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A exposição de gestantes a determinadas doenças infecciosas pode culminar em disseminação transplacentária do patógeno e consequente infecção do produto conceptual, caracterizando infecção vertical. Infecções congênitas correspondem a importante causa de perdas gestacionais e de morbimortalidade pós-natal. As infecções congênitas podem ocorrer durante a gestação (pré-natais) ou durante o parto (paranatais). Do ponto de vista epidemiológico, as infecções congênitas são chamadas de transmissão vertical (materno-fetal), em oposição às infecções da vida extrauterina, denominadas de transmissão horizontal No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o rastreamento de rotina para sífilis, toxoplasmose e HIV desde a primeira consulta pré-natal, enquanto o rastreamento para rubéola é indicado apenas se a gestante apresentar sinais sugestivos da doença. A hepatite B deve ser rastreada na primeira consulta e no terceiro trimestre. O rastreamento de CMV não é recomendado, pois a evidência disponível não embasa o rastreamento de rotina, já que a descoberta da infecção não traria benefícios/prevenção para o feto. Deve-se suspeitar de infecções congênitas em casos de: Restrição de crescimento intrauterino; Hepatoesplenomegalia; Exantema; Cardiopatias; Lesões ósseas; Alterações Sistema Nervoso Central, como: micro/hidrocefalia, calcificações intracranianas; Alterações oculares: cariorretinte, catarata; Alterações hematológicas: anemia, plaquetopenia. INFECÇÃO PRÉ-NATAL As relações entre o feto e a mãe são necessariamente feitas pelas membranas placentária e amniótica. Assim, as vias de penetração dos germes são divididas em dois grupos: via transplacentária e via transamniótica. • Infecção transplacentária: Os microrganismos procedentes do sangue materno cruzam a placenta, alcançam a circulação fetal e disseminam-se • Infecção transamniótica: Os germes da vagina e do colo acometem a cavidade amniótica e o feto. A via transamniótica é ascendente, geralmente após a ruptura das membranas INFECÇÕES PARANATAIS É adquirida por contato direto com as secreções maternas, no momento da passagem do feto pelo canal do parto. O mesmo ocorre com infecção pelo herpes simples genital, hepatite B, estreptococo do grupo B (GBS), que condicionam infecção neonatal. CONSEQUENCIAS Muito embora a infecção possa acometer a mãe, o ovo pode não apresentar lesões e a gravidez prosseguir normalmente até o termo. Se o feto for acometido pela infecção, as consequências dependem do período da gestação: • Período Embrionário – Até o 1° trimestre: É o período mais vulnerável (a drogas e infecções). Embora os agentes infecciosos possam ser letais (abortamento), na maioria das vezes produzem anomalias congênitas. Cada órgão tem seu período crítico, durante o qual o seu desenvolvimento será afetado • Período Fetal – 2° trimestre em diante: Caso a infecção seja muito grave, há morte fetal com a consequente interrupção da gravidez; nessa fase ocorrem as anomalias congênitas menores e os defeitos funcionais, especialmente do sistema nervoso central (SNC). Se infecção materna surgir próximo ao parto, o recém- nascido pode apresentar a infecção em estágio evolutivo, exibindo seu quadro clínico agudo. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO A infecção primária materna é diagnosticada no pré-natal pela sorologia dos anticorpos IgG e IgM. A existência destes últimos não pode ser considerada fidedigna para o diagnóstico da infecção primária Títulos de IgG e IgM aumentam a partir de 5 dias da infecção aguda • IgG e IgM negativos sugerem ausência de infecção; • IgG positivo e IgM negativo, infecção antiga (há mais de 1 ano); • IgG e IgM positivos, infecção recente ou resultado falso-positivo do teste IgM, o que não é incomum. O teste de avidez IgG é um procedimento muito usado atualmente para mulheres com IgM positivo no 1º trimestre. O resultado de alta avidez (> 60%) é sugestivo de infecção antiga (há mais de 3 meses), ocorrida, portanto, fora da gestação. Contudo, o padrão ouro para o diagnóstico da infecção fetal é a reação da cadeia de polimerase no líquido amniótico (PCR-LA), geralmente está indicada após 18 semanas de gestação e decorridas 4 semanas da infecção materna, pois somente nessas condições se conseguiria boa sensibilidade. Doença venérea sistêmica causada pelo Treponema pallidum. Estágios: incubação, primária, secundária, latente inicial, latente tardia e terciária. A classificação mais recente é em: sífilis inicial (primária, secundária e latente até 1 ano) e tardia (latente após 1 ano e terciária). A sífilis primária