia, cistos periventriculares e hipoplasia cerebelar - Os testes sorológicos têm papel limitado na avaliação da infecção congênita pelo CMV e possuem baixa sensibilidade e especificidade. Mesmo quando detectamos IgM séricano RN, está indicada a confirmação da infecção por meio da detecção viral - Identificação viral à A identificação do vírus na urina e/ou na saliva do RN nas primeiras três semanas de vida é o marcador definitivo da infecção congênita por este vírus. A identificação do vírus após este período até pode ser pela infecção congênita, mas também pode estar relacionada com infecção adquirida no período perinatal (intraparto) ou pós-natal precoce, daí a importância da investigação precoce. - A identificação do vírus é possível por métodos de isolamento viral (ainda considerado o método padrão-ouro convencional) - Outros exames: análise do liquor está indicada em todas as crianças infectadas, ainda que assintomáticas. o Alterações observadas no líquor em casos de meningoencefalite: a infecção viral da aracn ide e do líquor causa pleocitose mononuclear com valores de proteína e glicose normal. Esta síndrome é chamada de meningite asséptica - A avaliação auditiva deve ser feita por meio do teste do potencial evocado de tronco cerebral ainda no período neonatal e será repetida várias vezes nos primeiros anos de vida (é diferente do teste da orelhinha que so identifica uma surdez pré-coclear). - Avaliacao oftalmológica também deve ser realizada ao diagnóstico. • Tratamento - As drogas licenciadas para o tto à ganciclovir e vanganciclovir. - Evidências de que o uso durante 6 sem do ganciclovir pode reduzir a progressão da doença neurológica e auditiva em RNs com a forma mais grave da doença. Melhora também na hepatite colestática - Efeito adverso: neutropenia. - ganciclovir 10mg/Kg/dia dividido em duas doses administradas por via endovenosa por 2 a 4 semanas durante 60 minutos - Os principais critérios de inclusão citados pelo MS para tto: - RN sintomáticos com evidências de envolvimento do sistema nervoso central incluindo calcificações intracranianas, microcefalia, atrofia cortical, surdez neurossensorial, liquor anormal e coriorretinite; - RN com quadro de síndrome sepsis-like viral, pneumonite intersticial por CMV, excluídas outras etiologias; - Idade inferior a um mês na ocasião do diagnóstico. Ana Luiza Cardoso - Pediatria I HERPES-SIMPLEX VIRUS: • Conceito e fisiopatologia - A transmissão neonatal ocorre, na maior parte dos casos, durante a passagem do RN pelo canal de parto, sendo rara no período antenatal. Assim, a infecção deve ser considerada como uma infecção perinatal e não congênita. A infecção congênita é rara e acontece principalmente após a infecção primária pelo HSV, com viremia e infecção fetal por via hematogênica (transplacentária). • Quadro Clínico - Diferenciar a forma congênita da forma perinatal - A forma congênita é mais rara e extremamente grave. Possui a tríade: o Vesículas cutâneas ou escaras de cicatrização o Alterações oculares o Micro/hidrocefalia - O isolamento do vírus em um rn nos primeiros dias de vida é um critério diagnóstico importante da infecção intrauterina - A infecção perinatal à a transmissão ocorre durante a passagem pelo canal de parto - Em geral, o RN só torna-se sintomático no fim da primeira semana de vida ou início da segunda, pois o vírus necessita replicar-se - Formas clínicas: o LOCALIZADA: OLHOS, BOCA, PELE: As lesões cutâneas são constituídas por vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa, de forma localizada ou disseminada. Há hiperemia conjuntival com lacrimejamento, com a eventual presença de vesículas na região periorbital, ceratite e ceratoconjuntivite. A avaliação da cavidade oral pode evidenciar úlceras na boca, palato e língua. Esta forma pode evoluir para um quadro disseminado ou neurológico. o NEUROLÓGICA: durante a segunda ou terceira semana de vida. O RN desenvolve letargia, irritabilidade, convulsões, crises de apneia e febre alta. As lesões cutâneas são observadas em 60% das vezes. A avaliação do liquor revela pleocitose à custa de células mononucleares, glicose relativamente baixa e proteína moderadamente elevada. o DISSEMINADA: É a forma mais grave e cursa com o envolvimento de múltiplos órgãos, de forma semelhante a um quadro de sepse de origem bacteriana. As lesões graves apresentam sintomas já nos primeiros 5-11 dias de vida. Há acometimento hepático, pulmonar, neurológico, cutâneo, adrenal. • Diagnóstico / laboratório - Hemograma com neutropenia, plaquetopenia, aumento de TGO, TGP e bilirrubina. - A cultura do vírus em células teciduais, a partir de amostras de sangue, material das lesões, liquor, urina, fezes, secreções nasais, oculares, orofaríngeas e secreção genital materna, constitui-se no melhor método para o diagnóstico. - O raspado das vesículas deve ser analisado por anticorpo fluorescente (direto). - Os testes sorológicos têm valor limitado. • Tratamento - Aciclovir é a droga de escolha. - O tempo de tto vai depender da forma clínica
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