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10 - Fármacos do SNC - Ansiolíticos


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Yahanna Estrela 
Medicina – UFCG 
FARMACOLOGIA 
 
FARMACOLOGIA DO SNC 
ANSIOLÍTICOS 
 
✓ Fármacos psicotrópicos: alteram o 
funcionamento do SNC. 
o Fármacos excitatórios do SNC. 
o Fármacos depressores do SNC. 
 
 
ANSIOLÍTICOS 
 
✓ Classes: benzodiazepínicos (BZP); barbitúricos; 
agonistas 5-HT1A. 
 
✓ A principal classe é a dos benzodiazepínicos, pois 
possuem efeitos anticonvulsivantes, ansiolíticos, 
hipnóticos, sedativos e relaxantes musculares. 
✓ Os barbitúricos (gardenal) foram os primeiros 
utilizados, porém estão em desuso pois são mais 
tóxicos que os BZP. 
✓ Agonista 5-HT1A: buspirona (ansitec/buspar). 
 
✓ Algumas classes de antidepressivos também 
podem ser utilizadas como ansiolíticos. Porém, a 
depender do nível da ansiedade, o antidepressivo 
deve ser associado ao benzodiazepínico. Se o nível 
de ansiedade for leve, o antidepressivo consegue 
controlar sem associação. 
 
✓ O BZP é de receita azul por causar dependência. O 
Barbitúrico, por exemplo, possui maior nível de 
toxicidade, mas é vendido com receita branca. 
 
✓ O Barbitúrico é mais tóxico que o BZP pois, 
diferente dos BZP, a depender da quantidade, os 
barbitúricos podem ter efeito mesmo sem GABA. 
Ou seja, dependendo da quantidade, eles 
conseguem abrir os canais de cloreto sozinhos. 
 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
 
✓ Amplamente prescritos durante toda a década de 
70; 
✓ Opção segura e de baixa toxicidade; 
✓ O diazepam liderou o “ranking” das medicações 
mais prescritas nos Estados Unidos entre 1972 a 
1983; 
✓ Passou-se a detectar o potencial de uso nocivo e 
risco de dependência entre os usuários de tais 
substâncias no final da década de 70; 
✓ Os BDZs possuem indicações precisas para 
controle da ansiedade e como tratamento 
adjuvante dos principais transtornos psiquiátricos; 
✓ São prescritos de modo indiscriminado, tanto por 
psiquiatras quanto por médicos de outras 
especialidades. 
✓ Estima-se que 10% da população façam uso diário 
de Benzodiazepínicos no Brasil. 
✓ A maior prevalência encontra-se entre as 
mulheres acima de 50 anos, com problemas 
médicos e psiquiátricos crônicos. 
✓ Os benzodiazepínicos são responsáveis por cerca 
de 50% de toda a prescrição de psicotrópicos. 
 
✓ Definição de benzodiazepínicos: são fármacos 
sedativos hipnóticos, que possuem semelhança 
química → anel benzeno ligado a anel diazepínico 
de sete membros. 
 
✓ Exemplos: clordiazepóxido, Diazepam, 
alprazolam, clonazepam (Rivotril), lorazepam, 
bromazepam, flunitrazepam, midazolam e 
cloxazolam. 
 
✓ Promovem aumento da ligação de um importante 
neurotransmissor (GABA) aos receptores GABAa. 
 
✓ GABAa: 
o Canal iônico regulado por ligante; 
o Canal de cloreto; 
o Contém várias subunidades (alfa, beta e 
gama); 
o Heterogeneidade; 
o Moduladores alostéricos. 
 
✓ Os BZP ligam-se ao local específico distinto do 
ponto de ligação do GABA; 
✓ Não ativam o canal de cloreto diretamente; 
✓ Modulam alostericamente a ação do GABA; 
✓ BZP intensificam as correntes de cloreto induzidas 
pelo GABA; 
✓ Aumento da frequência de abertura do canal de 
Cl-; 
✓ Resumindo: potencializa da ação do GABA 
(Inibitória). 
 
✓ O flumazenil é utilizado como antídoto para 
intoxicação por BZP. Não há antídotos para 
barbitúricos. 
 