é caracterizada pelo cancro duro indolor na genitália (lábios) e linfadenopatia, geralmente 3 semanas após o contato. O estágio secundário ocorre de 6 semanas a 6 meses após a lesão primária. A espiroquetemia determina exantema maculopapular envolvendo todo o corpo, especialmente mãos e pés. Sintomas não específicos como febre, perda de peso e mal-estar ocorrem em 50% dos pacientes. A fase secundária é seguida pela latente, caracterizada pela falta de lesões clínicas aparentes e teste sorológico positivo. A doença pode ser comunicável nos 4 anos iniciais da fase latente e geralmente não é transmissível após esse prazo, com exceção da infecção fetal transplacentária. A fase terciária ou tardia é o estágio de destruição tecidual que aparece 10 a 25 anos após a fase inicial em quase 35% dos pacientes não tratados. As lesões granulomatosas (gomas) podem ocorrer em qualquer órgão, sendo muito mais dependentes da resposta local imune que da ação direta do organismo. As manifestações mais graves da sífilis terciária incluem aquelas que afetam o sistema cardiovascular (aorta) ou o SNC (tabes dorsalis, demência), e a morte. Sorologias – Existem 2 tipos de testes: testes não específicos (VDRL) e testes específicos O rastreamento é feito com o VDRL, mas a ocorrência de falso-positivos demanda a confirmação por FTA-Abs. Em geral, o VDRL torna-se positivo 1 a 3 semanas após o aparecimento do cancro duro. O cancro duro é uma pequena lesão que pode aparecer na região genital ou anal que é indicativo que infecção pela bactéria Treponema pallidum A sorologia VDRL na primeira consulta pré-natal é a medida mais importante para identificar os fetos de risco para a sífilis congênita. O CDC (2015) recomenda, ainda, a repetição do teste no 3o trimestre (28 semanas). A infecção transplacentária pode ocorrer em qualquer estágio da doença e idade gestacional O comprometimento fetal depende da treponemia materna A sífilis é responsável por perda fetal/natimorto, neomorto, parto pré-termo/baixo peso, infetante com sífilis congênita, prognóstico adverso global. Os achados na infecção fetal nesse exame representam uma resposta inflamatória robusta do feto ao treponema e se mostram presentes apenas após a 20° semana de gravidez e inclui: hepatomegalia, aumento na velocidade sistólica máxima na artéria cerebral média, placentomegalia, polidrâmnio, ascite e hidropsia. A sífilis congênita é adquirida por meio da disseminação do Treponema pallidum da mãe para o feto, principalmente por via transplacentária. O Treponema pallidum provoca um processo inflamatório, comprometendo todos os órgãos do recém-nascido, com lesões viscerais, ósseas, pele e mucosas, e sistema nervoso central. Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as principais manifestações clínicas são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas (pênfigo palmoplantar, condiloma plano), periostite, osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos membros (pseudoparalisia de Parrot), sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, rinite serossanguinolenta, icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada. Além disso, pode se manifestar tardiamente após o segundo ano de vida (sífilis congênita tardia).Os cerca de 50% dos recém-nascidos infectados apresentam sífilis congênita precoce quando os sintomas aparecem nos primeiros 2 anos de vida, ou sífilis congênita tardia quando os sintomas se desenvolvem após os 2 anos de idade. A hepatoesplenomegalia e o exantema são as manifestações iniciais mais comuns da sífilis congênita precoce, que tende a manifestar-se ao nascimento ou dentro de 3 a 7 semanas do parto. As manifestações tardias resultam principalmente da infecção crônica dos ossos (nariz em sela, fronte olímpica), dos dentes e do SNC Os hospedeiros intermediários são principalmente o porco, a ovelha e o ser humano; os hospedeiros definitivos são membros da família Felidae, e o exemplo típico é o gato doméstico. Transmissão: ingesta de carne crua ou malcozida, exposição a fezes de gatos contaminados com oocistos e transmissão vertical na gravidez Transmissão Congênita – Infecção primária adquirida antes da gravidez não afeta o concepto, exceto em mulher imunodeprimida. É recomendado que após infecção por toxoplasmose a mulher espere 6 meses antes de engravidar. A infecção primária ocorrida na gestação pode ser transmitida ao feto pela via transplacentária. A invasão da placenta ocorre pelos taquizoítos onde eles se multiplicam. Essa doença pode determinar abortamento e malformação fetal, com graves repercussões no RN, podendo levar ao óbito. O risco de transmissão aumenta ao evoluir da gravidez, mas se diminui a gravidade. Cerca de 40% das gestantes infectadas transmitirão a doença para o feto se não forem tratadas adequadamente. O risco de transmissão e aumenta com o avanço da gravidez (já que a permeabilidade da barreira placentária aumenta com a idade gestacional), enquanto que o grau de comprometimento é maior no início da gravidez. A maioria das crianças (70%) serão assintomáticas ao nascimento, porém têm elevadas frequências de prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, anormalidades liquóricas e cicatrizes de coriorretinite. Cerca de 10% terão manifestação grave nos primeiros dias de vida. Podem apresentar doença multissistêmica ou isoladamente, afetando o sistema nervoso e/ou a forma ocular. As sequelas neurológicas mais encontradas são hidrocefalia, microcefalia, retardo psicomotor, convulsões, hipertonia muscular, hiperreflexia tendinosa e paralisias. Quanto às complicações oftalmológicas, podem-se observar microftalmia, sinéquia de globo ocular, estrabismo, nistagmo e catarata. 10% dos casos resultam em abortamento. A tríade clássica, coriorretinite, hidrocefalia e calcificações intracerebrais (síndrome toxoplasmósica), está presente em 10%. Outros recém-nascidos exibem variedade de sintomas da infecção aguda – convulsões, esplenomegalia, febre, anemia, icterícia e linfadenopatia. Dos RN infectados e sintomáticos, de 10 a 15% morrem da doença, já os sobreviventes sofrem de retardo mental e outras deficiências neurológicas. Se a infecção ocorrer após a 20° semana de gestação, se torna menos grave. A maioria das crianças infectadas não apresenta sintomas ao nascimento e será diagnosticada apenas por exames laboratoriais (sorologia IgM). Embora possam parecer saudáveis ao nascimento, 90% das crianças infectadas desenvolvem sequelas – coriorretinite, comprometimento visual ou auditivo, grave retardo no neurodesenvolvimento Diagnóstico Materno – Exame para toxoplasmose é obrigatório na primeira consulta pré-natal. Assim, passa a ser fundamental identificar quais dessas mulheres com IgM positivo foram infectadas antes ou durante a gravidez. Em caso de IgG + e IgM – a infecção é considerada antiga e o feto protegido. Diagnóstico Fetal – Feito por PCR-LA. O teste só deve ser oferecido após 18 semanas da gestação e decorridas 4 semanas da infecção materna (soroconversão), para reduzir a taxa de resultados falso-negativos. Eventualmente, o diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia, que mostra calcificações intracerebrais, ventriculomegalia, microcefalia, hepatoesplenomegalia e CIR acentuado Pode se apresentar de duas formas: infecção congênita ou síndrome da rubéola congênita (SRC). A infecção engloba os eventos associados à infecção intrauterina pelo vírus, como morte fetal, parto prematuro e defeitos congênitos; enquanto que a SRC refere-se à variedade de defeitos presentes em neonatos filhos de mães que apresentaram infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação (deficiência auditiva, catarata, defeitos cardíacos, etc.). As manifestações precoces são: perda auditiva, cardiopatias congênitas, catarata e microcefalia. Já as tardias incluem: perda auditiva, distúrbios endócrinos e panencefalite. Após o período de incubação de 14 a 21 dias, a rubéola exterioriza-se como doença de pequena gravidade, caracterizada por linfadenopatia pós-auricular (precede em 5 dias o exantema); exantema maculopapular, que se inicia na parte superior do tórax, estendendo-se depois por todo o corpo; e febrícula. As complicações são mais comuns no adulto e incluem artralgia, artrite, encefalite, neurite e púrpura trombocitopênica Diagnóstico Materno – A Secretaria de Vigilância em Saúde notificou que a sorologia para rubéola não é mais um exame de rotina no pré-natal para detectar as pacientes suscetíveis, exceto em grávidas com manifestações clínicas e/ou vínculo epidemiológico Em 20 a 50% dos casos de rubéola, o paciente não apresenta exantema, o que dificulta o diagnóstico; quando feito pelo teste ELISA Nas grávidas com exantema, os seguintes resultados indicam infecção: • Soroconversão (caso a paciente tenha feito teste sorológico) • Aumento do título de IgG de, no mínimo, 4 vezes em dois exames espaçados de 2 a 3 semanas (fase aguda exantemática e convalescença) • IgM positivo Nas grávidas que tiveram contato com a rubéola aplicam- se os mesmos critérios, mas o intervalo dos exames pareados será de 4 a 5 semanas. Diagnóstico Fetal - Realizada por PCR-LA. Para reduzir os resultados falso-negativos, é necessário esperar 6 a 8 semanas após a infecção materna e 21 semanas de gestação, quando a