 
O flumazenil é um antagonista dos BZP específico. 
Ele antagoniza os efeitos alostéricos dos BZP. 
Ocasiona reversão dos efeitos sedativos/coma por 
superdosagem. É administrado via intravenosa e 
sofre um extenso metabolismo de primeira 
passagem. Seu tempo de meia vida é de 1h 
(bomba de infusão) com duração de efeito de 30-
60 minutos. Induz estados pró-convulsivantes. 
 
 
 
 
 
CURVA GABA + BZ E GABA 
 
 
 
 
✓ São fármacos ansiolíticos seguros com relação 
dose letal/dose terapêutica maior que seus 
antecessores. 
 
✓ Ações farmacológicas: 
o Ansiolítica; 
o Sedativa; 
o Hipnótica; 
o Relaxante muscular; 
o Anticonvulsivante. 
 
✓ O que difere um medicamento do outro é a 
farmacocinética, pois a farmacodinâmica é a 
mesma. 
 
✓ Possui alto coeficiente óleo-água (lipossolúveis); 
✓ Bem absorvidos por via oral; 
✓ Ação curta: triazolam e zolpidem (hipnótico 
seletivo de alfa 1 de receptor GABAa) → tempo de 
meia-vida: 2h; 
✓ Ação intermediária: estazolam (noctal) e 
tamzepam → tempo de meia vida: 6-24h; 
✓ Ação longa: flurazepam e Diazepam → tempo de 
meia vida: mais de 24h. 
 
✓ Ligação a proteínas plasmáticas: 70-99%. 
✓ Metabolismo: CYP3A4 e CYP2C19. 
✓ Interação: inibidores da CYP3A4 (eritromicina e 
cetoconazol). 
 
 
 
Benzodiazepínicos X Etanol 
O etanol aumenta a taxa de absorção dos 
benzodiazepínicos e a depressão do SNC. A 
associação dos dois pode causar depressão 
respiratória e coma. Pacientes alcoólatras mais 
propensos a dependência por BZP. 
O álcool é depressor do SNC. Por isso o 
golpe do “boa noite cinderela” é feito com um 
benzodiazepínico e álcool. O uso dos dois ocasiona 
um efeito depressor ainda maior no SNC. Há 
relatos de pacientes que, dependendo da 
dosagem do benzodiazepínico ou do álcool, 
tiveram parada cardiorrespiratória devido a 
inibição do bulbo, ou seja, a depressão neuronal 
ser tão grande que pode deprimir o centro 
respiratório. Portanto, pacientes que fazem uso de 
benzodiazepínicos não podem fazer uso de álcool 
junto com a medicação. 
 
Resumindo: Os benzodiazepínicos são agonistas 
alostéricos dos receptores GABA-A, que tem 
atividade inibitória e depressora do SNC, c/ 
propriedades sedativas e ansiolíticas. Eles atuam 
em sítios específicos desse receptor de membrana 
e potencializam o efeito do neurotransmissor 
endógeno GABA. O etanol, por sua vez, também é 
um agonista alostérico de GABA-A, o que se soma 
a ação do BZP, potencializando ainda mais os 
efeitos depressores do SNC, o que eleva o risco de 
insuficiência respiratória e até mesmo coma. 
 
 
 
 
 
DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA – BZP 
 
Para compreender o mecanismo da dependência, é 
necessário saber que a área tegmental ventral (ATV), 
presente no mesencéfalo, mas também que inerva 
uma grande parte de regiões no cérebro, é composta 
de 70% de neurônios dopaminérgicos, 15% de 
interneuronios GABAérgicos e 15% de neurônios 
gluatamatérgicos. Sendo a subunidade α3 prevalente 
nos receptores GABAA dos neurônios dopaminérgicos 
AVT, enquanto que α1 é prevalente nos 
interneurônios. Com base nisso, os efeitos dos BZDs no 
circuito AVT e núcleo accumbens (NAC), que é uma via 
de recompensa, é determinada pelo seu efeito sobre a 
subunidade α1, prevalente no interneuronios 
GABAérgicos, a partir disso os interneuronios deixam 
de liberar GABA aos neurônios dopaminérgicos, 
causando uma perda de inibição, o que resulta a 
liberação descontrolada de dopamina no NAC. A 
dependência pode causar tolerância e crises de 
abstinência, uma possível causa da tolerância pode 
estar relacionada com uma alteração nos receptores 
dessa substância 
 