excreção urinária fetal é maior Síndrome da rubéola congênita: Na gravidez, a infecção no 1º trimestre determina a síndrome da rubéola congênita (SRC), caracterizada pela tríade catarata, surdez neurossensorial e malformação cardíaca; até 8 semanas a taxa de abortamento é de 20%. De 12 a 18 semanas, a incidência da SRC é de cerca de 35% e após 18 semanas, ela é de 0% Outras manifestações são: CIR, púrpura, icterícia, hepatoesplenomegalia, microcefalia e retardo mental, meningoencefalite e doença óssea radioluzente O CMV é um herpes-vírus. Esse grupo inclui os herpes- vírus simples (HSV) dos tipos 1 e 2, o vírus varicela-zóster (VZV) e o vírus Epstein-Barr (EBV). Para a maioria das pessoas que adquirem a infecção pelo CMV após o nascimento, a sintomatologia é pobre, síndrome mononucleose-símile, com febre prolongada e hepatite leve, com testes para mononucleose e hepatite negativos. Infecção congênita - Para a grávida, as duas vias mais comuns de exposição ao CMV são o contato sexual (sêmen) e o contato com a saliva e a urina de crianças pequenas infectadas. A infecção congênita pelo CMV é responsável por sequelas definitivas e morte na infância em maior número de casos que a síndrome de Down, síndrome alcoólica fetal e defeitos do tubo neural A infecção primária por CMV no 1º trimestre da gravidez é responsável por 10 a 20% de recém-nascidos infectados sintomáticos e, desses, 30% morrem; dos que sobrevivem, 65 a 80% apresentam sequelas definitivas (perda da audição e comprometimento neurológico) Dos 80 a 90% assintomáticos, 5 a 15% desenvolvem sequelas (perda auditiva neurossensorial). A infecção pelo CMV no 2º e no 3º trimestre da gravidez traz riscos mínimos de sequelas nos fetos infectados. Os achados ultrassonográficossão importantes, mas não diagnósticos, pois são comuns a outras doenças fetais. As mais frequentes incluem CIR, ventriculomegalia, calcificação periventricular e hepática, microcefalia e intestino hiperecogênico Contudo, o teste usual para o diagnóstico da infecção fetal pelo CMV é a PCR-LA. Para conseguir boa sensibilidade, a amniocentese deve ser realizada 7 semanas após o início da infecção materna (soroconversão) e depois de 21 semanas da gravidez Os achados clínicos da infecção congênita sintomática pelo CMV incluem icterícia, petéquias, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, CIR, miocardite e hidropisia fetal não imune. A infecção congênita pelo CMV pode ser diagnosticada se o recém-nascido apresentar o vírus na urina, na saliva ou em qualquer outro tecido até 2 a 3 semanas após o nascimento. Se os testes virológicos forem realizados depois desse período, não há como diferenciar a infecção congênita da adquirida após o parto O herpes simples é uma doença infecciosa determinada pelo HSV com dois tipos sorologicamente distintos: tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2). O HSV-1 é o responsável pela infecção não genital (lábios, face, córnea, mucosa oral), e o HSV-2 está associado à infecção genital (pênis, uretra, vulva, vagina, cérvice, pele das coxas e das nádegas) Quando um indivíduo sem anticorpo HSV-1 ou HSV-2 adquire qualquer um dos vírus no sistema genital, é estabelecida uma infecção primária primeiro episódio. Se a pessoa com anticorpo HSV-1 preexistente adquire infecção genital HSV-2 (ou vice-versa), ocorre a infecção não primário primeiro episódio. A reativação do vírus e a sua translocação para a pele e mucosas produzem a infecção recorrente. Infecção neonatal: A infecção por HSV do recém-nascido pode ser adquirida de três maneiras: intrauterina, intraparto (paranatal) ou pós-natal. A época da transmissão na gravidez na maioria dos casos, cerca de 85%, ocorre durante o parto. Cifra adicional de 10% dos recém-nascidos adquire HSV-1 pós-natal da mãe ou de qualquer outro contato e, finalmente, 5% são infectados pelo HSV-1/HSV-2 in utero. As manifestações da infecção congênita intrauterina são muito graves e incluem microcefalia, hepatoesplenomegalia, CIR e natimortalidade. Bebês nascidos de mães com infecção primária genital de HSV próxima do termo eliminando o vírus no momento do parto apresentam risco 10 a 30 vezes maior de desenvolverem a doença em comparação com aqueles de mães com infecção recorrente, apesar de também estarem eliminando o vírus no parto. Isso se deve, em parte, à significativa transferência de anticorpos protetores maternos a partir do 7º mês de gravidez. O diagnóstico da infecção herpética neonatal pode ser realizado considerando-se o quadro clínico e/ou a cultura positiva, presentes 48 h após o parto. A infecção HSV adquirida intraparto ou pós-natal pode assumir três tipos clínicos • Disseminado: envolvimento de múltiplos órgãos (pulmão, fígado, suprarrenal, pele, olhos, cérebro) • Herpes do SNC • Localizado: pele, olhos e boca No estado de latência, esses vírus não são suscetíveis às drogas antivirais. Na infecção transmitida por viremia materna predominam sinais de infecção placentária, como infarto, necrose, calcificações e sinais de envolvimento fetal grave como hidropsia. A morte do concepto geralmente ocorre. Os sobreviventes exibem lesões de pele (vesículas, ulcerações ou cicatrizes), lesões oculares e graves anomalias do SNC, como microcefalia e hidranencefalia. Conjuntos de testes que permitem a detecção precoce de patologias congênitas e tratamento adequado, evitando morte prematura e deficiências. TESTE DO PEZINHO Deve ser feito entre 48h de vida e o quinto dia de vida, sendo que a amostra é proveniente do calcanhar do RN. São triadas: deficiência de biotinidade, fenilcetonúria, fibrose cística, hemoglobinopatias, como anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e hipotireoidismo congênito. TESTE DO CORAÇÃOZINHO Exame indolor, através de um oxímetro de pulso que estima a concentração de oxigênio no sangue, sendo capaz de detectar problemas cardíacos congênitos complexos desde o nascimento. TESTE DO OLHINHO Exame simples, rápido e indolor, que detecta problemas oculares congênitos que podem comprometer a visão do bebe como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma. Deve ser realizado em todos os recém-nascidos antes da alta da maternidade e repetido regularmente nas consultas pediátricas, pelo menos duas a três vezes por ano, nos três primeiros anos de vida. As principais causas de patologia ocular são toxoplasmose, catarata, retinopatia da prematuridade, alterações no SNC, etc. teste do reflexo vermelho é um teste que pode ser utilizado para detecção de doenças que comprometem a transparência dos meios oculares, como catarata, glaucoma, toxoplasmose, retinoblastoma, descolamento de retina tardios TESTE DA ORELHINHA Exames de emissões otoacústicas e/ou potencial evocado auditivo de tronco encefálico. É rápido, seguro e indolor e o ideal é que seja realizado a partir de 24h de vida do RN e antes da alta hospitalar A suspeita precoce, notificação adequada e registro oportuno de casos suspeitos de infecções congênitas são fundamentais para desencadear o processo de investigação, bem como subsidiar as ações de atenção integral à saúde da gestante e da criança. Todos os casos suspeitos ou confirmados de Sífilis, Toxoplasmose e Zika deverão ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os casos e óbitos suspeitos de infecção congênita por STORCH+Z, conforme os critérios da Nota Técnica nº 16 de 2021 deverão ser notificados no formulário eletrônico do Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP), e o formulário de Triagem de Gestantes expostas à STORCH+Z ou Feto/RN com microcefalia/alteração do SNC deverá ser devidamente preenchido e encaminhado para a SCAPS da Regional de Saúde, e a mesma deve encaminhar para a Divisão de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente e Divisão de Atenção à Saúde da Mulher É importante ressaltar que cerca de 70% das anomalias congênitas não têm causa evidente e, entre as que têm causa identificada, a malformação tem probabilidade muito maior de ter etiologia genética do que teratogênica. A Food and Drug Administration (FDA) estimou que menos de 1% de todas as anomalias congênitas sejam causadas por fármacos. Embora apenas um número relativamente pequeno de fármacos cause efeitos deletérios comprovados, há preocupação significativa quanto ao uso de fármacos durante a gravidez. Isso se deve ao fato de que a maioria das gestantes usa fármacos e, para a maior parte deles, existem poucos dados quanto à sua segurança. Um medicamento pode acometer o feto por ação direta, promovendo defeito congênito ou morte fetal, e por ação indireta, alterando a função placentária e reduzindo o suprimento de nutrientes e oxigênio. Mas é importante ressaltar que o fato de a mulher ter feito uso de medicamento sabidamente teratogênico não significa que necessariamente o feto será acometido. MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia, 13ª edição. Grupo GEN, 2016. 9788527730723. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852 7730723/. Infecções Congênitas (STORCH+Z) | Secretaria da Saúde. (n.d.). Retrieved October 26, 2022, from https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Infeccoes- CongenitasSTORCHZ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730723/
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