 
BZP Ansiolíticos BZP Hipnóticos 
BZP Anticon-
vulsivantes 
 
Alprazolam 
(Aprax/Frontal) 
 
Clonazepam 
(Rivotril) 
 
Diazepam (Valium) 
 
Lorazepam (Lorax) 
 
Cloxazolam 
(Olcadil) 
 
Midazolam 
(Dormonid) 
 
Triazolam 
(Halcion) 
 
Flurazepam 
(Dalmadorm) 
Clonazepam 
(Rivotril) 
 
Diazepam 
(Valium) 
 
EFEITOS SOBRE SNP 
RESPIRAÇÃO SCV TGI 
 
Ausência 
relativa de 
efeitos. 
 
Deve-se ter 
cuidado em 
crianças, 
hepatopatas, 
idosos, DPOC e 
apneia. 
 
Diminuição da 
pressão 
arterial e 
aumento da 
frequência 
cardíaca. 
Melhoram úlceras 
de estresse; 
Desordens 
gastrintestinais 
relacionadas com 
ansiedade. 
CLASSE/ 
FÁRMACO 
MEC. DE 
AÇÃO 
USO 
CLÍNICO 
EF. COLAT. 
 
BZP: 
Clordiaze-
póxido, 
Diazepam, 
alprazolam, 
clonazepam 
(Rivotril), 
lorazepam, 
broma-
zepam, 
flunitra-
zepam, 
midazolam e 
cloxazolam 
 
 
Se liga ao 
receptor 
GABAa em 
um sítio 
diferente do 
GABA, 
atuando 
como 
moduladores 
alostéricos, 
mudando a 
conformação 
do canal 
iônico e 
aumentando 
a afinidade 
do GABA 
pelo GABAa. 
Potencializaç
ão inibitória 
gabaérgica. 
 
O BZP 
sozinho não 
fazefeito, 
tem que ter 
GABA. 
 
Insônia, 
ansiedade, 
convulsões, 
proce-
dimentos 
cirúrgicos e 
exames, 
gastrite 
nervosa. 
Sonolência, 
amnésia, 
incoorde-
nação 
motora, 
cefaleia, 
tolerância e 
dependência 
física e 
psicológica. 
Barbitúricos: 
fenobarbital 
(gardenal), 
pentobarbital 
e 
secobarbital 
 
Se liga ao 
receptor 
GABAa em 
um sítio 
diferente do 
GABA, 
atuando 
como 
moduladores 
alostéricos, 
mudando a 
conformação 
do canal 
iônico e 
aumentando 
a afinidade 
do GABA 
pelo GABAa. 
Potencializaç
ão inibitória 
gabaérgica. 
 
Em doses 
altas, pode, 
sozinho, 
 
Insônia, 
ansiedade, 
convulsão, 
agitação. 
 
 
Sonolência, 
amnésia, 
incoorde-
nação 
motora, 
cefaleia, mais 
tolerância e 
menos 
dependência 
física e 
psicológica. 
 
É um indutor 
enzimático 
→ interações 
medica-
mentosas e 
induz, 
inclusive, o 
próprio 
metabolismo, 
sendo 
necessária 
uma dose 
maior. 
abrir os 
canais de 
cloreto. 
 
Deve-se ter 
cuidado pois 
não há 
antídoto para 
intoxicação. 
 
Agonista 5-
HT1A: 
Buspirona 
A buspirona 
ativa o 
receptor 5-
HT1A da 
serotonina, 
produzindo 
efeitos 
ansiolíticos 
Ansiedade 
 
Cefaleia, 
tontura, 
distúrbios 
gastro-
intestinais. 
 
 
Não pode ser 
utilizado com 
ISRS devido 
ao risco de 
síndrome 
seroto-
ninérgica.

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